O chefe da ONU disse nesta segunda-feira (13) que o presidente sírio, Bashar al-Assad, concordou em abrir mais duas passagens fronteiriças para permitir a entrada de ajuda às vítimas do terremoto que deixou mais de 35 mil mortos na região.
Antes da tragédia, quase toda a ajuda humanitária crucial para os mais de quatro milhões de pessoas que vivem em áreas controladas por rebeldes no noroeste da Síria era entregue da Turquia, por meio do cruzamento de Bab al-Hawa.
“A abertura desses pontos de cruzamento, além de facilitar o acesso humanitário, acelerar as aprovações de vistos e facilitar as viagens entre os centros, permitirá que entre mais ajuda, mais rápido”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um comunicado.
Ele disse que Assad havia concordado em abrir os pontos de travessia de Bab al-Salam e Al-Rai, da Turquia ao noroeste da Síria, por um período inicial de três meses, para possibilitar a entrega oportuna de ajuda humanitária.
Guterres apontou que, dado que o número de vítimas do terremoto segue aumentando e que os sobreviventes estão expostos às duras condições de inverno na Síria devastada pela guerra, entregar “suprimentos vitais para todas as milhões de pessoas afetadas é de suma urgência”.
“Se o regime estiver disposto a colocar em prática essas palavras, isso seria algo bom para o povo sírio”, reagiu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.
O anúncio ocorre um dia depois de o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, se reunir com Assad em Damasco para discutir a resposta ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu Síria e Turquia em 6 de fevereiro.
A situação é particularmente grave na área controlada por rebeldes no noroeste da Síria, que não pode receber ajuda de partes do país controladas pelo governo sem autorização de Damasco.
O único cruzamento fronteiriço aberto para suporte a partir da Turquia também teve suas operações interrompidas pelo abalo sísmico.
A ajuda nas zonas controladas pelos rebeldes na Síria costumam chegar através da Turquia por um mecanismo transfronteiriço criado em 2014 por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Mas foi questionado por Damasco e seu aliado Moscou, que os veem como uma violação da soberania síria. Sob pressão da Rússia e China, o número de pontos de cruzamento caiu de quatro para um.