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Um surto de coronavírus na cidade chinesa de Nanjing se propagou para cinco províncias e até Pequim, o que forçou o confinamento de centenas de milhares de pessoas, enquanto as autoridades tentam conter o pior surto de Covid-19 em vários meses.

A China se gabou de seu sucesso no controle da pandemia dentro de suas fronteiras depois de impor um primeiro confinamento no início de 2020, quando o vírus se propagou a partir de Wuhan. Foi nesta cidade do centro do país que se detectou o coronavírus pela primeira vez.

A gestão é afetada agora por um foco da contagiosa variante delta, detectada este mês no aeroporto de Nanjing, na província de Jiangsu (leste), onde foram detectados um total de 184 contágios locais depois que nove trabalhadores do serviço de limpeza testaram positivo em 20 de julho.

Outras 206 infecções no restante do país foram vinculadas a este foco.

De acordo com uma fonte do departamento de Saúde de Nanjing, Ding Jie, os trabalhadores infectados limparam a cabine de um voo procedente da Rússia em 10 de julho.

Centenas de milhares de pessoas foram confinadas na província de Jiangsu. Os 9,2 milhões de habitantes de sua capital, Nanjing, foram submetidos a dois testes de diagnóstico.

No distrito Changping de Pequim, 41.000 pessoas foram confinadas após a detecção de dois casos de contágio local, de acordo com as autoridades da capital.

Estas infecções são os primeiros casos de transmissão local em Pequim em seis meses.

O surto é o mais amplo geograficamente na China em meses e desafia os esforços agressivos do governo para conter o vírus com exames de diagnóstico em larga escala, confinamentos e rastreamento de casos.

Em Nanjing, também surgiram dúvidas sobre a efetividade das vacinas locais, pois a maioria dos pacientes infectados havia sido imunizada.

Estudo internacional com participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) revela um mecanismo que explica o motivo pelo qual ocorrem as reinfecções de Covid-19. Testes em laboratório mostraram que a variante Gamma, anteriormente conhecida como P.1, originada no Brasil, é capaz de escapar dos anticorpos neutralizantes que são gerados pelo sistema imunológico a partir de uma infecção anterior com outras variantes do coronavírus.

Os pesquisadores destacam, no entanto, que os resultados foram obtidos in vitro, ou seja, em laboratório. Além disso, o estudo não inclui outros tipos de resposta imune do organismo, como imunidade celular. “É fundamental entender que pessoas infectadas podem ser infectadas novamente”, aponta William Marciel de Souza, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, primeiro autor do artigo. O trabalho foi publicado como artigo na revista científica The Lancet em 8 de julho.

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Foram analisadas amostras do plasma de pacientes que tiveram a doença, e também de pessoas imunizadas pela vacina CoronaVac. “A pesquisa mostra que pessoas que foram vacinadas ainda estão suscetíveis à infecção, se você tomou a vacina continue usando máscara, continue com distanciamento social, continue usando as medidas de higiene para evitar a transmissão para outras pessoas”, aconselha o pesquisador.

Souza lembra que os estudos clínicos mostram a eficiência da CoronaVac contra formas graves da doença, reduzindo internações e mortes. “A vacina não é contra infecção, infecção pode acontecer a qualquer momento, com qualquer vacina, o objetivo da vacina é contra a doença, a forma grave, da pessoa morrer, ter sequelas graves.”

Outros estudos

O pesquisador citou outro estudo que analisou casos de Covid-19 em idosos moradores de um convento e uma casa de repouso. Ele aponta que, embora os locais fossem pouco movimentados, o vírus entrou nessas moradias e infectou as pessoas com mais 70 anos que estavam vacinadas. “Mesmo com idade bem avançada quase todos foram assintomáticos ou com sintomas leves, não precisaram de hospitalização. Isso mostra a importância das vacinas.”

Sobre a variante Delta, Souza aponta que os estudos também vêm demonstrando a proteção contra formas mais graves da doença. “Mesmo locais com alta taxa de vacinação, por exemplo os Estados Unidos, em que hoje a Delta é a linhagem mais dominante, o número de mortes e hospitalizados não aumentou mesmo com a introdução dela.”

A secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira (22) que foram detectadas quatro mortes de pessoas infectadas pela variante delta do coronavírus no Estado. Como os exames que indicam o tipo de vírus são feitos por amostragem, não é possível afirmar que sejam os primeiros mortos por coronavírus causado por essa cepa no Estado, mas são os primeiros casos detectados pela secretaria.

Conforme a pasta, as vítimas são uma mulher de 73 anos que morreu em São João de Meriti no dia 4 de julho, um homem de 50 anos que morreu em 5 de julho em Duque de Caxias, uma mulher de 43 anos que morreu em 10 de julho, também em São João de Meriti, e um homem de 53 anos morto em 14 de julho, cujo município de domicílio ainda está sendo investigado. Na primeira nota divulgada, na noite desta quinta, a pasta afirmava que as duas mulheres eram de Nova Iguaçu. Numa segunda versão, a informação foi corrigida - elas moravam em São João de Meriti.

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A prefeitura de Duque de Caxias também confirmou a morte do paciente de 50 anos. Informou que ele deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Beira Mar em 26 de junho e dois dias depois foi transferido para a UTI do hospital municipal Doutor Moacyr Rodrigues do Carmo, também em Caxias, onde acabou morrendo em 5 de julho. Segundo a prefeitura, o paciente tinha comorbidades e durante a internação apresentou febre, tosse e falta de ar. A tomografia de tórax apontou que 50% dos pulmões do paciente estavam comprometidos pela doença.

A secretaria estadual de Saúde informou que está monitorando o cenário epidemiológico no Estado, como número de atendimentos em UPAs, taxa de ocupação de leitos e resultado de testes para confirmação da Covid-19. O sequenciamento do coronavírus não é um exame de rotina nem de diagnóstico - é feito como vigilância genômica, para identificar modificações sofridas pelo vírus SARS-CoV-2 no Estado e embasar políticas sanitárias.

Metade dos adultos europeus, ou 200 milhões de pessoas, está vacinada contra a covid-19, mas a variante Delta ameaça atrasar o retorno à normalidade e a recuperação econômica.

"Até agora, 200 milhões de pessoas foram totalmente vacinadas" na União Europeia (UE), informou a Comissão Europeia nesta quinta-feira(22).

Isto corresponde a "54,7% dos adultos" totalmente vacinados e a Comissão pretende que 70% deles estejam vacinados neste verão.

A variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, está causando uma nova onda de infecções em muitos países, especialmente na Europa, e está retardando a recuperação esperada, criando escassez de mão de obra no Reino Unido, por exemplo.

“A recuperação da economia está no caminho certo”, afirmou a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.

"Mas a pandemia continua a lançar sombras, especialmente porque a variante Delta é uma fonte crescente de incerteza", acrescentou.

No Reino Unido, centenas de milhares de pessoas que tiveram contato com infectados foram forçados ao isolamento por dez dias. A medida paralisou a economia e deixou prateleiras de supermercados vazias, suspendeu uma linha de metrô em Londres devido à falta de pessoal e atrasou os atendimentos policiais.

O governo britânico, que suspendeu quase todas as restrições, está agora sob pressão para relaxar as regras de quarentena.

A variante Delta, altamente contagiosa, se espalhou por grande parte da Europa e dos Estados Unidos.

A chanceler alemã, Angela Merkel, chamou o número de novos casos de "crescimento exponencial" e de uma "dinâmica preocupante".

Desde meados de julho, o número diário de novos casos na Alemanha ultrapassou 1.000 em média e chegou a 1.890 casos nesta quinta-feira.

- Prorrogação do toque de recolher em Barcelona -

O número é muito inferior ao da França, imersa numa "quarta onda", segundo o primeiro-ministro Jean Castex, poucas semanas depois de ter relaxado as restrições.

O número de infecções no país disparou 140% em uma semana e, na quarta-feira, ultrapassou o limite de 20 mil contaminações diárias pela primeira vez desde o início de maio. Há uma semana foram 9 mil.

Na França, como em outros países onde pessoas vulneráveis já foram vacinadas, o número de hospitalizações e mortes não está aumentando.

Na Espanha, a justiça autorizou nesta quinta-feira a prorrogação do toque de recolher noturno decretado em Barcelona e grande parte da Catalunha por mais uma semana, aceitando o pedido do governo regional que luta há semanas contra uma explosão de infecções.

Na América Latina, que soma um total de 1,3 milhões de mortes e mais de 39,7 milhões de infecções, de acordo com o último balanço da AFP, a Argentina questionou a Rússia nesta quinta-feira por atrasos na entrega da segunda dose da vacina Sputnik V em uma carta na qual adverte contra quebra de contrato.

Com a rápida disseminação da variante indiana, os governos estão se concentrando na vacinação e, em alguns países, ela é obrigatória para profissionais de saúde.

Em breve, milhares de funcionários de hospitais públicos de Nova York terão que ser vacinados contra a covid-19 ou passar por testes semanais.

Na Grécia, a vacinação obrigatória dos profissionais de saúde está em vias de ser aprovada pelo Parlamento, mas também está gerando protestos.

Portugal quer vacinar os jovens entre os 12 e 17 anos no início do próximo ano letivo.

- Redução da expectativa de vida -

As dramáticas consequências da epidemia global que já matou mais de 4,1 milhões de pessoas estão se tornando aparentes um ano e meio depois que a China relatou os primeiros casos de coronavírus.

A expectativa de vida dos americanos caiu um ano e meio em 2020, a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que atribuem muito desse fato à pandemia.

E a covid-19 terá um impacto de "longo prazo e longo alcance" na saúde mental das pessoas, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

As origens da pandemia permanecem obscuras.

A China criticou nesta quinta-feira o pedido da OMS por mais investigações em seu território, chamando-o de "desrespeito ao bom senso e arrogância para com a ciência".

Pequim mais uma vez negou a teoria de um vazamento no laboratório de Wuhan, hipótese que voltou a ganhar força nos últimos meses.

O governo do Estado disse ontem que deve anunciar novas medidas de flexibilização das restrições de atividades econômicas no próximo dia 28. A transmissão comunitária da variante Delta, segundo o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), não traz a "expectativa" de atraso nos planos de reabertura. Mais transmissível, essa cepa do coronavírus já foi identificada em ao menos três cidades paulistas - a capital, Guaratinguetá e Pindamonhangaba.

As medidas restritivas atuais incluem limite de 60% da capacidade de comércio, restaurantes e bares e funcionamento até 23 horas. Essas regras valem até o fim de julho e deve haver mudança a partir de agosto.

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Presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas afirmou que a Delta, identificada na Índia, preocupa não só o Estado de São Paulo, mas o Brasil. "Tudo indica que ela terá uma importância epidemiológica", disse o cientista.

De acordo com ele, é planejado um aumento do número de amostras de pacientes sequenciadas nas duas cidades do interior onde a Delta foi identificada e será feito um estudo para mapear o avanço da variante no Vale do Paraíba.

Covas ainda afirmou que há testes previstos para medir a eficácia da Coronavac contra a cepa. Estudos já mostraram que apenas a primeira dose de um imunizante não é suficiente para barrar a infecção nos casos dos imunizantes da AstraZeneca e da Pfizer. Já a aplicação de duas doses se mostrou suficiente contra a cepa.

Máscaras

Na Europa, o avanço da Delta tem levado a um aumento de infectados e freado planos de reabertura. Coordenador do Centro de Contingência contra a Covid-19, Paulo Menezes afirmou que a alta ocorreu em cidades do exterior onde a exigência de máscaras foi relaxada - o que, segundo ele, não é previsto para este momento no Estado. Alguns deles, acrescentou Menezes, "estão tendo de voltar atrás".

"O que nós temos é um tripé: a vacinação, o bloqueio, monitoramento dos contactantes (com infectados pela Delta) e a manutenção das regras sanitárias", afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

"O Estado de São Paulo pode sim flexibilizar, mas mantendo essas regras de prevenção, que são ampliar a vacinação e também fazer as regras de utilização de máscaras e evitar as aglomerações", acrescentou o secretário. O governo também destacou a queda no número de internados e mortes pela covid.

A Delta já foi identificada em ao menos nove Estados. Por causa da variante, alguns governos - como Rio e Distrito Federal - decidiram liberar a antecipação da 2ª dose AstraZeneca para ter parcela maior da população com proteção completa. São Paulo, porém, manteve o intervalo de três meses.

Já o governo federal tem enviado lotes extras de vacinas aos Estados da fronteira. A medida, porém, contrariou gestores de outras regiões, como o governador Rui Costa (PT), da Bahia, que reclamou de discriminação, alertou para o risco da chegada da variante por voos e navios e prometeu medidas judiciais. (Colaboraram Italo Re e Sofia Aguiar)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a variante Delta, que é muito contagiosa e já é responsável por mais de 75% dos novos casos de Covid-19 em muitos países, vai se tornar a cepa predominante nos próximos meses.

Detectada pela primeira vez na Índia, esta variante está agora presente em 124 países e territórios. São 13 a mais do que na semana passada, em comparação com 180 (seis a mais) para a Alfa, que surgiu no Reino Unido; 130 (sete a mais) para a Beta, identificada pela primeira vez na África do Sul; e 78 (três a mais) para a Gamma, que apareceu no Brasil, ressaltou a OMS.

"A expectativa é que (a variante Delta) suplante rapidamente as outras variantes e se torne a cepa dominante (da Covid-19) em circulação nos próximos meses", afirmou esta agência da ONU, com sede em Genebra.

Entre os países onde a variante Delta já é a causa de mais de 75% dos novos casos da doença, estão Índia, China, Rússia, Indonésia, Austrália, Bangladesh, Reino Unido, África do Sul, Portugal e Israel.

"Ainda não está claro, porém, qual o mecanismo exato que causa a maior transmissibilidade" dessa variante em comparação com as outras, reconheceu a OMS.

Cerca de 3,4 milhões de casos adicionais de Covid-19 foram identificados na semana de 12 a 18 de julho, o que supõe um aumento de 12% em relação à semana anterior, ressaltou o organismo.

"Nesse ritmo, o número acumulado de casos notificados (desde o início da pandemia) em todo mundo deve ultrapassar 200 milhões nas próximas três semanas", alertou a OMS.

Quatro fatores explicam essa tendência, segundo a organização: variantes mais transmissíveis, relaxamento das medidas de saúde pública, maior interação social e o fato de que muitas pessoas ainda não foram vacinadas.

Na semana passada, o número de novos casos aumentou 30% na região do Pacífico Ocidental, e 21%, na região da Europa, conforme definição da OMS.

A Indonésia registrou o maior número: 350.273 casos, o que representa um aumento de 44%, seguida do Reino Unido (296.447, +41%) e do Brasil (287.610, em queda de 14%).

Já o número semanal de vítimas fatais, de 57.000, permaneceu estável, em comparação com a semana anterior.

Pelo menos 97 casos de infecção pela variante Delta, cepa mais transmissível do coronavírus, foram notificados no País, dos quais cinco resultaram em mortes. Os dados são do Ministério da Saúde. Os registros foram feitos em sete Estados, mas os óbitos foram concentrados no Paraná e Maranhão.

"A pasta esclarece que os casos e seus respectivos contatos são monitorados pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS) locais, conforme orientação do Guia Epidemiológico da covid-19", disse o ministério, em nota.

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O Rio de Janeiro é o Estado com o maior número de casos da variante Delta - foram 74 até o momento. A Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde afirmou ter realizado 380 processamentos de amostras por meio do projeto Corona-Ômica-RJ, que analisa mensalmente cerca de 800 testes coletados em todo o Estado.

Na capital, o total de infectados pela cepa saltou de sete, na sexta-feira, para 23 no sábado. "Variante Delta realmente está se instalando no Rio. Recebemos a confirmação de mais 15 resultados positivos do laboratório da UFRJ e um do (laboratório particular) DASA. Com mais sete que tínhamos da Fiocruz, ao todo 23 casos confirmados", escreveu o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, em uma publicação no Twitter.

Em todo o Estado do Rio, a nova variante já foi confirmada em 12 cidades. Além da capital fluminense, a cepa foi identificada em Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Seropédica e São João de Meriti.

Identificada originalmente na Índia, essa cepa foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante de preocupação. Estimativas indicam, além disso, que a variante é cerca de 50% mais transmissível do que a Alfa, descoberta pela primeira vez no Reino Unido.

O Ministério da Saúde informou ainda que há registros de uma contaminação em Minas Gerais, duas em Goiás, três em São Paulo e dois em Pernambuco,. No Paraná, foram nove casos e quatro mortes, e no Maranhão, seis registros e um óbito.

O ministério explicou que tem feito um esforço conjunto com os Estados em que os casos ocorreram para intensificar o sequenciamento genômico das amostras positivas para a covid-19, a vigilância laboratorial, o rastreamento de contatos e o isolamento de casos suspeitos e confirmados. "Desta forma, é possível notificá-los imediatamente e tomar medidas de prevenção em áreas suspeitas de circulação de variantes", disse a pasta.

Estratégia vacinal

Por causa da variante Delta, governos têm liberado a diminuição do intervalo entre as aplicações das vacinas contra covid-19 das fabricantes AstraZeneca ou Pfizer, com fizeram o Estado do Rio e o Distrito Federal. A justificativa é ter parcela maior da população com o esquema vacinal completo, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis.

Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Santa Catarina também optaram por diminuir a janela entre as aplicações. As reduções têm sido de 12 semanas para dez ou oito semanas. O governo paulista, por outro lado, optou por não adotar essa estratégia por enquanto.

A redução do tempo entre as injeções divide especialistas. A Fiocruz, responsável por produzir o imunizante Oxford/AstraZeneca no Brasil, se manifestou contrário a encurtar o intervalo. No exterior, o avanço da Delta tem motivado o debate sobre o uso de uma dose de reforço. A Pfizer chegou a pedir às autoridades americanas aval para oferecer uma nova injeção, o que ainda não ocorreu. Israel aprovou uma terceira aplicação.

A Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES) informou neste sábado (17) o registro de mais 63 casos da variante Delta do coronavírus, do total de 380 amostras processadas. São 74 casos em 12 municípios do estado.

Os novos municípios com identificação de casos da variante Delta são Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados. Em Seropédica, São João de Meriti e Rio de Janeiro, já foram identificados casos anteriormente.

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As secretarias municipais já foram notificadas e farão a investigação epidemiológica, com apoio da Secretaria de Saúde.

“A confirmação foi possível graças aos últimos resultados do projeto Corona-Ômica-RJ, um dos maiores do país, que realiza a análise mensal de cerca de 800 amostras de todo o estado”, disse a pasta.

Nessa última rodada de exames, a variante Delta representou 16,57% do total de 380 amostras processadas. O relatório final do último levantamento está em finalização e, em breve, ficará disponível no link de publicação de rotina.

Segundo a Secretaria de Saúde, os dados recentes do monitoramento mostram a presença da variante Delta (B1.617.2), entretanto, a linhagem P.1 (Gama/Brasil) continua sendo a mais frequente no estado. Há registro em baixa frequência da VOC B.1.1.7 (Alfa/Reino Unido), além do declínio da P.2, desde novembro do ano passado.

Cidade do Rio

Dos 74 casos da variante Delta, 23 foram registrados na capital fluminense. Ontem (17), o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, informou que mais 15 casos da variante Delta foram confirmados na cidade do Rio, elevando o total para 23. 

A variante Delta foi identificada pela primeira vez na Índia e se tornou a quarta variante de preocupação sinalizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ao lado da Alfa, Beta e Gama. As três anteriores tiveram seus primeiros casos sequenciados no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil. 

As variantes de preocupação recebem atenção especial das autoridades de saúde porque têm potencial maior de transmissão.

“Independentemente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos. Sendo assim, não há alteração nas medidas sanitárias já adotadas, como uso de máscaras e álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento social. Além disso, é importante que os municípios continuem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19 e que a população retorne para receber a segunda dose. Estudos mostram que todas as vacinas disponíveis no Brasil são eficazes contra as variantes identificadas até o momento”, alerta a Secretaria estadual de Saúde.

Pernambuco confirmou, nesta quarta-feira (14), dois casos de transmissão da variante Delta. Em entrevista coletiva online, nesta tarde, o secretário estadual de Saúde, André Longo, informou que esses dois pacientes, de 25 e 48 anos, estão estáveis e internados na enfermaria de uma unidade de saúde privada no Recife.

Esses casos são de contaminação em tripulantes filipinos do navio cargueiro Shoveler, de bandeira do Chipre. A embarcação fazia a rota da Suécia ao Porto de Paranaguá, no Paraná. Contudo, no dia 30 de junho, por conta da suspeita de casos da Covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a atracação no Porto do Recife.

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O navio tem 19 tripulantes. Destes, nove testaram positivo para o novo coronavírus. Além dos dois internados em enfermaria, um terceiro tripulante, de 49 anos, continua internado em UTI. Os outros seis positivos para a Covid-19 passam bem e estão isolados no navio, sendo monitorados, assim como os 10 tripulantes que testaram negativo para a doença.

A Secretaria Estadual de Saúde reforça que, no último sábado, foi feito um novo teste de RT-PCR com todos os tripulantes que permanecem no navio. Dos seis casos que positivaram anteriormente e estão na embarcação, apenas um ainda teve resultado positivo. Todos os casos negativos, na primeira leva, continuaram negativos na segunda.

Variante Gama

O Instituto Aggeu Magalhães (IAM – Fiocruz-PE) ainda recebeu outras 93 amostras de pacientes, com coletas realizadas entre os dias 26 de junho e 02 de julho. Dessas, 80 obtiveram genomas de alta qualidade, todas para a variante Gama (P.1) e suas derivadas, confirmando a prevalência dessa variante no Estado. Os pacientes são de 24 municípios de todas as regiões de Pernambuco.

As 80 amostras são dos municípios de Afrânio, Águas Belas, Aliança, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Canhotinho, Caruaru, Custódia, Ilha de Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Lagoa do Carro, Lagoa Grande, Nazaré da Mata, Olinda, Petrolina, Recife, Santa Maria da Boa Vista, São Lourenço da Mata, Sertânia, Surubim, Timbaúba, Tracunhaém, Tupanatinga e Vitória de Santo Antão.

Gerente de Incidente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Sylvain Aldighieri afirmou nesta quarta-feira, 14, que, segundo dados dos Estados Unidos, a variante delta já representa 52% do total de casos da covid-19 registrados no país, neste momento. Questionado durante entrevista coletiva virtual sobre o risco das variantes, Aldighieri lembrou que a delta é de fato mais contagiosa, mas as medidas já sabidas, como uso de máscaras e lavagem das mãos, continuam a ser eficientes contra ela.

Aldighieri também notou que as vacinas contra a covid-19 seguem sendo eficientes contra a covid-19. "As vacinas são seguras e milhares de vidas já foram salvas por elas", ressaltou.

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Durante a coletiva, a Opas ressaltou a importância de que as pessoas tomem as duas doses previstas, no caso dos imunizantes que exibem isso. Vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa ressaltou que apenas uma dose, nesses casos, oferece uma proteção apenas parcial contra a covid-19, por isso a importância de se receber as duas aplicações.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou, nesta quarta-feira (14), que aplicar duas doses de algumas das vacinas anticovid aprovadas na UE é "crucial" para ter proteção contra a muito contagiosa variante Delta e pediu para acelerar seus programas de vacinação.

"Evidências preliminares sugerem que é necessário ter a segunda dose de uma vacina contra a Covid-19 de duas doses para fornecer proteção adequada contra a variante Delta", disse a EMA, acrescentando que "o respeito do programa de vacinação recomendado é crucial para ter a mais alta proteção".

A variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia, está se propagando muito rapidamente na Europa e constituirá 90% dos casos de Covid-19 no continente no final do verão boreal, informou o Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças no mesmo comunicado.

"Isso torna essencial que os países acelerem seus programas de vacinação, incluindo a aplicação da segunda dose quando for recomendado, e que fechem as brechas e oportunidades de surgimento de mais variantes", disse a EMA.

O Paraná detém o maior número de registros da variante Delta do novo coronavírus no Brasil. Na última semana, o Estado confirmou três novos casos. Somado às ocorrências anteriores, são sete diagnósticos na região, que contabiliza três mortes em decorrência da variante.

Também no Sul do País, Santa Catarina investiga a primeira possível contaminação em Joinville. Ao todo, o Brasil já detectou 20 infecções pela mutação, até o momento, somente São Paulo confirma transmissão comunitária da cepa.

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A Secretaria de Saúde do Paraná informou na sexta-feira, 9, a terceira morte pela variante Delta no Estado. O caso foi detectado em Mandaguari, município próximo à cidade de Maringá. O registro é de um homem de 28 anos, internado no início de abril. O jovem chegou a ter alta, mas retornou à unidade hospitalar em junho e precisou ser intubado. O paciente faleceu no último dia 29.

O Paraná confirmou, ainda na sexta, outros dois casos da variante. O primeiro, um senhor de 60 anos, morador de Francisco Beltrão, que começou a ter sintomas no início de junho. O paciente chegou a ser internado com auxílio de suporte ventilatório, mas teve alta no dia 18. Já em casa, ele segue em monitoramento clínico. E, o segundo, uma senhora de 59 anos, residente em Rolândia, que recebeu alta no dia 12 de junho e também segue monitorada.

Anteriormente, o Estado havia confirmado outros quatro casos no município de Apucarana. Os pacientes estavam relacionados e, entre eles, havia uma viajante recém-chegada do exterior. Desta vez, as novas ocorrências foram consideradas "isoladas", segundo nota emitida pela pasta local de Saúde. O Paraná ainda não declarou transmissão comunitária da cepa.

Na sexta, o governo estadual começou junto ao Ministério da Saúde uma investigação ampliada dos casos confirmados. O objetivo é aumentar o rastreamento da variante nas quatro cidades com ocorrências já detectadas.

No Estado vizinho, Santa Catarina, o município de Joinville investiga duas possíveis infecções pela cepa. São moradores da cidade que estiveram no Paraná, no início de abril, e se encontraram com um dos contaminados pela variante. A Secretaria Municipal de Saúde informou que está conduzindo uma investigação epidemiológica local com todos que entraram em contato com a dupla, mesmo os que não apresentaram agravamento no caso.

Outros dois casos são investigados no Rio Grande do Sul. É a primeira vez que casos suspeitos dessa linhagem do vírus foram observados no Estado, segundo comunicado da pasta estadual de Saúde. As amostras foram enviadas à Fiocruz, no Rio, para serem analisadas.

Avanço no Brasil

Ao menos 20 contaminações pela mutação já foram registradas no País. O Maranhão é o segundo Estado com maior número de infecções pela cepa, são seis casos confirmados e, entre eles, uma morte.

No Centro-Oeste, Goiás computa dois casos. No início de junho, a cidade de Goiânia chegou a afirmar que a região apresentava transmissão comunitária da variante, mas a gestão municipal voltou atrás após detectar que a paciente contaminada entrou em contato com um homem de Moçambique infectado pela Delta.

Três Estados do Sudeste registram ocorrências da cepa. Minas e São Paulo confirmam um caso cada. Em São Paulo, porém, o governo estadual considera a existência de transmissão comunitária da linhagem.

"Temos uma variante que já é autóctone, ou seja, ela já está circulando no nosso meio em pessoas que não tiveram histórico de viagens ou que tiveram contato com alguém que esteve, por exemplo, na Índia, e, dessa forma, temos de ter uma atenção especial", disse na última quarta-feira, 7, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, em coletiva de imprensa.

O Rio de Janeiro já comprovou três casos da Delta. O Estado, contudo, investiga outras possíveis contaminações e a hipótese de transmissão comunitária. "No momento, os dados levantados indicam que não são casos importados, mas é preciso aguardar a conclusão da investigação para se ter certeza de que foram transmissões autóctones, ou seja, adquiridas dentro do estado", disse em nota.

O confinamento em Sydney, a maior cidade da Austrália, foi reforçado nesta sexta-feira (9) porque os novos casos de Covid-19 alcançaram um recorde. As autoridades alertaram que o surto da variante Delta está fora de controle.

"Não saiam de suas casas, a menos que seja absolutamente necessário", disse a primeira-ministra do estado, Gladys Berejiklian, aos cinco milhões de habitantes de Sydney, quando a cidade registra 44 novos casos em 24 horas.

Sydney está agora em sua terceira semana de confinamento, mas continua registrando um recorde de novas infecções entre uma população que, em sua imensa maioria, ainda não está vacinada.

Berejiklian pediu aos habitantes de Nova Gales do Sul que cumpram com as normas, alertando que enfrentam a maior ameaça para sua segurança "desde que começou a pandemia", devido à desobediência das normas de confinamento.

Em Sydney, foram registrados 439 novos casos desde meados de junho. Este número é baixo em comparação com a maioria das cidades do mundo, mas a Austrália evitou até agora a transmissão generalizada na comunidade, onde apenas 9% da população está totalmente vacinada.

"Não podemos nos dar o luxo de pensar em viver com este vírus", alertou Berejiklian, acrescentando que os moradores "têm que mudar o rumo" se quiserem evitar milhares de mortes.

Segundo as novas normas de confinamento, estará proibido praticar exercícios ao ar livre em grupos de mais de duas pessoas e as proibições existentes de viagens não essenciais serão aplicadas de forma mais rigorosa.

"O que precisamos é que todo o mundo siga as normas estabelecidas", pediu Berejiklian. "Esta cepa, a cepa Delta, é mais contagiosa que tudo o que já vimos" até agora.

Pfizer e BioNTech anunciaram, na quinta-feira (8), que buscarão autorização para uma terceira dose de sua vacina anticovid-19 para reforçar sua eficácia, no momento em que a variante Delta causa surtos devastadores na África e na Ásia, e aumentam os casos na Europa e nos Estados Unidos.

Em meio ao novo impulso da pandemia, o governo japonês anunciou que os Jogos Olímpicos de Tóquio vão acontecer sem público nos estádios. O estado de emergência decretado ficará em vigor ao longo de todo evento.

Este anúncio foi feito quando a chama olímpica chegava à capital japonesa para uma cerimônia em um estádio vazio, a duas semanas da festa de abertura de uma Olimpíada totalmente transformada pela pandemia.

A variante Delta está causando uma aceleração da pandemia, que já registra mais de quatro milhões de mortos, segundo balanço da AFP com base em dados oficiais.

Isso levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a advertir que o mundo se encontra "em um ponto perigoso".

- Terceira dose -

A Pfizer e a BioNTech disseram que uma terceira dose terá um bom desempenho contra a variante Delta e que vão solicitar, em breve, sua autorização nos Estados Unidos, na Europa e em outras regiões.

Dados de um teste em andamento mostraram que uma terceira dose aumenta os níveis de anticorpos de cinco a dez vezes mais contra a cepa original do coronavírus e a variante Beta, encontrada pela primeira vez na África do Sul, em comparação com as duas primeiras doses, de acordo com um comunicado de ambos os laboratórios.

As empresas afirmam ainda que a dose de reforço agirá de maneira similar contra a variante Delta, mas que também desenvolverão uma vacina específica contra essa cepa, que surgiu na Índia e é mais contagiosa.

As autoridades americanas disseram que ainda estão avaliando a necessidade de um reforço.

"Os americanos que foram completamente vacinados não precisam de um reforço neste momento", afirmaram as agências de saúde. "Estamos preparados para doses de reforço desde que a ciência demonstre que são necessárias".

Já a União Europeia disse estar "preparada", caso seja necessário aplicar uma terceira dose da vacina da Pfizer/BioNtech na população do bloco, como propõem os fabricantes, afirmou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, nesta sexta-feira.

"Estamos preparados, caso isso seja necessário, tanto no nível europeu, como em termos de estratégia europeia" de compra comum e de distribuição de vacinas, reforçou a comissária em entrevista coletiva em Madri, ao lado da ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias.

"Estamos trabalhando nisso de maneira contínua, mas a decisão sobre como vamos avançar dependerá da ciência", esclareceu a comissária Kyriakides.

- Número de mortos recua -

Quase 16 meses depois de uma pandemia que arrasou o mundo inteiro, o total de casos de covid-19 passa de 185 milhões, conforme balanços oficiais. Para a OMS, no entanto, este número pode se muito maior.

A média diária de óbitos na última semana foi de 7.870 e continua recuando, pouco a pouco - um número distante das 13.700 mortes por dia registradas no final de abril e início de maio.

Já o número de casos está subindo, após quase dois meses de queda (405.000 na média diária, +9% intersemanal), com surtos em países como Reino Unido, Indonésia e Rússia, atingidos em cheio pela variante Delta.

A situação sanitária também se agrava na África, que "acaba de viver a semana mais desastrosa da história das pandemias", segundo a diretora regional da OMS para este continente, Matshidiso Moeti.

"Mas o pior está por vir, pois a terceira onda não para de se expandir de maneira acelerada e ganha terreno", alertou.

- Boates na França -

A incursão da variante Delta faz com que as autoridades de muitos países da União Europeia reconsiderem o levantamento das restrições aplicadas graças ao avanço da vacinação.

Assim, a França recomendou aos seus cidadãos que não viajem para Portugal e Espanha neste verão boreal (inverno no Brasil), onde esta cepa está fazendo disparar as taxas de infecção entre a população jovem não vacinada.

O governo francês, porém, decidiu reabrir suas boates nesta sexta após cerca de 16 meses de fechamento, embora as autoridades tenham alertado que continuarão atentas a um eventual aumento de casos da covid-19 no país.

Embora a reabertura ofereça um alívio para os proprietários, a capacidade será limitada a 75% e será necessário um comprovante de vacinação ou um teste negativo recente para entrar.

O uso de máscara também será recomendado, mas não obrigatório. "É um alívio poder abrir, mesmo que não seja 100%", disse Martin Munier, gerente da boate Sacré no centro de Paris, à AFP.

Na América Latina e no Caribe, a região do mundo com o maior número de mortes pelo vírus, com quase 1,3 milhão de vítimas fatais, os esforços continuam para acelerar a imunização.

De acordo com contagem da AFP, 43 em cada 100 pessoas no mundo receberam pelo menos uma dose anticovid-19, mas há grandes disparidades entre continentes como África (3,84), ou Europa (71).

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro confirmou dois novos casos da variante Delta do novo coronavírus (B.1.617), que provoca a Covid-19. Segundo autoridades sanitárias, os pacientes são um homem de 30 anos e uma mulher de 22 anos, moradores da Baixada Fluminense.

Os casos, dos moradores de Seropédica e São João de Meriti, foram anotados nos dias 16 e 17 de junho. Os municípios foram comunicados e estão investigando se são transmissões autóctones, ou seja, ocorridas dentro do estado, ou importadas.

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A Delta é também conhecida como variante indiana e se espalhou por quase 100 países. Um caso da cepa indiana já havia sido anotado no estado em maio deste ano. Apesar disso, a linhagem P.1 (brasileira) continua sendo a mais comum no estado.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde ressaltou que as ações de prevenção e os métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos, independentemente da variante.

O primeiro caso da variante Delta do novo coronavírus, originalmente detectada na Índia, foi confirmado na cidade de São Paulo. Segundo a Prefeitura, um homem de 45 anos testou positivo para a variante e está sob monitoramento.

A gestão municipal disse que outras três pessoas da família (mulher, enteado e filho) estão sendo acompanhados pela Unidade Básica de Saúde (UBS) da região, que não foi informada.

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"Desde abril, em parceria com o governo do Estado, a capital encaminha parte das amostras de exames RT-PCR positivos ao Instituto Butantan para análise genômica em busca de identificar as cepas circulantes neste momento no município de São Paulo. Foi por meio desta iniciativa que foi possível identificar o primeiro caso positivo na cidade", informou em nota a Prefeitura.

Segundo o Município, o monitoramento das variantes na capital é realizado por meio de cálculo amostral, por semana epidemiológica, "com cerca de 250 amostras semanais que seguem para análise do laboratório do Instituto Butantan, onde é realizado o sequenciamento genético".

Brasil tem duas mortes confirmadas pela variante Delta

No Brasil, o Ministério da Saúde informou que, até o fim da semana passada, foram registrados 11 casos da variante Delta. Seis deles são de um navio que está na costa do Maranhão; há um caso em Campos dos Goytacazes (RJ), um em Juiz de Fora (MG), dois em Apucarana (PR) e um em Goiânia.

Duas pessoas morreram em decorrência da infecção causada pela nova cepa: um tripulante de um navio atracado no Maranhão, no dia 24 de junho, e uma gestante de 42 anos, no dia 18 de abril, no Paraná.

A preocupação com a rápida disseminação da variante Delta vem forçando um número crescente de países a impor novamente medidas restritivas mais rigorosas na tentativa de impedir que uma nova onda da covid-19 atrapalhe os esforços globais para conter a pandemia e a retomada da normalidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa circula por 92 países. (Colaborou Júlia Marques)

A Johnson & Johnson anunciou na quinta-feira (1) que sua vacina de dose única contra o coronavírus é eficaz contra a variante Delta, altamente contagiosa, com uma resposta imunológica que dura pelo menos oito meses.

Os anticorpos e as células do sistema imunológico de oito pessoas inoculadas com a vacina da J&J neutralizaram efetivamente a cepa Delta, identificada pela primeira vez na Índia, de acordo com os pesquisadores.

Um segundo estudo de 20 pacientes vacinados no Centro Médico Beth Israel de Boston teve resultados parecidos.

Os dados foram submetidos ao bioRxiv, um site de relatórios científicos ainda não publicados, onde os autores "podem colocar suas descobertas à disposição da comunidade científica e receber comentários sobre os rascunhos antes de enviá-los para os periódicos", segundo o portal.

"Acreditamos que nossa vacina oferece proteção duradoura contra a covid-19 e provoca uma atividade neutralizante contra a variante Delta", disse o diretor científico da J&J, Paul Stoffels, em um comunicado da empresa.

O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Janssen da Johnson & Johnson, Mathai Mammen, relatou que os dados "dos oito meses estudados até agora" mostram que a vacina J&J "gera uma forte resposta de anticorpos neutralizantes que não diminui, mas que, na verdade, observamos uma melhora com o tempo".

A variante Delta surgiu na Índia em abril e maio e, desde então, disseminou-se pelo mundo todo.

Um relatório do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) estimou que essa cepa mais contagiosa pode chegar a representar 90% dos novos casos na União Europeia até o final de agosto.

O certificado sanitário adotado pelos países da União Europeia (UE) entrou em vigor nesta quinta-feira (1°), com a esperança de ajudar na retomada do turismo e das viagens, apesar das ameaças provocadas pela propagação da variante Delta do coronavírus.

O documento - um código QR que pode ser exibido em um smartphone ou em forma impressa - certifica que o portador está completamente vacinado com um dos fármacos aprovados na UE, testou negativo em um exame recente de PCR ou já possui imunidade por ter superado a infecção.

A intenção é que o certificado permita viajar pelos 27 países da UE e por quatro nações que se associaram à iniciativa (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein).

Todos os países da UE já estão interconectados ao sistema, com exceção da Irlanda, que sofreu um ataque cibernético, mas que espera unir-se ao projeto em 19 de julho.

Os países do bloco serão obrigados a aceitar em seus territórios os viajantes completamente imunizados com as vacinas autorizadas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca (de duas doses) e Johnson & Johnson (dose única).

Os Estados-membros também podem - embora não sejam obrigados - admitir pessoas com vacinas autorizadas em determinados países da UE (como a russa Sputnik V, utilizada na Hungria) ou com vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (como a chinesa Sinopharm).

Os portadores do certificado não devem ser submetidos a quarentena ou exame adicional, mas ainda é possível para um Estado-membro a adoção de restrições se a situação piorar no país ou região de origem do viajante.

Mas a propagação da variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia e agora predominante no Reino Unido, pode provocar um novo "freio de emergência" na tentativa de retomada do turismo.

A variante Delta já levou a Alemanha a incluir Portugal, donde esta variante se tornou predominante, na lista de países em risco, o que praticamente proíbe todas as chegadas a partir desta nação.

Ao mesmo tempo, Espanha e Portugal anunciaram abruptamente restrições e exigências adicionais a viajantes procedentes do Reino Unido por causa da variante Delta.

- Preocupações -

O drástico aumento das infecções com a variante Delta no Reino Unido, que dá ao país uma taxa de infecção mais de quatro vezes superior à da UE, gera profunda preocupação no continente.

Os países da UE adotaram uma recomendação para permitir apenas a entrada de pessoas completamente vacinadas procedentes de fora do bloco, ou pessoas com razões urgentes para viajar.

Portugal, Espanha e Grécia, no entanto, optaram inicialmente por uma atitude mais flexível com a esperança de estimular o turismo.

A tendência, porém, está sob forte pressão pelo entendimento de que a UE está seis semanas atrás do Reino Unido em termos de futuras infecções da variante Delta.

Durante uma reunião de cúpula na semana passada em Bruxelas, a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, criticou Portugal e Espanha por aceitarem abertamente turistas britânicos, ante a necessidade de estimular os setores que dependem do turismo.

Nesta quinta-feira, o aeroporto de Bruxelas registrava grandes filas, pois passageiros que tentavam registrar as saídas eram desviados para áreas de controle, que provocavam uma enorme aglomeração.

"Está tudo bloqueado", disse um funcionário da Brussels Airlines. Quando uma família com crianças reclamou que perderia o voo, ele respondeu: "É a covid-19, este é o procedimento. Se perderem o voo, vamos colocá-los em outro".

De acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais, 50,4% da população da UE já recebeu ao menos uma dose da vacina contra a covid-19, e uma pessoa a cada três está completamente imunizada.

A variante Delta, responsável pela aceleração atual da epidemia no Reino Unido, pode provocar uma nova onda em escala mundial durante o verão (hemisfério norte), caso medidas de prevenção não sejam adotadas, alertam especialistas e autoridades de saúde.

No momento, a pandemia da covid-19 está em desaceleração: o número de novos casos registrados é o menor desde fevereiro e as mortes também estão em queda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mas alguns países, como Indonésia, Portugal, Rússia e Israel, estão passando por uma alta epidemiológica, causada em parte pela variante Delta.

Identificada pela primeira vez na Índia, onde começou a propagar-se em abril, a variante do SARS-CoV-2 está presente em pelo menos 85 países, com percentuais díspares.

Na Europa, a variante se propagou rapidamente no Reino Unido e substituiu em poucas semanas a variante Alpha, detectada no fim de 2020 no sudeste da Inglaterra.

O mesmo acontecerá no restante da Europa, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), que calcula que a variante representará 70% das novas infecções na UE no início de agosto e 90% no fim do mês.

Nos Estados Unidos, sua presença entre os casos positivos disparou de 10% no início de junho, a 35% na semana passada, um percentual similar ao de Israel.

- Mais contagiosa -

A rápida propagação se deve ao fato de que a variante Delta é entre 40-60% mais transmissível que a Alpha, que por sua vez é mais contagiosa que a cepa que dominou a Europa durante a primeira onda.

Uma equipe de cientistas franceses calcula, inclusive, uma transmissão superior, entre 50-80%, em um estudo ainda não publicado com base em dados da região de Paris.

"Em caso de relaxamento das medidas durante o verão (hemisfério norte) (...) pode acontecer um aumento rápido e significativo do número de casos diários em todas as faixas etárias", advertiu o ECDC durante a semana.

O avanço provocaria um aumento das internações e mortes, que "poderiam atingir os mesmos níveis que durante o outono (hemisfério norte) de 2020, caso nenhuma medida adicional seja adotada", afirmou o organismo.

Nos Estados Unidos, o conselheiro científico da Casa Branca, Anthony Fauci, também prevê "novos surtos da epidemia", mas acredita que serão "localizados" e menos importantes que durante as ondas anteriores.

- A importância das duas doses -

As autoridades de vários países pediram à população ainda não vacinada que procure os centros de imunização.

De acordo com vários estudos, as vacinas são menos eficazes contra a variante Delta que contra a Alpha e a cepa original, mas continuam funcionando, desde que a pessoa tome as duas doses.

Em função da vacina, a proteção contra a variante Delta é de entre 92% e 96% contra o risco de hospitalização e de entre 60% e 88% contra a forma sintomática da doença, de acordo com os dados divulgados pelas autoridades britânicas.

Apenas uma dose oferece uma proteção muito menor contra a doença (33%).

"Por isto é necessária a vacinação completa para proteger os mais vulneráveis", afirmou o ECDC.

Mas a vacinação pode não ser suficiente, alerta o epidemiologista Antoine Flahault.

No Reino Unido, o surto é "registrado essencialmente entre as pessoas não vacinadas". Mas como o percentual mínimo de vacinados para frear a epidemia "tem que ser mais elevado do que se acreditava a princípio" e que há muitas pessoas, sobretudo jovens, que não se vacinam, esta estratégia é "insuficiente", afirma à AFP.

E quanto mais contagioso um vírus, maior deve ser o nível de vacinação entre a população para adquirir a imunidade coletiva, explica Samuel Alizon, biólogo especialista em cálculos sobre doenças infecciosas.

Com a variante Delta, os cientistas concordam que será necessário vacinar mais de 80% da população, também porque esta é capaz de escapar em parte da "imunidade natural" das pessoas que já contraíram covid, segundo Alizon.

"Até que a maioria das pessoas vulneráveis estejam protegidas, devemos manter a circulação da variante Delta em um nível baixo, respeitando as medidas de saúde pública que funcionaram para controlar o impacto de outras variantes", afirmou a diretora do ECDC, Andrea Ammon.

Países como Israel anunciaram o retorno de algumas restrições, como a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos fechados.

Diante da variante Delta da Covid-19, cujo avanço no mundo é preocupante, as vacinas são menos eficazes, mas a proteção contra a doença continua sendo importante, desde que as duas doses sejam aplicadas.

- Eficácia reduzida...

Vários estudos em laboratório mostram que a variante Delta (antes chamada "variante indiana") parece mais resistente às vacinas que outras mutações. É o que se conhece como "escape imunológico".

De acordo com um estudo, coordenado pelas autoridades britânicas e publicado no início de junho na revista The Lancet, nas pessoas vacinas com as duas doses da Pfizer/BioNTech o nível de anticorpos neutralizantes é quase seis vezes menos elevado na presença da variante Delta que com a cepa originária, que foi usada para desenvolver as vacinas.

Em comparação, esta redução é de 2,6 vezes a respeito da variante Alpha ("britânica") e 4,9 vezes ante a variante Beta ("sul-africana").

Outro estudo, do Instituto Pasteur na França, conclui que os anticorpos neutralizantes depois da aplicação da vacina Pfizer/BioNTech são de três a seis vezes menos eficazes contra a variante Delta que contra a Alpha.

- ... mas eficazes

Os níveis de anticorpos registrados em laboratório são um indicador essencial, mas não suficiente para determinar a eficácia de uma vacina. Não se leva em consideração a outra face da resposta imunológica, a imunidade celular.

Por este motivo existe a importância de analisar o que acontece na vida real. E os resultados são bem mais tranquilizadores.

De acordo com dados apresentados na segunda-feira pelas autoridades britânicas, a vacinação com a Pfizer/BioNTech e com AstraZeneca são igualmente eficazes para impedir a hospitalização tanto para a variante Delta como para a Alpha.

Duas doses permitem evitar em 96% (para Pfizer/BioNTech) e 92% (para AstraZeneca) a internação pela variante Delta, segundo o estudo com 14.000 pessoas.

Dados anteriores das autoridades britânicas apresentaram conclusões parecidas para formas menos graves da doença.

Duas semanas depois da segunda dose, a vacina Pfizer/BioNTech é 88% eficaz contra a forma sintomática da covid-19 devido à variante Delta, contra 93% quando se trata da variante Alpha. A AstraZeneca demonstrou eficácia 60% e 66% contra estas mutações.

Os criadores da vacina russa Sputnik V afirmaram na terça-feira no Twitter que seu fármaco era "mais eficaz contra a variante Delta" que qualquer outro, mas não publicaram os dados.

- Uma dose não é suficiente

Os estudos convergem em um ponto: apenas uma dose oferece uma proteção limitada contra a variante Delta.

"Após uma dose da Pfizer/BioNTech, 79% das pessoas tinham uma resposta de anticorpos detectável contra a cepa original, mas esta caía a 50% para a variante Alpha, 32% para a variante Delta e 25% para a variante Beta", conclui o estudo em laboratório publicado na revista The Lancet.

A pesquisa do Instituto Pasteur indica que apenas uma dose da AstraZeneca seria "pouco ou nada eficaz" contra a variante Delta.

Estas tendências são confirmadas na vida real: segundo as autoridades britânicas, apenas uma dose de qualquer uma das vacinas tem eficácia de 33% para impedir a forma sintomática da doença causada pela Delta (e 50% para a variante Alpha).

Entre todos os imunizantes autorizados, apenas o do laboratório Janssen é de dose única. No momento não há dados sobre sua proteção para a variante Delta.

- E depois?

Para frear a propagação desta variante, 60% mais transmissível que a Alpha segundo as autoridades britânicas, os cientistas insistem na importância da vacinação completa, com duas doses.

Criar este "bloco de vacinados", nas palavras do presidente do Conselho Científico francês Jean-François Delfraissy, tem um segundo objetivo: impedir o surgimento de outras variantes entre a população que está parcialmente ou nada protegida.

A perspectiva que preocupa mais é o surgimento de outras mutações do vírus, mais resistentes às vacinas.

"Mas não se deve basear tudo na vacinação", declarou à AFP o epidemiologista Antoine Flahault.

Ele considera crucial "manter a circulação do vírus muito baixa", com outras medidas de controle (detecção de casos, medidas de restrição, etc), pois quanto mais circula o vírus, mais possibilidades de mutação e maior possibilidade de outras variantes.

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