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O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) orientou, nesta terça-feira (1º), que os seus militantes organizem manifestações para desbloquear as rodovias brasileiras em respeito ao resultado das eleições. Desde domingo (30), bolsonaristas bloqueiam rodovias em mais de 20 Estados e no Distrito Federal para contestar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comando da Presidência da República. O presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na disputa, segue em silêncio desde então.

Em nota, o MTST diz que sempre esteve nas ruas lutando por direitos legítimos e questiona a forma como a polícia vem tratando as ações organizadas por bolsonaristas.

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“Nós do MTST sempre estivemos nas ruas lutando por direitos sociais legítimos como casa e comida. Muitas dessas vezes fomos recebidos com tiros, bombas, agressões e prisões. Diante disso, a coordenação nacional do MTST orienta sua militância nos estados a organizar manifestações para desbloquear as principais vias de acesso, exigindo o respeito às eleições. Esperamos ser tão bem recebidos pelas forças de segurança quanto os bolsonaristas estão sendo", diz o texto.

Além de contestar o resultado das urnas, os eleitores de Jair Bolsonaro também defendem intervenção militar, o que é inconstitucional. Uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ordena o desbloqueio das estradas e o uso das polícias militares.

Veja a nota na íntegra:

"Nos últimos 4 anos, observamos no Brasil a construção de um governo autoritário, fascista. Foram inúmeras as manifestações de desrespeito aos princípios democráticos, com ataques à imprensa, ao livre direito de manifestação, às instituições e ao sistema eleitoral.

Desde domingo, observamos no país travamentos que contestam o resultado eleitoral e pedem intervenção militar. Tais protestos acontecem com a complacência de forças de segurança, como a PRF.

Nós do MTST sempre estivemos nas ruas lutando por direitos sociais legítimos como casa e comida. Muitas dessas vezes fomos recebidos com tiros, bombas, agressões e prisões.

Diante disso, a coordenação nacional do MTST orienta sua militância nos estados a organizar manifestações para desbloquear as principais vias de acesso, exigindo o respeito às eleições. Esperamos ser tão bem recebidos pelas forças de segurança quanto os bolsonaristas estão sendo."

 

Militantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro (PL) tentam boicotar a convenção nacional do partido marcada para este domingo (24), no Macaranãzinho, no Rio de Janeiro. A entrada para o evento é gratuita, mediante cadastro no Sympla.

A inscrição para ter acesso ao evento ocorre até a quinta (21) e o interessado precisa repassar dados pessoais. Nas redes sociais, críticos do presidente incentivam que as entradas sejam solicitadas para atingir o limite do evento. Dessa forma, os apoiadores de Bolsonaro não teriam acesso à convenção e o evento teria um público baixo.

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  O equipamento atingiu militantes que aguardam evento do ex-presidente  Um drone jogou fezes e urina em militantes que aguardavam evento do ex-presidente Lula (PT) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), nesta quarta-feira (15). O local do ocorrido foi na Universidade do Triângulo Mineiro, em Uberlândia. 

O evento tinha como objetivo marcar a aliança de Lula e Kalil, que deve concorrer ao governo mineiro. No entanto, os apoiadores do ex-presidente, foram surpreendidos com um drone sobrevoando o local, jogando fezes e urina.

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Após o ataque, os militantes correram e tentaram jogar pedras e pedaços de pau no drone, mas foram repreendidos por seguranças.

Na manhã desta terça-feira (1), militantes do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Partido da Causa Operária (PCO) brigaram em frente à sede do Consulado da Rússia no Rio de Janeiro. Enquanto o PCO apoia a Rússia no conflito contra a Ucrânia, o MBL é contrário à invasão do país.

Pelo menos três integrantes do PCO foram presos. Segundo um vídeo que circula nas redes sociais, a confusão começou depois que o MBL dirigiu provocações ao PCO, utilizando um sistema de som. Três homens com as camisas do partido, então, passam a bater em integrantes do MBL com mastros de bandeiras.

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Pelas imagens, não é possível identificar se a militância do MBL revidou às agressões físicas. Uma transmissão ao vivo do Diário da Causa Operária, veículo de comunicação oficial do PCO, registrou o momento em que três homens foram detidos pela Polícia Militar.

Uma nota publicada pelo partido identificou os militantes presos como Heinrick, Luan, Vinicius e Caetano. PCO convocou a militância para comparecer à 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, para onde o trio foi conduzido. 

Na ressaca do 7 de setembro, militantes bolsonaristas tentaram invadir o Ministério da Saúde, na manhã desta quarta-feira (8). Em imagens que circulam na internet, seguranças do prédio da seda da pasta seguram o portão de acesso para bloquear a invasão.

Apesar da situação aparentemente controlada, grupos em defesa do presidente seguem acampados na Esplanada dos Ministérios para pressionar pela dissolução do Supremo Tribunal Federal (STF). Servidores amedrontados buscaram abrigo no edifício.

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Na véspera dos atos antidemocráticos convocados por Bolsonaro, seus apoiadores derrubaram barreiras de proteção, entraram em confronto com policiais militares e depredaram equipamentos públicos próximos ao Itamaraty.

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Militantes ligados ao cantor Sérgio Reis se encontraram com ministros e deputados em Brasília nas últimas semanas. Após convocar um grande ato político de apoio popular ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia 7 de Setembro, o cantor disse que "era tudo brincadeira".

A manifestação repetiria os moldes antidemocráticos das anteriores, com pressão por uma alçada das Forças Armadas e pelo fim do Supremo Tribunal Federal (STF). Os encontros entre o grupo e representantes políticos ligados a Bolsonaro estão sob suspeita na Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou mandados de buscas e apreensões ao próprio STF.

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No domingo (15), dois dos três investigados pela Polícia Federal (PF) publicaram fotos nas redes socias com o general Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em corredores do Planalto, segundo o Uol.

Até o irmão de Bolsonaro

Os membros da organização bolsonarista também estiveram com a secretária especial de articulação social, Gabriele Araújo, ligada à Secretaria de Governo (Segov). Na ocasião, um deles publicou no Instagram que o grupo cumpriu "agenda" com a secretária.

Além do ministro do Turismo, Gilson Machado, nomes como os deputados Carla Zambelli (PSL-SP), Nelson Barbudo (PSL-MT) e Hélio Lopes (PSL-RJ) atenderam os ativitas Juliano Martins, Turíbio Torres e Zé Trovão. Até Renato Bolsonaro, irmão do presidente aparecem em registros com o grupo.

Encontros fora da agenda oficial

Nenhum dos encontros estão registrados nas agendas oficiais de Heleno e Gabriele.

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No protesto pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife, neste sábado (24), a bandeira do Brasil foi erguida com orgulho por manifestantes, que realizaram uma espécie de 'ato reverso' aos apoiadores do chefe do Executivo.

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Enquanto reivindicam a posse do principal símbolo nacional nos atos pró-governo, admiradores de Bolsonaro impõe a cor vermelha aos opositores. Na capital pernambucana, bandeiras do Brasil voltaram a tremular como um ato de resgate.

'Sempre vou usar por que sou brasileira. Eu acho que nós todos somos brasileiros, e a bandeira é nossa. Não é de Bolsonaro", afirmou a aposentada Nilza Barbosa.

 Entre bandanas, faixas, roupas e artigos em verde amarelo, diversos manifestantes fizeram questão de seguir a passeata nas ruas do Centro com representações da nação.

Acompanhe

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O #24J é um movimento de protesto nacional realizado nesse sábado (24) contra a política adotada pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre as capitais e municípios tanto do Brasil, quanto do exterior, 430 atos foram confirmados.

Militantes filiados ao Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco, divulgaram um abaixo-assinado para que integrantes da legenda entreguem os cargos que ocupam no Governo do Estado. Além disso, eles também pedem a abertura de processos disciplinares contra participantes que teriam sido infiéis ao partido nas eleições de 2020.

No texto de apresentação da coleta de assinaturas, o grupo afirma concordar com a nota feita pela Secretaria da Juventude do PT, em 16 de dezembro, que pedia o rompimento do partido com os pessebistas no plano estadual. De acordo com o Blog do Jamildo, o movimento, crítico ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), ocorre desde dezembro e conta com mais de 300 assinaturas de filiados do PT local. 

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A coleta de assinaturas começou pouco tempo depois que Marília Arraes (PT) foi derrotada por João Campos (PSB), no segundo turno. A autoria é da militante petista Raísa Rabelo. Confira o que diz:

“Nós, abaixo-assinado, militantes filiados ao Partido dos Trabalhadores, temos plena concordância com os termos da nota emitida pela Secretaria da Juventude do PT e vimos solicitados da Direção Estadual que todas as providências sejam retiradas para encaminhamento das seguintes questões: 1. Entrega imediata dos cargos comissionados ocupados nas gestões do PSB, estadual e municipal do Recife; 2. Abertura de processos disciplinares contra filiados e filiadas que praticaram infidelidade partidária nas avaliações municipais do Recife, sobre os quais existe amplo material comprobatório ”, diz o abaixo-assinado.

Atualmente, o atual secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco é Dilson Peixoto, do PT , que ocupa o cargo por indicação da ala próxima ao senador Humberto Costa. O diretório do Partido dos Trabalhadores de Pernambuco, presidido pelo deputado estadual Doriel Barros, ainda não deliberou sobre a aliança com o PSB em âmbito estadual. A intenção do grupo de militantes é levar o pedido ao diretório nacional da sigla.

Um monitoramento do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) registrou pelo menos seis ocorrências de agressões ou tentativas de homicídio contra candidatos foram registradas em todo o país. Considerando todo o ano eleitoral, foram 82 militantes e candidatos assassinados e 170 agressões de janeiro a outubro, de acordo com o levantamento do pesquisador Pablo Nunes, que coordena o CESeC.

“Não deixa de ser dramático o grau de violência contra pessoas que são mortas por defender suas bandeiras. A proximidade das eleições fez com que o número de casos aumentasse desde julho, mas os primeiros meses de 2020 já tinham sido muito violentos”, disse o cientista político ao jornal El País.

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Para traçar uma comparação, na última eleição municipal do Brasil, em 2016, durante todo o período eleitoral (1º e 2º turnos) foram registrados 100 assassinatos políticos no país. Com 82 até o momento em 2020, ainda não chegamos ao dia da eleição do 1º turno. A primeira execução registrada foi do prefeito de Imbuia, no interior de Santa Catarina, João Schwambach (MDB), no dia 9 de janeiro, morto com dois tiros nas imediações da Prefeitura. Os disparos saíram da arma do motorista José Cardoso, que teria se suicidado depois do crime. Até o momento o mês de setembro, que marcou o início da campanha eleitoral, foi o mais violento de todos com 13 homicídios catalogados. 

Pernambuco teve 13 assassinatos ligados à política desde o mês de janeiro e o município de Gameleira, com 30 mil habitantes, teve dois dos seus 11 vereadores assassinados em crimes que seguem sob investigação. 

Em Itambé, na divisa com a Paraíba, que tem o apelido de “Fronteira do Medo”, o empresário Adson Mattos foi assassinado no mês de agosto por fazer denúncias e críticas a políticos, 10 anos após a execução de seu primo Manoel Mattos (PT), que era vereador e ativista dos direitos humanos. 

“É um estado que há muito tempo figura como um dos lugares onde há mais atentados contra políticos. Nas cidades do interior, rivalidades políticas passam de pai pra filho, e a violência se reproduz de geração para geração”, diz Pablo Nunes.

O Rio de Janeiro registra 8 assassinatos e outro grande problema: a presença de milicianos no jogo eleitoral. Em 2016, nove políticos foram assassinados em regiões controladas por milícias, especialmente na Baixada Fluminense. Nos casos recentes, a polícia investiga se há relação dos crimes com grupos armados paramilitares. 

Para tentar coibir a influência violenta de milicianos nas eleições municipais de 2020, a Polícia Civil criou uma força-tarefa para combater o crime organizado na Baixada. A primeira operação, em outubro, levou à morte de 12 suspeitos de integrar milícias. Os trabalhos são coordenados pelo delegado Giniton Lages, responsável por prender os supostos executores da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, crime que está há mais de dois anos sem identificação dos mandantes. 

A operação, no entanto, não bastou para impedir o assassinato de  Renata Castro, cabo eleitoral ligada a um tradicional clã político da cidade, a família Cozzolino (PP), e que fazia campanha para o policial Pablo Vasconcelos (PSL), candidato a vereador. Na semana de sua morte, Renata denunciou nas redes sociais e à Polícia Federal que estava sendo ameaçada por pelos vereadores Clevinho Vidal (PCdoB) e Felipe da Gráfica (PTB), que negam as acusações.  Em agosto, a pré-candidata a vereadora Tia Sandra (PSB) foi morta por traficantes. 

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Militantes do ex-prefeito de Salgueiro Marcones Libório de Sá (PSB) foram impedidos por policiais militares e federais de realizar uma manifestação pública de campanha neste sábado (31). O ato infringe a determinação dada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) dada na última quinta-feira (29), que proíbe campanhas de rua em todo o estado. 

O ex-prefeito concorre ao cargo de gestor municipal e seus apoiadores já estavam nas ruas com carros de som, motoqueiros e bandeiras do candidato. Eles chegaram a passar por diversas ruas da cidade quando foram interrompidos pela ação dos oficiais. 

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De acordo com o blog Alvinho Patriota, foram apreendidos os veículos que participavam da carreata e alguns dos militantes chegaram a serem encaminhados para a delegacia. Por conta do aumento de casos de coronavírus em Pernambuco, atos de campanha estão proibidos para evitar a aglomeração de pessoas e a disseminação da doença.

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma investigação para apurar e punir as invasões a hospitais e outras unidades de saúde por políticos e militantes promovendo desordem, ameaças e danos ao patrimônio durante a pandemia de Covid-19. A informação é da revista Veja. 

“Conforme amplamente divulgado nos meios de comunicação em massa, nos últimos dias, têm ocorrido, em variados locais do país, episódios de ameaças e agressões a profissionais de saúde que atuam no combate à epidemia do vírus Covid-19, além de danos ao patrimônio público. Nesse sentido, chegou ao conhecimento deste signatário o conteúdo de gravação audiovisual de evento supostamente ocorrido na última terça-feira (dia 09 de junho de 2020), em que um indivíduo ofende profissional de saúde em frente ao Hospital Regional de Ceilândia, causando perturbação ao funcionamento da mencionada unidade”, escreveu o PGR.

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Apesar de as invasões terem começado após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ter estimulado sua realização em uma live nas redes sociais, ele não será investigado pois, na opinião de Aras, Bolsonaro não cometeu crime. “Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”, disse o presidente durante a transmissão.

Aras justifica a não inclusão de Bolsonaro na investigação alegando que a ação ilegal está no ato de invadir as unidades de saúde, e que vai autuar até mesmo as pessoas que causaram desordem em hospitais e têm foro privilegiado. A atitude do presidente, no entanto, gerou intensas reações dentro e fora do espectro político. 

Os nove governadores que integram o Consórcio Nordeste publicaram uma carta na sexta-feira (12) rebatendo o pedido de invasões feito por Bolsonaro em suas tradicionais lives de quinta-feira. O documento dizia que o “mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando as orientações científicas, bem como a estimular agressões contra jornalistas e veículos de comunicação, violando a liberdade de imprensa garantida na Constituição”. 

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) chamou a incitação à invasão de “descabida” e neste domingo (14) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, deu uma declaração contrariando a postura de Augusto Aras ao afirmar que estimular a invasão a hospitais é, sim, crime. 

“Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, declarou o ministro da suprema corte.   

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Desde o último domingo (31), quando grupos antifascistas ligados a torcidas organizadas de times de futebol organizaram atos pela democracia e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em várias cidades, têm surgido postagens nas redes sociais com imagens de uma bandeira associada ao movimento antifascista, com usuários se identificando com esse posicionamento político. O LeiaJá ouviu professores e uma ativista para explicar o conceito de antifascismo e o que significa a bandeira antifa, como o movimento também é chamado. 

O que é o fascismo?

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Karl Schuster é historiador e professor há 17 anos, fez pós-doutorado em História Contemporânea pela Universidade Livre de Berlim e atualmente é livre docente da Universidade de Pernambuco (UPE). Ele explica que: “entende-se por fascismo o conjunto de movimentos políticos que pavimentaram a chegada da extrema-direita ao poder na Europa durante a década de 1920”, mas também as manifestações contemporâneas que se dão dentro de sistemas democráticos e tentam destruir o estado democrático de direito aos poucos. 

“O modo de atuar no novo fascismo promove uma erosão do ambiente democrático. A erosão é gradual, cria inimigos internos, produz isolamento, enfim, ameaça o sistema como um todo. Daí a importância do uso do plural, fascismos. O nazismo foi, em verdade, um tipo de fascismo. Esses movimentos são aquilo que o historiador alemão Ernst Nolte chamou de Anti, são antiliberais, anticomunistas, antimarxistas. O alimento da política e do discurso fascista é a eterna sensação de que o país vai de mal a pior e que apenas eles, os fascistas, seriam capazes de restituir o que a sociedade perdeu, seja por defender um ultra fanatismo em costumes, retomando pautas já superadas, ou com o discurso de que são a própria renovação de uma política carcomida pela corrupção”, explicou o professor. 

No Brasil, de acordo com o professor de história José Carlos Mardock, o fascismo teve uma relação forte com o governo de Getúlio Vargas no período ditatorial do Estado Novo, perseguindo seus opositores. “O escritor alagoano Graciliano Ramos, que era membro do Partido Comunista Brasileiro, foi um dos presos políticos do Estado Novo a transitar pelos calabouços da repressão. Toda a sua experiência está relatada no livro Memórias do Cárcere”, contou Mardock.

Jones Manoel tem 30 anos, é historiador, mestre em serviço social, educador e comunicador popular, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do movimento negro. Ele explica uma das manifestações do fascismo no Brasil se deu por meio do Integralismo, liderado por Plínio Salgado, num grande partido que chegou a ter mais de 80 mil militantes. 

“Basicamente defendia resgatar uma ideia de brasilidade dentro de um programa nacionalista conservador, violentamente anti comunista, anti sindicatos, anti militância que misturava positivismo com fascismo e supostas tradições reais do Brasil. O Brasil desde os anos 1930 para cá nunca teve movimentos de massa fascistas, mas sempre teve pequenos grupos que reivindicam o nazismo, o nazifascismo, via de regra agindo numa perspectiva de gangue, fazendo ataques contra mendigos, homossexuais, pessoas em situação de rua e por aí vai”, disse Jones.  

Movimento e bandeira antifascista

Os movimentos de resistência aos diferentes tipos de fascismo surgem porque, como explica o professor Karl, “O fascismo não morreu com Hitler ou com o fim da segunda guerra mundial. Da mesma forma que os fascistas e as condições sociais para sua existência continuaram existindo, a resistência também. Sempre existirão [ameaças fascistas] enquanto continuarmos com as condições sociais do fascismo. Para mim, fascismo é a negação do outro. É um forte problema de alteridade e de entendimento de existência do outro como inimigo a ser aniquilado”, explicou o professor. 

Ele também conta que o enfrentamento ao fascismo nem sempre nasce de grupos necessariamente denominados antifascistas ou em momentos em que a ameaça é iminente e muito forte, mas também de pautas de movimentos da sociedade civil em busca de mais democracia. 

“[Há movimentos que] não são necessariamente antifascismo, eles abraçam essa pauta por serem movimentos que vigiam, garantem o mínimo de manutenção do estado democrático. Eles são fundamentais para a democracia e existem mesmo sem o fascismo como perigo eminente. Eles nascem da sociedade civil organizada. Nascem da natureza desigual do estado e se fundam numa luta constante por reconhecimento e autonomia das minorias ou de pautas de inclusão, de direitos humanos ou mesmo de reforma agrária, no caso do passado recente do Brasil”, disse o professor Karl Schuster. 

Os movimentos conhecidos como “antifas” surgiram, segundo o professor Mardock, da união entre os partidos Comunista Alemão (KPD) e o socialista alemão (SPD) da luta contra o fortalecimento nazista na década de 1930. “Os partidos KPD E SPD, juntos, venceram Hitler nas eleições de 1933, daí a justificativa para as bandeiras”, explicou ele.

Já o professor Karl conta que a imagem das duas bandeiras, que também aparecem em vermelho e preto, representam uma ideia da criação de uma frente única contra o fascismo e também representam o anarquismo. “Essa bandeira representa a ideia de frente única, a ideia de que todos que são antifascistas estariam unidos, ao menos naquele momento, contra a avalanche fascistizante. As cores representam o anarquismo, o socialismo libertário. Liberdade de quaisquer tipos de hierarquia e coerção são fundamentais nessas duas correntes, que têm rejeitam o socialismo clássico por não aceitarem a hierarquia. Para ambos, o controle centralizado deve ser destruído e abolir o controle autoritário sobre os meios de produção é a ideia central”, contou ele.

De acordo com o historiador, educador e mestre em serviço social, Jones Manoel, havia uma disputa entre anarquistas e comunistas pela “cabeça” do movimento operário, mas diante da ameaça de um grande inimigo maior, foi necessário unir forças. “Como o fascismo tem a característica de montar suas tropas de choque, suas milícias armadas, o antifascismo se dava a partir de ações de massa, debates, ações culturais, mas também ações de rua para tentar intimidar os fascistas e não deixar que eles tomassem conta da arena pública. Aqui no Brasil teve um famoso evento antifascista, a batalha da Praça da Sé, quando antifascistas de variadas matizes se uniram para expulsar os integralistas numa batalha que envolveu muita porrada, agressões físicas e alguns tiros, num episódio em que os comunistas colocaram os fascistas para correr no episódio que ficou conhecido como a ‘revoada das galinhas verdes’. Basicamente os grupos antifas surgem da percepção do movimento operário do perigo que o fascismo representa”, explicou ele.

Reunião de grupo da Juventude Integralista, grupo fascista brasileiro/Domínio Público

Militância on-line e nas ruas

A advogada Ana Cristina Rossi, de 28 anos, é natural de Florianópolis mas mora em São Paulo desde 2013, ano em que começou a participar de manifestações de rua. Em 2016, junto com outros dois amigos, ela fundou o Coletivo Pela Democracia, com o objetivo de promover atos e impedir o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Recentemente, em decisão conjunta com os demais administradores do coletivo, o grupo mudou de nome e passou a se chamar “Coletivo Democrático Antifascista M14”. 

“Com o avanço dos retrocessos e os absurdos que o Presidente vinha propagando dia a dia, a ineficiência desse governo no combate ao Covid-19, foi gerando uma revolta muito grande, então sugeri um novo nome. Sempre tivemos esse posicionamento antifascismo, contra a extrema-direita, racismo, xenofobia. Nossa ideologia é completamente voltada ao socialismo, comunismo, de forma que a gente era a oposição da oposição para esse governo. O discurso desse governo é fascista, nossa principal pauta é a democracia”, contou ela. 

Questionada sobre a razão para, em sua opinião, ter crescido o volume de pessoas nas redes sociais se identificando como antifascistas, Cristina aponta uma conexão entre os atos contra a violência policial que têm ocorrido nos Estados Unidos e a realidade violenta que também é fortemente enfrentada nas periferias do Brasil. 

“Eu acredito que tenha relação em primeiro lugar com o movimento #blacklivesmatter. Esse movimento se alinhou muito com o que está acontecendo aqui no Brasil, o número de mortos nas periferias do Brasil, a forma como a polícia atira indiscriminadamente no povo preto. Dois coletivos se reuniram para combater esse fascismo crescente na América: Democracia Corinthians e Palmeiras antifascista, se eu não me engano, estavam na [Avenida] Paulista com uma pauta muito bacana, Anti Bolsonarista, e houve confronto com a polícia. Isso tudo foi uma das razões para deixar bem claro o que eu já sei desde sempre sofremos com a ação da PM do governo de SP, mas agora eles se sentem legitimados”, afirmou a advogada. 

Jones Manoel, de 30 anos, nasceu na favela da Borborema, zona sul do Recife. Negro, filho de empregada doméstica e órfão de pai aos 11 anos, precisou trabalhar ainda na adolescência e conta que aos 19 anos um amigo lhe apresentou a universidade. A partir desse momento, ele começou a se empenhar para o vestibular e conseguiu a aprovação, montando depois um cursinho popular ao descobrir que junto a outros dois amigos de sua comunidade, eles eram os primeiros daquela região a entrar na universidade. O projeto durou dois anos e ajudou 30 jovens a serem aprovados. 

Durante sua vida de militância, além do PCB e do movimento negro, Jones participou de outros espaços de luta política, como o movimento estudantil, movimento passe livre e jornadas de junho, entre outras atividades. Questionado sobre as razões pelas quais acredita que as imagens da bandeira antifascista passaram a ter um compartilhamento massivo nas redes sociais desde o último final de semana, Jones aponta tanto para o perfil autoritário do projeto bolsonarista de governo quanto para os atos pró-democracia e antifascistas realizados no domingo (31). 

“Os atos de domingo abertamente se colocando em defesa da democracia numa perspectiva popular e antifascista, deram um gás, renovaram esperança e chamaram atenção. Eu acho que é por isso que se colocou essa ideia do antifascismo, porque não existe mais dúvidas que o projeto bolsonarista é fascista. O governo não é fascista, o Estado não é fascista, o fascismo enquanto regime político não está implantado no Brasil e nem eu acho que vai, espero estar certo, mas Weintraub, Ricardo Salles, Bolsonaro, são ideologicamente fascistas, têm uma simbologia fascista e vários grupos fascistas os apoiam”, diz.

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O Grupo Globo e o Grupo Folha anunciaram que vão retirar seus repórteres da cobertura da entrada do Palácio da Alvorada. A decisão foi tomada após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro hostilizarem os jornalistas no local, prática que estaria ficando recorrente e subindo o tom em frente à residência presidencial.

 O Grupo Globo comunicou sua decisão por carta ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. "São muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico", diz a nota. A Folha informou que a cobertura no local está suspensa até que o Palácio do Planalto garanta a segurança dos profissionais de imprensa.

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 A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu nota apoiando a decisão dos dois grupos. "Esses ataques ganharam corpo e se tornaram mais graves, havendo, inclusive, agressões físicas a repórteres por parte da claque bolsonarista", diz trecho.

 Na segunda-feira (25), as agressões verbais ocorreram após Bolsonaro criticar os jornalistas. "O dia em que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês", disse o presidente. A claque chamou os jornalistas de comunistas, escória, lixos, ratos, entre outros termos. 

O jornal Correio Braziliense já havia deixado a cobertura. Segundo o veículo, além da exaltação dos apoiadores do presidente, a medida também foi tomada por causa das aglomerações e o contato com pessoas sem máscara de proteção.

Na tarde desta sexta-feira (3), o presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) criticou a atual formulação dos livros didáticos utilizados pelas escolas públicas do país. Na opinião dele, o material que será distribuído até este ano e que foi elaborado em outros governos “tem muita coisa escrita”. 

“Tem livros que vamos ser obrigados a distribuir esse ano ainda levando-se em conta a sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. Em 2021, todos os livros serão nossos. Feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hina nacional. Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado. Muita coisa escrita, tem que suavizar aquilo”, afirmou Bolsonaro. 

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O presidente também voltou a fazer críticas ao educador Paulo Freire, frequentemente atacado por ele e outros membros de seu governo. Na ocasião, Bolsonaro atrelou o baixo desempenho do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) PISA às ideias de Freire. "Falando em suavizar, estou vendo um cabeça branca ali, estudei na cartilha Caminho Suave. Você não esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire. O cara ficou dez anos e a garotada de 15 anos foi fazer a prova do Pisa e mais da metade não sabe fazer uma regra de três simples. Não deu certo”, disse ele. 

Ainda de acordo com Bolsonaro, os governantes de esquerda “plantaram militantes” na educação e acabaram com escolas. “O que a esquerda plantou na educação? Plantou militância. Tanto é que o pessoal vota no PT e no PSOL. A molecada [vota no] PT e PSOL. Chegou ao cúmulo de acabar com uma escola como o Colégio Dom Pedro II, no Rio de Janeiro. Acabaram com o Pedro II. Menino de saia, MST lá dentro. E outras coisas mais que não quero falar aqui”, afirmou o presidente, referindo-se à decisão do Colégio Dom Pedro II que autorizou os estudantes a usarem saia ou bermuda, independente do gênero, seguindo uma resolução do próprio Ministério da Educação (MEC).

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O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com base na Lei de Segurança Nacional. O argumento do senador é que o petista, livre da prisão desde a última sexta-feira, 8, incitou a violência contra a ordem pública ao pedir para a militância "atacar" como manifestantes no Chile.

No sábado, 9, em São Bernardo do Campo, Lula chamou militantes para uma reação ao governo do presidente Jair Bolsonaro, declarando ser necessário "atacar" e não apenas se defender. "É uma questão de honra a gente recuperar esse País. A gente tem que seguir o exemplo do povo do Chile, do povo da Bolívia. A gente tem que resistir. Não é resistir. Na verdade, é lutar, é atacar e não apenas se defender. A gente está muito tranquilo", declarou Lula.

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Na representação, Olimpio pede ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para requerer a prisão preventiva de Lula por incitar a subversão da ordem pública e instaurar procedimentos para responsabilização por crimes previstos na Lei de Segurança Nacional e na legislação que tipifica os crimes contra o Estado e a ordem política e social.

"Uma incitação desta natureza ultrapassa qualquer razoabilidade de liberdade de expressão e demonstra um projeto de poder que quer se utilizar da violência e da quebra da ordem pública para a proteção de criminosos", diz Olimpio no documento encaminhado à PGR.

As integrantes da Juntas (PSOL), que conquistou o primeiro mandato coletivo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), irão se apresentar em grande estilo no dia da posse, que acontece nesta sexta-feira (1°). As deputadas eleitas convidaram os militantes e eleitores a participarem de um “arrastão popular” em ritmo de comemoração ao início do mandato. 

Carol Vergolino, que é produtora audiovisual; Robeyoncé Lima, advogada trans; Joelma Carla, estudante; Jô Cavalcanti, ambulante; e Kátia Cunha, professora, que compõe a Juntas, irão caminhar do Shopping Boa Vista, na Avenida homônima, no Centro do Recife, até a Alepe. A concentração será a partir das 13h. Na Casa José Mariano, onde acontecerá a cerimônia oficial de posse, elas vão disponibilizar um telão para que o grupo acompanhe o momento e após oficializadas como integrantes da Alepe, às 16h, haverá uma programação cultural.

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Por meio das redes sociais, Robeyoncé disse que sexta-feira será um dia para fazer história. “A primeira mandata feminista, coletiva, antirracista e popular agora é realidade e chega na Alepe de cabeça erguida, honrada pela diversidade que carrega e pronta para usar as competências e saberes que vêm das lutas para atuar nas diversas frentes legislativas rumo à justiça social.Vamos comemorar e trabalhar juntas e juntos”, afirmou. 

Em outubro de 2018, elas foram eleitas com quase 40 mil votos. A criação de um centro de acolhimento para animais de grande porte no Estado, a ampliação do sistema que ofereça cuidados para a saúde da mulher e a implantação de um centro de acolhimento para as mulheres vítimas de violência fazem parte da promessa de campanha da Juntas. 

Um grupo de militantes petistas irá passar a virada do ano, nesta segunda-feira (31), nas mediações da sede da Polícia Federal, em Curitiba, em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde o dia 7 de abril deste ano. A vigília denominada “Lula Livre” teve início às 9h da manhã e deve reunir um grande número de pessoas. 

Além de confirmada a presença da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, uma comitiva de deputados e caravanas do Brasil inteiro devem participar do ato. Um convite compartilhado nas redes sociais da senadora pede para que “ninguém solte a mão de ninguém”. 

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Uma vaquinha virtual chegou a ser criada para arrecadar fundos com o objetivo de custear o evento como transporte e para que uma ceia seja montada no alojamento. A vigília foi organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e a Secretaria Municipal de Mulheres do PT de São Paulo. 

Já na terça-feira (1), a expectativa é que de forma simbólica a militância e aliados de Lula “abracem” o quarteirão da PF. “Onde um inocente cumpre injusta pena, num abraço simbólico e amoroso ao nosso eterno Presidente Lula. Todos em Curitiba no dia 1”, diz outro texto publicado por Gleisi. 

A senadora avisou que o ano de 2019 vai ser um ano cheio de desafios e falou novamente sobre resistência. “Temos que lutar pela nossa jovem democracia, o que requer que nós enfrentemos os processos de injustiça. O primeiro deles é contra o nosso ex-presidente Lula. Não é possível que o Lula, aos 73 anos, ainda esteja preso em Curitiba por crimes que não cometeu. Essa Lava Jato, que foi iniciada de forma certa, desvirtuou e passou a perseguir o PT e passou a perseguir Lula. Nós não podemos permitir”, ressaltou.

A legenda também organizou um “Natal com Lula” sempre ressaltando a necessidade de libertar o ex-presidente. No entanto, segunda a cientista política Priscila Lapa, a tendência é que haja uma resposta no sentido de manter a condenação. “Dificilmente haverá algum tipo de regalia ou algum tipo de relaxamento até porque Bolsonaro, boa parte de sua popularidade, está relacionada ao combate a corrupção e ao próprio antipetismo”, ressaltou em entrevista ao LeiaJá. 

Um grupo de militantes do PT quer comemorar o réveillon ao lado da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preso desde abril deste ano, cumprindo pena pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

A festa intitulada “Ano novo com Lula na Vigília em Curitiba” está sendo organizada pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT e a Secretaria Municipal de Mulheres do PT de São Paulo. Uma vaquinha virtual foi criada para arrecadar fundos para custear o evento. Com uma meta de R$ 5 mil, o grupo já tinha conseguido arrecadar R$ 3.975 até o início da tarde desta segunda-feira (26).  

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O objetivo inicial, de acordo com as secretarias, é fazer uma festa exclusivamente para mulheres. No entanto, a partir de 30 de novembro, serão abertas vagas “para famílias, amigos, casais, filhos e filhas, qualquer pessoa que queira comemorar a virada do ano com Lula”.

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Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no processo da Lava Jato sobre o triplex do Guarujá, atribuído a ele como pagamento de propina pela empresa OAS. Este será o primeiro réveillon que o ex-presidente passará preso.

Uma militante do PT e um apoiador do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sofreram agressões na noite deste domingo, 28, em Salvador, após a vitória do capitão reformado do Exército no segundo turno das eleições 2018.

A estudante Janaína Barata, 21, ligada ao movimento suprapartidário Esquerda Unida, apanhou com cassetetes de policiais militares que trabalhavam no Rio Vermelho, bairro da orla marítima de Salvador que é reduto histórico do PT na capital baiana.

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Já o eleitor de Bolsonaro, ainda não identificado pelos órgãos de segurança, foi baleado na perna por um PM à paisana que disse estar descontente com a eleição do capitão reformado do Exército diante do presidenciável do PT Fernando Haddad.

O segundo caso aconteceu no Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos de Salvador, onde se concentram tradicionalmente os apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e da candidatura de Bolsonaro nestas eleições. Fotos de testemunhas mostram o asfalto em frente ao Farol cheio de sangue.

Autor dos disparos, o PM à paisana foi conduzido por outros policiais militares para a delegacia após o fato. A vítima foi levada para o Hospital Geral do Estado (HGE), na região central da capital baiana, mas não há notícias sobre sua situação hospitalar. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia não divulga o estado de pacientes de suas unidades.

Foi para o mesmo hospital que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) levou a estudante agredida no Rio Vermelho. Segundo relatos, Janaína defendia um jovem que estava sendo agredido quando foi empurrada e também sofreu agressão dos PMs.

Atingida por um cassetete, ela desmaiou após a porrada e teve cortes grandes na cabeça, segundo familiares. Há ainda relatos de que ela foi chutada mesmo após cair no chão, mas o vídeo da agressão que circula nas redes sociais não mostra essa cena.

De acordo com um médico amigo da família da vítima que a acompanhou no HGE, ela teve um farto sangramento, por ter sido atingida na cabeça, região muito irrigada pelo sistema sanguíneo, mas passa bem, sem apresentar confusão mental. Janaína foi submetida a uma tomografia e levou pontos nos cortes antes de depor na própria unidade de saúde. A estudante também passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.

Em nota, o governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que vai apurar o caso. Ele determinou o encaminhamento imediato da situação para a Corregedoria da PM e condenou, em comunicado e pelas redes sociais, o ato de violência. Costa falou em "ampla e rigorosa apuração da ação policial pela Secretaria de Segurança Pública (SSP)".

O Estado apurou com fontes do PT ligadas ao governo que os policias já foram identificados, por meio da placa da viatura usada durante o serviço. A SSP não confirma a informação.

Em nota, o órgão disse que a PM precisou isolar o Rio Vermelho "após confronto entre militantes de partidos rivais" e que, por isso, o policiamento foi reforçado na região. Ainda conforme a pasta, a suposta confusão teve início quando veículos passavam pela via comemorando a vitória de Bolsonaro e foram atingidos por objetos.

Um homem transexual - identificado como mulher na nota da SSP - foi detido. Um tiro foi disparado para cima durante a condução, admitiu a SSP, após relatos de testemunhas darem conta de que disparos aconteceram no bairro durante a operação.

Em ato no Recife em defesa da candidatura presidencial de Fernando Haddad (PT), na tarde deste sábado (22), o governador e postulante à reeleição Paulo Câmara (PSB) foi vaiado toda vez que era citado durante os discursos por um grupo de militantes petistas. 

O primeiro a mencionar Paulo foi o senador Humberto Costa (PT), que busca a reeleição pela chapa da Frente Popular de Pernambuco. Logo depois, no discurso da deputada Luciana Santos (PCdoB), candidata a vice de Paulo, o protesto se repetiu e a militância favorável ao governador tentou abafar as vaias com aplausos. 

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O disfarce, entretanto, não deu certo quando o próprio governador pegou o microfone. No início do discurso dele, vaias e gritos de "golpista" foram disparados da plateia do comício que aconteceu na Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio, área central da capital pernambucana.

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Para tentar amenizar o impacto, Fernando Haddad durante seu discurso disse que para governar bem ele precisava de um time de parlamentares e governadores eleitos ao seu lado. "Não se faz nada sozinho. Às vezes temos a mania de achar que eleger o presidente e está resolvido. Temos muita coisa para arrumar. Queria pedir que estivéssemos unidos", salientou, citando também a presença de Renata Campos, ex-primeira-dama do Estado, e do filho de Eduardo Campos, João Campos (PSB), que é candidato a deputado federal. Os dois também foram vaiados.

Logo depois do ato, ao ser questionado pelo LeiaJá sobre os protestos contrários, Paulo Câmara minimizou. "Era gente da turma de Temer infiltrado aqui", disparou. 

A reação de grupos petistas contra o governador tem ligação com o fato do PT ter preterido a candidatura da vereadora do Recife, Marília Arraes, a governadora para voltar a integrar a Frente Popular de Pernambuco e buscar manter a cadeira de Humberto no Senado. 

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