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A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, voltou a pedir nesta segunda-feira, 10, a revogação de sua prisão preventiva.

O documento afirma que, desde que foi preso, o ex-ministro 'entrou em estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos'. Também menciona que a mãe dele passa por um tratamento de câncer e que as filhas passaram a receber acompanhamento psicológico.

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Anderson Torres está preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre o papel de autoridades nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes. A decisão que mandou prendê-lo, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, citou 'descaso' e 'conivência' com os radicais.

O ex-ministro trocou de advogados e tenta mais uma vez a liberdade provisória. O primeiro pedido foi negado por Moraes no mês passado. Ele agora é representado por Eumar Novacki, Raphael Vianna de Menezes, Edson Smaniotto e Fábio Fernandez.

"A medida de repressão adotada - necessária naquele momento - não mais se justifica na hodierna conjuntura. Deveras, passado o momento de maior inquietação, a verdade começa a se revelar e as investigações em curso já apontam para a ausência de qualquer conduta criminosa do ex-secretário Anderson", diz um trecho do documento.

A defesa afirma que ele tem 'bons antecedentes' e não oferece 'periculosidade social'. Outro argumento é que as medidas cautelares impostas contra outras autoridades, como o afastamento do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha e a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira, foram revogadas.

"Anderson Torres, dos três inicialmente acautelados, é o único que não ocupa mais cargo na administração do Distrito Federal e que, com muito mais razão, não teria qualquer condição de interferir no curso das investigações ainda em andamento, que, a propósito, já caminham para a sua", afirmam.

Os advogados voltaram a dizer que as informações repassadas a Anderson Torres pelo setor de inteligência não apontavam a 'magnitude dos atos que viriam a ocorrer'. Para rebater a acusação de omissão, a defesa reiterou que um protocolo de ações integradas foi produzido com base nos dados disponibilizados até então.

Outra estratégia reciclada para tentar afastar a acusação de omissão é que a Secretaria de Segurança Pública não tem como atribuição a execução de atividades operacionais.

O documento reserva um capítulo para a minuta golpista apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro. O rascunho previa uma intervenção do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de uma comissão formada majoritariamente por membros do Ministério da Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular o resultado da eleição.

Os advogados de Anderson Torres afirmam que 'se pretendeu dar valor muito maior (ao documento) do que seria possível' e que a narrativa de insurgência contra o resultado eleitoral é 'absolutamente inverossímil'.

"A existência da minuta não pode mais ser empecilho à liberdade do requerente pelo fato de já ter sido devidamente periciada e desacreditada", afirmam.

"Trata-se de um papel apócrifo - sem validade jurídica, encapsulado em época de poder e administração já ultrapassada, e que, para sua eficácia normativa, se aperfeiçoado em demasia, demandaria o placet do Congresso Nacional - no exíguo prazo definido no art. 136, §6o, da Carta Política - configurando, de qualquer dos pontos de onde se pretenda observar, mera cogitação ad terrorem e insubsistente, incapaz de causar dano concreto, motivo pelo qual não deveria ser levada em consideração para persistência da prisão do requerente."

Como você vem acompanhando, o nome da família de Leonardo voltou a estar entre os mais comentados após Evaristo Costa alfinetar a criação das filhas de Virginia Fonseca. O jornalista comentou no Twitter sobre a falta de vontade da filha mais velha da influenciadora e de Zé Felipe de ficar no colo da mãe.

E claro, isso ganhou uma proporção gigantesca. Virginia Fonseca não gostou nada de ter seu nome envolvido nessa história e foi até as redes sociais desabafar sobre o assunto, e Zé Felipe, por sua vez, não fez diferente.

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O cantor decidiu até compartilhar nas redes sociais uma música que fez sobre o assunto. João Guilherme que também é da mesma família, foi até o Twitter fazer um longo desabafo sobre o momento difícil que a família está passando e escreveu:

"Eu sei que PRA VOCÊS pode ser difícil, mas vamos parar de pegar no pé da minha família. Geral fragilizado e tendo que lidar com uma personalidade importante como Evaristo dando pitaco sobre criação Mãe/Filha. Ai o barraco armou, como vocês acham que tá o clima na família?

Mesma semana tiveram os fiscais de luto, sobre a forma de cada um lidar com a nossa perda. Vocês tornaram o Zé e a Virginia gigantescos, não é qualquer cabeça que digere tudo isso da melhor forma. SE VC NÃO GOSTA, RALA. rala das páginas de fofoca que vocês param de ver. simples.

Vocês pegam alguém para criticar e fazem isso até, de verdade, atingir o que vocês querem. Vocês não sabem como pode ta a cabeça de quem vocês tão mexendo, ou pior, às vezes nem ligam. Se não ta gostando da música, não ouve é simples. Não tá gostando do que vê nos stories da gata, NÃO VÊ.

Vocês acham que vivem dentro da casa da minha família lá porque vocês vem 800 telas de Stories da casa, das crianças e etc... mas a Stories são Stories. Virginia e Zé não desgrudam desses nenês por nada, amor de pai e mãe não tem igual.

Por último, vejo o tempo inteiro vocês botando eu e meu irmão num lugar de bom e mal, maior ou menor, melhor ou pior... somos irmãos e não faz bem para nenhum de nós dois ler isso. Obrigado se puderem respeitar um pouquinho a intimidade e trabalho da minha família eu agradeço.

E tipo assim, tudo isso tirando a parte do Rap que meu irmão lançou na emoção. O menino tava delirando kkk não entendi também".
 

Selena Gomez usou as redes sociais, nesta sexta-feira (24), para tentar colocar um fim na polêmica envolvendo Hailey Bieber. Em um comunicado publicado nos Stories, a atriz contou que foi procurada pela modelo, que alega estar recebendo uma série de ameaças de morte.

No texto, Gomez pede para que as pessoas parem com os ataques e diz que sempre pregou pelo respeito e a gentileza.

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"Hailey Bieber me procurou e me contou que tem recebido ameaças de morte e muito ódio e negatividade. Isso não é o que eu defendo. Ninguém deveria experiênciar ódio ou bullying. Eu sempre defendi gentileza e realmente quero que isso tudo pare", disse.

Caso você esteja por fora, a polêmica mais recente entre elas começou quando Selena anunciou que iria dar um tempo das redes sociais - pouco tempo depois de recuperar o posto de mulher mais seguida no Instagram. Na época, os fãs interpretaram que a decisão da cantora poderia ter sido motivada por uma foto publicada por Kylie Jenner, na qual ela faz um comentário sobre suas sobrancelhas e, então, compartilha uma chamada de vídeo com Hailey.

O que isso tudo tem a ver? Bom, horas antes, Selena havia feito um vídeo para falar justamente sobre suas sobrancelhas. Com a conexão feita, os fãs da cantora passaram a repudiar o comportamento das duas, principalmente de Hailey, atual esposa de Justin Bieber - o ex-namorado mais conhecido de Selena.

A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, pediu, nessa quinta-feira (2), que ele seja autorizado a não ter que depor à CPI dos Atos Antidemocráticos.

O pedido foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia consultado os advogados sobre o interrogatório.

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Os defensores afirmam que o ex-ministro já prestou depoimento à Polícia Federal (PF) e que agora pretende exercer o direito ao silêncio.

"Nesse cenário, já robustecido largamente por depoimentos de outros investigados e por prova técnica, resta-lhe invocar a orientação pretoriana desse excelso Pretório acerca da guarda do direito constitucional de silêncio de investigado e de não comparecimento, nessa condição, à sessão de CPI", escrevem.

A comissão parlamentar marcou o depoimento para a próxima quinta-feira (9) e tenta conseguir autorização do STF para ouvir o ex-ministro presencialmente na Câmara do Distrito Federal.

Torres está preso preventivamente na investigação sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro, mas os deputados distritais pediram que ele seja conduzido excepcionalmente para prestar esclarecimentos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 27, a manutenção da prisão preventiva do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, na investigação sobre os atos golpistas do dia 8 de janeiro.

A manifestação foi enviada ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que requisitou o parecer da PGR para decidir sobre um pedido de liberdade feito pela defesa.

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A PGR afirma que há 'indícios consistentes' contra o ex-secretário e que suas 'condutas omissivas' parecem ter contribuído para a invasão e a depredação dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes.

"Permanecem, portanto, inabalados os motivos da decretação de sua prisão preventiva, embasados na garantia da ordem pública, agora robustecidos com os novos elementos de prova", diz um trecho do documento assinado pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.

A PGR afirma ainda que a soltura do ex-secretário poderia colocar em risco a investigação e abrir caminho para a destruição de provas. O órgão lembra que, ao ser preso, Anderson Torres não entregou o celular à Polícia Federal (PF), o que segundo a Procuradoria 'demonstra ausência de cooperação para o esclarecimento dos fatos'. A defesa afirma que ele esqueceu o aparelho nos Estados Unidos.

O então secretário estava em Miami quando teve a prisão decretada por Moraes. Ele saiu de férias dias antes dos protestos radicais. A PGR argumenta que Torres estava ciente das manifestações previstas para o dia 8 de janeiro e não poderia ter se ausentado do cargo. O órgão afirma que o afastamento foi 'preponderante' para os atos de vandalismo.

"Além de não atuar para impedir ou, ao menos, minimizar os danos, o investigado/requerente se colocou em posição deliberada de omissão, não podendo agora se valer disso para buscar uma isenção de responsabilidade", argumenta a Procuradoria.

O parecer cita também a minuta de decreto encontrada na casa de Torres, que foi ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro, para o então presidente intervir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anular o resultado da eleição. O ex-ministro minimizou o documento e disse que ele seria descartado, versão que não convenceu a PGR.

"Ao contrário do que o investigado já tentou justificar, não se trata de documento que seria jogado fora, estando, ao revés, muito bem guardado em uma pasta do governo federal e junto a outros itens de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa", destaca o subprocurador.

Anderson Torres foi preso preventivamente no dia 14 de janeiro, na investigação sobre o papel de autoridades nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes, prorrogada hoje por mais 60 dias. A ordem de prisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, foi confirmada por maioria no plenário do STF.

Docentes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, ligada à Universidade de São Paulo (USP), saíram em defesa do retorno da deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB) às salas de aula da instituição, onde leciona direito penal. Na segunda-feira (6), o Centro Acadêmico XI de Agosto, representação política dos estudantes, divulgou um abaixo-assinado contra a volta da parlamentar, alegando que ela "não é mais bem-vinda" após ter tido uma "contribuição indecente para o País" nos últimos anos.

O diretor e a vice-diretora da faculdade, Celso Campilongo e Ana Elisa Liberatore Bechara, emitiram uma nota em que lembram os direitos de "livre manifestação do pensamento e a liberdade de consciência" garantidos pela Constituição de 1988, que se aplicam também às diretrizes das atividades intelectuais e científicas: "É na trilha dos mandamentos constitucionais que garantem a liberdade de cátedra e a livre manifestação do pensamento de todos os seus docentes que a Faculdade reafirma seu compromisso continuado e inabalável com a construção da democracia e o crescente respeito às diferenças".

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Em artigo publicado em um site jurídico, o ex-diretor da São Francisco Floriano de Azevedo Marques Neto, que afirma ter ideias "absolutamente opostas" às de Janaina, defendeu que o desejo de proibir o retorno da parlamentar às salas de aula é um "desrespeito à história de pluralidade" da instituição.

"Querer proibir que um professor reassuma sua docência, especialmente pelo fato deste docente professar ideias com as quais discordamos, para além de ferir as liberdades constitucionais, é um desrespeito à história de pluralidade que marca o Largo de São Francisco. Janaína pode representar tudo com que discordo, mas é professora e, portanto, deve ser tratada com respeito e com a tradição plural das Arcadas", escreveu.

Marques Neto também lembrou que a deputada estadual é concursada, portanto, deve retornar ao posto assim que sua licença acabar. "Terminada sua licença para exercer mandato de deputada, tem o direito e o dever de retomar suas atividades", disse. Ao Estadão, Janaina afirmou que o seu mandato será concluído no dia 14 de março e que já informou ao departamento que está disponível para retomar suas aulas a partir do dia 15.

A opinião de Marques Neto foi endossada pelos departamentos de Direito do Estado (DES) e Filosofia e Teoria Geral do Direito (DFD). Em nota, as instituições defenderam o histórico do Faculdade de Direito do Largo de São Francisco de defesa e respeito ao pluralismo, à diversidade, à Liberdade de Cátedra e de opinião.

O texto de Marques Neto foi respondido pelos representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto. O grupo afirmou que o ex-diretor erra ao defender a parlamentar e argumentam que a instituição não é plural: "A Faculdade de Direito da USP, portanto, não é marcada pela pluralidade, mas sim pela exclusão, a começar pelo perfil histórico do seu corpo discente e docente, que foi por séculos e continua composto por uma classe social com conta bancária e cor de pele definidas".

Segundo o Centro Acadêmico XI de Agosto, o direito de retomar as atividades docentes é evidente, mas não a priva de receber críticas quanto a sua atuação pública. "Todavia, isso não a torna imune do questionamento legítimo por parte dos estudantes sobre os seus atos políticos. A responsabilização sobre aquilo que os professores dizem e fazem deve ocorrer, seja nas instâncias internas da universidade ou no debate político", afirma a entidade, em nota. "A Faculdade não está a serviço da sua carreira, ela é quem deve estar a serviço da universidade."

A resposta do grupo político estudantil ainda defende a necessidade de "ser intolerante com os intolerantes": "O falso vitimismo da extrema-direita deve ser desmascarado e os seus representantes julgados politicamente e juridicamente. Tanto os seus líderes absolutistas quanto aqueles representantes esclarecidos, como é o caso de Janaína Paschoal".

'Responsabilidade'

Ao Estadão, Janaina afirmou que a manifestação dos colegas docentes é sinal de "responsabilidade para com a história da faculdade e para com os deveres dos educadores". Ela reforçou que não teme ser impedida de retornar à cátedra e que não há embasamento legal para destituí-la do cargo de professora.

A deputada estadual se tornou alvo dos estudantes por sua trajetória política, que ganhou destaque a partir da abertura do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Janaína Paschoal assinou a peça jurídica que serviu de base para o impedimento da petista ao lado de Miguel Reale Júnior. Mais tarde, chegou a ser cogitada para ser candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, em 2018, mas preferiu se candidatar a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. Então filiada ao PSL, ela se tornou a deputada estadual mais votada do País.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, demitiu seu ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, acusado de corrupção e alvo de investigação. A decisão do governo é um reflexo da intensa pressão internacional para Zelenski fechar o cerco contra a corrupção crônica na Ucrânia, que vem recebendo bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária.

Aparentemente, no entanto, Reznikov não saiu do governo pela porta dos fundos. David Arakhamia, chefe do partido Servo do Povo, de Zelenski, disse que ele seria transferido para o comando de outra pasta. O Ministério da Defesa será agora chefiado pelo general Kirilo Budanov, atual diretor da inteligência militar.

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Reznikov não foi diretamente implicado em nenhum escândalo e Arakhamia rejeitou que a mudança esteja relacionada à pressão internacional. No entanto, Reznikov foi o oficial de mais alto escalão de Zelenski a ser destituído nos quase 12 meses de conflito com a Rússia.

Saída

No domingo, 5, Reznikov comentou a respeito dos boatos de que ele poderia ser substituído, dizendo que apenas uma pessoa, o presidente Zelenski, poderia decidir se ele ficaria no governo. "Nenhum funcionário público permanece no cargo para sempre. Ninguém", disse. "Farei o que o chefe de Estado mandar."

A esperada mudança no topo do comando militar da Ucrânia ocorre quando as tropas de Kiev estão sob pressão crescente no leste do país, enfrentando combates violentos na cidade de Bakhmut.

Nesta segunda, 6, um líder paramilitar russo disse que as forças ucranianas estavam defendendo "todas as ruas e todas as casas". A batalha por Bakhmut pode se tornar o primeiro sucesso significativo da Rússia no campo de batalha em meses.

Yevgeni Prigozhin, fundador do grupo de mercenários Wagner, cujas forças ajudaram a campanha brutal da Rússia em Bakhmut, disse que as tropas ucranianas estavam "lutando até o último homem", negando relatos nas redes sociais de que as forças de Kiev estavam se retirando da cidade. "As Forças Armadas da Ucrânia não estão recuando para lugar nenhum", disse Prigozhin.

Combates

De acordo com o comando militar ucraniano, as forças russas atacaram ontem dezenas de posições na frente oriental. Segundo o governo da Ucrânia, os ataques russos se intensificam nos últimos dias, no que poderia ser a maior ofensiva de Moscou desde as primeiras semanas da guerra, há quase um ano. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça de São Paulo negou pedidos da defesa do empresário Thiago Brennand para revogar seu decreto de prisão preventiva e trancar o processo em que ele responde por agressões físicas, sexuais e psicológicas em série contra mulheres.

Por unanimidade, a 5.ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rejeitou três habeas corpus. Os desembargadores concluíram que há indícios suficientes para manter a ordem de prisão do empresário e para seguir com a ação penal.

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"A prova é farta no sentido dos indícios de cometimento dos delitos, que a instrução poderá aclarar", diz um trecho do voto do desembargador Geraldo Pinheiro Franco, relator dos HCs, que foi acompanhado por Tristão Ribeiro e Geraldo Wohlers.

Thiago Brennand chegou a ser preso em outubro do ano passado, quando foi localizado nos Emirados Árabes Unidos, após passar quase um mês foragido com o nome da lista de difusão vermelha da Interpol. Ele foi solto depois de pagar fiança e se comprometer a ficar no país. A extradição ainda não foi feita.

"As informações colhidas até o momento evidenciam indícios de um comportamento reiterado do paciente de agressões verbais, físicas e morais, de excessos negativos, de desconsideração com o próximo, de desrespeito à lei, de sentimento de impunidade em face de seu poderio econômico, de ameaças, que ofendem sim a ordem pública, notadamente pela repetição de condutas", destacou o relator.

O processo por estupro, registro não autorizado da intimidade sexual, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal corre na Comarca de Porto Ferreira (SP).

Os desembargadores também rejeitaram a tese da defesa de que houve 'excessos' nas acusações do Ministério Público de São Paulo.

"A contextualização dos fatos, trazida pelo Ministério Público, não invade a honra do paciente, nem traz a julgamento fatos exteriores àqueles a serem examinados", rebateu Pinheiro Franco. "Uma coisa é a desqualificação da vítima mediante a apresentação de fatos alheios aos autos, outra coisa é o Ministério Público, legitimamente, trazer aos autos indicações da conduta do agente de crime para serem sopesadas a tempo próprio e em caso de condenação."

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, destacou que cabe ao Poder Judiciário a guarda da Constituição. De acordo com ela, em 2023, a Corte Suprema continuará "vigilante na integridade da ordem democrática".

"A participação do Judiciário nesta cerimônia reveste-se de especial significado nax medida em que a interação sadia e harmônica entre os Poderes", declarou Rosa.

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A ministra classificou como "ataque ignóbil" as manifestações golpistas que ocorreram em 8 de janeiro em Brasília. Segundo ela, "longe de enfraquecer" a democracia, a data conferiu maior intensidade ao convívio harmonioso entre os Poderes.

De acordo com Rosa, "longe do pretendido aviltamento das instituições", a comunhão nacional se retomou fortalecida. "Que prossigamos firmes no contínuo aperfeiçoamento da nossa democracia", declarou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta quarta-feira, 1º, a manutenção da prisão preventiva do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), coronel Fábio Augusto Vieira, na investigação sobre os atos golpistas na Praça dos Três Poderes.

O coronel está preso desde o dia 10 de janeiro por suspeita de 'conivência' com os protestos extremistas. A prisão preventiva não tem prazo para terminar.

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O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos disse que a 'hipótese criminal' autoriza a continuidade da prisão cautelar.

"Ainda que haja necessidade de delimitação de outras responsabilidades e alguns contornos fáticos, há evidências de que o requerente sabia, podia e devia ter agido", diz um trecho da manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Os advogados João Paulo Boaventura e Thiago Turbay, que representam o ex-comandante da PM, disseram em recurso enviado ao STF que o relatório da intervenção na segurança pública do Distrito Federal descarta omissão ou conivência com a ação dos extremistas. A defesa alega que ele não participou do planejamento da operação de segurança para o dia 8 de janeiro e que o trabalho ficou a cargo do Departamento Operacional (DOP) da Polícia Militar.

A PGR afirma, no entanto, que ele 'tinha pleno conhecimento das manifestações' e agora busca 'afastar sua responsabilidade penal'. Na avaliação do órgão, o então comandante da PM deveria ter 'mobilizado toda a tropa a tempo e hora de conter o avanço do grupo golpista' que invadiu os prédios dos três Poderes no dia 8 de janeiro.

"É pouco ou nada crível que o Comandante-Geral da Polícia Militar desconhecesse a gravidade dos atos que se avizinhavam na manhã do dia 8 de janeiro, tanto que, pessoalmente, deslocou-se para o sítio dos fatos para acompanhar todos os seus desdobramentos causais", argumenta o subprocurador.

A decisão sobre a continuidade ou não da prisão cabe agora ao ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre os atos golpistas.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS JOÃO PAULO BOAVENTURA E THIAGO TURBAY, QUE REPRESENTAM O CORONEL FÁBIO AUGUSTO VIEIRA

"A defesa técnica do Cel. Fábio Vieira recebeu, surpresa, a manifestação proferida pela Procuradoria-Geral da República nos autos do Inquérito 4.293, em tramitação no Supremo Tribunal Federal. Aguardava-se fidelidade aos fatos e correção teórica. A atribuição de valor ao fato relevante para o direito não aceita ilações que se apartem dos fatos de domínio público e previamente documentados no processo. A presunção aparente de ter havido responsabilidade por omissão não resiste aos fatos, que constituem inegavelmente prova ao contrário. É preciso calçar as chuteiras da dogmática e correção técnica. Caberá ao Supremo, a quem depositamos nossa confiança na forte proteção ao Estado Democrático de Direito, a correta interpretação dos fatos, o necessário aprumo jurídico e o resgate da confiança cívica e Institucional na Democracia."

O ministro da Defesa, José Múcio, disse que não haverá trégua do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em buscar cada um dos culpados pelos atos golpistas realizados em Brasília, no domingo, 8 de janeiro. Ao Estadão, Múcio afirmou que também espera uma nova fase de relacionamento entre o governo federal e os militares, com a chegada do general Tomás Miguel Ribeiro Paiva no comando do Exército.

"Todos serão punidos, sem exceção", disse Múcio à reportagem. "Vamos virar a página. Esperamos que, agora, possamos inaugurar um novo tempo."

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As palavras de Múcio procuram traduzir um sentimento que norteia toda a cúpula do governo e que, segundo o ministro, também deve orientar os novos comandos da Forças. A expectativa é de que, de agora em diante, haja distanciamento entre o papel do Executivo, a quem cabe governar o País, dos militares, que devem se voltar exclusivamente para suas funções institucionais, como a proteção e monitoramento das fronteiras e garantia da soberania nacional.

A queda do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, não foi um ato determinado especificamente por Lula, segundo pessoas próximas à cúpula do governo. O presidente estava contrariado desde o dia 8 de janeiro com as atitudes de Arruda e fez questão de deixar isso claro para José Múcio. O pedido de sua demissão, porém, não partiu do petista. Foi Múcio que, após não ver outra forma de resolver o assunto, resolveu colocar um ponto final no episódio e demitir Arruda pelo o que classificou como "fratura na confiança".

Múcio, apesar disso, mantém uma boa relação com Arruda, que passou por uma cirurgia neste domingo e se encontra em bom estado de saúde.

A expectativa do ministro em reinaugurar uma nova fase entre o Palácio do Plano e o Quartel General do Exército começa a tomar forma nesta próxima terça-feira, 24. O novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, já anunciou que fará uma reunião com a cúpula militar, para tratar dos rumos e prioridades da Força.

Há uma expectativa clara de que novas acusações venham à tona envolvendo nomes de militares, a partir das investigações que estão em curso.

No caso do agora ex-comandante Arruda, a demissão ocorreu após uma sucessão de atos que, no entendimento do governo Lula, se devem à insubordinação, em confronto direto às determinações do governo federal

Primeiro, Lula obteve informações de que há fortes indícios de que o Comando Militar do Planalto, ligado ao Exército, falhou significativamente na contenção dos ataques de 8 de janeiro ao Palácio do Planalto. Depois, o presidente recebeu a informação de que houve resistência direta do Comando do Exército em permitir a prisão de golpistas no acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General em Brasília, na noite da invasão e depredação. Tanques chegaram a ser utilizados para travar a entrada da Polícia Militar.

A situação ficaria completamente insustentável após a resistência do então comandante Arruda em exonerar o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como "coronel Cid". Fiel escudeiro de Jair Bolsonaro e ajudante de ordens do ex-presidente, Cid foi nomeado para chefiar o 1.º Batalhão de Ações de Comando do Exército em Goiânia. Houve pressão para que essa nomeação fosse cancelada por Arruda, o que não ocorreu. Na manhã do sábado, 21, Múcio conversou com o general e o dispensou do cargo.

O Superior Tribunal Federal (STF) lançou nesta terça-feira, 17, a campanha Democracia Inabalada, composta por um conjunto de vídeos e postagens que serão divulgados a partir desta terça-feira, 17, até o dia 1º de fevereiro. A iniciativa é uma resposta às invasões e depredações dos prédios públicos dos três Poderes, que ocorreram no dia 8 de janeiro.

No primeiro vídeo, imagens do prédio sede do STF são veiculadas com um filtro preto e branco. Ao fundo, é possível ouvir a manifestação dos vândalos que depredaram o edifício enquanto a seguinte mensagem é veiculada: "Vidraças foram quebradas, estátuas foram derrubadas, cadeiras foram arrancadas, mas a defesa da constituição segue inabalada".

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Esse é, segundo o próprio Supremo, o objetivo da campanha: "ressaltar a solidez das instituições brasileiras e o fortalecimento do STF diante dos atos criminosos de que foi vítima".

Além de vídeos na TV Justiça e postagens nas redes sociais do Tribunal, a campanha tem sido divulgada pelos próprios ministros, como o Luís Roberto Barroso. Em publicação em suas redes sociais, o magistrado afirmou que democracia é "invencível" e "representa o esforço da humanidade para que todos sejam livres e iguais", replicando a #DemocraciaInabalada.

A cidade de Florença, na Itália, teve uma manifestação "em defesa da democracia no Brasil" na praça Sant'Ambrogio neste domingo (15) como uma resposta aos atos golpistas ocorridos no país sul-americano há uma semana.

A ação foi realizada pelo grupo Cittadini Brasiliani Antifascisti in Toscana, com o apoio da Casa dos Direitos dos Povos e do Centro de Estudos da América Latina. Também participaram do ato representantes de um dos maiores sindicatos italianos, a Confederação-Geral Italiana do Trabalho (Cgil), que recentemente fez uma manifestação semelhante em Roma.

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"O que está acontecendo no Brasil é o último dos ataques perpetrados contra as instituições, ao meio ambiente, à nação e ao povo brasileiro. Por seis anos, nós vivemos a devastação do nosso país com angústia e não estamos mais dispostos a ficar quietos, nem apenas suportar o que está acontecendo", diz a nota dos organizadores.

Eles ainda ressaltam que "lutaremos sem medo pela defesa da democracia sancionada pelo voto legítimo e democrático das eleições".

"Para a Europa e aos EUA, pedimos que os sujeitos que estão sendo acusados de coisas gravíssimas, a partir do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, não encontrem apoio de nenhum tipo de governos democráticos", referindo-se aos processo de cidadania italiana pedidos por Carlos e Flávio Bolsonaro.

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Da Ansa

O atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, marcou a cerimônia de despedida do cargo para o dia 29 de dezembro, dois dias antes do fim do mandato presidencial de Jair Bolsonaro. Ele e os atuais comandantes das Forças Armadas vêm sendo cobrados por apoiadores de Bolsonaro para promover uma intervenção militar, sem nenhum respaldo legal, o que seria um golpe de Estado contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, a ser empossado em 1º de janeiro.

Paulo Sérgio será, no curto prazo, o último militar a ter exercido o cargo de ministro da Defesa. General de Exército da reserva, ele será sucedido por um civil, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro, já indicado por Lula. O ministro já se reuniu com sucessor, em contato considerado positivo por ambos os lados. Mas as sensibilidades persistem.

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Como o Estadão revelou, Lula deseja encerrar o quanto antes os acampamentos e aglomerações golpistas no entorno de quartéis pelo País. Os atos de protesto contra a eleição do petista e em favor de um golpe tiveram respaldo para ocorrer da atual cúpula militar de Bolsonaro. Agora, até a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal fala em acabar com a concentração de extremistas.

O gabinete de transição e ministros já indicados por Lula aumentaram a pressão política para dar fim aos acampamentos nas últimas semanas e passaram a dizer que viraram "incubadoras de terroristas e de atos violentos". Eles passaram a cobrar a remoção desde os atos extremistas de destruição de 12 de dezembro, após a diplomação de Lula, e da recente tentativa de explodir um caminhão de combustível no Aeroporto de Brasília. Os crimes tiveram a participação direta de bolsonaristas mobilizados em frente ao Quartel-General do Exército, conforme a polícia.

O ministro fará uma cerimônia longe da imprensa. Diante de tensões políticas envolvendo as Forças Armadas, a despedida será restrita a convidados e autoridades militares, no salão nobre da sede da Defesa, na Esplanada dos Ministérios. Essa passou a ser a prática adotada pelos militares em cerimônias oficiais por causa da tensão política envolvendo os militares.

Ele também vai inaugurar, na ocasião, sua foto oficial na galeria de ex-ministros e deverá discursar, com a presença dos atuais comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica. Segundo a Defesa, o ministro permanecerá formalmente no posto até o dia 31 de dezembro. Mas não presidirá a passagem de comando das Forças, que ficou para janeiro. Como o Estadão mostrou, os três haviam sinalizado a intenção de passar os comandos antes da hora, em ato político hostil a Lula, mas foram demovidos da ideia.

O general é considerado um aliado fiel do presidente Bolsonaro e mobilizou as Forças Armadas para realizar uma inédita fiscalização das eleições - embora houvesse previsão legal desde a disputa municipal de 2020, a atividade só foi realizada neste ano, por decisão política do Palácio do Planalto, enquanto Bolsonaro movia o aparato de Estado em campanha para desacreditar as urnas eletrônicas. Ao fim, mesmo sem nenhuma evidência de fraude, o ministro assinou ofício dizendo que a equipe das Forças Armadas não poderia atestar a segurança do sistema eletrônico de votação, o que foi motivo de críticas reservadas na caserna.

O general assumiu o comando do Exército em março de 2021, durante uma intervenção do Palácio do Planalto que resultou na demissão de toda a cúpula militar. Foi a maior crise política nas Forças Armadas desde a redemocratização. Um ano depois, Paulo Sérgio foi escolhido pelo presidente para assumir a Defesa e suceder o general Walter Souza Braga Netto, que saiu do cargo de ministro para disputar as eleições como candidato a vice-presidente na chapa derrotada, ao lado de Bolsonaro.

Após obter decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF), Sérgio Cabral aguarda os trâmites burocráticos para deixar a Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói (RJ). A defesa do ex-governador do Rio de Janeiro acredita que ele deverá ser liberado na segunda-feira (19). A partir de então, ele deverá cumprir ordem de prisão domiciliar.

"Estamos aguardando o envio dos ofícios comunicando a decisão e a expedição do alvará de soltura. Dificilmente isso acontece ainda hoje. É mais provável que ocorra na segunda-feira, quando há expediente normal", disse à Agência Brasil o advogado Daniel Bialski.

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Ontem (16), a Segunda Turma do STF formou maioria para atender a um habeas corpus em favor de Sérgio Cabral. A defesa do ex-governador reivindicava o reconhecimento de incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba, então chefiada pelo ex-juiz Sérgio Moro, para determinar a prisão e julgar o processo da Operação Lava Jato sobre o suposto pagamento de propina em obras da Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Por três votos a dois, decidiu-se revogar a prisão preventiva, anular decisões tomadas no processo e enviar o caso para análise da Justiça Federal do Rio. O julgamento teve início no dia 9 de novembro. A deliberação aconteceu de forma eletrônica: coube a cada ministros registrar seu voto no plenário virtual.

Sérgio Cabral está preso há mais de 6 anos, desde que foi alvo da Operação Calicute, um desdobramento da Operação Lava Jato deflagrado em 17 de novembro de 2016. Segundo a investigação, havia cobrança de propina na celebração de contratos entre empresas e o governo fluminense. Desde então, Cabral foi implicado em diferentes casos de corrupção investigados e se tornou réu em mais de 30 processos, dos quais chegou a ser condenado em 23. Algumas sentenças foram posteriormente revogadas ou modificadas. Antes dessas revisões, as penas somavam mais de 400 anos de prisão.

No entanto, em 2019, o STF passou a considerar que a execução de sentença condenatória só é possível após esgotados todos os recursos. Até então, era aceito o início do cumprimento da pena após decisão de segunda instância, o que foi considerado inconstitucional. Como Cabral ainda pode recorrer em todos os processos, ele foi mantido preso com base em ordens de prisão preventiva, geralmente determinadas quando se reconhece que o acusado pode voltar a cometer crimes ou atrapalhar o andamento do processo.

Ao todo, o ex-governador foi alvo de cinco mandados de prisão preventiva. Quatro já haviam sido revogados, sendo que dois deles foram convertidos em prisão domiciliar. Assim, somente um mandado que estava em vigor mantinha Sérgio Cabral na unidade prisional. Os três ministros que compuseram a maioria favorável ao habeas corpus consideraram que a manutenção de uma prisão preventiva por mais de seis anos é excessiva. Ao mesmo tempo, Gilmar Mendes, a quem coube o voto de desempate em favor do ex-governador, salientou que a decisão não significa absolvição, já que os julgamentos pendentes seguirão seu curso normal.

Após a decisão, os advogados de Sérgio Cabral informaram, em nota, que após deixar a unidade prisional, o ex-governador se manterá em prisão domiciliar aguardando a conclusão das demais ações penais. "A defesa confia em uma solução justa, voltada ao reconhecimento de sua inocência e de uma série de nulidades existentes nos demais processos a que responde", diz o texto.

Anunciado nesta sexta-feira, 9, como futuro ministro da Defesa do governo Lula, o ex-deputado José Múcio Monteiro disse que é preciso "despolitizar" e "despartidarizar" as Forças Armadas. Ele ainda afirmou ter o sonho de fazer a "pacificação" da caserna.

"O que eu proponho? Que nós voltemos a ser o que sempre fomos e deu certo. Os militares guardiões, uma instituição de Estado e sem participar de política", afirmou, em entrevista à Globonews.

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"É uma volta ao passado? Não. É uma volta ao que sempre foi nas Forças Armadas. A despolitização, e mais, a despartidarização das Forças Armadas é uma coisa absolutamente necessária para o país", seguiu.

Monteiro disse avaliar que as Forças Armadas demonstram não dar apoio a "qualquer movimento" de base golpista ou antidemocrática, mas reconheceu que há uma forte divisão política entre os militares.

"As Forças Armadas têm demonstrado que não apoiam qualquer movimento desses golpistas. Evidentemente que têm suas preferências. Se você me dizer que temos três Forças, sou capaz de dizer que temos seis Forças. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro; e o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula", disse.

Monteiro declarou que é hora de pacificar os ânimos e evitar tocar em pontos nevrálgicos na tensa relação entre Lula e a caserna. "Meu sonho é pacificação. Estou sonhando que essas coisas se acalmem, que os próximos dias passem. Temos, todo mundo, que ceder um pouco, não adianta esse discurso de quem manda mais", declarou.

Os Estados Unidos vão enviar para a Ucrânia 275 milhões de dólares em material militar para "reforçar" sua defesa, em particular contra os aviões não tripulados, declarou, nesta sexta-feira (9), um porta-voz da Casa Branca.

"Em breve será enviado um novo pacote de ajuda militar no valor de 275 milhões de dólares para dotar a Ucrânia de novas capacidades para reforçar sua defesa aérea e enfrentar as ameaças dos drones", declarou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Kirby disse que os americanos também fornecerão ao exército ucraniano munição de artilharia, em particular para os HIMARS, sistemas de precisão bastante potentes montados em veículos blindados leves.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou na quinta-feira que seu exército continuará atacando a infraestrutura energética da Ucrânia, em represália pelos atentados que Moscou atribui a Kiev, em particular contra a ponte da Crimeia, parcialmente destruída no início de outubro por um caminhão-bomba.

Com este novo pacote, a ajuda total dos Estados Unidos para a Ucrânia supera 19,3 bilhões de dólares desde o começo da invasão russa em fevereiro.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta sexta-feira (9), que o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, será o ministro da Defesa em seu governo. Sua possível indicação foi antecipada pelo Broadcast Político em 28 de novembro.

"José Múcio, grande companheiro, meu ministro, será da Defesa", anunciou Lula em pronunciamento à imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição em Brasília. "Logo depois que terminar o jogo do Brasil, terei reunião com eles e com os comandantes com que ele já conversou", acrescentou.

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O favoritismo do pernambucano aumentou ao longo do mês de novembro, devido à resistência de setores das Forças Armadas a um nome petista à frente da Pasta, como o senador Jaques Wagner, ex-ministro da área no governo Dilma e até então o preferido de Lula. Também chegaram a ser considerados para o cargo os ex-ministros da Pasta, Nelson Jobim e Celso Amorim, além do coordenador técnico da transição, Aloizio Mercadante.

Cortejado por Bolsonaro, bem visto pelos militares, amigo de Lula e ex-defensor de Roberto Jefferson, Monteiro não é um "esquerdista raiz" e é reconhecido em Brasília por sua habilidade em transitar em todos os polos da política nacional. Um perfil adequado, na avaliação tanto do entorno do presidente eleito quanto na caserna, para pacificar a relação entre o grupo político do PT e as Forças Armadas.

O novo ministro da Defesa iniciou sua carreira política inclusive à direita, com três mandatos como deputado federal pelo antigo PFL, antes de migrar para o PTB e obter mais duas reconduções à Câmara Federal. Foi pelo partido de Roberto Jefferson - a quem defendeu, na posição de líder do partido, durante o caso do Mensalão - que Monteiro foi alçado à posição de líder do governo petista na Casa.

A partir de novembro de 2007, assumiu o cargo de ministro da Secretaria das Relações Institucionais, ficando ao lado de Lula no Palácio do Planalto até ser indicado em 2009 para uma cadeira no Tribunal de Conta da União (TCU), onde permaneceu até sua aposentadoria antecipada, no fim de 2020.

Com sua saída da Corte de Contas, ele chegou a ser sondado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir um cargo em seu governo, mas não aceitou. Na solenidade que marcou sua despedida do órgão, o atual presidente chegou a declarar que era "apaixonado" pelo futuro ministro de Lula, ao relembrar os anos que passaram juntos no Congresso.

Já praticamente consolidado como ministro, Monteiro foi inclusive elogiado publicamente pelo vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que disse não ver problemas em um civil retornar ao comando da Pasta - uma tradição que vinha desde que o Ministério da Defesa foi criado em 1999, mas que foi rompida pela indicação apenas de militares para o cargo a partir de fevereiro de 2017.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia anunciar nesta quinta-feira (8) o nome de José Múcio Monteiro como novo ministro da Defesa. Lula se programava para indicar seus ministros apenas após a diplomação, na segunda-feira (12) que vem, mas o convite a Múcio já estava acertado, como mostrou o Estadão. A antecipação da escolha do ministro se deu após o petista receber a informação de que os atuais titulares das Forças Armadas vão deixar os cargos em dezembro.

Interlocutores de Lula, da política e da caserna, aconselharam diversas vezes que o petista divulgasse o quanto antes a escolha do ministro da Defesa e dos generais mais antigos para o comando das Forças Armadas, de modo a quebrar o impasse na relação que impediu até a formação de um grupo de trabalho na transição. A escolha de Múcio - ex-deputado, ex-articulador político de Lula e ex-presidente do TCU -, agradou os militares. Seguindo o critério da antiguidade na seleção dos comandantes, Lula deverá escolher o general Júlio Cesar Arruda para o Exército, o almirante Aguiar Freire para a Marinha e o brigadeiro Marcelo Damasceno para a Aeronáutica.

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Ao fazer o gesto em direção ao Múcio, o presidente eleito ignorou a pressão de dirigentes e parlamentares petistas e de aliados contra o ex-presidente do TCU, que é visto como o "candidato do Forte Apache", uma referência ao quartel-general do Exército. Nos bastidores, dirigentes do PT pediram a Lula que insistisse com o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para que ele voltasse à pasta. O petista mostrou contrariedade com a cobrança.

Ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-ministro das Relações Institucionais (2007-2009), Múcio é conhecido de longa data de Lula. Já atuou como deputado federal por Pernambuco durante cinco mandatos e tem carreira de quase cinquenta anos de vida pública. Elogiado pela capacidade de articulação política, José Múcio tem bom trânsito nas Forças Armadas e acredita-se que pode contornar dificuldades de relacionamento do petista com a cúpula militar.

No TCU, o ex-ministro se aposentou em 2020, aos 72 anos, três anos antes do prazo para a saída compulsória. O presidente Jair Bolsonaro (PL) o convidou para entrar no governo e escolher o cargo. "Eu sou apaixonado por você, José Múcio. Gosto muito de Vossa Excelência", disse Bolsonaro, em dezembro daquele ano.

Horas antes da sessão plenária do Supremo Tribunal Federal que deve dar início ao julgamento sobre a constitucionalidade do orçamento secreto, as Advocacias da Câmara e do Senado alegaram à Corte máxima que adotaram 'sucessivas medidas para ampliar a publicidade, a transparência e os mecanismos de controle institucional e social' na indicação das emendas de relator-geral do orçamento (RP-9) - dispositivo principal do esquema montado pelo governo Jair Bolsonaro, em 2020, em troca de apoio no Congresso.

Em memorial de 10 páginas, as Casas legislativas informaram que o foco das ações tomadas para dar publicidade ao orçamento secreto foi a 'obrigatoriedade de identificação do parlamentar solicitante ou apoiador'. O Congresso diz ter previsto, de forma expressa e clara, na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2023, 'diversas balizas para a indicação e a execução das emendas de relator-geral'.

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Segundo o parlamento, o Sistema de indicação orçamentária RP 9 vai exigir, a partir de 2023, 'a identificação do parlamentar solicitante, ainda que em apoiamento a demanda de agente público ou representante da sociedade civil'.

Documento

MEMORIAIS DO CONGRESSO PARA O JULGAMENTO NO STF

O mecanismo, no entanto, foi implantado para blindar a identidade dos deputados e senadores que indicam as verbas. Como mostrou o Estadão, desde 2020, o governo Bolsonaro já liberou mais de R$ 50 bilhões por meio das emendas de relator, beneficiando em especial caciques do Centrão.

Ao Supremo, o Congresso sustenta que o esquema não viola qualquer preceito fundamental, na contramão do que alegam os partidos de oposição que acionaram o a Corte máxima. A Advocacia da Câmara e do Senado diz que as indicações das emendas de relator 'representam a síntese de decisões de política orçamentária no âmbito do Congresso Nacional que observam os pressupostos constitucionais, legais e regimentais.'

"Resta inegável o esforço empreendido pelo Congresso Nacional, por inúmeras providências adotadas durante a tramitação destas arguições, para implementar sucessivas medidas que ampliam a publicidade, a transparência, a impessoalidade e o controle institucional e social na execução das emendas de resultado primário RP 9, do que resulta a constitucionalidade dos atos normativos e das práticas institucionais impugnadas e, em consequência, a improcedência dos pedidos iniciais", sustenta o Congresso.

O documento ainda defende as emendas de relator sob o argumento que trata-se de uma 'ampliação da influência do Poder Legislativo na alocação de recursos orçamentários e na descentralização de políticas públicas a pequenos e médios municípios, atendendo o interesse público'.

"É uma escolha democrática, aprovada pelas Casas do Congresso Nacional e referendada pelo Chefe do Poder Executivo, e que está em total consonância com as competências legislativas asseguradas à União, por meio desses Poderes, de legislar sobre o orçamento federal (art. 24, inc. II, da CF), e, em especial, às Casas do Congresso Nacional de oferecer emendas aos projetos de lei em matéria orçamentária", registra a manifestação levada ao STF.

O texto é assinado por Gabriela Tatith Pereira, coordenadora do núcleo de assessoramento e estudos técnicos, Jules Michele P. Queiroz e Silva, advogado da Câmara dos Deputados, e Fernando Cesar Souza, advogado-geral adjunto de contencioso do Senado.

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