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A reestruturação da máquina pública estadual e a composição do primeiro escalão do segundo governo Paulo Câmara (PSB) tem gerado expectativas. A previsão, segundo informações de bastidores, é de que o governador envie um projeto com mudanças no número de secretarias para a Assembleia Legislativa de Pernambuco antes do início do recesso parlamentar. Os nomes dos novos secretários, contudo, ainda não começaram a ser anunciados, mas há especulações de que o PT, por exemplo, vá assumir o comando da pasta da Agricultura.

Da legenda, os mais cotados são o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado (CUT-PE) e deputado federal eleito, Carlos Veras, e o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e deputado estadual eleito, Doriel Barros. Os dois defendem uma nova roupagem da secretaria, com a sugestão de que ela passe a se chamar Secretaria de Agricultura Familiar.

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Ao LeiaJá, Carlos Veras afirmou que até o momento ainda não foi contactado pelo PT ou pelo governo para tratar do assunto. “Fazemos parte de um bloco, sou da base dos rurais, tanto eu quanto Doriel Barros, e temos uma reivindicação antiga pela Secretaria de Agricultura Familiar. No meu mandato ela é mais ampla, por causa da CUT e dos movimentos sociais, mas nunca recebi nenhum convite do governador nem do meu partido [para ser secretário], esse debate não está dentro do PT”, pontuou.

Indagado se aceitaria um eventual convite, o líder da CUT-PE disse que não depende apenas dele. “Fui eleito para cumprir o mandato em defesa do direito da classe trabalhadora, se chegar o convite vou refletir com os que me elegeram, é algo que não depende só de mim. Tudo que tem agora são especulações”, deixou claro Veras.

O futuro parlamentar também disse que é legítimo o PT voltar a integrar o governo de Paulo Câmara depois do apoio dado ao pessebista nas eleições. “O PT contribuiu diretamente com a vitória no primeiro turno do governador. Se ele quer fazer um mandato diferente isso está ligado a participação do PT no campo do governo. Acredito que esse debate será feito dentro do partido, e não uma indicação de políticos, para que se escolha os melhores quadros que possam desempenhar esse trabalho dentro do governo em qualquer espaço ou secretaria, seja no 1º, 2º ou 3º escalão”, observou.

Além da garantia do espaço do PT na gestão, um eventual convite do governador a deputados federais e estaduais eleitos pode abrir contribuir para que suplentes assumam os cargos e o número de partidos representados na base governista da Assembleia Legislativa e na bancada federal seja ampliado.

Especula-se ainda que dos eleitos, o atual vice-governador Raul Henry (MDB), João Campos (PSB), Augusto Coutinho (SD) e Fernando Monteiro (PP) podem integrar o governo. Henry pode voltar para secretaria de Desenvolvimento Econômico e João deve assumir uma secretaria que possa endossar o seu nome para uma eventual disputa municipal em 2020.  

Tratativas de bastidores também dão conta de que o PR e o PP podem perder espaços na gestão. Os progressistas por terem reduzido a expressividade na disputa eleitoral e os postos de mais votados, que agora são do PSB. Já os republicanos, a expectativa se dá pela possibilidade de perda do comando do partido por parte do deputado federal Sebastião Oliveira. Caso isso aconteça, a tendência é de que o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR), assuma o partido e migre para a oposição. Anderson apoiou a eleição do senador Armando Monteiro (PTB).

Apesar de ter perdido a disputa pela Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores (PT) será a sigla com o comando de mais Estados do país a partir de 2019. A legenda elegeu quatro governadores: Rui Costa na Bahia, Camilo Santana no Ceará, Wellington Dias no Piauí - todos reeleitos - e Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte, sendo ela a única mulher a conquistar o cargo no país.   

O quadro foi comentado pelo senador Humberto Costa (PT) que rebateu a tese pregada durante as eleições de "extirpar" o PT do país. "Eles disseram que o PT estava acabado, que o golpe contra Dilma e a prisão de Lula seriam a pá de cal do nosso partido. Mas o povo mostrou, nas urnas, que o Partido dos Trabalhadores segue firme e forte. Fizemos a maior bancada da Câmara dos Deputados, somos o partido com o maior número de governadores do país e Fernando Haddad ganhou em 11 estados. É preciso respeitar essa força; faremos uma dura oposição a esse governo fascista de Bolsonaro", salientou, em publicação nas redes sociais.

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Após o PT, o ranking segue com outros quatro partidos que elegeram três governadores cada um: MDB, PSDB, PSB e PSL. Quem chama a atenção é o PSL, do presidente eleito Jair Bolsonaro, que não tinha nenhum chefe de Executivos Estaduais, mas estará à frente de Rondônia, Roraima e Santa Catarina.

O MDB, contudo, foi o partido que mais decaiu. A legenda que em 2014 chegou a eleger sete governadores, desta vez comandará apenas Alagoas, Distrito Federal e Pará. O PSDB também registrou uma perda de dois governos, em comparação ao último pleito, e vai gerir São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

Já o PSB manteve o número de Estados de 2014, ficando com três governos: Espírito Santo, Paraíba e Pernambuco. O PSD também ficou estável, com os governo do Paraná e Sergipe. O mesmo número de gestores do PSC e do DEM, que não elegeram governadores em 2014, mas agora conquistaram o posto. O primeiro vai governar o Rio de Janeiro e o Amazonas, já os democratas Mato Grosso e Goiás.

Na lista, com o comando de um Estado cada, estão: PP, PDT, PCdoB, PHS e Novo.

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