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O governo espanhol disse que o primeiro-ministro Mariano Rajoy, em reuniões com opositores políticos, defendeu o desempenho da polícia no último domingo na Catalunha, quando centenas foram feridas na tentativa de plebiscito sobre a independência da região.

O principal líder da oposição, o socialista Pedro Sanchez, criticou a violência policial que deixou mais de 1.300 feridos, a maioria civis. O líder do partido Ciudadanos, Albert Rivera, também se reuniu com Rajoy nesta segunda-feira, enquanto o premiê procura um consenso sobre como proceder com a crise envolvendo a Catalunha.

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Uma declaração do governo disse que Rajoy também conversou com os principais líderes da União Europeia e com o presidente da França, Emmanuel Macron, para explicar o "fracasso" da tentativa de votação do governo separatista catalão. Rajoy disse a eles que "a determinação do governo em suspender o plebiscito ilegal contribui para manter a estabilidade e a democracia em toda a União Europeia". Fonte: Associated Press.

Importantes sindicatos da Espanha convocaram uma greve geral na Catalunha nesta terça-feira para protestar contra a violência policial ocorrida durante o plebiscito separatista do domingo na região. O sindicato CCOO afirmou que a greve ocorre "para condenar a violência empregada pelas forças de segurança para interromper o plebiscito".

O sindicato também convocou protestos ao meio-dia desta segunda-feira diante de prefeituras por toda a Catalunha. Líder do grupo separatista Omnium, Jordi Cuixart também convocou uma greve geral na Catalunha na terça-feira. Pelo menos 844 pessoas e 33 policiais ficaram feridos, enquanto a polícia espanhola tentava impedir a votação, suspensa pelo Tribunal Constitucional do país. Fonte: Associated Press.

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O governo da Catalunha se reúne a portas fechadas nesta segunda-feira para discutir os próximos passos em seu plano de declarar a secessão da Espanha, após um plebiscito na região ser marcado pela violência policial. Autoridades regionais afirmaram que a votação mostrou que a maioria dos catalães defendem a separação. O governo da Espanha insiste que o processo foi ilegal e portanto não tem validade.

O plebiscito e o impasse subsequente levaram a Espanha e a Catalunha mais próximas de uma disputa, já que cada lado afirma que não cederá. O presidente catalão, Carles Puigdemont, comanda a reunião de gabinete, que deve avaliar se será feito um pedido ao Parlamento regional por um voto de uma declaração de independência ainda nesta semana.

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O premiê espanhol, Mariano Rajoy, se reúne com lideranças do governista Partido Popular, antes de convocar uma reunião no Parlamento para discutir como confrontar a crise mais séria em décadas no país. Ele também convocou a oposição para discutir o quadro. Fonte: Associated Press.

A União Europeia não irá reconhecer o plebiscito na Catalunha e insiste que a votação violou as regras internas e a Constituição da Espanha. "Esse é um tempo de união e estabilidade", insistiu a Comissão Europeia, numa coletiva de imprensa em Bruxelas. "Apelamos aos atores implicados que se passe de confrontação para o diálogo", insistiu Margaritis Schinas, porta-voz do bloco europeu, que qualificou a votação como "um assunto interno". Segundo ele, uma Catalunha com uma independência unilateralmente declarada estaria fora da UE.

No domingo, catalães foram às urnas num plebiscito considerado ilegal pela Justiça espanhola. Com cerca de 38% de eleitores, o governo catalão insiste que o apoio pela independência atingiu 90% dos votos.

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Bruxelas deixou claro que a Comissão Europeia não pretende reconhecer uma declaração unilateral de independência e que "confia" no papel do premiê do governo espanhol, Mariano Rajoy, para solucionar a crise catalã, respeitando os direitos fundamentais.

A UE reiterou ainda seu apoio à "ordem constitucional" na Espanha. "A Comissão acredita que são tempos de unidade e estabilidade, e não de divisões e fragmentação", disse.

"Segundo a Constituição espanhola, o voto de ontem na Catalunha não foi legal", disse. "Para a Comissão, esse é um assunto interno da Espanha que deve ser gerido de acordo com a ordem constitucional. Também reiteramos a posição legal mantida por essa Comissão: se um plebiscito não foi organizado de acordo com Constituição, ele implicaria que o território ficaria de fora da UE", explicou.

VIOLÊNCIA - Tímida em condenar os incidentes em Barcelona, a UE se limitou a dizer que a "violência nunca pode ser um instrumento na política". Questionado de forma insistente por jornalistas de toda a Europa, o porta-voz se recusou a qualificar se o uso da força pelos policiais foi ou não desproporcional. "Não opinarei se a atuação da polícia é proporcional", disse.

Bruxelas se recusou ainda a dizer se condena ou não o que ocorreu em Barcelona e nem quantos feridos seriam necessários para que a UE possa reagir oficialmente contra um governo. A violência da polícia espanhola gerou duras reações por parte de dezenas de eurodeputados e mesmo de governos na Europa, apelando para que tais medidas não fossem adotadas.

Para a UE, cabe às "partes implicadas se colocar em um diálogo e começar o processo. A Comissão não tem esse papel nessa fase", disse. "Queremos que esse processo possa emergir, depois da confrontação", afirmou.

O porta-voz tampouco respondeu o motivo pelo qual a UE reconheceu a independência do Kosovo, e não da Catalunha. "Era um contexto específico", insistiu. "As situações não são comparáveis", completou.

O Governo da Catalunha informou que 90% dos eleitores votaram "sim" pela independência da região e 7,8% votaram "não". Os dados foram apresentados pelo porta-voz da Generalitat (governo catalão), Jordi Turull. No total, 2.262.424 pessoas votaram no referendo realizado neste domingo (1º).

Mais cedo, o governo catalão já havia anunciado que iria comunicar nos próximos dias o Parlamento regional os resultados da votação deste domingo (1º) para que aplique o previsto na lei catalã de referendo e proclame a independência caso o "sim" vencesse.

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Em uma declaração institucional, o presidente catalão Carles Puigdemont defendeu que a Catalunha ganhou “o direito de ser um Estado independente” após o referendo deste domingo, quando as pessoas foram convocadas a responder se queriam ou não que a Catalunha se transformasse em uma república independente.

Puigdemont argumentou que a Catalunha ganhou à força sua soberania e que as instituições catalãs têm o dever de respeitar e desenvolver o que disseram seus cidadãos. Ele ressaltou que milhões de pessoas se mobilizaram neste domingo e que, apesar das ameaças do Estado espanhol, elas têm direito de decidir seu futuro em liberdade.

Governo da Espanha

Já o presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, declarou que "não houve um referendo" e que todos os espanhóis constataram que o Estado de Direito se mantém “forte e vigente”. Além de não reconhecer a consulta, responsabilizou o governo autonômico catalão, promotor da iniciativa, de ter agido contra a convivência democrática.

Puigdemont denunciou as violações de direitos e liberdades derivadas da intervenção da Polícia Nacional e da Guarda Civil, que foram acionadas pelo governo central espanhol para impedir o referendo. Ele afirmou que as autoridades contabilizam mais de 800 feridos, dois dos quais estão em estado grave, segundo informações do Departamento de Saúde da Catalunha. "Queremos viver em paz", fora de um Estado "incapaz" de propor "algo diferente da força bruta", disse.

Segundo Puigdemont, alguns casos foram “claras violações” de direitos humanos, algo que definiu como uma das páginas mais “vergonhosas” da relação do Estado espanhol com a região autônoma. Por isso, além de defender que as agressões não fiquem impunes, apelou à União Europeia para que exerça sua autoridade e atua no caso.

Enquanto acompanhavam a apuração dos votos do referendo na Praça da Catalunha, em Barcelona, representantes de diversas organizações representativas, entre as quais a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Confederação Nacional do Trabalho (CNT), anunciaram que será realizada uma greve geral na próxima terça-feira (3).

*Com informações da agência EFE

O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, disse que a região "ganhou o direito de se tornar um Estado independente" após a votação realizada neste domingo (1º) . Em um discurso televisionado após o fechamento dos locais de votação, Puigdemont afirmou que "hoje o Estado espanhol escreveu outra página vergonhosa em sua história com a Catalunha".

A polícia espanhola tentou parar o plebiscito deste domingo sobre a independência da Catalunha, utilizando da força em algumas ocasiões. De acordo com as autoridades catalãs, ao menos 884 pessoas e 33 policiais ficaram feridos durante a votação. O plebiscito deste domingo foi considerado ilegal pelo governo central de Madri, além de ter sido proibido pelo Tribunal Constitucional da Espanha.

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Em seu discurso, Puigdemont disse que irá "fazer um apelo direto à União Europeia" para examinar as supostas violações dos direitos humanos pelo governo espanhol neste domingo. O ministro de Relações Exteriores do país, Alfonso Dastis, afirmou que a violência vista foi "infeliz e desagradável", mas ponderou ao dizer que houve um uso proporcional da força, e não uma violência excessiva. "Foi uma reação à situação que os policiais enfrentaram quando foram impedidos de trabalhar", comentou o ministro. Fonte: Associated Press.

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--> Mais de 750 pessoas feridas após plebiscito na Catalunha

Os serviços de saúde da Catalunha informaram neste domingo (1º) que 761 pessoas foram atendidas em hospitais depois que a polícia espanhola tentou impedir a realização de um plebiscito pela independência da região. De acordo com as autoridades, duas pessoas estavam com ferimentos graves e uma teve uma lesão ocular após ter sido atingida por uma bala de borracha.

Policiais antimotim invadiram centros de votação na Catalunha a fim de impedirem o plebiscito. Eles usaram cassetetes e dispararam balas de borracha contra as pessoas que os impediam de confiscar as cédulas da votação.

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Para o ministro de Relações Exteriores da Espanha, Alfonso Dastis, a violência vista neste domingo foi "infeliz e desagradável, mas houve um uso proporcional da força e não uma violência excessiva. Foi uma reação à situação que os policiais enfrentaram quando foram impedidos de trabalhar".

Em entrevista à Associated Press, o ministro culpou exclusivamente o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, pela violência. "Se as pessoas insistirem em desconsiderar a lei para a realização de alguma coisa que foi declarada ilegal e inconstitucional, os policiais precisam defender a lei", afirmou. Fonte: Associated Press.

O governo regional da Catalunha estimou em "milhões" o número de pessoas que teria votado neste domingo (1º), no plebiscito proibido sobre a secessão da Espanha. A estimativa, que não foi especificada, indica que, apesar da repressão da Guarda Civil e da Polícia Nacional, ordenada por Madri, a votação teria tido grande adesão do público. No sábado, as próprias autoridades catalãs estimavam que se 1 milhão votasse já se trataria de uma vitória da causa independentista.

As informações foram divulgadas por Jordi Turull, porta-voz do presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont. "Tudo nos leva a crer que, pela tendência que contabilizamos nessa noite, poderemos contar aos milhões", afirmou, em uma declaração que revela o caos organizacional em que a votação foi realizada. "Insistimos que todos podem votar e as urnas ficarão abertas até às 20 horas."

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Até o final da tarde, no horário local, 73% das 2,3 mil seções eleitorais acabaram abrindo suas portas aos eleitores. Já o governo central estima que pelo menos 336 seções foram fechadas pelas forças de ordem. Uma das queixas dos opositores ao plebiscito é a total falta de controle sobre os eleitores que votaram. A situação gerou suspeitas de que muitos dos independentistas tenham votado várias vezes, aproveitando-se da falta de fiscalização efetiva.

O plebiscito havia sido proibido pelo Tribunal Constitucional da Espanha, que considerava as circunstâncias da votação ilegais. O plebiscito foi realizado pelo governo regional da Catalunha, dominado por militantes da causa independentista. Por contrariar a Constituição espanhola, a votação foi declarada ilegal e foi objeto de repressão das polícias nacionais, enviadas pelo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy.

O resultado é que 465 pessoas foram atendidas em hospitais da Catalunha, a maior parte em Barcelona. Os ferimentos aconteceram em confrontos com as tropas de choque, que tinham a ordem de apreender urnas, cédulas eleitorais e equipamentos relativos ao plebiscito. Do total, 91 dos feridos nos choques com os agentes das tropas de choque. Do total, 12 policiais ficaram feridos e três pessoas, dos quais um menor de idade, ficaram feridas.

Segundo Jordi Turull, o governo da Catalunha espera que tribunais internacionais investiguem as circunstâncias da repressão ao plebiscito. "Atuação do Estado espanhol é uma vergonha internacional, um escândalo", afirmou, definindo o dia de hoje em Barcelona e no interior como "estado de sítio".

O governo da Catalunha fala agora que há 465 feridos por causa de confronto com a polícia e a Guarda Civil, que tentam evitar ao longo de todo o dia o plebiscito sobre a independência da região da Espanha. Mais cedo, o número era de 337 pessoas machucadas. A atuação tem se dado, de acordo com o jornal El País, nos locais de votação da consulta pública, considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional.

Desse total, dois estariam em condições mais graves: um ferido no olho com bala de borracha e outro idoso que sofreu um enfarte antes de uma ação policial para evacuar uma escola onde a votação estava ocorrendo. Balas de borracha não são mais usadas na Catalunha desde 2014, mas o policiamento da região foi reforçado com tropas de outras localidades da Espanha. Fontes da polícia informaram ao periódico que 90 pontos de votação foram fechados ao longo do dia.

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Cravos

Ao longo do dia, foram distribuídos cravos nos locais de votação para simbolizar a "liberdade pretendida", numa ação inspirada pelos portugueses, que também distribuíram as flores em "25 de abril" de 1974, quando conquistaram a "Revolução dos Cravos".

Catalães reportaram à imprensa local que manter a região ligada à Espanha é uma forma de repressão como a dos tempos do ditador Francisco Franco e que a pressão inclui a falta de respeito pela língua e cultura local.

O ministério do Interior da Espanha informa que 11 policiais ficaram feridos nas ações para impedir o plebiscito pela independência da Catalunha. Já o governo da Catalunha informa que 337 pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia.

Segundo postagens da rede social Twitter, entre os feridos estão nove membros da Polícia Nacional e dois da Guarda Civil.

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O ministério também anunciou que 79 postos de votação foram fechados, de 2,3 mil autorizados pelo governo catalão, sendo 34 em Barcelona, e três pessoas foram presas. Fonte: Associated Press

As autoridades regionais da Catalunha mantêm o referendo de independência convocado para o domingo (1º) apesar da oposição do governo espanhol, enquanto centenas de pessoas permanecem desde a noite de sexta-feira (29) em alguns centros votação para evitar que os locais sejam fechados, conforme ordenou a Justiça. A informação é da Agência EFE.

A polícia catalã (Mossos d'Esquadra) estão presentes em 1,3 mil centros designados pelos responsáveis pelo referendo, dos quais 163 (12%) estão ocupados, segundo dados divulgados pela delegação do governo espanhol na Catalunha.

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Até o momento, os agentes não fizeram nenhum desalojamento nem requisitaram materiais relacionados à votação, como urnas, panfletos ou listas.

O governo espanhol, presidido pelo conservador Mariano Rajoy, voltou a avisar na sexta-feira que os governantes separatistas da Catalunha terão de responder à Justiça por essa consulta, e os atribuíu "deslealdade institucional" e "desobediência constitucional".

O porta-voz do gabinete presidencial, Íñigo Méndez de Vigo, insistiu que o referendo, suspenso pelo Tribunal Constitucional (TC), transgride as leis espanholas e carece de garantias democráticas, além de ser um "caos organizativo" sem censo, nem cédulas, nem urnas, nem centros oficiais de votação, alegou.

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, por sua parte, convocou a população para a votação de domingo e garantiu que os partidários do referendo venceram "os medos, as ameaças, as pressões, as mentiras e as intimidações" de um Estado "autoritário".

Os organizadores do referendo preveem que 5,34 milhões de cidadãos possam votar entre as 9h e as 20 horas de domingo (de 4h às 15h em Brasília) em um modelo de urna de plástico apresentado ontem à imprensa.

O vice-presidente catalão, Oriol Junqueras, assegurou que haverá "alternativas" - que não detalhou - nos locais onde as forças de segurança impeçam a votação.

A apuração dos resultados estará a cargo de um grupo de acadêmicos e profissionais, já que os integrantes da Junta Eleitoral renunciaram há alguns dias para evitar as multas do TC.

Os Mossos d'Esquadra começaram a se apresentar pessoalmente nos edifícios públicos designados pelas autoridades catalãs como centros de votação para desalojá-los, fechá-los e apreender o material eleitoral, em cumprimento de uma instrução do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC).

A polícia comunicará que estas pessoas devem deixar os locais antes das 6h (hora local; 1h em Brasília) do dia 1º de outubro.

O governo catalão convocou o referendo no dia 6 de setembro, logo após o Parlamento regional ter aprovado a lei que o regula com o apoio maioritário e único dos grupos independentistas.

Autoridades catalãs enviaram uma carta ao primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, pedindo por negociações em torno de uma consulta popular sobre a independência da Catalunha, inicialmente marcada para 1º de outubro.

Funcionários do governo espanhol rejeitaram a votação unilateral. Rajoy afirmou que uma reforma constitucional, por meio de uma forte maioria no Parlamento nacional, é o único caminho para uma votação legal.

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Políticos separatistas lançaram a campanha pelo 'sim' na quinta-feira à medida que avançam com a votação, apesar da proibição de uma corte superior do país e de uma investigação criminal contra três dos quatro prefeitos catalães que apoiam o movimento.

Na carta, o presidente da Generalidad da Catalunha, Carles Puigdemont, e a prefeita de Barcelona, Ada Colau, também dizem que a Espanha lançou uma "ofensiva de repressão sem precedentes". A carta diz que uma cópia está sendo enviada ao rei Felipe VI. Fonte: Associated Press.

O Tribunal Constitucional da Espanha suspendeu nesta quinta-feira a convocação de uma consulta popular sobre a independência da região da Catalunha, após aceitar revisar os recursos interpostos pelo governo central de Madri.

A decisão era amplamente esperada depois que o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, anunciou que as autoridades centrais estavam impugnando tanto uma controversa lei para legitimar o voto independentista como o decreto que o governo catalão firmou na quarta-feira para realização da consulta em 1º de outubro.

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A reação das autoridades da Catalunha, próspera região no nordeste da Espanha, também foi a esperada. Carles Puigdemont, presidente da Generalidad da Catalunha e um dos principais impulsionadores da consulta popular, disse que nem o governo central nem os tribunais frearam os planos para a independência.

"Diante do tsunami de querelas haverá um tsunami de democracia", afirmou Puigdemont ao canal de televisão local 8TV. Fonte: Associated Press.

Os autores dos atropelamentos na Catalunha formaram uma célula em um povoado próximo aos Pirineus, de onde planejavam ataques em grande escala, segundo a investigação em curso.

Marroquinos e um espanhol

A polícia divulgou nesta sexta-feira (18) a identidade de três dos cinco agressores mortos e de um foragido.

O grupo é formado por jovens, todos moradores de Ripoll, um povoado de menos de 10 mil habitantes.

- Younès Abouyaaqoub é objeto de muitas questões porque não foi detido. Tem 22 anos, nasceu em Mrirt, no Marrocos, e ignora-se seu grau de envolvimento.

- Moussa Oukabir, 17, nasceu em Ripoll mas tinha nacionalidade marroquina. Seu vizinho, Mohamed Hychami, 24, era natural de Mrirt, e Said Aallaa, 18, nasceu em Naur, no Marrocos. Os três foram mortos pela polícia na quinta-feira, após atropelar pedestres com um Audi A3 no balneário de Cambrils.

- Outros quatro suspeitos estão detidos: três marroquinos e um espanhol, de 21, 27, 28 e 34 anos.

Entre eles está Driss Oukabir, irmão mais velho de Moussa, detido na quinta-feira. Outro detido é um espanhol oriundo do enclave africano de Melilla, um dos principais focos de jihadistas na Espanha.

Criados na Catalunha

A maioria dos envolvidos morava há bastante tempo na Catalunha e não precisou se deslocar muito para cometer os atentados, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

A Catalunha é a região da Espanha com a maior comunidade muçulmana, cerca de 500 mil sobre um total de 1,9 milhão no país em 2016, segundo a União das Comunidades Islâmicas da Espanha.

Também é a região com mais detidos por vínculos com jihadistas, ao lado de Madri e os enclaves de Ceuta e Melilla, no Marrocos.

Sem antecedentes terroristas

Nenhum dos envolvidos nos ataques tinha antecedente relacionado ao terrorismo, mas alguns possuíam ficha na polícia por crimes comuns.

Em uma casa de Melouiya, povoado de origem da família Oukabir situado na região rural pobre do Atlas, no centro do Marrocos, Said Oukabir, pai de Moussa, se disse "consternado".

A cidade na Espanha onde vivia a maior parte dos agressores, Ripoll, é uma localidade tranquila que vive de serviços e da indústria, com cerca de 10 mil habitantes - incluindo 1.200 estrangeiros - nos pés dos Pirineus, a cerca de 100 km de Barcelona.

O homem oriundo de Melilla foi detido em Alcanar, 200 km a sudoeste de Barcelona, onde na manhã de quinta-feira uma explosão destruiu uma casa, deixando um morto e sete feridos.

No local foram encontrados cerca de 30 bujões de gás, que supostamente seriam utilizados em ataques.

O homem que morreu na explosão e outra vítima estariam vinculados à célula terrorista.

Segundo a polícia, o grupo fabricava bombas para "atentados em grande escala".

A explosão levou a que cometessem atentados em Barcelona e Cambrils de modo precipitado, "que não tiveram a envergadura que planejavam", segundo o chefe da polícia Josep Lluis Trapero.

Armados com facas

Os cinco suspeitos mortos em Cambrils carregavam falsos cinturões de explosivos, além de facas e um machado no carro utilizado para o atropelamento.

Segundo especialistas, seu objetivo era morrer como mártires, já que a polícia não duvida em atirar quando vê cinturões de explosivos, mas talvez esperassem fazer algum refém e ganhar tempo.

Três veículos alugados pelos agressores foram recuperados pela polícia e estão sendo periciados. As pessoas que alugaram os veículos também estão sendo investigadas.

As vítimas dos atentados cometidos na Catalunha são de pelo menos 35 nacionalidades: 14 pessoas morreram - 13 em Barcelona e outra no ataque em Cambrils - e mais de 100 ficaram feridas.

As vítimas são de nacionalidades alemã, argelina, argentina, australiana, austríaca, belga, marroquina, canadense, chinesa, colombiana, cubana, equatoriana, egípcia, espanhola, americana, filipina, francesa, britânica, grega, holandesa, taiwanesa, hondurenha, romena, húngara, irlandesa, italiana, kuwaitiana, macedônia, mauritana, paquistanesa, peruana, dominicana, turca e venezuelana, segundo um balanço provisório da Defesa Civil catalã.

Por outro lado, o governo português informou que uma cidadã do país está entre os mortos em Barcelona.

- Atentado em Barcelona -

Mortos:

- ARGENTINA: a chancelaria argentina informou que a hispano-argentina Silvina Alejandra Pereyra, de 40 anos, que morava em Barcelona há uma década, está entre os mortos.

- CANADÁ: um canadense morreu como consequência do "covarde atentado terrorista" em Barcelona, anunciou o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

- ITÁLIA: dois italianos morreram e três ficaram feridos, segundo o ministro italiano de Relações Exteriores.

A filial italiana da empresa informática Tom's Hardware anunciou em sua página web sobre a morte de um de seus funcionários, Bruno Gulotta, de 35 anos, atingido em cheio quando passeava junto com sua companheira e seus dois filhos pequenos.

A outra vítima, Luca Russo, de 25 anos, morador de Las Dolomitas, estava passando férias com a namorada em Barcelona.

- BÉLGICA: uma mulher de nacionalidade belga e originária de Tongres (leste, parte de fala flamenca) morreu nas Ramblas. Ela estava de férias com a família em Barcelona.

- PORTUGAL: uma portuguesa está entre os mortos no ataque em Barcelona, informou o primeiro-ministro, António Costa. A mulher, de 74 anos, estava acompanhada da neta, de 20.

- ESTADOS UNIDOS: o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, anunciou "a morte de um cidadão americano".

Feridos:

- FRANÇA: 28 franceses ficaram feridos, oito gravemente, segundo um novo balanço anunciado pelo ministro francês de Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian.

- ALEMANHA/GRÉCIA: pelo menos "13 cidadãos alemães ficaram feridos" no atentado de Barcelona, "alguns com gravidade e com tanta gravidade que lutam pela vida", declarou o porta-voz do ministério alemão de Assuntos Exteriores, Martin Shäfer. "Não podemos por enquanto nem confirmar, nem excluir se há alemães entre os mortos", acrescentou.

O consulado grego em Barcelona anunciou, por sua vez, que uma mãe de nacionalidade alemã foi hospitalizada em estado grave.

Seus dois filhos, com dupla nacionalidade greco-alemã, ficaram levemente feridos, segundo a mesma fonte.

- CANADÁ: o primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau informou que além do canadense morto outros quatro ficaram feridos no atentado.

- CUBA: quatro cubanos ficaram feridos no atentado de Barcelona e um quinto, que ficou ferido em Cambrils, já deixou o hospital, segundo a página web de informação oficial Cubadebate.

- EQUADOR: a chancelaria equatoriana informou que dois cidadãos do país sofreram ferimentos leves no atentado de Barcelona e "estão atualmente fora de perigo". Tratam-se de Katty Vargas Bonilla, hospitalizada e em observação, e Carmen Judith Romero, que recebeu alta e "atualmente se encontra em seu domicílio", detalhou.

- MARROCOS: três marroquinos, entre eles um menino de seis anos, ficaram feridos, informou o ministério marroquino de Relações Exteriores, detalhando que o menino se encontra em estado crítico.

- BÉLGICA: dois belgas foram hospitalizados, um deles em estado crítico, informou o ministro belga de Relações Exteriores, Didier Reynders.

- REINO UNIDO: "alguns" britânicos ficaram feridos nos ataques, informou à AFP uma fonte governamental.

- IRLANDA: uma família de quatro pessoas - um casal e seus dois filhos - ficou ferida no atentado. O pai, ferido no joelho, e seu filho - de cinco anos e que teve fratura em uma perna - ainda estão no hospital, detalhou o ministério irlandês das Relações Exteriores.

- HOLANDA: três holandeses estão feridos. "Estão fora de perigo e foram atendidos no hospital", informou o ministro de Relações Exteriores, Bert Koenders, em um comunicado.

- RÚSSIA: uma mulher russa ficou "levemente ferida", informou, em um comunicado, a agência russa para o turismo, a Russiatourism. "Ela recebeu ajuda médica no local, sem ser hospitalizada".

- ROMÊNIA: dois homens, de 33 e 42 anos, de nacionalidade romena, estão feridos e estáveis. Outro homem de nacionalidade romena ficou levemente ferido e já teve alta do hospital.

- ÁUSTRIA: uma austríaca ficou "levemente" ferida.

- HUNGRIA: uma mulher que ficou levemente ferida já deixou o hospital.

- MACEDÔNIA: um cidadão macedônio foi hospitalizado com uma fratura na perna, segundo comunicado do ministro de Relações Exteriores em Skopje.

- TURQUIA: um homem de negócios turco de 33 anos está hospitalizado com ferimentos nas pernas. Ele não corre risco de vida.

- TAIWAN: dois cidadãos de Taiwan foram hospitalizados "gravemente feridos".

- Atentado em Cambrils -

Pouco após a meia-noite, horas depois do atentado em Barcelona, um carro atropelou pedestres no passeio marítimo de Cambrils, 120 km ao sul de Barcelona.

O veículo bateu em um carro da polícia catalã, os Mossos d'Esquadra, e em seguida houve um tiroteio, segundo o governo regional.

Uma mulher não resistiu aos ferimentos, anunciou nesta sexta a Defesa Civil Catalã. Outras cinco pessoas também ficaram feridas, entre elas um policial.

Durante a operação, "cinco supostos terroristas" foram mortos pela Polícia.

Bastante discutida a legalização da maconha em alguns países, na Espanha não é diferente. Um projeto de lei, promovido por um grupo de populares, será debatido pela assembleia legislativa da Catalunha, um dos dois países de maior combate à causa.

A iniciativa legislativa popular será debatida a fim de regulamentar a existência de locais para consumo, como clubes. Assim como o cultivo e a distribuição da erva, além do consumo responsável. Em meio aos anos de discussão, a Navarra legalizou o uso da maconha em lugar específico, os chamados clubes - organização sem fins lucrativos onde se consome maconha com objetivos recreativos ou terapêuticos -, no entanto, a lei foi suspensa pelo Tribunal Constitucional já em última instância.

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A ideia é que nesses locais o uso seja feito de forma compartilhada e para manter sua “inscrição” – com cumprimento de regras estabelecidas -, é cobrada uma taxa mensal. Esses locais devem estar a uma distância mínima de escolas e deve cumprir normas de acústica e escapamento de fumaça.

O atacante brasileiro Neymar, que recentemente renovou seu vínculo com o Barcelona até 2021, recusou propostas milionárias e mais rentáveis do Real Madrid, do Paris Saint-Germain (PSG) e dos Manchester United e City para ficar na Catalunha.

Segundo o jornal "Mundo Deportivo", Neymar negou propostas mais altas do Real tanto em 2013, quando saiu do Santos, e neste ano.

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A renovação pelo Barcelona renderá 15 milhões de euros (R$ 53,5 milhões) "limpos" por temporada e tem um cláusula rescisória de 250 milhões de euros (R$ 535,5 milhões).

Já o time merengue ofereceu 32 milhões de euros por temporada (R$ 114,2 milhões), já descontados os impostos, e 40 milhões de euros (R$ 142,8 milhões) em luvas em um contrato de cinco anos.

A maior das propostas, no entanto, veio do PSG. O clube francês pagaria 40 milhões de euros tanto por temporada como por luvas, totalizando 80 milhões de euros (R$ 285,6 milhões), por um contrato de cinco anos, daria mais 3 milhões de euros (R$ 10,7 milhões) para pagar custos do Instituto Neymar e venderia ainda 30% das ações de um hotel que seria construído no Brasil com o nome do atacante.

O United informou que igualaria qualquer oferta e o City, apesar de várias tentativas, sequer foi ouvido pelo pai e empresário do jogador.

A transferência de Neymar em 2013 acabou provocando um processo contra o jogador, seu pai, o Santos e o Barcelona por ter sido fechado em um valor maior do que o divulgado. Além disso, a Justiça - que reabriu recentemente o processo - afirma que a "ocultação" dos valores interferiu na dinâmica de livre mercado do futebol mundial. 

Milhares de catalães participaram neste domingo (11) de várias manifestações separatistas organizadas por toda a Catalunha por ocasião da Diada, a festa "nacional", para reivindicar dos políticos locais unidade e rapidez em seu plano para deixar a Espanha.

Em Barcelona, uma multidão de amarelo, vermelho e azul - as cores da bandeira separatista - lotou um longo passeio que fica próximo ao Parlamento catalão. É nessa Casa que os deputados separatistas desenvolvem seu programa separatista dessa região com 7,5 milhões de habitantes, localizada no nordeste da Espanha.

Previsto para culminar em meados de 2017, o processo avança mais lentamente do que o esperado, devido às divisões entre os diferentes partidos. Agora, porém, "devem ser tomadas decisões críticas", garantiu o presidente regional, Carles Puigdemont. "É o momento de estarmos todos unidos pelo 'sim' à República Catalã", defendeu em seu discurso Jordi Sánchez, o presidente da ANC, uma influente associação civil que organizou os protestos.

Depois de cinco anos de reivindicações, os separatistas têm pressa. "Esperamos que essa Diada seja a última antes de sermos independentes", disse Carmen Santos, de 58 anos, na marcha de Barcelona. "Os políticos dizem que estamos perto, mas queremos ver isso já", declarou Xavier Vallvé, de 60.

"É um pouco lento. Precisa acelerar isso", concordava Óscar Calderó, de 48. Desde 2012, a ANC e a Omnium Cultural organizam mobilizações em massa na Diada. Em 2013, conseguiram organizar uma corrente humana de 400 km e, em 2014 e em 2015, gigantescas concentrações em Barcelona.

Este ano, os manifestantes também se reuniram em Tarragona (sul), Lleida (leste), Berga (centro) e Salt (norte), além do já tradicional ato na capital. Segundo as diferentes polícias locais, os atos reuniram cerca de 800 mil pessoas, contra 1,4 milhão em 2015.

A definição sobre a formação de um novo governo separatista na Catalunha, na Espanha, foi adiada para o dia 2 de janeiro, após tentativas fracassadas de se chegar a um consenso.

A esquerda vencedora das eleições regionais no país realizadas em setembro deverá decidir se apoia Artur Mas como líder no Parlamento. Se não houver acordo para a definição de uma liderança até 10 de janeiro, novas eleições deverão ser convocadas.

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Mas lidera "Juntos pelo sim", aliança que conquistou 62 dos 135 assentos do Parlamento. A Candidatura de Unidade Popular (CUP) ficou com outras 10 cadeiras. Mas precisa do apoio da CUP para liderar o Parlamento. Fonte: Associated Press

Apenas dois dias depois de o Fisco espanhol isentar Lionel Messi de culpa por supostamente ter cometido fraude fiscal, a Justiça do país rejeitou o pedido da autoridade tributária do país de não julgar o astro de Barcelona, que terá de ir aos tribunais e responder pela acusação de ter cometido três diferentes crimes contra a Receita Federal espanhola no período entre 2007 e 2009. O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha informou que o juiz titular do caso não aceitou o pedido do Fisco da Espanha de apenas julgar o pai do atacante, Jorge Horacio Messi, cuja prisão pelo período de 18 meses foi solicitada pela Promotoria de Barcelona na última terça.

A Procuradoria do Estado, por meio de documentos que comprovariam os crimes de fraude fiscal, concluiu que Messi tinha idade suficiente, no período entre 2007 e 2009, para estar ciente de suas obrigações fiscais. Respaldada também nesta alegação e pelos três crimes que supostamente o craque cometeu, a procuradoria pediu que ele seja condenado a 22 meses e meio de prisão.

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Então responsável por cuidar dos negócios de Messi entre 2007 e 2009, Jorge Horácio, e consequentemente o seu próprio filho, são acusados de terem sonegado 4,1 milhões de euros neste período. Nos documentos divulgados na última terça, os promotores também pediram que seja aplicada ainda uma multa de 2 milhões de euros ao pai do craque do Barcelona pelos supostos delitos contra a Receita Federal do país.

Assim, Messi e seu pai terão de responder nos tribunais e lutar contra a possibilidade de serem presos por fraude fiscal. Jorge Horácio é acusado de ter sonegado rendimentos por meio da criação de empresas situadas em paraísos fiscais, tendo pagar assim menos impostos do que normalmente pagaria se obedecesse as leis fiscais praticadas na Espanha.

Antes do pedido de prisão de Jorge Messi por parte do Ministério Público da Espanha, o astro fez um pagamento de mais de 5 milhões de euros em agosto de 2013 para pagar impostos atrasados, acrescidos de juros. Mas a Justiça advertiu, na ocasião, que o dinheiro não isentava um possível crime cometido anteriormente. Por isso, Messi foi julgado sob acusação de cometer fraude fiscal.

Para o juiz do caso, "existem indícios racionais de criminalidade de ambos os acusados". E, no documento de acusação contra Messi e seu pai, foi pedida pela aplicação da pena de sete meses e meio de prisão por cada crime fiscal, o que totalizaria 22 meses e meio. Para completar, a Procuradoria do Estado pediu pela aplicação de multas que sejam compatíveis ao valor defraudado da Receita.

Mas, mesmo que sejam condenados, Messi e seu pai poderão não ser obrigados a cumprir pena na prisão, pois na Espanha penas inferiores a dois anos não implicam necessariamente a necessidade de o condenado ser encarcerado.

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