Políticos de Pernambuco se juntaram, na última quinta-feira (7), ao público participante da tradicional marcha do Grito dos Excluídos, realizada no centro do Recife. Parlamentares locais e federais estiveram presentes para demonstrar apoio às causas e bandeiras levantadas no Dia da Independência, fazendo contraponto ao desfile cívico, realizado na zona Sul da capital. Confira alguns comentários de alguns nomes que participaram da manifestação na capital pernambucana.
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Maria Arraes (Solidariedade-PE)
A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade) esteve presente no ato e reforçou a importância do ato, há quase 30 anos nas ruas. “A gente precisa ressignificar a data depois de quatro anos que o Brasil foi esquecido, e que esses excluídos estiveram ainda mais excluídos. A gente está aqui para reforçar e dar voz a esse povo, que foi tão esquecido, mas que precisa ser lembrado porque não existe independência enquanto o povo tiver com fome. Fome de comida, fome de cultura, fome de educação, e a gente está aqui, junto com o presidente Lula colocar esse povo de volta na pauta da agenda do governo”, declarou.
Deputada federal Maria Arraes (Solidariedade-PE). Foto: Júlio Gomes/LeiaJá
A parlamentar reforça a necessidade de haver mais representações de minorias nos cenários políticos locais e a nível nacional, em posições de tomada de decisão. “Os excluídos, eu acredito que na Câmara, a gente já teve uma, apesar de ser uma câmara muito conservadora, a gente teve uma inclusão muito boa. Nós temos deputadas trans, indígenas, e a gente tem visto a importância de ter essas pessoas representando no poder, porque a gente consegue levar pautas lá para dentro do Congresso que antes não eram lembradas. Então eu acredito que os indígenas, a população LGBTQIA+, os negros, os pobres, a gente tá conseguindo ter essa representação, ainda muito pequena na câmara, mas tem sido bastante significante ter conseguido dar mais voz a esse povo”, afirmou.
“A gente sabe da importância de ter um presidente como o presidente Lula, um presidente democrático, que olha pra população mais pobre. Mas a gente sabe que não existe governabilidade sem um congresso presente. A gente elegeu um Congresso muito conservador, um Congresso muito polarizado. No começo do ano estava ainda mais difícil, mas agora eu acredito que o presidente Lula tem conseguido conquistar essa governabilidade, e a gente tem conseguido aprovar pautas importantes para o nosso país”, complementou.
Liana Cirne (PT)
A vereadora do Recife Liana Cirne (PT) afirmou a importância da caminhada história do Grito, que demonstra apoio ao governo atual. “O Grito das Excluídas e dos Excluídos deve manter o mesmo tom do final da marcha das margaridas, quando o presidente Lula disse que a gente tem o dever de continuar nas ruas, reivindicando, porque aqui é o espaço onde a gente se fortalece. A disputa de poder está cada vez mais acirrada, e o povo, e aqueles que carregaram Lula até a rampa, eu me lembro de que num dos encontros que eu tive com Lula, eu disse pra ele ‘a gente não vai descansar até você subir a rampa do Palácio do Planalto’. Mas agora que ele subiu, a gente também não pode descansar”, afirmou.
Liana Cirne (PT), vereadora do Recife. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá
“A gente tem que garantir que os interesses que nos moveram durante toda essa jornada no enfrentamento do golpe, de enfrentamento do fascismo de natureza bolsonarista, prevaleçam no jogo da política. Então, a gente tem que permanecer nas ruas, reivindicar, porque ainda tem muitas conquistas. A gente está reconquistando a democracia, mas a gente também tem que assegurar a democracia real com democratização da educação, com participação das mulheres, das pessoas negras, LGBTQIA+, nos espaços de poder”, defendeu a parlamentar municipal.
Liana ainda abordou a demanda que vem sendo repetida nos últimos dias, com a iminência do presidente Lula indicar mais um nome para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), diante da aposentadoria da atual presidente da Corte, a ministra Rosa Weber, prevista para este mês. “A gente quer uma mulher negra no STF! São muitas as juristas negras com saber notório, e que podem fazer da nossa Corte Constitucional uma Corte mais comprometida, com interpretação jurídica que dialoga com os interesses do povo. Então esse é o momento de muitas reinvindicações, e a gente está aqui para apoiar o governo Lula, como sempre fizemos, e apoiar pro governo Lula estar sempre alinhado com os pleitos da classe trabalhadora, dos mais pobres, das excluídas e dos excluídos”, reforçou a vereadora.
Ivan Moraes (PSOL)
Outro parlamentar da Câmara Municipal do Recife presente na caminha foi Ivan Moraes (PSOL), que observou o fato de o Grito dos Excluídos ser um momento de luta, mas também de celebração. “É como se fosse uma confraternização que as pessoas que lutam por direitos fazem. Então você sempre vê a galera dos sindicatos, a galera dos coletivos, das ONGs, dos partidos, aquelas pessoas que as vezes nem estão organizadas, mas que entendem que esse é o dia de ver quem está do lado certo”, explanou o vereador.
Ivan Moraes (PSOL), vereador no Recife. Foto: Júlio Gomes
“A gente passou pandemia, a gente passou morte, a gente passou o governo Bolsonaro, e hoje a gente tem o Grito dos Excluídos, que além do protesto natural que se faz por mais direitos, é também um momento de celebração. Então, tá sendo muito gostoso rever as pessoas depois desse perrengue todo, depois desses seis anos de pauleira, e agora movidos pela esperança de que pode voltar a dar certo. A gente não tá uma maravilha, mas a existência da gente aqui hoje, na rua, junto, podendo estar junto, podendo estar na rua, e cobrando mais, já é muito bonito”, continuou.
Ao LeiaJá, o vereador contou de suas expectativas, e de seu partido, em relação à corrida eleitoral de 2024, e não descarta a possibilidade de ser candidato. “A gente vai crescer. Eu tenho convicção de que o campo democrático vai crescer como um todo, para além do meu partido. Eu estou cumprindo meu compromisso, fazendo meu trabalho, estou fazendo direitinho, e a minha pretensão, o compromisso que assumi com o meu partido, com as pessoas que me acompanha por fora da política tradicional também, é de fazer dois mandatos de cada cargo. Então eu vou completar meu segundo mandato de vereador, vou lutar muito para eleger mais pessoas no meu campo, e estou à disposição do meu partido para concorrer à Prefeitura, caso, ao final do processo do nosso Congresso, o partido decidir”, declarou.
Membros do PSOL ventilam a preferência de alavancar a deputada estadual Dani Portela, que já se considera pré-candidata para as eleições municipais de 2024. Ivan, por sua vez, garante que não vai sair da política após o seu mandato na Câmara. “Eu vou pra qualquer outro cargo. Eu estou na política, não vou sair da política. Quem acha que a minha passagem pela Câmara foi o fim dessa trajetória, está muito enganado. A política é fundamental. Se antes eu já entendia a importância de a gente participar de um partido, de disputar eleições, e disputar espaços de poder, esses sete, que serão oito anos na Câmara, fazem com que essa convicção se fortaleça. É preciso que muito mais gente entre, e eu não vou sair não”, afirmou o parlamentar.
Rosa Amorim (PT)
A deputada estadual Rosa Amorim (PT) participa desde criança da passeata do Grito, e comentou ao LeiaJá da importância de entender o tema desse ano, “Você tem fome de quê?”, com a realidade da sociedade brasileira. “Nesse momento que o Brasil volta ao mapa da fome, que a insegurança alimentar, miserabilidade aumenta no nosso país, eu diria que eu tenho fome de comida no prato. Mas mais do que tudo, eu tenho fome por democracia, eu tenho fome por esperança, por perspectiva de um povo que sonhe com um Brasil mais justo, com um Brasil para todos e todas”, disse a parlamentar.
Deputada estadual Rosa Amorim (PT). Foto: Rachel Andrade/LeiaJá
“Esse Grito dos Excluídos tá sendo um grito da justiça. Dilma Roussef, o seu processo foi arquivado, então nós temos a comprovação de que 2016 tivemos um golpe no país. Ontem nós tivemos o presidente Lula, que a justiça avaliou que todos os processos foram desqualificados, todos os argumentos que criminalizavam nosso presidente. Então eu posso dizer que eu tenho esperança na democracia brasileira”, concluiu a deputada.