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O indicado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, ouviu nesta quarta-feira uma queixa comum entre políticos: de que a Corte deveria ter menos decisões monocráticas. Quem tocou no assunto foi o senador Marcelo Castro (MDB-PI).

Zanin encontrou-se com a bancada do MDB, mais uma parada de seu périplo para garantir votos no Senado. Castro participou da conversa.

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"Aproveitei a oportunidade para falar com o ministro Zanin dessa questão das decisões monocráticas do Supremo Tribunal Federal", declarou o senador a jornalistas. "O que a gente quer dizer? Quando for tomar uma decisão contra um Poder, que essa decisão seja colegiada e não seja decisão de um só ministro. Porque, entendemos nós, que é muito poder concentrado numa só pessoa", disse ele.

"Citei um exemplo. Aqui no Congresso fizemos uma luta muito grande pela divisão democrática dos royalties do petróleo. Aprovamos na Câmara, aprovamos no Senado, o presidente Lula vetou. Depois aprovamos no Senado, aprovamos na Câmara, a presidenta Dilma vetou. Nós derrubamos o veto, naquele tempo era difícil derrubar um veto presidencial, a lei entrou em vigor e a ministra Cármen Lúcia deu uma decisão liminar suspendendo a vigência da lei. Essa decisão liminar tem 10 anos", declarou Marcelo Castro.

A reunião de Zanin com os senadores do MDB foi na sala da liderança do partido, próxima ao gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Os 10 emedebistas devem votar a favor do indicado de Lula.

Há pouca resistência ao nome de Zanin no Senado. Agrada ao mundo político o perfil anti-Lava Jato do advogado e sua discrição. Nas conversas, ele também tem indicado que será acessível aos senadores depois de aprovado pela Casa.

As conversas individuais e com bancadas são um rito informal, mas politicamente indispensável. Ele precisa passar por sabatina da Comissão de Constituição e Justiça, marcada para a próxima quarta, dia 21, e ser aprovado pelo plenário da Casa com no mínimo 41 votos - há 81 senadores no total.

Nesta quarta, o advogado já esteve com a bancada do PT e com os senadores Romário (PL-RJ) e Tereza Cristina (PP-MS). Saindo da sala do MDB, foi para o gabinete de Alan Rick (União Brasil-AC).

Nas próximas horas ele deve se reunir com Jayme Campos (União Brasil-MT), Eduardo Girão (Novo-CE), Confúcio Moura (MDB-RO) e Ivete da Silveira (MDB-SC).

Há conversas marcadas com Carlos Viana (Podemos-MG) e Esperidião Amin (PP-SC) para quinta-feira. Na terça, Zanin também teve uma maratona de reuniões em gabinetes de senadores.

O relator do Orçamento de 2023, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou há pouco que o orçamento secreto será realocado nas emendas de comissão. "Como as emendas de comissão são de caráter nacional, vamos dar preferência a elas", disse horas após o Supremo Tribunal Federal decretar a inconstitucionalidade da RP-9. O senador destacou que vai precisar readequar seu parecer, que pretende ver votado na quarta-feira, 21, na Comissão Mista de Orçamento e, se possível, no plenário do Congresso no mesmo dia.

"O Executivo mandou R$ 19,4 bilhões para serem alocados em RP-9. Como o STF considerou inconstitucional, houve reserva, temos que realocar em algum lugar. Não posso colocar onde quiser, só onde houver emenda, de bancada ou de comissão. A maioria dos recursos de RP-9 são alocados na saúde e educação. Vamos continuar fazendo assim. Como as emendas de comissão são de caráter nacional, vamos dar referência a elas, da Câmara e do Senado", afirmou o senador ao deixar uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no fim da tarde.

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Ele explicou que, só pode destinar o valor das emendas de relator "para onde houver demanda" e, por isso, só haveria a possibilidade da realocação acontecer nas emendas de comissão ou de bancada, ressaltando que a opção pela segunda deve-se a uma questão de distribuição. "Se formos priorizar emendas de bancada (para realocar RP-9), fica desigual; vai atender bancada de um estado, não atende de outro".

O senador destacou ainda que vai se reunir com sua equipe ainda hoje para debater as alterações que precisará fazer em seu parecer do Orçamento e que a realocação do orçamento secreto é a principal delas. Mas, embora discorde da decisão do STF, deu o assunto por encerrado: "Decisão do Supremo não se discute, se cumpre; RP9 não existe mais, vamos tocar vida pra frente. Estamos em um país democrático em que última palavra é do Supremo, até para errar", afirmou.

Castro sugeriu que o Congresso foi pego de surpresa com o resultado do julgamento da Suprema Corte que colocou fim ao orçamento secreto. "Quando ministro Ricardo Lewandowski diz que a resolução seria considerada, ficamos na expectativa de que ele seria favorável à RP-9", disse, referindo-se ao projeto de resolução aprovado pelos parlamentares por ampla maioria na sexta, 16. A proposta estabeleceu critérios de distribuição proporcional da emenda de relator, mas não avançou sobre a questão da transparência, considerado um dos principais entraves do tema. Agora, com o fim da RP-9, a medida perde objeto.

Aliado do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o senador também afirmou que o petista não teve influência sobre a votação do STF, mas admitiu que o resultado pode gerar uma "reação" na votação da Proposta de Emenda à Constituição da transição na Câmara, agendada para terça-feira, 20. Ele, contudo, disse preferir manter o otimismo e previu a aprovação da PEC ainda amanhã no plenário da Casa.

Ainda sobre decisões do STF e impactos no Congresso, Castro disse que a medida do ministro Gilmar Mendes, que estabeleceu, na noite de ontem, que os pagamentos do Bolsa Família não estão limitados ao teto de gastos, não interfere na votação da PEC e só terá importância caso a proposta não seja aprovada pela Câmara.

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) tem reuniões deliberativas marcadas para esta terça-feira (20), em três horários: às 10h, às 14h e às 16h. Logo antes, às 9h, haverá reunião do Colegiado de Lideranças Partidárias com assento na CMO.

O relator-geral do Orçamento de 2023 (PLN 32/2022), senador Marcelo Castro (MDB-PI), vai apresentar a versão final do seu relatório. Em sua conta no Twitter, Marcelo Castro afirmou que “decisão do Supremo, não se discute. A gente cumpre”, em referência à decisão do STF de considerar como inconstitucional as emendas de relator. Segundo o senador, “emenda de relator é assunto do passado”. Ele completou: “no orçamento, os recursos dessas emendas serão distribuídos para as emendas de Comissão, cumprindo o que foi determinado pelo STF. Vamos em frente!”.

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A Comissão também vai votar a atualização da parte que trata de obras e serviços com indícios de irregularidades graves. Ainda constam da pauta a prestação de contas dos anos de 2014 e 2015, da ex-presidente Dilma Rousseff; do ano de 2017, do ex-presidente Michel Temer; e dos anos de 2020 e 2021, do presidente Jair Bolsonaro.  TCU A Comissão ainda vai analisar uma série de prestações de contas do Tribunal de Contas da União (TCU), dos anos de 2011 a 2019.C

Conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar 101, de 2000), o TCU precisa enviar à CMO a prestação de contas de cada ano, composta pelo relatório de gestão e pelos relatórios descritivos e sintéticos dos programas e ações desenvolvidas ao longo do exercício. Trata-se de uma forma de controle externo sobre a Corte de Contas. Há 12 anos, o TCU não enviava suas prestações de contas para a CMO.

Em um dos relatórios referentes a esse tipo de controle, o deputado Felipe Francischini (União-PR) pede informações ao TCU sobre a concessão de benefícios a ministros e servidores do tribunal no ano de 2021. “Há indícios da instituição, em 2021, de ressarcimento de gastos de caráter nitidamente pessoal, diretamente relacionados à moradia de membros do TCU”, cita o deputado. 

*Da Agência Senado

O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), entregou seu parecer preliminar sobre o projeto orçamentário (PLN 32/22) com uma reserva de R$ 1,5 bilhão para atendimento de emendas parlamentares não impositivas. O relatório preliminar deve ser votado amanhã na Comissão Mista de Orçamento. 

A reserva foi obtida por meio de um cancelamento linear de despesas discricionárias de 1,3% do total previsto no projeto. Despesas discricionárias são aquelas de custeio e investimentos. O relator propôs que fossem atingidas as que tivessem valor superior a R$ 1 milhão suportadas por recursos não vinculados a gastos específicos. 

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A maior parte será distribuída aos 16 relatores setoriais do Orçamento, ou R$ 825 milhões. Outros 25% ficarão com as emendas de bancadas estaduais, 20% com o relator-geral e 15% para as emendas das comissões permanentes. 

O projeto já reserva R$ 11,7 bilhões para as emendas individuais impositivas, R$ 7,7 bilhões para as de bancadas estaduais e R$ 19,4 bilhões para as emendas do relator-geral.  Houve uma receita extra de R$ 1,2 bilhão indicada no relatório de Receita por causa do restabelecimento da arrecadação da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine). Mas esse valor, por causa do teto de gastos, só pode ser usado para abater a dívida pública. 

Menos dinheiro No relatório preliminar, Marcelo Castro expõe as fragilidades do Orçamento de 2023, relacionando, por exemplo, 14 ações do Ministério da Educação que estão com redução superior a 50% entre o projeto de 2022 e o do ano que vem.  Outro exemplo são os recursos para habitação que contam com apenas R$ 82,3 milhões no texto. O valor é menos de 1% da média verificada entre 2012 a 2016.  De maneira geral, as despesas discricionárias para 2023 tiveram redução de 36% em relação à proposta de 2022.

Também já é conhecida a deficiência de recursos para o Auxílio Brasil de R$ 600, a baixa reserva para atendimento de reajustes salariais dos servidores públicos, o acúmulo das despesas com sentenças judiciais e o impacto das leis de apoio à cultura.

Como risco fiscal foi citada a judicialização, pelos estados, da mudança do ICMS sobre combustíveis e outros serviços essenciais. Liminares já concedidas impactam o que a União tem a receber dos estados.

*Da Agência Câmara de Notícias

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) entregou, na manhã desta terça-feira (29), o relatório preliminar ao Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2023 (PLOA 2023), segundo informa a secretaria da Comissão Mista de Orçamento do Congresso (CMO). Com isso, parlamentares poderão apresentar emendas ao parecer até o meio-dia desta terça.

O próximo passo da tramitação do Orçamento de 2023 é a votação do parecer preliminar na CMO, o que deve ocorrer em breve. Depois, vem a votação dos relatórios setoriais e, por último, do parecer final, que precisará passar também no plenário do Congresso.

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A expectativa é de que o Orçamento do ano que vem seja aprovado até 16 de dezembro. Antes, deve avançar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição negociada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para retirar o Bolsa Família do teto de gastos.

O PLOA de 2023 prevê R$ 105 bilhões em recursos para o programa social, dentro do teto. Se o Bolsa Família ficar fora das regras fiscais, esse montante poderá ser direcionado para outras áreas dentro do Orçamento, como para o aumento real do salário mínimo e programas como o Farmácia Popular e o Minha Casa, Minha Vida, além da merenda escolar, como o PT quer.

A PEC da Transição, ou do Bolsa Família, já foi protocolada no Senado, mas aguarda obter a assinatura de ao menos 27 senadores para poder começar a tramitar na Casa.

Também autor da matéria, Marcelo Castro disse mais cedo ter certeza de que conseguirá as assinaturas necessárias até o final da manhã. Pouco antes do fechamento deste texto, já havia 19 apoios formalizados à PEC.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) disse, nesta terça-feira (29), ter certeza de que até o final da manhã conseguirá as 27 assinaturas necessárias para dar início à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que tira o Bolsa Família do teto de gastos. A matéria foi protocolada na segunda-feira no Senado e teria conquistado 18 assinaturas.

Castro disse que os outros apoios ainda não foram conquistados só pelo fato de ter estado em reuniões na segunda até tarde com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o que impediu os contatos com os parlamentares.

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"Vamos telefonar para senadores e vamos ter as assinaturas até final da manhã", disse ele, em entrevista à Globonews. "Não tenho dúvida de que rapidamente conseguiremos as assinaturas", reforçou, acrescentando que "em princípio, ninguém é contra a PEC".

De acordo com o regimento interno do Senado, toda PEC precisa ser assinada por um terço dos senadores - 27. Só então, é feita uma leitura protocolar no plenário da Casa e a proposta é automaticamente despachada para a Comissão de Constituição e Justiça, primeira parada de tramitação da proposta e onde pode ser posta em votação após cinco dias. Lá, cabe ao presidente do colegiado definir quando ocorrerá a apreciação. A regra determina que isso ocorra em um prazo de até 30 dias.

Castro, que é autor da PEC e também o relator do Orçamento de 2023, repetiu que a relatoria da proposta deve ficar ou com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a CCJ do Senado e tem a prerrogativa de avocar a relatoria para si -, ou com Alexandre Silveira (PSD-MG), outro cotado para a função.

O senador ponderou que "haverá negociações e chegaremos a bom termo" em torno da PEC, sobretudo nos dois pontos mais sensíveis das discussões: o prazo de vigência de excepcionalização dos gastos fora do teto e o valor final extrateto a ser definido.

Pelo texto apresentado, a PEC exclui do teto de gastos - por um período de 4 anos - todo o custo do Auxílio Brasil de R$ 600 mais a parcela de R$ 150 por filho menor de 6 anos, o que representa R$ 175 bilhões.

Além disso, a PEC retira do teto R$ 23 bilhões para investimentos, valor que será bancado pelo excesso de arrecadação no ano anterior.

Também ficam de fora do teto os gastos com projetos socioambientais e aqueles das universidades públicas bancados por receitas próprias, doações ou convênios.

O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), informou que protocolou no Senado a chamada PEC da Transição. O texto retira do limite do teto de gastos do setor público o custo do Auxílio Brasil de R$ 600 mais a parcela de R$ 150 por filho menor de 6 anos. A proposta, entretanto, coloca um limite de quatro anos para a medida, ou seja, até 2026.

“Tendo em vista o pouco tempo que temos para aprovarmos a PEC e por ela ser absolutamente indispensável para a governabilidade do País no próximo ano, vamos fazer os ajustes necessários para a aprovação durante a tramitação da proposta”, explicou o senador.

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O texto, porém, diz que a despesa, de R$ 175 bilhões, só não impactará o resultado primário do governo em 2023. Assim, a partir de 2024, o gasto entraria na conta que apura se as receitas de impostos superaram as despesas ou não. Quando há superação, a dívida pública pode ser reduzida.

A PEC também retira do teto de gastos, de forma permanente, um valor correspondente ao excesso de arrecadação verificado no ano anterior, total que será usado para despesas com investimentos. Mas esse total não poderá ultrapassar 6,5% do excesso de 2021, ou R$ 23 bilhões.  Também são retiradas do teto as despesas com projetos socioambientais ou relativos às mudanças climáticas custeadas por doações; e as despesas das universidades públicas custeadas por receitas próprias, doações ou convênios. 

O senador Marcelo Castro ficará responsável por fazer emendas que atendam as solicitações do governo eleito em relação ao espaço fiscal que será aberto no Orçamento de 2023. É que o Orçamento já tinha R$ 105 bilhões reservados para o Auxílio Brasil no valor de R$ 400. Com a retirada da despesa do teto, parte ou todo esse valor poderá ser usado para atender demandas urgentes como reajuste da merenda escolar e recomposição do programa farmácia popular.

O senador Marcelo Castro disse que espera a aprovação rápida da PEC para que seja possível alterar logo o texto do projeto do Orçamento de 2023 (PLN 32/22).  A PEC foi protocolada na Secretaria Geral da Mesa do Senado. As assinaturas estão sendo incluídas pelo sistema, de forma on-line e, somente após as 27 assinaturas, a PEC receberá uma numeração. 

*Da Agência Câmara de Notícias

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023, afirmou nesta segunda, 28, que o encontro deste fim de tarde com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva é uma reunião política para discutir a eventual participação do MDB no próximo governo.

"Vamos discutir a participação política do MDB", afirmou o parlamentar, que veio ao encontro representando o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), que está em viagem. O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, também participa. Pelo lado do PT, estão Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

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O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), rebateu mais uma vez as críticas à PEC da Transição, da qual ele é um dos articuladores. A proposta prevê excepcionalizar os recursos do novo Bolsa Família do teto e abrir um espaço de R$ 105 bilhões no Orçamento para saúde, educação e investimento público.

"(A PEC) Não é cheque em branco, não é farra de gastança. São ações que sem as quais o País não funciona", disse o parlamentar. Para ele, o Orçamento enviado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) é "absolutamente inexequível". "Estou preso com relação ao Orçamento da União porque fico na dependência da PEC".

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Castro voltou a dizer que o consenso da PEC deve ocorrer até terça-feira (29) e reconheceu que a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília esta semana ajudará nas negociações.

Ao comentar sobre valores e da forma como o mercado reage aos montantes em debate, Castro relembrou cálculos feitos pelo ex-ministro Nelson Barbosa de que não representaria uma expansão fiscal adicionar R$ 136 bilhões de gasto em 2023, mas que há cálculos alternativos mostrando que esse espaço poderia chegar a R$ 150 bilhões se for mantida a lógica de 19% do Produto Interno Bruto (PIB) destinado às despesas orçamentárias.

"Se nós colocarmos os mesmos 19% para o PIB 2023 evidentemente não haveria motivo para o mercado estranhar tanto. E esses 19% corresponderiam a R$ 136 bilhões. Alguns assessores fazem cálculos usando os 19% que chegariam a R$ 150 bilhões. A equipe de transição propõe R$ 175 bilhões. Então, não são números tão díspares, tão distantes que se possa ter um impacto no mercado diferente do que já tem hoje", afirmou.

O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou na noite desta quarta-feira, 16, que a maior dificuldade em relação à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) negociada para viabilizar as promessas de campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva no Senado não é a tramitação, mas sim chegar a um consenso de qual o texto ideal entre os parlamentares. Uma sugestão de texto foi apresentada hoje pela equipe do governo de transição no Congresso.

"Queremos aprovar essa PEC antes de findar o mês de novembro, para que ela possa ir para a Câmara dos Deputados", disse em entrevista coletiva. "O mais difícil no Senado não é a tramitação, é chegar a um entendimento de qual seria o texto mais adequado", acrescentou, sinalizando que é possível até que o texto seja analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa no mesmo dia pela manhã e no plenário pela tarde.

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Castro destacou que o texto apresentado pela equipe da transição hoje é apenas uma "sugestão", e que o texto da PEC será apresentado pelo Senado. "Quero que todos tenham compreensão que essa PEC será proposta pelo Senado, vamos pegar sugestões que a equipe nos trouxe, negociar internamente com as lideranças do Senado até chegarmos a um entendimento", disse. O parlamentar afirmou ainda que será o primeiro signatário da proposta, o que lhe dará a autoria da PEC, e que as demais assinaturas só serão recolhidas quando houver segurança do texto ideal.

O relator do Orçamento Geral da União, senador Marcelo Castro (MDB-PI), deverá receber nesta terça-feira o texto da PEC Emergencial. Segundo ele, a proposta vai listar as prioridades e o custo a ser excluído do Teto de Gastos. Entre as promessas de campanha estão o Auxílio Brasil de R$ 600, um complemento de R$ 150 por criança menor de 6 anos e o reajuste maior do salário-mínimo. 

Transcrição 

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O vice-presidente da República eleito, Geraldo Alckmin, deverá entregar nesta terça-feira ao relator do Orçamento Geral da União de 2023, senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, a lista com as prioridades do novo governo e o seu custo. Entre elas está o Auxílio Brasil de R$ 600, que ainda precisa de R$ 52 bilhões para continuar a ser pago a partir de janeiro do ano que vem.

Marcelo Castro reforçou que caberá à equipe de transição decidir o que será incluído na PEC Emergencial, que vai excluir do teto de gastos essas despesas futuras. Entre as promessas de campanha estão um complemento de R$ 150 por criança menor de 6 anos cuja família receba o Auxílio Brasil e o reajuste maior do salário-mínimo. 

Marcelo Castro lembrou ainda que falta dinheiro para a merenda escolar, o Farmácia Popular, a saúde indígena e investimentos em obras de infraestrutura. Exatamente por isso, a palavra final sobre as prioridades será da equipe de transição, que estima um gasto extra de R$ 200 bilhões.   

 Ficou decidida só a forma, que será através de uma PEC chamada de PEC da Transição para excepcionalizar esses gastos do teto porque não cabem. Não tem como colocar essas demandas debaixo do teto. E de quanto será isso? Não sabemos. As assessorias e o novo governo vão se debruçar exatamente o que eles querem e o quanto isso vai implicar.   

O senador eleito, Wellington Dias, do PT do Piauí, que integra a equipe de transição, confirmou a necessidade da PEC Emergencial para retirar as prioridades do governo do teto de gastos. 

  Vai seguir tramitando a Lei Orçamentária, nela a equipe técnica vai se debruçar até terça-feira, aí sim, para tecnicamente quantificar o valor necessário em cada ponto crítico, em cada ponto que tem origem insuficiência para garantir as condições de execução em 2023. Ao mesmo tempo a proposta de uma emenda à Constituição, que cria uma excepcionalidade para garantir os recursos necessários.   

Geraldo Alckmin já avisou que a PEC Emergencial terá um valor definido para evitar resistências do Congresso Nacional a um eventual cheque em branco e para atrair a confiança dos investidores que saberão quanto o governo eleito pretende gastar. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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  *Da Agência Senado

O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), adiantou nesta quinta-feira (1º), que a proposta ficará parada até o resultado das eleições deste ano. "Não temos carta na manga. Faremos tudo de maneira transparente, dialogando com a sociedade, com o Banco Central, com o TCU e o STF. Faremos da forma mais responsável que pudermos. O relatório não sairá da minha cabeça, mas de um consenso dentro da Comissão Mista de Orçamento (CMO)", afirmou.

Segundo Castro, o presidente e sua equipe econômica terão participação importante na confecção do Orçamento de 2023. "Antes das eleições, o Orçamento ficará parado. Nada vai acontecer. A nova equipe econômica vai interagir com o relator e os líderes partidários", garantiu.

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Auxilio Brasil

O relator-geral questionou a promessa do presidente da República, Jair Bolsonaro, em continuar com o pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil em 2023, sendo que a proposta orçamentária prevê o retorno dos benefícios para R$ 400 mensais.

"Ele diz que vai continuar com esse valor no ano que vem, mas não propõe. Fica parecendo um discurso de candidato. Quem não é governo promete, e quem governo não precisa prometer, propõe. O Legislativo está aqui para dialogar", avaliou o parlamentar.

MP extraordinária

Marcelo Castro avaliou que o presidente que sair eleito das urnas poderá decidir até mesmo por Medida Provisória no começo do próximo ano uma autorização extraordinária - fora do teto de gastos - para um pagamento maior do Auxílio Brasil. Tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto o presidente Jair Bolsonaro prometem manter o benefício em R$ 600 em 2023, mas a proposta orçamentária enviada ao Congresso tem espaço fiscal para pagamentos mensais de apenas R$ 400.

"O presidente eleito pode invocar a urgência e a relevância da situação. Mas tem que tirar do teto. Porque do que jeito que estamos, com as discricionárias achatadas, não há espaço para acrescentar mais despesa no orçamento. Honestamente falando, é isso daí", afirmou o parlamentar. "O Auxílio de R$ 400 está no teto. O extra de R$ 200 é que o governo precisa encontrar uma solução", completou.

Castro repetiu que sua expectativa era de que o governo já enviasse o PLOA de 2023 com uma proposta factível para o Auxílio Brasil em maior valor. "Foi uma surpresa para nós o governo não ter mandado Auxílio Brasil de R$ 600 para Congresso, porque Lula e Bolsonaro prometem isso. Senão essa promessa dos R$ 200 não fica crível. Fica a dúvida sobre o que impede Bolsonaro de propor", reafirmou.

Castro avaliou ainda que a reforma mais importante no momento é a tributária, que já tramita no Parlamento.

Tabela do IR

O relator-geral do Orçamento de 2023 avaliou que a falta de uma correção na tabela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF) desde 2015 traz um achatamento muito grande aos assalariados.

Ele lembrou que a correção da tabela do IRPF foi uma das promessas "mais enfáticas" de campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018, mas nenhuma proposta foi enviada pelo atual governo. "Ora, se o assalariado já está sem reajuste e a tabela do IRPF não é corrigida, isso provoca evidentemente uma perda no poder de compra da classe trabalhadora", completou.

Combustíveis

O relator-geral do Orçamento de 2023 adiantou que a proposta de continuar com a redução de impostos federais sobre combustíveis em 2023 será bem recebida pelo Congresso.

"O governo propõe continuar esse subsídio em 2023 e achamos correto isso aí. O preço dos combustíveis está elevado e a medida pode aliviar a classe média, é justo", avaliou Castro.

Reajuste a servidores

O senador se comprometeu a "dar o melhor de si" para equacionar o reajuste de servidores no próximo ano, que qualificou como "grave problema". "Grande parte dos servidores, sobretudo do Executivo, não tem reajuste desde 2017. Esse acumulado gira em torno de 30% e o Executivo propõe um reajuste de menos de 5%. O Judiciário propõe um reajuste de 18% em dois anos, 9% em 2023 e 9% em 2024", afirmou.

Castro lembrou que os servidores do Judiciário e Legislativo já ganham melhores salários. "Nosso objetivo é aprofundar na análise para que o servidor do executivo, que ganha menos, possa ter um reajuste próximo do Judiciário e do Legislativo, de 9% no próximo ano", adiantou.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) informou nesta terça-feira (11), por meio do seu gabinete, que está com Covid-19. O resultado saiu na segunda-feira (10). Segundo nota oficial, o senador tem sintomas leves e está em isolamento. Ele também tomou todas as doses de vacina e atribui a isso o seu quadro moderado da doença. 

"Estou medicado e, graças à vacina, tenho sintomas leves. A pandemia não acabou, e precisamos estar atentos para controlar o avanço da doença com vacinação completa da população, inclusive de crianças entre 5 e 11 anos, distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel", recomenda o senador na nota. 

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*Da Agência Senado

Com a apresentação, no domingo (7), do relatório final do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020 (PLN 5/2019), o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse acreditar que a proposta deve ser votada nos próximos dias, antes do prazo constitucional de 17 de julho. O relatório é do deputado Cacá Leão (PP-BA).

Em entrevista à Rádio Senado, o senador afirmou que a LDO poderá ser votada nesta semana na CMO e em sessão do Congresso assim que o presidente Davi Alcolumbre convocá-la. Castro reforçou que, mesmo com os deputados concentrados na aprovação, no Plenário da Câmara, da reforma da Previdência (PEC 6/2019), é possível aprovar a LDO na CMO.

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“São assuntos complexos, mas uma coisa não interfere na outra. Porque a CMO vota muitas matérias por consenso. É uma comissão que só funciona se houver muita compreensão, muito diálogo. Até agora nós estamos cumprindo todos os prazos, desde que iniciamos, e acredito que tudo transcorra com normalidade”, afirmou.

Marcelo Castro explicou que o relator Cacá Leão analisou as emendas individuais dos parlamentares durante o fim de semana para que a comissão pudesse ficar livre para analisar o relatório já nesta semana.

Regra de ouro

Segundo o presidente da CMO, a maior dificuldade da comissão foi a aprovação do PLN 4/2019 (transformado na Lei 13.843, de 2019), que quebrou a chamada “regra de ouro” — proibição à União de se endividar para custear despesas correntes. O PLN autorizou um crédito no valor de R$ 248,9 bilhões para o governo pagar benefícios previdenciários, Bolsa Família e Plano Safra, entre outros. O texto foi aprovado com unanimidade pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.

“Foi a primeira vez que ocorreu na nossa história, depois do Advento da Constituição de 1988, a gente quebrar a regra de ouro. Era importante para os aposentados do INSS, para o Bolsa Família, para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e para o Plano Safra, então era uma causa muito nobre. Todos se sensibilizaram, fizemos amplos debates, mas no final tudo ocorreu dentro do esperado”, declarou.

 

*Da Agência Senado

 

O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) afirmou nesta quinta-feira (14) que o Palácio do Planalto atuou para derrotá-lo na disputa pela presidência da Câmara. Segundo ele, seu nome foi lançado na sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou na quinta-feira da semana passada, para unir seu partido, que tem a maior bancada da Casa - 66 parlamentares.

O deputado disse que faltou "lealdade". Para Castro, no entanto, o Planalto fez pressão sobre os peemedebistas a fim de que votassem em outro candidato. "É porque eu fui ministro da Dilma (Rousseff), votei contra o impeachment e tinha o apoio do PT", disse o peemedebista em referência à presidente afastada. No primeiro turno da votação, realizada anteontem, Castro obteve 70 votos e ficou em terceiro lugar.

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Castro lamentou o fato de ter sido derrotado, apesar da votação interna que definiu uma candidatura para, segundo ele, unificar o PMDB. "Eu poderia ser candidato avulso, mas preferi me submeter ao partido, porque é o maior da Câmara. Esperava superar as dificuldades e criar uma unidade para irmos atrás de outros apoios", afirmou o parlamentar.

'Medo'

O deputado disse também que perdeu apoios porque o governo interino de Michel Temer teria mobilizado ministros para pedir, em cada gabinete, que os parlamentares não votassem no candidato do PMDB. "O Planalto não poderia parecer enfraquecido. A minha candidatura não era do Planalto. O Planalto nem sabia da minha candidatura. Acho que ficaram com medo de eu ser eleito com o apoio do PT. São coisas que acontecem na política", disse.

"(A articulação do Palácio do Planalto) Atrapalhou a minha ascensão, mas político é acostumado com essas coisas. O PMDB me magoou, porque, se eu tinha direito de ser candidato, não precisava do partido, mas me submeti ao partido para disputar os votos do partido. Fiz isso aceitando as regras do jogo. Acho que faltou lealdade", afirmou Castro.

Dúvida

O deputado questionou ainda a necessidade de uma votação na bancada: "Para que essa submissão ao partido? O problema é que eles não aguentaram a pressão do Planalto e me tiraram o apoio", afirmou.

Castro disse que teria ido para o segundo turno com Rogério Rosso (PSD-DF), representante do Centrão, mas as manobras acabaram dando votos a Rodrigo Maia (DEM-RJ).

"O que prevíamos acontecer é o que aconteceu com o Rodrigo Maia, os votos foram descarregados nele, como seriam em mim, contra Rosso. Estão todos contra o Centrão, que ficou estigmatizado", disse o peemedebista, que, no entanto, destacou o perfil conciliador do deputado federal do DEM. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após pressão de líderes partidários, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), voltou atrás da decisão de transferir para as 19h desta quarta-feira (13) a sessão em que será eleito o novo presidente da Casa. A sessão foi adiantada para as 17h30.

A alteração para as 19h favorecia a intenção do governo de costurar uma candidatura única ou mesmo um número menor de candidatos da base aliada. A informação foi divulgada há pouco pela Secretaria-Geral da Mesa. Com isso, não há mais possibilidade de se retirar as candidaturas. Até o momento estão confirmadas quatro desistências: Heráclito Fortes (PSB-PI), Maria do Rosário (PT-RS), Beto Mansur (PRB-SP) e Fausto Pinato (PP-SP). Continuam na disputa 14 deputados.

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Ontem (12), o presidente interino Michel Temer se reuniu à noite por quase duas horas com os ministros do seu núcleo político, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). A orientação dada pelo governo foi procurar os presidentes dos partidos da base aliada para que convençam alguns deputados a retirar seus nomes da disputa.

"Fizemos papel de bobo. Três meses trabalhando arduamente e não vamos votar o relatório, que já está pronto há 20 dias. O relatório era só 99% do que ele (Eduardo Cunha) queria. Mas ele queria 100%." Foi assim que o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) definiu a forma como o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no auge do seu poder, em maio de 2015, decidiu com os líderes ignorar o relatório de Castro na comissão da reforma política, nomear outro relator e votar outro texto direto no plenário.

O embate já vinha de alguns dias. Na semana anterior, Cunha dissera que faltava "inteligência política" a Castro, que, ao revidar, disse que o então presidente da Câmara deveria ter escolhido um relator "mais submisso". Desde então, ficou marcado como anti-Cunha.

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Cinco meses depois, era nomeado pela então presidente Dilma Rousseff ministro da Saúde, após intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo da petista para abrir espaço ao PMDB na Esplanada e tentar evitar seu impeachment, estratégia que se mostrou insuficiente.

No ministério, Castro se viu em meio às epidemias de dengue, zika e chikungunya no País, mas focou sua gestão em fazer política e tentar salvar o mandato da petista. Atendeu mais vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, além de senadores, do que entidades ligadas à saúde.

Polêmicas

Como titular da Saúde, Castro causou polêmica com declarações sobre o Aedes aegypti e o vírus da zika. "Nós estamos há três décadas com o mosquito aqui no Brasil e estamos perdendo a batalha feio para o mosquito", afirmou em janeiro deste ano. Pouco antes, ele havia dito que o melhor é "torcer para que as mulheres peguem a zika antes da idade fértil, aí ficariam imunizadas pelo próprio mosquito".

Deixou o cargo para retomar o mandato de deputado e ser um dos sete dos 67 peemedebistas a votar contra o impeachment. Ao justificar seu voto naquele 17 de abril, disse: "A presidente Dilma não matou, não roubou, não tem contas no exterior, não descumpriu nenhuma lei. É uma pessoa digna, honesta e honrada. Não há crime de responsabilidade. Não há crime nenhum. Todo esse processo é forjado, artificial e falso". Ficou marcado como anti-Temer.

Mas é no cruzamento desses feitos na atual legislatura, a quinta seguida, que o psiquiatra piauiense de 66 anos chega à eleição para a presidência da Câmara. Ele pretende ter os votos dos que não querem a vitória de um nome ligado a Cunha. Também aposta nos insatisfeitos com a falta de espaço no governo Temer. A rigor, uma candidatura ao estilo do PMDB: a que visa a atrair todas as matizes políticas.

"Minha candidatura é do PMDB e de uma ampla base que tem boa relação comigo, principalmente de quando fui ministro. Vou pedir votos a todos os deputados de todos os partidos", disse ontem ao Estado. O desafio é afastar a vinculação que adversários têm feito de que se trata de uma candidatura petista. Questionado se conta com esses votos, disse: "Não tenho essa sorte".

Histórico

Castro entrou no PMDB em 1981, mas teve passagens pelo PSDB e pelo PPR. Voltou ao partido de origem para se eleger deputado federal pela primeira vez em 1998. Apesar da formação em medicina, ele trabalha sua imagem no Estado a partir de sua ligação com o setor de infraestrutura.

Nos seus mandatos, buscou sempre ser a interface entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e órgãos responsáveis por tocar obras no Piauí. A construtora Jurema, de seus irmãos, é a principal executora de obras públicas no Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o PT recuar e dizer que não apoiaria mais o nome de Rodrigo Maia (DEM) na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e da deputada Luiza Erundina (PSOL) registrar candidatura, o vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou tem “todas as condições” de apoiar a postulação de Marcelo Castro (PMDB-PI).  

Castro foi ministro da Saúde do governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e votou contra a admissibilidade do processo de impeachment da petista. Ele será o candidato peemedebista na disputa. 

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“Temos todas as condições de apoiar o deputado Marcelo Castro como nosso candidato à presidência da Câmara. Ele sempre foi leal as nossas causas. Marcelo Castro votou: contra a reforma política do [Eduardo] Cunha; contra o golpe; foi ministro da Dilma e sempre nos acompanhou nas votações aqui”, argumentou Guimarães, em publicação no Twitter.

Até a noite dessa segunda-feira (11), a bancada petista tendia a apoiar o nome democrata da disputa, com o aval do ex-presidente Lula. A possibilidade causou polêmicas entre os parlamentares. A eleição para a escolha do substituto de Eduardo Cunha será nesta quarta-feira (13). 

A maioria da bancada do PMDB na Câmara Federal escolheu, nesta terça-feira (12), o deputado Marcelo Castro (PI) como candidato do partido à presidência, em substituição a Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Castro foi ministro da Saúde do governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e votou contra a admissibilidade do processo de impeachment da petista. 

Na disputa com Castro, estavam Carlos Marun (MS) e Osmar Serraglio (PR). No primeiro turno, Castro tinha recebido 17 votos, enquanto Marun e Serraglio empataram em 11 votos e outros sete se abstiveram. Já no segundo, Castro disputou com Serraglio e recebeu 28 dos 46 votos. 

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A indicação da maioria expõe um racha interno na base aliada do presidente em exercício Michel Temer. O cenário foi amenizado pelo candidato peemedebista. "O PMDB tem vivido nos últimos tempos momentos de divisões e contradições e isso é uma página virada na nossa história. O PMDB está unido para trabalhar para conseguir o melhor para o nosso povo e para o Brasil. Começamos agora uma nova etapa, pois ests é uma campanha que vai além do partido", declarou em entrevista à imprensa.

Nos bastidores, a escolha do ex-ministro tem sido considerada como estratégia para atrair votos do PT e dos partidos aliados a Dilma. Castro, no entanto, garantiu que pedirá votos aos 512 deputados. "Não existe nenhum acordo com ninguém, eu tenho telefonado para todos indistintamente. É evidente que quem quer ser candidato tem que se articular, porque são 28 partidos. Por isso pedi que todos trabalhem incansavelmente", frisou.  O peemedebista garantiu que se for eleito fará “uma administração como todas que fiz, com transparência, com respeito à democracia, com a participação de todos, sem discriminar e sem diminuir ninguém”. 

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, entregou nesta quarta-feira, 27, no Palácio do Planalto, a sua carta de demissão. "Minha situação estava muito delicada", disse ele à reportagem, após lembrar que ficou "muito vulnerável e desprotegido, depois de todos os ministros do PMDB terem deixado seus cargos e da Câmara só restava eu".

Na verdade, Castro é o quinto dos seis ministros do PMDB a entregar o cargo. Ainda resta a ministra da Agricultura, a senadora Kátia Abreu. A exoneração de Castro, "a pedido" será publicada no Diário Oficial desta quinta-feira, 28. Castro declarou ainda que "não tenha a menor dúvida de que apoiarei o governo dele (Michel Temer), que é o presidente do meu partido, com quem tenho muito boa relação".

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Marcelo Castro disse que não entregou a sua carta de demissão pessoalmente à presidente Dilma porque ela estava reunida, exatamente, com Kátia Abreu, discutindo o plano safra que será lançado na semana que vem. O emissário foi o ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidente da República, Jaques Wagner, com que Castro já havia conversado na noite de terça-feira.

O encontro ocorreu pouco antes das 20 horas, e Jaques Wagner estava reunido com o ministro-chefe da Advocacia Geral da União, José Eduardo Cardozo. Os dois ajudaram a explicar a presidente Dilma sua situação. "Os dois argumentaram com a presidente as minhas razões", contou o ministro.

Depois de lembrar que precisava deixar o cargo, após conversar com o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), e apresentar o seu "desconforto" com a situação, Marcelo Castro justificou que era necessário sair porque é uma pessoa de partido. "Não tenha a menor dúvida (de que apoiarei o governo Temer)". Eu sou presidente regional do PMDB no Piauí.

Sou fundador do partido e não tenho a menor pretensão de sair do meu partido. Eu fui indicado ministro pela bancada do PMDB, não pedi a ninguém e não tenho nenhuma divergência ou conflito com o PMDB". Marcelo Castro lembrou ainda que Temer "sempre respeitou a sua posição, o que me dava uma certa gratificação". E emendou: "ele (Temer) nunca me perguntou nada. Nunca conversei com ele sobre a situação. Ele compreende que eu não poderia ter outro comportamento a não ser o que tive". Com a saída de Marcelo Castro, o secretário executivo da pasta, Agenor Álvares, assume o posto interinamente. Agora, serão seis os ministros interinos no governo.

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