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O presidente Jair Bolsonaro confirmou que vai sancionar o projeto que prorroga a desoneração de 17 setores da economia até o fim de 2023. Em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada nesta sexta-feira, 24, Bolsonaro afirmou que "deram uma bobeada no Orçamento" ao não incluir o benefício na peça orçamentária.

O Congresso deixou de incluir a desoneração da folha salarial para 17 setores da economia ao aprovar o Orçamento com uma série de verbas de interesse eleitoral em 2022. Agora, parlamentares e Ministério da Economia tentam encontrar uma solução para manter o benefício. "Deram uma bobeada no Orçamento, mas vai ser sancionada", afirmou Bolsonaro.

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O relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), afirmou que a decisão de não incluir o benefício ocorreu porque o Ministério da Economia não encaminhou um pedido formal ao Congresso. Integrantes da equipe econômica admitiram que houve apenas uma solicitação informal, mas dizem que caberia aos parlamentares o ajuste após a aprovação do projeto que prorroga a desoneração.

"Não vou culpar ninguém, eu quero é solução. Vou sancionar, não interessa em que condições", disse Bolsonaro. O presidente lembrou que a prorrogação foi negociada com setores contemplados e que ele manterá esse acordo, conforme já havia anunciado. "Acho que é injusto deixar para o futuro presidente já começar renegociando, seja quem for, então demos até 2023. Então, quem assumir em 2023 tem tempo para se planejar."

A prorrogação da desoneração da folha por mais dois anos foi aprovada pelo Congresso no início de dezembro. O prazo para sanção é 7 de janeiro. A medida perderia a validade no dia 31 de dezembro deste ano e, com a proposta, vai ser estendida até o fim de 2023. Os 17 setores beneficiados são os que mais empregam na economia brasileira.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira (11), a prorrogação, por mais dois anos, da desoneração da folha de pagamento dos 17 setores da economia que mais empregam. O benefício acabaria este ano.

"Reunido com a ministra da Agricultura Tereza Cristina, com o nosso prezado ministro da Economia Paulo Guedes e mais de uma dezena de homens e mulheres representantes do setor produtivo do Brasil, resolvemos prorrogar por mais dois anos a questão que tem a ver com a desoneração da folha", disse Bolsonaro na cerimônia de lançamento do programa "Brasil Fraterno - Comida no Prato", no Palácio do Planalto.

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A desoneração beneficia as empresas porque reduz os encargos trabalhistas que são pagos por elas.

A medida consiste em trocar os tributos sobre os salários dos empregados por uma alíquota sobre o faturamento. Hoje, essas empresas podem escolher: ou pagam 20% de contribuição previdenciária sobre os salários dos funcionários ou uma alíquota que vai de 1% a 4,5% sobre o faturamento bruto.

A prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores era uma demanda de líderes produtivos e vinha sendo discutida pelo Executivo.

Na quarta-feira (10), o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que o Tribunal de Contas da União (TCU) deveria julgar na semana que vem uma consulta sobre o tema, para abrir caminho à prorrogação da renúncia fiscal.

O Congresso também se debruçava sobre a questão, mas com uma validade maior. Também na quarta-feira, o deputado Marcelo Freitas (PSL-MG) apresentou parecer favorável a projeto de lei para prorrogar a desoneração na folha de pagamento para os 17 setores que mais empregam no País até 2026.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), se comprometeu a ajudar na tramitação da prorrogação da desoneração da folha de pagamento após a proposta de emenda à Constituição (PEC) dos precatórios ser aprovada. A PEC está prevista para ser votada nesta terça-feira, 9, e o governo conta com sua aprovação.

A desoneração atende desde 2011 os 17 setores que mais empregam e tem validade até o dia 31 de dezembro deste ano. Um projeto de lei de autoria do deputado Efraim Filho (DEM-PB) prorroga os efeitos da medida até 2026. O texto foi aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação no dia 15 de setembro, mas travou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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O relator, deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), afirmou que só espera a aprovação da PEC dos precatórios para apresentar o parecer. "Essa é a ideia ajustada com a presidência da Câmara. Se votarmos a PEC nessa semana já apresento o relatório na sequência", disse ao jornal O Estado de S. Paulo . A mesma ideia foi declarada pela presidente da CCJ, deputada Bia Kicis (PSL-DF). "Essa é a nossa expectativa", afirmou. Como tramita em caráter terminativo, se nenhum deputado pedir análise em plenário, após aprovada pela comissão, a iniciativa vai direto para a análise do Senado.

Empresários que adotam o modelo ressaltam a importância da iniciativa para a geração e manutenção de empregos. Com a aprovação da PEC dos precatórios, que adiaria o pagamento das dívidas reconhecidas pela Justiça, o governo afirma que teria espaço fiscal para prorrogar a medida.

Nesta terça, o Instituto Unidos Brasil (IUB), que reúne empresários do setor produtivo, promoveu um seminário no qual a desoneração era um dos temas. Lira foi convidado para o evento, mas não participou.

Empresários ressaltaram a importância da desoneração ser prorrogada e alertaram o prazo pequeno para a medida ser implementada, já que a validade atual expira no fim deste ano.

"O ano que vem são dois meses, você faz planejamento para alguns anos, já foi debatido isso. Quando você tem alguns setores, 17, que tem a desoneração, na prática o maior custo são as pessoas, é um imposto. Fica muito difícil você ter visibilidade de futuro", afirmou Marco Stefanini, do grupo Stefanini, do setor de tecnologia.

O deputado Marcos Bertaiolli (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar pelo Empreendedorismo, também participou do seminário e declarou para os efeitos negativos caso a desoneração não seja prorrogada. "Sem dúvida nenhuma a desoneração da folha de pagamentos contribui para a geração de empregos", afirmou. "Como ela já existe no Brasil há muitos anos, você perder essa desoneração e voltar a onerar a folha pode simbolizar um ato contrário, desemprego", completou.

A desoneração beneficia as empresas porque reduz os encargos trabalhistas que são pagos por elas. A medida consiste em trocar os tributos sobre os salários dos empregados por uma alíquota sobre o faturamento. Hoje, essas empresas podem escolher: ou pagam 20% de contribuição previdenciária sobre os salários dos funcionários ou uma alíquota que vai de 1% a 4,5% sobre o faturamento bruto.

A Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar a prorrogação da desoneração da folha (redução nos encargos que as empresas pagam sobre os salários dos funcionários) para 17 setores da economia por mais um ano.

A política de desoneração, criada no governo Dilma Rousseff, terminaria no fim deste ano, mas o Congresso decidiu prorrogar a medida até o fim de 2021 sob o argumento de que os efeitos da pandemia seriam agravados para setores beneficiados pela medida, como construção civil, tecnologia da informação, transporte coletivo urbano rodoviário e metroviário, comunicação e têxtil.

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O presidente Jair Bolsonaro chegou a vetar a medida, a pedido da equipe econômica, mas o Congresso derrubou o veto.

Agora, o governo pede ao STF que suspenda a vigência da prorrogação de forma cautelar. Segundo cálculos da equipe econômica, a medida pode desfalcar as receitas em R$ 9,778 bilhões em 2021, além de causar pressão adicional no teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação. O Tesouro precisa compensar o INSS pela perda de arrecadação, e essa despesa fica dentro do teto, ocupando espaço de outros gastos, inclusive investimentos. Como não havia previsão de desoneração em 2021, prorrogar a política significa cortar de outros lugares.

Acionar a Justiça para questionar a extensão da política era uma estratégia traçada como "plano B" pelo Ministério da Economia, caso houvesse derrotas no Congresso Nacional.

Na ação, a AGU cita as mesmas justificativas do governo para vetar a prorrogação: a renúncia de receitas gerada pela prorrogação da desoneração não teve, como contrapartida, o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória, nem teve seu impacto orçamentário e financeiro estimado, violando regras previstas na emenda do teto de gastos, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Ainda de acordo com a AGU, embora o orçamento de guerra desenhado para destravar os gastos da pandemia da covid-19 tenha suspendido algumas amarras fiscais, sua vigência é limitada ao ano de 2020 e, portanto, não se aplica a um benefício cuja vigência se dará em 2021. Por isso, as exigências das regras fiscais precisariam ser cumpridas.

Outro argumento é que a reforma da Previdência aprovada pelo Congresso colocou na Constituição uma proibição à adoção de base de cálculo diferenciada para contribuições sobre salários - como é o caso da desoneração, que permite substituir a alíquota de 20% sobre a folha por uma entre 1% e 4,5% sobre o faturamento. As exceções são as substituições feitas antes da entrada em vigor da reforma, em novembro de 2019, mas elas não podem ser prorrogadas, no entendimento dos técnicos do governo.

"Ademais, observou-se que a desoneração da folha de pagamentos, enquanto acentuou o peso da renúncia fiscal, não trouxe os benefícios pretendidos em termos de geração de empregos", diz a AGU.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, voltou a ser o alvo principal dos rivais no debate entre os quatro mais bem colocados candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo site UOL. Covas, desta vez, focou o contra-ataque no adversário Guilherme Boulos (PSOL), segundo colocado na última pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo sobre as intenções de voto na cidade.

Covas buscou defender uma bandeira do PSDB, a responsabilidade fiscal, e trouxe o tema da reforma tributária debatida no Congresso Nacional para o debate. Em duas ocasiões, destacou que Boulos nunca ocupou cargos públicos. "Nunca governou nada, não tem experiência administrativa".

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O prefeito teve de defender sua gestão na saúde, em especial durante a pandemia, de críticas dos três rivais. Celso Russomanno (Republicanos) colocou em dúvida a proposta de ampliação da telemedicina e Márcio França (PSB) afirmou que os gastos de R$ 90 milhões com hospitais de campanha teriam sido melhor investidos se tivessem sido direcionados para hospitais permanentes. Boulos criticou a abertura parcial do Hospital Sorocabana, na zona oeste da cidade.

Celso Russomanno e Márcio França embarcaram no ponto levantado por Covas, fazendo quase uma dobradinha sobre a falta de experiência de Boulos. O candidato do PSOL rebateu afirmando que possuiria uma boa equipe de governo e citou sua vice, a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina.

Russomanno, que perdeu a vice-liderança numericamente na última pesquisa para Boulos, alternou os ataques entre Covas e o candidato do PSOL. Ele insistiu três vezes em cobrar resposta para uma acusação, divulgada no Facebook, de que duas produtoras contratadas pela campanha de Boulos não tinham endereço fixo. Boulos disse que Russomanno estava "em completo desespero", e que "até pesquisa está cancelando", em referência à liminar que pediu à Justiça, e obteve, proibindo a divulgação de uma pesquisa do Datafolha. A Covas, Russomanno questionou se haveria um "lockdown" em curso na cidade contra a pandemia, insinuação ignorada pelo atual prefeito.

Márcio França alternou entre ironia, ao questionar se o Código de Defesa do Consumidor poderia ser usado contra Russomanno, que não cumprirá todo o mandato como deputado caso seja eleito, e a ponderação: no começo do debate, chegou a fazer elogios ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ("pessoa aguerrida, com muitas qualidades"), o presidente Jair Bolsonaro ("autêntico") e o governador João Doria ("como empresário, parece um bom empresário").

O debate foi pelo formato de banco de tempo e Boulos chegou a ser, no terceiro bloco, candidato que mais havia gastado sua cota. França usou o fato para alfinetar a capacidade administrativa de Boulos.

O Congresso derrubou o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, à desoneração da folha salarial e garantiu a prorrogação do benefício por mais um ano. A decisão foi sacramentada em votação pelo Senado, com 64 votos contra o veto e 2 pela manutenção. Os deputados federais haviam votado para rejeitar o veto mais cedo.

O governo só concordou em pautar o veto da desoneração após o Congresso pautar projetos de interesses diretos do presidente Jair Bolsonaro.

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As propostas remanejam recursos do Orçamento deste ano e garantem dinheiro para obras planejadas pelo Palácio do Planalto em redutos eleitorais de aliados, em negociação com o Centrão.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), agiu pessoalmente para viabilizar a articulação.

Líderes do Congresso fecharam acordo para analisar, nesta quarta-feira (4), o veto do presidente Jair Bolsonaro à desoneração da folha salarial de 17 setores da economia. Os parlamentares prometem derrubar o veto. A análise do tema se arrasta há quatro meses, desde que Bolsonaro barrou a proposta de prorrogar o benefício por mais um ano, até o fim de 2021.

Bancadas da Câmara e do Senado têm pressionado o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a manter a votação independentemente de acordo com o governo. Desde julho, Alcolumbre tem agido para adiar votação em um aceno ao Palácio do Planalto. A equipe econômica, que defende a manutenção do veto, calcula em R$ 10 bilhões o impacto da desoneração em 2021 nas contas do governo.

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Parlamentares farão nova reunião nesta quarta para bater o martelo sobre a pauta do Congresso. Além da desoneração, há outros vetos considerados polêmicos, como a trechos do novo marco legal do saneamento básico e do pacote anticrime - este último, na pauta desde o início do ano.

Para concordar com a análise dos vetos, o governo pediu a inclusão de projetos que abrem um crédito adicional no Orçamento deste ano e garantem recursos para projetos de interesse de Bolsonaro, como obras sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional. Em sessões anteriores, o Planalto agiu para esvaziar a votação e impedir uma derrota na análise dos vetos. Alcolumbre confirmou que o Congresso vai realizar hoje a sessão.

"Eu já assisti a este filme antes, tudo acordado até o início da sessão do Congresso e simplesmente não houve quórum. Tomara Deus que se cumpra a palavra empenhada na reunião (de líderes dos partidos) e que se resolva esta questão", afirmou o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP).

Demissões

A desoneração permite às empresas pagarem um imposto menor na contribuição previdenciária sobre a folha de salários, calculada com base na remuneração dos empregados. Setores beneficiados avaliam que, sem a prorrogação do benefício para o próximo ano, haverá demissões. A análise do veto é apontado como essencial pelas empresas para fechar a programação financeira de 2021.

A desoneração acabaria no fim deste ano. O Congresso aprovou um projeto adiando o benefício até o fim de 2021. Em julho, Bolsonaro vetou a medida. A sessão de hoje do Legislativo será dividia em duas etapas: uma às 10 horas, com deputados federais, e outra às 16 horas, com senadores. A derrubada de um veto depende de no mínimo 257 votos na Câmara e de 41 no Senado.

Sindicatos de trabalhadores fizeram ontem uma manifestação em Brasília para pedir a derrubada do veto. Representantes dos setores de tecnologia da informação, comunicação, indústria têxtil e de telecomunicações fizeram uma caminhada da sede do Ministério da Economia até a Praça dos Três Poderes.

Dono da casa onde o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz foi preso na manhã de Quinta-feira passada, dia 18, o advogado Frederick Wassef - que defende o senador Flávio Bolsonaro - nega ter "escondido" o ex-PM em seu escritório em Atibaia (SP) e também diz não ser o "anjo" mencionado em conversas interceptadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). As afirmações foram feitas neste sábado, 20, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

O defensor do senador Flávio Bolsonaro também afirmou nunca ter trocado mensagens ou telefonado para Queiroz. Ele alega ser vítima de uma armação. "Isso é uma armação para incriminar o presidente", afirmou à repórter Catia Seabra.

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O advogado negou que o ex-assessor parlamentar do filho "01" do presidente Jair Bolsonaro tenha passado um ano em seu escritório. Segundo Wassef, que se autodeclara advogado e amigo do chefe do Executivo, o escritório em Atibaia estava em obras, com os móveis do lado de fora da casa.

Apesar do advogado dizer que não sabia da presença de Queiroz em seu imóvel, Bolsonaro afirmou uma transmissão nas redes sociais realizada na quinta-feira, 18, que o ex-faz-tudo da família estava na região de Atibaia por causa da proximidade com o hospital em que fazia tratamento de câncer. "E por que estava naquela região de São Paulo? Porque é perto do hospital onde faz tratamento de câncer. Então esse é o quadro. Da minha parte, está encerrado aí o caso Queiroz", disse Bolsonaro.

Wassef também disse que "viu na TV que foi encontrado um malote" no local e que o mesmo teria sido plantado. Não especificou a que malote estaria se referindo. Durante as buscas no local, a Polícia Civil apreendeu celulares, documentos e pouco mais de R$ 900.

A casa em Atibaia foi o principal alvo da Operação Anjo desencadeada pelos Ministérios Públicos do Rio e de São Paulo para prender Queiroz e sua mulher, Márcia Oliveira de Aguiar. O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, quando deputado estadual no Rio, foi encontrado no escritório do advogado do parlamentar. Já sua mulher é considerada foragida pelo MP-RJ.

O Ministério Público de São Paulo divulgou a seguinte nota sobre a operação: "A operação conjunta do MPSP e da Polícia Civil deflagrada na quinta-feira, 18 de junho, para dar cumprimento à ordem de prisão contra o senhor Fabrício Queiroz e ao mandado de busca e apreensão no imóvel do advogado Frederick Wassef transcorreu nos estritos limites da lei. Filmada, a ação dos promotores e dos policiais contou com o acompanhamento de três representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, observando-se, assim, todas as formalidades legais. Outrossim, vale ressaltar que não cabe ao MPSP tecer qualquer tipo de comentário acerca de declarações de investigados ou de seus defensores, sejam eles constituídos ou não"

O Grupo Globo e o Grupo Folha anunciaram que vão retirar seus repórteres da cobertura da entrada do Palácio da Alvorada. A decisão foi tomada após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro hostilizarem os jornalistas no local, prática que estaria ficando recorrente e subindo o tom em frente à residência presidencial.

 O Grupo Globo comunicou sua decisão por carta ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. "São muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico", diz a nota. A Folha informou que a cobertura no local está suspensa até que o Palácio do Planalto garanta a segurança dos profissionais de imprensa.

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 A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu nota apoiando a decisão dos dois grupos. "Esses ataques ganharam corpo e se tornaram mais graves, havendo, inclusive, agressões físicas a repórteres por parte da claque bolsonarista", diz trecho.

 Na segunda-feira (25), as agressões verbais ocorreram após Bolsonaro criticar os jornalistas. "O dia em que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês", disse o presidente. A claque chamou os jornalistas de comunistas, escória, lixos, ratos, entre outros termos. 

O jornal Correio Braziliense já havia deixado a cobertura. Segundo o veículo, além da exaltação dos apoiadores do presidente, a medida também foi tomada por causa das aglomerações e o contato com pessoas sem máscara de proteção.

A IMC, dona das redes KFC, Pizza Hut, Viena e Frango Assado no Brasil, demitiu 30% de seus empregados nos últimos dias como forma de reduzir custos e preservar caixa. Para aqueles que não foram dispensados, a companhia afirmou que alguns terão férias antecipadas e outros terão os contratos suspensos.

Nas últimas semanas, as empresas de capital aberto no Brasil estão enviando comunicados ao mercado sobre os efeitos da pandemia do coronavírus em seus negócios e quais medidas que estão sendo adotadas. A IMC é a primeira, até aqui, a anunciar demissões em decorrência da crise.

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"Dentro do pacote de demissão, mantivemos planos de saúde por pelo menos três meses e estamos comprometidos em priorizar a recontratação de funcionários demitidos, assim que a situação estiver mais normalizada", de acordo com o documento. Apesar de reduzir drasticamente sua folha de pagamento, a IMC disse que estuda ações para a ajudar a comunidade, com a doação de alimentos de sua rede e ainda de sua cozinha central.

Outras medidas

A empresa disse ainda que está negociando os contratos de alugueis de todas as suas lojas, reduzindo as horas de funcionamento das lojas que ainda estão abertas e acelerando o fechamento de lojas: da bandeira Viena , 15 foram fechadas até aqui. Outra medida tomada, segundo comunicado da empresa ao mercado, é a suspensão de investimentos que não estavam em estágio avançado de implementação.

Por conta dos efeitos do Covid-19, a IMC informou que postergará o guidance de abertura de lojas para 2020 para o período entre 2021 a 2026, o que inclui 15 novas lojas do Frango Assado, 200 Pizza Hut e 200 do KFC.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (31) que determinou o cancelamento de assinaturas do jornal Folha de S.Paulo em órgãos do governo federal em Brasília. A declaração ocorreu durante uma entrevista por telefone ao programa Brasil Urgente, do apresentador José Luiz Datena na TV Bandeirantes, em que o presidente atacou a cobertura jornalística de seu governo.

"Nenhum órgão aqui do meu governo vai receber o jornal Folha de S.Paulo, aqui em Brasília. Está determinado", declarou Bolsonaro. "Espero que não me acusem de censura. Quem quiser comprar a Folha de S.Paulo, ninguém vai ser punido por isso, manda o assessor dele, vai lá na banca e compra a Folha de S.Paulo, e se divirta."

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A atitude remete a medida semelhante tomada na semana passada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quinta-feira (24), a Casa Branca passou a instruir órgãos federais a cancelar as assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post.

Trump tem feito ataques constantes a notícias publicadas nesses veículos e já chegou a afirmar, em outubro do ano passado, que a mídia é "a verdadeira inimiga do povo". Ele disse, na ocasião, que parte da imprensa publica informações "imprecisas, e até fraudulentas".

Após a declaração de Bolsonaro, o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech, lamentou a atitude. "A ANJ lamenta que, assim como agiu o presidente Donald Trump há poucos dias, o presidente Jair Bolsonaro escolha caminho idêntico, o que significará menos pluralidade e informação profissional para o serviço federal", disse Rech, por meio de nota. "Mesmo que as assinaturas para governos representem uma receita ínfima para jornais, a livre circulação de notícias e ideias ajuda a construir políticas públicas, a corrigir rumos e aperfeiçoar caminhos na administração pública".

Em nota, o jornal afirmou que "lamenta mais uma atitude abertamente discriminatória do presidente da República contra o jornal e vai continuar fazendo, em relação ao seu governo, o jornalismo crítico e apartidário que a caracteriza e que praticou em relação a todos os outros governos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a mãe desempregada e o pai preso, um estudante de 14 anos acabou sendo detido após furtar folhas de fichário escolar para estudar. O caso aconteceu na cidade de Patos de Minas, em Minas Gerais. Após levar o bloco de folhas, o adolescente foi para a escola e, no local, os policiais militares encontraram o garoto e o levaram para a delegacia.

Aos agentes, segundo publicação do site BHAZ, o garoto disse que precisava do fichário para estudar e que a sua mãe estava desempregada. O adolescente trabalhava, mas acabou sendo demitido há pouco tempo. O material furtado por ele está avaliado em R$ 8.

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A mãe do garoto foi chamada na delegacia e orientada para conversar com o filho para que ele não fizesse novamente. O estudante se desculpou e devolveu as folhas, inclusive as três que ele havia escrito as atividades da escola.

Após repercussão do caso, pessoas de todo o Brasil se solidarizaram com a situação. Uma jovem de 26 anos, moradora da cidade onde aconteceu o furto, está arrecadando material escolar e de higiene que vão ser doados ao estudante e a outras escolas da região que, segundo informado pela mulher ao BHAZ, funcionam em situações precárias.

Foi criado um grupo no aplicativo de mensagens WhatsApp, mas, ao que parece, novas pessoas não estão conseguindo entrar através do link que foi disponibilizado. Doações em dinheiro não está sendo permitido, apenas produtos.

As prefeituras brasileiras estouraram em R$ 5,2 bilhões o limite de gastos com a folha de pagamento neste ano. O problema atinge 1.412 municípios que não conseguiram cumprir o limite de 60% da receita estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Isso significa que uma em cada quatro cidades brasileiras está pendurada com esses gastos, revela levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados da Secretaria do Tesouro Nacional.

Há dez anos, o número de cidades que descumpriam o limite de gastos com pessoal era de apenas 96. De lá para cá, a quantidade de prefeituras que ultrapassaram o teto de despesas cresceu quase 15 vezes. Dos 1.412 municípios que não cumpriram a lei, mais da metade (896) tem população de até 20 mil habitantes e 50, mais de 100 mil moradores.

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"A situação dos municípios é ruim e está piorando rapidamente. Isso num cenário com a LRF em vigor, que pune os prefeitos que descumprem as regras. Imagina num ambiente de relaxamento dos limites", afirma o gerente geral de posicionamento e estratégia da Firjan, Guilherme Mercês, referindo-se à decisão do Congresso, no dia 5 de dezembro, de liberar os gastos com pessoal desde que haja queda nas receitas.

Para ele, o maior risco desse quadro é um colapso nos serviços públicos num curto espaço de tempo. Como boa parte do orçamento municipal ficará comprometida em despesas com pessoal, sobrará pouco para investimentos e despesas com custeio. Ou seja, pode haver redução de recursos para compra de remédios para hospitais e combustíveis para viaturas de polícia - cenário que já é realidade em alguns locais do País.

Segundo o levantamento da Firjan, o quadro mais crítico é verificado nos Estados do Nordeste. Sergipe é o campeão em número de municípios que desrespeitaram o limite de gastos - 77,3% das cidades ultrapassaram o teto de gastos. Em seguida aparecem Paraíba, com 62,8%; Pernambuco, com 58,7%; e Alagoas e Rio Grande do Norte, com 53,9%. "Por isso, estamos preocupados com as mudanças feitas pela Câmara dos Deputados no limite de gastos", diz Mercês, que enviou carta ao presidente Michel Temer solicitando que vete a medida. O novo governo também já foi alertado sobre o assunto.

O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, afirma, entretanto, que a mudança não atende a ninguém, uma vez que para poder ultrapassar os 60% é preciso ter queda real de receita de 10%. "Para isso ocorrer, o PIB nacional teria de cair na mesma proporção. Portanto, já avisei os associados que não se apeguem a essa medida e preservem o limite de gastos com pessoal."

Mas o economista da Tendências Consultoria Integrada, Fabio Klein, entende que, mesmo a regra se aplicando à queda de receitas específicas, como transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em caso de isenções tributárias pela União e diminuição das receitas recebidas de royalties e participações especiais, a sinalização não é boa. "O projeto é mais um exemplo de exceções que flexibilizam uma regra geral e que vai contra o espírito da lei maior." Apesar de considerar a situação dos Estados mais grave, o economista também alerta para impactos da crise municipal nos serviços públicos.

Programas federais

Aroldi, da CNM, atribui boa parte dos problemas das prefeituras ao afastamento da União na prestação de serviços para a população. O governo federal, diz ele, criou uma série de programas e acabou transferindo os custos para as cidades. Ele dá como exemplo o Programa de Estratégia da Saúde da Família, em que o repasse federal é da ordem de R$ 10 mil por equipe em cidades de até 30 mil habitantes e de R$ 7 mil para cidades acima de 30 mil habitantes.

"Mas o custo de um programa desses está entre R$ 45 mil e R$ 50 mil e quem banca a diferença são as prefeituras." O executivo explica que boa parte desses custos é despesa com pessoal. "Precisamos de um novo pacto federativo para uma nova realidade do País. O governo precisa arcar com as despesas dos programas federais."

Para o especialista em contas públicas Raul Velloso, é preciso adequar a LRF ao ambiente econômico que se impôs após a recessão. Além disso, segundo ele, o Ministério da Fazenda tem de se adiantar e traçar um "diagnóstico com o remédio certo para conter a doença", e não apenas punir.

Fim de ano antecipado

Com obras paradas e sem dinheiro para pagar integralmente o 13.º salário dos funcionários, a prefeitura de Boituva, no interior de São Paulo, decidiu encerrar mais cedo o ano de 2018. Decreto do prefeito Fernando Lopes da Silva (PSDB) determinou que as secretarias municipais que já atingiram suas metas encerrassem suas atividades na última sexta-feira, dia 14. Apenas os serviços essenciais vão funcionar, mas com horários reduzidos, no restante do ano. As unidades de saúde, por exemplo, passam a atender das 7 às 15 horas, fechando ao menos duas horas mais cedo.

Os departamentos de tributos, fiscalização e jurídico trabalham em regime de plantão de amanhã a 1.º de janeiro de 2019. De acordo com o decreto, a redução no atendimento público e no expediente dos funcionários visa a "racionalização de despesas e contingenciamento orçamentário", bem como atender as diretrizes fixadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Falta dinheiro até para pagar integralmente os salários. Os funcionários em cargos comissionados só receberão o 13.º na segunda quinzena de janeiro.

A crise nas finanças municipais se reflete em várias obras paradas ou em atraso por falta de recursos na cidade de 60 mil habitantes. O caso mais emblemático é a reforma do prédio municipal que vai abrigar uma escola técnica estadual. Iniciadas em 2013, as obras que deveriam estar prontas em 2014 se arrastam há cinco anos. O Centro de Esportes e Lazer, no Jardim Faculdade, tem quadras semi acabadas e estrutura incompleta desde 2016, quando deveria ter ficado pronto. Um estádio de futebol municipal ficou inconcluso no Recanto Maravilha 2, assim como uma avenida ligando os bairros Parque Novo Mundo e Água Branca.

Nos últimos meses, a prefeitura atrasou os repasses para entidades assistenciais conveniadas. A Apae, que atende 50 portadores de necessidades especiais, precisou suspender as aulas por falta de verba para pagar funcionários e fornecedores de materiais. Dois projetos que atendem 580 adolescentes vulneráveis reduziram o atendimento por falta do repasse. O atraso no recurso afetou também um núcleo de apoio a 850 idosos. A prefeitura foi obrigada a dispensar 30 menores aprendizes (guardas mirins) do serviço de estacionamento regulamentado.

Em nota, a prefeitura informou que a reforma do prédio municipal que abrigará as instalações da Escola Técnica Estadual (Etec) de Boituva foi desacelerada pela queda de repasses que afetou o orçamento. "A prefeitura interrompeu o projeto, estimado em R$ 1,15 milhão, que seria custeado com recursos próprios do município, optando pela manutenção de serviços essenciais de saúde, coleta de lixo e merenda escolar, entre outros." Os 120 alunos têm aulas no prédio de uma escola municipal, usada também por alunos de cursos regulares.

A Escola do Jardim Paraíso recebeu R$ 4,2 milhões da prefeitura, em convênio com o governo estadual celebrado em 2009, mas a licitação aberta em 2012 teve de ser revista no ano seguinte. A prefeitura informou que teve de assumir custos adicionais de R$ 1,6 milhão, e que ainda faltam R$ 2 milhões para concluir a obra.

Crise

Campinas, a cidade mais populosa do interior de São Paulo, está com fornecedores em atraso, vai empurrar dívidas para 2019 e só vai pagar no dia 24 de janeiro a segunda parcela do 13.º salário a seus 17,3 mil servidores da ativa e inativos, que deveria ser quitada este mês. No ano passado, a prefeitura atrasou também os salários de dezembro, além do 13.º salário, e enfrentou manifestações de protesto dos servidores. "Embora este ano a economia tenha tido um desempenho melhor do que em 2017, o crescimento ainda não foi o suficiente para o equilíbrio financeiro. Por conta disso, há fornecedores em atraso, porém sem prejuízo para a população", disse, em nota.

A prefeitura não informou qual o montante do atraso, mas garantiu que todos os serviços conveniados de áreas como saúde, educação e assistência social estão sendo pagos em dia. "Sobre os restos a pagar, a Secretaria de Finanças ainda não tem o valor que será deixado para o próximo exercício. Os dados estão sendo fechados e serão divulgados em breve", afirmou.

Conforme a nota, desde 2013 o município conta com um comitê gestor, responsável pela análise e liberação de recursos para as secretarias. "O trabalho deste grupo possibilitou um controle mais rígido das despesas, que cresceram, de 2017 para 2018 (dados do terceiro quadrimestre), apenas 2%. No mesmo período, a inflação foi de 4%." Em 2017, houve a revisão dos tributos municipais com o objetivo de "fazer justiça fiscal e aumentar a arrecadação". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As candidatas a vice-presidente Ana Amélia (PP), da chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), e Kátia Abreu (PDT), da chapa de Ciro Gomes (PDT), aproveitaram debate realizado nesta terça-feira, 2, para reforçar ataques à candidatura do PT, numa tentativa de se viabilizarem como a terceira via da disputa presidencial. Líder nas pesquisas e sem representante no debate, Jair Bolsonaro (PSL) foi pouco atacado.

O encontro, organizado por UOL, Folha de S.Paulo e SBT, contou apenas com a participação de Ana Amélia, Kátia Abreu e Manuela D'Ávila (PCdoB), vice na chapa de Fernando Haddad (PT). Também foram convidados os vices Hamilton Mourão (PRTB), de Bolsonaro, e Eduardo Jorge (PV), de Marina Silva (Rede). Mourão recusou o convite porque, segundo ele, é Bolsonaro quem fala pela chapa. Jorge alegou incompatibilidade de agenda.

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Amiga da ex-presidente Dilma Rousseff e contrária ao impeachment da petista, Kátia Abreu evitou fazer críticas ao PT pelo lado da corrupção. Sua estratégia foi questionar a capacidade de Haddad de governar o País, recorrendo à derrota do petista na tentativa de se reeleger prefeito de São Paulo em 2016.

"Acho que o PT está brincando à beira do abismo. Haddad não tem a menor condição. Ele não soube governar São Paulo, foi reprovado como prefeito da maior capital da América Latina. Ele nem terminou o ensino médio e já quer ir para o ensino superior. Precisa repetir de ano para depois tentar a Presidência", disse a vice da chapa de Ciro, cujo mote de campanha tem sido se apresentar como a terceira via da disputa.

A vice de Alckmin, por sua vez, priorizou ataques relacionados a escândalos de corrupção. Após a vice de Haddad afirmar que o juiz Sergio Moro tem motivações políticas, Ana Amélia disse que esta afirmação é preocupante, porque coloca em risco as investigações em caso de vitória do PT. "Eu temo pelo futuro da Lava Jato, a depender do resultado da eleição", disse.

Sem Mourão no debate, Bolsonaro foi pouco criticado. Até mesmo a vice da chapa tucana, que tenta atrair votos do capitão da reserva com o argumento de que só Alckmin é capaz de derrotar o PT no segundo turno, foi contida quando teve a oportunidade de falar sobre o líder das pesquisas, numa pergunta de uma jornalista sobre quem ela apoiaria em um eventual segundo turno entre os candidatos do PT e do PSL.

Ana Amélia se limitou a dizer que não trabalha com esse cenário e que Alckmin é o nome que representa a terceira via. "Geraldo Alckmin é a terceira via, pelo seu poder moderador, pela convergência ao centro", disse a vice do tucano. "Os desafios para 2019 são gigantescos e, sem essa capacidade de articulação [de Alckmin], o que nos espera é uma situação bastante complicada", disse.

A declaração de Ana Amélia, posicionando Alckmin como a terceira via, contrasta com o histórico do PSDB em disputas presidenciais. Desde 1994, o partido tem polarizado com PT, sempre ficando em primeiro ou segundo lugar. Venceu em 1994 e 1998, com Fernando Henrique Cardoso, e perdeu no segundo turno em 2002, 2006, 2010 e 2014, todas para candidatos petistas.

Manuela, já de olho num segundo turno contra Bolsonaro, foi mais incisiva em menções ao capitão da reserva. Em sua última fala, por exemplo, buscou contrapor a chapa petista à do candidato do PSL. Para isso, listou bandeiras que apoia, como a igualdade de direitos entre homens e mulheres, e, após citar cada uma, mencionava a hashtag #Elenão, para deixar claro que Bolsonaro representa o oposto. A hashtag foi o símbolo das manifestações de mulheres que ocorrerem em todo o Brasil no último sábado contra Bolsonaro.

Em resposta aos ataques de Kátia Abreu e Ana Amélia, Manuela ressaltou que o plano de governo do PT inclui desenvolvimento econômico com justiça social, reforçou a tese de que de que o combate à corrupção avançou no Brasil graças a instrumentos criados e fortalecidos nos governos petistas e disse que Haddad tem "tranquilidade e capacidade para lidar com as divergências".

Manuela D'Ávila (PCdoB), candidata a vice-presidente da chapa de Fernando Haddad, buscou apresentar o candidato petista como alguém "capaz de lidar com a divergência", após ter sido questionada sobre qual seria a sua reação em caso de impeachment de Haddad, se assumiria o governo ou renunciaria em solidariedade ao companheiro de chapa.

"Haddad é o homem certo para governar o País, com desenvolvimento com combate à desigualdade. Representamos a retomada do investimento público. Haddad tem tranquilidade e capacidade para lidar com a divergência", disse a vice em debate entre vices na corrida presidencial organizado por UOL, Folha de S.Paulo e SBT.

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"Como enfrentar crises com truculência, com ódio? Tratando mulheres e homens diferentes, negros e brancos diferentes? Não dá", afirmou, numa clara referência ao candidato Jair Bolsonaro (PSL)

Antes de responder à pergunta sobre um possível impeachment de Haddad, Manuela chegou a se referir ao questionamento como uma piada, mas se corrigiu logo em seguida. "Achei a piada, quer dizer, a pergunta, engraçadíssima", afirmou a vice de Haddad, que reiterou na sua resposta que não há hipótese de impeachment em um novo governo petista.

Manuela também comentou a última pesquisa Ibope, que foi divulgada na segunda-feira, dia 1º, e mostrou estagnação de Haddad com 21%, enquanto Jair Bolsonaro subiu 4 pontos, para 31%. Segundo ela, "as pesquisas sempre mostram oscilação".

"O que estamos vendo é que o segundo turno terá muita competição. A primeira disputa se dará entre tomar um rumo democrático ou não, se um projeto de país com desenvolvimento e justiça social, ou um projeto que trata homens e mulheres diferentes, negros e brancos diferentes", ressaltou.

A vice de Haddad também reforçou a narrativa petista de que os governos do PT foram os que mais fortaleceram os instrumentos de combate à corrupção e acrescentou que, se o partido voltar ao poder, serão criados mecanismos para também evitar a corrupção. Apesar disso, ela afirmou que a Lava Jato tem abusos. "Não há um brasileiro que não perceba motivação política do juiz Sergio Moro", declarou.

Em debate entre vices na corrida presidencial, a candidata Ana Amélia (PP), da chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), buscou emplacar a candidatura tucana como a terceira via de uma disputa que tem como líderes das pesquisas de intenção de voto Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

"Geraldo Alckmin é a terceira via, pelo seu poder moderador, pela convergência ao centro", disse a vice do tucano, em debate organizado por UOL, Folha de S.Paulo e SBT. "Os desafios para 2019 são gigantescos e, sem essa capacidade de articulação de Alckmin, o que nos espera é uma situação bastante complicada", disse Ana Amélia.

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A declaração da vice de Alckmin, posicionando o ex-governador como a terceira via, vai na contramão do histórico do PSDB em disputas presidenciais. Desde 1994, o partido tem polarizado com PT, sempre ficando em primeiro ou segundo lugar.

Ana Amélia evitou falar em um cenário de segundo turno sem a presença do tucano, apesar do candidato não ter conseguido se aproximar da segunda colocação, hoje ocupada por Haddad. Ela minimizou as pesquisas e considerou que a campanha ainda está em aberto.

"O segundo turno não está definido, só será definido no dia 7 de outubro. Não trabalhamos com essa hipótese estar fora do segundo turno. Se as pesquisas definissem a eleição, nós apenas consultaríamos Datafolha e Ibope", disse a candidata a vice, após ter questionada sobre quem a chapa apoiaria em um eventual segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.

A vice de Alckmin, que pouco falou sobre Bolsonaro, preferiu mirar seus ataques no PT. Após a vice de Haddad, Manuela D'Ávila, afirmar que o juiz Sergio Moro tem motivações políticas, Ana Amélia disse que esta afirmação era preocupante, porque coloca em risco as investigações em caso de vitória do PT. "Eu temo pelo futuro da Lava Jato, a depender do resultado da eleição", disse a ex-senadora.

Em debate entre vices na corrida presidencial, a candidata Kátia Abreu (PDT), da chapa de Ciro Gomes (PDT), atacou durante o presidenciável do PT, Fernando Haddad, nesta terça-feira, dia 2. Ela lembrou que o petista, quando prefeito de São Paulo, não conseguiu a reeleição e acrescentou que, por isso, Haddad não estaria preparado para assumir o Palácio do Planalto.

"Acho que o PT está brincando à beira do abismo. Haddad não tem a menor condição. Ele não soube governar São Paulo, foi reprovado como prefeito da maior capital da América Latina. Ele nem terminou o ensino médio e já quer ir para o ensino superior. Precisa repetir de ano para depois tentar a Presidência", disse Kátia Abreu, em debate organizado pelo UOL, Folha de S.Paulo e SBT.

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Para a vice de Ciro, Haddad nunca se refere ao seu período como prefeito de São Paulo durante a campanha presidencial. "Ele sempre escapa para sua experiência no Ministério da Educação, para suas bondades. Mas ele apenas cumpriu políticas públicas definidas pelo presidente da República. E deixou duas mil obras de creches inacabadas e um rombo no Fies", disse Kátia.

Em outro ataque ao PT, Kátia Abreu, que foi contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ressaltou que a Operação Lava Jato continuará depois do primeiro turno, com mais investigações.

"Há uma aversão ao PT por conta das denúncias de corrupção, muitos estão sendo investigados e alguns condenados. Essa lembrança vai persistir no segundo turno. A Lava Jato não acaba no dia 7 de outubro. Curitiba não vai dar paz ao PT. É esse país que queremos?", questionou a vice de Ciro Gomes.

O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) defendeu fazer uma reforma da Previdência no País, mas disse que detalhes como idade mínima e alíquota de contribuição terão de ser discutidos em uma "mesa de negociação" após o início de um eventual governo.

"Não tem tabu de discutir todas as variáveis, mas tem que sentar e negociar. Tem várias partes envolvidas", declarou Haddad, durante sabatina promovida por Folha de S.Paulo, UOL e SBT na capital paulista.

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O candidato afirmou que há "coisas úteis" na proposta apresentada pelo governo Michel Temer, mas ponderou que "os pobres pagarem a conta da crise não é razoável". O candidato defendeu que os regimes próprios de Previdência deveriam ser o objetivo inicial da reforma. "Muitos governadores e prefeitos não vão conseguir pagar suas contas", justificou.

Banco Central

Na sabatina, Fernando Haddad declarou ter uma "boa relação pessoal" com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, mas disse que o convite para um eventual governo está condicionado à concordância com as bases do programa de governo.

Ele reforçou que pretende promover uma reforma bancária já no primeiro ano de gestão, aumentando impostos para bancos que cobram juros mais altos do consumidor e reduzindo para instituições que forneçam crédito barato à população. Nas palavras de Haddad, Ilan veria essa ideia com "bons olhos".

Com a reforma bancária, Haddad disse entender que o papel do BNDES pode ser "repensado" e que os subsídios da instituição para empresas e setores específicos não precisariam existir nesse cenário. "Entendo que, com a reforma bancária que vamos fazer, os juros para o tomador final vão cair muito no Brasil", declarou.

Bolsonaro

Após o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) acusar o PT de tentar promover uma "fraude" nas eleições de outubro, Haddad cobrou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se manifeste em relação às declarações, dadas no domingo (16) pelo deputado no hospital onde está internado.

"Espero que o TSE se manifeste em elação a essas acusações que estão sendo feitas porque, na verdade, quem garante a lisura do processo é o TSE", disse Haddad, durante sabatina. "TSE não é petista, acabou de cassar a candidatura do presidente Lula desautorizando a ONU", afirmou o presidenciável do PT.

Ao comentar declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, Fernando Haddad afirmou que pessoas no governo do presidente Michel Temer "falam pelos cotovelos". Após o ataque contra Jair Bolsonaro, o militar disse, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, que a legitimidade de quem for eleito em outubro poderá ser questionada.

"Quem comanda as Forças Armadas é o presidente da República. Hoje acontece essa dispersão porque não há autoridade. Como você tem um presidente que não tem nenhuma autoridade, fala todo mundo pelos cotovelos", disse o candidato do PT.

Haddad prometeu ainda, em um eventual governo, demitir qualquer funcionário de cargo de confiança que defenda intervenção militar. "Se for cargo de confiança, está na rua no dia seguinte. Não se brinca com a democracia", declarou. Se um militar da ativa fizer a defesa, pontuou, sofrerá ato disciplinar como está previsto em regimento.

Lava Jato

Haddad defendeu punição contra "delator mentiroso" ao falar sobre a Operação Lava Jato. O presidenciável negou intenção em cortar as investigações no País, mas defendeu mudanças na legislação que envolve colaborações premiadas.

"Temos que estabelecer regras mais precisas sobre as punições para o delator mentiroso (...). Na regra geral, o corruptor é o que mais mentiu, então nós temos que corrigir algumas pequenas falhas para evoluir nas investigações", defendeu o ex-prefeito de São Paulo.

O secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco, Márcio Stefanni, contou que apesar da “frustração” na arrecadação do estado com a paralisação dos caminhoneiros uma boa notícia é que a folha de pagamento do mês de junho está garantida. “Uma coisa boa a se dizer é que mesmo com essa perda, com essa frustração de arrecadação, o governador Paulo Câmara garante o pagamento da folha do mês que vem”, disse após coletiva de imprensa na noite dessa quarta-feira (30), no Palácio do Campo das Princesas.

Stefanni disse que mais uma vez o governador mostra que tem mantido Pernambuco de pé. “O estado, que está forte, de pé e bem administrado pelo governador Paulo Câmara ajudou a União porque órgãos da União como o Judiciário aproveitaram a estrutura que nós mantivemos ao longo desses dias”. 

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O secretário voltou a afirmar que, na última segunda-feira (28), houve 100% da frota de ônibus nas ruas, o que foi questionado por uma parte da população. “Teve gente que não teve nem a oportunidade de andar de ônibus na segunda-feira, apenas Recife e Curitiba tiveram 100% da frota de ônibus nas ruas”, reiterou. 

Ele também falou que, enquanto outros estados como Minas Gerais decretaram ponto facultativo, em Pernambuco as escolas ficaram abertas mesmo com a paralisação. 

Na última terça-feira (29), o gestor contou que o prejuízo estimado apenas na semana passada foi de um R$ 1,2 bilhão. De acordo com Stefanni, foram R$ 265 milhões arrecadados a menos. “São R$ 265 milhões a menos na prestação de serviços como os nossos hospitais, que são retirados da melhor educação pública do Brasil. Nós não podemos concordar com isso”, lamentou na ocasião. 

 

Com dificuldades para crescer nas pesquisas eleitorais, o pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, procurou, nesta quarta-feira, 23, se diferenciar do que considera pré-candidaturas "do extremo" e igualou o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) ao PT.

"O que anda para trás é caranguejo. O Brasil não vai regredir, o sofrimento foi muito grande com esse período populista", disse Alckmin, ao ser questionado sobre Bolsonaro durante sabatina realizada pela Folha de S.Paulo, UOL e SBT. "O Bolsonaro e o PT é a mesma coisa, é corporativismo puro", atacou.

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Já sobre o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto pelo PDT, o tucano destacou que há diferenças "conceituais", mas evitou fazer críticas ao pedetista. "Tenho discordância conceitual com o Ciro, mas acho que ele tem espírito público. Ele não é corporativista", disse o tucano.

Alckmin destacou, no entanto, que o presidenciável do PDT tem uma visão de "reestatizar" o País. "Eu quero reduzir o papel do Estado e privatizar", comentou.

Azeredo e Aécio

Com a ordem de prisão contra o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), Alckmin, que preside o partido, procurou novamente distanciar seu partido do PT, cujo principal líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está preso em Curitiba. "Não vamos acampar na porta de penitenciária", afirmou, sem mencionar diretamente o ex-governador mineiro.

Sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG), réu no Supremo Tribunal Federal, Alckmin disse que "certamente" o parlamentar não será candidato às eleições deste ano. "Não tenho nem que subir em palanque de Aécio."

Centro

Idealizador de um manifesto para unir o chamado "centro democrático e reformista", Alckmin pregou a união de partidos de centro em turno de uma candidatura única à Presidência, mas reconheceu que o campo não terá apenas um candidato no primeiro turno. Ele revelou que PSDB e PPS, além de parlamentares do PSD, PTB e PV, já assinaram o documento.

O tucano repetiu que só deve crescer nas pesquisas quando a campanha começar no rádio e na TV. "O quatro é multipartidário e, para isso, tem segundo turno. O que nós vamos fazer é suar a camisa para chegar no segundo turno", afirmou o ex-governador, dizendo que, atualmente, o PSDB está caminhando para uma aliança com cinco partidos. Ele destacou que as pesquisas, no momento, apenas "olham para trás" e que os candidatos "fora dos extremos" devem crescer no período oficial da campanha.

"Esta é uma eleição de resistência e de chegada", declarou. "Precisa ter resistência, não aceitar todas as provocações, passar por cima delas e perseverar."

Geraldo Alckmin classificou ainda como "fake news" a especulação sobre a possibilidade do ex-prefeito de São Paulo João Doria substituí-lo como candidato do PSDB à Presidência da República. "Fake news. Não existe isso, o João Doria é candidato ao governo de São Paulo. É impressionante a criatividade", disse Alckmin, apontando a especulação como "criatividade" em busca de uma novidade e comparando o caso com o apresentador de TV Luciano Huck e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que chegaram a considerar a hipótese de entrar na corrida presidencial.

Previdência

Prometendo apresentar uma reforma da Previdência que iguale os trabalhadores dos setores público e privado, Alckmin disse que os militares não ficariam de fora de uma reforma apresentada em um eventual governo, mas que a proposta para as Forças Armadas precisa ser discutida de forma separada.

"Pretendo fazer um regime único, com uma exceção, as Forças Armadas", disse o tucano na sabatin. "Não vão ficar fora da reforma, pretendo sentar com as Forças Armadas, eles sabem disso, que não podemos continuar nesse modelo", reforçou o tucano, ponderando que no "mundo inteiro" o regime previdenciário dos militares é diferente dos demais servidores.

Alckmin voltou a defender as reformas da Previdência, trabalhista, tributária e de redução do Estado. Ele disse que a reforma trabalhista apresentada pelo presidente Michel Temer foi "bem feita" e que aperfeiçoaria apenas questões pontuais, como a condição de gestantes em trabalho insalubre.

O presidenciável repetiu sua promessa de zerar o déficit primário "em menos de dois anos", afirmando que, sem reformas, o Brasil caminha para uma "decadência econômica" nos próximos anos.

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