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O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, morreu de um ataque cardíaco, informou o governo do país africano nesta terça-feira (9) em sua conta oficial do Twitter.

"O governo da República do Burundi anuncia com grande tristeza a inesperada morte de Sua Excelência Pierre Nkurunziza, presidente da República do Burundi (...) devido a um ataque no coração em 8 de junho de 2020", informou o tuíte.

Nkurunziza, um evangelista que acreditava ter sido escolhido por Deus para governar o país do leste da África, chegou ao poder em 2005, eleito pelo Parlamento.

Sua controversa decisão de concorrer a um terceiro mandato em 2015 mergulhou o país em uma forte crise marcada por atos violentos que causaram pelo menos 1.200 mortes, centenas de milhares de deslocados e uma forte repressão da oposição e dos meios de comunicação.

Sua morte ocorreu logo após as eleições nas quais seu sucessor, Evariste Ndayishimiye, foi eleito para um mandato de sete anos como presidente.

Em princípio, Ndayishimiye deveria tomar posse em agosto.

Segundo um comunicado da presidência do Burundi, Nkurunziza foi hospitalizado no fim de semana e sua saúde "mudou repentinamente" na segunda-feira, quando seu coração deixou de bater.

O país manterá o luto oficial por uma semana a partir de hoje, indicou o comunicado.

Quatro especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Burundi, incluindo seu representante no país, serão expulsos na sexta-feira (15) - anunciou o Ministério das Relações Exteriores em uma carta ao escritório africano da instituição, consultada nesta quinta-feira (14) pela AFP.

A carta especifica que "as pessoas cujos nomes são citados foram declaradas 'persona non grata' e que, portanto, devem deixar o território do Burundi antes de 15 de maio".

Os interessados são o dr. Walter Kazadi Mulombo, representante da OMS no Burundi, dois funcionários da OMS - o dr. Jean Pierre Mulunda Nkata, coordenador da resposta contra o novo coronavírus, e o dr. Ruhana Mirindi Bisimwa, responsável pelo programa contra doenças transmissíveis - e um consultor, o professor Daniel Tarzy, especialista em biologia molecular.

"É toda equipe da OMS encarregada de apoiar o Burundi em sua resposta contra à COVID-19 que está sendo expulsa", explicou à AFP uma autoridade do Burundi que não quis revelar sua identidade.

A organização sanitária das Nações Unidas disse nesta quinta-feira "lamentar profundamente" a expulsão dos quatro especialistas, poucos dias antes da realização das eleições presidenciais, marcadas para 20 de maio.

A Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre o Burundi "lamenta profundamente a recente decisão do governo do Burundi", afirmou em comunicado.

Encarregada desde 2016 de investigar violações de direitos humanos cometidas neste país da África Oriental, a Comissão também manifestou sua "preocupação" com a "decisão das autoridades de não aplicarem as recomendações para o distanciamento social", uma vez que os comícios eleitorais atraem milhares de pessoas.

Há um mês, o Ministério das Relações Exteriores do Burundi já havia iniciado o mesmo procedimento contra os quatro funcionários em questão.

Suspendeu essa decisão, porém, após conversas entre o chefe de Estado, Pierre Nkurunziza, e o diretor-geral da OMS, segundo fontes diplomáticas e administrativas.

Até o momento, o país registrou oficialmente apenas 27 casos positivos do novo coronavírus, entre eles um óbito.

Acusado por médicos e pela oposição de ocultar o número real de casos de COVID-19, o governo do Burundiconsidera que o país está protegido da doença pela "graça divina".

O Burundi decidiu fechar suas fronteiras, mas não adotou qualquer medida de confinamento, ao contrário da maioria dos outros países da região.

Enquanto o mundo do esporte permanece parado, adiando ou cancelando competições por causa da pandemia do coronavírus, Tajiquistão, Bielo-Rússia, Nicarágua e Burundi têm jogos previstos, neste fim de semana, por seus campeonatos nacionais.

Esses países registraram casos de covid-19, mas não consideram necessário parar com as disputas esportivas. Na Nicarágua e Tajiquistão os jogos são disputados com portões fechados, enquanto Burundi e Bielo-Rússia são abertos.

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Neste sábado, um duelo importante em Burundi reuniu o líder Le Messager Ngozi diante do Vital'O, pela 27.ª rodada. Com o empate sem gols, o primeiro colocado foi a 55 pontos, contra 41 do rival.

Na Bielo-Rússia, pela terceira rodada, mais um duelo sem gols entre Shakhter Soligorsk e Neman Grodno, equipes que dividem a quinta colocação no campeonato, com quatro pontos ganhos.

Municipal Jalapa (quarto colocado) e Chinandega (sexto) fazem o clássico da 13.ª rodada, neste domingo, na Nicarágua. Em outro duelo, o Walter Ferretti (quinto) terá pela frente o vice-líder Esteli. A liderança é do Manágua.

No Tajiquistão, a disputa da Supercopa vai reunir, neste domingo, Istiklol e Judzhand, respectivamente, primeiro e segundo colocados do campeonato nacional. O Estádio Central Republicano (Pamir), para 20 mil espectadores, estará vazio.

A malária matou mais de 1.800 pessoas no Burundi no decorrer do ano, informou a ONU, o mesmo número de vítimas provocado pelo ebola em um ano na vizinha República Democrática do Congo.

Entre 1 de janeiro e 21 de julho de 2019 foram "notificados 5.738.661 casos e 1.801 mortes", afirma um relatório do Escritório para a Coordenação Assuntos Humanitários (OCHA) das Nações Unidas.

O Burundi tem quase 11,5 milhões de habitantes. O OCHA destacou que uma mesma pessoa pode ter contraído malária diversas vezes.

Os autores do relatório mencionam as "proporções epidêmicas" da doença desde o início de maio, mas o governo do Burundi descartou até o momento declarar uma epidemia de malária, apesar dos pedidos das organizações internacionais neste sentido desde abril.

"Durante a semana 29 (de 15 a 21 de julho de 2019), 152.243 casos, incluindo 65 mortes, foram registrados em 39 distritos dos 46 que existem no Burundi", informa o relatório.

O número de casos apontados aumentou 164% na comparação com a semana 29 de 2018.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017 foram registrados quase 219 milhões de casos de malária, que deixaram 435.000 mortos, 93% deles na África.

A sexta e última rodada das Eliminatórias para a Copa Africana de Nações definiu neste sábado mais três classificados à fase final, que será em junho e julho deste ano no Egito. Tradicionais no continente, Camarões e Costa do Marfim bateram Comores e Ruanda por 3 a 0, respectivamente, e avançaram, assim como a surpresa Burundi, que empatou por 1 a 1 contra o Gabão, do atacante Aubameyang, do Arsenal, para se garantir pela primeira vez na história entre os melhores da África.

Em sua casa, em Yaoundé, a seleção de Camarões superou a forte chuva para derrotar Comores por 3 a 0 e garantir a segunda colocação do Grupo B com 11 pontos, mesma pontuação de Marrocos - líder por ter melhor saldo de gols (5 a 3). A equipe comandada por Clarence Seedorf venceu com os gols de Choupo-Moting, Christian Bassogog e Clinton N’Jie.

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Quando as Eliminatórias começaram, em setembro do ano passado, Camarões estava garantida na Copa Africana de Nações porque era a sede da fase final. No entanto, por problemas de segurança e infraestrutura, a Confederação Africana de Futebol (CAF, na sigla em francês) decidiu no final de 2018 mudar a competição para o Egito. Assim, a vaga teve de ser conquistada no campo, como aconteceu neste sábado.

Quem também passou com facilidade foi a Costa do Marfim, que superou a Ruanda por 3 a 0, em Abidjan, com os gols de Nicolas Pépé (promessa do Paris Saint-Germain), Eric Bailly e Maxwel Cornet. Os marfinenses fecharam o Grupo H na segunda colocação com 11 pontos, mesma pontuação da líder Guiné, que foi melhor no confronto direto.

SURPRESA - Assim como Madagáscar, que conseguiu a sua classificação em novembro do ano passado, a seleção do Burundi se garantiu pela primeira vez na história na fase final. A vaga veio com o empate por 1 a 1 contra o Gabão, que mesmo com jogadores de renome no futebol europeu foi eliminado.

A igualdade levou Burundi aos 10 pontos, na segunda colocação do Grupo C, contra oito dos gaboneses. A liderança é de Mali, que já estava classificada antecipadamente e chegou aos 14 ao derrotar o Sudão do Sul por 3 a 0 como mandante.

Pelo regulamento, os dois primeiros colocados de cada um dos 12 grupos classificam-se para a Copa das Nações Africanas. Já são 19 países garantidos: Costa do Marfim, Camarões, Senegal, Madagáscar, Marrocos, Argélia, Nigéria, Guiné, Mauritânia, Tunísia, Egito, Uganda, Angola, Guiné-Bissau, Namíbia, Gana, Quênia, Mali e Burundi.

O torneio deste ano será a 32.ª edição da competição, que tem o Egito como o maior vencedor (sete títulos) e Camarões como o atual campeão.

Vinte e seis pessoas foram mortas e outras sete ficaram feridas em um ataque de um "grupo terrorista" não identificado em uma área rural de Burundi, país situado na região central da África.

O ataque ocorreu pouco antes de burundianos votarem em 17 de maio em um polêmico referendo que poderia estender o mandato do presidente. Não ficou claro se o ataque é relacionado, embora alguns ativistas acreditem que sim.

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Falando no local, o ministro da Segurança, Alain Guillaume Bunyoni, disse a repórteres que 24 pessoas foram mortas em suas casas na noite de sexta-feira e outras duas morreram dos ferimentos em um hospital local. Ele não deu mais detalhes sobre o ataque na comunidade Ruhagarika, na província de Cibitoke, no noroeste do país.

Um sobrevivente disse à Associated Press que os terroristas chegaram por volta das 10 horas da noite e "atacaram e incendiaram casas". Algumas vítimas foram atacadas com facões e outras foram mortas ou queimadas vivas, disse ela. Fonte: Associated Press.

A União Africana (UA) afirmou que escreveu ao presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, para que ele aceite o envio de forças de paz ao país para controlar a escalada da violência no país.

Em um comunicado, a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma, afirmou que não há motivo oculto no envio a não ser ajudar o povo de Burundi.

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Nkurunziza rejeitou os planos da UA de evniar 5 mil forças de paz ao país, descrevendo a Alão como uma invasão. Ao menos 400 pessoas morreram desde abril, quando foi anunciado que Nkurunziza concorreria a um terceiro mandato para presidente. Protestos violentos nas ruas do país em oposição a Nkurunziza levaram a uma tentativa de golpe em maio. Um movimento rebelde surgiu pedindo pela derrubada de Nkukunziza do poder. Fonte: Associated Press.

A violência política continuou neste sábado no Burundi, quando 21 pessoas apareceram mortas a tiros em um bairro da capital, um dia após o governo dizer que um grupo não identificado havia realizado ataques coordenados contra três bases militares.

Uma testemunha disse à agência Associated Press que havia contado 21 cadáveres com ferimentos de bala na cabeça no bairro de Nyakabiga, após a violência da sexta-feira. Alguns dos mortos tinham as mãos amarradas às costas, disse a fonte, que pediu anonimato.

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Não estava claro quem havia matado as pessoas. Nyakabiga não estava entre os bairros de Bujumbura onde o Exército disse haver ocorrido ataques contra suas bases. O porta-voz militar coronel Gaspard Baratuza disse na sexta-feira na rádio estatal que três soldados haviam morrido em ataques antes do amanhecer em Ngagara, Musaga e Mujejuru. O Exército matou depois 12 dos autores do ataque, disse o porta-voz. Outros 20 suspeitos foram detidos, entre eles um ferido.

Os Estados Unidos expressaram "profundo alerta" com a violência no Burundi, em comunicado difundido pelo porta-voz John Kirby, do Departamento de Estado. Os EUA pediram que os países vizinhos comecem negociações urgentes entre o governo e a oposição do Burundi para resolver o quadro.

A violência se relaciona com o polêmico terceiro mandato iniciado pelo presidente Pierre Nkurunziza. Muitos no país e também analistas internacionais se opunham a esse terceiro mandato, por considerá-lo inconstitucional e uma violação de um acordo de paz nacional. Esse acordo encerrou uma guerra civil na qual morreram 300 mil pessoas entre 1993 e 2006.

Pelo menos 240 pessoas morreram desde abril em episódios violentos no país africano. Outras 215 mil fugiram para países vizinhos, segundo a Organização das Nações Unidas. Centenas de pessoas foram presas, por manifestarem-se contra a reeleição de Nkurunziza neste ano. Fonte: Associated Press.

Cerca de 1.000 pessoas fogem diariamente do Burundi, palco, desde abril, de intensos distúrbios, para se refugiarem na Tanzânia, informou nesta segunda-feira (20), em um comunicado, a organização Médicos sem Fronteiras (MSF).

"Todos os dias até 1.000 pessoas cruzam a fronteira, pela floresta, entre o Burundi e a Tanzânia, muitos viajam no escuro, a pé e sem mantimentos", indica MSF, sem especificar há quanto tempo registra os fluxos de refugiados.

Na terça-feira (21) deve ocorrer no Burundi uma eleição presidencial que se anuncia tensa. O presidente Pierre Nkurunziza busca um terceiro mandato que seus adversários consideram inconstitucional. A oposição boicotará a votação.

A candidatura de Nkurunziza mergulhou o país em uma grave crise política, marcada pela violência que deixou mais de 80 mortos.      Um total de 150.000 refugiados fugiram para países vizinhos.

Na Tanzânia, o campo de refugiado de Nyarugusu "atingiu o seu ponto de ruptura", segundo Sita Cacioppe, coordenador de emergência de MSF. Atualmente, a MSF estima que 78.000 burundineses se refugiaram no campo de Nyarugusu, juntando-se a outros 64.000 refugiados congoleses.

O líder de um pequeno partido da oposição no Burundi foi morto junto com seu guarda-costas por desconhecidos neste sábado (23) em Buyumbura. Zedi Feruzi, presidente da União para a paz e a democracia (UPD), foi assassinado quando voltava para casa no bairro de Ngagara. Seu corpo ensanguentado e o de um policial que era seu guarda-costas podiam ser vistos na frente da residência, segundo o jornalista da AFP que esteve no local.

Feruzi foi vítima de vários disparos, um deles na cabeça. Ele estava caminhando quando foi atacado, explicou um vizinho que não viu a cena, mas que estava próximo do lugar. "Escutamos cerca de vinte tiros, todo mundo se jogou no chão, algumas pessoas viram um carro Toyota fugindo", completou.

Segundo um jornalista do país, que estava discutindo com a vítima no momento dos disparos e ficou ferido no ataque, os assassinos usavam "uniformes policiais da guarda presidencial". O jornalista disse que se esconderá por medo de também ser assassinado

A presidência desmentiu as acusações. Se disse "chocada" e pediu que "se esclareça o caso urgentemente, de modo que os culpados sejam processados pela justiça".

Pequeno partido de oposição, a UPD se dividiu em determinado momento, e uma de suas correntes aproximou-se do partido no poder, o CNDD-FDD. No entanto, a UPD voltou, há pouco tempo, a integrar a oposição.

O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, demitiu o ministro da Defesa, Pontien Gaciyubenge, que no começo do mês disse que as Forças Armadas poderiam desempenhar um papel neutro diante dos protestos que tomavam as ruas. Nkurunziza também substituiu o ministro de Assuntos Internacional, Laurent Kavakure, e a ministra de Comércio, Marie Nizigiyimana, informou o porta-voz da Presidência, Gervais Abayeho.

O Exército foi mobilizado nesta segunda-feira (18) pela primeira vez para reprimir protestos de rua, colocando os militares em uma difícil posição em meio às persistentes manifestações contra a posição do presidente de disputar um terceiro mandato.

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Um grupo de soldados que enfrentava centenas de manifestantes quase abriu fogo diante de uma disputa sobre a possibilidade de usar força letal contra eles.

Os protestos começaram há três semanas, após o partido do governo nomear Nkurunziza como candidato nas eleições de junho. A situação ficou ainda mais instável na semana passada, quando um general anunciou um golpe de Estado, que entrou em colapso em dois dias. A polícia tentou acabar com os protestos, resultando em pelo menos 15 mortes, mas desde que Nkurunziza voltou ao palácio presidencial neste fim de semana,o Exército parece ter herdado o papel de colocar reprimir as manifestações. Fonte: Associated Press

O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, fez sua primeira aparição pública, neste domingo, na capital do país Bujumbura, desde uma tentativa de golpe de Estado contra seu governo na semana passada.

Ele apareceu diante de jornalistas em seu palácio presidencial, em Bujumbura, e fez uma comunicado, afirmando que está lutando contra a ameaça do Al-Shabab, grupo de extremistas islâmicos da Somália.

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O Burundi é um dos países africanos que contribuem com soldados para a Força da União Africana na Somália, que combate o Al-Shabab. Os rebeldes extremistas realizaram ataques violentos no Quênia e em Uganda, em retaliação ao envio de tropas.

Nkurunziza estava na vizinha Tanzânia, na quarta-feira, quando um general anunciou um

golpe. Forças leais ao presidente sufocaram a rebelião e Nkurunziza retornou ao país, mas ele não tinha sido visto desde então na capital.

A tentativa de golpe ocorreu após semanas de manifestações de rua contra os esforços do presidente para permanecer no poder, por um terceiro mandato. Dezessete oficiais de segurança, incluindo cinco generais, acusados da tentativa de golpe, compareceram ontem diante de um promotor que os acusou de tentarem desestabilizar as instituições públicas, afirmaram os advogados de alguns dos suspeitos. O general que anunciou o golpe, no entanto, continua foragido.

O papa Francisco pediu, neste domingo, em Roma, para que o senso de responsabilidade prevaleça no Burundi, após a tentativa de golpe. "Eu gostaria de convidá-los a rezarem pelas queridas populações do Burundi, que está passando por um momento delicado: Que o Senhor ajude a todos a evitarem a violência e agirem de forma responsável pelo o bem do país", afirmou o papa, na praça São Pedro, na Cidade do Vaticano. Fonte: Associated Press.

Um general do Burundi, Godefroid Niyombare, decretou um golpe de Estado contra o presidente do país, Pierre Nkurunziza, enquanto este estava viajando para uma reunião regional nesta quarta-feira. O anúncio foi comemorado nas ruas do país, mas também gera temores sobre o que isso pode significar em uma região instável.

Nkurunziza divulgou comunicado, dizendo que a tentativa de golpe era uma fantasia de uma pequena facção dos militares. Segundo ele, os responsáveis serão julgados no caso.

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O general disse que tomou o poder em anúncio feito em uma emissora privada de rádio. Disparos, porém, podiam ser ouvidos no entorno da capital e não estava claro qual era o controle de Niyombare sobre o país, ou mesmo se ele tinha o apoio do restante das Forças Armadas. O general determinou o fechamento de todas as fronteiras, incluindo o aeroporto, o que pode impedir a volta do presidente.

Nkurunziza estava em Dar es Salaam, na Tanzânia, para se reunir na quarta-feira com outros chefes de Estado no leste africano. O encontro tinha como foco justamente a crise no Burundi, com vários líderes regionais argumentando que o presidente deveria se afastar do posto.

Segundo a agência Associated Press, milhares de pessoas foram às ruas da capital do país, Bujumbura, celebrar o golpe, enquanto a polícia estava ausente das ruas.

Bujumbura tem sido palco de protestos nas últimas semanas, após Nkurunziza dizer que concorreria a um terceiro mandato, contrariando o que prevê a Constituição. Mais de dez pessoas morreram e mais de 50 mil fugiram do país, em meio aos protestos.

Um pequeno país, o Burundi localiza-se entre Ruanda, Tanzânia e a República Democrática do Congo. No passado, a violência iniciada no país já passou para outras das nações vizinhas, enquanto o contrário também já ocorreu.

Analistas dizem que, se o golpe de Estado gerar mais violência, a disputa política poderia rapidamente ganhar dimensões étnicas. Fonte: Dow Jones Newswires.

Pelo menos três pessoas morreram no Burundi nesta segunda-feira (4) em um confronto entre manifestantes contrários a um terceiro mandato do atual presidente e forças de segurança, segundo informações da Cruz Vermelha. Alexis Manirakiza, porta-voz da Cruz Vermelha, afirmou que mais 45 pessoas ficaram feridas.

Esse foi o dia mais violento de protestos desde que o partido do governo nomeou o presidente Pierre Nkurunziza para ser candidato às eleições marcadas para 26 de junho. Liboire Bakundukize, porta-voz do Ministério de Segurança Pública, defendeu a ação desta segunda-feira e disse que 15 policias ficaram feridos após a explosão de uma granada supostamente atirada pelos manifestantes.

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Na semana passada, pelo menos seis pessoas foram mortas em confrontos com a polícia, que disparou tiros, gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes. Os protestos têm acontecido principalmente nos subúrbios da capital, Bujumbura. Alguns manifestantes chegaram ao centro de Bujumbura nesta segunda-feira, o que não haviam conseguido antes por causa do forte policiamento na região.

Os manifestantes afirmam que o objetivo é forçar Nkurunziza a retirar sua candidatura ao terceiro mandato, que muitos consideram uma violação dos Acordos de Arusha que encerraram a guerra civil no país, na qual mais de 250 mil pessoas morreram.

Nkurunziza foi escolhido para o cargo de presidente pelo Parlamento do país em 2005 e foi reeleito sem opositores em 2010. Fonte: Associated Press.

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