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O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, pediu à Polícia Federal (PF) informações sobre eventuais reuniões que o hacker Walter Delgatti disse ter tido com militares. Um ofício foi enviado pela pasta na última sexta-feira (18) e elaborado com base nas alegações do hacker da Vaza Jato. A solicitação foi reiterada nesta segunda-feira (21) e deve acelerar as investigações. 

Segundo o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, houve encontros entre o preso e militares; entre eles, o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira, o coronel do Exército Eduardo Gomes da Silva, e um grupo de servidores. 

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À Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Walter afirmou que visitou o Ministério da Defesa em cinco ocasiões, por indicação do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que supostamente queria dar ao hacker maior acesso técnico às urnas e, assim, buscar formas de violar ou descredibilizar as eleições. 

No sábado (19), Múcio e os comandantes das três Forças Armadas se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL). Na reunião, os chefes da Marinha, Exército e Força Aérea disseram ao presidente que desejam que militares que estejam envolvidos em atos golpistas sejam investigados e punidos, caso seja constatada culpa. 

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Em meio à iminente mudança na Esplanada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendeu nesta quinta-feira, 17, a permanência do ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento Social. De acordo com o ministro, também não avançam suposições de um possível desmembramento da pasta de Dias.

"O presidente chamou para si essa decisão de mudanças nos ministérios", declarou Rui, em entrevista ao SBT News. O ministro contou que leu na imprensa sobre uma possível mudança no Desenvolvimento Social. "Quero dizer que isso não é verdade", afirmou. "O presidente se reuniu hoje com o ministro Wellington, participei da reunião, organizando o lançamento dia 31 de agosto no Piauí do programa Brasil Sem Fome", comentou.

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"Portanto, não procede essa informação. O presidente disse: Estou conversando, refletindo, assim que tiver uma posição, vou anunciar. E essa posição ainda não foi anunciada", acrescentou o ministro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu hoje com Dias e compartilhou uma foto e vídeo uma foto nas redes sociais dizendo que o presidente teria recomendado trabalhar "ainda mais". De acordo com a assessoria do ministro, esteve na pauta o debate sobre projetos sociais e o plano "Brasil Sem Fome".

Sobre um possível desmembramento do Ministério, Rui também negou: "Ele Lula não vai desmembrar; ali, é um Ministério que tem como objetivo central cuidar de quem mais precisa", disse. Apesar de negar uma eventual divisão na pasta, o baiano disse que "outras possibilidades poderão ocorrer".

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro declarou nessa sexta-feira (11) que ele “jamais se apropriou ou desviou” bens públicos. Em nota divulgada à imprensa, os advogados também afirmaram que Bolsonaro vai colocar seu sigilo bancário à Justiça.

Pouco antes da divulgação da nota, veículos da imprensa afirmaram que a Polícia Federal (PF) pedirá à Justiça a quebra de sigilo bancário e telefônico do ex-presidente.

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A manifestação da defesa foi motivada pela deflagração da Operação Lucas 12:2, que apura o suposto funcionamento de uma organização criminosa para desviar e vender presentes de autoridades estrangeiras durante o governo Bolsonaro.

Os advogados Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser afirmaram que o ex-presidente já havia solicitado ao Tribunal de Contas da União (TCU) o depósito dos presentes recebidos.

“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do [ex] presidente Jair Bolsonaro, voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU, em meados de março, requerendo o depósito dos itens naquela Corte até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito. O [ex] presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária.”, declarou a defesa.

Entre as provas obtidas na investigação, está um áudio obtido pela Polícia Federal (PF), que revelou uma conversa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, na qual houve a citação do valor de US$ 25 mil "possivelmente pertencentes" ao ex-presidente.

Conforme regras do TCU, os presentes de governos estrangeiros deviam ser incorporados ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), setor da Presidência da República responsável pela guarda dos presentes, que não poderiam ficar no acervo pessoal de Bolsonaro, nem deixar de ser catalogados.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais, nesta quarta-feira (9), para defender o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Em publicação, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que Silvinei é vítima da “real violência política”.

“Vasques é quem está sofrendo a real ‘violência política’. A Polícia Federal, chefiada pelo amigo íntimo de Lula, é usada para perseguição. Atenção PRFs, não TRABALHEM, pois vocês podem ser PRESOS por ‘ato antidemocrático’. Nem usem camisa do Flamengo com nº 22. O 13 tá [sic]liberado”, escreveu Flávio.

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Silvinei foi preso, nesta quarta, por uma suposta tentativa de interferência no 2º turno das eleições de 2022, quando alguns bloqueios nas estradas, especialmente no Nordeste, foram realizados pela PRF. A região apresentava vantagem nas pesquisas do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em junho, em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro, Vasques negou qualquer plano para impedir o voto de eleitores do então candidato petista.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu, nesta segunda-feira (7), um tratamento igualitário aos Estados brasileiros na reforma tributária. Após passar pelo crivo da Câmara, o texto agora está em tramitação na Casa Alta e foi alvo de discussões no meio político durante o fim de semana, depois que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou-se a favor de um protagonismo do Sul e Sudeste.

Pacheco, que também é mineiro, pregou a unidade nacional.

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“Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional. Fiquemos com seu exemplo. Ao valoroso povo do Norte e Nordeste, dedico meu apreço e respeito. Somos um só país”, escreveu no Twitter.

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Zema defendeu a criação de um consórcio composto por autoridades do Sul e Sudeste e o seu posicionamento foi visto como uma espécie de propagação separatista, causando reações de políticos e, inclusive, do Consórcio Nordeste – formado por governadores dos estados nordestinos.

Após a publicação de informações bancárias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que revelaram o recebimento de R$ 17,1 milhões por meio de transferências realizadas por Pix, a defesa de Bolsonaro informou que a origem do dinheiro é "absolutamente lícita". Além disso, os advogados do ex-mandatário condenaram a divulgação das informações, que chamaram de "vazamento" e alegaram que configura uma "criminosa violação de sigilo bancário".

"Para que não se levantem suspeitas levianas e infundadas sobre a origem dos valores divulgados, a defesa informa que estes são provenientes de milhares de doações efetuadas via Pix por seus apoiadores, tendo, portanto, origem absolutamente lícita", diz a defesa em comunicado para a imprensa. A nota ainda informou que, nos próximos dias, adotará medidas legais cabíveis para investigar a autoria da divulgação dessas informações.

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O ex-secretário de Comunicação Social (Secom) e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, classificou como inadmissível o "vazamento" das informações bancárias do ex-presidente. No Twitter, ele afirmou que o responsável pela divulgação dos dados será "criminalizado". Wajngarten é um dos autores da nota emitida pela defesa de Bolsonaro.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o ex-presidente recebeu a quantia milionária em suas contas por meio de transferências realizadas por Pix entre os dias entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano. O documento aponta também que esse valor foi movimentado através de 769 mil transações feitas para a conta de Bolsonaro.

A quantia arrecadada via Pix corresponde quase à totalidade dos R$ 18,5 milhões que circularam nas contas de Bolsonaro neste ano. A cifra milionária recebida pelo ex-presidente seria resultado de uma vaquinha feita por apoiadores para ajudá-lo a pagar multas. Porém, o montante arrecadado é 17 vezes maior do que o valor das infrações e equivale a oito vezes ao patrimônio de R$ 2,3 milhões declarado por Bolsonaro à Justiça Eleitoral na última eleição.

Os registros bancários feitos pelo Coaf apontam que parte dos recursos arrecadados teriam sido convertidos em aplicações financeiras. O ex-presidente tem evitado falar publicamente sobre o valor arrecadado na campanha. No dia 26 de junho, ele disse apenas que já havia levantado o suficiente para pagar suas condenações processuais. "A massa contribuiu com valores entre R$ 2 e R$ 22. Foi voluntário", disse Bolsonaro na época, prometendo abrir os valores "mais para frente".

A divulgação do relatório do Coaf tem movimentado a base de apoio do ex-presidente nas redes sociais. Entre os críticos do "vazamento", estão o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL). Os filhos do ex-chefe do Executivo classificaram a publicação dos dados do documento como "assassinato de reputação" e afirmaram que o País está no rumo para "virar uma Venezuela".

Ajudante de ordens Mauro Cid

 

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel da ativa Mauro Cesar Barbosa Cid, também apareceu em relatório do Coaf. O órgão indica que Cid recebeu depósitos de R$ 1,4 milhão em seis meses, com movimentações consideradas "atípicas". O levantamento parte da análise da movimentação bancária de Cid entre julho de 2022 a maio deste ano.

O Coaf destrinchou a vida financeira de Cid nos últimos dez meses e apontou quatro nomes que chamaram a atenção dos servidores - um militar preso pela Polícia Federal; um "caixeiro viajante", comerciante que faz negócios fora da cidade ou região em que mora; um ourives, que produz ou vende metais preciosos; e um empresário, tio da esposa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Além disso, o relatório mostra que Cid enviou R$ 368 mil para os EUA em remessa "atípica" em janeiro de 2023, época em que Bolsonaro já estava no País. O órgão afirma que a "movimentação elevada" pode indicar "tentativa de burla fiscal e/ou ocultação de patrimônio".

Entidades do movimento negro divulgaram uma nota em defesa da permanência do ministro Silvio Almeida à frente da pasta dos Direitos Humanos e Cidadania. O comando do ministério é um dos interesses do Centrão, que espera ter mais espaço no governo em troca de apoio dos partidos do bloco a pautas importantes para o Planalto.

A nota foi liderada pelo Convergência Negra, que atua como uma articulação de diferentes entidades da causa afro-brasileira. O grupo cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a permanência do ministro, argumentando que a população negra foi uma base de apoio essencial para a vitória do petista nas eleições presidenciais do ano passado.

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"A população negra foi uma das principais bases de apoio na eleição do presidente Lula e também o principal segmento de apoio na luta contra o fascismo e a extrema-direita, por isso não pode ter sua representatividade ameaçada no governo. Votos negros importam!", afirmam as entidades, em nota publicada nesta quinta-feira, 20.

Na declaração, o movimento negro diz que compreende a necessidade de Lula montar uma base de apoio no Congresso Nacional. Porém, as entidades defendem que a pasta dos Direitos Humanos e Cidadania seja blindada na reforma ministerial do Executivo, que deve ocorrer a partir de agosto. O contrário, afirmam, significaria um desrespeito para a representatividade negra no governo, uma das promessas do petista na campanha eleitoral.

"A manutenção do ministro Silvio Almeida é uma sinalização de que o presidente Lula exerce um governo para todos os brasileiros e brasileiras, em especial aqueles que mais necessitam do Estado. (...) Compreendemos a necessidade da constituição de uma sólida base parlamentar para que o governo se desenvolva, mas esperamos que a nossa representatividade no governo seja respeitada", afirmam as organizações.

Assinaram a nota as seguintes entidades: Agentes de Pastoral Negros (APNs), Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), Coletivo de Entidades Negras (Cen), Círculo Palmarino, Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Fórum Nacional de Mulheres Negras (FMMN), Instituto Nacional Afro-Origem (Inaô), Movimento Raiz da Liberdade, Movimento Negro Unificado (MNU), Rede Quilombação, União Nacional LGBT (UNALGBT) e a União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro).

"A manutenção do Dr. Silvio Almeida no Ministério dos Direitos Humanos é fundamental para a promoção dos Direitos Humanos no Brasil. Nós da Unegro não aceitamos mudanças no Ministério dos Direitos Humanos", disse Conceição Silva, uma das diretoras da entidade.

O ministério dos Direitos Humanos e Cidadania não comentou a possibilidade de mudança na pasta.

Xadrez pode tirar Silvio Almeida da Esplanada

Silvio Almeida é um dos ministros mais populares do governo e reconhecido pela luta contra o racismo. No entanto, pode ficar sem cargo na Esplanada para o Planato acomodar os interesses do Centrão.

Descrito por acadêmicos como um dos grandes estudiosos da atual geração, Almeida é autor do livro Racismo Estrutural, publicado em 2019. Ele é doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto Luiz Gama e do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

Confira a ìntegra da nota do Convergência Negra:

A Convergência Negra, articulação que reúne a maioria das entidades nacionais do movimento negro brasileiro, vem a público manifestar seu apoio a gestão do Ministro Silvio Almeida a frente do Ministério dos Direitos Humanos pelos motivos expostos a seguir:

1. O ministro Silvio Almeida representa a parcela majoritária da população brasileira - negras e negros - e tem feito uma gestão a frente da sua pasta em defesa dos direitos desta maioria;

2. O ministro Silvio Almeida tem enfrentado com competência, habilidade e inteligência a direita nazifascista que se caracteriza pelos ataques as direitos humanos em especial das maiorias oprimidas, como negras e negros, mulheres, LGBTs, pessoas pobres e das periferias;

3. O ministro Silvio Almeida tem retomado e fortalecendo os conselhos de políticas públicas (criança e adolescente, idoso, pessoa com deficiência, DH), com isso aproximando a sociedade civil da gestão pública ao tempo que valoriza a democracia participativa, garantido in loco atendimento a famílias vítimas da crise climáticas;

4. O ministro Silvio Almeida é um quadro capacitado na luta contra as injustiças, tomamos como exemplo a gestação da política de enfrentamento à violência patrimonial contra pessoa idosa, o programa de acesso à moradia para população em situação de rua e o projeto nacional de reparação e memória da escravidão. É reconhecido mundialmente e representa o segmento populacional que mais necessita do Estado brasileiro na promoção dos direitos humanos;

5. A manutenção do ministro Silvio Almeida é uma sinalização de que o presidente Lula exerce um governo para todos os brasileiros e brasileiras, em especial aqueles que mais necessitam do Estado.

6. A população negra foi uma das principais bases de apoio na eleição do presidente Lula e também o principal segmento de apoio na luta contra o fascismo e a extrema-direita, por isso não pode ter sua representatividade ameaçada no governo. Votos negros importam!!!

Reiteramos nosso apoio ao governo do presidente Lula em defesa de uma vida mais digna para todo o povo brasileiro, em particular a população negra. Compreendemos a necessidade da constituição de uma sólida base parlamentar para que o governo se desenvolva, mas esperamos que a nossa representatividade no governo seja respeitada.

 

O advogado Tarcísio Vieira de Carvalho teve 30 minutos para falar em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento histórico que pode deixá-lo inelegível. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu o julgamento de ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos. A sessão será retomada na próxima terça-feira, dia 27, às 19h, quando os votos começarão a ser proferidos.

Diante dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na manhã desta quarta-feira, 22, Carvalho tentou "despolitizar" o julgamento. "Não está em julgamento, como quer se fazer crer, o bolsonarismo. Não se está a arbitrar uma disputa sangrenta entre a civilização e a barbárie", iniciou.

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O advogado acusou o PDT, autor do pedido para suspender os direitos políticos do ex-presidente, de tentar instrumentalizar a Justiça Eleitoral. Ele chamou a ação de "impostora" e defendeu que o processo não pode ser usado para "varrer do mapa político um projeto de direita para o Brasil".

"É totalmente inverossímil essa narrativa de golpe de estado. O que houve foi sim um debate, lá na reunião de julho, legítimo, salutar, em torno da necessidade de aprimoramentos constantes do sistema eletrônico de votação. Talvez com verve imprópria, sim, mas substancialmente é isso que ocorreu", afirmou.

O pano de fundo da ação é a reunião convocada por Bolsonaro, então presidente, com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. No encontro, sem apresentar provas, o então presidente atacou o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral. As falas foram transmitidas pela TV Brasil.

O advogado defendeu que Bolsonaro pode ter usado um "tom inadequado, ácido, excesivamente contundente" no discurso, mas que o debate sobre o sistema de votação é "legítimo".

"A questão do voto impresso não pode ser tabu, foi objeto de uma proposta de emenda, que alcançou maioria simples", argumentou. "O discurso de Bolsonaro vai de encontro com o que pensam milhões de brasileiros que, certos ou errados, não tem nada de golpistas. E mesmo entre os que não gostam do discurso, há brasileiros leais que dizem que o discurso pode evoluir."

A defesa também tenta salvar o vice, general Walter Braga Netto, ao defender que uma eventual punição no caso só pode ser "personalíssima" e não poderia passar de multa.

Em manifestação escrita enviada ao TSE antes do julgamento, a defesa de Bolsonaro já havia afirmado que a reunião não teve cunho eleitoral, porque foi organizada na condição de chefe do Poder Executivo federal e se inseriu no contexto de "diálogo institucional". Os advogados argumentam ainda que as declarações fizeram parte de um "debate de ideias" para aprimorar o sistema de votação e foram pautadas pela "convicção pessoal" do ex-presidente.

O argumento foi retomado na tribuna. Tarcísio Vieira de Carvalho alegou que o encontro teve "caráter diplomático" e não passou de uma reunião "franciscana".

"Numa nova narrativa, muito inventiva, falaciosa, a simples reunião passou a ser tida como o acender de um rastilho de pólvora que lamentou na explosão lamentável dos atos do 8 de janeiro", rebateu.

O advogado Tarcísio Vieira Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro em ação contra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que a acusação contra o general Braga Netto é uma "injustiça ainda maior". Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.

"A acusação não se preocupou em produzir uma linha (contra Braga Netto)", afirmou Carvalho. Ele sustentou que "não faz nenhum sentido" declarar a inelegibilidade do candidato a vice quando a acusação é "personalíssima" em relação a Bolsonaro.

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A absolvição de Braga Netto já foi defendida quando o procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, lia seu parecer pouco depois das 12h desta quinta-feira (22).

A defesa de Bolsonaro afirmou também que o ex-presidente adotou "silêncio sepulcral e prolongado" após as eleições de 2022, que deram vitória ao agora presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma "prova cabal da aceitação do resultado eleitoral". Na avaliação do advogado, isso mostra a desvinculação de Bolsonaro com os atos golpistas de 8 de janeiro.

O advogado Tarcísio Vieira Carvalho, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro em ação contra ele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que a reunião com embaixadores em que o ex-mandatário desferiu ataques ao sistema eletrônico de votação foi "franciscana" e não tinha objetivo eleitoral ou golpista.

Carvalho buscou dissociar o evento de julho de 2022 com os atos golpistas de 8 de janeiro. "A reunião, nem de longe, ostenta caráter eleitoral, ostenta caráter diplomático", sustentou.

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"O ato foi eminentemente de Estado, foi realizado não na presença de eleitores, não na presença de candidatos, não na presença de atores eleitorais no plano geral das eleições de 2022. Foi publicizado, foram encaminhados convites ao TSE, ao Supremo, ao TSE, ao TCU. O ministro Fachin chegou à época a responder, dizendo que não iria", afirmou Carvalho.

O advogado admitiu que Bolsonaro usou "tom inadequado" na reunião com embaixadores, mas defendeu a mera aplicação de multa ao invés da imposição de inelegibilidade. "Se o presidente queimou largada em matéria de propaganda, aplique multa", defendeu.

Carvalho chamou a ação ajuizada pelo PDT de "fantasiosa", "impostora" e "eivada de falsidade ideológica" e acusou o partido de entrar no TSE para "catapultar candidatura cambaleante". Ele ressaltou, ainda, que o que está em julgamento não é o bolsonarismo. "Não se está a arbitrar disputa sangrenta entre civilização e barbárie", afirmou, em resposta à sustentação oral do PDT. "O TSE é um tribunal, não é um parlamento, é um colégio eleitoral".

O TSE julga uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) proposta pelo PDT que pode tornar Bolsonaro inelegível devido a uma reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022, em que ele levantou, sem provas, suspeitas sobre o sistema eleitoral. O evento foi transmitido pela TV Brasil e pelas redes sociais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde alcançou quase 600 mil visualizações.

Ao final do depoimento de Silvinei Vasques à CPMI que investiga os atos de 8 de janeiro, diversos parlamentares opinaram sobre a oitiva. A reunião durou mais de dez horas. A CPMI volta a se reunir na quinta-feira (22).

Na avaliação de vários senadores da oposição, as respostas do ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostraram que não houve uso da entidade para medidas antidemocráticas ou para dificultar que eleitores votassem.

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Elogiaram e defenderam o depoente os senadores Magno Malta (PL-ES), Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados André Fernandes (PL-CE), Marcos Feliciano (PL-SP), Nícolas Ferreira (PL-MG), Julia Zanata (PL-SC), entre outros.

Flávio Bolsonaro disse que Silvinei Vasques provou, com dados e documentos, que a PRF não foi usada para crimes eleitorais. Na opinião do senador, no dia 8 de janeiro não houve tentativa de golpe no Brasil, mas negligência das autoridades na proteção da Praça dos Três Poderes e das sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário.

"Não houve nenhuma tentativa de dificultar a votação de ninguém, em especial no Nordeste. Não tem um registro de ocorrência, no Brasil inteiro, de alguém que não tenha conseguido votar por causa da atuação da PRF", afirmou Flávio Bolsonaro.

Aparelhamento

Outros parlamentares insistiram na tese de que a PRF foi usada pelo governo Bolsonaro para atrapalhar as eleições de 2022, entre eles os deputados federais Gervásio Maia (PSB-PB), Henrique Vieira (PSol-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Carlos Veras (PT-PE), entre outros.

"Nos últimos anos, essa instituição acabou sendo aparelhada, do ponto de vista político-ideológico, pela gestão Bolsonaro. E a PRF, que deveria ser uma polícia de Estado, foi quase rebaixada a uma milícia de governo, que tentou influenciar no resultado das eleições", afirmou a deputada Duda Salabert.

Pelo Twitter, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou: “Resumo da oitiva de hoje: Quem deveria falar a verdade, mentiu. Quem deveria se calar, enquanto o colega falava, se alterou e tumultuou. Nada disso nos demove no caminho a ser perseguido. Fatos, atos e provas prevalecem em detrimento de narrativas e tentativas de tumulto”.

*Da Agência Senado

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse, na noite dessa quinta-feira (15), que a operação feita pela Polícia Federal em seu gabinete é uma "tentativa de intimidação" capitaneada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O parlamentar também desafiou o magistrado. "Se eu fui incluído como um possível suspeito de um ato antidemocrático, o ministro precisa ser incluído também, porque ele que me pediu para ir a essa reunião", disse em entrevista à GloboNews.

A reunião à qual o senador se refere é um suposto encontro, convocado por Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira, no qual eles pretendiam organizar um golpe de Estado. Do Val diz que foi aconselhado por Moraes a comparecer, com o objetivo de obter informações.

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O senador comparou a situação que está passando com uma "emboscada" arquitetada pelo ministro. "É como se eu dissesse para você: 'Olha, vai lá onde está vendendo droga, me diz o que está acontecendo'. E depois você volta, e eu te incluo no inquérito dizendo que você é traficante", disse durante a entrevista.

Em fevereiro, Moraes confirmou que de fato ouviu a trama relatada pelo senador, mas que o parlamentar teria se recusado a formalizar denúncia. O episódio foi classificado pelo ministro de "ridículo" e comparado a uma "operação Tabajara". Do Val é investigado pelos crimes de divulgação de documento confidencial, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Nesta quinta, Do Val admitiu ter mentido para a imprensa, usando de uma estratégia que ele chamou de "persuasão". "Desde a Segunda Guerra Mundial isso é usado, para ter engajamento da imprensa para mandar as mensagens que eu precisava mandar, que era para os ministros", disse o senador.

Durante a operação desta quinta, que vasculhou o gabinete do senador, apreendeu seu celular e bloqueou as suas redes sociais, Do Val teria se negado a prestar depoimento. Ele disse que a equipe jurídica do Senado vai cuidar de seu caso, porque "houve uma invasão, uma irregularidade".

De acordo com o senador, no depoimento que ele já havia prestado no bojo das investigações a que responde na Polícia Federal, é que está "a versão verdadeira, com detalhes até da roupa que todo mundo estava usando. O que foi dito para a imprensa não era nada oficial. Eu usei a estratégia da persuasão".

Nas redes sociais, Do Val vinha acumulando publicações nas quais acusa Moraes, Lula e Flávio Dino de terem prevaricado de propósito, em conluio, para armar uma "emboscada" para os manifestantes dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro em Brasília. Na entrevista desta quinta, o senador reiterou suas publicações e disse que tinha em seu gabinete "documentos que colocam o STF e o TSE na lista da Abin", aos quais Moraes queria ter acesso. "Estou enfrentando um sistema enorme sozinho, porque os outros senadores recuaram", disse o senador.

O deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de recuperar seu mandato. Trata-se de uma mudança de estratégia. A princípio, o ex-procurador da Lava Jato esperava convencer a Mesa Diretora da Câmara a se contrapor à Justiça Eleitoral e mantê-lo no cargo. O recurso de Deltan será relatado pelo ministro Dias Toffoli.

A defesa pediu ao STF que suspenda os efeitos da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A interferência do Supremo seria excepcional, porque Dallagnol ainda pode entrar com embargos na própria Corte Eleitoral. Esse tipo de recurso, contudo, não têm o poder de alterar a essência da decisão - na linguagem jurídica, o mérito -, e serve apenas para sanar pontos que não ficaram claros ou não foram abordados na sentença. O advogado Leandro Rosa, que defende Dallagnol, reconhece que um recurso ao TSE não teria "perspectiva exitosa".

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CHANCES

As chances do deputado são consideradas pequenas. O STF tem maioria anti-Lava Jato, encabeçada pelo decano Gilmar Mendes. Em 2019, Dallagnol foi punido com advertência pelo Conselho Nacional do Ministério Público por dizer que ministros da Corte eram lenientes com a corrupção. A crítica se referia, mais diretamente, a Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, que haviam tomado decisões contrárias a medidas da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal, à época coordenada por Dallagnol.

Além disso, os ministros do Supremo Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Nunes Marques fazem parte da composição atual do TSE e votaram pela cassação do registro de candidatura e inelegibilidade do deputado, em 16 de maio.

O TSE usou como base para a cassação o trecho da Lei da Ficha Limpa que proíbe magistrados e membros do Ministério Público de pedir exoneração para disputar eleições se tiverem processos administrativos pendentes. Os ministros entenderam que Dallagnol se desligou do MPF com quase um ano de antecedência da eleição, antevendo que os procedimentos disciplinares a que respondia poderiam colocar em risco sua futura candidatura.

Os advogados de Dallagnol argumentam que o afastamento imediato do cargo, antes de esgotar todos os recursos judiciais possíveis, trazem prejuízos irreversíveis. "O tempo do mandato que lhe é subtraído injustamente não poderá ser restituído", afirma a defesa.

Um fator político que pesa contra o ex-procurador da República é o isolamento entre os pares. Dallagnol afirmou que procurou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas que ele "fechou as portas". O corregedor da Casa, deputado Domingos Neto (PSD-CE), também anunciou que a análise da decisão do TSE será "meramente formal", sem juízo sobre o mérito.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) alegaram nesta segunda-feira (15) que os saques e pagamentos com dinheiro vivo realizados por Mauro Cid, ajudante de ordens da Presidência nos últimos quatro anos, saíram da conta do ex-presidente. Eles negam que tenham sido usados recursos públicos do cartão corporativo para pagar despesas pessoais.

"O presidente dispunha de um cartão corporativo pessoal dele que jamais foi criado senha. O presidente Bolsonaro nunca se utilizou de cartão corporativo para nenhuma despesa", afirmou o assessor de imprensa do ex-presidente, Fábio Wajgarten. "100% dos saques tinham origem na conta pessoal do presidente da República", enfatizou.

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Os defensores do ex-presidente convocaram uma coletiva de imprensa às pressas para rebater informações divulgadas durante o final de semana sobre a investigação da Polícia Federal (PF) que apura suspeitas de desvio de dinheiro da Presidência por meio de Mauro Cid, a mando da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), com suposta anuência de Bolsonaro.

Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio em uma operação da PF sobre fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

A defesa alega que os boletos da família eram pagos normalmente, mas, em caso de compras triviais de pequenos fornecedores, era ordenado o saque para pagamento em dinheiro vivo. Os advogados argumentam que a prática de saques era adotada como método de segurança para evitar o rastreio das informações bancárias do então casal presidencial, assim como possíveis ataques e tentativas de envenenamento relacionados às compras em supermercados.

Wajgarten chegou a apresentar uma planilha com o que seriam todos os extratos de saques da conta pessoal de Bolsonaro, entre 2019 e 2022. Neste período, o ex-presidente ordenou pagamentos em dinheiro vivo entre R$ 5,6 mil e R$ 25,3 mil por mês. Segundo a defesa, os valores movimentados eram para gastos "pequenos" do "dia a dia", como a compra de pizza ou o pagamento de manicure para a ex-primeira-dama. O assessor ainda afirmou que a defesa vai contratar um perito contábil criminal "para evidenciar que não há nenhum desajuste entre entradas e saídas de recursos".

A PF identificou transações suspeitas envolvendo saque de dinheiro vivo para o pagamento de contas do casal presidencial durante o governo Bolsonaro. O UOL revelou no último sábado, 13, áudios de conversas de duas assessoras da primeira-dama, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, com Mauro Cid para organizar o pagamento com dinheiro vivo de contas da primeira-damas . A defesa Bolsonaro, por sua vez, argumentou que os valores movimentados para custear os gastos de Michele eram pífios.

De acordo com o UOL, também com base na investigação da PF, uma empresa que teve contratos públicos na gestão Bolsonaro, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais, teria feito, em 2022, uma série de transferências a um militar que trabalhava com Mauro Cid na Ajudância de Ordens da Presidência da República.

A defesa, por sua vez, argumentou que nenhum depósito de empresa foi feito na conta de Bolsonaro, durante seus quatro anos de governo, para pagamento de despesas pessoais. "Não há ao longo dos 48 meses de mandato nenhum depósito na conta do presidente Bolsonaro de nenhuma empresa para pagamento de contas dele e da família dele", disse Wajgarten.

Cartão emprestado

Os advogados também abordaram o fato de a ex-primeira-dama utilizar o cartão de crédito da amiga Rosimary Cordeiro desde novembro de 2011. Os defensores alegaram que a ex-primeira-dama nunca solicitou limite de crédito a um banco porque não possuía receita para justificar ao banco.

De acordo com a defesa, Michele afirmou que utilizava o cartão adicional da amiga porque Bolsonaro era "pão duro", apesar de ser ele o responsável pelo pagamento dos custos com o cartão. A fatura mensal, que segundo os advogados era de aproximadamente R$ 2 mil, era reembolsada por Michele a Rosimary. A prática durou até agosto de 2021 e só foi cessada após o Banco do Brasil oferecer um cartão à ex-primeira-dama

Preso preventivamente na investigação sobre as fraudes em dados da vacinação contra a covid-19, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro, trocou de advogados.

O criminalista Rodrigo Roca, que tem proximidade com a família do ex-presidente, sobretudo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deixou a defesa. Ele afirma que a decisão foi motivada por 'razões de foro profissional e impedimentos familiares'.

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Os advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore assumiram o caso. A troca marca um distanciamento do do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em relação ao ex-presidente.

Mauro Cid foi o pivô da investigação sobre o suposto esquema de adulteração de certificados de vacina e é considerado uma figura central no inquérito. Ele foi preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito também levou a Polícia Federal a fazer buscas na casa de Bolsonaro e a apreender o celular do ex-presidente.

Meses atrás, Rodrigo Roca deixou a defesa de outro aliado de Bolsonaro preso por ordem do STF: o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres pediu nesta terça-feira, 26, habeas corpus ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, por meio de seus advogados, alegou ter sofrido nesta quarta-feira, 26, uma 'crise de ansiedade' no Batalhão de Polícia Militar em Brasília, onde está preso há mais de cem dias.

Segundo os advogados, Torres 'chorou forma compulsiva, relatando enorme saudade de seus familiares, em especial de suas filhas, expondo palavras e ideias sem nexo, e expos seu desânimo com a manutenção de sua vida'.

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O habeas corpus é fundamentado em um laudo psiquiátrico de sábado, 22, que recomendou a prisão domiciliar de Torres para 'conter crises' e como forma de 'prevenção de suicídio'. O ex-ministro pede liberdade provisória, admitindo ser submetido a medidas cautelares alternativas, ou ser colocado em prisão domiciliar.

"Os efeitos deletérios da custódia cautelar podem levar o paciente (Torres) a ceifar a própria vida. E caso isso não ocorra, a única certeza que se tem é que seu estado mental tenderá a piorar, porquanto a única alternativa terapêutica para sua convalescença, segundo a médica da Secretaria de Saúde do DF, reside na sua internação domiciliar", argumentam os advogados Eumar Novacki e Edson Smaniotto, que representam o ex-ministro de Bolsonaro.

Trata-se de um novo pedido de liberdade de Torres. No último dia 20, Alexandre, relator do inquérito dos atos golpistas, já havia negado um primeiro habeas corpus, o qual contava com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República.

O ministro considerou que a necessidade de segregação de ex-ministro da Justiça foi reforçada por 'fortes indícios' de sua ligação com a 'minuta do golpe' - documento apreendido pela Polícia Federal em um armário da residência de Torres, em Brasília - e com fiscalizações em massa da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições.

Na ocasião, Alexandre classificou as blitz em série da PRF, especialmente em rodovias do Nordeste - principal reduto eleitoral do presidente Lula - como 'operação golpista' 'para tentar subverter a legítima participação popular'.

O ex-ministro da Justiça foi intimado para depor na última segunda, 24, sobre a atuação da PRF no segundo turno do pleito - a corporação é subordinada ao Ministério da Justiça.

O depoimento, no entanto, foi adiado após a Secretaria de Saúde do Distrito Federal atestar que Torres não tem condições de 'comparecer a qualquer audiência por questões médicas (ajuste medicamentoso), durante uma semana'.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO EUMAR MOVACKI, QUE DEFENDE TORRES

Diante da piora significativa do quadro clínico do Sr. Anderson Torres e severa crise ocorrida no final da tarde de segunda-feira, dia 24, a defesa impetrou "Habeas Corpus"(HC) junto ao Supremo Tribunal Federal. Em que pese o rito abreviado do HC, há imperiosa necessidade de preservação da vida, com a resposta urgente que a excepcionalidade do caso exige. Todas as manifestações serão realizadas nos autos do processo. Destacamos mais uma vez o espírito cooperativo da defesa e a certeza de que o maior interessado na apuração célere dos fatos é o Sr. Anderson Torres. Nossa confiança na Justiça é inabalável e nosso respeito ao Supremo Tribunal Federal é incondicional.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 21, que a economia não gira em torno da Selic. Ao ouvir de um empresário na Lide Brazil Conference que o elevado patamar da taxa de juros atrapalha o Brasil a crescer, Campos Neto respondeu que só 20% do crédito é ligado à Selic; o restante é ligado a taxas longas. "Obviamente, o Banco Central quer cair o juro", disse.

"Se a gente não conseguir fazer um movimento na Selic com credibilidade, a taxa longa não cai", justificou. "O que move o Brasil não é a taxa de juros de um dia, é a taxa de juros de três, cinco, dez anos. Para fazer que a queda da Selic gere um movimento de queda prolongada de juros, precisa ter credibilidade. O Banco Central está esperando o melhor momento para fazer para que isso tenha um ganho real para as pessoas. A economia não gira na Selic".

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Para justificar a necessidade de se manter a Selic no patamar em que se encontra, Campos Neto comparou a política monetária a uma tubulação de água que se encontra entupida. Ou seja, para se atingir o fluxo de água desejado numa tubulação entupida, e neste caso pelo elevado porcentual de crédito, o BC precisa elevar a pressão da água.

"Uma das coisas que explicam a tubulação de política monetária entupida é o elevado porcentual de crédito direcionado", disse, explicando que quando isso ocorre e a política monetária muda, o BC não tem influência sobre este porcentual.

Então, de acordo com ele, para se ter o efeito desejado o BC aumenta a pressão de juro na "tubulação congestionada". "É o efeito que a gente chama também da meia entrada. Se você tem a meia entrada, a principal tem que ser mais cara para compensar", disse acrescentando que enquanto no Brasil há 40% de direcionamento de crédito, em outros países o índice é de, em média, 4%. "Isso explica, em parte, o porquê de às vezes o nosso juro ser mais alto. É porque um componente de crédito subsidiado mais alto faz com que nossa política monetária tenha menos efeito".

Campos Neto insistiu que, estruturalmente, a taxa de juro tem que ser maior quando o componente de crédito subsidiado é também maior. "Isso não é porque eu acho A ou B é correto ou errado. Isso é um estudo que sai da relação entre potência da política monetária e o espaço que a gente tem", afirmou.

Sobre os argumentos de que a taxa de juro real no Brasil é muito alta, o presidente do BC diz que se for comparar a taxa real de um país que já aumentou a taxa nominal com países que ainda estão subindo a sua taxa nominal de juro, o resultado da comparação das taxas reais será distorcido.

"Então, a gente precisa medir contra o núcleo da inflação, dado que nossa inflação cheia tem a contaminação da desoneração dos preços de comunicação, gasolina e energia elétrica. Isso afetou a inflação cheia. Mas ela é alta, mas não está muito distante das dos outros", disse Campos Neto.

O presidente do Banco Central fez um discurso amparado em números, no qual defendeu com veemência o sistema de metas de inflação e a autonomia do BC. "O anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico", afirmou Campos Neto.

O dirigente lembrou que a Argentina aumentou sua meta e a taxa de juros caiu, mas a inflação disparou. Segundo Campos Neto, se o Banco Central não tivesse aumentado a taxa de juros na eleição, hoje a Selic seria de 18,75%. "Quando a inflação sai do controle, as empresas e o ricos se adaptam, mas os pobres não. Inflação é desigualdade e aumento de pobreza. Quem tem menos recursos não consegue se proteger", afirmou.

O economista frisou que, se for feito um ajuste de juros "sem as condições", o resultado pode ser "desastroso" para o crédito. "Países que abandonaram o sistema de meta entraram num sistema inflacionário muito alto", completou.

O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou o pedido feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro nesta quinta, 13, para derrubar o sigilo das alegações finais apresentadas na ação que pode torná-lo inelegível.

O sigilo provisório foi colocado a pedido da própria defesa de Bolsonaro, que depois voltou atrás e pediu sua derrubada.

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A defesa de Bolsonaro alegou "direito social à livre e legítima informação" e pediu a "a ampla divulgação das razões finais para conhecimento e escrutínio públicos. Os advogados argumentaram que, apesar do sigilo, as alegações finais formuladas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) foram vazadas na imprensa.

No despacho, Gonçalves destacou que as matérias jornalísticas apenas mencionam que o MPE opinou pela inelegibilidade de Bolsonaro. "Não se demonstrou ter havido ampla, cabal e irrestrita divulgação da peça opinativa do Ministério Público ou, tampouco, qualquer remissão ao teor de elementos probatórios protegidos por sigilo".

O ministro ainda ressaltou que os próprios investigados pode adotar providências para que divulgação pública de suas alegações finais proteja informações sigilosas, como por meio de tarjamento.

As alegações finais do MPE foram apresentadas na última quarta-feira, 12, na ação que investiga Bolsonaro devido à reunião com embaixadores em julho do ano passado. No encontro, transmitido pela TV Brasil, o então presidente desferiu ataques sem provas ao sistema eleitoral. O PDT acusou Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Esta ação é a mais avançada entre as 16 Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que tramitam na Corte e podem tornar Bolsonaro inelegível por oito anos. A expectativa é que a ação vá ao plenário da Corte até maio.

O União Brasil terá cinco dias para rebater as acusações feitas pela ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e por cinco deputados que acionaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar deixar o partido sem perder os mandatos.

O processo foi distribuído ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta oficialmente nesta terça-feira (11). Em decisão assinada na noite desta segunda, 10, o ministro abriu prazo para o União Brasil enviar uma resposta ao TSE.

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Lewandowski alerta que, se o partido não encaminhar os esclarecimentos no prazo, o tribunal vai presumir que as acusações são verdadeiras.

"Cite-se o requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo de 5 (cinco) dias, contados da citação, devendo constar do mandado expressa advertência de que, em caso de revelia, presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados na inicial", diz o despacho.

Com a aposentadoria, Lewandowski será substituído no TSE pelo ministro Kassio Nunes Marques, que deve herdar o processo.

Debandada

Além da ministra do Turismo, também pediram desfiliação os deputados Chiquinho Brazão, Juninho do Pneu, Marcos Soares, Ricardo Abrão e Dani Cunha, todos do Rio de Janeiro.

Eles acusam a direção do União Brasil de 'assédio' e de tentar centralizar a gestão dos diretórios estaduais.

Deputados e senadores precisam de autorização para deixar o partido pelo qual se elegeram porque a Justiça Eleitoral considera que os mandatos pertencem às siglas e não aos candidatos. O cálculo eleitoral considera também os votos na legenda.

O União Brasil nasceu no ano passado da fusão do PSL e DEM. O presidente é o deputado Luciano Bivar.

Com a crise aberta no partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisará decidir se mantém Daniela Carneiro no cargo. Ela é uma das três indicações do União Brasil para o alto escalão do governo.

A ministra esteve no centro de um dos primeiros desgastes do terceiro mandato de Lula. Reportagens da Folha de S. Paulo mostraram que ela recebeu apoio de milicianos no Rio de Janeiro.

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, por unanimidade, um pedido feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que o ministro Alexandre de Moraes fosse afastado de um processo envolvendo o ex-mandatário. 

O recurso foi julgado em plenário virtual, em sessão extraordinária encerrada às 23h59 de ontem (10). 

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O pedido era baseado em um gesto feito por Moraes durante o julgamento de um processo envolvendo lives de Bolsonaro, em 27 de setembro do ano passado, na campanha presidencial em que ele tentava a reeleição. 

Na ocasião, Moraes fez um gesto de degola com o dedo, o que foi interpretado pela defesa como uma manifestação de “animosidade” com Bolsonaro e de “interesse pessoal” no processo, motivo pelo qual pediram a suspeição do ministro, que é presidente do TSE. 

À época, diversos veículos de imprensa noticiaram que o gesto não tinha relação com o julgamento, mas fora direcionado a um assessor que havia demorado em cumprir uma tarefa pedida por Moraes. 

O ministro Ricardo Lewandowski já havia negado o pedido de suspeição anteriormente, afirmando que “o objetivo da presente ação é apenas o de criar um fato político com o reprovável propósito de tumultuar o processo eleitoral”. 

Em seguida, o caso foi parar no gabinete do ministro Nunes Marques, que usou das mesmas palavras para votar pela rejeição do pedido. Ele foi seguido pelos demais ministros que participaram do julgamento. Por ser alvo do pedido, Moraes ficou impedido de votar. 

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