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Zurique, 10/05/2015 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Libéria livre do Ebola, marcando o fim de uma epidemia nacional que infectou quase 400 novas pessoas por semana no auge da crise. Mesmo assim, o risco não sumiu, já que nos vizinhos Guiné e Serra Leoa a doença ainda continua fazendo novas vítimas. A OMS estima que a epidemia no oeste da África, a pior desde que o vírus foi descoberto, em 1976, matou mais de 11 mil pessoas.

Em comunicado divulgado neste sábado, a OMS afirma que a Libéria ficou 42 dias - duas vezes o período máximo de incubação do Ebola - sem novas contaminações. O prazo é contado a partir do enterro do último paciente confirmado com a doença. No auge da crise, o número de pacientes com Ebola dobrava a cada mês, lotando unidades de saúde e deixando muitas vítimas sem tratamento adequado. Mais de 26,5 mil foram infectados na região.

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Apesar do fim da epidemia na Libéria, entidades humanitárias internacionais e especialistas alertam contra a complacência. "A vigilância nas fronteiras precisa ser aumentada. Não podemos descansar até que os três países estejam livres do Ebola", comentou Maria Teresa Cacciapuoti, diretora da missão do Médicos Sem Fronteiras na Libéria.

Além das mortes, a epidemia gerou prejuízos econômicos devastadores para os três países africanos mais afetados, que já estão entre os mais pobres do mundo. O Banco Mundial estima que as perdas este ano podem chegar a US$ 2,2 bilhões, sendo US$ 240 milhões para a Libéria, US$ 535 milhões para a Guiné e US$ 1,4 bilhão para Serra Leoa, que também tem sido afetada por graves problemas no setor de mineração. Fonte: Associated Press.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a Libéria está livre do ebola, o que marca o fim do surto nacional que, em seu pico, teve até 400 novos casos de infecção em uma semana.

Em um comunicado divulgado neste sábado, a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que a Libéria passou 42 dias sem novos casos - o dobro do período máximo de incubação do vírus - desde o enterro do último paciente confirmado da doença.

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A Libéria é um dos três países da África Ocidental que estão no centro de uma epidemia que a OMS definiu como "o maior, mais longo e mais complexo surto de ebola desde que emergiu pela primeira vez em 1976". Guiné e Serra Leoa também têm sido duramente atingidos pela doença.

Mais de 11 mil pessoas morreram, incluindo casos confirmados do vírus e suspeitas da doença, nos três países, de acordo com estatísticas da OMS. A doença continua a se espalhar na Guiné e Serra Leoa, embora a um ritmo mais lento do que no pico do surto. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) avaliam que o vírus ebola talvez tenha a possibilidade de ser transmitido sexualmente. Os cientistas observam o caso de uma mulher na Libéria que teria contraído a doença após sexo, sem camisinha, com um homem infectado. 

A pesquisa mostra que a mulher deve ter sido infectada devido ao sêmen deste sobrevivente da epidemia. Ainda inconclusivo, o estudo considera a permanência por algum tempo do vírus no organismo das pessoas infectadas. Segundo os especialistas, a mulher foi diagnosticada com ebola na metade do mês de março, uma semana depois de ter relações sexuais com o homem que teve o vírus em setembro de 2014. 

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Cientistas, já na década de 90, teriam relatado que o ebola, encontrado em espermas, poderia ser considerado uma Doença Sexualmente Transmissível (DST). Contaminação pela saliva e suor já foram detectadas na epidemia que, só na Libéria, matou mais de 4600 pessoas em 2014. O caso da mulher liberiana, entretanto, pode ser o primeiro caso de transmissão sexual do vírus. 

A Organização Mundial da Saúde publicou nesta terça-feira (28) um plano para lutar contra o Ebola, visando especialmente identificar as cadeias de transmissão do vírus para atingir um nível zero de contágio. "Ainda há um esforço considerável a ser feito para quebrar todas as cadeias de transmissão nos países afetados e impedir a propagação da doença em países vizinhos e reativar de maneira eficaz os serviços básicos de saúde", destaca o plano estratégico de 28 páginas da OMS.

Segundo os últimos dados da OMS, 26.300 pessoas foram infectadas na epidemia da febre hemorrágica, que já matou 10.900 pessoas, principalmente em três países: Guiné, Libéria e Serra Leoa. O relatório enfatiza que o esforço "sem precedentes" lançado no verão passado reduziu significativamente a escala da epidemia, com apenas algumas dezenas de casos por semana desde o início do ano - contra até 800 por semana em outubro de 2014.

A Libéria, o país mais afetado pelo vírus, não relatou nenhum caso novo desde o final de março e está se preparando para declarar o fim da epidemia no final de maio. Mas a OMS disse que a luta só vai acabar de vez quando o vírus for completamente derrotado: "um elevado nível de contágio persiste nas regiões ocidentais da Guiné e de Serra Leoa", garante a organização.

"É essencial limitar a propagação do vírus nas áreas costeiras de ambos os países antes do início da estação das chuvas", que começa dentro de poucas semanas, alertou a OMS. A organização está particularmente preocupada com o aparecimento de novos casos de pessoas que, aparentemente, não tiveram contato com outros doentes ou que não podem ser ligados a uma cadeia de transmissão identificada. "A prioridade é identificar e isolar todos os novos casos até o final de maio e confirmar que eles vieram de canais de transmissão conhecidos", afirma o plano da OMS.

A Guiné enviou forças de segurança ao sudoeste do país em resposta ao grande fluxo de Serra Leoa, que estariam cruzando a fronteira para fugir do toque de recolher estabelecido no país vizinho para erradicar o ebola, afirmou o governo guineano.

As forças, encabeçadas pelo diretor da Guarda Civil nacional, se mobilizaram na sexta-feira à noite em direção ao povoado de Forecariah, informou o porta-voz do órgão, Mamadou Alpha Barry, que disse ainda que as autoridades já restabeleceram a segurança da área.

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A população local reportou uma situação de tensão na fronteira entre os dois países devido a um fluxo massivo de serra-leoneses dias antes do estabelecimento do toque de recolher, que entrou em vigor na sexta-feira e durará até domingo.

"Nos rebelamos contra a chegada massiva de serra-leoneses através da fronteira depois que as autoridades anunciaram o toque de recolher", disse Mamadou Kolibe, morador do povoado de Forecariah. "Por que eles fogem de seu país se não têm ebola?", questionou.

O sudoeste da Guiné faz fronteira com distritos no norte de Serra Leoa, uma das áreas onde o toque de recolher foi imposto.

Em Freetown, capital de Serra Leoa, as autoridades informaram que a maioria dos residentes permaneceram em suas casas na sexta-feira e neste sábado, com exceção das equipes em busca de possíveis casos de ebola e muçulmanos que foram orar em mesquitas. O toque de recolher não vale para serviços religiosos.

Serra Leoa efetuou uma operação similar a nível nacional em setembro do ano passado quando as taxas de transmissão do vírus eram muito maiores. O ebola atinge quase 12 mil pessoas em Serra Leoa, mais que em qualquer outro país, porém o mais recente total semanal de casos confirmados (33, ao todo) é o menor desde junho.

Ainda que o toque de recolher anterior tenha incluído uma campanha de educação pública, desta vez a população está a par do perigo do ebola, o que significa que as equipes podem se concentrar em identificar pacientes, disse Samuel Turay, um funcionário do Centro Nacional de Resposta ao Ebola.

"Estou seguro que depois deste toque de recolher teremos controle total sobre o vírus", afirmou Turay. Fonte: Associated Press.

Uma mulher diagnosticada com Ebola no último dia 20 de março, na Libéria, após um mês sem infecções no país, morreu nesta sexta-feira (27) - informaram neste sábado (28) autoridades, que notificaram dois outros casos suspeitos.

"A última pessoa diagnosticada com Ebola morreu ontem", disse o chefe da unidade de crise nacional contra a doença, Francis Karteh, segundo o qual "não há casos confirmados no país, apenas dois suspeitos".

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A fonte acrescentou que está monitorando 80 pessoas que possam ter estado em contato com a doente.

A epidemia de Ebola na África Ocidental, a pior desde a identificação do vírus em 1976, surgiu em dezembro de 2013 no sul da Guiné e se espalhou para a Libéria e Serra Leoa.

De acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 22 de março, o Ebola já matou mais de 10.300 pessoas identificadas em 25.000 casos registrados, dos quais 99% estão nestes países. A própria OMS reconhece que há provavelmente mais casos.

Os 6 milhões de habitantes de Serra Leoa receberam ordens para permanecer em casa por três dias a partir desta sexta-feira (27), num último esforço do país para se livrar do ebola. Como aconteceu durante uma operação semelhante no ano passado, milhares de grupos irão lembrar às pessoas como a doença se espalha e como preveni-la. Em regiões nas proximidades da capital e no norte, onde ainda existem surtos, os grupos também procurarão por casos de ebola.

As ruas estavam praticamente vazias nesta manhã, com exceção das patrulhas policiais e soldados que também que coordenam postos de verificação para garantir que apenas pessoas com autorização, como integrantes de equipes de saúde e jornalistas, estejam nas ruas.

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O ebola infectou cerca de 12 mil pessoas em Serra Leoa, mais de em qualquer outro país, e recorreu a algumas das medidas mais extremas para conter a doença.

Embora nas últimas semanas tenha havido uma redução acentuada de novas infecções, 33 novos casos foram confirmados na última semana em Serra Leoa, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ainda assim, o surto é mais preocupante na Guiné, onde a doença se espalha por causa de casos não revelados. No momento, a Libéria tem apenas um paciente em tratamento.

O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, prometeu fazer "o que for preciso" para zerar o número de casos.

A partir das 6h desta sexta-feira (3h em Brasília), os cidadãos de Serra Leoa receberam ordens para permanecer em casa até a noite de domingo. Mercados, lojas, restaurantes e bares devem permanecer fechados. Os muçulmanos terão autorização para participar das orações de sexta-feira e os cristãos poderão ir aos serviços religiosos de domingo, o início da semana santa, antes da Páscoa.

"Entendemos que o povo está cansado e quer voltar para sua vida normal, mas ainda não chegamos lá. São os metros finais da corrida", disse Roeland Monasch, do of Unicef, fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância. Fonte: Associated Press.

O vírus Ebola não está mudando tão rapidamente quanto os cientistas temiam, uma boa notícia para o tratamento da doença e para se evitar sua propagação - é o que mostra estudo divulgado nesta quinta-feira (26).

Pesquisas anteriores baseadas em dados limitados havia sugerido que o Ebola estava fazendo mutações duas vezes mais rápido que no passado, disseram pesquisadores em artigo publicado na revista Science.

Mas os cientistas que sequenciaram quatro amostras do vírus Ebola coletadas no Mali entre outubro e novembro não encontraram alterações genéticas significativas em comparação às amostras colhidas no início da epidemia, em março de 2014.

"O vírus do Ebola do atual surto na África Ocidental parece ser estável - ou seja, não parece sofrer mutação mais rapidamente do que os vírus em surtos anteriores de Ebola, e isso é reconfortante", explicou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID).

Testes de diagnóstico de Ebola, anticorpos e vacinas experimentais se baseiam na composição genética do vírus em um determinado momento. Se ocorrer muita variação genética, o diagnóstico de formas novas e mutantes pode não ser possível e vacinas e anticorpos poderiam se tornar ineficaz.

Mutações também poderiam potencialmente levar a sintomas mais graves ou a um vírus que se espalhe mais facilmente, disseram os cientistas. Em agosto, virologistas que estudavam 99 genomas virais de pacientes em Serra Leoa encontraram um grande número de mutações.

Mas no estudo publicado nesta quinta-feira ficou claro que as amostras de Ebola recolhidas no Mali são semelhantes às recolhidas em outro lugar no passado.

Os novos dados "dão ainda mais segurança de que uma estratégia de vacinação deve funcionar", afirmou Jim Kent, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, que criou um banco de dados do genoma do vírus Ebola.

Mas Kristian Andersen, do Instituto Broad e co-autor do estudo anterior conduzido em Serra Leoa, advertiu que novos tratamentos e vacinas poderiam resultar em mutações de vírus que ajudarão o Ebola a ficar mais resistente.

A epidemia de Ebola já matou mais de 10.000 pessoas na África Ocidental - de quase 25 mil infectados - desde o início de 2014, principalmente na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné.

O Google criou um tablet com o sistema operacional Android para ajudar os médicos no combate contra o vírus ebola na África Ocidental. O aparelho pode ser higienizado com cloro e tem como objetivo transferir, de maneira mais eficiente, registros sobre pacientes infectados.

Antes, as informações sobre pacientes eram transferidas de maneira arcaica. Como as fichas médicas não podiam deixar as zonas de quarentena, devido ao alto risco de infecção, os médicos precisavam ditar os dados para profissionais que se encontravam foram das instalações.

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A resistência ao cloro permite que o aparelho seja higienizado ao entrar e sair de zonas de risco. Além disso, o tablet é envolto em policarbonato, um polímero durável usado frequentemente por conta de suas propriedades de resistência a altas temperaturas e a impactos.

O tablet permite, ainda, que os médicos transfiram informações através de rede sem fio. A tecnologia pode até parecer básica, mas no meio de uma epidemia de ebola na África Ocidental, onde o acesso à internet e a outras infraestruturas é limitado, ela atua de forma inovadora.

O aparelho foi desenvolvido a pedido de Jay Achar, um dos integrantes da organização Médicos Sem Fronteiras. De acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia do ebola já matou mais de 10 mil pessoas. 

O presidente de Serra Leoa, Ernest Koroma, ordenou neste sábado (21) o confinamento da população em suas casas entre 27 e 29 de março para combater a epidemia de Ebola, em mensagem à nação. "Todos os serra-leoneses deverão ficar em casa durante três dias, de 27 a 29 de março", afirmou o presidente.

Na quinta-feira, as autoridades do país já tinham anunciado a mesma medida, mas apenas para a capital, Freetown, e algumas regiões do norte do país. "Esta campanha será uma oportunidade para que as comunidades participem diretamente da luta para alcançar [a meta de] zero casos [de Ebola] e para refletir e rezar pela erradicação desta doença no nosso país", disse Koroma.

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"Pessoalmente, estou comprometido a fazer tudo o que for preciso para chegar a zero casos e convoco a todos os serra-leoneses, seja qual for sua comunidade, a agir de acordo para este esforço final", acrescentou.

O presidente anunciou restrições a "todos os cidadãos para que permaneçam em casa da sexta-feira, 27 de março, às 06H00 (locais, 03H00 de Brasília) até o domingo, 29 de março, às 18H00 locais (15H00 de Brasília)". "Nenhuma atividade comercial será autorizada durante este período", ao longo do qual restaurantes e bares ficarão fechados e as atividades nas praias serão proibidas, disse Koroma.

Um abrandamento nas restrições está previsto entre as 07H00 e as 14H00 de 29 de março, coincidindo com o Domingo de Ramos, neste país majoritariamente muçulmano, mas onde são celebradas festas cristãs.

Durante o confinamento, "o abastecimento será assegurado por trabalhadores essenciais, assim como pelos passageiros que chegam ou partem do aeroporto internacional" de Freetown.

A Serra Leoa é um dos três países mais castigados pela epidemia de Ebola, juntamente com os vizinhos Guiné e Libéria. Ali foi contabilizado o maior número de casos identificados - cerca de 12 mil - entre os países afetados, praticamente a metade do total de 25 mil casos contabilizados. Além disso, também foram registrados em Serra Leoa 3.700 mortos das 10.200 vítimas fatais da epidemia no oeste da África, um número considerado subestimado pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Libéria está investigando como ocorreu a infecção no paciente mais recente de Ebola, depois de semanas sem casos da doença no país.

O país do Oeste Africano teve a maior parte das mortes no surto de Ebola do mundo, que já tirou a vida de mais de 10 mil pessoas. Mas desde que liberou o último paciente em 5 de março, o governo já contava os 42 dias para poder declarar que estava livre da doença.

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Mas, na sexta-feira, autoridades disseram que havia um novo paciente. Em um sinal preocupante, o caso não parece estar relacionado com qualquer uma das pessoas na lista de contatos com Ebola. Além disso, a paciente não viajou recentemente para os países infectados, de Serra Leoa e Guiné.

Os oficiais estão reunidos neste sábado para discutir o novo caso e como a paciente foi infectada. Fonte: Associated Press.

O número de mortes por sarampo poderá dobrar até o meio do ano nos países africanos que têm sofrido com a epidemia do Ebola, de acordo com um estudo publicado ontem na revista Science. O estrago causado pelo Ebola nos sistemas públicos de saúde da Libéria, Guiné e Serra Leoa, explicam os cientistas, teve impacto negativo no índice de vacinação de crianças contra o sarampo, o que poderá desencadear um grande surto da doença nesses países.

Segundo os autores do estudo, é comum que grandes crises humanitárias sejam seguidas de surtos de sarampo. Eles afirmam que já há uma epidemia de sarampo na região endêmica do Ebola, mas, com a saúde pública devastada, a interrupção dos programas de imunização infantil poderá provocar uma explosão dos casos. Durante a epidemia do Ebola, vários hospitais e clínicas foram fechados ou ficaram desertos em decorrência da aversão pública por locais potencialmente contaminados.

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No início da epidemia do Ebola, no começo de 2014, foram registrados 127 mil casos de sarampo nos três países. A previsão é de que, 18 meses depois, esse número aumente para algo entre 153 mil e 321 mil. Os pesquisadores alertam, no artigo, que isso deverá provocar entre 5 mil e 16 mil mortes adicionais relacionadas ao sarampo. O Ebola já matou cerca de 10 mil pessoas e infectou cerca de 24 mil, segundo os autores.

Os cientistas, de universidade britânicas e norte-americanas, usaram sofisticadas técnicas de modelagem matemática para prever a provável taxa de alastramento do sarampo, levando em conta fatores como taxas de natalidade e suscetibilidade à infecção. De acordo com um dos autores, o geógrafo Andy Tatem, da Universidade de Southampton, o estudo forneceu um mapa de dados de alta resolução, mostrando informações detalhadas sobre a distribuição e idade das populações. "A epidemia do Ebola é uma das piores crises de saúde pública em tempos recentes, deixando dezenas de milhares criticamente doentes e causando milhares à morte. Ela também causou estragos nos serviços de saúde e afetou os países, incluindo os programas de vacinação infantil. Temos um segundo risco de saúde pública", afirmou.

Queda de 75%. Os cientistas estimam que a vacinação contra o sarampo tenha caído 75% em toda a África Ocidental, onde ficam os países afetados pelo Ebola. Partindo dessa informação, os autores calcularam que, 18 meses após o colapso na assistência médica, 1,1 milhão de crianças entre 9 meses e 5 anos ficarão sem vacina. Antes da crise, cerca de 778 mil crianças ficavam excluídas da vacinação. Os dados apontam que, a cada mês da epidemia de Ebola, em média 19,5 mil meninos e meninas a mais ficaram sem vacinação, à medida que o sistema de saúde se degradava. "Nosso estudo mostra que é fundamental implementar um agressivo programa regional de vacinação, assim que a ameaça do Ebola começar a regredir, para reverter a desaceleração acentuada das taxas de imunização", disse Tatem.

Os três países afetados pelo Ebola, segundo os cientistas, haviam conseguido reduzir os casos de sarampo nos últimos anos, graças aos esforços de vacinação. Entre 1994 e 2003, eles registraram juntos 93 mil casos, mas a partir de 2004 apenas 7 mil casos haviam sido reportados. Além do sarampo, os cientistas estão preocupados com outras doenças infantis cuja vacinação teve sua distribuição limitada por conta do Ebola. A imunização contra a meningite, a tuberculose e a pólio também foram afetadas. Houve também impactos negativos em intervenções contra a malária e o HIV.

Um trabalhador da área da saúde norte-americano que contraiu Ebola enquanto fazia trabalhos voluntários na África será admitido para um tratamento seguro no Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), informou o órgão nesta quinta-feira (12).

É esperado que o paciente chegue ao centro de tratamento em Bethesda, em Maryland, nesta sexta-feira (13), depois de ser transportado para os Estados Unidos em isolamento em um avião fretado. O nome do paciente, a idade e o gênero não foram informados pelas autoridades.

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O paciente havia se voluntariado para ajudar em um centro de tratamento do Ebola em Serra Leoa. O NHI não informou mais detalhes a respeito do paciente.

O instituto é uma das poucas instalações dos EUA capaz de tratar adequadamente pacientes do Ebola. Anteriormente, uma enfermeira americana foi tratada no hospital depois que ela contraiu Ebola enquanto cuidava de homem liberiano que morreu no hospital de Dallas. A enfermeira, Nina Pham, sobreviveu e está curada do vírus. Fonte: Associated Press.

A epidemia de Ebola nos três países mais atingidos do oeste africano ameaça aumentar os casos de sarampo e a mortalidade infantil devido à diminuição de vacinação, alertaram especialistas nesta quinta-feira (12).

Cerca de 100.000 crianças mais poderiam sofrer de sarampo, as quais se somariam aos 127 mil casos já contabilizados entre as crianças que não foram vacinadas em Guiné, Serra Leoa e Libéria, epicentro da epidemia de Ebola, indica um estudo publicado na revista Science.

Isto poderia se traduzir em mais de 5.000 mortes por sarampo, mas este número poderia potencialmente atingir 16.000, acima da letalidade do Ebola, que já ultrapassou os 10 mil mortos.

"Os efeitos colaterais do Ebola, tanto sobre a taxa de infecção de sarampo e outras doenças infantis também podem ser devastadores em termos de perda de vidas humanas", adverte Justin Lessler, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e principal autor do estudo. O especialista ressalta que é "muito simples e barato salvar vidas reiniciando as campanhas de vacinação".

Esta previsão de crescimento de casos de sarampo seria resultado da interrupção dos programas de imunização infantil nestes três países, onde os sistemas de saúde estão sobrecarregados com a atenção ao surto de Ebola, apontam os pesquisadores.

Antes do início da epidemia de Ebola, cerca de 778.000 crianças com entre nove meses e cinco anos nesses países não tinham sido vacinadas, mas dez meses depois esse número subiu para 1,12 milhão, de acordo com especialistas. Entre 1994 e 2003, nesses três países foram notificados mais de 93.000 casos de sarampo, mas o número caiu abaixo de 7.000 desde 2004.

Um militar britânico do corpo médico acusou positivo por Ebola em Serra Leoa, informou nesta quarta-feira (11) o governo britânico.

"Podemos confirmar que um membro da equipe sanitária do exército britânico em Serra Leoa acusou positivo por Ebola. Especialistas médicos avaliam a situação para assegurar que esteja recebendo o tratamento adequado", informou a Saúde Pública da Inglaterra, um órgão governamental.

Serra Leoa conta com o maior número de infectados (11.466) pela epidemia que atingiu todo o oeste da África, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e registrou 3.546 mortes.

Cerca de 24.000 pessoas contraíram o vírus do Ebola desde dezembro de 2013, em sua maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa. No total, 9.807 pessoas morreram, segundo a OMS.

A primeira vacina contra o Ebola, a VSV-EBOV, em fase de testes na Guiné, foi administrada a cerca de 50 pessoas - informaram nesta terça-feira (10) fontes oficiais e a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Cerca de 20 voluntários foram vacinados nesta terça durante uma apresentação dos testes num centro médico na periferia de Conacri, segundo constatou a reportagem da AFP.

Ao todo, desde o início dos testes em 7 de março, cerca de 50 pessoas foram vacinadas na Guiné, entre elas o ministro da Saúde, Rémy Lamah, e o coordenador nacional de combate ao Ebola, Sakoba Keita, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Os testes têm por objetivo verificar a eficácia e a inocuidade da vacina contra o Ebola", no grupo de voluntários, declarou à AFP o médico Aboubacar Soumah, da MSF. "Qualquer pessoa vacinada é submetida a uma observação de 30 minutos para ver se não há reações", acompanhada em intervalos predeterminados, informou.

Sakoba Keita, vacinado no último dia 7, relatou se "sentir bem" e não ter verificado efeitos colaterais, comemorando o fato de que os primeiros voluntários foram dar seus depoimentos.

A VSV-EBOV, uma das duas vacinas mais avançadas contra o vírus, foi disponibilizada pela Agência de Saúde Pública do Canadá.

A outra vacina, desenvolvida pela farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline) com o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) está sendo testada desde fevereiro na Libéria.

A epidemia de Ebola na África Ocidental, a mais grave desde a identificação do vírus na áfrica Central, em 1976, começou em dezembro de 2013 no sul da Guiné antes de se propagar para a Libéria e Serra Leoa.

A onda de Ebola matou cerca de 10.000 pessoas, um número subestimado - segundo a própria OMS. Na Guiné, foram mais de 2.100 vítimas fatais do vírus para quase 24.000 casos registrados.

A última paciente de Ebola confirmada na Libéria recebeu alta nesta quinta-feira (5), quando o país africano anunciou que pela primeira vez em nove meses nenhum novo caso da infecção foi registrado durante uma semana. Os centros de tratamento liberianos não contabilizam mais nenhum doente com Ebola, segundo fontes oficiais.

Beatrice Yordoldo deixou nesta quinta-feira o centro de tratamento de Ebola onde estava internada, liderado por uma equipe de médicos chineses, segundo a AFP. "Hoje dou graças a Deus, ao centro de tratamento chinês e a todos os enfermeiros liberianos que trabalham" lá, declarou a mulher.

Por outro lado, a Libéria não "registrou nenhum caso" novo de Ebola durante a semana que terminou em 1 de março, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quarta-feira. Yordoldo "é o último caso confirmado de Ebola no país", declarou o vice-ministro da Saúde Tolbert Nyenswah à imprensa.

"Ficamos 13 dias sem nenhum novo caso. É um grande dia para a Libéria", disse. Cerca de 24.000 pessoas contraíram o vírus do Ebola desde dezembro de 2013, em sua maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa. Ao todo, 9.807 doentes morreram, segundo a OMS.

Na Libéria, 4.117 pessoas morreram entre as 9.249 infectadas pelo Ebola. Há apenas seis meses, mais de 300 novos casos eram registrados a cada semana. No auge da epidemia no país, as infraestruturas sanitárias locais, fragilizadas por anos de guerra civil, não conseguiam atender ao grande número de doentes, que morriam nas ruas.

Um enorme esforço nacional e internacional ajudou, contudo, a deter o avanço da epidemia.

Das 45 amostras analisadas no país na semana passada, nenhuma deu positivo, indicou a OMS, agregando que era a primeira vez que não havia nenhum novo caso desde 26 de maio do ano passado.

O informe da OMS é mais alarmante no que concerne à Guiné e a Serra Leoa. Em Serra Leoa, que conta com o maior número de infectados (11.466) e registrou 3.546 mortes, houve 81 novas infecções confirmadas na semana passada, e 65 na semana anterior.

A transmissão segue sendo importante no país, onde os novos casos foram registrados em oito distritos diferentes, com um aumento em Freetown, entre outros lugares.

Na Guiné, que conta com um total de 3.219 casos e onde a enfermidade causou a morte de 2.129 pessoas, 51 novos casos confirmados foram registrados na semana passada, o que também representou um aumento importante em relação aos 35 da semana anterior, indicou a OMS.

Os líderes destes três países africanos mais afetados pela epidemia de Ebola pediram na última terça-feira à comunidade internacional um "plano Marshall" para ajudar a colocar um fim à pandemia e relançar suas economias.

"Precisamos da anulação da dívida e um plano Marshall, já que é como se estivéssemos saindo de uma guerra", afirmou o presidente da Guiné, Alpha Condé.

A Libéria já não tem doentes com Ebola em seus centros de tratamento, depois que a última paciente atendida em Monróvia recebeu alta, nesta quinta-feira, anunciaram fontes oficiais.

Beatrice Yordoldo deixou o centro de tratamento do Ebola no qual estava internada, um estabelecimento dirigido por equipes chinesas na periferia de Monróvia.

"Hoje dou graças ao Todo-Poderoso, aos funcionários chineses do centro de tratamento e a todos os enfermeiros liberianos que trabalharam com eles", declarou.

Os dirigentes dos três países africanos afetados pela epidemia do ebola e representantes da comunidade internacional analisam nesta terça-feira em Bruxelas meios para colocar fim à pandemia e garantir que a ajuda prometida de 4,9 bilhões de dólares seja entregue.

Os presidentes da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, e da Guiné, Alpha Condé, os países mais afetados e epicentro da epidemia declarada no início de 2014, estão presentes em Bruxelas, assim como os representantes de agências da ONU, do Banco Mundial, de organizações não governamentais ou delegações da UE, dos Estados Unidos, de China, Cuba e Austrália.

Sirleaf declarou à AFP que espera com esta conferência a definição de um mapa do caminho para a recuperação econômica da região.

"Não queremos relaxar os esforços" frente ao Ebola, acrescentou, declarando-se otimista sobre o resultado deste combate.

"Será uma tarefa muito difícil e meticulosa", ressaltou o coordenador da ONU para a luta contra a epidemia, David Nabarro, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.

Desde o pico da epidemia, durante o outono, os novos casos se dividiram por dez, passando de 900 a uma centena, em média, por semana, segundo a ONU.

A mobilização internacional, tardia, e africana permitiram conter a epidemia, que deixou ao menos 9.700 mortos.

Dos três países mais afetados, a Libéria está no bom caminho, mas a tendência segue em alta em algumas zonas do litoral da Guiné e de Serra Leoa, assim como a persistência de alguns focos nas zonas mais inacessíveis destes países do oeste da África.

Embora os casos de contaminação estejam em queda, "a epidemia não terminou, ainda devemos concentrar nossos esforços para vencer o Ebola de uma vez por todas", afirmou ao chegar à reunião a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

"Ainda não estamos no ponto de poder virar a página. É preciso manter a mobilização", afirmam na Comissão.

Entre as prioridades estão a criação de equipes de saúde itinerantes. Uma das preocupações é a de convencer as comunidades que ainda resistem a adotar as boas práticas, segundo Ismail Ud Sheikh Ahmed, que dirige a missão de coordenação da ONU sobre o Ebola.

Em matéria de funcionários "ainda faltam entre 200 a 300 especialistas de saúde pública", estimou Nabarro.

O desafio também é garantir que as ajudas prometidas cheguem. O compromisso alcançou um total de 4,9 bilhões de dólares, dos quais 2,4 bilhões já foram utilizados, segundo a Comissão Europeia.

Um grupo de cientistas desvendou o mecanismo usado pelo vírus do Ebola para infectar uma célula e descobriu que a tetrandrina - uma molécula de origem vegetal -, é capaz de frustrar a "estratégia" do vírus, impedindo a infecção pelo Ebola em testes feitos com camundongos. Os autores do estudo, publicado na revista Science, acreditam que a descoberta pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de uma droga contra o Ebola.

A equipe, liderada por Robert Davey, do Instituto de Pesquisa Biomédica do Texas (Estados Unidos), descobriu que, para invadir uma célula, o vírus do Ebola depende de canais de cálcio - estruturas semelhantes a "túneis" em membranas das células, que permitem que elas transmitam cargas elétricas entre si, controlando vários processos celulares.

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Ao ser engolidas pelas células, partículas do vírus ficam armazenadas em "depósitos" chamados endossomos. Para completar a infecção, essas partículas virais precisam passar pela membrana do endossomo, espalhando-se por vários compartimentos da célula. De acordo com os cientistas, para entrar no endossomo, o vírus usa canais de cálcio de duplo poro que existem em sua membrana.

Em estudos anteriores, eles já haviam descoberto que os canais de cálcio eram importantes para a infecção. "Mas nós não fomos capazes de identificar os mecanismos envolvidos nesse processo. Com a nova pesquisa, nós descobrimos canais de cálcio de duplo poro que estão envolvidos na infecção do vírus Ebola. Esses canais precisam ser 'ligados' para que o vírus funcione direito", disse Davey.

Os autores revelaram, no artigo, o papel crítico dos canais de dois poros na infecção por Ebola - algo que até hoje não havia sido demonstrado em nenhum outro vírus. Além de identificar o mecanismo da infecção, a equipe também mostrou que drogas capazes de agir nessa interação apresentam alguma eficácia como potencial tratamento contra a doença causada pelo vírus Ebola.

No estudo, os cientistas determinaram que as drogas atualmente utilizadas para tratar pressão alta têm a capacidade de "ligar e desligar" esse sensor de cálcio. Em parceria com um grupo em Munique, na Alemanha e com o Instituto de Pesquisa do Sudoeste (Estados Unidos), a equipe testou diversas pequenas moléculas para ver qual seria a mais eficaz para desativar os sensores e, assim, impedir os movimentos do vírus Ebola na célula.

A equipe descobriu que a tetrandrina, extraída de uma planta asiática, foi capaz de proteger camundongos da doença sem efeitos colaterais evidentes. A substância foi considerada a melhor candidata para futuros testes em animais - por ser o mais potente composto testado e por ter mostrado poucas evidências de toxicidade. Com isso, ela requer uma dose menor para ser eficaz e tolerável.

"Quando testada em camundongos, essa droga impediu a replicação do vírus e salvou a maior parte deles da doença", disse Davey. A droga, segundo o estudo, mostra a capacidade de parar o vírus antes que ele tenha a chance de interagir com fatores celulares, impedindo que ele continue seu processo de infecção. "Estamos muito animados com o progresso feito nesse estudo. O próximo passo do processo será testar a segurança e a eficácia das interações entre essa droga e o vírus Ebola em primatas não humanos", disse o cientista.

A tetrandrina, no entanto, não foi aprovada para uso em humanos na maioria dos países e a dose que foi dada aos camundongos poderia ser tóxica se a proporção equivalente fosse usada em humanos.

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