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Mais uma vez, a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal adiou a análise do Projeto de Lei (PL 174/2016), do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que quer alterar o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) para vetar os planos de franquia de dados na banda larga fixa. A votação marcada para esta terça-feira (12) já havia sido postergada uma vez, por falta de quórum. As informações são do site Convergência Digital.

Desta vez, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) pediu vista para que a proposta passe a tramitar, também, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Como pedido foi concedido, o projeto deverá voltar a ser discutido apenas na próxima semana. Com a decisão, o texto perde o caráter de urgência para a tramitação.

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O projeto é um dos mais de 20 que tem como o objetivo proibir a limitação da dos na banda larga fixa. Segundo o senador Ricardo Ferraço, diversos aspectos do exercício da cidadania dependem da internet, como ensino a distância, declaração do imposto de renda e pagamento de obrigações tributárias. Nesta perspectiva, não seria razoável limitar o tráfego de dados na rede.

A estratégia de impor limites à banda larga fixa começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011. 

As operadoras de internet poderão ser proibidas de estabelecer limite de velocidade na oferta do serviço em contratos de banda larga fixa. A medida consta de projeto de lei (PLS 174/2016) do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e está em pauta para votação nesta terça-feira (12), na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

A proposta altera o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) para vetar os planos de franquia de dados na banda larga fixa. Segundo o senador Ricardo Ferraço, diversos aspectos do exercício da cidadania dependem da internet, como ensino a distância, declaração do imposto de renda e pagamento de obrigações tributárias. Nesta perspectiva, não seria razoável limitar o tráfego de dados na rede.

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O relator da proposta, senador Pedro Chaves (PSC-MS), também considerou a limitação da internet fixa como um retrocesso. "Representaria um freio ao avanço da inovação e ao desenvolvimento das empresas da nova economia, além de prejudicar ações governamentais para a inclusão digital, o acesso à informação, à cultura e à educação", avaliou.

A estratégia de impor limites à banda larga fixa começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

O projeto que impede as empresas de internet de estabelecer limite de dados aos planos de banda larga fixa (PLS 174/2016), de autoria do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), já está pronto para ser votado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT). A votação da proposta, marcada para esta terça-feira (5), foi adiada para a próxima semana por falta de quórum.

O projeto de Ricardo Ferraço propõe a inserção da proibição das franquias no Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) para vetar, expressamente, este tipo de cobrança. O relator da proposta, senador Pedro Chaves (PSC-MS), criticou a intenção das operadoras de limitar o acesso à banda larga fixa, a exemplo do que já ocorre com a internet móvel.

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Na opinião de Pedro Chaves, a medida poderia criar o caos para o sistema de educação a distância, que usa a internet banda larga e atende 1,5 milhão de alunos. "Essa casa não pode se silenciar sobre essa causa, que mobiliza milhões de brasileiros", disse o parlamentar. "O Marco Civil assegura aos usuários direito a não implementação de franquia. Isso significa que a banda larga deve ser oferecida de forma ilimitada", complementou.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por outro lado, diz que o Marco Civil permite a adoção de cobrança em função da quantidade de dados usada pelo consumidor. "Se não permitisse, diversos negócios fundamentais para a inclusão digital no Brasil estariam comprometidos", argumentou a superintendente de relações com consumidores da entidade, Elisa Vieira Leonel.

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Franquia será adotada assim que possível, dizem operadoras

Apesar de não ter votado o projeto sobre a franquia, a CCT aprovou, porém, o PLS 427/2014. Pelo projeto, os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) poderão ser usados para a ampliação do serviço de acesso à internet em banda larga e promoção da inclusão digital. A proposta original é do ex-senador Anibal Diniz — indicado no final de 2015 para o conselho da Anatel.

A estratégia de impor limites à banda larga fixa começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

Após meses de embates entre as entidades de defesa aos consumidores e as operadoras, uma novo dado traz novamente à tona a polêmica sobre a limitação de dados na internet de banda larga fixa. Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado mostra que 99% dos 608.470 internautas que participaram de enquete promovida no site do Senado Federal são contra a medida.

A participação recorde, o maior número da história desse tipo de sondagem, foi registrada depois que as operadoras de internet anunciaram a intenção de cortar ou reduzir a velocidade de acesso dos clientes que esgotarem a franquia de dados contratada. Os internautas responderam perguntas sobre a limitação dos dados relacionados à qualidade dos serviços, ao bloqueio de aplicativos, além do lucro das empresas prestadoras.

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A maioria dos participantes (64%) acredita que a limitação pode diminuir a qualidade dos serviços, 32% opinam que permanecerá igual e 2% acham que pode melhorar. A enquete ainda perguntou sobre os custos dos clientes, que para 89% dos internautas vão aumentar devido ao novo modelo de cobrança.

Ao opinar sobre o impacto da limitação de dados no lucro das empresas prestadoras deste serviço, 83% dos respondentes acreditam que a receita das operadoras vai aumentar. Em contrapartida, 95% dos respondentes apontam que a satisfação dos clientes irá diminuir.

Além disso, 91% dos internautas creem que a limitação da banda larga fixa não está de acordo com o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) – regulamentação que versa sobre o uso da rede no Brasil. Apenas 3% apontaram 'sim'. Também na enquete, 87% dos participantes manifestaram rejeição aos bloqueios coletivos de aplicativos de comunicação, como o WhatsApp, por decisões judiciais.

A estratégia de impor limites na banda larga fixa começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

As empresas de telefonia e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apresentaram suas justificativas para a adoção de uma franquia de dados no serviço de banda larga fixa, que vai criar faixas de preços diferentes para os pacotes de internet, dependendo do perfil do consumidor. Para o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindTelebrasil), alguém tem que pagar a conta dos grandes consumidores. O debate foi realizado nessa última quarta-feira (8).

"Quem usa pouco a internet não pode subsidiar quem faz uso muito intenso. Isso é um Robin Hood às avessas. Quem paga hoje é quem usa menos. É essa distorção que estamos procurando reduzir, e a oferta de pacotes diferenciados possibilita uma gestão mais eficiente das redes", disse o diretor executivo do SindTelebrasil, Carlos Duprat, complementando que a oferta de preços baixos para todos os consumidores é um modelo de negócios inviável.

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O representante das operadoras ainda disse que o limite ao pacote de dados será adotado assim que as empresas atenderem às exigências da Anatel, que incluem a criação de mecanismos para informar o consumidor a respeito do saldo de pacotes de dados do seu plano. "O modelo de franquia requer a devida conscientização dos consumidores a respeito do seu perfil de utilização e a disponibilização de ferramentas que possibilitem o acompanhamento de seu consumo. Só a partir daí vamos aplicar o modelo e incluir mais e mais brasileiros”, afirmou.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) também justificou a adoção de franquia de dados pelas empresas de telefonia. Segundo a superintendente de relações com consumidores da entidade, Elisa Vieira Leonel, o que a legislação exige é que o serviço não seja suspenso depois de atingida a quantidade de dados prevista no contrato. "A resolução da Anatel não permite a adoção de franquias, mas estabelece regras. As operadoras são obrigadas a continuar a fornecer o serviço, ou cobrando adicionalmente ou reduzindo a velocidade”, disse.

A Anatel diz que o Marco Civil da Internet permite a adoção de cobrança em função da quantidade de dados usada pelo consumidor. "Se não permitisse, diversos negócios fundamentais para a inclusão digital no Brasil estariam comprometidos", complementou a superintendente. Em abril, a Anatel decidiu examinar o tema das franquias na banda larga fixa, com base nas manifestações recebidas pelo órgão.

Até a conclusão desse processo, sem prazo determinado, as operadoras continuarão proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente, ainda que tais ações estejam previstas em contrato de adesão ou plano de serviço. A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou na quarta-feira (8) que vai ouvir a população sobre a adoção do modelo de franquia de dados no serviço de banda larga fixa oferecido pelas operadoras no Brasil. Os consumidores terão o prazo de 60 dias para manifestar a opinião sobre o assunto, mas a agência reguladora ainda não informou detalhes de como vai receber essas contribuições.

O conselho diretor da Anatel terá prazo de 120 dias para anunciar sua conclusão final sobre a questão, que tem gerado polêmica entre os consumidores. Além da população, a Anatel vai realizar reuniões públicas com entidades e especialistas, com o objetivo de reunir subsídios para que o conselho diretor possa deliberar sobre o assunto.

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Entre as entidades que serão ouvidas estão o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério Público Federal (MPF), Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comitê Gestor da Internet (CGI.br) e Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).

O material coletado será encaminhado a um grupo executivo constituído por três superintendências da Anatel - planejamento e regulamentação, competição e relações com os consumidores. Eles vão realizar uma análise de impacto regulatório sobre a franquia. 

A consulta à população faz parte da conclusão da Anatel, após análise do conselheiro relator, Otavio Luiz Rodrigues Junior. O documento foi aprovado por unanimidade.

Proibição

Segundo a Anatel, continua em vigor, por prazo indeterminado, a medida cautelar que proíbe as operadoras reduzir a velocidade de transmissão de dados, suspender o serviço e cobrar tráfego excedente após o fim da franquia de banda larga fixa, ainda que tais medidas constem do contrato ou do plano de serviço.

A agência anunciou a proibição no final de abril, após o pedido do Ministério das Comunicações (MiniCom) de que a agência tomasse providências para proteger os usuários. Na época, entidades de defesa do consumidor e a OAB também se pronunciaram contrários ao modelo de franquia, que limita a quantidade de dados que os usuários podem utilizar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, disse nesta segunda-feira (6) que a entidade vai pedir o afastamento do presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, que tem mandato até o fim deste ano. 

Em audiência pública do Conselho de Comunicação do Congresso Nacional, Lamachia disse que a permanência de Rezende à frente da Anatel está comprometida porque o comandante da agência tem privilegiado os interesses das empresas do setor de telefonia em detrimento dos consumidores. Procurado pela Agência Brasil, João Rezende não respondeu ao contato da reportagem.

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"Solicitei hoje ao Conselho Federal, à nossa área jurídica, que examinasse uma representação à Presidência da República e ao Ministério das Telecomunicações, exatamente versando essas declarações do presidente da Anatel, e contra ele, porque entendemos que a sua condição de permanência na presidência da Anatel, hoje, está comprometida, por tudo isso que nós estamos vendo", disse Lamachia.

O presidente da OAB criticou duramente as declarações de Rezende favoráveis à limitação do uso da banda larga fixa no País. Para Lamachia, autorizar a limitação do uso da banda larga, como querem as empresas do setor, fere o Código de Defesa do Consumidor (CDC). "A leniência com que a Anatel tem tratado as empresas, notadamente no que diz respeito a investimentos, é algo inaceitável hoje no Brasil", criticou.

Na avaliação do presidente da OAB, a mudança implicará em gastos maiores para a parcela da população com maior poder aquisitivo e exclusão digital dos mais pobres. "Estamos trabalhando na linha e na ideia de que isso trará mais lucro e de que essa decisão não observará aquilo que é fundamental, ou seja, o próprio Marco Civil da Internet, uma lei federal que veio exatamente para democratizar mais e mais o acesso à informação e à internet", disse.

CPI

Além do afastamento do presidente da Anatel, o presidente da OAB disse que irá sugerir à Câmara dos Deputados e ao Senado a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigar a utilização dos recursos dos fundos da Universalização dos Serviços de Telecomunicação (Fust), de Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), e de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel). 

"Os dados e os números que nos chegaram são estarrecedores. Em média, menos de 10% do valor de cada fundo foi utilizado para os seus fins originais. Pareceres do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram um desvio de finalidade no uso dessas verbas. Temos casos graves de uso dessas verbas em atividades que não têm absolutamente nada de referência legal com o que está previsto nos fundos, como construção de ferrovias e revitalização de aeronaves da Aeronáutica", disse Lamachia.

Segundo o presidente da OAB, também há discrepâncias entre valores apresentados pela Anatel e pela Secretaria do Tesouro Nacional sobre os fundos. "A Secretaria do Tesouro Nacional declarou ao TCU que a arrecadação bruta do Fistel chegou a R$ 82 bilhões, de 1997 a 2015. Nas contas da Anatel, o valor é de R$ 67 bilhões. Ou seja, nós temos aí algo perto de R$ 20 bilhões que não bate", comparou.

O Senado Federal quer saber a opinião dos internautas brasileiros sobre a limitação da banda larga fixa, proposta pelas principais operadoras de telefonia móvel. Até o próximo dia 15, qualquer pessoa pode dizer se é a favor ou contra esse novo tipo de cobrança. Para participar da enquete, basta acessar este link.

Além de dizerem se são a favor ou contra sobre o limite de banda larga, os consumidores podem opinar sobre quem, de fato, será beneficiado com uma possível limitação dos dados. A enquete ainda versa sobre o bloqueio de aplicativos de comunicação por decisões judiciais, como já aconteceu com o WhatsApp duas vezes.

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Atualmente, o consumo de internet é ilimitado. As empresas de telefonia que oferecem o serviço defendem que haja uma limitação. De acordo com as operadoras, isso permitirá a cobrança de acordo com os níveis de consumo e maior qualidade do serviço.

Em abril, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu examinar o tema das franquias na banda larga fixa, com base nas manifestações recebidas pelo órgão. Até a conclusão desse processo, sem prazo determinado, as operadoras continuarão proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente, ainda que tais ações estejam previstas em contrato de adesão ou plano de serviço.

Segundo a entidade reguladora, as operadoras devem oferecer aos clientes ferramentas que permitam o acompanhamento do consumo do serviço. Também deverão oferecer histórico detalhado de sua utilização e notificar o consumidor quando o esgotamento do plano estiver próximo.

A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011. 

Durante a dança das cadeiras do novo governo federal, o Ministério das Comunicações (MiniCom) publicou uma portaria, no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (12), que obriga a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a exigir que as operadoras de telefonia ofereçam pelo menos um plano de internet banda larga ilimitada no seu portfólio de ofertas e serviços aos consumidores.

O documento ainda versa sobre como estes planos devem ser ofertados, afirmando que a Anatel deve cobrar das empresas a divulgação destas informações para os consumidores. "Zelando para que as ofertas de serviços sejam transparentes, não enganosas, comparáveis, mensuráveis e adequadas ao perfil de consumo do cliente", diz o texto.

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A Anatel deverá, ainda, dar continuidade ao processo de discussão acerca dos aspectos jurídicos, técnicos e econômicos associados ao tema, com ampla participação social. O objetivo é favorecer a transparência e ampliar os debates sobre a comercialização de planos de serviço de banda larga com limitação de franquia, tema que gerou muita polêmica nas últimas semanas.

Em abril, a Anatel decidiu examinar o tema das franquias na banda larga fixa, com base nas manifestações recebidas pelo órgão. Até a conclusão desse processo, sem prazo determinado, as operadoras continuarão proibidas de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente, ainda que tais ações estejam previstas em contrato de adesão ou plano de serviço.

Segundo a entidade reguladora, as operadoras devem oferecer aos clientes ferramentas que permitam o acompanhamento do consumo do serviço. Também deverão oferecer histórico detalhado de sua utilização e notificar o consumidor quando o esgotamento do plano estiver próximo.

A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011.

O Ministério das Comunicações lançou, nesta segunda-feira (9), o programa Brasil Inteligente, que prevê ações para a universalização do acesso à internet e o aumento da velocidade média da banda larga fixa no País.

O objetivo do programa, que é uma nova fase do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), é garantir o acesso à banda larga de alta velocidade para 95% da população e aumentar de 53% para 70% o número de municípios cobertos com redes de fibras ópticas até 2018.

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A velocidade média das conexões deverá ser de 25 Mbps e o número de acessos na banda larga fixa e móvel deve passar de 206 milhões para 300 milhões. A ampliação do PNBL, lançado em 2010, já vinha sendo discutida há alguns anos, mas nunca chegou a ser concretizada.

O ministro das Comunicações, André Figueiredo, admitiu que o projeto teve que ser readequado por causa da conjuntura econômica e política do País. "Tivemos que readequar metas, prazos e valores orçados para os próximos três anos. Mas tivemos a preocupação de não mostrar algo inexequível", disse.

Internet nas escolas

O programa Minha Escola Mais inteligente será desenvolvido pela Telebras e tem como meta conectar 30 mil escolas públicas urbanas e rurais com banda larga, Wi-Fi e acesso à media center. A medida deverá atingir 20 milhões de alunos até 2019, priorizando as escolas com menor índice de avaliação e menor custo de implantação.

O ministro das Comunicações, André Figueiredo, ressaltou a importância do programa para a igualdade do acesso ao conhecimento. "Não podemos pensar que o Brasil vai ter condições de igualar o acesso ao conhecimento de uma criança que mora em uma cidade pobre nas regiões mais remotas do Norte e do Nordeste ao de uma criança que moram em cidades do Sul e do Sudeste. Precisamos tratar desigualmente os desiguais", disse.

Para essa etapa, está previsto um investimento de R$ 500 milhões do Ministério das Comunicações ainda neste ano. Os recursos virão do leilão de sobras de frequências, realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em janeiro, que arrecadou R$ 852 milhões.

Mais R$ 1,5 bilhão será aplicado pelo Ministério da Educação até 2019, além da contrapartida de estados e municípios e aportes adicionais do Tesouro. Outro setor beneficiado serão as unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, que deverão ser construídas com infraestrutura pronta para acesso à internet de alta velocidade.

Conexão

O Ministério também anunciou a construção de seis cabos submarinos que vão ligar o Brasil à Europa, à África e aos Estados Unidos, com o objetivo de aumentar o número de saídas de dados e dar mais segurança nas comunicações.

Segundo o secretário de Telecomunicações, Maximiliano Martinhão, a medida deve reduzir em 20% o custo das conexões no Brasil. Também estão previstos dois satélites geoestacionários para aumentar a cobertura em todo o País.

Continuidade

Sobre a continuidade do programa diante de uma possível troca de governo nos próximos dias, André Figueiredo explicou que o Brasil Inteligente será objeto de um decreto presidencial que será publicado amanhã.

"Havendo mudança de governo, se o novo presidente quiser mudar o decreto ele vai ter que explicar os motivos - Nós fundamentamos bastante, e tenho dialogado bastante com parlamentares de todos os partidos. E todos ficaram extremamente receptivos com o programa. Então, não creio que vá sofrer qualquer tipo de descontinuidade", explicou. 

O ministro das Comunicações, André Figueiredo, revelou que o governo vai anunciar uma nova versão do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com o nome de ‘"Brasil Inteligente"’, o projeto deve ser anunciado em uma cerimônia em Brasília na próxima quinta-feira (5), com a presença da presidente Dilma Rousseff. O programa prevê investimentos do governo federal de R$ 9 bilhões. As informações foram reveladas por Figueiredo ontem durante visita ao jornal ‘Estado’ de S. Paulo.

Segundo o ministro, o programa vai incluir uma alteração no regulamento do Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), que será anunciada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A mudança pode garantir uma solução para a polêmica da franquia na banda larga fixa, a partir da oferta de planos com limitação e ilimitados pelas operadoras. "Não vamos abrir mão da internet ilimitada", disse.

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O plano também vai incluir um cronograma de investimentos para expandir a rede de fibra óptica e levar conexão com velocidade adequada às 128 mil escolas públicas do País até 2020. Na prática, o Brasil Inteligente não traz grandes novidades, mas atualiza propostas que estavam presentes na primeira fase do PNBL, anunciado em maio de 2010, ainda na gestão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Segundo Figueiredo, as metas foram ampliadas com o "Brasil Inteligente". O plano agora é levar as redes de fibra óptica para 70% do território nacional - atualmente, segundo o Ministério das Comunicações (MiniCom), hoje apenas 52% do País é coberto pelas redes de alta velocidade.

O ministro também antecipou o programa "Minha Escola Mais Inteligente", que envolve o Ministério da Educação (Mec). O programa tem como meta levar banda larga em velocidade adequada às 128 mil escolas urbanas e rurais do País até 2020. "Em muitas escolas, só chega a conexão de 2 megabits por segundo, que mal consegue atender a secretaria", afirma Figueiredo.

A proposta prevê que os investimentos em infraestrutura ficarão a cargo do MiniCom, enquanto a compra de equipamentos - como tablets e lousas digitais - e conteúdos educacionais serão responsabilidade da pasta de educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Senado Federal pode abrir nos próximos dias uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O senador Hélio José (PMDB-DF) protocolou o pedido na noite de quarta-feira, 27, e tem o apoio de 45 senadores. A proposta será lida na mesa do Senado na próxima semana.

Segundo José, que é vice-presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado, a comissão vai investigar a atuação da agência reguladora em casos como a polêmica decisão das operadoras de adotar franquia de dados na banda larga fixa. "Fomos pegos de surpresa pela decisão da Anatel de permitir as franquias na banda larga fixa", disse o senador ao jornal O Estado de S. Paulo. "Foi uma medida esdrúxula."

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O senador fez referência às declarações do presidente da agência reguladora, João Rezende, após a Vivo anunciar que passaria a adotar o modelo de franquias para novos clientes. No último dia 18, Rezende declarou que a era da internet limitada havia chegado ao fim e deu prazo de 90 dias para as operadoras adotarem a franquia.

Na semana passada, a Anatel voltou atrás e proibiu as operadoras de adotarem o limite na internet por "prazo indeterminado". "A Anatel tem uma relação promíscua com as operadoras", diz o senador.

Na próxima terça-feira, a CCT realizará uma audiência pública para discutir a franquia na banda larga fixa, com a presença do presidente da Anatel e do ministro das Comunicações, André Figueiredo. Procurada pelo Estado, a Anatel não se manifestou até o fechamento da edição de quinta do jornal O Estado de S. Paulo.

Projetos de lei

Além da possível CPI da Anatel, há uma série de projetos de lei em análise contra a franquia na banda larga. Na Câmara, três projetos apresentados neste ano aguardam tramitação. O PL 5094, do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), o PL 5088, do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL), e o PL 5075, do Laerte Bessa (PR-DF) querem proibir provedores de conexão de reduzir a velocidade, suspender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente.

O Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 14/2016 pretende suspender uma resolução da Anatel, que autoriza as operadoras a impor limites em planos de internet fixa. Outros dois projetos - PL 174, de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e PL 176, de Eunício de Oliveira (PMDB-CE) - querem alterar o artigo 7º do MCI para proibir a franquia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Otávio Rodrigues, designado como relator do processo que irá definir a questão das franquias para a banda larga fixa, disse nesta quinta-feira (28) que quer ouvir órgãos de defesa do consumidor, empresas e representantes da sociedade sobre o tema, antes de elaborar seu parecer.

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Segundo ele, o objetivo é dar transparência ao processo e tentar resolver de uma forma que tenha a máxima legitimidade social. Rodrigues não quis adiantar sua posição sobre o assunto. “A única garantia que posso dar para vocês é que o interesse dos consumidores será observado na minha análise”, disse.

Na última sexta-feira (22), a Anatel proibiu as operadoras de oferecer planos com franquia, por tempo indeterminado, até que a questão seja analisada. Segundo Rodrigues, não há um prazo para que a questão seja definida pela Anatel.

“Pelo ponto de vista da situação dos usuários, há uma garantia hoje que é a suspensão provisória de qualquer medida neste sentido. Portanto, não há perigo para os usuários, estão todos protegidos”, ressalta.

De acordo com Rodrigues, estão previstos inicialmente encontros privados e, possivelmente, uma audiência pública para discutir a questão, se for necessário modificar alguma norma do setor. Um grupo de trabalho na Anatel será formado para conduzir o debate.

Desde o início do ano, algumas operadoras que oferecem internet fixa vêm anunciando que podem adotar o sistema de franquia para a comercialização dos novos planos de banda larga fixa.

Ou seja, em vez de ter a internet contratada apenas pela velocidade de navegação, poderá haver também um limite para o uso de dados. Quando essa franquia acabar, o acesso à internet poderá ser cortado, ou a velocidade reduzida, como acontece na internet móvel.

O diretor presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, afirmou que a companhia não é a primeira empresa do setor a discutir a questão de limite de dados em banda larga fixa no Brasil. Ao citar exemplos de operadoras internacionais, nos Estados Unidos e no Canadá, o executivo disse ainda que o movimento de impor limites parece lógico, uma vez que observa-se um aumento no tráfego de dados.

"Vemos como algo positivo o debate no Brasil a respeito do modelo correto sobre a maneira que diferentes usuários se beneficiam de diferentes pacotes, e não um aumento do preço médio para todos", afirmou o executivo. Para ele, é preciso prezar também pela qualidade nos serviços.

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Genish disse estar otimista em relação ao parecer futuro da Agencia Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre o assunto. "A Anatel está liderando esse processo e deve regular a questão nos próximos meses. Devemos esperar pacientemente a visão da Anatel, que deve ser bastante equilibrada", acrescentou. "Estou otimista que a discussão levará a um resultado positivo para todos, de operadoras para usuários", apontou.

A intervenção da Anatel no assunto foi vista como positiva por Genish. O executivo disse que a participação do regulador no processo ajuda a garantir que os direitos dos consumidores não sejam violados. Para ele, ainda há várias questões que precisam ser respondidas no processo, como os pacotes adequados para clientes que tem baixo uso de dados.

Um dos grandes problemas no setor, de acordo com o diretor presidente da Telefônica Vivo, é o fardo da tributação em banda larga, que chega a mais de 40%. Além disso, o governo poderia liderar um processo para levar banda larga de alta velocidade para regiões que ainda não possuem o serviço.

Segundo o executivo, as autoridades têm tentado por muitos anos lançar planos de universalização de banda larga, mas nenhum teve sucesso. A razão principal para isso é que não conseguiram convencer as operadoras que as condições são boas o suficiente para participação voluntária, diz Genish.

Enquanto as operadoras que atuam no Brasil querem limitar a banda larga fixa, o provedor de serviços japonês So-net começou a oferecer planos de internet residencial com a incrível velocidade de 2 Gbps para os moradores da cidade de Tóquio e seis distritos vizinhos. A empresa considera que esta é a internet mais rápida do mundo.

O plano mensal custará 4.980 ienes por mês (cerca de R$ 100) em um contrato de dois anos. A velocidade de upload é de 1 Gbps. O serviço inclui o aluguel de uma unidade de rede óptica - que converte fibra em velocidade banda larga.

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Apesar de ser comum no Japão, a internet de fibra ainda tem um longo caminho a percorrer até mesmo em países como os Estados Unidos. Por lá, banda larga ultrarrápida está começando a dar as caras graças ao Google e seu projeto Fiber.

A companhia das buscas tem feito esforços para abalar a indústria de banda larga norte-americana, mesmo com velocidades menores e com um custo mais elevado do que o serviço prestado pela So-net.

O governo japonês apoia fortemente as conexões de fibra para residências particulares e tem obtido resultados satisfatórios - o país está agora entre os líderes mundiais da tecnologia. Cerca de 25% dos lares nipônicos contam com conexões de fibra, a segunda maior taxa do mundo, atrás apenas dos Emirados Árabes Unidos, com 70%.

A oferta de pacotes de internet fixa com franquia de dados poderá encarecer o serviço e limitar o acesso dos usuários no País. Segundo o especialista em propriedade intelectual e direito digital Maurício Brum Esteves, as operadoras querem impor limites de navegação porque precisam reduzir o uso da internet no Brasil.

“Elas constataram que as pessoas têm utilizado mais a internet, que está ficando sobrecarregada. Ao impor o limite de dados, elas querem literalmente tirar algumas pessoas da internet, que são aquelas pessoas que não vão conseguir pagar", ressalta.

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Para Esteves, a necessidade de estabelecer limites de navegação para os usuários é resultado da falta de investimentos no setor. “Na medida em que não se investe e as pessoas demandam mais, é natural que a banda fique sobrecarregada e é natural que se precise impor um controle”, complementa.

Na última semana, o debate sobre a possibilidade de as operadoras de telecomunicações passarem a oferecer internet fixa com limite de dados para navegação ganhou força entre os consumidores, especialmente nas redes sociais. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) entende que as empresas não são proibidas de estabelecer limites para a navegação, mas vetou na última sexta-feira (22) as operadoras de oferecer planos com franquia, por tempo indeterminado, até que a questão seja analisada com base nas manifestações recebidas pelo órgão.

Esteves avalia que a limitação de dados não seria problema se o consumidor tivesse a opção de contratar uma quantidade grande de dados por um valor razoável. Mas, na opinião do especialista, a franquia oferecida pelas operadoras será irrisória e caríssima. “O problema é que a limitação de dados vai acabar sendo cara e vai ser uma forma de limitar os consumidores”, acrescentou.

O professor Marco Aurélio Campos Paiva, que dá aulas de telecomunicações e redes no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG), considera que a adoção de franquias para a internet fixa é um retrocesso, principalmente porque vai estabelecer uma limitação digital para os usuários. “Caso seja adotado pelas empresas, será um grande prejuízo não só pela questão financeira para o usuário, como na própria tecnologia, porque vamos ficar limitados digitalmente”, avaliou.

Outra consequência, segundo Paiva, será a limitação de acesso de estudantes a cursos de ensino a distância, que dependem da internet. “Para o aluno pode ser um fator limitante, ele precisa fazer as aulas online, precisa fazer download de arquivos, exercícios. Vai aumentar o seu consumo, e dependendo da banda que ele tenha, o pacote será gasto muito rapidamente”, destacou.

Para o professor, as empresas pretendem adotar a franquia de dados por causa da falta de infraestrutura de telecomunicações adequada no Brasil. “Nossa estrutura de telecomunicações ainda é muito limitada, as operadoras investiram pouco. Se tivéssemos toda uma infraestrutura de telecomunicações melhor, ou seja, fibra óptica cortando o País de Norte a Sul, Leste a Oeste, não teríamos essa limitação”, analisou.

Já o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, diz que a oferta de pacotes de internet com franquia vai possibilitar que o consumidor faça uma adequação da quantidade de dados contratada com o seu consumo. “Há quem consome muito, outros que consomem pouco. Então, está na hora de ter essa tarifação por pacotes, como vemos em vários países", pontuou.

Tude avalia que o crescimento do consumo de internet no Brasil é um dos fatores para que as operadoras adotem um novo modelo de vendas. “A banda larga fixa está virando o serviço principal das empresas e o consumo de dados está crescendo muito, com um aumento de quase 50% por ano. Então, não dá para manter o preço com esse aumento”, disse. O consultor lembra que quando o governo lançou o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), em 2010, foi possível oferecer pacotes a preços populares porque havia uma cota de dados associada ao plano.

Em nota, a operadora Vivo, que pretende começar a oferecer pacotes com franquia, explicou que o volume de tráfego da rede cresce exponencialmente no Brasil e no mundo. “Cada byte que circula na rede consome capacidade e tem custo que compõe o valor das mensalidades dos planos praticados ao cliente, hoje aplicados de forma igual para todos, seja qual for o volume de dados consumido por mês”, diz o comunicado. A empresa nega que pretenda implantar o modelo de franquia para restringir o acesso a serviços de streaming ou de qualquer outro tipo.

Consumidores

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), as operadoras não apresentaram justificativas técnicas para inclusões ou reduções de franquias de dados nos novos planos. “Ao adotarem essas medidas, as operadoras elevam seus preços sem justa causa, detém vantagem excessiva nos contratos, limitam a competição e geram aumento arbitrário de lucro”, disse o pesquisador em telecomunicações do instituto, Rafael Zanatta.

A entidade ingressou com uma ação civil pública contra as operadoras Claro, Net, Oi e Telefônica. O objetivo é impedir a suspensão do serviço de internet, que, segundo o Idec, é uma importante ferramenta de acesso à informação, reconhecido como direito fundamental e essencial para o exercício da democracia e da cidadania, não devendo, portanto, prevalecer as alterações desejadas pelas operadoras.

Para a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), mesmo que as empresas ofereçam aos consumidores ferramentas para medir o consumo e saber quando a franquia está acabando, como determinou a Anatel, isso não é suficiente. “A questão não é o direito de ser avisado sobre a proximidade do esgotamento da franquia, o problema é adotar a franquia, que a Proteste julga indevida porque viola leis existentes”, disse a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.

A Proteste também entrou com uma ação judicial para impedir as operadoras de limitarem o acesso à internet por meio de franquia, tanto em celular, tablets e outros dispositivos móveis quanto em conexões fixas e lançou uma petição online contra o limite de uso de dados de internet dos serviços de banda larga fixa, que já tem mais de 150 mil assinaturas.

Uma petição online no site da Avaaz contra o limite na franquia de dados da banda larga fixa já alcançou 1,6 milhão de assinaturas e a página do Movimento Internet Sem Limites já tem mais de 460 mil seguidores em sua página do Facebook.

Assistir a filmes e séries no Netflix, ver vídeos no Youtube, ouvir músicas online, baixar jogos de videogames. Tudo isso faz parte do dia a dia de quem utiliza a internet, mas os usuários vão ter que começar a prestar atenção nos dados que consomem se as operadoras decidirem adotar a franquia de dados para a internet fixa, assim como já acontece na internet móvel (3G e 4G).

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) entende que as empresas não são proibidas de estabelecer limites para a navegação, mas proibiu nesta sexta-feira (22) as operadoras de oferecer planos com franquia, por tempo indeterminado, até que a questão seja analisada com base nas manifestações recebidas pelo órgão.

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Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), um jogo de videogame gasta cerca de 44 GB para ser baixado. Assistir a uma hora de Netflix em ultradefinição custa 7 GB e um vídeo de uma hora no YouTube pode consumir até 120 MB.

“A pessoa vai ter um limite de dados e vai usar esses dados conforme achar mais adequado. Essa é uma mudança bastante significativa para a vida dos usuários, porque o usuário padrão não está acostumado a fazer esse tipo de raciocínio sobre a quantidade de dados que está utilizando, ele simplesmente navega”, avalia o especialista em propriedade intelectual e direito digital Maurício Brum Esteves.

Uma família de três pessoas que usa a internet de forma moderada, assistindo por exemplo a duas horas de Netflix por dia, trinta minutos de YouTube uma hora e meia de uso do WhatsApp e do Facebook, além de ouvir música por streaming, baixar um jogo de videogame e acessar páginas da internet, gastaria cerca de 240 GB por mês, também segundo levantamento da Proteste.

Se o uso da família for intenso, com três horas de Netflix, por exemplo, o consumo poderá passar para 388 GB por mês. Assistir a vídeos de alta definição e games é a atividade que gasta mais dados. “Se você assiste a uma série por semana, vai gastar 12 GB. Se assistir a uma por dia, vai gastar 90 GB. Aí você vai se encaixar em um plano conforme a cota”, explicou o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude.

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O Ministério Público Federal (MPF) pediu na quarta-feira (22) estudos técnicos à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para avaliar o impacto da proposta das operadoras de vender internet de banda larga fixa pelo modelo de franquias, e esclarecer a posição favorável da agência ao modelo, que cria um limite no consumo de dados dos usuários.

O MPF também questionou a adequação do modelo de pacotes limitados de dados ao Marco Civil da Internet e ao Código de Defesa do Consumidor (CDC). Para o MPF, a principal preocupação é que a adoção das medidas pode afetar milhões de brasileiros que usam a rede para estudos e trabalho.

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Além disso, a entidade tem dúvidas se a franquia de dados fere o princípio da neutralidade de rede, que diz que todos os dados utilizados pelos internautas devem ser tratados da mesma forma pelas operadoras. A neutralidade da rede é um dos principais pontos do Marco Civil da Internet. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os limites impostos pelas maiores operadoras para a internet fixa no Brasil são menores que os usados no exterior. Enquanto brasileiros poderão ter que limitar seu consumo entre 30 gigabytes (GB) e 50 GB para serem utilizados em um mês nos planos mais baratos, clientes em países como Alemanha, Chile e Estados Unidos podem usar capacidades algumas vezes maiores.

Dados disponíveis nas páginas das duas principais operadoras brasileiras mostram que os planos de banda larga fixa mais econômicos contam com limite de uso de dados de 30 GB na NET e 50 GB na Vivo. Essas são os limites para planos com velocidade de transmissão de 2 Mbps e 4 Mbps, respectivamente em cada operadora, vendidos na cidade de São Paulo.

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Os chilenos, por exemplo, contam com 500 GB mensais no plano mais barato em uma empresa que é do mesmo grupo da Vivo, a Movistar. É um teto 16 vezes superior ao oferecido pela NET, ou dez vezes maior do que o da Vivo. Na Alemanha, a O2 (que também é controlada pela espanhola Telefônica) oferece 100 GB na opção mais econômica.

Já nos Estados Unidos, a AT&T tem franquia mínima de 250 GB mensais, enquanto a Comcast pratica limites diferentes conforme a localidade, mas a média é de 300 GB mensais. Uma pesquisa recente feita pela Ofcom, órgão regulador de telecomunicações no Reino Unido mostrou que, na média, cada residência britânica usou cerca de 82 GB por mês em 2015 - suficientes, por exemplo, para ver 27 horas de filmes em resolução HD (alta definição) através do serviço de streaming Netflix.

O consumo de dados aumentou 41% na comparação com o ano anterior. Para efeito de comparação, o consumo médio de dados nos celulares correspondeu a cerca de 1% da média usada na internet fixa ou 870 MB por mês, segundo a pesquisa britânica. A Ofcom estima que atualmente 65% do uso da internet fixa é consumido por serviços de vídeo como YouTube e Netflix. A pesquisa cita que mais de 80% dos clientes britânicos têm internet fixa sem limite de dados.

Mudança

A imposição de cotas para o uso da banda larga fixa no Brasil faz parte da transição das operadoras, que veem quedas nas receitas com voz e trabalham para se transformar em fábricas de gigabytes para internet, tentando faturar mais. Dona da Vivo, a espanhola Telefônica diz que a meta é aproveitar o momento e monetizar o tráfego de dados nas residências.

Com a mudança, a companhia promete dobrar a taxa de crescimento das receitas em um futuro próximo. Analistas que acompanham o setor de telecomunicações encaram a medida com bons olhos, pois permitiria ao setor ganhar fôlego para os investimentos exigidos pelo uso crescente da internet. "Atualmente, o serviço de dados é o que importa para as operadoras. Esse limite é uma forma de cobrar mais de quem usa mais", diz o analista da corretora Renta4 em Madri, Iván Carbajo.

Maior operadora alemã, a Deutsche Telekom usou o mesmo argumento ao anunciar o limite do uso de dados em 2013. Na época, a empresa projetava que o volume de dados quadruplicaria entre 2013 e 2016. O limite da operadora, porém, foi bloqueado pela Justiça e a operadora continua oferecendo banda larga fixa sem limite na maioria de seus pacotes.

A estratégia de impor limites começou em 2008, nos EUA, com a Comcast. Nos primeiros anos, clientes eram raramente acionados pelo uso. Atualmente, porém, há número crescente de reclamações de consumidores que atingem o limite e são obrigados a pagar mais. A também norte-americana AT&T adotou igual estratégia em 2011. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) ingressou com uma ação popular na Justiça Federal, nesta quarta-feira (20), com pedido de liminar, para que seja suspensa a resolução da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que permite às empresas acabarem com os pacotes ilimitados de internet e cobrarem pelo sistema de franquia, como nos planos de telefonia móvel.

“Conforme a Anatel, não existirá mais a possibilidade para que as operadoras de banda larga fixa ofereçam serviços sem uma limitação, o que obrigará o segmento a migrar para o modelo de franquias, semelhante aos serviços de internet móvel”, descreve o texto da ação, ingressada junto com o também deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR).

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A determinação, publicada pela Anatel na segunda-feira (18), proíbe as empresas de restringir a velocidade, suspender serviços ou cobrar excedente caso seja ultrapassado limites da franquia dos clientes por 90 dias. 

Nesse prazo, as operadoras terão que comprovar que têm ferramentas que permitam ao consumidor identificar seu perfil, ser alertado sobre a possibilidade de esgotamento da franquia, além de acompanhar de maneira clara o tráfego de dados. Só depois de ter o plano aprovado pela Anatel, a empresa poderá praticar o novo regime de franquias na banda larga.

O termo foi duramente criticado pelos órgãos de defesa do consumidor por estabelecer condições nas quais as teles poderiam sim restringir a banda larga após esses três meses. O presidente do órgão regulador, João Rezende, chegou a admitir que a era da internet ilimitada havia chegado ao fim. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também se posicionou sobre o tema polêmico, afirmando que o processo de normatizar este tipo de cobrança é inaceitável

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