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O Conselho Federal de Medicina (CFM) deve aprovar em setembro uma resolução que abre caminho para que médicos prescrevam canabidiol, uma das substâncias presentes na maconha, para tratamento de seus pacientes. Uma equipe de pesquisadores que estuda o tema deve entregar até o fim do mês um relatório sobre o assunto. A resolução deverá ser votada em seguida.

Em junho, o CFM já havia divulgado uma nota sobre o assunto. Na ocasião, o colegiado afirmara defender a pesquisa com produto, desde que feita de acordo com orientações dos comitês de ética. "Seguimos os passos da prudência", afirmou o conselheiro Emmanuel Fortes. A posição mais flexível é resultado de apresentações feitas por pesquisadores que estudam o tema.

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"Os resultados são impressionantes. Além disso, temos de levar em consideração o drama vivido pelas famílias", disse ele. A discussão sobre o uso terapêutico do canabidiol, um componente da maconha que não tem efeito psicoativo, veio à tona depois de campanhas feitas por familiares de pessoas que sofrem crises repetidas de convulsão.

A importação do remédio, que é liberados nos Estados Unidos, somente pode ser feita mediante autorização especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Há dois meses, a Anvisa discutiu a retirada do canabidiol da lista de substâncias de uso proscrito no País, mas sem conclusão final. "Acreditamos que a decisão possa ser um passo para a decisão da Anvisa", disse o conselheiro.

No relatório que a equipe de especialistas prepara para o CFM, informou, devem constar informações como a indicação do medicamento, as doses consideradas seguras, pesquisas cuja realização é recomendada e outras que já podem ser descartadas.

Atualmente, para obter a autorização especial da Anvisa, familiares devem juntar uma requisição de médicos. Profissionais sentem-se, no entanto, intimidados, diante do fato de o remédio constar na lista de substâncias proscritas. Fortes afirmou que o CFM não tem intenção de adotar nenhuma medida restritiva contra esses profissionais. "Esse é um drama vivido por familiares. Eles fazem a recomendação que, numa outra etapa, é ou não aprovada pela Anvisa."

Casos de pacientes em macas espalhadas pelos corredores ou em colchões sobre o chão, falta de água em chuveiros e sanitários e cenários que se assemelham aos de uma enfermaria de guerra integram relatório divulgado hoje (7) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O órgão, em parceria com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, visitou oito hospitais de urgência da rede pública. A conclusão: problemas estruturais no Sistema Único de Saúde (SUS) ferem a dignidade e os direitos da população.

De acordo com o relatório, os serviços de urgência e emergência enfrentam um duplo gargalo. O primeiro trata do atendimento congestionado provocado, segundo o documento, pela centralização do atendimento em poucos serviços. O segundo problema envolve a dificuldade em dar solução a casos de usuários que conseguem ser atendidos. A situação, segundo os médicos, gera uma fila também para sair do serviço, agravando a situação de carência e impossibilitando a admissão de novos usuários.

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O subfinanciamento na saúde foi indicado como expressão maior da falta de prioridade dada ao setor. O deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), relator da comissão, lembrou que o Ministério da Saúde deixou de aplicar mais de R$ 100 bilhões no SUS ao longo dos últimos 13 anos e que, no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), apenas 11% das ações previstas para a área foram concluídas desde 2011.

“Não é um problema de agora. Vem se agravando, se acumulando. Não vai haver solução imediata e repentina, ainda que desejada”, disse. “A ideia é fazer com que isso tenha alguma repercussão. Vamos procurar o ministro da Saúde e o presidente do Supremo Tribunal Federal, porque há medidas judiciais que precisam ser tomadas”, completou. A situação de subfinanciamento do sistema, segundo o relatório, tem sido agravada pelo baixo nível de ressarcimento de planos de saúde ao SUS em razão dos atendimentos que deveriam oferecer, mas que são feitos pela rede pública. A estimativa é que 25% dos atendimentos nas urgências envolvem usuários de planos de saúde.

O presidente do CFM, Roberto d’Ávila, cobrou do governo federal soluções definitivas e programas de Estado no lugar de programas de governo que, segundo ele, têm prazo de validade. “O Ministério da Saúde é o quinto em gastos para investimentos. Obras em cidades, estádios, tudo isso é maior. E, mesmo pequeno, o orçamento é mal executado e acaba voltando para o Tesouro para abater a dívida. Não é prioridade”, avaliou.

A previsão é que a comissão recomende ao Executivo, estados e municípios que adotem a Política Nacional de Atenção às Urgências, ampliando a participação no financiamento do SUS; ampliem a abrangência do programa SOS Emergência, para incluir todos os serviços públicos; reduzam a carência de quase 200 mil leitos hospitalares e criem mais leitos de apoio e de retaguarda; revisem os valores da tabela SUS para remunerar a prestação de serviços, e evitem a contratação provisória de recursos humanos, privilegiando o concurso público e a contratação pelo regime estatutário.

As informações foram colhidas nas seguintes unidades de saúde: Arthur Ribeiro de Saboya, em São Paulo, Souza Aguiar, no Rio de Janeiro e Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador; Pronto-Socorro João Paulo II, em Porto Velho, Pronto-Socorro Municipal Mario Pinotti, em Belém; Hospital de Base, em Brasília, Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre e Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande (MT). As visitas contaram com o apoio de conselhos e sindicatos de profissionais da saúde, do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil.

JOÃO PESSOA (PB) - Apenas 12,6% das ações previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para a área da saúde na Paraíba foram concluídas desde 2011, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Com três anos de seu lançamento, a segunda edição do programa selecionou 1.069 projetos, mas apenas 135 foram concluídos até dezembro do ano passado, de acordo com divulgação feita pelo CFM. O Conselho informou ainda que 43% das ações programadas para o Estado no período de 2011 a 2014 continuam nos estágios classificados como “ação preparatória” (estudo e licenciamento), "em contratação” ou “em licitação”.

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Com os 135 concluídos, a Paraíba ocupa a oitava posição na lista de unidades federativas com o maior número absoluto de obras inauguradas. Em 2011, foram prometidas a construção ou ampliação de 545 UBSs (55 estariam concluídas), 18 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), mas nenhuma teria sido entregue.

Com informações de assessoria

Com ataques ao programa Mais Médicos, o presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d’Avila, indicou nesta quarta-feira (19) que a entidade pode apoiar a candidatura do governador de Pernambuco à Presidência. "Eduardo Campos é parceiro e mantém o diálogo, bem diferente da atual presidente Dilma Rousseff, que além de não conversar acabou mentindo durante o processo de implantação do programa Mais Médicos e vetou o Ato Médico, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional", afirmou d'Avila na abertura do 1º Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, realizado em João Pessoa.

O presidente do conselho disse que as regras para fechar o compromisso de apoio nas eleições são claras: "A reabertura de novos concursos públicos pelo SUS, aprovação do Plano de Carreira e Salários e o retorno dos médicos estrangeiros para seus países de origem. Queremos médicos brasileiros qualificados e com salário digno".

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Segundo d'Avila, o programa Mais Médicos continua uma "enrolação" em benefício de um projeto de poder de reeleição do governo atual. "Os médicos estrangeiros ganham menos, são explorados e com apenas 2.800 horas de formação estão aprendendo aqui no Brasil", criticou. Eduardo Campos adiou sua ida ao encontro, que vai até sexta-feira. O secretário de Saúde de Pernambuco, Antônio Carlos Figueira, foi ao evento representando o governador.

Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada nesta quinta-feira, 26, no Diário Oficial determina que o exame ergométrico, usado para avaliar a resposta do organismo a exercícios e identificar problemas cardíacos, terá de ser presenciado, durante todo o tempo, por médicos.

"Os exames perderam em muito a qualidade e, pior, os acidentes durante sua realização estão aumentando", afirma o diretor científico do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Nabil Ghorayeb. Ele diz que o fenômeno que ocorre com os testes ergométricos é semelhante ao identificado há alguns anos com as anestesias: um médico era responsável por acompanhar, simultaneamente, três ou quatro pacientes. "Se dois passam mal ao mesmo momento, quem ele vai socorrer?", diz.

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Primeiro passo para a prescrição de exercícios físicos, o teste ergométrico tem de ser precedido por uma consulta médica. "De certa forma, o exame expõe o paciente a riscos. O médico tem de estar lá, para saber o limite de esforço a que ele pode submeter o paciente", afirma Gorayeb. Muitas vezes, esse limite não é atingido ou é perigosamente ultrapassado.

Mortes

De acordo com as estatísticas, uma em cada 10 mil pessoas que fazem o teste morrem. "É um evento raro, mas que tem de ser considerado", defende o médico. Quando o exame é mal feito, há maior risco de o resultado não identificar uma eventual contraindicação para o exercício físico.

Os protocolos, diferenciados de acordo com a idade, também muitas vezes são colocados de lado. "Não é incomum usarem o exame padrão tanto para jovens como para adultos e idosos." Com isso, pessoas de idade avançada muitas vezes fazem o teste em velocidade acima da que seria ideal"Não são raras torções", completa.

A tática de usar um médico para vários pacientes foi ampliada nos últimos anos pelas clínicas, como uma estratégia para driblar o preço pago pelos convênios pelo teste. Em média, o repasse é de R$ 60. "Para dar maior lucratividade, as empresas encurtam o tempo de cada teste, reduzem o número de médicos", explica Gorayeb. O ideal seria fazer dois exames por hora, mas muitas clínicas fazem quatro.

Além de eventuais problemas durante a realização do exame, médicos muitas vezes "encurtam" o período em que o paciente teria de permanecer sob observação, depois da realização do teste. "Muitas vezes, os problemas são identificados neste momento", diz o diretor. Pelo protocolo, é preciso esperar seis minutos. Profissionais, muitas vezes, esperam dois.

"Economizando quatro minutos por paciente, em pouco tempo você já consegue encaixar mais um exame", ressalta. A resolução diz ainda que o médico que deve acompanhar o teste precisa ter um treinamento específico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) vai questionar na Justiça a resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF), publicada na terça-feira, 24, no Diário Oficial, que autoriza farmacêuticos a prescrever medicamentos.

Para o CFM, "doenças consideradas pela resolução como um ‘transtorno menor’ ou ‘nos limites da atenção básica à saúde’ devem ser acompanhadas por um médico, que tem a competência legal e profissional para fazer o diagnóstico de doenças e a consequente prescrição dos medicamentos." O Conselho destaca que " aparentemente simples, uma dor de cabeça pode ser o sintoma de um problema mais grave". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A queda-de-braço entre o Conselho Federal de Medicina e o governo em torno da concessão de registro provisório para profissionais estrangeiros do programa Mais Médicos ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira (20). Diante de mais uma derrota na Justiça, o CFM emitiu uma nota para conselhos regionais de todo o País recomendando a concessão do documento, mas com uma ressalva: informações consideradas indispensáveis, como o endereço do trabalho do médico, nome de supervisores e tutores teriam de ser concedidos até 15 dias depois da emissão do registro provisório.

Na nota, o CFM fazia referência a um compromisso que teria sido assumido pela Advocacia Geral da União. Um acordo que o governo diz nunca ter existido. O governo afirmou que irá tornar pública as informações, mas no prazo que considerar conveniente. O CFM, porém, não voltou atrás. "Caso em 15 dias não tenhamos informações, ingressaremos na Justiça", disse o vice-presidente da entidade, Emmanuel Forte.

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Na quarta-feira (18), a Justiça do Rio Grande do Sul concedeu uma liminar para a Advocacia Geral da União obrigando o conselho de medicina do Estado a emitir 19 registros provisórios no Estado para integrantes do programa do governo federal.

Até então, conselhos regionais vinham resistindo em conceder o registro provisório para integrantes do Mais Médicos, sob a justificativa de que as informações seriam indispensáveis para a fiscalização do trabalho dos profissionais formados no Exterior. Sem o documento, no entanto, profissionais ficam impedidos de atuar.

Até o início desta semana, nenhum registro provisório havia sido concedido para 682 estrangeiros que ingressaram no programa. Na segunda-feira, 16, um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) deixou claro que os conselhos poderiam exigir apenas o rol de documentos previstos na Medida Provisória que criou o Mais Médicos. Mesmo diante do parecer, o CFM informou que os conselhos somente concederiam o registro mediante essas informações.

Diante da resistência, o início do trabalho dos profissionais deverá ser novamente adiado. Pelo cronograma inicial, eles deveriam ter começado a trabalhar na segunda-feira, 16. Às pressas, o governo criou um "programa de acolhimento", de uma semana, realizado nas capitais dos Estados para onde os profissionais serão levados. De acordo com o CFM, foram concedidos pelo menos 50 registros provisórios até a tarde desta sexta-feira.

Contrário à Medida Provisória que institui o programa Mais Médicos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vai iniciar um empreitada contra a medida, apelando para a população, tentando convencê-la de que a ação é negativa. "Vamos lutar, inclusive esclarecendo a população que se trata de uma farsa, que ela é apenas um engodo porque não faltam médicos no Brasil", afirmou o presidente do conselho, Roberto D'Ávila.

Segundo D'Ávila, a conscientização dos médicos se dará por meio de panfletos que serão entregues a pacientes e também de orientação boca a boca nos consultórios e hospitais. Para o presidente do CFM, a MP é "improvisada, eleitoreira, imediatista e populista" e atende a "interesses que serão consolidados em 2014". "A cada paciente que atendermos, vamos entregar um folheto, vamos orientar, dizer que não é assim que se faz saúde, que isso é fruto apenas de uma maquiagem, ilusionismo para atender interesses que serão consolidados - não espero que aconteça isso - mas serão consolidados em 2014", afirmou.

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Nesta quinta-feira, 08, entidades médicas estiveram no Senado para entregar um abaixo-assinado com 42 mil assinaturas contra a MP. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) recebeu o grupo e disse, apenas, que o Congresso Nacional vai analisar na sua primeira reunião após o recesso, marcada para 20 de agosto, o veto ao Ato Médico, que restringia a atuação dos profissionais. A presidente Dilma Rousseff vetou 10 pontos da lei.

Na quarta-feira, 07, o governo teve sua primeira derrota na tentativa de agilizar a análise da MP do Mais Médicos. A bancada médica da Câmara boicotou a reunião de instalação da comissão especial e, sem a quantidade de integrantes necessária para dar início ao trâmite, a reunião foi marcada para a próxima terça-feira, 13.

O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, criticou nesta quarta-feira, 31, proposta do governo de transformar em residência os dois anos finais de graduação dos cursos de medicina. Na Medida Provisória 621, que trata do programa Mais Médicos, o governo federal propôs que o curso de medicina passasse de seis para oito anos, sendo que os dois últimos anos seriam destinados para atuação no serviço público de saúde. Hoje, no entanto, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o governo havia acatado proposição de uma Comissão de Especialistas para transferir os dois anos a mais para a residência, sempre no âmbito no Sistema Único de Saúde (SUS).

Vital disse que as propostas do governo e a própria MP são "improvisadas" e que colocam em risco a qualidade da formação dos alunos de medicina no País. "É indispensável a qualidade. Ou seja, residências que tenham a efetiva condição de atender a população. Oferecer a duplicidade dessas vagas (de residência) em cinco anos me causa dúvida", disse o vice-presidente do CFM, referindo-se à promessa do governo de universalizar e tornar obrigatória o acesso à residência médica em 2018.

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Ele disse que o País ainda não consegue preencher as 12 mil vagas de residência existentes atualmente. Há apenas 9 mil preenchidas, disse o presidente. Vital alegou também que a atual proposta do governo abre brecha para que a residência se torne um "serviço civil obrigatório disfarçado". "Não posso admitir que essa residência seja feita num posto de saúde com uma supervisão à distância".

Outro ponto amplamente criticado pelo CFM foi o fato de o governo estar tratando do tema por meio de uma Medida Provisória. Vital também se queixou que o Conselho e outras entidades médicas não foram ouvidas pelo Executivo. "Se é um programa para 2018, por que não perder um tempo maior para um planejamento mais adequado? Por que tem que ser algo de tanta urgência e tão improvisado?", queixou-se. O Conselho vai trabalhar no Congresso para que a MP seja derrubada, disse o vice-presidente do CFM.

O médico cardiologista e presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Avila, classificou nesta quinta-feira como "traição" os vetos da presidente Dilma Rousseff ao Ato Médico, que define o exercício profissional no País. D'Avila afirmou que o texto, depois dos vetos, ficou "totalmente desfigurado", jogando por terra 11 anos de discussão no Congresso.

"A presidente foi muito mal assessorada. Houve incompetência de seu assessor para a área de saúde." Indagado sobre a quem ele se referia, D'Avila apenas afirmou: "Só há um e ele é médico". O médico cardiologista e presidente do CFM afirmou haver uma crise com o governo, com o Ministério da Saúde. "Há uma descrença, houve quebra de confiança." D'Avila descartou a possibilidade de greve, mas disse que na próxima semana uma reunião será realizada para definir a saída das representações médicas das comissões e grupos de trabalho que atuam no ministério.

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) lança uma última cartada para tentar convencer o governo a desistir do plano de recrutar médicos estrangeiros para trabalhar em áreas consideradas prioritárias. O documento propõe uma estratégia alternativa, com alterações no Programa de Valorização de Atenção Básica, o Provab, o que traria mais atrativos para médicos formados no Brasil a trabalhar nesses locais.

A proposta condiciona a abertura de vagas à instalação de infraestrutura adequada, oferta de insumos, equipamentos de diagnóstico e terapias. A proposta sugere que profissionais recrutados tenham vínculo contratual com o Ministério da Saúde, uma jornada de 40 horas semanais; direito a licença-maternidade e auxílio-doença, férias e aviso prévio de desligamento de 30 dias.

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O Provab foi criado em 2011 para tentar atrair médicos para áreas consideradas de difícil provimento: periferias de grandes cidades e postos em municípios afastados. Na edição deste ano, dos 13 mil profissionais solicitados pelas prefeituras, 3.800 assinaram contrato, o equivalente a 29% das vagas abertas. No documento o CFM diz ser essencial que médicos recrutados no exterior sejam submetidos ao Revalida, um exame para validação do diploma, e um teste de fluência em português.

Resolução do Conselho Federal de Medicina publicada nesta quarta-feira, 8, traz profundas alterações nas regras para a fertilização assistida no País. A mudança limita a idade para pacientes serem submetidas ao tratamento, a idade para doação de óvulos e espermatozoides, permite de forma clara o uso da técnica para casais de pessoas de mesmo sexo que querem ter filhos, além de abrir espaço para a chamada doação compartilhada, mecanismo em que uma paciente interessada em se submeter à fertilização doa parte de seus óvulos para outra paciente, em troca do custeio de parte do tratamento.

"Precisávamos de regras mais atuais", afirma o presidente em exercício do CFM, Carlos Vital Correa Lima. A última mudança nas regras de fertilização ocorreu em 2010. A ideia é fazer revisões periódicas no ordenamento. "As questões vão surgindo com o tempo e o conselho precisa dar uma resposta", completou. O texto publicado no Diário Oficial é fruto de pelo menos dois anos de debates de uma câmara técnica formada por profissionais recrutados pelo CFM.

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O novo texto deixa clara a permissão para que casais de mesmo sexo se valham da técnica para poder ter filhos. A resolução anterior não trazia nenhum empecilho para que casais recorressem à fertilização. Mesmo assim, alguns conselhos regionais apresentavam dúvidas sobre o tema. "É uma reafirmação da garantia do casal, uma grande conquista", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Carlos Magno Silva Fonseca.

A resolução também deixa claro o limite de embriões que podem ser implantados na paciente. O número varia de acordo com a idade da doadora e não da paciente que vai receber os embriões. A regra, de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, Adelino Amaral, tem como objetivo reduzir o número de gestações múltiplas, que acabam aumentando o risco tanto para a gestante quanto para os bebês. "Pacientes mais velhas têm probabilidade de engravidar menor do que as mais jovens. Por isso, a partir de determinada idade da doadora, é preciso ampliar o número de embriões implantados."

De acordo com José Hiran Gallo, coordenador da câmara técnica responsável pela revisão das normas, mulheres com mais de 40 anos tem probabilidade de engravidar de 10%, um indicador menor do que aquelas com menos de 35 anos, em torno de 40%.

Para reduzir o impacto da restrição da idade, o CFM decidiu ampliar a lista de pessoas que podem fazer a doação temporária do útero. Até agora, o recurso poderia ser usado com voluntárias que tivessem parentesco de até segundo grau com o casal. Com a mudança, além de mães, irmãs e avós, será possível também fazer com que tias e sobrinhas sejam doadoras voluntárias de útero.

A resolução também lista os exames que podem ser feitos antes de implantar o embrião. A partir de agora, se torna oficial uma prática que já vinha sendo adotada: a de fazer a chamada tipagem HLA para selecionar embriões livres de doenças já encontradas na família e, ao mesmo tempo, compatível com o paciente. "Isso pode permitir que a criança, ao nascer, possa ser doadora e ajudar no tratamento do paciente", afirma Gallo. "Isso está longe de ser antiético. A mulher acaba aliando seu desejo de procriar com a possibilidade de tratar outro filho, por exemplo."

As regras novas também tratam do destino dos embriões congelados há mais de cinco anos. Eles poderão ser doados para pesquisa ou ser descartados. Se o casal quiser mantê-los, será preciso expressar essa vontade e assumir as responsabilidades desta decisão. Relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que no Brasil 26.283 embriões foram congelados em 2011. Casais pagam uma taxa mensal que varia entre R$ 600 e R$ 1,2 mil para mantê-los.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) voltou a criticar a decisão do governo brasileiro de autorizar a entrada de 6 mil médicos formados em faculdades cubanas, sem revalidação do diploma estrangeiro. "É temerário e traz grandes riscos à população", avaliou o presidente em exercício, Carlos Vital. Para ele, esses profissionais são formados "em escala industrial e sem qualidade".

"Uma política que supõe a premissa de 6 mil médicos de Cuba sem revalidação de diploma é absolutamente incoerente. Só podemos encontrar explicação em fins eleitoreiros. Não há outra explicação", afirmou. Ele classificou a medida do governo como ilegal, já que hoje os médicos formados no exterior que desejam atuar no Brasil precisam fazer o Revalida, que é uma prova de revalidação do diploma.

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No ano passado, 182 profissionais que estudaram em faculdades cubanas se inscreveram para revalidar seus diplomas no Brasil, e apenas 20 foram aprovados. Em 2011, dos 140 inscritos, 15 passaram. O total de médicos com diplomas estrangeiros inscritos para a revalidação em 2012 foi de 884, dos quais 77 foram autorizados a atuar no País.

O governo brasileiro anunciou na segunda-feira, 6, que se prepara para trazer 6 mil médicos cubanos para trabalhar no interior do Brasil. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, depois de um encontro com o chanceler de Cuba, Bruno Rodriguez. Patriota afirmou que a medida será tomada devido ao déficit de profissionais de medicina no Brasil. A intenção do governo é levar os cubanos para trabalhar em cidades do interior do Brasil onde hoje não há atendimento e onde os médicos do País não querem trabalhar.

Vital alega que mesmo os profissionais estrangeiros não têm se fixado no interior. Segundo ele, dos quase 7 mil médicos estrangeiros que revalidaram diplomas no Brasil nos últimos dez anos, 42% estão no Estado de São Paulo. Sobre as críticas de que o interior do País não é assistido pelos profissionais formados no Brasil, Vital diz que é devido à falta de infraestrutura e afirma ser necessária uma política de fixação, de longo prazo.

Questionado se não seria melhor que as cidades do interior recebessem esses médicos com diplomas estrangeiros, em vez de não ter nenhuma assistência, ele afirmou que não. "A pseudo assistência é mais grave que a falta de assistência. Quando você não tem um médico na sua cidade, pode buscar na cidade ao lado e ter um médico de qualidade adequada", justificou.

Vital também é contra a possibilidade de esses médicos trabalharem com supervisão, como em programas de estágios. "Não importa se o médico vem fazer estágio ou trabalhar com contrato, ele vai exercer a medicina e precisa ter seu diploma revalidado", afirmou. "Não somos contra o exercício no Brasil de médicos formados no exterior, apenas exigimos que eles sejam avaliados."

O senador Pedro Taques (PDT-MT), relator da Comissão Especial que discute a reforma do Código Penal, afirmou nesta quarta-feira que só vai se manifestar "no momento adequado" sobre a proposta do Conselho Federal de Medicina (CFM) de defender a liberação do aborto até a 12ª semana de gestação. A entidade enviará à comissão relatada por Taques um documento sugerindo que a interrupção da gravidez até o terceiro mês seja permitida, a exemplo do que já ocorre nos casos de risco à saúde da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro.

"Vamos levar em conta isso. Vamos ouvir. Eu, como relator, não posso manifestar a minha posição. Nós temos que receber esta sugestão do Conselho Federal de Medicina com todo o respeito, mas quem tem autonomia para decidir a respeito disso são os senadores e deputados", afirmou. "Eu sempre digo que sou favorável à vida, ao direito de existir, existir com dignidade, o que é previsto no artigo 5º da Constituição", completou.

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O relator lembrou que a comissão de reforma do Código tem "vários temas" para serem tratados e até meados de julho serão realizadas audiências públicas para discutir o assunto. Ele disse que o próprio CFM deve ser ouvido pelo colegiado.

Taques disse que já foram apresentadas na comissão especial emendas contrárias à mudança da interrupção da gravidez prevista em lei. O senador afirmou que, mesmo tendo que passar pela comissão especial, Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário, até o final do ano a Casa deve dar uma palavra final sobre a reforma do Código. A proposta, se aprovada, ainda terá de passar pelo crivo da Câmara dos Deputados.

"A liberação do aborto representaria evitar um mal com outro mal", afirmou na quarta-feira (20) o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Clóvis Bonfleur. "Isso nunca será a solução. É preciso formar a juventude, garantir o acesso à informação. Essas medidas, sim, é que podem proteger a mulher", observou.

Bonfleur também questionou a representatividade da decisão do CFM. "Isso não é a opinião da classe, pois certamente eles não ouviram todos os médicos", disse. "Essa é a posição apenas dos integrantes do colegiado."

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Para o representante da CNBB, o argumento de que a liberação do aborto protegeria mulheres economicamente menos privilegiadas é questionável. "Não há nada que prove que mulheres com recursos são submetidas ao procedimento com segurança, ficando o risco de vida apenas às mais pobres", completou.

A favor

"É um feito histórico", comemorou a presidente da organização Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado. "Como essa manifestação, há tempo esperada e muito bem-vinda, o Conselho Federal de Medicina mostra que a descriminalização do aborto não é apenas uma pauta de feministas, mas da sociedade", disse. Ela acredita que o envio do documento para o Senado possa trazer novo fôlego para a discussão sobre o aborto no País. "Estamos falando de uma classe que lida cotidianamente com o problema. Há uma necessidade real: mulheres morrem, têm complicações por abortos mal realizados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Avaliar de forma contínua os cursos de graduação de medicina, e não somente ao final do curso, como acontece atualmente. Foi que defendeu o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d'Ávila, nesta terça-feira (11), em Brasília. De acordo com informações da Agência Brasil, o presidente defendeu que a avaliação não deve ser tão teórica, mas sim, muito mais prática. Segundo ele, devem ser realizadas provas de habilidade e não apenas de múltipla escolha.

Para d'Ávila, é necessário que, além dos alunos, as instituições de ensino também sejam avaliadas, ao comentar os resultados da prova realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). “O exame deve ser mais bem elaborado, deve acontecer ao longo do curso e deve avaliar a escola também”, opinou d'Ávila, em depoimento à Agência Brasil.

Prova do Cremesp

O Cremesp, na semana passada, divulgou que mais da metade dos alunos formados recentemente no estado de São Paulo foram reprovados em seu exame. A prova, que é obrigatória a todos os formados de São Paulo, foi realizada no mês de novembro deste ano.

Composta por 120 quesitos, a prova do Cremesp abrange problemas comuns da prática médica, entre outras atividades. Segundo a Agência Brasil, dos 2.411 participantes da prova, 54,5% acertaram menos de 60%, ou seja, menos de 71 das 120 questões. A avaliação teve a presença de 2.525 estudantes das 28 escolas médicas paulistas que funcionam há mais de seis anos. “Esse exame é o retrato da realidade. É uma inferência de que alguma coisa vai mal”, destacou o presidente do CFM. “Defendemos um teste de progresso e uma avaliação da escola, como pré-requisito para exercer a profissão”, finalizou d'Ávila, de acordo com a Agência Brasil.

Com informações da Agência Brasil.

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) revisou e manteve as restrições a práticas da medicina molecular, como a proibição da prescrição de megadoses de vitaminas, proteínas, sais minerais e lipídios para a prevenção de doenças ou o uso de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) para evitar o envelhecimento.

Tais produtos eram amplamente indicados em consultórios de tratamento ortomoleculares mas, há dois anos, foram proibidos pelo CFM por não terem eficácia e segurança comprovadas cientificamente. Na resolução de 2010, ficou determinado que, passados dois anos, o texto seria submetido a uma revisão. Depois da análise, o CFM concluiu que as práticas continuam sem comprovação científica.

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A Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia (Sogesp) contestou nesta terça-feira (13) parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM) que permite obstetras cobrarem de pacientes de planos de saúde pelo acompanhamento no trabalho de parto. Para o grupo de médicos paulistas, a assistência faz parte do procedimento do parto e não pode ser cobrada separadamente.

"Se o valor pago é baixo, o paciente não tem nada a ver com isso", afirma o presidente da Sogesp, Cesar Eduardo Fernandes. A advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Joana Cruz, classifica a cobrança como abusiva. O parecer do CFM libera obstetras para cobrarem um valor que garantiria à gestante o direito de ser acompanhada desde as primeiras contrações até o nascimento do bebê. A justificativa é a de que o parto muitas vezes leva várias horas e que operadoras de saúde pagam apenas pelo parto, não pelo acompanhamento. Gestantes que aceitassem fazer o pagamento deveriam depois pedir o reembolso das operadoras de saúde.

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O valor, que seria acertado já na primeira consulta, garantiria a assistência integral. Gestantes que não aceitassem a proposta teriam de fazer o parto com médico obstetra de plantão no hospital. O parecer do CFM foi feito a pedido da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que agora deverá estudar o assunto.

Na prática, a cobrança por fora para assistência integral já vem sendo realizada pelos médicos. Gestantes de planos de saúde têm três opções: pagar a taxa extra para atendimento integral, fazer o parto com obstetra que está no plantão do hospital ou então marcar uma cesárea, aí com o médico que fez todo o seu pré-natal. Isso poderia explicar, em parte, a epidemia de cesáreas no Brasil. Em 2010, o procedimento foi usado em 82% dos partos realizados na rede conveniada. Porcentual muito superior ao registrado na rede pública: 37%.

Embora critique a cobrança pelo acompanhamento, Fernandes é favorável à criação de outra taxa: a que garantiria a disponibilidade do médico. "Nenhum profissional fica de prontidão 24 horas por dia durante toda a semana sem receber por isso", justifica. Ele argumenta que tal pagamento já ocorre de forma indireta, nos partos pagos diretamente pela gestante. "As operadoras deturparam essa relação, pagando apenas pelo procedimento em si." A taxa garantiria a disponibilidade do médico todas as vezes em que fosse necessário. "Para o parto de madrugada, de fim de semana ou qualquer outra emergência." Por meio da assessoria de imprensa, o CFM afirmou que somente se manifestaria sobre o assunto quando recebesse notificação da Sogesp.

Resolução que trata dos limites terapêuticos para doentes em fase terminal, divulgada nesta quinta-feira pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), autoriza o paciente a registrar no próprio prontuário quais procedimentos médicos quer ser submetido no fim da vida, de acordo com informações da Agência Brasil.

As regras estabelecem critérios para o uso de tratamentos considerados invasivos ou dolorosos em casos onde não há possibilidade de recuperação. A chamada diretiva antecipada de vontade consiste no registro do desejo do paciente em um documento, que dá suporte legal e ético para o cumprimento da orientação. O testamento vital, de acordo com o CFM, é facultativo e poderá ser feito em qualquer momento da vida - inclusive por pessoas em perfeita condição de saúde - e poderá ser modificado ou revogado a qualquer instante.

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou nesta segunda-feira um parecer condenando a prescrição de hormônios em tratamentos antienvelhecimento, por não haver evidências científicas de que a terapia seja eficiente. Dentro de até dois meses, uma resolução proibindo médicos de recomendar o uso desses produtos deverá ser editada. "O Código de Ética já mostra que médicos não podem indicar terapias não comprovadas cientificamente. O que vamos fazer é deixar mais clara a proibição da indicação de hormônios", afirmou o vice-presidente do CFM, Carlos Vital.

Nos últimos quatro anos, cinco médicos foram cassados por indicar tratamentos sem comprovação científica. No mesmo período, outros 10 profissionais foram condenados pelos mesmos motivos a penas de suspensão e censura pública. "Embora a medicina tenha avançado, a promessa de eterna juventude ainda está no campo das fábulas", disse Vital.

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Entre os hormônios indicados por médicos que atuam em clínicas de envelhecimento estão a melatonina, o cortisol, o hormônio do crescimento, progesterona e testosterona. "Os trabalhos reunidos até o momento mostram que, em pessoas saudáveis, o uso dos hormônios aumenta o risco de uma série de doenças", afirmou a geriatra Maria do Carmo Lencastro, integrante da Câmara Técnica do CFM.

Recomendação

No caso do hormônio da tireoide, por exemplo, o uso em pessoas saudáveis pode levar ao hipertireoidismo. Já o hormônio de crescimento, quando em grandes quantidades no organismo, pode levar a problemas cardiovasculares. "O uso desses hormônios provoca uma sobrecarga no organismo, e, em consequência, um desajuste hormonal", contou Maria do Carmo. Esta é a segunda recomendação feita pelo CFM relacionada a terapias que prometem interromper ou retardar o processo de envelhecimento. Em 2010, uma resolução do colegiado proibiu a indicação de terapia ortomolecular, também por não haver eficácia comprovada.

O diretor da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Salo Buskman, elogiou o parecer do CFM. "Era preocupante o crescimento da indicação das terapias ditas anti-aging", disse, citando o termo em inglês. Por várias razões, segundo ele: além de prometer algo que não há como ser alcançado, a interrupção do envelhecimento, a terapia aumenta o risco de efeitos colaterais, e passa a ilusão de que o paciente está comprando saúde - o que, por sua vez, o leva a deixar de adotar um estilo de vida saudável.

Casos

Buskman contou ter recebido em seu consultório pacientes com efeitos colaterais provocados por essas terapias. Mas ele ressalta que, muitas vezes, os próprios pacientes escondem o fato de terem adotado a terapêutica. "No fundo, eles sabem que o tratamento é condenado, que não há evidências de resultados. Mas o medo de envelhecer acaba falando mais alto". Ele diz que o controle dessas proibições pelo CFM não é fácil de ser realizada. "Dificilmente o paciente denuncia. Em primeiro lugar, porque pacientes se iludem com a promessa feita pelos médicos. Depois, porque não associam efeitos colaterais aos remédios".

O professor da Universidade Federal da Bahia, Elsimar Coutinho avalia que o CFM extrapolou suas competências. "O conselho é um órgão educativo, tem de fiscalizar a ética e não querer ensinar professores sobre o que indicar para pacientes", reagiu. O médico, conhecido pelo uso de hormônios para mulheres pararem de menstruar, afirma não fazer tratamento antienvelhecimento. "O que tem de ser feito é reposição hormonal. Hormônio nunca rejuvenesceu". Ele diz que não vai adotar nenhuma medida contra a decisão do CFM. "Isso não me afeta. Só uso hormônios com indicações precisas".

O parecer do CFM teve início depois de o médico Italo Rachid enviar para o colegiado um documento que reuniria uma série de estudos comprovando a eficácia do anti-aging. Dos mais de 5 mil trabalhos reunidos, no entanto, pouco mais de 1% trazia trabalhos sobre a análise do envelhecimento e nenhum deles apontava benefício dos hormônios. "A terapia antienvelhecimento não é especialidade médica. Nem no Brasil, nem na União Europeia, nem nos Estados Unidos", lembrou a geriatra.

De acordo com o parecer do CFM, no currículo o médico constava treinamento anti-aging. O parecer do CFM, no entanto, indica que essa ligação não foi comprovada. A reportagem não conseguiu entrar em contato com Rachid.

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