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Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) mostra que 46,2% das moradias brasileiras têm algum tipo de privação no saneamento. Segundo o levantamento, do total de 74 milhões de moradias, 8,9 milhões não possuem acesso à rede geral de água; 16,8 milhões contam com uma frequência insuficiente de recebimento; 10,8 milhões não possuem reservatório de água; 1,3 milhão não possuem banheiro; e 22,8 milhões não contam com coleta de esgoto.

O estudo, produzido pelo Instituto Trata Brasil, foi feito baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADCA), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022.

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Considerando os cinco tipos de privações analisadas (acesso à rede geral, frequência insuficiente de recebimento de água, falta de reservatório, ausência de banheiro, e falta de coleta de esgoto), o estudo mostra que 53,8% dos domicílios brasileiros não têm nenhuma privação; 25,2% tem uma; 9,9%, duas; 9,3%, três; 1,4%, quatro; e 0,4%, cinco privações.

“A falta de água tratada ou a exposição ambiental ao esgoto, problemas decorrentes da privação de saneamento, interferem decisivamente na incidência de doenças com consequências para a saúde das crianças, jovens e adultos”, destaca o texto do estudo.

Estados

Segundo a pesquisa, os estados com maior população afetada pela falta de acesso à rede geral de água são: Pará (3,9 milhões de pessoas), seguido de Minas Gerais (2,3 milhões), Bahia (2,1 milhões), Pernambuco (1,8 milhão) e Rio de Janeiro (1,7 milhão). O estudo mostra ainda que 9,8% dos brancos são afetados pelo problema; 11,1% dos pretos; 9,6% dos amarelos; 15,9% dos pardos, e 18,9% dos indígenas.

Já o abastecimento irregular de água atinge mais pessoas no Pernambuco (6,3 milhões), seguido da Bahia (5,6 milhões), Pará (4,6 milhões), Rio de Janeiro (4,5 milhões), Minas Gerais (3,8 milhões) e São Paulo (3,3 milhões). De acordo com os dados, 17,9% da população branca é afetada pelo problema; 24,3% da preta; 20,4% da amarela; 29,5% da parda; e 32,5% da indígena.

A privação da disponibilidade de reservatório de água afeta mais pessoas no Rio Grande do Sul (4,7 milhões de pessoas), seguido de São Paulo (3,8 milhões), Pará (2,7 milhões), Paraná (2,2 milhões), e Maranhão 2,1 (milhões). Segundo o levantamento, 12,4% dos brancos enfrentam o problema; 16,5% dos pretos; 11,5% dos amarelos; 17,2% dos pardos, e 22,7% dos indígenas.

Já a privação de banheiro atinge maior população no Pará (983,5 mil pessoas), Maranhão (916,1 mil), Bahia (540 mil), Amazonas (353,9 mil), e Piauí (335,5 mil). O problema afeta 0,7% dos brancos; 2,1% dos pretos; 1,9% dos amarelos; 3,4% dos pardos; e 5,1% dos indígenas.

A falta da coleta esgoto é mais aguda no Pará, onde 7,02 milhões de pessoas enfrentam o problema; seguido da Bahia (6,4 milhões de pessoas), Maranhão (5,4 milhões), Ceará (4,4 milhões), e Minas Gerais (4,07 milhões). A falta de coleta de esgoto atinge 24,2% dos brancos, 31% dos pretos; 24,8% dos amarelos; 40,9% dos pardos, e 44,6% dos indígenas.

“A carência de serviços de coleta e de tratamento de esgoto, por sua vez, é responsável por outra parte das infecções gastrointestinais. Os problemas mais graves surgem nas beiras de rios e córregos contaminados ou em ruas onde passa esgoto a céu aberto – em valas, sarjetas, córregos ou rios”, diz o texto da pesquisa.

Ao menos nove pessoas, incluindo crianças, foram encontradas carbonizadas em duas casas vizinhas no povoado de Núcleo Colonial JK, zona rural do município de Mata de São João, a cerca de 63 quilômetros de Salvador. Segundo a Polícia Civil da Bahia, uma criança foi resgatada com vida e encaminhada a um hospital com queimaduras graves.

Ao Estadão, a Delegacia Territorial de Mata de São João, que opera o resgate e a perícia no local, informou que a região não tem sinal de telefone. Por isso, segundo o órgão, não é possível confirmar o total de mortos, as idades das vítimas e mais informações sobre a ocorrência.

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A Polícia Civil da Bahia diz que será ampliada a equipe de perícia e remoção das vítimas. O Corpo de Bombeiros da Bahia afirma que não foi acionado para a ocorrência.

O município de Mata de São João é conhecido pela violência. No Mapa da Violência de 2016, a cidade liderou o ranking de cidades com maior número de mortes por armas de fogo no País.

Além disso, no Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado este ano, com dados de 2022, a Bahia ficou em segundo lugar entre os Estados com maior taxa de homicídio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), trocaram críticas por causa de moradias de 15 metros quadrados construídas na cidade para abrigar famílias da Ocupação Nelson Mandela. No sábado, 17, durante agenda em Belém, o petista criticou o tamanho das casas e disse que Saadi, por construí-las, "não é humano". Em resposta, no domingo, o prefeito publicou um vídeo nas redes sociais em que acusa o presidente de mentir e fazer "politicagem".

As críticas de Lula no sábado foram feitas durante agenda do governo para anunciar medidas de preparação da capital do Pará para receber a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30). "O prefeito daquela cidade está construindo casas de 15 metros quadrados para que as pessoas pobres fiquem lá. Ou seja, significa que esse prefeito não entende de pobre. Significa que esse prefeito não é um cara humano. Significa que esse prefeito acha que pobre tem de ser tratado como se fosse uma coisa qualquer, e não como um ser humano que merece respeito", afirmou.

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Lula também confrontou as medidas de Saadi, que é do Republicanos - ou seja, do espectro político oposto -, com as de sua gestão. Disse que as habitações construídas pelo governo federal terão 40 metros quadrados, sacadas para as pessoas tomarem ar livre e bibliotecas. O presidente voltou a atacar a medida nesta segunda-feira, 19, durante sua live semanal.

Como mostrou o Estadão, Saadi tentará a reeleição em Campinas tendo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), buscando se firmar como o candidato dos votos bolsonaristas no município. Seu principal adversário na disputa será o deputado estadual Rafael Zimbaldi (Cidadania), também de centro-direita, deixando o PT isolado na cidade.

Além das críticas feitas no sábado, o presidente voltou a tocar no assunto durante live nesta segunda-feira. "Aquele negócio de o prefeito (de Campinas) fazer uma casa de 15 metros quadrados. Se essa moda pega, daqui a pouco estaremos construindo poleiros para que o pobre possa morar. É o absurdo do absurdo", disse.

No vídeo publicado no domingo, Saadi classificou as falas do presidente como "politicagem" e acusou o petista de não falar a verdade. "Humano seria não atender às reivindicações das famílias? Humano é não mentir, humano é falar a verdade. Lula, deixa de politicagem, deixa de fazer discursos como você fez ofendendo a luta das famílias do Mandela", afirmou.

Em nota enviada ao Estadão, a prefeitura de Campinas afirmou que as casas de 15 metros quadrados não são fruto de um projeto habitacional, mas, sim, de um acordo com os moradores da ocupação para evitar uma ordem de despejo. A ocupação, por sua vez, saiu em defesa do prefeito e divulgou nota afirmando que "ninguém se preocupou" com as famílias quando elas foram alvos de uma ordem de reintegração de posse.

Ainda segundo o movimento, as casas são "embriões" feitos rapidamente para cumprir a determinação da Justiça, que deu quatro meses para o despejo das famílias, e que serão ampliadas para até 60 metros quadrados no futuro.

Na manhã desta segunda-feira, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) manifestou solidariedade ao prefeito de Campinas, defendeu diálogo federativo "permanente" e falou em "equívoco do governo federal". Saadi é vice-presidente de Saúde da entidade. "Manifestamos solidariedade ao prefeito de Campinas, Dário Saadi, diante do equívoco do governo federal sobre uma iniciativa de residência evolutiva na cidade. Para evitar episódios como esse, a FNP incentiva e busca a promoção do diálogo federativo permanente. Somente com iniciativas conjuntas e coordenadas, entre União, estados e municípios, será possível promover justiça social e o desenvolvimento de país", diz a nota.

As autoridades italianas evacuaram nesta quinta-feira (18) as cidades afetadas pelas enchentes em Emilia-Romagna, no nordeste do país, onde nove pessoas já morreram.

Vários rios transbordaram no sudeste da Emilia-Romagna, devido às chuvas torrenciais que caíram na região nos últimos dias, e que também provocaram deslizamentos de terra, segundo autoridades regionais.

Mais de 10.000 pessoas tiveram de deixar suas casas.

A chuva parou no meio da tarde de ontem, e os meteorologistas não preveem precipitações significativas nesta quinta-feira. Ainda assim, ônibus foram fretados para levar os habitantes dos municípios de Villanova di Ravenna, Filetto e Boncalceci, ameaçados pelo aumento do nível das águas do rio Lamone.

Com "seis meses de chuva em 36 horas" e "precipitações recordes" durante duas semanas, "nenhum território consegue resistir", lamentou o presidente da região da Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini.

"O solo não absorve nada", acrescentou.

As Forças Armadas italianas e a Guarda Costeira se uniram ao esforço de emergência com helicópteros e botes, de modo a chegarem às casas isoladas pelas inundações.

Nos locais onde a água começava a baixar, os moradores limpavam casas e ruas cobertas de lama e entulho.

“Moro aqui desde 1979. Já vi inundações, mas nunca nada igual”, disse Edoardo Amadori, morador da cidade de Cesena, à AFP.

Milhares de fazendas desta fértil região agrícola foram afetadas. As inundações também levaram ao cancelamento do Grande Prêmio de Fórmula 1 que estava previsto para acontecer no domingo (21) na região da Emilia-Romagna.

Uma sequência de explosões derrubou duas casas e danificou outras duas na madrugada desta sexta-feira (6), em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais. O Corpo de Bombeiros está no local e realiza buscas para encontrar um morador entre os escombros. 

Equipes de resgate foram enviadas à ocorrência na Rua Alencar Tristão, no bairro Santa Terezinha, por volta das 3h. Informações repassadas aos bombeiros apontam três explosões sem causa definida e que residências vizinhas tiveram os vidros quebrados.

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Apenas um dos imóveis estaria ocupado e o homem desaparecido seria a única vítima. A Prefeitura de Juiz de Fora informou que o trânsito na rua está totalmente interditado e equipes da Defesa Civil, Bombeiros, PM e outros órgãos estão no local. 

Para Rosa Falcón foi "desumano" ver centenas de migrantes dormindo nas ruas da cidade americana de El Paso, Texas, em temperaturas abaixo de zero, então uma noite ela decidiu transformar sua própria casa em um abrigo para uma família. Desde então, não parou.

"Com tudo o que eles viveram, deixá-los assim, à deriva, na rua, me parece ilógico e desumano", contou Falcón durante uma de suas já habituais rondas noturnas pelo centro da cidade, vizinho da mexicana Ciudad Juárez, que acumula décadas de história e tradição migratória.

Mais de 53.000 migrantes se entregaram às autoridades fronteiriças neste setor da fronteira somente em outubro, um aumento de 280% em comparação com o mesmo mês do ano passado e o maior aumento de toda a fronteira sul dos Estados Unidos.

Muitos chegam quase sem roupa, molhados ou sujos, depois de atravessar a selva de Darien, no Panamá, ou o Rio Grande, que separa o México dos Estados Unidos. Em El Paso, enquanto buscam uma forma de comprar passagens para ir a outras cidades, enfrentam temperaturas gélidas dessa forma precária, chegando a dormir na rua.

"É de partir o coração, principalmente quando há crianças", afirma Falcón, professora de uma escola, que à noite construiu uma rede de apoio com outros voluntários e igrejas locais.

- "Como podemos confiar?" -

Um pico migratório foi registrado nos últimos dias, o que levou o prefeito Oscar Leeser a decretar estado de emergência para agilizar os recursos.

Na noite de sábado, após o anúncio, um ônibus chegou à rodoviária do centro de El Paso, ponto frequente de migrantes com poucos recursos que buscam seguir viagem para outras cidades.

"Quem não tiver passagem até amanhã pode vir conosco", disse um responsável municipal ao descer do ônibus, explicando que seriam levados para um hotel para dormir em virtude do estado de emergência.

Mas muitos migrantes permaneceram imóveis, com medo. "Ouvimos tantas coisas", disse Santiago, um colombiano de 23 anos. "Como podemos confiar? E se nos levarem para outro estado?", se questionou o jovem, que diz ter saído de seu país devido à situação econômica.

A fronteira sul dos Estados Unidos está fechada para imigrantes sem visto há mais de dois anos, sob uma polêmica medida sanitária lançada pelo ex-presidente Donald Trump durante a pandemia.

O chamado Título 42 impede que os solicitantes de asilo se apresentem nos portões de entrada dos Estados Unidos, razão pela qual muitos se entregam às autoridades nas brechas dos mais de 3.000 quilômetros de muro da fronteira.

Após uma batalha jurídica, essa medida deve ser revogada à meia-noite de 20 de dezembro. As autoridades locais do Texas, Arizona, Novo México e Califórnia especulam que a fronteira e o sistema de imigração dos EUA serão postos à prova.

Os especialistas aplaudem o fim da aplicação da medida, que consideram discriminatória.

"Aqui estamos todos na luta, o que queremos é trabalhar, é uma oportunidade", disse um venezuelano que entrou ilegalmente em El Paso, evitando as autoridades, para não ser devolvido sob a aplicação do Título 42.

Com seu carro e auxiliada por sua mãe, sua filha e seu genro, Falcón acomoda entre quatro e cinco migrantes na sala de sua casa todas as noites, além de oferecer comida e, às vezes, roupas.

"Mesmo que eu não os conheça, sinto que fazem parte da minha família", diz ela. Falcón sustenta todos com seus próprios recursos. Em troca, pede apenas orações. "Eles são a minha bênção", afirma.

Ao completar um mês da tragédia que tirou a vida de 233 pessoas e deixou quatro desaparecidos em Petrópolis, alguns problemas seguem sem solução. O maior deles é onde acomodar as centenas de pessoas que perderam suas casas ou tiveram que sair do imóvel, com risco de desabamento, após a enxurrada que abalou o município na tarde de 15 de fevereiro.

Segundo o último balanço da prefeitura, são 685 pessoas em abrigos, a maioria em igrejas e escolas. Outras estão provisoriamente em casas de parentes. A maioria espera a concessão do aluguel social para conseguir novo lugar para morar, mas o processo está muito lento.

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Entre esses casos, está o de Marta dos Santos Ribeiro, que precisou sair de casa, no Morro da Oficina, e hoje está alojada na casa da irmã, depois de morar um mês em uma igreja. Ela e o marido Edison Alves da Silva conversaram com a reportagem no alto do morro, entre os escombros do que restou das residências, onde tinham ido buscar alguns pertences.

“A gente estava na igreja até quinta-feira passada, só que tivemos de sair. Nós ainda não achamos casa, mas já fizemos o cadastro. As que nós encontramos, não aceitam o aluguel social. Já procuramos mais de 20 casas. O futuro é de muita luta, mas temos fé”, disse ela, que está afastada pela Previdência, porque se recupera de um câncer.

Outros se deparam com a falta de reconhecimento oficial, por parte da Defesa Civil do município, de que seus imóveis estão em área de risco, o que garante o acesso ao aluguel social. É o caso de Camila Lírio, que se preocupa com seus vizinhos, a maioria moradora ao lado do Morro da Oficina, em área que também corre risco de futuros desabamentos.

“Estou morando em casa de amigos, mas é provisório. Muita gente ainda não quer sair, porque alega que não há risco. Isso é mais uma tragédia anunciada. O que aconteceu do lado de cá pode acontecer do lado de lá. Tem que oficializar a interdição. Ali tem umas 150 pessoas. Estou correndo atrás do aluguel social. Para conseguir uma casa, tem que pegar os dados e levar para a prefeitura, que fará o pagamento na conta do proprietário. Mas ninguém quer locar, com a incerteza do pagamento”, relatou Camila.

Para o padre José Celestino Coelho, da Paróquia Santo Antônio, do Alto da Serra, o problema não é simples e demanda maior planejamento do poder público, para que novas tragédias não aconteçam. Ele viu tudo bem a sua frente, pois a igreja fica a pouco mais de 100 metros do Morro da Oficina. E foi para lá que acorreram centenas de pessoas na primeira noite, em busca de abrigo.

“Aqui chegou a ter 280 pessoas, agora tem 24, que não estão conseguindo ir para o aluguel social. O ensinamento que ficou é que temos de ter mais planejamento e fiscalização. Se continuar do jeito que está, é uma tragédia que vai ficar esquecida e depois virão outras. Infelizmente”, refletiu o padre.

Desaparecido

Enquanto o problema para uns é buscar nova moradia, o drama de outros é localizar um parente que continua desaparecido. É o caso de Adauto Vieira da Silva. Ele tenta, sem sucesso, desde o dia da tragédia, encontrar o corpo do filho, Lucas Rufino da Silva.

Além dele, Adauto perdeu no deslizamento do Morro da Oficina a esposa e uma filha, que já foram sepultadas. Porém, o corpo de Lucas, de 21 anos, continua desaparecido. O pai diz que, logo após o temporal, amigos chegaram a reconhecer, no meio da lama, o que seria o corpo do jovem. Porém, depois que foi levado para o Instituto Médico Legal, o reconhecimento foi de outra pessoa, o que causa indignação.

“Eu enterrei a minha esposa e minha filha. E o meu filho? Se ponham no meu lugar. Tentar tirar o direito de enterrar o meu filho. Ele estava com 21 anos. Já passou um mês, mas para mim parece que foi ontem. Até quando vou ter que esperar? Eu só vou ame quietar quando eles solucionarem onde está o meu filho”, disse ele, próximo ao local onde dois tratores tentavam remover toneladas de terra, na esperança de localizar o corpo de Lucas.

Comércio

A poucos quilômetros dali, o centro de Petrópolis busca retomar a força de seu comércio, severamente afetado pela inundação. Dezenas de lojas foram invadidas pela água e lama, ficando semanas fechadas, para limpeza e reforma das instalações. Na Rua do Imperador, uma das principais da área central, o que se via na tarde dessa segunda-feira (14) era o oposto dos dias que se seguiram à tragédia.

Em vez de lojas fechadas, cobertas por grossa camada de lama, a região voltou a atrair milhares de pessoas. Além dos próprios moradores, centenas de turistas voltam aos poucos a frequentar o comércio local, especialmente conhecido pelas confecções de bom preço e qualidade, muito buscadas por clientes e revendedores.

Um caso que se tornou emblemático foi o da Livraria Nobel, que perdeu quase 15 mil livros em seu estoque, no subsolo da loja, inundado pela chuva em questão de minutos, sem dar tempo aos funcionários fazerem nada, além de salvarem suas próprias vidas.

“Conseguimos reabrir a loja. E para isso tivemos muito carinho da população. Foi muito rápido. Quando entrou pela porta da frente, o meu filho já saiu dali com água na cintura. O prejuízo é grande. Não perdemos só os livros, foram cinco computadores, móveis, divisórias. Agora, quando começa a chover, fica todo mundo tenso e traumatizado”, contou a proprietária, Sandra Madeira, que nem por isso pensou em desistir. Afinal, Petrópolis só tem duas livrarias: a Nobel e a Vozes.

Prefeitura

Procurada para se manifestar sobre os problemas na concessão dos aluguéis sociais, a prefeitura de Petrópolis respondeu que o último balanço, de 10 de março, inclui 170 aluguéis sociais. "Importante dizer que a prefeitura fez todos os esforços para agilizar a concessão de aluguéis sociais. Um grupo de trabalho, que envolve todas as secretarias, atua na ponta, auxiliando as famílias na busca por moradia segura. O município também liberou a exigência do laudo da Defesa Civil pelo período de 60 dias, justamente para acelerar o processo", escreveu a prefeitura em nota.

Até o momento, foram 1.778 laudos concluídos e 3.012 estão em andamento. No total, a Defesa Civil tem 5.802 ocorrências registradas.

Centenas de casas foram destruídas e pelo menos 33.000 pessoas receberam ordem para deixar suas residências devido a um incêndio no Colorado (oeste dos Estados Unidos), região que enfrenta uma seca histórica associada a ventos fortes.

No condado de Boulder, hotéis, centros comerciais e mais de 650 hectares de vegetação foram consumidos pelas chamas.

"Sabemos que aproximadamente 370 casas em Sagamore foram destruídas. Existem outras 210 casas que podem ter sido perdidas em Old Town Superior", disse o xerife do condado de Boulder, Joe Pelle, em entrevista coletiva.

Uma área de mais de 6 km2 foi devorada pelas chamas no condado de Boulder, onde vivem cerca de 100.000 pessoas, e as autoridades alertam que o fogo avança em áreas habitadas e comerciais.

"Quero enfatizar que devido à magnitude e intensidade deste incêndio e ao fato de ocorrer em uma área altamente povoada, não seria surpreendente se houvesse feridos ou mortes", disse Pelle, que especificou que uma loja e um complexo hoteleiro foram consumidos pelas chamas.

O jornal Colorado Sun noticiou que vários feridos por queimaduras foram tratados em hospitais da região.

A CBS transmitiu imagens de um complexo de apartamentos em chamas enquanto os bombeiros tentavam apagar o incêndio.

Um vídeo no Twitter mostra fumaça e fogo atingindo o estacionamento de uma loja e incendiando árvores e grama.

Milhares de pessoas receberam ordem de evacuação para fugir das chamas que se acredita terem sido desencadeadas por postes de energia derrubados pelos ventos fortes.

O Colorado enfrenta uma seca histórica, o que facilita a propagação das chamas. As rajadas de vento atingem 160 km/h em algumas áreas, dificultando o trabalho dos bombeiros.

Os ventos devem diminuir, de acordo com o serviço meteorológico nacional, e a previsão é de que neve caia nas próximas horas.

Patrick Kilbride, de 72 anos, estava trabalhando em uma loja de ferragens quando soube da ordem de evacuação, de acordo com o Denver Post.

Ele correu para casa para pegar suas coisas, mas não conseguiu salvar nada, exceto o carro e as roupas que vestia. Seu cachorro e gato morreram.

"Apenas cinzas", disse ele sobre a casa em que viveu por três décadas. "Não é mais uma casa. Se precisa de uma lareira, é tudo o que resta", disse ao jornal.

Um total de 33.000 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas entre Louisville, uma cidade de 20.000 habitantes, e Superior, com 13.000 habitantes.

- "Vidas em perigo" -

O Serviço Meteorológico Nacional afirmou que se trata de uma situação "que põe vidas em perigo".

Patti Holtz descreveu o terror de deixar sua casa em Boulder, a cerca de 50 km de Denver, capital do Colorado. "Tudo estava pegando fogo".

"Tinha brasa por toda parte. Fiquei com muito medo, claro, com o vento. (...) Estava tão escuro que não dava para ver nada. Como a escuridão da noite", descreveu.

O governador do Colorado, Jared Polis, declarou estado de emergência e alertou para um incêndio "devastador".

Assim como os incêndios anteriores no estado, este está avançando em áreas residenciais e não no campo.

"Esta área [em chamas] está ao redor e dentro de assentamentos suburbanos, lojas", explicou.

"É como o bairro em que você mora, como o bairro em que qualquer um de nós vive, e 6km2 (de incêndio) perto de um centro populacional pode ser, e é, neste caso, absolutamente devastador", refletiu Polis.

Como grande parte do oeste dos Estados Unidos, o Colorado passou por anos de seca que deixaram a área árida e vulnerável a incêndios florestais.

Embora os incêndios sejam uma parte natural do ciclo climático, ajudando a limpar a vegetação, sua escala e intensidade estão aumentando.

Os cientistas alertam que a mudança climática, em grande parte impulsionada pelas atividades humanas, como a queima indiscriminada de combustíveis fósseis, está alterando os padrões climáticos.

Isso prolonga as secas em várias áreas e causa tempestades fora da estação incomuns em outras regiões, um fenômeno que deve piorar à medida que as temperaturas ao redor do mundo continuam subindo.

Na madrugada desta quinta-feira (11), o Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar um incêndio que se propagou em duas casas no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife. A corporação informa que ninguém ficou ferido.

As chamas se alastraram em duas residências na Avenida Jornalista Possidônio Cavalcante Bastos, próximo à Ponte da Salvação.

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Uma viatura dos bombeiros foi enviada ao local para evitar que o fogo se espalhasse por outros imóveis. A ocorrência foi finalizada por volta das 2h40.

A Tenda lançou seu terceiro projeto-piloto de casas de madeira - um mercado praticamente inexplorado no Brasil e que a companhia pretende dominar nos próximos anos. A meta é fabricar 10 mil casas de madeira por ano a partir de 2026, o que representará um negócio de R$ 2 bilhões. Para isso, o grupo investirá de R$ 75 milhões a R$ 100 milhões anuais nos próximos quatro anos.

O novo empreendimento fica na cidade paulista de Santa Bárbara d'Oeste. Ao todo, são 75 unidades, das quais 35 foram vendidas em apenas 20 dias.

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As casas têm dois dormitórios e área de 47,5 m², com valores a partir de R$ 200 mil, dentro do programa Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida. O empreendimento deve movimentar cerca de R$ 15 milhões em vendas.

Esse foi o primeiro projeto lançado com a marca da Alea, startup de negócios criado pela Tenda para desenvolver a construção em woodframe - modelo com uso intensivo de madeira, muito comum no Canadá, nos EUA e na Europa.

"Esse nível de vendas mostra que tivemos uma boa aceitação", avalia o diretor executivo da Alea, Marcelo Melo. "Estamos na fase de projetos-piloto, testando e aprendendo para começar o ramp up (expansão do projeto) a partir de 2023."

O próximo lançamento será um conjunto de 168 casas em Iperó, cidade de 40 mil habitantes também no interior de São Paulo. Outros dois empreendimentos já haviam sido lançados em Mogi das Cruzes e Leme, somando 99 unidades - das quais mais de 60% vendidas numa faixa entre R$ 140 mil e R$ 180 mil, dentro do programa popular habitacional.

A companhia está testando a aceitação do consumidor em relação às casas de madeira, ao preço e ao nível dos condomínios. Em Santa Bárbara d'Oeste, por exemplo, o padrão foi mais alto, com condomínio fechado, casas térreas, não geminadas e rodeadas de alamedas arborizadas.

Segundo a construtora, a nova tecnologia é muito mais do que uma "casa de madeira". O formato cria uma parede composta por quatro elementos: na parte estrutural, o painel tem pilares de pinus de reflorestamento; o "recheio" é feito com cimento, gesso e uma membrana que faz com que a umidade saia da casa, mas não a deixe entrar. Além disso, segundo a Tenda, os materiais usados garantem conforto acústico e térmico.

PERSPECTIVAS

O volume de negócios ainda é tímido perto do que a Tenda vislumbra. O crescimento virá por meio da sua fábrica própria, recém ativada em Jaguariúna (SP), a 125 quilômetros de São Paulo. É de lá que saem vigas, pilares, paredes e outros elementos de madeira pré-moldados que são levados para montagem nos canteiros.

Com a industrialização, a expectativa é de que cada obra leve aproximadamente 14 meses - cerca de metade de um empreendimento de mesmo porte erguido em alvenaria estrutural. Por enquanto, o processo de fabricação ainda demanda etapas manuais que impedem a Alea de funcionar a todo vapor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 100 casas foram afetadas pela chuva que atingiu nessa terça-feira (19) a cidade histórica mineira de Ouro Preto. Segundo a prefeitura, até ontem 30 famílias já haviam sido removidas de áreas de risco e abrigadas em casa de familiares próximos ou na Escola Major Raimundo Felicíssimo.

A prefeitura de Ouro Preto informou que, após os trabalhos de remoção e abrigo conduzidos pelas equipes da Defesa Social e Secretaria de Obras do município, foi iniciada a limpeza de ruas e casas. 

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Também tiveram início o mapeamento dos danos causados nas residências e o suporte aos atingidos. Um plano estratégico está sendo elaborado para amenizar os problemas causados pelo mau tempo, em especial nas casas construídas próximas ao nível do rio Maracujá.

Solidariedade

Em nota, a prefeitura destacou a “rede de solidariedade” que se formou diante do ocorrido, contando com a ajuda de municípios vizinhos, empresas, comunidade e igreja. 

Psicólogos e assistentes sociais foram acionados para dar suporte e cadastrar as pessoas atingidas pela enchente. A mesma nota reforça a importância de doações para minimizar os efeitos imediatos causados pela enchente.

As doações já estão sendo recebidas na Escola Major Raimundo Felicíssimo e em outros pontos de coleta, como o Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic), em Cachoeira do Campo; na Casa de Gonzaga, onde fica a Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Ouro Preto; e no Fórum de Ouro Preto.

“Doações em dinheiro podem ser feitas via PIX, no número 31985914602, em nome da Sandra Aparecida da Silva”, informou, em nota, a prefeitura de Ouro Preto.

A lava do vulcão Cumbre Vieja que entrou em erupção no domingo (19) na ilha espanhola de La Palma, no arquipélago turístico das Canárias, destruiu mais de 100 casas - informaram as autoridades locais nesta segunda-feira (20).

Primeira a ser registrada nesta ilha em 50 anos, a erupção provocou a retirada de quase 5.000 pessoas. Os danos são visíveis.

"Neste momento, temos 5.000 pessoas retiradas (...) e cerca de 100 casas destruídas", relatou Lorena Hernández, conselheira de Segurança Cidadã do município de Los Llanos de Aridane, no segundo dia de erupção do Cumbre Vieja.

"São muitas as casas destruídas", disse à AFP um porta-voz do governo regional das Canárias.

Em entrevista à televisão pública, o prefeito de El Paso, uma das localidades afetadas, descreveu a devastação.

"Em sua passagem, a lava não deixou absolutamente nada", descreveu o prefeito Sergio Rodríguez, acrescentando que os moradores "têm muita incerteza".

"Vão levar muito tempo para voltar, com certeza", comentou Rodríguez sobre o possível retorno às suas casas.

Os impressionantes rios de lava arrasaram árvores, invadiram casas e estradas, como mostram vários vídeos publicados nas redes sociais.

Com temperaturas de mais de 1.000°C., a lava avança a uma velocidade média de 700 metros por hora, segundo o Instituto Vulcanológico das Canárias.

Em apenas três minutos, Angie Chaux, uma moradora de Los Llanos de Ariadne, que vive a poucos quilômetros do vulcão, teve de deixar sua casa, às pressas, às 4h30 da madrugada, junto com o marido e o filho de três anos.

"Estou nervosa, porque não sabemos o que vai acontecer. Se vamos encontrar nossa casa", desabafou, contanto que a lava passou a 700 metros de sua residência.

- Atividade por várias semanas

Situado no centro da ilha de La Palma - uma das sete que compõem o turístico arquipélago das Canárias, perto da costa do noroeste da África -, o vulcão Cumbre Vieja ficou sob estrita vigilância há uma semana, devido a uma forte recuperação de sua atividade sísmica.

A erupção começou no domingo, pouco depois das 15h locais (12h00 em Brasília).

O governo regional das Ilhas Canárias disse na manhã de hoje no Twitter que não há previsão de novas erupções no momento, já que os fluxos de lava agora seguem "em direção ao mar".

De acordo com o presidente das Canárias, Ángel Víctor Torres, o vulcão Cumbre Vieja teria entre 17 e 20 milhões de metros cúbicos de lava. Por isso, a erupção continuará, alertou ele em um vídeo publicado no Twitter.

"Segundo a comissão técnica, tudo parece indicar que não haverá novos pontos de erupção", acrescentou Torres, que reiterou que a "segurança" dos habitantes está "garantida".

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, adiou sua viagem a Nova York, para participar da Assembleia Geral da ONU, e se deslocou para La Palma. Está lá desde a noite para acompanhar a evolução das operações.

A atividade do Cumbre Vieja pode durar "várias semanas, ou poucos meses", devido à presença de uma segunda reserva de magma situada a 20 ou 30 km de profundidade, explicou o coordenador científico do Instituto Vulcanológico das Canárias, Nemesio Pérez.

A última erupção na ilha de La Palma foi há 50 anos, em 1971.

De origem vulcânico, este arquipélago viveu sua última erupção em 2011, desta vez debaixo d'água, na ilha de El Hierro, provocando a retirada de centenas de pessoas.

A capital paulista tem, pela primeira vez, mais residências verticais, ou seja em prédios, do que residências horizontais, mostra estudo divulgado hoje (6) pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O dado faz parte de um conjunto de notas técnicas intitulado Políticas do Urbano, Desigualdades e Planejamento. Os trabalhos sobre planejamento municipal, mobilidade, participação social e orçamento serão divulgados semanalmente até setembro, quando ocorre o Fórum SP 21. O evento entre os dias 21 e 30 analisará o planejamento urbano de São Paulo.

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A primeira nota técnica explora o tema do estoque residencial formal do município entre 2000 e 2020. Foram utilizadas informações da Secretaria da Fazenda Municipal (SF), as quais servem de base para o lançamento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). Ficam de fora, portanto, favelas e loteamentos não regularizados. “Tem aí entre 20% e 25% das residências em São Paulo fora desse universo”, explica Eduardo Marques, diretor do CEM.

De acordo com os pesquisadores, a expansão dos prédios se dá com o significativo crescimento dos imóveis verticais de padrão médio, assim como pelo dos imóveis verticais de padrão alto. O texto da nota aponta que “a cidade parece estar acelerando um processo de elitização das tipologias residenciais”.

No ano 2000, São Paulo tinha 1,23 milhão de imóveis residenciais horizontais, ocupando 152 milhões de metros quadrados (m²). No mesmo período, eram 767 mil unidades verticais em 108,7 milhões de m². Dez anos depois, as casas eram 1,37 milhão em 183,7 milhões de m² e os imóveis verticais somavam 1,38 milhões, numa área de 190,4 milhões de m².

“Outras notas mais pra frente que vão explorar essa informação geral que estamos lançando na primeira nota em termos geográficos, em termos espaciais. Vamos poder entender as tendências mais localizadas, porque certamente atrás desse número total estão ocultos processos espaciais que são diferenciados”, apontou Marques à Agência Brasil.

Voltou a subir o número de mortes dentro das casas, sem assistência médica, na cidade do Rio de Janeiro. Subiu também acima da média o número geral de mortes no município. Os dados divulgados na tarde de terça-feira (1°) pelo MonitoraCovid19, da Fiocruz, indicam que o sistema de saúde da cidade pode estar à beira de um colapso. Nota da UFRJ divulgada na véspera já alertava para o problema.

O município teve um excesso de óbitos de 27 mil desde abril, comparado à média dos anos anteriores no mesmo período - sendo 13 mil causados pela Covid-19 e outros 14 mil ligados a outras doenças, como câncer e diabete, confirmando a precariedade do atendimento geral.

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O aumento "expressivo" de óbitos ocorridos em domicílio (de dez mil no mesmo período do ano passado para 14 mil este ano), sem assistência médica e por causas mal definidas, revela, segundo a nota técnica da Fiocruz, "um quadro de desassistência geral, que não se restringe aos hospitais, mas também à rede de atenção básica e ao sistema de vigilância em saúde". Mesmo as mortes por Covid-19 que ocorreram dentro dos hospitais foram, na maioria, fora de UTIs, o que demonstra, segundo a nota, a incapacidade de atender com propriedade os casos mais graves.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um incêndio destruiu quase 50 residências na Nova Zelândia, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira (5). As fontes consideram "um milagre" que ninguém tenha ficado ferido quando "um muro laranja" caiu sobre um povoado isolado da Ilha Sul.

O incêndio começou em uma floresta situada nas montanhas neste domingo (4) de manhã e, atiçado por fortes ventos, propagou-se ao povoado de Lake Ohau, obrigado a seus moradores a fugir para sobreviver.

Cinquenta estruturas foram destruídas e a situação continuava "tensa" na segunda-feira, sobretudo pelos fortes ventos. Onze helicópteros e nove equipes dos bombeiros tentavam conter as chamas, informou a corporação.

"A verdade é que um pequeno milagre que ninguém tenha ficado ferido", avaliou o prefeito do distrito de Waitaki, Gary Kircher. "Falei com um homem que se levantou para poder ver seu cão (que latia) ao amanhecer, abriu a porta e viu este muro laranja", acrescentou.

A pequena comunidade de Lake Ohau foi devastada, de acordo com Gary Kircher. Os ventos imprevisíveis dificultaram a luta contra as chamas, informou o Serviço de Incêndios e Emergências da Nova Zelândia (FENZ).

O incêndio devastou até a tarde de segunda-feira uma superfície de 4.600 hectares. Os incêndios são relativamente frequentes na Ilha Sul nesta época do ano, mas este é incomum por seu tamanho e intensidade.

Desde que a explosão de agosto destruiu estruturas da casa de sua família em Beirute, Basam Basila tem resistido à pressão de um proprietário de um edifício próximo que tenta comprar esse imóvel histórico, passado de pai para filho.

"Ele quer que eu venda a casa para demolir" e construir outro prédio, conta o homem de 68 anos, em sua casa no bairro de Monot. A explosão, causada por uma grande quantidade de nitrato de amônio armazenada no porto de Beirute, causou 188 mortes e devastou áreas inteiras da capital libanesa, aguçando o apetite dos tubarões imobiliários.

De acordo com o último balanço das autoridades neste sábado, sete pessoas ainda estão desaparecidas há mais de três semanas após a gigantesca explosão.

Como Basila, outros habitantes das ruas atingidas - especialmente nos bairros de Mar Mikhael, Gemmayzé e Monot - e autoridades locais lamentam a ganância de quem quer se "aproveitar" da tragédia para prosperar nos negócios.

O mesmo possível comprador, que comprou o andar térreo da casa na esperança de adquirir o restante, já havia feito uma oferta tentadora a Basila. "Ele me disse 'você vai acabar cedendo'", relata o motorista de táxi.

Para incentivá-lo a sair, o investidor agora se abstém - segundo ele - de "recuperar o andar térreo", fragilizado pela explosão. Mas "eu nasci nesta casa e meu pai nasceu nela (...) Não posso morar em outro lugar", ressalta Basila, que critica o Estado: "Sem ajuda não dá para restaurar nada!".

Dos 576 edifícios históricos de Beirute inspecionados pelo Ministério da Cultura, 44 têm risco de desabamento e 41 estão expostos ao risco de desabamento parcial.

Após a explosão, quando os cidadãos vieram relatar os danos em suas casas, Bechara Ghulam, o prefeito do distrito de Rmeil, no norte de Beirute, contou ter recebido a visita de um desses "corretores", que se propôs a comprar os imóveis para pessoas físicas que não queriam se identificar.

"Ele mostrou sua vontade de comprar casas danificadas pela explosão e sua disposição para 'pagar qualquer quantia' que os proprietários quisessem". "Eu respondi que não venderíamos", explicou Ghulam.

A tentação é forte em um contexto de grave crise econômica no Líbano, que vive uma desvalorização da libra libanesa, uma inflação galopante e uma escassez de dólares. Muitos libaneses vivem na pobreza.

Órgãos políticos e religiosos alertaram contra esses "abutres" rondando a capital libanesa, e os ministérios da Cultura e da Economia proibiram a venda de propriedades danificadas até que o trabalho de restauração seja concluído.

Um deslizamento de terra na parte alta da favela da Mangueira, na zona norte do Rio de Janeiro, atingiu 12 casas na madrugada desta sexta-feira (7). Segundo a prefeitura, o Centro de Operações acionou equipes da Defesa Civil, da Assistência Social, da Fundação Instituto de Geotécnica (Geo-Rio) e da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) por volta das 4h20.

A Defesa Civil isolou a área atingida e as equipes aguardam a retirada pela Comlurb do material que deslizou, para avaliar o estado estrutural das residências. No total, 20 agentes da Defesa Civil, da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Ordem Pública.

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As 12 famílias desalojadas estão sendo acompanhadas pela Secretaria de Assistência Social. Não há, até o momento, informações sobre feridos.

Como não choveu nos últimos dias, a hipótese é a de que um cano tenha estourado e vazado água no local, encharcando a terra que deslizou.

As férias de verão de 2020 na Itália serão muito diferentes para os turistas locais ou estrangeiros. Depois de um longo período de lockdown por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), apesar da vontade de sair, é preciso organizar um período de estadia seguro, especialmente, nas questões sanitárias.

Por conta dessas novas preocupações, as viagens de carro até os destinos de descanso devem ser escolhidas pela maior parte dos italianos - bem como a opção pelo aluguel de casas ao invés de reservas em hotéis com muitas pessoas.

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Por isso, a Polizia Postale - órgão criado para investigar crimes na internet - e a União Nacional de Consumidores (UNC) uniram forças e criaram um guia com oito dicas para não cair em golpes durante esse período.

Confira quais são:

1 - Buscar por imagens realísticas, completas e não visivelmente editadas. Para isso, eles aconselham usar sites ou motores de busca para comparar as imagens de quem oferece a residência e as que estão disponíveis em outros portais;

2 - Pegar sempre a descrição total e detalhada do imóvel;

3 - Buscar contato através de mais de um canal, como e-mail, chats e um número de telefone fixo. Nessas conversas, pedir mais detalhes e fotos do imóvel e fazer perguntas mais aprofundadas sobre ele;

4 - O preço do imóvel deve ser adequado ao local. Desconfie sempre de preços muito baixos;

5 - Encontrar-se com o negociante. Se possível, se encontrar com quem está oferecendo o aluguel para verificar documentação ou, até mesmo, fazer uma visita prévia;

6 - Confirmar valores antes do depósito;

7 - Nunca enviar documentos pessoais;

8 - Efetuar pagamentos apenas por depósitos bancários ou métodos de pagamento que permitem rastreio. Em caso de golpe, será possível tentar reaver o dinheiro pago. 

Da Ansa

Na Calábria, região localizada no Sul da Itália, uma comunidade conhecida como Cinquefrondi se autodeclara "livre de pandemia" e, com isso, tenta atrair novos moradores. A intenção é povoar a vila e anunciar as casas abandonadas, que estão sendo negociadas por apenas € 1 euro, equivalente a R$ 6.

A prefeita Michele Conia está disposta a atrair pessoas ao local e batizou a "missão" como 'Operação Beleza'. "Encontrar novos proprietários para as muitas casas abandonas que temos é uma parte essencial da missão que lancei para recuperar partes degradadas e perdidas da cidade", destacou em entrevista à CNN.

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"Muitas pessoas fugiram daqui ao longo das décadas, deixando para trás casas vazias. Não podemos sucumbir à renúncia", acrescentou a gestora. A maior parte das pessoas que abandonaram a vila são jovens que foram em busca de emprego.

Para morar em Cinquefrondi é preciso reformar o imóvel e pagar a apólice de seguro anual de 250 euros, em torno de R$ 1.416, até a conclusão das obras. Os novos moradores têm o prazo de três anos para revitalizar a casa adquirida por um euro.

"Subimos entre as colinas refrescantes e dois mares, um rio corre nas proximidades e as praias ficam a apenas 15 minutos de carro. Mas um bairro inteiro da minha cidade está abandonado, com casas vazias que também são instáveis ​​e arriscadas", descreveu Conia para atrair populares.

Segundo posseiros, três casas foram demolidas nas últimas semanas. (Rafael Negrão/cortesia)

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À sombra da pandemia da Covid-19, que já soma mais de 20 mil casos em Pernambuco, o Complexo Industrial Portuário de Suape vem intensificando, nas últimas três semanas, as demolições de casas e o confisco de bens de posseiros residentes no Engenho Ilha, localizado no Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. É o que denuncia a população do local, que já havia sido visitado pelo LeiaJá em março, quando destroços de estruturas residenciais e alojamentos- necessários para estocagem de equipamentos e produtos produzidos pelos agricultores- foram observados pela reportagem. Agora, os posseiros descumprem o isolamento social preventivo, preconizado pelo próprio Governo de Pernambuco, na tentativa de defender seu patrimônio da ação da empresa pública.

Com 305 moradores, o Engenho Ilha é uma área de conflito fundiário entre posseiros- que habitam o local há décadas e vivem da agricultura- e o Complexo de Suape, concessionária das terras, que deseja retirar a comunidade para reduzir seu passivo relacionado à compensação ambiental. Até o momento,contudo, nenhuma indenização foi paga pela empresa. De acordo com a presidente da Sociedade dos Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos, Vera Lúcia Melo, boa parte da população do Engenho Ilha é composta por idosos, com grande número de diabéticos e hipertensos.

“Muita gente que é grupo de risco para a Covid-19 e deveria estar dentro de casa descansando, mas precisa sair para defender o que é nosso. Diante das ações truculentas de Suape, tivemos casos de pessoas com os sintomas da doença presentes em aglomerações de posseiros. A população é obrigada a ficar em estado de alerta, porque a movimentação do vigilantes é intensa, com ofensivas duas vezes ao dia e muita agressividade”, comenta.

Vera coloca que a Sociedade vem realizando um trabalho educativo de prevenção ao novo coronavírus junto aos agricultores da região. “Passamos todas as informações e a população está obedecendo, todos utilizando máscaras e tentando ficar em casa. Acontece que para a vigilância de Suape, que rodeia diretamente os terrenos, não há quarentena, então como podemos ter?”, completa.

Vera lembra que boa parte da população do Engenho Ilha é composta por idosos. (Rafael Negrão/cortesia)

Segundo os posseiros a abordagem da vigilância privada da empresa vem sendo intimidatória. Membro do Departamento Jurídico do Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco (SINDESV-PE), Carlos Gomes, defende que Suape utiliza indevidamente os profissionais de segurança particular, terceirizados da empresa Servi-san. “O vigilante é treinado e formado para tomar conta do patrimônio a que presta serviço. Ele não tem autorização para se meter em conflitos da empresa, para ir até a casa daquele posseiro. Suape alega que a terra é deles e o trabalhador fica no meio dos conflitos da empresa”, explica.

A Polícia Federal, por meio da Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp), é o órgão responsável por fiscalizar a atuação dos serviços de segurança privada. Em 2011, a instituição chegou a realizar diligências na área, verificando o envolvimento de vigilantes na derrubada de imóveis. Como consequência, a empresa “Servi-san Vigilância e Transporte de Valores foi autuada e, ao final, cancelada punitivamente”. Diante dos novos incidentes a reportagem voltou a contactar a instituição, que, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não pode iniciar as diligências na área sem que alguma denúncia seja formalizada pelos posseiros.

No dia 2 de fevereiro de 2015, foi aberto pela 3ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania do Cabo de Santo Agostinho, do Ministério Público, um procedimento preparatório voltado para a atuação de milícias armadas a serviço de Suape. A ação- que levou em consideração os relatos líderes comunitários dos Engenhos Massangana, Vila Tatuoca, Boa Vista, Ilha, Serraria, Tabatinga e Algodoais- notificou a empresa a se manifestar em um prazo de 15 dias. A despeito das fotografias e evidências anexadas ao documento, Suape negou envolvimento nas ações criminosas. “Precipuamente, reitera-se que inexiste por parte desta Empresa Pública, quer por seus funcionários ou prestadores de serviços, qualquer ato truculento ou fora da legalidade, sobretudo quanto ao tratamento dispensado às famílias residentes no Complexo", respondeu a empresa, em 20 de março de 2015.

“Só paro quando morrer”

Posseiros relatam visitas diárias da vigilância de Suape. (Rafael Negrão/cortesia)

Aos 34 anos, o apicultor Luciano Plácido da Silva nunca morou em outro lugar que não o Engenho Ilha, onde herdou o ofício do pai. “Minha área é fria, os manguezais fazem flor para as abelhas, assim como os coqueiros que eu havia plantado. Suape, se aproveitando de que eu estou em casa, de quarentena, foi até o meu sítio e derrubou 80 pés de coqueiros, levou minhas estacas. Como vou trabalhar? Tenho clientes de 15 anos”, questiona. Agora desempregado, Luciano está vivendo das sobras do meu coletado no último verão, mas se preocupa com suas abelhas, que foram deixadas no local, dentro de caixas. “Tenho medo do que eles voltem no sítio e toque fogo nelas. Além disso, tem pessoas que têm o hábito de passear por aquelas terras e, como o terreno teve as cercas retiradas, podem correr risco de vida caso cheguem perto das abelhas, que são de um espécie africana agressiva. Se alguém morrer? Como vai ficar?”, comenta.

Luciano destaca que as abordagens da vigilância de Suape costumam ser agressivas, motivo pelo qual tem medo de voltar ao sítio. “Já soube que os vigilantes, depois da derrubada, apareceram lá algumas vezes, perguntando por mim. Eles são bem agressivos, não respeitam a gente. Eu amo as abelhas, estar cultivando. Não sei o que vou fazer”, desabafa.

A história da agricultora Ademildes Maria de Melo com o Engenho Ilha começou há 40 anos, quando seu pai resolveu transformar um terreno tomado por mato em sustento para a família. Aos 61 anos, ela se mantém cuidando da casa e plantando frutas e macaxeira no local, a maior parte destinada à subsistência da família. “Eu gosto muito de trabalhar na terra, só paro quando morrer. Queria que deixassem a gente trabalhar em paz, estamos ajudando a população, produzindo alimentos saudáveis”, apela. Ademildes diz que teve sua casa derrubada por Suape nas ações ocorridas este mês e que, antes disso, já havia tido uma horta de melancias destruída por agentes da empresa. “Você pensa que eu desanimo? Planto de novo. Eles vêm ao sítio todos os dias, tiram foto de tudo, da gente”, completa.

Plantações também são destruídas na área. (Rafael Negrão/cortesia)

Na intervenção mais recente da empresa, a agricultora diz que foi obrigada a romper o isolamento social mesmo estando com suspeita de estar acometida pela Covid-19, para tentar defender as terras. “Tive febre, até agora ainda não sinto nem gosto nem cheiro de nada, além do problema de pressão que tenho. Já gastei tanto nesse sonho, essa terra é minha e já lutei muito por ela. Vou desistir?”, argumenta.

Longevidade da Comunidade

O LeiaJá teve acesso à ata de fundação da Sociedade dos Pequenos Agricultores de Ponte dos Carvalhos, que data de 22 de maio de 1988, sendo um indício da longevidade da ocupação dos trabalhadores na área. Outro documento, um termo de recebimento da Associação dos Agricultores de Suape, atesta, em dois de novembro de 1990, que a então Diretoria de terras e Cartografia (DTC) da Secretaria de Agricultura do Estado de Pernambuco chegou a concluir um estudo topográfico na área denominada de Suape- II, correspondente aos engenhos Ilha, Cedro, Jurissaca e Boa Vista.

Apesar disso, Suape deu a entender, em resposta ao LeiaJá, que a ocupação no Engenho Ilha é recente. A empresa alegou que desconhece quaisquer ações em propriedades alheias na área, onde “invasões seriam constantes”, e que tem “obrigação de atuar com o que se chama desforço imediato, ou seja, coibir as invasões no território do Complexo, no momento em que elas estão acontecendo, ação prevista no Código Civil (artigo 1.210)”. Leia o posicionamento na íntegra:

"Por lei, Suape tem a obrigação de atuar com o que se chama desforço imediato, ou seja, coibir as invasões no território do Complexo, no momento em que elas estão acontecendo, ação prevista no Código Civil (artigo 1.210). Conforme a Diretoria de Patrimônio e Gestão Fundiária, é o que ocorre no Engenho Ilha, onde as tentativas de invasões são constantes. Há, inclusive, processos de reintegração de posse na Justiça, pois, uma vez que sejam identificadas moradias já instaladas, não há atuação direta de Suape sobre elas, apenas juridicamente. Desconhecemos qualquer ação sobre propriedade alheia no local. E mantemos aberto à população canal de denúncia, via email (canaldedenuncia@suape.pe.gov.br) ou telefone: 3527.5005".

A situação do Engenho Ilha é tratada pelo Ministério Público Federal (MPF), onde há um um inquérito civil público instaurado pela Procuradoria da República, no município do Cabo de Santo Agostinho. “Nesse inquérito, existe um parecer antropológico, elaborado pela equipe técnica do MPF, constatando que se trata de uma comunidade muito antiga, de pessoas que estão na área desde até antes do surgimento de Suape. Então não é verdade a informação de que a ocupação é recente”, comenta a advogada do Fórum Suape Luísa Duque. Assim, não caberia a utilização do desforço imediato por parte de Suape, porque trata-se de um instituto aplicável apenas em casos de posses não consolidadas. “Esse instituto assegura ao possuidor o direito de proteger a sua posse com a sua própria força, mas, no caso do Engenho Ilha, Suape pode até ter adquirido a terra, mas quem exerce de fato a posse são aquelas famílias. Uma coisa é propriedade, outra é posse”, comenta a advogada.

Além disso, Luísa afirma que desconhece o pedido de reintegração de posse feito por Suape. “O simples fato de ter ajuizado uma reintegração de posse não é o suficiente para dar o direito de avançar sobre a posse dos posseiros. É preciso que haja uma decisão judicial e que o posseiro seja intimado dessa decisão, coisa que não aconteceu. Dessa forma, ainda que fossem posses novas, esses atos não estariam justificados e não perderiam o seu caráter ilegal e criminoso”, conclui.

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