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A Suprema Corte da Itália indicou que, em casos extremos, a Justiça pode intervir para retirar a cidadania honorária concedida a personagens controversos.

As Seções Civis Unidas da Corte de Cassação foram provocadas a responder se podem existir juízes civis ou administrativos competentes para avaliar uma ação popular promovida por moradores de Anguillara Veneta contra a cidadania honorária concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021.

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Segundo a Suprema Corte, esse reconhecimento é "puramente simbólico" e depende apenas "de uma determinação autônoma" das câmaras municipais, e os cidadãos que discordam não devem recorrer à Justiça, mas sim usar "os instrumentos das liberdades constitucionais", como as discussões no Legislativo e debates nas ruas e na imprensa.

No entanto, o tribunal ressaltou que uma possível intervenção judiciária "não pode ser excluída em casos extremos", como nas situações em que a "cidadania honorária é concedida a uma pessoa absolutamente indigna porque foi condenada por graves crimes" - Bolsonaro é alvo de diversos inquéritos e processos criminais na Justiça, embora ainda não tenha sido condenado.

De acordo com a Suprema Corte, isso se daria não para intervir em um "ato por si só improdutivo, mas para punir as consequências de um fato ofensivo àquele comum sentimento de justiça em relação aos valores individuais e das liberdades democráticas".

A cidadania honorária foi concedida a Bolsonaro após proposta da prefeita conservadora de Anguillara Veneta, Alessandra Buoso, justificando a medida pelo fato de um bisavô do então presidente ter nascido na cidade.

Da Ansa

A maior instância da justiça italiana perdoou as dívidas milionárias do craque Diego Armando Maradona, morto no dia 25 de novembro de 2020. Os débitos eram relacionados ao fisco do país. Curioso é que, segundo a ANSA, a audiência que decidiu pelo perdão aconteceu a portas fechadas ainda antes da morte do ex-jogador.

A Corte de Cassação, maior instância da justiça no país europeu, entendeu que Maradona tem direito à mesma anistia fiscal que o Napoli, clube onde o 'Pibe de oro' é ídolo e atuou por seis anos, recebeu. 

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A longa disputa de uma dívida estimada na casa dos 40 milhões de reais dura 20 anos, desde quando o jogador deixou o país. O Napoli, que anos depois abriu falência, era acusado de pagar jogadores por fora, driblando a taxação do órgão que funciona como a receita federal na Itália. Como o clube recebeu anistia, agora Maradona também teve concedido o perdão.

Um juiz italiano decretou, na noite desta terça-feira (2), a libertação da alemã Carola Rackete, capitã do navio humanitário "Sea-Watch", detida no último sábado após atracar e desembarcar 40 imigrantes de forma ilegal na ilha de Lampedusa.

O juiz responsável pelo caso disse à imprensa italiana que um decreto da Itália sobre segurança não é "aplicável às ações de resgate".

O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que deplorou a decisão do judiciário, disse que a capitã alemã estaria sujeita a uma medida de expulsão para seu país porque é "perigosa para a segurança nacional".

O afastamento do território italiano, com acompanhamento para a fronteira, ainda deve ser confirmado pelas autoridades judiciais, disse Salvini.

"Voltará para a sua Alemanha, onde não seriam tão tolerantes com um italiano se ele tivesse atentado contra a vida de policiais alemães", disse o vice-primeiro-ministro e líder da Liga (extrema-direita).

A ONG Sea-Watch postou no Twitter um comunicado sobre a libertação da alemã: "Estamos aliviados pelo fato da nossa capitã ter sido libertada! Não havia razão para detê-la, porque ela estava engajada na defesa dos direitos humanos no Mediterrâneo e assumiu suas responsabilidades onde nenhum governo europeu se envolveu".

A alemã de 31 anos foi presa na manhã de sábado (29) e colocada sob prisão domiciliar em Lampedusa, depois transferida na segunda-feira para Agrigento, da qual depende a pequena ilha italiana.

A comandante, com experiência de navegar com quebra-gelos no Ártico e na Antártica, sabia que estava se arriscando a prisão.

- ONG Sea-Watch determinada a seguir operações -

A ONG Sea-Watch comunicou na terça-feira que estaria determinada a continuar suas operações para resgatar migrantes no Mediterrâneo "se necessário com um novo navio".

"Vamos seguir fazendo respeitar os direitos humanos no Mediterrâneo e observando de perto a União Europeia, se for necessário com um novo navio, se o nosso (o "Sea-Watch 3") seguir apreendido", garantiu Ruben Neugebauer, um dos dirigentes da organização, à imprensa em Berlim.

A Sea-Watch e outras organizações recolheram "mais de um milhão" de euros graças a varias contribuições feitas pela internet para cobrir os gastos com a defesa de Rackete.

Na audiência, a jovem prestou depoimento por cerca de três horas perante o juiz, de acordo com a imprensa italiana.

Na segunda-feira, o promotor de Agrigento, Luigi Patronaggio, que também abriu uma investigação contra Salvini por sequestro de imigrantes a bordo de um barco da guarda-costeira, solicitou a validação das duas causas de detenção da capitã.

Para ele "o estado de necessidade" invocado pela jovem não era válido, pois "o Sea Watch recebeu nos dias anteriores assistência médica e estava em contato contínuo com as autoridades militares e marítimas para qualquer tipo de assistência".

Por hora, dois barcos humanitários, o "Open Arms" e o "Alan Kurdi", seguem no mar Mediterrâneo.

A Justiça italiana pediu o embargo do navio humanitário "Aquarius", atualmente bloqueado em Marselha, na França, no âmbito de um caso de tratamento ilegal de resíduos - anunciou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta terça-feira (20).

Segundo a imprensa italiana, os investigadores acreditam que o navio — usado desde 2016 pelas ONGs SOS Méditerranée e MSF para ajudar os migrantes que tentam chegar à Europa pelo mar, partindo da Líbia — tenha escondido 24 toneladas de resíduos potencialmente tóxicos, fazendo-os passar por resíduos normais. As contas bancárias na Itália da MSF também foram embargadas.

Coordenada pelo Ministério Público da Catânia (Sicília), a investigação se concentra em como o "Aquarius" e o "Vos Prudence", outro barco fretado pela MSF em 2017, tratavam seus resíduos (roupa de migrantes, restos de comida e resíduos sanitários) nos portos onde desembarcavam as pessoas resgatadas no mar.

"Todas as nossas operações no porto, incluindo a gestão de resíduos, sempre seguiram processos padrão. As autoridades competentes não questionaram os processos, nem identificaram riscos para a saúde pública desde que lançamos nossas atividades no mar", disse a MSF, em um comunicado.

"O único crime que hoje vemos no Mediterrâneo é o desmantelamento total do sistema de busca e resgate", declarou, em uma nota, a diretora-geral da MSF na Itália, Gabriele Eminente, denunciando "dois anos de campanhas de difamação" contra as ONGs.

A Procuradoria de Turim abriu um inquérito para investigar a difusão via internet de material de propaganda do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

A hipótese é de "recrutamento com finalidade de terrorismo internacional" para aumentar o número de pessoas dispostas a cometer atos de violência.

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O caso nasceu após indicações da Polícia Postal, que, com a ajuda de tradutores de árabe, monitorou redes sociais e descobriu fotos e vídeos ligados à jihad, incluindo imagens de decapitações e torturas de prisioneiros.

Alguns dos perfis investigados seriam ligados a um pequeno grupo de pessoas - no máximo meia dúzia - residentes na Itália. Em dezembro de 2015, também em Turim, um marroquino de 20 anos foi condenado a 24 meses de prisão por ter difundido na web um documento em apoio ao EI.

A Itália é um potencial alvo do grupo jihadista, já que integra a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos e abriga o Vaticano, lar do catolicismo.

O Ministério Público Federal concluiu, após inspeção feita terça-feira (19) no Centro de Detenção Provisória (CDP), em Brasília, que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato está preso em condições adequadas.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, que já tinha feito uma visita ao CDP no ano passado, a medida é parte do compromisso de acompanhar as condições em que Pizzolato está cumprindo a pena, assumido pelo Brasil com a Itália, de onde Pizzolato foi extraditado.

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Pizzolato, que tem cidadania italiana, foi extraditado em outubro do ano passado. Em agosto de 2012, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão. No ano seguinte, para evitar ser preso, ele fugiu para a Itália com o passaporte falso de um irmão morto.

No dia 5 de fevereiro de 2014, ele foi preso na cidade italiana de Maranello por porte de documento falso. Pizzolato chegou a ser solto em outubro do mesmo ano pela Justiça da Itália, mas, em fevereiro do ano passado, após recurso apresentado pelo Brasil, a extradição foi autorizada e ele voltou à prisão. No dia 24 de abril, a Justiça italiana confirmou a decisão de extraditá-lo.

No dia 6 de outubro do ano passado, a Corte Europeia de Direitos Humanos rejeitou o último de recurso de Pizzolato contra a extradição. No recurso, a defesa do brasileiro voltou a alegar que os direitos humanos não são respeitados nos presídios brasileiros. O argumento foi usado pela defesa para pedir que o ex-diretor do Banco do Brasil continuasse na Itália.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os membros do Ministério Público verificaram locais como celas e o pátio onde os detentos tomam banho de sol e fazem exercícios, além de fazer fotos que vão instruir um relatório a ser enviado à justiça italiana. As autoridades envolvidas na execução penal também receberão um relatório sobre a visita.

Ainda segundo a procuradoria, Pizzolato, que tem 63 anos, está na ala de vulneráveis, destinada a idosos ou presos que correm risco em outras alas. Como há muitos idosos nessa ala, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil disse aos representantes do MPF que é "tranquila" a situação em termos de assistência médica, mas pediu uma alimentação mais saudável, demonstrando preocupação com eventuais emergências médicas.

O Tribunal de Bolonha rejeitou a extradição de Henrique Pizzolato baseado apenas nas condições das prisões no Brasil e refutou o argumento de defesa do brasileiro de que o processo do mensalão foi "político" e que o réu não teve o direito de se defender.

A Corte publicou nesta terça-feira a argumentação de sua decisão, tomada há uma semana e que soltou Pizzolato. Apesar de recusar devolver o preso ao Brasil, a corte derrubou praticamente todos os argumentos da defesa do brasileiro.

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O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil foi condenado a doze anos e sete meses de prisão no julgamento do mensalão. Em outubro de 2013, ele fugiu para a Itália com um passaporte falso de um irmão morto há mais de 30 anos. Em fevereiro deste ano, ele acabou sendo descoberto na casa de um sobrinho na cidade de Maranello, no norte da Itália, e levado para a prisão de Módena.

O Brasil pediu sua extradição e o Ministério Público Italiano saiu em defesa do argumento brasileiro. Na semana passada, porém, o Tribunal de Bolonha rejeitou o pedido e liberou Pizzolato.

O advogado do brasileiro na Itália, Alessandro Sivelli, havia alegado aos juízes que seu cliente sofreu um processo político no Brasil, que não teve a possibilidade de recorrer, que provas foram escondidas e que ele não teve como se defender. Para a Corte, as alegações são "infundadas".

"Não houve uma violação do processo justo e do direito de defesa", constatou a Corte. Os juízes rejeitaram a tese de que, por ter sido julgado só pelo STF, tenha significado que não houve espaço para um recurso.

A alegação ainda de que documentos, como o Laudo 2828 que explicaria parte das transações do Banco do Brasil, foram retiradas do processo também não foi aceita pelo tribunal.

Segundo a decisão, "é infundada" a alegação de que se tratou de uma "condenação política". Sobre a questão do juízo natural e de sua suposta violação, a corte apenas indicou que não era competente para julgar.

Prisões

O que de fato pesou, como havia sido antecipado, foi a situação "dramática" das prisões brasileiras. Para a corte, mesmo tentando mostrar que nem todas as prisões no Brasil são iguais, não existiria garantiria nem mesmo no Complexo da Papuda que a segurança de Pizzolato seria respeitada.

Para o tribunal, as prisões representam "um tratamento desumano e degradante, violando direitos fundamentais". Os juízes admitem que o governo está comprometido em mudar a situação. Mas alerta para o caráter "alarmante da falta de segurança e de ordem interna nas penitenciaria". Segundo o tribunal, Papuda foi "teatro de recente episódio de violência". "Isso mostra a extensão e difusão do grave fenômeno", alertou. Para os italianos, portanto, havia um "perigo concreto" de um "tratamento desumano e degradante" de Pizzolato.

A Corte de Cassação Suprema de Roma rejeitou nesta quarta-feira recurso da defesa do ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Henrique Pizzolato, que, mais uma vez, tentou tirar o cliente da prisão de Módena, na região da Emilia-Romagna, na Itália, para que ele aguarde em liberdade uma decisão sobre eventual extradição ao Brasil.

Com isso, Pizzolato, condenado no processo do mensalão, ficará preso pelo menos até a audiência, no dia 5. A Corte de Cassação Suprema realizou uma audiência na capital italiana ontem sobre a manutenção dele na cadeia. Pizzolato é considerado foragido da Justiça do Brasil desde novembro.

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Antes da resolução, os advogados do ex-diretor do BB consideram que não existe risco de fuga do cliente e indicaram que estão dispostos até mesmo que ele permaneça em prisão domiciliar, com o controle de um bracelete. Essa foi a posição que Pizzolato já tinha adotado num primeiro julgamento, em fevereiro, no Tribunal de Recurso de Bolonha. Mas, naquela ocasião, a Justiça apontou que existia o risco de fuga e, para completar, o Tribunal de Recurso não tinha naquele momento pulseiras disposição.

A apelação apresentada pela defesa fez com que o caso fosse enviado para a capital. Na hipótese de uma determinação favorável à soltura de Pizzolato, porém, advogados envolvidos no processo afirmaram que isso não significaria que ele seria solto no mesmo momento da sentença. O caso voltaria para Bolonha, que, então, decretaria a liberdade de Pizzolato.

Para tentar evitar a extradição ao Brasil, os advogados ainda insistirão na tese de que as condições dos cárceres brasileiros não atendem aos princípios básicos de Direitos Humanos. A reportagem revelou com exclusividade que o Ministério Público da Itália já deu o parecer favorável à entrega de Pizzolato e que considera que a situação dos presídios no Brasil não é motivo para não devolvê-lo ao País. Em 5 de outubro, a Justiça da Itália realiza a primeira audiência sobre a extradição.

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