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O Tesouro Nacional vai assumir o pagamento de uma dívida não paga de R$ 4,5 bilhões do Estado do Rio junto ao banco francês BNP Paribas. A informação foi confirmada em nota pelo Ministério da Economia, que acrescentou que vai buscar o ressarcimento do valor por meio de bloqueios de receitas do governo fluminense com o ICMS e o Fundo de Participação dos Estados (FPE).

No entendimento da Secretaria de Estado de Fazenda fluminense, porém, esses bloqueios estariam vedados por liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve o Rio no Regime de Recuperação Fiscal (RRF).

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Segundo o ministério, pelo contrato de financiamento com o BNP Paribas - que teve aval da União -, o pagamento deve ser feito agora em até 14 dias úteis após o vencimento do empréstimo, no último dia 20. A dívida foi contraída num empréstimo de R$ 2,9 bilhões, tomado pelo Estado do Rio no fim de 2017.

O aval ao financiamento foi incluído no chamado Plano de Recuperação Fiscal fluminense, no âmbito do RRF - o Rio foi o único a recorrer ao mecanismo, criado em 2017 para socorrer Estados em dificuldades financeiras.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi prorrogado, até o dia 31 de janeiro de 2021, o prazo para solicitar, diretamente com o agente financeiro, a renegociação de débitos dos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), firmados até o segundo semestre de 2017 e não quitados até o dia 10 de julho de 2020.

Considera-se débito vencido o saldo devedor com um dia ou mais de atraso, na fase de amortização. A prorrogação, publicada pelo Ministério da Educação (MEC) nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial da União (DOU), altera o prazo que terminaria nesta quinta-feira (31).

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“Um dos benefícios imediatos, a partir da adesão ao programa, é a retirada da inscrição dos nomes do financiado e de seus fiadores dos cadastros de devedores inadimplentes, sendo alterado o cronograma de vencimento das parcelas de amortização”, explicou o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza. 

Quando adere ao programa, o interessado pode optar por liquidar ou parcelar o saldo devedor total. Dentro dessas duas opções, há alternativas que oferecem diferentes porcentagens de redução dos encargos moratórios e quantidade de parcelas que pode chegar até 175. 

Após a adesão ao Programa Especial de Regularização do Fies, o banco terá até 15 dias para finalizar a contratação da renegociação, que será efetuada mediante termo aditivo ao contrato de financiamento, podendo ser assinado eletronicamente pelos financiados e seus fiadores, por meio dos canais de atendimento que serão disponibilizados pelo banco para essa finalidade.

O Senado aprovou, na noite desta terça-feira (15), em uma votação relâmpago, o projeto que prevê a renegociação de dívidas dos Estados com a União logo após aprovação do texto na Câmara, sem alterações no texto. Com isso, a proposta de socorro financeiro será enviada para sanção do presidente Jair Bolsonaro. O texto foi aprovado por 55 votos a 1 - apenas o senador Lucas Barreto (PSD-AP) votou contra.

A medida estabelece o Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal (PEF), um socorro para Estados que não têm o nível de endividamento tão alto, mas que têm dificuldade para pagar servidores e fornecedores. Como contrapartida, será exigido um corte de, pelo menos, 20% de incentivos fiscais nos três primeiros anos. O projeto foi aprovado pelos senadores antes mesmo de o texto ficar público no sistema de tramitação do Senado.

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O plano busca trazer soluções para os Estados mais endividados (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul), os que não conseguem crédito com aval da União e os que não conseguiram cumprir o teto de gastos, que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação. Dos 20 Estados que adotaram a regra como contrapartida à renegociação da dívida em 2016, 11 não cumpriram a regra em 2019, segundo dados do Tesouro.

O senador Carlos Portinho (PSD-RJ) pediu veto do presidente Jair Bolsonaro a um dispositivo que impede os governos regionais usarem os recursos obtidos com a privatização de empresas públicas para despesas correntes. O dinheiro poderá ser usado para o pagamento da folha de aposentados. O dispositivo, incluído pela Câmara no dia da votação, impede o governo do Rio de Janeiro de usar recursos da venda da Cedae para investimentos. "Isso não dá ao Rio de Janeiro ainda o fôlego que ele precisa", afirmou o parlamentar.

Até a próxima segunda-feira (30), o Serasa Experian aposta no "Feirão Limpa Nome" para tentar negociar com cerca de 63 milhões de endividados no Brasil. Segundo a analista de crédito, são 95 empresas, entre bancos, varejistas, companhias de consumo e instituições de ensino, que oferecem descontos com mais de 90% para a quitação de dívidas da pessoa física.

Segundo o Serasa, a edição atual da campanha é considerada a maior de todos os tempos. A empresa ainda orienta os devedores para que procurem as instituições, pois não há uma nova perspectiva de um feirão que possa oferecer os descontos nos mesmos critérios. A companhia afirma que também é possível saldar débitos que prescreveram, mas que persistem com alguma restrição junto ao Banco Central do Brasil (Bacen).

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O Feirão pode ser uma chance de normalizar a situação junto às empresas credoras. Para a especialista em finanças pessoais e comportamento Ana Paula Hornos, também pode servir como oportunidade para uma reorganização no orçamento familiar. "Para não chegar a uma situação extrema de endividamento é importante reduzir o máximo possível gastos não essenciais, adaptar o estilo de vida ao orçamento, adiar gastos desnecessários, renegociar dívidas já existentes para buscar taxas de juros menores e prazos de pagamentos mais longos", explica.

De acordo com Ana Paula, a quitação de dívidas facilita o controle e pode até mesmo fazer com que as pessoas elaborem novas formas de juntar dinheiro. "Repensar a estratégia da forma do ganhar para buscar alternativas de melhoria tanto no valor como na satisfação pessoal e, principalmente, buscar autoconhecimento, ajuda para mudança nos comportamentos que estejam levando você na direção contrária de seus objetivos", complementa a especialista.

Para participar do "Feirão Limpa Nome", verifique se a dívida está na lista das passíveis de negociação com desconto no site www.serasa.com.br. O aplicativo da empresa também é um dos canais de comunicação com os analistas de crédito. É possível entrar em contato pelo telefone 0800-591-1222 ou pelo WhatsApp (11) 99575-2096.

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Segundo o Serasa, a edição atual da campanha é considerada a maior de todos os tempos. A empresa ainda orienta os devedores para que procurem as instituições, pois não há uma nova perspectiva de um feirão que possa oferecer os descontos nos mesmos critérios. A companhia afirma que também é possível saldar débitos que prescreveram, mas que persistem com alguma restrição junto ao Banco Central do Brasil (Bacen).

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De acordo com Ana Paula, a quitação de dívidas facilita o controle e pode até mesmo fazer com que as pessoas elaborem novas formas de juntar dinheiro. "Repensar a estratégia da forma do ganhar para buscar alternativas de melhoria tanto no valor como na satisfação pessoal e, principalmente, buscar autoconhecimento, ajuda para mudança nos comportamentos que estejam levando você na direção contrária de seus objetivos", complementa a especialista.

Para participar do "Feirão Limpa Nome", verifique se a dívida está na lista das passíveis de negociação com desconto no site www.serasa.com.br. O aplicativo da empresa também é um dos canais de comunicação com os analistas de crédito. É possível entrar em contato pelo telefone 0800-591-1222 ou pelo WhatsApp (11) 99575-2096.

A menção do ministro da Economia, Paulo Guedes, à ideia de usar a venda de reservas como um dos instrumentos para reduzir a dívida pública não foi bem recebida pelo mercado. Analistas consultados pelo Estadão/Broadcast avaliam que as reservas não são o instrumento mais adequado para controlar o endividamento e vendê-las seria algo pontual, que funcionaria como um "truque contábil".

A avaliação é que essa medida só produz alívio na dívida bruta por conta da metodologia de medição do Brasil, que é diferente do cálculo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros países. Além disso, a menção ao uso de reservas eleva preocupações com o avanço da agenda de reformas no País.

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Na noite de quinta-feira (19), Guedes afirmou, em evento do Bradesco BBI, que fará "o que for necessário" para reduzir a dívida, que deve chegar a 96% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, conforme projeção do Tesouro Nacional, e ultrapassar 100% do PIB em 2025.

Dentre o cardápio de medidas para atingir esse objetivo, o ministro citou a possibilidade de "até vender um pouco de reservas", além de vender outros ativos, privatizar, reduzir a dívida interna e desalavancar bancos públicos.

Na avaliação do diretor do ASA Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, a venda de reservas para reduzir a dívida é uma má ideia, contrária ao câmbio flutuante, uma vez que o fluxo tem melhorado, e soa estranha em um momento em que se aproxima a autonomia do Banco Central. "Fica ainda mais estranho conceitualmente defender que o BC, que vai ganhar autonomia, tome decisões com seu ativos com fins de política fiscal. Temos de caminhar na separação da política monetária e fiscal." Kawall ainda lembra que a ideia de vender reservas para reduzir dívida foi cogitada no passado por quem não queria fazer reformas, referindo-se ao governo Dilma Rousseff (PT).

O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, por sua vez, avalia que a fala sinaliza que o governo está ficando sem opções para controlar o rombo fiscal e é mais um elemento que corrobora um clima de desesperança com o avanço da agenda de reformas. "O fiscal não está andando, temos um problema de fluxo de dívida muito grande e vemos o ministro falando de redução de estoque de reservas: é um sinal que não é muito bom", disse.

O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, afirma que a declaração de Guedes é mais do mesmo em meio a uma agenda de reformas estagnada. "O que foi dito (na quinta-feira) é uma repetição das mesmas coisas, porque, rigorosamente falando, não houve avanço nessa agenda de reformas do governo. Eles continuam esperando uma coisa que não acontece", diz. "Guedes falou 'vamos fazer, vamos privatizar', e não fez nada. O governo fala que as coisas vão andar, mas tem uma distância entre o que fala e o que faz."

Para o analista de contas públicas da Tendências Consultoria Integrada, Fabio Klein, a venda de reservas até está entre o menu de opções para reduzir a dívida em uma situação de emergência, mas que isso deveria ser uma das últimas alternativas.

Em meio à crescente desconfiança dos investidores em relação ao quadro fiscal brasileiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que fará "o que for necessário" para reduzir a dívida e citou, entre o cardápio de medidas para atingir esse objetivo, a possibilidade de "até vender um pouco de reservas".

A dívida bruta do governo deve fechar o ano em 96% do PIB, segundo projeções do Tesouro Nacional, com forte aumento provocado pelas despesas com o combate à covid-19. A previsão é que a dívida continue crescendo e ultrapasse os 100% do PIB em 2025, para só então se estabilizar e começar a cair.

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Ao mesmo tempo, o Brasil tem hoje US$ 355,5 bilhões em reservas internacionais. O governo já vendeu uma pequena parcela desse colchão de proteção contra choques externos, mas acabou recompondo parte do que havia sido vendido em meio à crise provocada pela pandemia. A gestão das reservas é feita pelo Banco Central, presidido por Roberto Campos Neto.

"Nossa lógica é muito simples. A dívida tem que cair. E a maneira de fazer isso é vender ativos, privatizar, desalavancar bancos públicos, reduzir dívida interna e até vender um pouco de reservas", disse Guedes em evento promovido pelo Bradesco nesta quinta-feira, 19.

Segundo o ministro, um volume alto de reservas era necessário quando o real estava sobrevalorizado ante o dólar e a taxa de juros era mais elevada. Essa composição, frisou Guedes, mudou para um câmbio mais depreciado e a taxa de juros menor, dispensando a necessidade de um colchão mais robusto de reservas.

O ministro reconheceu que o governo não se saiu bem na promessa de privatizar, mas deixou claro que vai seguir insistindo nessa frente. "Faremos o que for necessário para reduzir a dívida", garantiu.

Cruzeiro e Fred se acertaram na Justiça do Trabalho nesta quinta-feira. No Termo de Conciliação firmado e homologado entre ambos, o atacante receberá R$ 25 milhões divididos em 61 parcelas. Endividado, o clube mineiro só começará a quitar a dívida com o jogador em janeiro de 2022.

O atacante movia uma ação contra o Cruzeiro na qual pedia em torno de R$ 77 milhões de salários atrasados e dividas trabalhistas. Além de R$ 3,5 milhões de direitos de imagem.

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O departamento jurídico do Cruzeiro fez a oferta da redução da dívida ao staff do jogador. Os procuradores de Fred deram voto de credibilidade ao clube e aceitaram os valores oferecidos. Assim, o time mineiro "economizará" mais de R$ 50 milhões.

"Ficamos felizes com a resolução desta ação, que envolvia altas cifras e vinha gerando certo desgaste nos últimos meses. Chegamos inclusive a trocar opiniões divergentes publicamente, mas tudo isso foi superado", afirmou o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues.

"Continuo acreditando que o diálogo é sempre o melhor método para a resolução de conflitos. Quero parabenizar ao nosso superintendente, Flávio Boson, e toda a equipe do nosso jurídico. E também agradecer ao Davidson Malacco e o escritório Ferreira e Chagas por todo o suporte, além dos colegas que representaram o Fred na ação, na pessoa do Pepe Chaves, que colaboraram na construção do acordo e nos deram um voto de confiança diante de tudo que temos feito pelo Cruzeiro nos últimos meses", seguiu o dirigente. "Com muito esforço, estamos resgatando a credibilidade da nossa marca".

Trata-se do segundo grande acordo que o Cruzeiro celebra nas últimas semanas. Em outubro, o clube chegou a uma resolução com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional no âmbito tributário. Somadas as duas movimentações, o Cruzeiro conseguiu reduzir mais de R$ 200 milhões em seu passivo.

A 45 dias do fim do ano e ainda sem uma ferramenta para potencializar o ajuste nas despesas, uma ala do governo quer incluir parte dos gatilhos de contenção de gastos previstos na PEC emergencial num projeto de lei que trata da renegociação de dívidas de Estados e amplia a possibilidade de crédito com aval de Tesouro Nacional.

A ideia é que o projeto, já em tramitação na Câmara, inclua os gatilhos previstos na emenda constitucional do teto de gastos - mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação - até hoje não acionados porque, no entendimento de técnicos, falta uma regulamentação adequada.

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Por ser um projeto de lei complementar, a proposta poderia ser aprovada com o apoio de 257 deputados e 41 senadores em um turno de votação, trâmite mais simples que o de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que requer 308 deputados e 49 senadores em dois turnos de votação.

A proposta, porém, não é consenso dentro do próprio governo. Os defensores dessa alternativa argumentam que seria uma oportunidade de sinalizar compromisso com o ajuste diante da cobrança dos investidores do mercado financeiro e da piora de percepção de risco fiscal em relação ao País.

Quem é contra, por sua vez, teme que a manobra atrapalhe outros projetos e resulte num esvaziamento da urgência da PEC emergencial, que é mais ampla e mais potente, já que carrega consigo gatilhos que só uma mudança constitucional é capaz de implementar, como a redução de jornada e salário de servidores. Integrantes dessa ala contrária lembram o que aconteceu com a PEC que pretendia dar mais liberdade de uso de recursos parados em fundos públicos, que perdeu apelo após apresentação de um projeto de lei com conteúdo semelhante pelo deputado Mauro Benevides (PDT-CE).

Janelas

Alguns técnicos da área econômica tentam contornar essa resistência com o argumento de que a PEC emergencial não será abandonada, uma vez que a inclusão dos gatilhos representaria apenas "uma alternativa". A ideia seria abrir o máximo de janelas possíveis para que a política decida qual usar primeiro. Apenas uma parcela reconhece de fato que, por trás do movimento, está a leitura de que é pouco provável que a PEC emergencial avance em 2020.

A proposta enfrenta resistências do autor do projeto, o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ). Na sua avaliação, misturar o tema dos gatilhos com o projeto dos Estados gera ruído desnecessário numa proposta que já está negociada com parlamentares, Ministério da Economia e governadores. O relator é o deputado Mauro Benevides - o mesmo autor da proposta dos fundos. "Nem eu e nem Mauro Benevides concordamos com isso", disse Pedro Paulo.

O democrata, porém, não descarta a apresentação de uma emenda pelas lideranças do governo na Câmara. Para o autor da proposta, os gatilhos exigem aprovação de mudança na Constituição. A maior parte deles diz respeito justamente a medidas que atingem os servidores públicos, como a redução de jornada e de salário. Ele inclusive pediu um parecer técnico sobre o assunto à consultoria legislativa, e o documento corrobora esse entendimento.

"A imposição de medidas de ajuste para contenção de despesas obrigatórias é matéria a ser tratada na própria Constituição, sendo passível de questionamentos sobre a constitucionalidade da imposição de limites à despesa obrigatória da União ou de outros entes federativos mediante lei ordinária ou complementar", diz o parecer obtido pelo Estadão/Broadcast.

"No mérito, eu sou contra, isso é um mecanismo para Constituição e não lei complementar", ressalta Pedro Paulo. Ele lembrou que foi decisão do governo apresentar os gatilhos em PECs do Senado. "Não me parece que é algo que está sendo conversado com o presidente Bolsonaro. Daqui a pouco, ele vai dar um puxão de orelha", disse.

O Procon do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, está promovendo um mutirão de negociação de dívidas em sua sede localizada na PE-60, e na sua nova unidade, no Centro Administrativo III. A ação acontece do dia 13 a 16 de outubro, das 9h às 13h. 

Além de prestadoras de serviço como Celpe e Compesa, o consumidor vai poder negociar com empresas de telefonia fixa e móvel, bancos e dívidas com o IPTU. Para participar, é necessário que os consumidores levem os documentos originais do RG, CPF e do comprovante de residência. 

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Um documento que comprove a relação com a dívida, como faturas do cartão de crédito, cheque especial ou contrato com o banco também deve ser apresentado para a negociação no Procon do Cabo. 

e acordo com a gerente do Procon Cabo, Quésia Maria da Silva, todas as medidas de distanciamento social e saúde serão respeitadas. “ Vamos limitar o número de senha de atendimento e possibilitar aqueles que são grupos de risco a participar do mutirão, através da internet”, disse.

Online

O consumidor que desejar pode enviar um e-mail para o proconcabo@gmail.com, informando dados da dívida, empresa onde realizou o negócio, o número do CPF e telefone para contato. Depois disso, é só aguardar que o órgão entre em contato para fazer a negociação.

Com tudo isso acertado, o consumidor receberá pelo e-mail o termo do acordo e o boleto para pagamento. 

O atacante Neymar deixou o Barcelona em 2017 rumo ao Paris Saint-Germain, onde está até hoje, mas deixou para trás uma dívida com o Fisco espanhol. Nesta quarta-feira, o brasileiro entrou pela primeira vez na lista de inadimplentes da Agência Tributária da Espanha. Em um lista publicada pela entidade em seu site oficial, não pagou até 31 de dezembro de 2019 uma dívida de 34,6 milhões de euros (R$ 228 milhões na cotação atual) entre tributos e impostos.

Neymar é a pessoa física com maior débito a ser pago junto ao Fisco espanhol. O valor é referente aos quatro anos em que o jogador viveu em Barcelona e também à sua transferência ao Paris Saint-Germain em agosto de 2017.

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O Tesouro espanhol estava desde o ano passado investigando a transferência de Neymar para o clube francês e o bônus de renovação acordado com o Barcelona antes de sua saída. Como a transação aconteceu oficialmente em agosto de 2017, o atacante passou mais de 183 dias na cidade da região da Catalunha, ou seja, deveria ter declarado todo o seu rendimento anual normalmente, como residente fiscal na Espanha.

A lista tem nomes de pessoas físicas que, em 31 de dezembro de 2019, tinham dívidas com a administração fiscal superiores a 1 milhão de euros (R$ 6,6 milhões). Os valores atribuídos a Neymar desbancam o empresário Agapito García Sánchez do primeiro lugar entre os mais devedores - ele deve cerca de 16 milhões de euros (R$ 105 milhões) ao tesouro.

Outras pessoas conhecidas na lista dos maiores devedores ao Fisco espanhol são a atriz espanhola Paz Vega, com dívida de 2,6 milhões de euros (R$ 17,1 milhões); a apresentadora Patricia Conde, com 1,9 milhão de euros (R$ 12,5 milhões); e o ex-jogador argentino Gabriel Milito, com 1,8 milhão de euros (R$ 11,8 milhões).

O Procon Recife realiza, na próxima semana, o mutirão online de negociação de dívidas vencidas com bancos. Esta será a segunda vez que o órgão realiza mutirão em formato online. 

De 21 a 25 de setembro, os consumidores poderão negociar seus débitos com as instituições bancárias a partir do site do Procon Recife. O cidadão será conectado ao Consumidor.gov.br, serviço público e gratuito que reúne os Procons do Brasil e tem parceria com a federação dos bancos para solução de conflitos. Segundo o Procon Recife, a plataforma costuma responder ao consumidor em até dez dias após a abertura da negociação.

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O Procon Recife auxiliará na negociação dos consumidores que tiverem dificuldade em acessar a plataforma pelo e-mail procon@recife.pe.gov.br, por redes sociais @proconrecife ou ainda presencialmente, com prévio agendamento no site do órgão.

De acordo com o Procon, o mutirão anterior, de negociação com a Celpe, conseguiu acordos com até 80% de desconto em multas e juros, atendendo mais de 600 consumidores. O próximo mutirão online está agendado para 28 a 30 de setembro, dessa vez para conciliar dívidas com a Compesa.

Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter escancarado publicamente na semana passado o rompimento de relações com Paulo Guedes, o ministro da Economia agradeceu nesta quarta-feira a ajuda do parlamentar com as reformas e reclamou das conversas do deputado com Estados e municípios para a criação de um novo fundo bilionário - às custas da União - na reforma tributária.

"Faço questão de registrar o olhar amigo de Maia que sempre nos ajudou em todas as reformas. Tivemos um ou outro desalinhamento, mas isso é natural. Eu tenho que proteger a União e Maia ficou mais perto de Estados e municípios na reforma tributária", afirmou o ministro, em participação em evento organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

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Guedes alegou nesta quarta-feira que o governo federal descentralizou recursos para Estados e municípios, que foram carimbados para a Educação. Por isso, a União não teria capacidade de criar um novo fundo com repasses para os governos regionais.

Na semana passada, Maia disse que não teria mais interlocução com Guedes após o ministro supostamente proibir encontros de secretários da pasta com o presidente da Câmara. "Aparentemente Maia estaria conversando com os governos regionais sobre um fundo social de R$ 480 bilhões. Mas esse dinheiro não existe mais; disse a Maia que não posso mandar técnicos para bolar uma reforma desalinhada com os nossos objetivos", completou Guedes.

O ministro confirmou ainda que não deve procurar o presidente da Câmara para discutir os projetos em tramitação. "Preciso me recolher um pouco e seguir o rito natural do governo, via presidente da República e os líderes no Congresso. Meu recolhimento não é nada pessoal com Maia, tenho muita gratidão. Mas estou agora enquadrado em um regime de comunicação política regular, acabou meu voluntarismo. Acredito que haverá menos desgaste, eu, Maia, todo mundo", avaliou.

E concluiu: "Durmo tranquilo porque agora o governo tem eixo político. Governo agora tem lideranças e base, não preciso mais andar desesperado pelo Planalto."

A Polícia Militar de São Paulo (PM/SP) apreendeu um veículo que soma mais de R$ 4,4 milhões em dívidas. De acordo com a corporação, o carro modelo Ford Ecosport circulava de maneira normal pelas ruas da capital paulista, embora tivesse 1.062 mil registros de infrações de trânsito.

Em patrulhamento pela região sul de São Paulo, os agentes Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) da PM abordaram o veículo nos arredores do bairro Vila Caledônia. De acordo com os policiais, o veículo, que não tem o licenciamento quitado há mais de 14 anos, soma o valor do débito com as mais de mil multas. O total exato é da dívida é de R$ 4.417.318,69.

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Ainda segundo os policiais, o carro foi recolhido ao Pátio Sul do CPTran da capital paulista. No local, o automóvel passou por vistoria técnica, mas não foram localizadas outras irregularidades nos elementos de identificação, como chassi ou placas.

O Senado aprovou um convite ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para que ele dê explicações sobre declarações que fez após os senadores terem votado para derrubar o veto presidencial ao reajuste salarial de servidores públicos até 2021. Na última quarta-feira, 19, Guedes disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País". O veto acabou sendo mantido na Câmara.

A cobrança por esclarecimentos foi negociada por senadores em uma reunião remota na quinta-feira passada, 20, uma espécie de sessão informal realizada antes das deliberações. A articulação foi costurada enquanto a Câmara votava para manter o veto.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou um requerimento de autoria própria para chamar Guedes a dar explicações. Senadores também discutiram a possibilidade de uma nota de repúdio ao ministro, o que foi descartado.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) chegou a propor um pedido de convocação do ministro, ao qual Guedes seria obrigado a comparecer no Senado. Essa investida, porém, só deve ser tomada se o ministro recusar o convite. Governistas afirmam que ele se prontificou a falar.

A disputa antecipada pela presidência do Senado contaminou o resultado da votação em que os senadores derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos salários dos servidores públicos até 2021 e pode atrapalhar a votação das próximas medidas econômicas de ajuste fiscal.

Os senadores que votaram pela derrubada mandaram um recado claro a Bolsonaro: não adianta o governo se acertar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e achar que está tudo resolvido. O placar de votos mostrou também que o ministro da Economia, Paulo Guedes, enfrentará dificuldade na Casa quando o assunto é mexer no funcionalismo. Muitas das medidas de corte de despesas, para acionar os chamados gatilhos do teto de gastos, justamente têm foco da folha de pessoal.

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O não do Senado ao congelamento dos salários foi dado até por parlamentares governistas e apoiadores da agenda econômica do governo. O resultado revelou nos bastidores uma briga pela sucessão de Alcolumbre, que trabalha para ter condições de se reeleger e quer se aproximar do Palácio do Planalto.

No mapa da votação, dizem as fontes, fica mais clara essa disputa, principalmente entre os senadores do MDB. O resultado mostra ao presidente que ele não sabe a força da sua base no Senado, onde a bancada dos partidos do Centrão é muito mais dividida no apoio ao governo.

Relator do projeto de socorro aos Estados e municípios, Alcolumbre não presidiu a sessão do veto. A "sumida" do presidente do Senado foi lida com um gesto de posicionamento para a disputa na eleição para não entrar nesse briga com futuros apoiadores da sua reeleição.

A postura do presidente do Senado desagradou Guedes e o Palácio do Planalto. O ministro enviou mensagens para os senadores para mostrar o seu descontentamento porque foi Alcolumbre que negociou diretamente com ele um texto substitutivo ao projeto que tinha sido aprovado pela Câmara.

Administrativa

A derrubada antecipou também um ambiente desfavorável ao Palácio do Planalto na negociação para aprovação da reforma administrativa, ainda não enviada pelo governo, mas que tem sido cobrada por lideranças. A percepção do governo é de que parlamentares querem desgastar Bolsonaro com a proposta.

Vice-líder do governo no Senado, Izalci Lucas (PSDB-DF) foi contra o veto, assim como outros senadores da base de Bolsonaro na Casa, como Jorginho Mello (PL-SC), Marcos do Val (Pode-ES) e Soraya Thronicke (PSL-MS). Se dois desses parlamentares tivessem votado com o governo, por exemplo, o veto seria mantido.

O veto foi rejeitado por um placar de 42 a 30. Para efeito de comparação, 25 senadores que votaram a favor da reforma da Previdência no ano passado se posicionaram para derrubar o veto nesta quarta-feira. Ou seja, apoiaram Guedes nas mudanças do sistema de aposentadoria, mas foram contra o congelamento salarial.

Além disso, o governo também foi pego de surpresa com os ausentes. Parlamentares próximos ao Palácio do Planalto deixaram de votar. Entre eles, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). No partido, que tem a maior bancada da Casa, quatro senadores votaram "não" ao veto.

Dentro do MDB, Simone Tebet (MDB-MS) também se colocou pela derrubada do veto.

Para garantir a manutenção do veto ao reajuste dos salários dos servidores na Câmara dos Deputados, lideranças governistas atrelaram a negociação a mais recursos do Orçamento deste ano para emendas parlamentares, à prorrogação do auxílio emergencial e até mesmo à possibilidade de Estados e municípios usarem recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), principal fonte de financiamento da educação, para o pagamento de aposentados. Na fatura do Centrão entrou também um acordo para socorrer em R$ 4 bilhões os transportadores urbanos.

Com a derrota no Senado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deputados do Centrão se cacifaram a brigar por mais recursos, o que ampliou o desgaste político da Câmara com o Senado.

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O novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a derrubada do veto ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia pode ter impacto na prorrogação do auxílio emergencial, pago a informais, desempregados e beneficiários do Bolsa Família. A estratégia foi colocar no Congresso o ônus de um breque em um programa assistencial em meio à pandemia porque poderia não haver a economia esperada com o congelamento dos contracheques do funcionalismo.

"Essa decisão é muito importante hoje, porque o presidente vai anunciar eventualmente uma prorrogação do auxílio emergencial e esse impacto pode, vai certamente, mudar a possibilidade dos valores e do prazo de prorrogação desse auxílio", avisou o líder do governo, que teve sua primeira vitória ontem. O auxílio emergencial deverá ser prorrogado até dezembro, como querem os congressistas e também o próprio presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares aliados defendem um adicional de quatro parcelas de R$ 300 (hoje, o benefício é de R$ 600), a serem pagas de setembro a dezembro.

Orçamento

Em reunião com as lideranças partidárias, Barros também se comprometeu com mais recursos do Orçamento ainda em 2020. O governo acertou enviar um projeto com a liberação de mais R$ 5 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para emendas parlamentares (quando os congressistas podem decidir para onde destinar os recursos). Mas os parlamentares pediram mais.

Um dos líderes do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), disse que a votação do veto era a favor do auxílio emergencial, mas já adiantou que no pacote também tinha uma ajuda para um setor específico. "Estamos aqui a favor do auxílio emergencial, pelo socorro aos transportadores urbanos, que aqui vamos votar mais R$ 4 bilhões. Estamos hoje aqui votando a favor de tantas outras matérias que seriam afetadas com essa despesa de hoje", admitiu Lira.

Várias negociações paralelas aconteceram ao longo do dia para garantir o placar com segurança. Uma derrota seria prejudicial, sobretudo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que apostou nessa bandeira do congelamento de salários para sustentar a sua narrativa de ajuste fiscal.

A bancada da bala, que ameaçou se rebelar, foi muito pressionada a acompanhar o governo. A frente da segurança, disse um líder, "não pode ter só o bônus, precisa ter o governo como um todo".

O presidente Jair Bolsonaro afirmou pela manhã, ser "impossível" governar o País se a Câmara mantivesse a decisão do Senado. "Ontem (quarta-feira), o Senado derrubou um veto que vai dar prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Eu não posso governar um país se esse veto (não) for mantido na Câmara... É impossível governar o Brasil, impossível. É responsabilidade de todo mundo ajudar o Brasil a sair do buraco", disse a apoiadores.

Fundeb

O governo também costurou um acordo em troca da possibilidade de Estados e municípios usarem recursos do Fundeb para o pagamento de aposentadorias. A articulação envolveu uma engenharia complexa. No Senado, o PSD apresentou um destaque para votar uma emenda do senador Carlos Viana (PSD-MG) e permitir o pagamento de aposentadorias com recursos do fundo, possibilidade barrada pelo texto em tramitação. A ideia agrada governadores.

Se o veto ao reajuste fosse mantido, o governo prometeu empenho para aprovar a emenda de Carlos Viana na votação do Senado. Com isso, o Executivo buscou apoio dos governadores para pressionarem as bancadas na Câmara e manter o veto. Em troca, teriam a possibilidade de usar o dinheiro do Fundeb no pagamento de inativos.

Em reação ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o Senado chamará o chefe da pasta para dar explicações sobre declarações dele após os senadores terem votado para derrubar o veto presidencial ao reajuste salarial de servidores públicos até 2021. Na quarta-feira (19), Guedes criticou a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que o Senado deu "um péssimo sinal" e classificou a decisão como "um crime contra o País". O veto acabou sendo mantido na Câmara.

A cobrança por esclarecimentos foi negociada por senadores em uma reunião remota nessa quinta-feira (20), uma espécie de sessão informal realizada antes das deliberações. A articulação foi costurada enquanto a Câmara votava para manter o veto.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), apresentou um requerimento de autoria própria para chamar Guedes a dar explicações. Senadores também discutiram a possibilidade de uma nota de repúdio ao ministro, o que foi descartado. O requerimento deverá ser votado na próxima terça-feira (25).

"O Senado cometeu um crime, segundo ele. Qual é o crime? Foi uma linguagem retórica? Queremos fazer uma coisa civilizada. Em vez de trocar insulto, daremos a ele a oportunidade de se explicar", disse o senador Esperidião Amin (PP-SC), que apresentou um pedido de convocação do ministro.

Senadores fecharam um acordo para fazer um convite a Guedes, ao qual ele não é obrigado a aceitar. Se houver a recusa, será feita uma convocação, o que aumentaria a tensão entre o Senado e Guedes. De acordo com Amin, até senadores que votaram a favor do veto ao reajuste manifestaram indignação pela fala de Guedes. "O Senado votou tudo que o governo quis até agora. A explicação do ministro pode melhorar ou não. Tenho a expectativa que melhore", afirmou Amin.

Após forte investida, juntamente com os partidos do Centrão e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo conseguiu manter a proibição de reajuste de servidores públicos até 2021. O veto do presidente Jair Bolsonaro foi mantido por 316 votos a 165 votos.

A medida tinha sido derrubada pelo Senado no dia anterior e, para reverter a situação, foi costurado um acordo envolvendo a prorrogação do auxílio emergencial e liberação de recursos do Orçamento ainda este ano. Esses dois pontos já estavam em negociação, antes da derrubada do veto pelo Senado, mas deputados ganharam maior poder de influência depois da decisão dos senadores.

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"Nós não estamos votando aqui contra o funcionário público estamos votando pela estabilidade do Brasil, pela manutenção do teto de gastos, pela responsabilidade fiscal, pelo auxílio emergencial, pelo socorro aos transportadores urbanos, que vamos votar mais R$ 4 bilhões, por tantas matérias que seriam impactadas com essa despesa de hoje", disse o líder do PP, Arthur Lira (AL), ao orientar o voto pela manutenção do veto.

O Ministério da Economia calcula que se fosse derrubado o veto comprometeria uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões aos cofres da União, Estados e municípios. Esses números, no entanto, são contestados por parlamentares contra a manutenção do veto que consideram os cálculos exagerados e desonestos. Com a decisão, continuam congelados até o fim de 2021 os salários dos servidores federais, estaduais e municipais, inclusive das áreas de segurança, saúde e educação.

"Essa decisão impacta todos os orçamentos daqui para frente se não mantivermos o veto. Então, estamos tomando uma decisão que gerará espaço fiscal para mais investimentos em educação, saúde e infraestrutura e que permitirá, portanto, atender melhor a nossa população", disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR). "O governo, o presidente Jair Bolsonaro, sabe que o auxílio emergencial precisa ser gradativamente reduzido até que se chegue a um valor de um programa Renda Brasil, que vai atender a todos os brasileiros."

A oposição foi contra a manutenção e a bancada da segurança pública chegou a pressionar pela derrubada do veto, mas não teve força para isso. "Temos diversos deputados que são oriundos da segurança pública. Ao mesmo tempo nós temos um cenário econômico absurdo em nosso País", disse o líder do PSL na Câmara, Felipe Francischini (PR).

Em uma rara participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em uma sessão do Congresso, ele foi à tribuna orientar a bancada do seu partido a votar pela manutenção do veto. "Esse projeto é muito interessante porque começou com muita polêmica quando a Câmara dos Deputados decidiu enfrentar o apoio emergencial a Estados e municípios da qual fomos muito atacados pela própria equipe econômica e hoje a construção da solução está passando pela Câmara. Nada melhor que o tempo para mostrar que o que fizemos aqui e que foi tão criticado, estava no caminho certo", disse Maia.

Antes de trabalhar pela proibição do reajuste, Bolsonaro chegou a dar aval à medida, em maio, quando o projeto foi votado pela Câmara. O congelamento era a contrapartida que o ministro da Economia, Paulo Guedes, cobrou para repassar diretamente R$ 60 bilhões aos governadores e prefeitos durante a crise, suspender dívidas e manter garantias do Tesouro em empréstimos, num alívio financeiro total de R$ 125 bilhões.

A Câmara "salvou" várias categorias do congelamento e o Senado manteve as mudanças, com exceção dos policiais legislativos. As alterações reduziram para R$ 43 bilhões a economia que seria obtida nas contas de União, Estados e municípios.

A proposta inicial negociada com o relator do projeto de auxílio emergencial a Estados e municípios no Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), era de uma economia de R$ 130 bilhões em 18 meses. Depois da pressão do funcionalismo, principalmente da área militar, o Senado não quis repor o texto inicial.

Depois do texto aprovado pelo Congresso, Bolsonaro passou a se comprometer, em público, a vetar a possibilidade de reajuste, dizendo estar "100% alinhado a Guedes".

Mesmo assim, o presidente segurou para sancionar o socorro, com o veto, até o último dia, 27 de maio. Um dia antes, editou medida provisória concedendo reajustes de 8% a 25% aos policiais civis e militares do Distrito Federal ao custo de R$ 505 milhões ao ano. Os salários das polícias do DF são pagos com dinheiro da União por meio do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF).

Outros governadores também deram reajustes para o funcionalismo, incluindo Mato Grosso e Paraíba.

Essas idas e vindas do governo deram força à argumentação da Oposição pela derrubada do veto. "O líder do governo foi aquele microfone dizer que o presidente estava de acordo em incluir mais categorias. Estamos aqui para tentar corrigir uma coisa feita pelo presidente, que concordou, depois vetou. E agora vem dizer que o que ele concordou vai quebrar o País", disse o líder da Minoria no Congresso, Carlos Zarattini (PT-SP).

"Ele (o veto) é absolutamente inconstitucional, a União não pode proibir Estados e municípios de dar gratificação para um servidores, por exemplo, para aqueles que enfrentam a covid-19", afirmou o líder do PSB, Alessandro Molon (RJ).

Sete de cada dez servidores dos Estados e municípios vão poder ter reajustes salariais até dezembro de 2021 caso a Câmara derrube o veto do presidente Jair Bolsonaro que congelou os salários do funcionalismo federal, estadual e municipal nos próximos 18 meses. Para a União, a proporção é um pouco menor: 60% dos servidores federais poderão receber reajustes se o veto cair. As informações são da equipe econômica do governo.

Na quarta-feira (19), os senadores derrubaram o veto do presidente à possibilidade de reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o fim de 2021. A proposta foi aprovada pelo Congresso dentro do socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto.

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Nesta quinta, o texto vai ser analisado pelos deputados. Bolsonaro acionou Maia e cobrou de líderes do Centrão a manutenção do congelamento. Segundo o presidente, se o veto cair, vai ser "impossível governar o Brasil".

O crescimento da folha de pessoal é hoje o principal fator a corroer o espaço do Orçamento da maioria dos Estados e municípios brasileiros. Os servidores das áreas de saúde, educação e segurança - que foram blindados pelo Congresso do congelamento - são os responsáveis pelo maior peso nas folhas de governadores e prefeitos.

Mais uma vez, as diversas categorias de servidores mostraram força de mobilização e pressão no Senado, mesmo com as críticas de diversos setores da sociedade civil, afetados pela crise com demissões e corte de salários, que cobraram medidas semelhantes dos servidores.

De acordo com dados oficiais, hoje já são quase 10 milhões de trabalhadores do setor privado que tiveram o salário reduzido ou o contrato suspenso por causa da crise provocada pela pandemia. Outros 66 milhões de pessoas já receberam o auxílio emergencial de R$ 600 pago pelo governo a desempregados e informais.

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