O presidente do Psol, Juliano Medeiros, afirmou nesta quarta-feira (2) à GloboNews que "ninguém" do partido aprova a possível chegada do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) à chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Presidência da República. O ex-tucano é o principal cotado para o cargo de vice-presidente e as articulações sinalizam para um negócio já fechado. Alckmin, que passou décadas no PSDB, já protagonizou alianças com a direita no passado.
“O Psol defende a formação de uma coalizão de partidos e lideranças de esquerda. Até onde eu sei, o Geraldo Alckmin não defende as mesmas agendas do Psol ou mesmo do PT”, argumentou. Segundo Medeiros, a participação de Alckmin na campanha influenciará a decisão de outros partidos sobre apoiar a chapa do pré-candidato petista.
##RECOMENDA##"Ninguém no Psol vê com simpatia a presença de um governador que foi responsável por políticas de privatização, repressão a greves de professores em São Paulo, repressão a movimentos sem-teto, numa chapa das esquerdas. Posso garantir que não é nem um pouco confortável para os partidos que estão debatendo a hipótese de apoiar o ex-presidente Lula ter o Geraldo Alckmin como vice", continuou Juliano.
Questionado se o partido estará com o PT nas eleições deste ano mesmo se houver uma aliança entre Lula e Alckmin, Medeiros afirmou: “Posso garantir que não é nem um pouco confortável para os partidos que estão debatendo a hipótese de apoiar o ex-presidente Lula ter o Geraldo Alckmin como vice”.
Segundo o dirigente nacional, o partido deve abrir um processo de diálogo com a candidatura de Lula nas próximas semanas. Lula já se reuniu na terça-feira (1) com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos. Ambos sinalizaram uma continuidade na parceria para este ano.
Apesar do protagonismo, o ex-presidente Lula alega que ainda não tem a candidatura como uma certeza. O patrono segue buscando dialogar com diferentes frentes, argumentando que precisa pensar e governabilidade em seu possível retorno. Sobre Geraldo Alckmin, mantém a confirmação distante e adota o mesmo discurso neutro.
“Eu ainda não decidi a minha candidatura, mas acho que as coisas estão caminhando bem. Nós estamos discutindo aliança com algum partido político. Se discute muito o nome do ex-governador Alckmin, mas ele ainda não tem um partido político. Quando eu decidir, e ele decidir o partido, quem sabe a gente não consiga concretizar uma aliança política”, ressaltou o petista em entrevista à Super Rádio Tupi.