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Os bombeiros gregos continuam a lutar contra dois grandes incêndios na ilha de Rodes e no noroeste do Peloponeso, em meio a uma onda de calor que deve passar dos 40°C nesta segunda-feira (2).

Mais de 3.000 hectares de pinheiros e olivais foram queimados em Acaia, perto de Patras, na península do Peloponeso, de acordo com estimativas do Observatório Nacional de Atenas. A instituição se baseia em imagens do satélite ambiental europeu Sentinel-2.

Esta superfície ainda pode aumentar. O incêndio, deflagrado no sábado, não estava totalmente controlado na manhã desta segunda, informou o serviço meteorológico grego ANA.

A onda de calor que atinge a Grécia torna ainda mais difícil o trabalho das autoridades nesta região, onde a vegetação está seca pelo calor. Para esta segunda-feira, são esperadas temperaturas entre 44°C e 45°C no oeste do Peloponeso, conforme os serviços meteorológicos.

Em Rodes, as autoridades estão mais otimistas e estimam que o incêndio que eclodiu no centro da ilha no domingo estava sendo controlado nesta segunda-feira, graças a importantes reforços de tropas e de recursos de combate ao fogo enviado à noite.

Bem cedo nesta segunda, quatro aviões-hidrantes começaram a sobrevoar a região de Pandanassa, onde o incêndio foi declarado, disse a Proteção Civil.

"O amanhecer encontra Rodes melhor do que na véspera. As frentes (do incêndio) estão recuando" e estão "quase sob controle", disse o governador do sul do mar Egeu, George Chatzimarkos, em um comunicado publicado nesta segunda-feira.

"O primeiro objetivo, a proteção da vida humana, foi alcançado", e "os danos à rede elétrica foram reparados", acrescentou Chatzimarkos, segundo o ANA.

O pico da onda de calor que castiga a Grécia é esperado para hoje e amanhã, com temperaturas entre 40°C e 42ºC nas ilhas, e de 41°C a 43ºC, no continente, com máximas de 44°C a 45ºC no Peloponeso e na Tessália (Norte).

Há poucos dias, um incêndio devastou o Monte Pentélico, perto da capital grega.

Em julho de 2018, 102 pessoas morreram na cidade costeira de Mati, perto de Atenas, o pior número de mortos causado por um incêndio no país.

Na Grécia, 13.500 hectares queimaram no decorrer do ano, mais que a média de 7.500 hectares entre 2008 e 2020, segundo as estatísticas da UE.

O Pantanal registrou 8.106 focos de incêndio no mês de setembro, informou o Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) nesta quinta-feira (1º). O número é recorde na comparação com todos os meses desde 1998, quando o monitoramento começou, e supera o recorde de até então: em agosto de 2005, foram 5.933 focos de calor.

Além disso, o órgão do governo federal confirmou as queimadas e incêndios de 2020 já superam todo o ano de 2019 - a três meses do fim do ano. São 18.259 focos de fogo no Pantanal entre 1º de janeiro e 30 de setembro. Nos 12 meses de 2019, foram 10.025. O recorde anterior também era de 2005, quando 12.536 queimadas foram registradas.

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O Inpe lembra que setembro é um mês que costuma registrar mais queimadas do que os demais, mas na comparação com a média entre 1998 e 2019, esse número é de 1.944 focos - muito distante do que foi contabilizado em 2020.

- Amazônia: O Inpe também atualizou os números da Amazônia, que registrou 32.017 focos de incêndios em setembro desse ano - alta de 61% na comparação com setembro de 2019, quando foram 19.925.

No entanto, o número ficou abaixo da média histórica para setembro, que é de 32.812 pontos de calor. O recorde para queimadas no período é de 2007, quando 73.141 focos foram contabilizados.

Considerando todos os biomas brasileiros, o país teve 76.030 focos de incêndio até 30 de setembro, um número maior do que o somado em todo o ano passado, quando foram 66.749. 

Da Ansa

Fogo por toda parte, milhares de espécies de fauna e flora dizimadas pelas chamas fora de controle. Depois de outros desastres que impressionaram o mundo nos últimos anos, os incêndios vieram para nos assustar ainda mais, afetando países como Brasil, França, Estados Unidos e Austrália. Naturais ou criminosos, os eventos reacendem a discussão sobre medidas de preservação do meio-ambiente.

Na Austrália, incêndios florestais que começaram em dezembro de 2019 destruíram quase 20 milhões de hectares. Nos Estados Unidos, o estado da Califórnia já teve uma área de mais de 1,2 milhão de hectares incendiada. Aqui no Brasil, a Amazônia registrou recentemente diversos focos de incêndio, mas o que impressiona é o Pantanal, celeiro de grande diversidade biológica, que já perdeu mais 10% de sua cobertura vegetal apenas em 2020. A seca na região contribui para o aumento dos focos, mas a Polícia Federal trabalha com a hipótese de ação criminosa e investiga propriedades locais. Se comprovado o crime, é preciso haver punição exemplar.

Desde a década de 1930, com a promulgação do primeiro Código Florestal, o Brasil foi evoluindo na questão da preservação ambiental e chegou a ganhar papel de liderança em fóruns internacionais, como na Convenção da Diversidade Biológica que foi assinada durante a ECO-92. Apesar de todos os esforços e melhorias, as políticas públicas ainda não eram capazes de combater as queimadas criminosas, nem mesmo os incêndios espontâneos decorrentes do calor e da seca – estes, sazonais.

Nos últimos dois anos, no entanto, o Ministério do Meio Ambiente perdeu atribuições, reduziu participação da sociedade civil e flexibilizou a fiscalização ambiental. O reflexo é sentido agora: milhões de animais e plantas carbonizados, perda irreparável para o bioma. As suspeitas de que alguns focos tenham começado por iniciativa criminosa acende uma luz de alerta, ressaltando a importância do controle da atividade agropecuária de forma que economia e meio ambiente se desenvolvam concomitantemente. É preciso agir. Os esforços públicos existem, é verdade, mas ainda aquém do necessário – devemos reconhecer que não é fácil controlar uma crise sanitária e uma ambiental ao mesmo tempo.

O agronegócio brasileiro é um dos setores mais fortes de nossa economia e, como tal, deve ser valorizado e desenvolvido. O que não significa, na contramão, destruir a natureza. Por vezes, a ganância imediatista turva uma visão de futuro, de que precisamos deixar um Brasil sustentável para as próximas gerações. Técnicas de manejo sustentável, com legislações fortes e fiscalização bem feita se fazem, cada vez mais, condições para que possamos manter um país “bonito por natureza”, como canta Ben Jor. Queimar a mata é queimar nosso futuro.

O Ministério do Desenvolvimento Regional autorizou o empenho e a transferência de R$ 10,112 milhões ao Estado de Mato Grosso para execução de ações de Defesa Civil de combate aos incêndios. A Portaria com a liberação dos recursos está publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circula nesta tarde.

Os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofrem com incêndios florestais, sobretudo na região do Pantanal. A liberação desses recursos para o Mato Grosso foi anunciada nesta quarta, em reunião do ministro Rogério Marinho com o governador do Estado, Mauro Mendes.

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Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Regional, esse repasse irá custear 32 ações, a serem implementadas nos próximos 90 dias. Estão previstas a aquisição de agente retardante para o combate às chamas, locação de veículos, maquinários e aeronaves, aquisição de combustível e compra de equipamentos como abafadores, roçadeiras, mangueiras, sopradores e tanques para armazenamento de água.

O governo federal reconheceu a situação de emergência no Estado do Mato Grosso do Sul em decorrência dos incêndios florestais que assolam a região. Uma mancha de cinza e lama escura se estende pela vasta área de incidência de onças-pintadas do Pantanal em Mato Grosso. Desde a semana passada, o Estadão mostra in loco a devastação na área. O fogo que destrói desde meados de julho o bioma mais úmido do planeta engoliu até agora 64,8% dos 108 mil hectares do Parque Estadual Encontro das Águas, nos municípios de Poconé e Barão de Melgaço.

Na tarde do último domingo, 13, a equipe de reportagem do Estadão navegou pelos Rios Cuiabá, São Lourenço e Dois Irmãos, que cortam a reserva, para registrar as condições do parque, uma área de preservação criada em 2004 pelo governo mato-grossense que ainda hoje está na mira de grileiros.

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Quem caminha pelo parque se depara com uma fumaça que turva a paisagem e torna difícil manter os olhos sempre abertos. Num extenso trecho percorrido pela reportagem, o cenário era de terra arrasada. As raízes e a galharia da mata da várzea dos rios viraram carvão retorcido. Pântanos e pequenos lagos evaporaram.

Do alto, o impacto do fogo prolongado surge em toda sua dimensão. A reportagem sobrevoou com drone três pontos distintos do parque. Mesmo com baixa visibilidade pela fumaça, as imagens capturadas mostram ilhas de vegetação numa extensa faixa queimada.

Pelas estimativas de biólogos, aproximadamente 80 onças viviam no parque até o início das queimadas - a esperança é que a maioria delas continue lá. Até o momento, os biólogos registraram três onças da região do parque com ferimentos. Dessas, uma foi resgatada em agosto e outra na última sexta-feira - o Estadão acompanhou o momento em que um felino de cerca 2 anos apareceu com as patas feridas na beira do Rio Corixo Negro, na área do parque. Uma terceira escapou antes que pudesse ser capturada e levada para tratamento.

Os pesquisadores esperam que, pela capacidade física das onças, boa parte das espécies possa se salvar. "É difícil estimar o impacto de um fenômeno que ainda está acontecendo", afirma o biólogo e doutor em conservação ambiental Fernando Tortato, trabalha na proteção dos felinos em Porto Jofre, localidade de Poconé.

Pesquisador da ONG Panthera, ele ressalta que o tamanho da área do parque destruída pode aumentar. "A gente ainda está tentando entender os efeitos das queimadas", afirma. Ele observa que, nos incêndios dos anos anteriores, os animais podiam percorrer de cinco a dez quilômetros até encontrar água e proteção do fogo. Desta vez, não há refúgios para as espécies, especialmente roedores, cobras e lagartos, de menor porte. O fogo atingiu área vasta.

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e voluntários delimitaram mil hectares de vegetação bem preservada dentro do parque para as espécies se abrigarem caso o fogo consuma o que sobrou da reserva. Em volta, os agentes e biólogos abriram valas com intuito de impedir a chegada de possíveis focos.

Pelo Pantanal, não faltam bandos de bichos tentando escapar do incêndio e encontrar água e comida. Voluntários espalham frutas em trechos ainda verdes da Transpantaneira, principal acesso terrestre da região. Na manhã de ontem, revoadas de garças, veados e capivaras estavam nas margens cinzentas da estrada.

Crime

Focos de incêndio não param de surgir ao longo da Transpantaneira. Ao Estadão, o coronel Paulo Barroso, do Corpo de Bombeiros, disse que a estrada poderá ser fechada nos próximos dias. O bloqueio deve acontecer em frente ao posto rodoviário no km 17, exatamente onde está o simbólico portal que dá as boas-vindas a quem chega ao Pantanal. Só agentes públicos, brigadistas e voluntários que atuam no salvamento dos animais deverão ter acesso.

Secretário executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo do governo de Mato Grosso, Barroso diz que nas margens da rodovia as queimadas são "propositais". Um dos objetivos da medida de restringir a circulação de pessoas é justamente prevenir novos incêndios. "Infelizmente não tivemos a oportunidade de fazer o flagrante, mas percebemos que, pelas condições que ocorrem os incêndios, algumas pessoas entram nesse ambiente e fazem fogo de forma criminosa. E esse também é um dos motivos que iremos fechar a Transpantaneira tão logo seja decretado o estado de calamidade para Mato Grosso", afirmou o militar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) publicou um relatório nesta segunda-feira (14) em que aponta que os incêndios na área do Pantanal aumentaram 210% neste ano na comparação com o mesmo período de 2019.

Segundo os dados publicados pelo jornal "Correio Braziliense", entre 1º de janeiro e 12 de setembro, o número de focos de calor chegou a 14.489 - contra 4.660 em 2019. De acordo com os dados do documento, mesmo a três meses do fim de 2020, esse já é o ano com o maior índice de queimadas para o bioma em apenas um ano.

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O recorde anterior era de 2005, quando haviam sido registrados 12.536 incêndios, sendo que os números começaram a ser medidos em 1998. Além disso, esse é o segundo ano consecutivo de alta no número de queimadas na região: em 2019, o aumento foi de 493% na comparação com 2018.

Segundo dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), cerca de 15% do bioma pantaneiro foi completamente destruído com as queimadas e 2,2 milhões de hectares foram danificados pelo fogo.

O Inpe também informou que, considerando todas as florestas e biomas brasileiros, o aumento nos focos de calor na comparação com 2019 está em uma alta de 10%.

Um dos pontos mais afetados das queimadas, o Parque Nacional Encontro das Águas, teve 62% do total dos 108 mil hectares destruídos, segundo informou o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. O local é conhecido mundialmente por abrigar uma das maiores populações de onças pintadas no mundo.

Equipes de bombeiros, policiais e moradores tentam ajudar os animais machucados, muitos com lesões graves e visivelmente desidratados.

- Operação da PF: A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (14) uma operação para apurar possíveis crimes ambientais no atual cenário de queimadas no Pantanal.

Chamada de Matáá, a ação visou mandados de busca e apreensão em Corumbá e Campo Grande, ambas em Mato Grosso do Sul.

 A operação ainda contou com aeronaves e embarcações no interior do Pantanal para chegar em alguns focos das queimadas. Caso haja condenação, os crimes preveem penas de até 15 anos de detenção. 

Da Ansa

O presidente Donald Trump anunciou que pretende viajar na segunda-feira ao estado da Califórnia para avaliar o balanço dos incêndios que devastam a costa oeste dos Estados Unidos, que já provocaram 27 mortes e queimaram mais de dois milhões de hectares desde o início do ano.

A Casa Branca informou no sábado que "o presidente Donald Trump visitará a Califórnia na segunda-feira, onde será informado sobre a situação dos incêndios no estado".

Para as autoridades locais e muitos especialistas, a escalada dos incêndios florestais, que vão do Canadá até o México, está sem dúvida vinculada à mudança climática, que agrava a seca crônica e provoca condições climáticas extremas, algo que foi relativizado ou negado por Trump.

Joe Biden, o rival democrata de Trump na eleição presidencial de 3 de novembro, concorda com os especialistas e denunciou no sábado uma "ameaça existencial".

"O presidente Trump pode tentar negar a realidade, mas os fatos são inegáveis. Devemos agir absolutamente para evitar um futuro marcado por um dilúvio interminável de tragédias, como as que sofrem hoje as famílias americanas da costa oeste", afirmou em um comunicado.

As autoridades americanas já anteciparam que os incêndios provocarão um número considerável de mortos. As chamas provocaram a fuga de milhares de pessoas.

"Prevemos que o número (de mortos) aumente à medida que consigamos retornar às áreas devastadas pelas chamas", advertiu o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ao visitar uma área devastada de uma floresta ao norte do estado.

"Nós estamos trabalhando a ideia de que há um número considerável de mortos, segundo o que sabemos sobre o número de edifícios destruídos", disse Andrew Phelps, diretor dos serviços de gestão de emergências de Oregon.

Os incêndios já atingiram mais de 400.0000 hectares do estado. O fogo ameaça áreas do Oregon onde vivem 500.000 pessoas. Até sexta-feira, 40.000 moradores abandonaram suas casas, de acordo com a governadora Kate Brown.

Dezenas de incêndios arrasam os estados de Washington, Oregon e Califórnia, da fronteira do Canadá até a fronteira com o México, alimentados por dias pela seca crônica e os fortes ventos.

Mas estas condições têm dado um respiro. Mais de 20 mil bombeiros lutam contra as chamas e tinham a seu favor uma mudança no clima no fim de semana.

No estado de Washington, mais de 250.000 hectares queimaram em cinco dias, informou o governador Jay Inslee.

Os bombeiros aproveitaram as melhores condições climáticas para conter os incêndios florestais na Califórnia neste sábado, quando o número de mortos chegou a 19. Mais sete pessoas foram encontradas mortas na sexta-feira, de acordo com o Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndio da Califórnia.

Nove das 19 vítimas fatais ocorreram em uma área chamada Complexo do Norte, que explodiu com incêndios durante tempestades de vento no início desta semana. Mais de 16 mil bombeiros continuaram tentando conter os 28 grandes incêndios florestais em toda a Califórnia.

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Segundo autoridades, 13 novos incêndios florestais ocorreram na sexta-feira, mas apenas um, no condado de Siskiyou, cresceu além do controle inicial dos bombeiros.

Desde o início do ano, os incêndios florestais queimaram mais de 3,2 milhões de acres na Califórnia - maior do que o estado de Connecticut, disse o departamento.

A área queimada este ano é 26 vezes maior do que a soma em 2019 no mesmo período, com mais de 4.000 estruturas destruídas e 60.000 pessoas retiradas de suas casas.

Os incêndios florestais que vem devastando parte do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, já queimaram cerca de 400 mil hectares de vegetação, confirmou o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) neste domingo (23).

Nos últimos sete dias, também centenas de casas foram queimadas pelas chamas, especialmente, na região próxima à baía de São Francisco. O chefe dos bombeiros da Califórnia, Thom Porter, usou sua conta no Twitter para alertar a população que o "pior ainda não passou" e que os moradores devem "dobrar seus esforços" para cuidar de todos.

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As autoridades locais já consideram essa um dos piores incêndios registrados na área, tendo quase 600 focos de incêndio em diversos pontos. No sábado (22), o governador do estado, Gavin Newson, postou uma frase irônica em seu Twitter, dizendo para quem "não acredita nas mudanças climáticas" ir para a Califórnia ver o que estava acontecendo.

Os focos são tão intensos que foram fotografados do Espaço pela Nasa. Há quase 14 mil bombeiros atuando para tentar extinguir as chamas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, firmou neste domingo um decreto de desastre natural para o estado, em uma área que contempla sete condados - incluindo onde ficam os famosos vinhedos do Napa Valley.

Da Ansa

A Amazônia registra no início deste mês de agosto o maior número de incêndios florestais em uma década, informou a mídia Unearthed, que pertence à organização ambiental não-governamental (ONG) Greenpeace.

Nos primeiros 10 dias de agosto, foram detectados 10.136 focos de incêndio na Amazônia, 17% a mais do que os 8.669 focos registrados no ano anterior.

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"Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE) mostram que é o maior número registrado no início de agosto ante 11.280 (focos do mesmo período) em 2010, quando ocorreu forte estiagem na Amazônia fez com que o rio Negro atingisse seu nível mais baixo em 109 anos", diz a matéria sobre os incêndios florestais de agosto na Amazônia.

A temporada de incêndios florestais na Amazônia geralmente começa no final de julho e entra em uma fase intensa no início de agosto, explicou a mídia.

"Um aumento nos incêndios também foi detectado em julho: houve 6.803 incêndios na Amazônia no mês passado, 28% a mais do que em julho de 2019", revelou a nota.

Segundo especialistas citados pelo Unearthed, a Floresta Amazônica enfrenta uma tripla ameaça: o desmatamento descontrolado, o "apoio tácito do governo [do presidente Jair] Bolsonaro" e um clima mais seco que o normal. Tudo isso é capaz de "desencadear uma crise ambiental ainda pior nos próximos meses".

Em particular, o Unearthed lembrou que o jornal O Estado de S. Paulo havia noticiado que o Ministério do Meio Ambiente decidiu cortar o número de helicópteros que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ​​(Ibama) utiliza para prevenir crimes e apagar incêndios. A agência terá à disposição quatro aeronaves em vez de seis.

A mídia do Greenpeace também cita Beth Uema, secretária executiva da Associação Nacional dos Especialistas em Meio Ambiente (Ascema), que alerta que o Ministério do Meio Ambiente vai mais uma vez cortar o orçamento de 2021 dos órgãos ambientais entre 20% e 25%.

Dados do INPE indicam que entre agosto de 2019 e julho de 2020 ocorreram alertas de desmatamento em 9.205 quilômetros quadrados da Floresta Amazônica, 34,5% a mais do que entre agosto de 2018 e julho de 2019. Isso tem impacto direto sobre o aumento dos incêndios na região.

Em 6 de setembro de 2019, os chefes de estado e representantes da Colômbia, Peru, Bolívia, Brasil, Equador, Guiana e Suriname assinaram o Pacto de Letícia pela Amazônia, cujo objetivo é coordenar as ações da comunidade internacional para a conservação daquela região.

Da Sputnik Brasil

A preocupação com as queimadas nesta época do ano na Amazônia foi o tema da edição de hoje do programa Por Dentro da Amazônia, que vai ao ar na Rádio Nacional, todas às segundas-feiras. “Todos os anos, quando chega o período de estiagem, ou seja, o verão amazônico, o risco aumenta pois o clima e a vegetação ficam mais secos com poucas nuvens e quase nenhuma chuva . Esses fatores naturais favorecem aparecimento de focos de incêndio. Diferentemente da queimada natural, o incêndio florestal é fogo fora de controle”, disse o vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão.

Ao destacar o momento de pandemia do novo coronavírus (Covid-19), Mourão acrescentou que os problemas respiratórios de pessoas infectadas pela Covid-19 pode ser agravado pela fumaça vinda das florestas. Ele lembrou ainda os sérios prejuízos financeiros das queimadas não só às pessoas que vivem na Amazônia, mas ao país como um todo.

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“Sabemos que a cultura do fogo ainda existe no campo, e essa tarefa não será fácil de ser enfrentada, mas é uma questão que não podemos deixar de lado e é fundamental para que possamos demostrar ao restante da sociedade brasileira e à comunidade internacional não só a nossa capacidade, mas principalmente nosso comprometimento com a preservação da floresta”, ressaltou.

Hamilton Mourão lembrou que apesar de muitos incêndios serem iniciados pelo desconhecimento de alternativas seguras, boa parte deles é intencionalmente praticada de forma criminosa. Entre as ações que provocam queimadas, ele destacou a rebrota de pastagens com a queima do pasto feita indiscriminadamente, resultando em um incêndio incontrolável, além da queima de plantas nativas para o plantio de lavouras e o uso de fogueiras e incineração de lixo.

Medidas

Segundo o vice-presidente, toda Amazônia Legal preocupa, no entanto, os esforços estão mais concentrados nas áreas com mais risco de incêndio, aquelas que foram desmatadas. “Equipes de bombeiros e brigadistas treinados em conjuntos com fiscais da Operação Verde Brasil II, estão intensificando o seu trabalho de acompanhamento para deter focos de incêndios que apareçam. Além do apoio aos estados da Amazônia Legal, com orientações e atendimento às populações mais atingidas pelos efeitos da fumaça”, disse Mourão.

No dia 15 de julho foi editado um decreto que proíbe o emprego de fogo em áreas rurais por um período de 120 dias. A medida vale para todo o território nacional.

Decreto Nº 10.424, de 15 de julho de 2020, não se aplica para alguns casos, como nas práticas agrícolas de subsistência executadas pelas populações tradicionais e indígenas; nas práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas pelas instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais no Brasil.

Uma menina de sete meses morreu carbonizada em uma casa na Casa Líder, zona leste de São Paulo, após um incêndio na madrugada deste sábado, 9. Outras duas crianças que estavam na residência atingida pelo fogo, de um ano e seis meses e dois anos e seis meses, foram intoxicadas pela fumaça.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as duas crianças foram levadas para o Pronto Socorro São Mateus, no bairro homônimo. Apesar de o fogo já ter sido apagado, ainda não há informações sobre a causa do incêndio. Sete equipes da corporação estiveram na operação.

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Cuidados ao ficar em casa

O incêndio ocorreu em um momento em que as pessoas estão passando mais tempo em casa. No isolamento social, devido ao novo coronavírus, é preciso estar atento, pois a residência também pode esconder riscos.

Tapetes, móveis pontiagudos, pisos molhados e tomadas com vários aparelhos eletrônicos conectados podem causar acidentes, como quedas, ferimentos e incêndios. Fogões, celulares na tomada, superaquecimento em aparelhos eletrônicos, álcool e produtos inflamáveis podem causar explosões ou incêndios em residências.

Pelo segundo dia consecutivo, fortes chuvas caíram na Austrália nesta sexta-feira (17), dando trégua aos bombeiros exaustos que combatem os incêndios que devastam o sudeste do país.

Ainda há vários focos de incêndio fora de controle.

Os incêndios começaram em setembro, sem precedentes por sua magnitude e duração. Deixaram 28 mortos, destruíram centenas de casas e mataram mais de 1 bilhões de animais.

Além disso, a Austrália perderá bilhões de dólares em receitas de turismo. Por causa dos incêndios, muitos visitantes estrangeiros cancelaram suas viagens ao país.

O número de turistas caiu entre 10% e 20% desde setembro, com um custo para a economia de 4,5 bilhões de dólares australianos (US$ 3 bilhões), de acordo com o Conselho Australiano de Exportação de Turismo (ATEC).

A temporada de incêndios na Austrália foi agravada pelo clima particularmente quente e pela ausência de chuva nos últimos meses neste imenso país, devido às mudanças climáticas.

Nesta sexta-feira (17), as chuvas mais intensas em dez anos caíram em algumas das regiões próximas aos incêndios mais importantes, uma "excelente notícia", segundo o Corpo de Bombeiros Rural de Nova Gales do Sul.

Cerca de 30 incêndios seguem fora de controle, porém, uma situação semelhante à registrada na quinta-feira, acrescentou a mesma fonte. Dezenas de incêndios também estão ativos no estado vizinho de Victoria.

A chuva não caiu na Ilha Kangaroo, um verdadeiro santuário para uma fauna e flora excepcionais, localizada ao sul, na costa de Adelaide.

As chamas devastaram o parque nacional desta ilha, matando grande parte da população de coalas e ameaçando erradicar completamente algumas espécies de pássaros e marsupiais.

Em meio a esse cenário de devastação, a perspectiva de um clima mais úmido no leste e no sul da Austrália nos próximos dias dão esperanças de uma melhora.

- Coalas resgatados da chuva -

Muitos dos animais afetados tiveram seus hábitats destruídos. Desta forma, especialistas alertam para o risco de extinção de algumas espécies.

Os famosos coalas concentram grande parte da atenção do mundo, e as fotos desses animais salvos das chamas se espalharam rapidamente pelas redes sociais.

Na manhã desta sexta-feira, alguns coalas e outros animais do parque de répteis da Austrália, na costa leste de Nova Gales do Sul, tiveram de ser resgatados das águas.

"É incrível, na semana passada tivemos reuniões diárias sobre o perigo iminente dos incêndios", disse o diretor do parque, Tim Faulkner.

"Hoje, toda equipe está no terreno, encharcada, lutando para proteger os animais e proteger o parque da água. Não temos inundações assim há 15 anos", acrescentou.

Essas chuvas torrenciais são uma faca de dois gumes.

De fato, a água pode complicar a intervenção dos caminhões de bombeiros, forçados a se aventurarem em estradas lamacentas, alertaram as autoridades.

Desde o início dos incêndios, uma área de 100.000 quilômetros quadrados - maior do que a superfície da Coreia do Sul - foi devastada pelo fogo.

A imensidão dessa destruição é um dos exemplos catastróficos das mudanças climáticas, que o planeta enfrenta cada vez mais frequentemente, segundo os cientistas.

Os bombeiros australianos realizaram uma operação secreta para salvar as araucárias de Wollemi (Wollemia nobilis), espécies pré-históricas conhecidas como "árvores dinossauros", ameaçadas pelos vorazes incêndios que atingem o sudeste australiano.

Menos de 200 destas árvores são encontradas em estado natural, escondidas em uma garganta nas Montanhas Azuis, no nordeste de Sidney, região devastada por incêndios devastadores.

Quando as chamas começaram a se aproximar - no final do ano passado - deste local de difícil acesso e único no planeta, os bombeiros utilizaram aviões-tanque para retardar o fogo em torno deste pequeno bosque, enquanto especialistas estabeleciam na garganta um sistema de irrigação para evitar incêndios.

Matt Kean, ministro do Meio Ambiente do Estado de Nova Gales do Sul, onde estão as Montanhas Azuis, descreveu a operação como uma "missão de defesa ambiental sem precedentes".

Enquanto as folhas das árvores da região eram devoradas pelas chamas, o bosque Wollemi ficou a salvo, revelou Kean nesta quarta-feira.

Estas araucárias, das quais se conhecem fósseis com mais de 200 milhões de anos, pareciam extintas até a descoberta do bosque de Wollemi, em 1994.

Sua localização é um segredo bem guardado para protegê-las da ação de visitantes.

"As visitas ilegais são uma ameaça importante para a sobrevivência destas araucárias de Wollemi devido ao risco de se pisar nos brotos e da introdução de doenças...", disse Kean.

Há árvores idênticas em jardins botânicos de todo o mundo para se preservar a espécie, mas a garganta de Wollemi é única como reserva natural da Wollemia nobilis.

Os incêndios que assolam a Austrália desde setembro - sem precedentes por sua duração e intensidade - já mataram 28 pessoas, destruíram mais de 2 mil residências e consumiram 10 milhões de hectares de vegetação, uma área maior que Portugal.

As chamas já mataram milhões de animais, levando muitas espécies à beira da extinção, segundo grupos defensores do meio ambiente.

Mas as fortes chuvas previstas para os próximos dias dão esperanças ao país.

O clima mais fresco dos últimos dias facilitou o trabalho dos bombeiros e permitiu controlar alguns dos incêndios mais importantes.

"São realmente boas notícias", celebrou o chefe do Corpo de Bombeiros Rural de Nova Gales do Sul, Shane Fitzsimmons.

"Estamos falando disso há meses, que em janeiro teríamos as primeiras chuvas significativas, e parece que elas finalmente chegarão nos próximos dias", afirmou.

A chuva deve durar pelo menos até o fim de semana, de acordo com a meteorologista do governo Sarah Scully.

Os militares estão indo de casa em casa nesta quinta-feira (9), pedindo aos habitantes de uma ilha no sul da Austrália que fujam dos incêndios que podem piorar nos próximos dias, devido a uma nova onda de calor. A temporada de incêndios, especialmente precoce e violenta este ano, já deixou 26 mortos na Austrália, destruiu uma superfície equivalente à ilha da Irlanda e destruiu mais de 2.000 casas.

Nesta quinta-feira, os soldados iam de casa em casa na cidade de Parndana, na ilha Kangaroo, sudoeste de Adelaide, para pedir aos moradores que deixem a região, diante da ameaça de novos incêndios mortais. Nessa área, o termômetro já atingiu 38ºC.

"As condições são tais, que o risco é importante para os bombeiros que lutam para controlar os incêndios e para qualquer pessoa que esteja no local", disse Mark Jones, do Corpo de Bombeiros.

- "Situação muito perigosa" -

As autoridades do estado vizinho de Victoria também estenderam o estado de catástrofe natural por mais dois dias. As altas temperaturas esperadas para sexta-feira podem alimentar os incêndios.

"Teremos que enfrentar uma situação muito perigosa e muito ativa nas próximas 12, 24 e 36 horas", disse Andrew Crisp, uma autoridade do estado, cuja capital é Melbourne.

O primeiro-ministro de Victoria, Daniel Andrews, alertou a população para que se prepare para um longo desafio. "Estamos apenas no começo do que será um verão muito, muito duro", disse ele.

Embora tenha havido uma breve trégua no início da semana, graças a temperaturas mais baixas e a alguma chuva, quase 150 incêndios ainda estão ativos em Victoria e Nova Gales do Sul, os dois estados mais afetados e também os mais populosos.

"Não vamos nos empolgar com a chuva que tivemos", declarou a ministra da Polícia de Victoria, Lisa Neville. "Esses incêndios continuam a avançar, crescendo em nossa paisagem e apresentam um risco significativo para a nossa população", frisou.

Os bombeiros aproveitaram essas condições mais favoráveis para tomar medidas preventivas, como operações de limpeza e queimadas controladas. "É preciso apenas uma faísca para o fogo acender, e é isso que nos preocupa para amanhã", disse John Cullen, também do Corpo de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros anunciou ainda que um helicóptero hidráulico colidiu nesta quinta com uma barragem. O piloto conseguiu escapar em segurança. Nas áreas devastadas, alguns moradores já iniciaram as operações de limpeza e de reconstrução, que podem durar anos.

Nova Gales do Sul anunciou que destinará 1,2 bilhão de dólares australianos (680 milhões de dólares) para reparar a infraestrutura nas áreas destruídas. A este valor, somam-se os 2 bilhões prometidos pelo governo federal para ajudar as localidades afetadas.

- 1 bilhão de animais mortos -

Os incêndios também são uma catástrofe ecológica. Em um estudo, o professor Chris Dickman, da Universidade de Sydney, estimou na segunda-feira que 1 bilhão de animais havia morrido, incluindo mamíferos, aves, répteis, insetos e invertebrados.

"A destruição atual, tão rápida e em uma área tão ampla, não tem comparação. É um fato monstruoso em termos de área de superfície e também em relação ao número de animais afetados", disse ele, apontando a mudança climática como uma das causas.

"Às vezes, se diz que a Austrália é como o canário que se colocava na mina de carvão para indicar se havia perigo", acrescentou. "Provavelmente, observamos na Austrália o que resultará das mudanças climáticas em outras regiões do mundo", completou.

Na Austrália, 2019 foi o ano mais quente e seco já registrado. O dia 18 de dezembro foi o mais quente até hoje, com uma média nacional de 41,9°C.

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fizeram comentários nas redes sociais reclamando sobre a suposta falta de cobertura da imprensa e de críticas internacionais sobre o fogo na Austrália, que se alastra desde setembro. Eles comparam o problema às queimadas da Amazônia em 2019, dando a entender que a situação australiana é muito pior. Mas os casos são distintos, segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira diferença é que a vegetação na Austrália, assim como na Califórnia (EUA) e no Cerrado, é mais acostumada ao fogo. Lá os incêndios ocorrem de modo natural. "Flora e fauna evoluíram com fogo, têm adaptações para voltar mais rápido depois. Já a Amazônia, não. As plantas não têm adaptação para fogo, como casca grossa, não rebrotam facilmente", diz Jos Barlow, da Universidade de Lancaster (Inglaterra) e da Rede Amazônia Sustentável.

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Na Austrália, os incêndios se espalham principalmente pela floresta tropical seca, mas neste verão estão muito mais intensos, extensos e duradouros por causa das mudanças climáticas. Já na Amazônia, a floresta tropical úmida só queima se alguém botar fogo. Em agosto, quando o número de focos foi o maior para o mês desde 2010, a ação humana ocorreu principalmente para limpar áreas previamente desmatadas.

Barlow publicou com cientistas brasileiros uma análise no periódico Global Change Biology em novembro apontando essa relação com o desmate. "Em 2019, imagens de satélite mostraram que boa parte do fogo foi em área já derrubada. É muito diferente: as florestas na Austrália pegam fogo em pé."

Aquecimento

A Austrália passa por uma seca prolongada desde 2017, que se intensificou em 2019, conforme a prévia de relatório da Organização Meteorológica Mundial do início de dezembro. Em média, o período de janeiro a outubro foi o mais seco desde 1902, e a situação se agravou nos meses seguintes.

Desde o início do ano, com seca severa, ondas de calor acima de 50ºC e ventos fortes, as chamas se intensificaram, segundo análises da Nasa. Alguns lugares queimaram ao longo de quatro meses. Segundo a agência de clima e tempo da Austrália, o índice de chuvas está 36% inferior à média entre 1961 e 1990. "Os dois casos (Austrália e Amazônia) são graves, mas de modos diferentes. O custo humano em termos de mortes é obviamente maior na Austrália, mas o custo para emissões de carbono pode ser maior na Amazônia. São duas situações super importantes, e cada uma merece investimento e interesse dos seus governos", afirma Barlow.

A semelhança entre os casos, diz, é que com as mudanças climáticas, as condições para o fogo têm ficado melhores em todo o mundo. "Mudanças climáticas são difíceis de conter e a situação vai piorar. Mas é possível fazer ações locais para prevenir situações ainda mais catastróficas. Na Amazônia é preciso conter o desmate, ajudar pequenos produtores a usar fogo de modo mais responsável ou nem usar. É possível ter política pública para diminuir o fogo. Na Austrália, um manejo florestal melhor também pode ajudar." O país tem muitas plantações de eucalipto, que propagam o fogo com facilidade.

Para Erika Berenguer, da Universidade de Oxford (Inglaterra), que estuda o impacto do fogo na Amazônia, o caso australiano mostra o alcance do aquecimento global. "São cidades inteiras evacuadas, milhares no hospital, pressão na economia que leva à instabilidade social, além do impacto na biodiversidade", diz. "É como se olhássemos por uma janela nosso futuro, de como ecossistemas naturalmente mais secos se portarão frente a mudanças climáticas."

Negacionistas

Outra semelhança é que os governos de Austrália e Brasil minimizam o aquecimento global. Primeiro-ministro australiano, Scott Morrisson nega as mudanças climáticas. O país, assim como o Brasil, foi um dos que travaram a negociação na Cúpula do Clima da ONU, em dezembro. Morrisson já afirmou não ver elo entre o fogo e as mudanças climáticas. Depois recuou e disse que elas seriam só um dos "fatores" ligados ao problema. No Brasil, Salles já questionou a parcela de contribuição humana na alta de temperaturas.

Fumaça

A fumaça dos incêndios na Austrália foi avistada no Chile e na Argentina, em uma nuvem que percorreu mais de 12 mil quilômetros até a América do Sul. Segundo o Serviço Meteorológico de Santiago, não há registro de problemas causados pelo fenômeno. A nuvem tem espessura de 6 mil metros e deixou o sol com tons de vermelho. O Serviço Nacional de Meteorologia argentino (SMN) mostrou em seu Twitter imagens de satélite. "Que consequências isso pode ter? Nada muito relevante, apenas um pôr do sol e um sol um pouco mais vermelho", disse o SMN no Twitter. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os incêndios na Austrália causaram comoção entre os tenistas neste início de ano, época da temporada em que todos os principais atletas da modalidade estão em solo australiano para o começo da temporada. Os locais Nick Kyrgios e Ashleigh Barty, atual número 1 do mundo, e a ATP puxaram a lista de doações, anunciadas via redes sociais nos últimos dias.

Conhecido pelas polêmicas dentro e fora de quadra, Kyrgios prometeu doar 200 dólares australianos (cerca de R$ 564 mil) a cada ace anotado durante a ATP Cup, nova competição do circuito, que estreou no dia 3. O torneio é sediado em três cidades australianas - Perth, Brisbane e Sydney - e serve de aquecimento para o Aberto da Austrália, com início no dia 20. E todas vem sendo afetadas pelos incêndios no país.

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"É muito trágico o que está acontecendo, principalmente na minha cidade natal, Camberra. Está cercada de fumaça, a mais perigosa delas do mundo, neste momento", disse Kyrgios, dono de um dos saques mais poderosos do circuito. "Tudo é muito triste... E não há previsão de chuva para os próximos quatro meses. Então, não parece que o fogo vai baixar a qualquer momento."

A iniciativa do atleta australiano, 29º do ranking, estimulou outros tenistas a fazer doações. Também australiano, Alex de Minaur (18º) foi o primeiro a seguir, elevando o valor para 250 dólares australianos por ace. "Eu não faço tantos aces quanto você, parceiro", brincou o compatriota, nas redes sociais. John Millman e John Peers, outros atletas da casa, também prometeram doações.

A local Ashleigh Barty foi além e prometeu doar todo o valor que embolsar no Aberto da Austrália, que terá a maior premiação da história de um Grand Slam. Número 1 do mundo, ela é uma das favoritas ao título. A futura campeã ganhará nada menos que 4,12 milhões de dólares australianos (R$ 11,6 milhões).

Ex-líder do ranking, a romena Simona Halep foi mais criativa ao sugerir suas doações. Com apenas 1,68 metro de altura, a atual número quatro do mundo não se destaca pelos aces. Por isso, disse que doará 200 dólares australianos a cada vez que causar a irritação do técnico Darren Cahill em seu box, durante o Aberto da Austrália. "Deste jeito, vou levantar muito mais dinheiro", afirmou a tenista.

Além de prometer doações por aces, Kyrgios propôs a disputa de jogos de exibição entre o fim da ATP Cup, que será encerrada no dia 12, e o início do primeiro Grand Slam do ano, para arrecadar fundos para as entidades que estão combatendo os incêndios. A proposta não vingou, mas a ATP decidiu entrar nas doações por aces.

O diretor do torneio, Tom Larner, garantiu que a organização vai doar 100 dólares australianos para a Cruz Vermelha Australiana a cada ace registrado na competição, que favorece o chamado "saque perfeito" por ser disputada em quadra rápida. Somente no primeiro dia foram levantados 21.600 dólares australianos. O principal responsável por esta soma foi o norte-americano John Isner, um dos maiores sacadores do circuito, com 33 aces, na partida contra o norueguês Casper Ruud. A ATP espera arrecadar até 150 mil.

"Comunidades por todo o país foram devastadas por esta crise, com tantos incêndios nesta época do ano. E, como nosso torneio ocorrendo em plena forma, o tênis se torna uma oportunidade única para dar apoio aos esforços de socorro e recuperação", declarou Tom Larner.

No fim de semana, os incêndios afetaram diretamente o circuito de tênis ao forçar uma mudança de sede de uma competição de nível challenger. O torneio marcado para ser disputado em Camberra, entre esta segunda-feira e o domingo, foi transferido para Bendigo, região pouco afetada pelo fogo até agora.

Até agora, os incêndios causaram a morte de 24 pessoas e deixaram outras dezenas desaparecidas. Cerca de 1,5 mil casas foram reduzidas a cinzas e estima-se que quase 500 milhões de animais morrerão incinerados até o fogo ser contido.

PREOCUPAÇÃO - Ao mesmo tempo em que prometem doações, os tenistas discutem sobre a possibilidade de os incêndios atrapalharem a realização do Aberto da Austrália, na cidade de Melbourne, ainda pouco afetada pela fumaça. No fim de semana, o sérvio Novak Djokovic admitiu a preocupação com a saúde dos atletas.

"Acho que eles tentarão fazer qualquer coisa sem adiar nada em termos de dias e do início do torneio", afirmou o número dois do mundo, em entrevista coletiva. "Mas quando se trata dessas condições que afetam a saúde de jogadores, acho que você definitivamente deveria considerar". Presidente do Conselho dos Jogadores da ATP, o sérvio disse que vai considerar a possibilidade de discutir o assunto com os demais tenistas nos próximos dias.

Os terríveis incêndios que estão devastando a Austrália têm preocupado pessoas de todo o mundo. Uma modelo americana decidiu ajudar na causa fazendo o que ela chama de “Filantropia Nua”. Kaylen Ward está trocando 'nudes' por doações a associações australianas que cuidam do meio ambiente. 

A iniciativa de Kaylen tem funcionado e já mobilizou cerca de 20 mil pessoas. Ela envia as fotografias íntimas a quem comprovar a doação no valor mínimo de US$ 10, o equivalente a R$ 40. Até o momento, ela já arrecadou um montante de US$ 500 mil. No Twitter, ela explica a campanha: "Estou enviando nudes a quem doar US$ 10 para qualquer fundo voltado aos incêndios na Austrália. A cada US$ 10, uma foto minha na sua DM. Você precisa me mandar a confirmação da doação". 

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Nos comentários do perfil de Kaylen, os seguidores elogiaram sua atitude. "Temos uma rainha da caridade"; "Estou desapontado com as pessoas que não doaram até envolverem nudes na campanha, mas respeito o fato de que ela levantou todo esse dinheiro"; "Ela está ajudando mais do que o governo"; "Esse não é o melhor caminho a seguir mas, pelo menos você está sendo produtiva, tenho que respeitar"; "Obrigada por tudo que você está fazendo". 

As autoridades australianas divulgaram neste domingo (5) que subiu para 24 o número de mortos pelos incêndios que atingem o país. No sudeste australiano, o céu ficou escuro e houve chuva com cinzas.

"Não podemos fingir que isso é algo que vivemos antes. Não é", disse Gladys Berejiklian, primeira-ministra do Estado de Nova Gales do Sul, o mais afetado do país. Mais de 100 mil pessoas já foram evacuadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Personalidades como a tenista Ashleigh Barty, depois da atriz Nicole Kidman e a cantora Pink, mobilizaram-se neste domingo (5) para arrecadar fundos ou fazer doações para os bombeiros e vítimas dos incêndios que devastam a Austrália e que já mataram 24 pessoas.

Depois de um dia de incêndios particularmente violentos, este domingo registrou temperaturas mais baixas e chuvas em partes dos estados de Victoria e Nova Gales do Sul (sudeste). Mas as cidades litorâneas da costa leste estão mergulhadas na escuridão. Cinzas caem nos vilarejos, enquanto as grandes cidades sufocam em meio à fumaça.

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Neste domingo, a capital Canberra liderava as cidades mais poluídas do mundo, à frente de Nova Délhi e Cabul, devido à fumaça que emana do incêndio nas proximidades, pelo Air Visual, site independente que mede a qualidade do ar.

As personalidades estão engajadas e levantaram milhões de dólares para apoiar os bombeiros e as comunidades afetadas por esses incêndios devastadores.

Uma vaquinha lançada pela atriz Celeste Barber no Facebook para ajudar os bombeiros arrecadou em 48 horas 25 milhões de dólares australianos (15,5 milhões de euros) de doações de todo o mundo.

A tenista australiana Ashleigh Barty, número um do mundo, anunciou que doará seus prêmios no torneio de Brisbane à Cruz Vermelha para ajudar as vítimas do incêndio. Seus prêmios podem chegar a 250.000 dólares.

- Doações -

A cantora americana Pink prometeu no sábado doar 500.000 dólares, valor equivalente ao prometido pela atriz australiana Nicole Kidman.

"O apoio, pensamentos e orações de nossa família se estendem a todos os afetados pelos incêndios em toda a Austrália", escreveu a atriz no Instagram.

No sábado, centenas de propriedades foram destruídas e um homem morreu tentando salvar a casa de um amigo, em um dos piores dias desde que os incêndios começaram em setembro.

Quase 200 incêndios continuam ativos, muitos deles fora de controle, mas poucos dispararam avisos de emergência.

Milhões de australianos foram afetados no sudeste, a parte mais populosa do continente insular, por essa catástrofe que as autoridades não conseguem conter e que já destruiu uma área equivalente ao dobro da Bélgica e causou 24 mortes, incluindo de três bombeiros.

Os incêndios são comuns na Austrália na primavera e no verão. Mas têm sido particularmente precoces e violentos nesta temporada, principalmente devido às condições mais favoráveis provocadas pelo aquecimento global.

"Estamos em território desconhecido", disse Gladys Berejiklian, primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney. "Não podemos dizer que já vivemos isso. Não é o caso".

Um estado de emergência foi declarado no sudeste da ilha e ordens de evacuação foram dadas na sexta-feira a mais de 100.000 pessoas.

- Incêndios e inundações -

Muitas localidades continuam ameaçadas, especialmente em torno da cidade de Eden, em Nova Gales do Sul, perto do estado de Victoria.

"Víamos a menos de 50 metros e havia detritos caindo do céu, principalmente cinzas brancas", contou à AFP John Steele, de 73 anos, evacuada no sábado à noite de sua propriedade ao norte de Eden. "O céu ainda está vermelho".

Incêndios e inundação: Cooma, no interior do país, teve que enfrentar dois males quando uma enorme torre de água com 4,5 milhões de litros desabou, varrendo carros e cobrindo casas de lama.

Diante da gravidade da crise, o primeiro-ministro Scott Morrison anunciou no sábado a maior mobilização militar já realizada, convocando 3.000 reservistas do exército para ajudar os bombeiros voluntários.

Navios da Marinha e helicópteros de combate já foram mobilizados na sexta-feira para a maior evacuação lançada desde a Segunda Guerra Mundial na Austrália, em Mallacoota (estado de Victoria), onde 4.000 pessoas ficaram presas à beira-mar pelos incêndios que cercam a cidade.

A rainha Elizabeth II disse estar "profundamente triste" pelos incêndios e agradeceu aos serviços de emergência "que colocam suas próprias vidas em perigo" para ajudar a população.

Milhares foram deslocados, como Noreen Ralston-Birchaw, de 75 anos, que perdeu sua casa em Mogo na véspera de Ano Novo, cerca de 100 km a sudeste de Canberra.

"Enquanto falo com você, não quero voltar lá para ver minha casa em cinzas", disse à AFP. "Eu não quero reconstruir lá."

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