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Mudança. Essa é a palavra de ordem aclamada por milhões de brasileiros nos últimos anos. Essa é, também, a postura que se espera da atuação do novo presidente Michel Temer que, a partir de hoje, assumirá o Brasil para um mandato curto. Mudanças em todos os sentidos, em todos os setores. Mudanças que proporcionem à sociedade brasileira acreditar que o Brasil irá superar a crise econômica e voltará a se desenvolver em todas as áreas.

Otimismo. Esse é um substantivo característico dos brasileiros e tão presente nessa nova etapa que se inicia em nosso país. Somos otimistas em acreditar que um futuro melhor está por vir, com mais oportunidades e que este futuro irá beneficiar a todos.

Desafios. Durante duas décadas, o Brasil viveu um crescente desenvolvimento sócio econômico, que trouxe ganhos para todos os setores. Inicialmente, através da Lei de Responsabilidade Fiscal, privatizações e implantação do Plano Real. Posteriormente, com o investimento em políticas sociais, voltadas a garantir o desenvolvimento socioeconômico do País. Em todos esses aspectos, inúmeros desafios foram sendo ultrapassados e geraram resultados que nos tornaram, por um tempo, a 6º economia mundial.

A economia foi fortalecida através da expansão do crédito, o acesso à educação superior foi garantido através dos programas sociais imprescindíveis de financiamento (Fies) e bolsas estudantis (Prouni), a habitação registrou crescimento graças ao crédito das instituições financeiras para financiamento da casa própria e as fronteiras foram abertas para investimentos estrangeiros.

Hoje, o Brasil está estagnado. Os níveis de desemprego e inflação não atingiam números tão altos há muitos anos, provocando o esvaziamento do comércio e fazendo a população paralisar qualquer projeto de investimento pessoal. Pelo país, as epidemias de dengue, Zika e agora a gripe do H1N1, se alastram, sem que o Sistema de Saúde consiga impedir, ou minimizar. Estamos, há muito, vendo que o Estado Brasileiro é totalmente inoperante. Nós, cidadãos, nos sentimos abandonados, seja na área da política, da segurança, da saúde, da educação e da infraestrutura.

A partir de hoje (12/05), uma nova era, um novo momento histórico se inicia no Brasil. Devemos passar uma borracha nos acontecimentos pretéritos, que devem ficar em nossa memória apenas como aprendizado. Temos que olhar para o futuro que, tenho certeza, será transformador.

O Brasil precisa de reformas. Inicialmente a reforma administrativa. Para que tantos ministérios, tantos cargos de confiança e tantas empresas estatais? O Estado está inchado, gigante. As receitas provenientes dos tributos não são suficientes para custear as próprias despesas estatais, quanto mais para custear as atividades essenciais como a educação, saúde, segurança, infraestrutura, saneamento, etc. Temos que ter um estado mínimo, regulador e fiscalizador.

Precisamos de uma reforma política que acabe, ou pelo menos minimize, a corrupção institucionalizada. Mister se faz uma reforma tributária com o objetivo de descomplicar e desonerar a atividade produtiva para que a mesma gere mais emprego, riqueza e renda, e por via de consequência, pague faça crescer a arrecadação. Necessário se faz uma reforma previdenciária para evitar a bancarrota do Estado. Uma reforma trabalhista que possa flexibilizar as relações entre capital e trabalho, cujo fim primacial consiste em aumentar os números de empregos. E até uma reforma educacional cujo desiderato seja acabar com a gratuidade do ensino público para os ricos, mantendo, e até ampliando, para os pobres. Apenas lembramos, ilustrativamente, que cerca de 80% dos estudantes das universidades públicas federais são ricos e estudam sem pagar nada, enquanto os alunos pobres, que precisam trabalhar para sobreviver, vão estudar nas boas faculdades privadas através de bolsas de estudo (ProUni), via financiamentos públicos (Fies) ou financiamentos privados, o que é paradoxal e inconcebível em um país de tantas desigualdades sociais.

O Brasil precisa mudar completamente a sua relação com a sociedade e com o mundo. São necessárias atuações que permitam mais parcerias público-privada, promovendo mais eficiência nas ações. Precisamos ser mais abertos, competitivos e menos burocráticos. Nós, brasileiros, queremos confiar na nossa classe dirigente, para que ela nos mostre uma sociedade madura e apta a crescer juntamente com parceiros comerciais do mundo afora.

A nação que queremos não admite mais corrupção, burocracia, desigualdade educacional para os iguais, bem como incompetência, arrogância e falta de humildade de seus governantes. O país que sonhamos tem que ser transparente, oferecer justiça social, saúde e educação de qualidade - gratuita para os pobres, onerosa para os ricos -, segurança pública, saneamento básico, infraestrutura e moradias dignas para todos, taxas de juros acessíveis ao setor produtivo, políticas de aposentadoria dignas, mas que permitam sustentabilidade ao Estado, além de incentivar a criação de um setor produtivo forte, que gere empregos, riqueza e renda para todos.

Queremos um país de produção e consumo, de trabalho e renda, de hospitais e escolas públicas para os pobres e particulares ou pagas para os ricos. Uma nação de seriedade, integridade e responsabilidade em todos os níveis. Um estado democrático, independente, soberano, respeitado internacionalmente e que use o dinheiro público no objetivo destinado. Um país que pensa em seu povo e que quer o melhor para ele.

Esperança. Essa é a palavra que norteia nossas expectativas em relação ao governo de Michel Temer. Esperança de que ele e seus colaboradores sejam capazes de unificar o Brasil numa grande aliança e recolocá-lo nos trilhos do progresso e do desenvolvimento econômico e social, possibilitando a superação dos desafios e das adversidades, fazendo com que seja recriada uma nova sociedade, mais igualitária e com mais oportunidades para todos. Enfim, uma nova era surgirá a partir de hoje no Brasil.

A Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-Metragistas de Pernambuco e Associação Pernambucana de Cineastas (ABD-PE/Apeci) assinaram uma carta de repúdio, publicada no Facebook, contra o festival de cinema Cine PE, que será realizado no período entre 2 e 8 de maio. Segundo as associações, o convite para participar do júri especial na edição deste ano do evento foi negado porque o evento de audiovisual não dialoga com os princípios básicos de ideias defendidas por elas.

“Ao longo dos últimos 20 anos, o diálogo entre o Cine PE e o cinema pernambucano tem sido bastante difícil. (...) Não há motivo para compactuar com um festival que fez repetidamente proselitismo político em seu palco”, justificam na carta.

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ABD-PE/Apeci também argumenta que os recursos provenientes do Estado para a realização do evento vêm da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) e não do Fundo de Incentivo à Cultura (Funcultura) ou da Secretaria de Cultura. “A pasta é responsável por mega eventos calendarizados que pagam fortunas aos artistas midiatizados e migalhas aos artistas e às artistas pernambucanas”, escreveram.

Confira a nota completa publicada pela (ABD-PE/Apeci):

"CARTA ABERTA DA ABD-PE/APECI AO Cine Pe

A Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-Metragistas de PE / Associação Pernambucana de Cineastas - ABD/Apeci firmou um compromisso nas lutas pelo audiovisual independente desde sua formalização no estado em 1994. Se hoje o cinema feito aqui no estado é reconhecido mundo afora, não é graças, somente, à qualidade artística e técnica, mas também pela estruturação de políticas públicas construídas com a participação deste coletivo.

Há algumas semanas atrás, a BPE - Bertini Produções & Eventos, produtora do Cine PE Festival do Audiovisual enviou uma mensagem para a a diretoria colegiada da ABD-Apeci convidando a entidade a formar um júri especial na edição deste ano do evento. A nossa resposta, resultado de discussões entre os associados, é NÃO.

E o motivo é simples: ao longo dos últimos 20 anos, o diálogo entre o Cine PE e o cinema pernambucano tem sido bastante difícil. Acreditamos que duas décadas é tempo mais do que suficiente para um evento amadurecer. Portanto, não há motivo para corroborar com um festival que não dialoga com os princípios básicos daquilo que defendemos. Não há motivo para compactuar com um festival que fez repetidamente proselitismo político em seu palco. Houveram inúmeras iniciativas de diálogo entre a ABD/Apeci e a organização do festival ao longo dos últimos anos. Quem não lembra da faixa “Menos Glamour, Mais Cinema” em 2011? A partir daquela manifestação, construímos coletivamente um documento com diversas proposições ao evento que é financiado com recursos públicos e, portanto, deve atender a critérios como inclusão social e democratização do acesso à produção em sua diversidade.

Outra questão dissonante que gostaríamos de dar visibilidade é a fonte de recursos provenientes do Estado para realização do evento e sua falta de transparência. O Fundo de Incentivo à Cultura - o Funcultura - investe um terço de seus recursos em audiovisual e esse fundo é referência de política cultural no país. A comissão de seleção dos projetos culturais e a comissão deliberativa do Funcultura é formada, em sua maioria, por representantes da sociedade civil. Isso foi resultado de muita luta, não só da ABD/Apeci, mas de inúmeras entidades, coletivos, movimentos, articulações e frentes atuantes no estado. Antes, os projetos incentivados pelo Estado através da Fundarpe e Secretaria de Cultura eram incentivados por uma única via: o balcão. O produtor legítimo ou os atravessadores e lobistas negociavam diretamente com o governo e não havia transparência alguma sobre os critérios para seleção dos projetos. Infelizmente, esse tipo de procedimento ainda existe. O Cine PE recebe incentivos não da Fundarpe/Secretaria de Cultura ou mesmo do Funcultura, que têm seus orçamentos e equipamentos cada vez mais reduzidos e sucateados pelo Governo do Estado, mas da Empetur - Empresa Pernambucana de Turismo. A pasta é responsável por mega eventos calendarizados que pagam fortunas aos artistas midiatizados e migalhas aos artistas e às artistas pernambucanas.

Diante disso, reforçamos a importância do Funcultura como instrumento de incentivo com participação da sociedade, onde os projetos são julgados em editais públicos, e entendemos que todas as instâncias de incentivo do Estado devem seguir o princípio da transparência com critérios claros e democráticos, sem apadrinhamentos. Há muito a avançar na democratização e aprimoramento do Funcultura e do Sistema de Incentivo à Cultura do Estado? Sim! Há muito a fazer. E, a nosso ver, o caminho é o da participação social, com transparência e sem favorecimentos.

Recife, 26 de abril de 2016

Diretoria Colegiada da ABD-PE/APECI"

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Farto de ser acusado de utilizar substâncias proibidas, Rafael Nadal escreveu uma carta ao presidente da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) e pediu para todos os resultados dos seus exame antidoping e os registros do passaporte biológico sejam tornados públicos.

"Não pode haver ninguém livre no nosso mundo do tênis falando e acusando sem provas", disse o dono de 14 títulos dos torneio do Grand Slam na carta obtida nesta terça-feira pela agência de notícias The Associated Press (AP).

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A carta de Nadal foi enviada ao presidente da ITF, David Haggerty, na última segunda-feira, no mesmo dia em que ele entrou com uma ação contra uma ex-ministra do governo francês, que deu declarações insinuando que ele se dopou.

"Eu sei quantas vezes fui testado, dentro e fora das competições", escreveu Nadal na carta. "Por favor, torne todas as minhas informações públicas. Por favor, torne público meu passaporte biológico, a minha história completa de controles antidoping e testes", acrescentou.

"A partir de agora peço-lhe para comunicar quando sou testado e os resultados assim que eles estiveram prontos nos seus laboratórios. Eu também o incentivo a começar a apresentar ações judiciais, se houver qualquer desinformação espalhada por qualquer pessoa", continuou Nadal.

A ITF confirmou que recebeu a carta de Nadal, incluindo o pedido de divulgação dos seus testes pelo Programa Antidoping do Tênis (TADP, na sigla em inglês). "A ITF pode confirmar que o senhor Nadal nunca falhou um teste sob o TADP e não foi suspenso em qualquer momento por uma violação da legislação antidoping ou por qualquer outro motivo relacionado com o TADP", disse a ITF em comunicado enviado à AP.

A federação declarou que Nadal, como outros jogadores, tem acesso a seus registros antidoping através da base de dados da Agência Mundial Antidoping "e é livre para torná-los disponível". "A precisão de qualquer liberação deste tipo seria verificada pela ITF", afirmou.

O astro espanhol disse que estava escrevendo a carta por causa dos comentários de Roselyne Bachelot, ex-ministra da França para a saúde e o esporte. Ela disse em uma programa de TV francês, no mês passado, que o afastamento de Nadal das quadras por sete meses em 2012 não foi por uma lesão, mas "provavelmente devido a um exame antidoping positivo".

Nadal, que conquistou seu 49º título no saibro no último domingo em Barcelona e tentará ser campeão pela décima vez de Roland Garros no próximo mês, entrou com um processo por difamação contra Bachelot em Paris. "É inaceitável e principalmente injusto que alguém que deve ter conhecimento do esporte em um certo ponto e grau possa dizer publicamente algo parecido com isto sem nenhuma prova ou evidência", disse Nadal na carta a Haggerty.

O espanhol afirmou que parte da imprensa, torcedores e patrocinadores não confia no programa antidoping do tênis. "Eles não confiam no esporte. Eles pensam que órgãos encobrem as coisas e não fazem nada", disse. "Sabemos que isso não é verdade. Eu acredito que o tempo passou, e nosso esporte e nossos órgãos gestores precisam dar um passo se comunicando bem com o mundo".

Nadal disse que nunca se esquivou de compartilhar seus pensamentos sobre o combate ao doping. "Eu acredito que nós temos que continuar com a luta contra o doping e tornar a lutar mais forte e melhor, se possível", escreveu. "Como jogador, pela primeira como um amador e em seguida, um profissional, tenho a certeza de que nosso esporte é limpo. É necessário que nosso esporte se torne um porta-voz em um mundo onde a transparência e a honestidade são dois pilares de nossa conduta e maneira de viver".

A carta de Nadal vem no momento em que o tênis está lidando com o caso de doping de Maria Sharapova. A russa foi suspensa provisoriamente após testar positivo para a substância recentemente proibida Meldonium no Aberto da Austrália em janeiro. Ela está aguardando uma audiência disciplinar da ITF.

Índios da nação Munduruku divulgaram carta redigida em sua 26ª Assembleia Geral, realizada na aldeia Katõ, em Jacareacanga, no Pará, em que pedem o fim dos projetos de construção de novas hidrelétricas nos rios da Amazônia. Os índios vivem na região do rio Tapajós, onde o governo federal pretende construir usinas que provocarão grandes impactos na flora e fauna e que vão afetar diretamente comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas. As informações são da ONG Repórter Brasil. A ONG Repórter Brasil foi fundada em 2001, por jornalistas, cientistas sociais e educadores, com o objetivo de fomentar a reflexão e ação sobre a violação aos direitos fundamentais dos povos e trabalhadores no Brasil.

Na carta, os Munduruku fazem referência à sua tradição guerreira e destacam a rejeição a novas intervenções radicais na floresta: “Queremos que o governo brasileiro respeite a nossa cultura, nossa cosmovisão e nossos lugares sagrados, e que não repita o que fez com a Cachoeira de Sete Quedas, no rio Teles Pires, considerada por nós como o berço do mundo do povo Munduruku, que foi destruída com a construção da Usina Hidrelétrica de Teles Pires”. Os índios advertem: "Não queremos a guerra, mas não temos medo da polícia". Veja a íntegra do documento.

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“A nação Munduruku no Pará é numerosa, somos aproximadamente 13.000 homens e mulheres. Nos tempos passados nós Munduruku éramos temidos. Dominávamos a arte da guerra e tínhamos muitas estratégias. Nossos troféus eram as cabeças de nossos inimigos. Dificilmente perdíamos um guerreiro na batalha. Atacávamos de surpresa e em grande quantidade, assim vencíamos os nossos rivais.

Hoje os dias são outros, há muito tempo que não precisamos fazer uma expedição de guerra, mas, se for necessário, o rastro do tempo aponta o caminho do futuro: somos a nação Munduruku, os cortadores de cabeça.

Nós falamos agora pelo nosso povo, pelas crianças e pelos animais. As estrelas no céu nos contam nossas histórias passadas, nos guiando no presente e indicando o futuro. Esse é o território de Karosakaybu, onde sempre vivemos. Somos a natureza, os peixes, a mãe dos peixes, a mangueira, o açaizeiro, o buritizeiro, a caça, o beija-flor, o macaco e todos os outros seres dos rios e da floresta.

Ainda vivemos felizes em nosso território, a correnteza dos rios nos leva para todos os lugares que queremos, nossas crianças podem nadar quando o sol está muito quente, os peixes podem brincar e ainda se multiplicam com fartura, mas fomos obrigados a aprender duas novas palavras da língua dos pariwat, palavras que nem existem na nossa língua: preocupação e barragem.

Desde quando o ex-presidente Lula resolveu retomar os projetos do tempo da ditadura militar, de barrar os rios da Amazônia para produzir energia para as indústrias de mineração, automobilísticas e para outros setores da economia, poluidores e causadores de muitos problemas ambientais, estamos todos muito preocupados, principalmente depois que ficamos sabendo dos planos da presidente Dilma de construir 5 hidrelétricas nos rios Tapajós e Jamanxin, as usinas de São Luiz do Tapajós, Jatobá, Cachoeira do Caí, Jamanxin e Cachoeira dos Patos.

É por isso que nós, caciques, guerreiros, guerreiras, pajés, professores, homens e mulheres Munduruku, reunidos na aldeia Katõ, na Assembleia Geral da Nação Muduruku, falamos ao povo brasileiro que o governo rasgou a Constituição do Brasil e os tratados e convenções internacionais, como a Convenção 169 da OIT, matando nossa autonomia e pen okabapap iat (meu corpo, meu estômago, meu modo de ser). Infelizmente o governo brasileiro não está cumprindo as leis que ele mesmo assina.

Queremos que o governo brasileiro respeite a nossa cultura, nossa cosmovisão e nossos lugares sagrados, e que não repita o que fez com a Cachoeira de Sete Quedas, no rio Teles Pires, considerada por nós como o berço do mundo do povo Munduruku, que foi destruída com a construção da Usina Hidrelétrica de Teles Pires.

Nossos sábios e nossos conhecimentos nos dizem que não são só os indígenas e pariwat que vão sofrer com a construção das usinas no Tapajós, todos os seres que moram nos rios e na floresta vão sofrer também. O governo não entende que nós sabemos escutar a mãe dos peixes, os peixes, a cotia, o macaco, a paca, os passarinhos, a onça e todos aqueles que moram nesta região.

O rastro do tempo mostra o que ocorreu com os parentes do rio Tocantins, que até hoje, mais de 30 anos depois de serem expulsos de seu território, ainda esperam as compensações que o governo prometeu quando foi construída a usina de Tucuruí. As consequências do barramento dos rios Xingu, Madeira, Teles Pires, e o que aconteceu com o rio do Doce, são os maiores exemplos de que estes projetos não servem para nós.

Afirmamos que a nação Munduruku é uma só, habitando toda a extensão do grande rio Tapajós, pai e mãe que nos transporta, refresca nosso corpo e nos dá nosso alimento, por isso estamos unidos contra a destruição desse rio e a invasão de nosso território.

Não queremos guerra, mas avisamos que não temos medo da polícia dos pariwat, seja a Polícia Federal, Força Nacional, ou qualquer outra.

Sabemos que os rios e o território da Amazônia não só garantem a vida e a harmonia nesta região, como também contribuem decisivamente com o equilíbrio ambiental, do ar e do clima para todo o povo brasileiro e do mundo. Por isso, pedimos a solidariedade das mulheres, homens, intelectuais, estudantes, trabalhadores, pescadores, quilombolas, ribeirinhos, parentes de outras nações indígenas, enfim, de todos que queiram lutar contra a destruição dos rios e da floresta Amazônica.

Queremos continuar vivendo em paz, pescando, caçando, fazendo nossos rituais, cânticos, com nossas tradições deixadas por nossos antepassados, da forma como vivemos antes dessas novas ameaças, por isso NÃO QUEREMOS NENHUMA HIDRELÉTRICA EM NOSSOS RIOS, e exigimos do governo brasileiro:

– Demarcação da Terra Indígena Daje Kapap Eipi, conhecida pelos pariwat como Sawre Muybu;

– Não realização do leilão da Usina de São Luiz do Tapajós. Parar com os projetos de construção de novas hidrelétricas nos rios Tapajós, Jamaxim e nos outros rios da Amazônia;

– Parar com a construção da Usina Hidrelétrica de São Manoel;

– Fortalecer a saúde indígena, respeitando a medicina tradicional;

– Fortalecer a educação e ampliação do projeto Ibaorebu para todos os níveis de ensino.

Aldeia Katõ/PA, 07 de abril de 2016

26ª Assembleia Geral da Nação Munduruku.”

 

Conhecido por suas declarações polêmicas, sobretudo em assuntos relacionados à política, o músico Lobão surpreendeu ao publicar, em seu Facebook, nesta domingo, 27, uma carta aberta endereçada a Caetano, Gil e Chico Buarque, alvo de suas críticas durante anos, pedindo desculpa ao trio e os chamando para uma conversa, "como pessoas crescidas que estão nessa luta por um Brasil mais justo".

Segundo Lobão, ele diz que assistiu ao programa 'Altas Horas', de Serginho Groisman, exibido no sábado, 26, com as participações de Gil e Caetano, com o objetivo de "verificar as declarações do Caetano que vazaram na imprensa sobre as passeatas, a situação política etc e tal, imaginando colher não somente o que foi dito, mas como foi dito, gesticulado e contextualizado". Mas, ainda segundo ele, "uma força estranha" ativou sua memória afetiva e, de repente, estava olhando para a TV "inundado de carinho e amor" pelos dois músicos. O mesmo acabou se estendendo para Chico.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua posse de ministro da Casa Civil suspensa nesta quinta, 17, divulgou carta aberta na qual diz esperar por justiça.

Leia a íntegra:

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Carta aberta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Creio nas instituições democráticas, na relação independente e harmônica entre os Poderes da República, conforme estabelecido na Constituição Federal.

Dos membros do Poder Judiciário espero, como todos os brasileiros, isenção e firmeza para distribuir a Justiça e garantir o cumprimento da lei e o respeito inarredável ao estado de direito.

Creio também nos critérios da impessoalidade, imparcialidade e equilíbrio que norteiam os magistrados incumbidos desta nobre missão.

Por acreditar nas instituições e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo Tribunal Federal sempre que necessário, especialmente nestas últimas semanas, para garantir direitos e prerrogativas que não me alcançam exclusivamente, mas a cada cidadão e a toda a sociedade.

Nos oito anos em que exerci a presidência da República, por decisão soberana do povo - fonte primeira e insubstituível do exercício do poder nas democracias - tive oportunidade de demonstrar apreço e respeito pelo Judiciário.

Não o fiz apenas por palavras, mas mantendo uma relação cotidiana de respeito, diálogo e cooperação; na prática, que é o critério mais justo da verdade.

Em meu governo, quando o Supremo Tribunal Federal considerou-se afrontado pela suspeita de que seu então presidente teria sido vítima de escuta telefônica, não me perdi em considerações sobre a origem ou a veracidade das evidências apresentadas.

Naquela ocasião, apresentei de pleno a resposta que me pareceu adequada para preservar a dignidade da Suprema Corte, e para que as suspeitas fossem livremente investigadas e se chegasse, assim, à verdade dos fatos.

Agi daquela forma não apenas porque teriam sido expostas a intimidade e as opiniões dos interlocutores.

Agi por respeito à instituição do Judiciário e porque me pareceu também a atitude adequada diante das responsabilidades que me haviam sido confiadas pelo povo brasileiro.

Nas últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça.

Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticado atos injustificáveis de violência contra minha pessoa e de minha família.

Nesta situação extrema, em que me foram subtraídos direitos fundamentais por agentes do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se não fossem expostas publicamente por uma decisão judicial que ofende a lei e o direito.

Não espero que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições pessoais e políticas.

Mas não me conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5º. da Constituição, tornem-se objeto de juízos derrogatórios sobre meu caráter.

Não me conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do levantamento ilegal do sigilo das informações.

Não me conformo que o juízo personalíssimo de valor se sobreponha ao direito.

Não tive acesso a grandes estudos formais, como sabem os brasileiros. Não sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto.

Os tristes e vergonhosos episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição do Poder Judiciário. Nem me farão perder a esperança no discernimento, no equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema Corte.

Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena do estado de direito democrático.

Luiz Inácio Lula da Silva

O senador Delcídio do Amaral (MS) entregou nesta terça-feira (15) ao presidente do PT em Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Biffi, carta pedindo desfiliação do partido. Em um texto curto, o senador informa a decisão de deixar o PT e pede que Biffi tome as providências para o desligamento.

Delcídio responde a representação no Conselho de Ética do Senado por ter sido flagrado tentando subornar a família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, para que este não firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público. O filho de Cerveró, Bernardo, entregou a gravação da conversa em que o parlamentar oferecia R$ 50 mil por mês e um plano de fuga ao ex-diretor da estatal, o que levou Delcídio a ficar quase três meses preso.

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Em fevereiro, foi a vez de o próprio senador firmar acordo de delação premiada, que só foi homologado nesta terça-feira pelo ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), para sair da cadeia e passar a recolhimento domiciliar.

O relator do caso no Conselho de Ética do Senado, Telmário Mota (PDT-RR), já deu parecer a favor da admissibilidade do processo contra Delcídio. O relatório será votado amanhã (16), quando os membros do colegiado decidirão se concordam com Mota e iniciam o processo, que pode resultar na cassação do mandato do senador.

O vice-presidente Michel Temer tem reconhecido a interlocutores que teria se precipitado ao enviar uma carta de desabafo à presidente Dilma Rousseff no início de dezembro, poucos dias após a abertura do processo de impeachment da petista na Câmara. Na opinião de auxiliares, o peemedebista dá sinais de que reconhece que a forma como escreveu alguns trechos do texto foi equivocada.

Segundo um aliado, Temer avalia que poderia ter redigido a carta de maneira diferente. Um dos exemplos citados por interlocutores é o trecho em que o vice reclamou a Dilma sobre o fato de não ter sido convidado para o encontro com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no início de 2015. Um interlocutor próximo a Temer diz que o peemedebista poderia ter se manifestado de forma diferente, dizendo que Dilma rebaixou o Brasil ao tratar com um vice-presidente, quando a diplomacia estabelece que presidente fala com presidente.

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Temer estaria, ainda de acordo com assessores, demonstrando reconhecer ter agido por impulso, em meio a uma forte pressão de peemedebistas por uma posição mais dura dele em relação ao impeachment, postura que, segundo aliados, não faz parte de seu comportamento político.

Um auxiliar do vice afirma que, neste momento, ele não repetiria a mesma fórmula, que acabou desgastando o peemedebista. A avaliação de que Temer errou é propagada por aliados em meio a movimentos do peemedebista e de Dilma para diminuir a tensão na relação entre eles. O discurso de relação "harmoniosa" do vice nos últimos dias também interessa ao Planalto.

A presidente pretende mostrar que tem o apoio de Temer, presidente nacional do PMDB. Já ao vice interessa obter pelo menos a neutralidade do Planalto na eleição para presidência nacional do PMDB, em março, principal preocupação dele neste momento.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, publicou nesta segunda-feira, 28, um texto intitulado "Uma Nova e Ousada Política Econômica para 2016" no qual diz que "chega de altas de juros e cortes de investimentos" e cobra a adoção de medidas para a retomada do crescimento no ano que vem.

Com o texto, Falcão se junta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e movimentos sociais e sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP) e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que cobram a adoção de medidas concretas para acompanhar a entrada de Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda.

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No texto divulgado nesta tarde, Falcão fala em retomada da "confiança" diante da "frustração" causada pelo início do segundo governo Dilma.

"Entre o final e de 2015 e o início de 2016, o governo da presidenta Dilma Rousseff precisa se concentrar na construção de uma pauta econômica que devolva à população a confiança perdida após a frustração dos primeiros atos de governo.

Claro que a oposição partidária do quanto pior melhor também contribuiu para agravar os problemas (muitos deles decorrentes da crise global do capitalismo), insistindo o ano todo com suas tentativas golpistas que desembocaram numa crise política.

Agora que o risco do impeachment arrefeceu, mas sem que as ameaças de direita tenham cessado, é hora de apresentar propostas capazes de retomar o crescimento econômico, de garantir o emprego, preservar a renda e os salários, controlar a inflação, investir, assegurar os direitos duramente conquistados pelo povo.

Chega de altas de juros e de cortes em investimentos. Nas propostas da Fundação Perseu Abramo e entidades parceiras, nos projetos da nossa Bancada, da Frente Brasil Popular, da CUT, do MST, entre outras, há subsídios à vontade para serem analisados e adotados.

Sabemos da competência, habilidade e capacidade de diálogo dos novos ministros Nelson Barbosa e Valdir Simão. Confiamos em que eles deem conta da tarefa, mudando com responsabilidade e ousadia a política econômica."

O tom formal tomou conta dos menos de 50 minutos da primeira conversa entre a presidente Dilma Rousseff e o seu vice, Michel Temer, depois da divulgação da carta, na segunda-feira, quando o peemedebista desfiou um rosário de queixas da petista.

A coreografia oficial foi de mostrar que o "cachimbo da paz" foi aceso, com acordo de convivência sendo selado. Mas, na prática, os dois já disputam o poder e um sabe, claramente, que não pode mais contar com o outro. Na conversa Temer aconselhou Dilma a "não interferir" na guerra que está sendo travada na Câmara para evitar que deputados consigam antecipar a convenção do PMDB, que está marcada para março, e assim, o rompimento com o governo possa ser também antecipado, "agravando a crise".

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Os dois combinaram as declarações a serem dadas. Temer convocou os jornalistas para se manifestar e disse: "combinamos, eu e a presidente Dilma, que nós teremos uma relação pessoal e institucional que seja a mais fértil possível". Dilma, preferiu distribuir uma nota, assinada por ela, onde afirma que "na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do País".

Segundo informações obtidas pelo Estado, a conversa começou com uma avaliação sobre os pontos da carta escrita por Temer para Dilma, que acabou vazada para a imprensa, o que gerou profunda irritação no vice-presidente. A presidente Dilma teria dito que "ficou refletindo" sobre vários trechos descritos por Temer na carta que davam clara demonstração de desconfiança dela em relação a ele e ao PMDB. De acordo com estas fontes, a presidente teria chegado a reconhecer que errou em alguns casos, fazendo uma espécie de "mea-culpa".

Em seguida, a conversa evoluiu para os problemas que estão sendo enfrentados pelo governo com o PMDB. Temer explicou que, como presidente do partido não pode defender qualquer uma das alas da legenda porque ele está completamente dividido. Aconselhou a presidente Dilma a ouvir mais o partido e lembrou que se mantém há 14 anos neste posto de presidente do PMDB porque dialoga e ouve todas as correntes.

Na conversa, Temer aconselhou Dilma e o governo, em geral, a evitar interceder neste conflito que está instalado na Câmara porque ele "pode agravar a crise". O vice presidente disse a Dilma que "deixe o problema entre os deputados com eles porque, se o governo quiser interferir ali pode haver muito problema muito maior". Em seguida, relatou à presidente que já tem deputado dizendo que quer antecipar a convenção e que isso iria "agravar ainda mais a crise". Dilma teria "ouvido atentamente", mas não disse o que pretende fazer. Ao final, os dois construíram "esta fórmula de convivência pessoal e institucional fértil", anunciada por ambos.

Os dois teriam terminado a conversa "aliviados". Mas, o fato é que não há mudanças drásticas nas relações, nem no quadro de convivência. Na verdade, foi selado uma espécie de "acordo de boa convivência".

Após a reunião com Dilma, Temer seguiu para um jantar na casa do senador Eunício Oliveira, líder do PMDB. Dilma, por sua vez, foi para o Palácio do Alvorada, onde se reuniu com os ministros Ricardo Berzoini, Jaques Wagner e José Eduardo Cardozo.

Durante o dia, enquanto Dilma estava em Roraima, entregando casas do Programa Minha Casa Minha Vida, Temer estava em Brasília, onde se reuniu com o novo líder do PMDB na Câmara, Leonardo Quintão, que assumiu o posto de Leonardo Picciani, aliado de Dilma que foi destituído do cargo por seus pares. Temer se reuniu também com um grupo de senadores que está apoiando o processo de impeachment contra a presidente Dilma.

Em rápida declaração na manhã de quarta-feira, Temer considerou "legítima" a escolha da comissão do impeachment por votação secreta, que é considerada inconstitucional pelo governo. Na interpretação do vice-presidente, a decisão foi tomada no exercício legítimo da competência dos parlamentares.

Horas depois da divulgação de detalhes da carta enviada pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), à presidente Dilma Rousseff (PT), na qual lamenta ser "decorativo" e "menosprezado", o assunto ganhou a primeira colocação do Trending Topics no Twitter na manhã desta terça-feira, 8, e até mesmo um perfil na rede social, o @CartaDoTemer. A hashtag #CartaDoTemer liderava, no meio da manhã, os assuntos mais comentados no microblog, batendo até mesmo os relativos à comemoração católica do dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal e da Justiça.

Ainda entre os dez temas mais postados na rede social esteve o #ViceDecorativo, também uma referência à carta de Temer, com variadas provocações ao vice-presidente.

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Já o perfil @CartaDoTemer foi criado logo após o assunto ganhar relevância na imprensa. Com uma foto do vice-presidente, o perfil humorístico contava com 2.200 seguidores no final da tarde desta terça.

Em um dos posts, Temer aparece em uma foto com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a abertura do processo de impeachment contra Dilma e que pode abrir caminho para o vice-presidente assumir o poder, caso ela seja afastada. Acima da foto, o diálogo: "Certas pessoas estão chegando, o que faço?". "Aja naturalmente".

Em outro, dizia: "Hoje no almoço para mim, picadinho. Para certas pessoas, bife tartar com limão siciliano". O perfil ainda deu sua versão sobre o vazamento da carta à imprensa ao publicar uma foto de Temer com Cunha, em que o presidente da Câmara cochicha ao vice a seguinte fala: "Amigo, envie uma cópia oculta pra toda a imprensa e finja que nada aconteceu". De resposta, recebe: "Ok".

O site Sensacionalista também ofereceu nesta terça sua dose de humor ao assunto. Criou uma carta que Temer teria enviado ao Papai Noel: "Ela (Dilma) não me entende, não me consulta. Fez dieta sem conversar com a Marcelinha (mulher de Temer), veja que maldade. Até café frio me serviu". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo atribuiu a derrota no primeiro teste do impeachment à atuação do vice Michel Temer, que comanda o PMDB. Na avaliação do Palácio do Planalto, o clima de rebelião na Câmara dos Deputados piorou com o vazamento da carta escrita por Temer à presidente Dilma Rousseff. A presidente e o vice vão conversar hoje à noite, mas assessores dos dois lados afirmam que a oficialização do "divórcio" é apenas uma questão de tempo.

Nos bastidores, ministros culparam Temer pelo agravamento da crise política e disseram que o gesto dele, rompendo com o governo, funcionou como um gatilho para que alas do PMDB e de outros partidos da base aliada se rebelassem contra Dilma. Menos de 24 horas após a divulgação da carta, o Planalto sofreu um revés na Câmara, quando o plenário aprovou uma chapa majoritariamente contrária a Dilma para a Comissão Especial que analisará o impeachment. À noite, porém, uma liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu essa decisão.

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"Eu não estou rompendo com o governo, mesmo porque sou o vice-presidente. Fiz apenas um desabafo, que já deveria ter feito há muito tempo", afirmou Temer a amigos com quem se reuniu ontem, no Palácio do Jaburu. "Fiquei indignado com o vazamento de uma carta que era dirigida à presidente e a mais ninguém." Na correspondência, Temer se queixou de "menosprezo" e afirmou ter passado os quatro primeiros anos de governo como "vice decorativo".

Após se dizer "perplexa", Dilma enviou dois emissários para conversar com Temer e saber o que poderia ser feito para recompor o relacionamento institucional. O primeiro foi o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, recebido pelo vice após a meia-noite de segunda-feira. Depois foi a vez do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.

No diagnóstico do Planalto, o vice não apenas não vai mover uma palha para ajudar Dilma a enfrentar o impeachment como deixou claro que pretende se juntar ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao dizer que o pedido para o afastamento dela tem "lastro jurídico".

"Quem apertou o botão do impeachment foi o PT, e não o Temer", reagiu Cunha. Depois de muitas idas e vindas, os três deputados do partido no Conselho de Ética decidiram votar contra o presidente da Câmara, acusado de manter contas secretas na Suíça com dinheiro desviado da Petrobrás. Cunha nega as acusações e aponta "perseguição" do Planalto.

Latim

O tom duro da carta de Temer provocou tanta tensão no governo que, ao longo do dia, auxiliares da presidente e do vice se acusaram mutuamente pelo vazamento. "Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidários", escreveu Temer. Ele iniciou a carta com uma expressão em latim ("Verba volant, scripta manent"), que significa "a palavra voa, o escrito permanece".

A ordem no Planalto foi não reagir, mas o governo passou o dia medindo a temperatura da nova crise, com monitoramento das redes sociais. A conclusão foi a de que tanto Dilma quanto Temer saíram perdendo com o episódio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vazamento da carta enviada pelo vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff gerou versões desencontradas entre aliados dos dois ocupantes do Palácio do Planalto. A assessoria do vice divulgou uma nota no Twitter dizendo que Temer se "surpreendeu com o vazamento", já que carta era "confidencial" e foi enviada em "caráter pessoal" à presidente.

Segundo versão de um aliado do peemedebista, Dilma recebeu a carta às 17h34 em seu gabinete e, quando Temer desembarcou em Brasília, por volta das 20h, o conteúdo do documento já era público. O vice escreveu a carta quando ainda estava em São Paulo para cumprir agenda no fim do dia e a encaminhou por e-mail para sua chefe de gabinete enviar à Dilma.

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Para aliados do vice, a divulgação da carta foi vista como um gesto de "deseducação política" da presidente. Já auxiliares de Dilma afirmam que a divulgação do texto não saiu do gabinete presidencial. A análise é de que não faria sentido o Planalto tornar público o conteúdo de uma carta que deixa claro o afastamento entre o vice e a presidente, justo no momento em que ela buscava se aproximar dele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dezesseis governadores que se reuniram com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, divulgaram nesta terça-feira, 8, documento intitulado "Carta pela Legalidade", em apoio ao seu mandato e "contra o acolhimento do pedido de abertura de processo de impeachment".

Antes da divulgação do texto, 15 dos governadores participaram de encontro com Dilma, no Planalto, durante uma hora e meia. Na saída, endossaram que "o processo de impeachment, aberto na última quarta-feira, carece desta fundamentação" porque "não está configurado qualquer ato da Presidenta da República que possa ser tipificado como crime de responsabilidade".

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No encontro, estavam presentes governadores do PT e de partidos da base aliada, como PMDB, PCdoB e PSD. Os três governadores do PSB, cuja bancada do partido na Câmara dos deputados se diz independente e tem adotado uma postura favorável ao afastamento da presidente, também participaram da reunião de apoio à Dilma.

Na carta de apoio à presidente petista, os governadores governistas dizem que compreendem as dificuldades atuais pelas quais o país atravessa e lutamos para superá-las.

"Todavia, acreditamos que as saídas para a crise não podem passar ao largo das nossas instituições e do respeito à legalidade", afirmaram. "Por isso, ciosos do nosso papel institucional, conclamamos o país ao diálogo e à construção conjunta de alternativas para que o Brasil possa retomar o crescimento econômico com distribuição de renda", prosseguem.

Ao condenarem o processo de impedimento, os governadores que apoiam Dilma disseram que "o mecanismo de impeachment, previsto no nosso ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a Constituição".

Após o encontro, a presidente iniciou uma segunda reunião com um grupo maior de governadores, incluindo integrantes do PSDB, como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para tratar sobre o Plano Nacional de Enfrentamento à microcefalia, lançado no último sábado, no Recife.

Neste encontro ampliado, a pauta foi o surto provocado pelo Zika Virus, que já atinge 16 Estados. O governador do Maranhão, no entanto, aproveitou o encontro de todos os governadores para condenar a tentativa de se votar o impeachment contra Dilma no Congresso.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta terça-feira, 8, que não há rompimento entre o PMDB e o governo e minimizou o impacto da carta do vice presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o documento tem "caráter pessoal". Castro afirmou que se sente "absolutamente confortável no cargo". Ele participa no Rio do lançamento da campanha "10 minutos salvam vidas".

Deputado federal eleito pelo PMDB do Piauí, Castro foi nomeado em outubro, na reforma ministerial. Ele entrou na cota da Câmara dos Deputados, num acordo costurado entre Dilma e o líder do partido na casa, Leonardo Picciani. Na carta a Dilma, Temer se queixa de ter sido alijado dessas discussões. Ele diz que, apesar de ser presidente do partido e vice-presidente da República, foi "ignorado" pela presidente.

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"Acho que foi uma carta de caráter pessoal. Devemos nos limitar a respeitar o posicionamento porque só ele pode externar (explicação) por ser o possuidor dessas mágoas que relatou", afirmou o ministro. Castro negou que haja rompimento institucional do partido e lembrou que o PMDB apoia o governo petista "há mais de uma década". "(Temer) não prega rompimento do partido com o governo em nenhum momento. Ele fala da relação pessoal com a presidente, que ele acha que é uma relação que ficou desgastada porque havia desconfiança por parte da presidente".

Perguntado como se sente no cargo, com o "racha" entre Dilma e Temer, Castro se disse "absolutamente confortável". "O PMDB participa do governo, tem papel importante na execução das políticas públicas do governo e não vejo nenhum fato novo, nenhum fato relevante que fizesse com que o PMDB pudesse fazer reflexão para mudar de posição", afirmou. "Não há nenhum fato que justifique a abertura de impeachment".

Horas depois da divulgação de detalhes da carta enviada pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), à presidente Dilma Rousseff (PT), na qual lamenta ser "decorativo" e "menosprezado", o assunto ganhou o Trending Topics no Twitter e até mesmo um perfil na rede social. A #CartaDoTemer liderava, no meio da manhã entre os assuntos mais comentados no Twitter, batendo até mesmo o Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal e da Justiça, cuja data é comemorada nesta terça-feira, 8, pelos católicos.

Ainda entre os dez assuntos mais comentados no Twitter está "Vice Decorativo", também uma referência à carta de Temer. Já o perfil @CartaDoTemer foi fundado há 10 horas, logo após o assunto ganhar relevância pela imprensa. Com uma foto do vice-presidente, o @CartaDoTemer segue a linha bem-humorada de perfis criados pontualmente e já tinha quase 1.000 seguidores às 10h50.

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No último dos 55 posts até agora, Temer aparece em uma foto com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a abertura do processo de impeachment contra Dilma e que pode abrir caminho para o vice-presidente assumir o poder, caso ela seja afastada. Acima da foto, o diálogo: "Certas pessoas estão chegando, o que faço?". "Aja naturalmente".

Começa, nesta terça-feira (10), a campanha dos Correios de cartinhas para o Papai Noel. No Recife, o período de adoção de cartas e recebimento de presentes se inicia na quinta-feira (12).

Realizada há 26 anos, a campanha tem como objetivo responder às cartas das crianças que escrevem ao Papai Noel e presentear aquelas que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Segundo os Correios, nos últimos três anos, foram recebidas 2,9 milhões de cartas para o Papai Noel nos Correios de todo o país. Desse total, 1,9 milhão atendia aos critérios da campanha e quase 80% delas foram adotadas, o que equivale a 1,5 milhão de cartas.

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Funcionamento – A adoção é feita da mesma maneira em todo o Brasil. As cartas enviadas pelas crianças são lidas e selecionadas para serem disponibilizadas em unidades da empresa.

Os presentes são entregues pelos “padrinhos” nos pontos divulgados pelos Correios, para que posteriormente a entrega seja feita pelos carteiros. A entrega direta do presente não é permitida. Em Pernambuco, o ponto de adoção fica na Agência Central dos Correios, na Avenida Guararapes, no centro do Recife. No local, o período de adoção e de entrega vai até 11 e 23 de dezembro, respectivamente. 

Com informações de assessoria

O vazamento de uma carta privada de um grupo de cardeais para o papa Francisco tornou público o conflito na Igreja sobre mudanças na doutrina em relação à família. "O consenso é que alguma coisa tem de mudar, mas nem tudo pode mudar." Esta frase teria sido proferida por um dos 270 bispos e cardeais da Igreja, reunidos no Sínodo sobre a Família, no Vaticano.

O que devia ser uma questão interna veio a público quando o vaticanista Sandro Magister - que antecipara o texto da encíclica Laudato Si', em junho - divulgou o conteúdo de uma correspondência assinada por 13 cardeais, em que manifestam ao pontífice a preocupação com a forma como o encontro seria conduzido, frisando o fato de a comissão redatora do documento final não ter sido escolhida mediante eleição, mas por nomeação, dando a entender que os mais progressistas exerceriam maior influência nas decisões do Sínodo.

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"É um novo Vatileaks. Uma carta privada pertence ao papa. Como pode ser publicada?", questionou o alemão Gerhard Ludwig Müller, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé. Vatileaks é como ficou conhecido o vazamento da correspondência de Bento XVI, em 2012.

Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi esclareceu que a carta era "reservada" e o que foi publicado "não corresponde nem no texto nem nas assinaturas" ao que foi levado ao papa. Ao menos quatro cardeais - Angelo Scola, André Vingt-Trois, Mauro Piacenza e Péter Erdö -, citados na versão publicada, desmentiram ser signatários.

Já o conservador George Pell, titular da Secretaria de Economia, disse que assinou a carta, mas observou que o conteúdo divulgado "não corresponde". A carta publicada pelo jornalista adverte que o atual sínodo "enevoa" o ensinamento sobre o matrimônio, ao falar de acesso a sacramentos para divorciados, e há risco de a Igreja Católica enveredar pelo caminho protestante "liberal". O sul-africano Fox Napier também admitiu a existência da carta, mas disse retirar sua assinatura, ao ver o texto divulgado. O texto é datado do dia 5, o que explicaria uma frase do papa aos padres sinodais que não havia ficado clara. Francisco falou em "hermenêutica da conspiração" e pediu confiança "entre uns e outros".

Repercussão

"Isso é algo comum dentro da Igreja: que um bispo ou um grupo envie uma correspondência ao papa, de forma privada, sobre algumas coisas que eles não consideram bem encaminhadas", comenta Francisco Borba Ribeiro Neto, coordenador do Núcleo Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). "Em termos eclesiais, seria preocupante se as críticas tivessem sido feitas de forma pública." Sobre a oposição a Francisco, diz que "isso já era esperado". "O problema é onde a coisa vai terminar. Há dois grupos reacionários às mudanças: os conservadores e os ultraprogressistas. Ambos acabam minando a possibilidade de mudança gradual e segura em questões da Igreja."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao filho do jurista Hélio Bicudo, um dos signatários do principal pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff protocolado na Câmara dos Deputados, afirmando que pensou em processar o jurista, mas que desistiu por respeito à sua família. "Nos últimos anos, tenho recebido em silêncio os sucessivos ataques do doutor Hélio Bicudo, pontuados de rancor", diz um trecho. "Eu até pensei em tomar medidas judiciais a propósito dessas injúrias. Mas não o farei em atenção a você e a seus familiares. Eu e seu pai somos cristãos e ele tem consciência de que Deus sabe que ele está mentindo."

Em entrevista ao Roda Viva, nesta semana, Bicudo afirmou que Lula enriqueceu de forma ilícita e "se corrompeu e corrompe a sociedade brasileira como ela é hoje através da sua atuação como presidente da República".

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A carta de Lula é uma resposta a José Eduardo Pereira Wilken Bicudo, que, em recente entrevista, se posicionou contrário ao pai e afirmou que o jurista, de 93 anos, estaria sendo usado por interessados em derrubar a presidente. O jurista foi candidato a vice de Lula em sua primeira disputa eleitoral, para o governo de São Paulo, em 1982. Depois disso, foi deputado federal pelo PT e ocupou vários cargos na sigla, tendo sido vice-prefeito e secretário de Assuntos Jurídicos de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo. Seu rompimento com o partido ocorreu em 2005, após a divulgação do caso do mensalão.

Lula cita sua longa convivência com Bicudo e destaca que, apesar de hoje divergirem sobre alguns temas, é preciso manter o "respeito e consideração pelas pessoas". "Espero que as deliberadas injustiças que o doutor Hélio Bicudo hoje comete não ofusquem a contribuição que ele já deu ao Estado de Direito no nosso País", diz. "Mas a calúnia rancorosa e sua exploração pela imprensa servem para nos alertar sobre a necessidade de limites morais na disputa política", completa.

Apesar de ressaltar a importância da trajetória de Bicudo, Lula diz que o jurista "ultrapassou todos os limites" ao atacar "frontalmente minha honra pessoal e fez acusações caluniosas, ofensivas e desprovidas de qualquer fundamento". "Diante desses ataques, não posso permanecer calado, em respeito à minha família, aos meus companheiros e aos que sempre compartilharam conosco a luta por um Brasil melhor e mais justo."

O ex-presidente diz que o atual comportamento de Bicudo faz com que ele "se apequene". "São infâmias proferidas por uma pessoa que, no passado, destacou-se pela defesa da lei e da verdade. E que tristemente se apequena aos olhos do presente e do futuro."

O líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Sílvio Costa Filho (PTB) emitiu nesta sexta-feira (19) uma carta ao Governo do Estado pedindo a ampliação da Lei Ordinária que institui o Passe Livre Estudantil. No documento, o petebista sugere ao governador Paulo Câmara (PSB) que amplie a ação para outros alunos como os da Universidade Federal (UFPE) e do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). 

Confira a carta de Sílvio Costa na íntegra:

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Excelentíssimo Sr. Governador de Pernambuco, Paulo Câmara

O Governo do Estado apresentou um projeto de lei ordinária de número 278/2015, que institui o Passe Livre para os estudantes cotistas da Universidade de Pernambuco (UPE), que estudam e moram na Região Metropolitana, e alunos da rede estadual de ensino. O projeto, aprovado na Assembleia Legislativa de Pernambuco, contou com o nosso voto favorável. 

Quero contudo sugerir ao Excelentíssimo Sr. Governador que inclua no projeto estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), alunos do Programa Universidade Para Todos (PROUNI) e Programa de Financiamento Estudantil (FIES).

Com a proposta, queremos ampliar o benefício para todos os estudantes cotistas nestas instituições, além das entidades já previstas no Projeto de Lei Original. A aplicação de tal medida evitará que iguais sejam tratados de forma diferente, dando ao conjunto destes estudantes um tratamento mais democrático e igualitário.

Ciente de sua atenção e profunda reflexão sobre a proposta, colocamo-nos à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários.

atenciosamente,

Deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB)

 

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