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A 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) julgou nesta quinta-feira (27) procedente o recurso do Ministério Público e aceitou a denúncia de Shantal Verdelho contra o obstetra Renato Kalil por lesão corporal e violência psicológica, durante o parto da segunda filha da influenciadora digital. O médico vai responder em primeira instância pelos crimes.

"Só de relembrar o dia do ocorrido, penso no que minha filha e eu tivemos que passar e me emociono. Penso que Justiça sendo feita não alivia o que passamos nesse dia, mas muda uma sociedade que vai saber que está protegida por ela, em seu momento mais vulnerável e que deveria ser lindo e com respeito, que é o parto", disse Shantal.

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Em outubro de 2022, a Justiça negou a denúncia feita pela Promotoria de Violência Doméstica do Foro Central da capital paulista, que acompanha o caso desde a abertura do inquérito policial.

O juiz Carlos Alberto Corrêa de Almeida Oliveira, da 25ª Vara Criminal de São Paulo, afirmou, na época, que faltavam provas que justificassem no processo a imputação dos crimes alegados pela promotoria contra o obstetra. O recurso, então, foi protocolado pela defesa da influenciadora em novembro do mesmo ano.

Porém, nesta quinta-feira, por unanimidade, os desembargadores Mauricio Valala, Luiz Arruda e Sérgio Ribas anularam a decisão de arquivamento do caso. O acórdão deve ser publicado nos próximos dias. O processo corre em segredo de justiça.

Áudio vazado tornou o caso público

Um áudio de Shantal Verdelho alegando ter sido vítima de violência obstétrica durante o parto de Domenica, fruto do casamento com o modelo Mateus Verdelho, no Hospital e Maternidade São Luiz, na cidade de São Paulo, vazou em dezembro de 2021. Com a repercussão, a influenciadora digital revelou, nas redes sociais, que tinha registrado um boletim de ocorrência contra o médico Renata Kalil.

No áudio, ela falava sobre os supostos abusos sofridos durante o parto: "Descobri que ele falou da minha vagina para outras pessoas. Tipo, 'ficou arregaçada, se não tiver episiotomia, você vai ficar igual'. Ele quebrou o sigilo médico. Minha irmã descobriu (o sexo do bebê) pelo Instagram".

Em agosto de 2022, Renato Kalil foi ouvido pela polícia e admitiu que usou "palavras inadequadas" durante o parto, mas alegou que as falas foram "apenas em um momento de incentivo motivacional, pois o parto era um parto difícil".

O médico, então, negou ter cometido violência obstétrica e afirmou que "se errou, foi apenas 'verbalizando duas ou três palavras' e nada mais, pois todo o restante do seu trabalho foi correto".

A Justiça paulista concedeu habeas corpus para o homem que foi amarrado por cordas, com os braços e pernas para trás, por policiais militares. A decisão em favor de Robson Rodrigo Francisco foi proferida nesta terça-feira (25) pela 12ª Câmara de Direito Criminal. O rapaz ainda não foi liberado da prisão.

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou à Agência Brasil que a direção do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros II recebeu nesta quarta-feira (26) o alvará de soltura em favor de Robson. “Contudo, o preso não será posto em liberdade por estar condenado em outro processo que tramita na Justiça”, disse, em nota.

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“Esse habeas corpus é um verdadeiro bálsamo [alívio] e mostra que o Poder Judiciário está atento às legalidades e ilegalidades cometidas tanto pelos policiais militares quanto pelo próprio Robson, e o segredo foi a proporcionalidade, o que é importantíssimo de se aplicar”, disse o advogado José Luiz de Oliveira Junior. Isso porque, segundo o advogado, há a possibilidade de absolvição ou que a condenação não seja a privação de liberdade.

A audiência para julgamento de Robson está marcada para amanhã (27). Em 20 de junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) aceitou denúncia por três crimes contra o rapaz, tornando-o réu por furto qualificado por concurso de agentes, resistência à prisão e corrupção de menor de idade.

A defesa afirma que Robson foi encontrado com duas caixas de chocolate e que não há qualquer prova objetiva de que ele agiu junto a outras duas pessoas, conforme denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Segundo o advogado, Robson deve ser enquadrado no máximo por furto simples. Além disso, a defesa avalia que a estrutura do estado se mostra desproporcional, quando trata de reprimenda, especialmente ao pobre, negro e vulnerável social.

O TJSP manteve a prisão preventiva de Robson desde a audiência de custódia em 5 de junho, quando a juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli entendeu que não houve tortura nem maus-tratos contra o suspeito no momento do flagrante.

Imagens das câmeras corporais dos policiais militares e do sistema de segurança de um prédio revelaram que Robson já estava algemado, no momento de sua prisão, quando foi amarrado por cordas, de forma que não conseguisse ficar em pé nem sentado. Os vídeos, junto ao registro de uma testemunha, foram reunidos e divulgados pelo G1.

No vídeo feito pela testemunha, quando o suspeito foi levado para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), é possível vê-lo no chão, enquanto os policiais estão em pé. Na sequência, o rapaz é arrastado pelo chão por um dos agentes para dentro de uma sala. Depois, Robson é carregado por dois policiais militares, que o seguram pela corda e pela camiseta. Ainda amarrado, ele é colocado no porta-malas de uma viatura.

Advogados de entidades de direitos humanos ouvidos pela Agência Brasil avaliaram que em nenhum cenário tal conduta dos policiais, durante a prisão de Robson, seria aceitável. As cenas foram comparadas ao período da escravização e barbárie.

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), na época da ocorrência, a Polícia Militar (PM) afastou das atividades operacionais seis agentes envolvidos e um inquérito foi instaurado para apurar as circunstâncias relativas às suas ações no episódio. A última atualização enviada pela SSP, no mês passado, informava que os policiais envolvidos na ocorrência seguiam afastados das atividades operacionais, com “eventuais excessos” ainda sendo apurados.

A Agência Brasil solicitou atualização sobre a investigação dos policiais militares, mas não teve retorno da SSP até a conclusão da reportagem.

A TV Globo teve negado o seu recurso contra a decisão que a obriga a pagar R$ 30 mil por danos morais ao goleiro Sidão, ex-Vasco, no Tribunal da Justiça de São Paulo (TJ-SP). O jogador processou a emissora em 2019 na 8ª Câmara de Direito Privado do TJSP após derrota do time cruzmaltino para o Santos, por 3 a 0, no qual recebeu o prêmio de "Craque do Jogo", por votação popular. Atualmente, Sidão atua no Concórdia, clube da Série D do Campeonato Brasileiro.

O fato ocorreu no dia 12 de maio de 2019. Nos minutos finais da partida, Sidão foi eleito, com 90% dos votos, como o melhor jogador em campo pelos torcedores. Na ocasião, o goleiro falhou sucessivas vezes na derrota do Vasco e foi motivo de chacota durante a transmissão. Para a defesa de Sidão, a emissora poderia "ter evitado o fato como organizadora do evento". A Globo chegou a se desculpar publicamente com o goleiro após o ocorrido.

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No último ano, quando a Justiça condenou a emissora, Marcelo Giraldes e Leonardo Foltran, advogados de Sidão, argumentaram que por exibir a imagem do goleiro, em "clara condição de chacota e de humilhação", o jogador teve seu valor de mercado afetado. A Globo argumentou na decisão que a eleição foi uma escolha exclusiva do público e, após o incidente, modificou o modelo de votação - desde então, os comentaristas também decidem quem é eleito o melhor em campo nas partidas do Brasileirão e Copa do Brasil, transmitidas pela emissora.

No recurso, negado pelo desembargador Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho na segunda-feira, o TJ-SP manteve a decisão inicial do juiz Antonio Conehero Júnior, de outubro de 2022. No recurso, ao qual o Estadão teve acesso, o magistrado entende que a emissora tinha, de fato, os meios para "obstar a humilhação pública a que foi exposto o autor (Sidão) com a entrega do irônico troféu".

"A ré praticou ato ilícito, pois era evidente que entregar o troféu ultrapassaria o limite da mais ácida crítica ao desempenho profissional do autor. Nada impedia a ré de anunciar o resultado da enquete com os torcedores. Estaria cumprindo seu dever de informar. Mas a ré foi além, e fez a entrega do troféu, incorrendo em evidente exercício abusivo de direito, sendo despropositado sustentar que o autor que estava trabalhando, e não se divertindo com amigos em partida de futebol deveria receber o fato com bom humor", pontua o relator.

Inicialmente, Sidão pedia uma indenização no valor de R$ 1 milhão por danos morais. A Justiça diminuiu para que a emissora arque com R$ 30 mil em danos morais, além dos honorários advocatícios de 20% sobre o valor da condenação.

A reportagem do Estadão entrou em contato com TV Globo, mas não obteve retorno. A defesa do goleiro emitiu uma nota oficial. "Apesar de baixo o valor da condenação imposta à Globo em relação ao sofrimento e à humilhação a que o jogador foi exposto, o resultado do julgamento é de extrema importância não só para o Sidão (que teve reconhecida a violação à sua dignidade, ocasionada por ação absolutamente despropositada por parte da emissora), mas também à sociedade como um todo, pois nos lembra que a liberdade de expressão não é absoluta e encontra seus limites objetivos na fronteira dos direitos alheios", disse o advogado Marcelo Giraldes.

A decisão do TJSP ainda cabe recurso por parte da emissora.

A Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta segunda-feira (24), arquivar a ação penal na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro era réu por insultos contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Na decisão, o juiz Francisco Antonio Alves de Oliveira verificou que, de acordo com a legislação penal, os crimes de calúnia e injúria imputados ao ex-presidente prescreveram.

“Tendo em vista a data do recebimento da queixa-crime, o período em que o processo permaneceu suspenso, o correspondente prazo prescricional e a pena máxima cominada no caso verifica-se a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do Estado, uma vez que transcorridos mais de três anos sem que tenham ocorrido outras causas de interrupção e suspensão”, escreveu o magistrado.

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No dia 9 de dezembro de 2014, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro disse que só não estupraria Maria do Rosário porque “ela não merecia”, em uma crítica à aparência da colega de parlamento. No dia seguinte, o então parlamentar repetiu a declaração em entrevista ao jornal Zero Hora. Posteriormente, a deputada processou Bolsonaro.

O ex-presidente passou a responder às acusações no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o processo foi suspenso após ele assumir Presidência da República, em 2019. Com o fim do mandato e do foro privilegiado, o Supremo determinou que o caso voltasse a tramitar na primeira instância da Justiça do DF.

A defesa de Bolsonaro alegou que o embate entre Maria do Rosário e Bolsonaro ocorreu dentro do Congresso e deveria ser protegido pela regra constitucional da imunidade parlamentar, que impede a imputação criminal quanto às suas declarações.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-presidente do Santa Cruz Alírio Moraes por crime contra a ordem tributária. Segundo a denúncia, o empresário, quando presidia o clube em 2017, omitiu tributos e prestou declarações falsas à Receita Federal sobre o não recolhimento de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). A denúncia foi subscrita pela procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes. O caso é de titularidade do 15º Ofício da Procuradoria da República em Pernambuco.

A denúncia aponta que, nos meses de setembro a dezembro de 2017, a pessoa jurídica Santa Cruz Futebol Clube reteve imposto de renda sobre rendimentos do trabalho assalariado, no valor de R$ 169,5 mil. A quantia deveria ter sido recolhida aos cofres públicos.

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Durante a investigação, Alírio Moraes declarou às autoridades que não havia imposto retido (IRRF) a recolher, pois os respectivos campos das Declarações de Débitos e Créditos (DCTFs) estavam preenchidos somente com zeros, com exceção do mês de outubro, que estava preenchido com a quantia de R$ 10.

"O acusado prestou declarações falsas nas DCTFs com a vontade de suprimir o valor do tributo a ser recolhido. Ao agir dessa forma, o denunciado intentava deixar de pagar o tributo devido pelo Santa Cruz Futebol Clube, pois a constituição do crédito tributário, em razão da conduta dele, passou a depender de iniciativa da RFB, circunstância que muitas vezes enseja a decadência do direito de lançar", destaca a procuradora da República na denúncia.

Após a Receita Federal elaborar auto de infração em desfavor do clube e, considerando que não houve a apresentação de impugnação para as cobranças lançadas de ofício, a constituição definitiva dos créditos tributários ocorreu a partir de 27 de julho de 2018, sem que houvesse quitação ou parcelamento junto à RFB.

Na ação penal, o MPF cobra que a Justiça Federal receba a denúncia e condene o ex-presidente do Santa Cruz pela prática de crime contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90. Foi pedida, ainda, a fixação da quantia de R$ 169.507,11, monetariamente corrigida e acrescida de juros, como valor mínimo para reparação dos danos causados pelo crime tributário. A pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos, além de multa.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, se pronunciou na manhã deste sábado, 22, sobre o "Pacote da Democracia", anunciado pelo governo Lula na véspera. Por meio das redes sociais, afirmou que apesar de respeitar as críticas, mas manterá a mesma linha de atuação.

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O conjunto de projetos de leis apresentados pela União endurecem as penas para quem 'atentar' contra o Estado Democrático de Direito e facilitam a asfixia financeira de apoiadores de movimentos antidemocráticos. As medidas dependem ainda do aval do Congresso.

Para Dino, em nome do princípio da proporcionalidade, os autores de crimes contra a ordem democrática devem ser punidos com firmeza. "Sustento projetos de lei, decisões judiciais ou investigações da Polícia Federal que sejam coerentes com essa atitude de combate ao perigosíssimo nazifascismo do século 21", complementou.

O ministro da Justiça afirmou ainda que "busca não pecar por omissão" ao afirmar que "quem minimizou os riscos antidemocráticos, há 100 anos atrás na Alemanha ou na Itália, alimentou um monstro".

O pacote tem como objetivo atualizar os trechos no Código Penal que tratam dos crimes contra o Estado Democrático de Direito, para criar "causas de aumento" ao crime de "tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais". A pena prevista atualmente para esse crime é de 4 a 8 anos de prisão, além das penas previstas nos tipos de violência envolvidos (lesão corporal, tentativa de homicídio, etc).

Pela proposta de Lula e Dino, pode ser ampliada a punição, para uma pena de 20 a 40 anos de prisão, quando esse "emprego de violência ou grave ameaça" for cometido contra presidente da República, vice-presidente, chefe do Senado ou da Câmara dos Deputados, procurador-geral da República ou ministros do STF, para "alterar a ordem constitucional democrática".

Se aprovado no Congresso esse aumento de pena, ameaças às vidas das cúpulas federais do Judiciário, do Legislativo e do Executivo serão os crimes mais graves de toda a legislação brasileira, de acordo com juristas.

O blogueiro Allan dos Santos, procurado da justiça brasileira, foi visto com o ex-chanceler Ernesto Araújo, na última terça-feira (18), participando de um evento na Florida International University, em Miami, nos Estados Unidos. A palestra que eles apresentavam versava sobre as ideias defendidas por grupos bolsonaristas de que o Brasil vive uma “crescente” repressão às liberdades civis. 

O First Carvalho U.S. - Latin American Dialogue, é um evento que homenageia o falecido guru do ex-presidente Bolsonaro (PL), Olavo de Carvalho, que morreu em janeiro de 2022. 

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Allan dos Santos se considera um “perseguido político” devido às dívidas que tem com a justiça brasileira, e as pendências que deixou de resolver perante o Supremo Tribunal Federal (STF) quando foi para os Estados Unidos. Durante sua fala no evento, ele chegou a apelar para o emocional da plateia ao mencionar que não vê a família há três anos. 

Em sua fala no painel, Araújo fez alarde à hipotética situação, defendida pela ala bolsonarista de extrema direita no Brasil, de que o país tem laços com países autoritários.

 

O ex-presidente dos EUA Donald Trump disse, nessa terça-feira (18), que recebeu uma carta do Departamento de Justiça informando que ele é alvo da investigação sobre a tentativa de anular a eleição presidencial de 2020, que resultou no ataque de seus apoiadores ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

A mensagem pede que ele compareça para prestar esclarecimentos à Justiça em até quatro dias - o que ele dificilmente fará, segundo aliados. A carta significa que os investigadores reuniram evidências suficientes que ligam Trump a um crime, um indício forte de que o indiciamento está próximo.

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Trump recebeu a carta no domingo (16), mas só compartilhou detalhes ontem, incluindo uma foto do recibo da carta postada em suas redes sociais. Na legenda, ele chamou de "louco" o procurador especial, Jack Smith, que comanda as investigações.

A carta foi a segunda que Trump recebeu de Smith. A primeira, em junho, era relacionada ao inquérito sobre documentos secretos encontrados pelo FBI em sua mansão na Flórida. Dias depois que a carta se tornou pública, Trump foi indiciado com base na Lei de Espionagem.

O ex-presidente ainda enfrenta outros problemas legais. Além do caso dos documentos secretos e da tentativa de mudar o resultado da eleição de 2020, ele está apelando da condenação por abuso sexual e difamação da escritora E. Jean Caroll, aguarda julgamento por ter falsificado documentos ligados ao pagamento da atriz pornô Stormy Daniels e corre o risco de ser indiciado em uma investigação estadual sobre seu esforço para mudar o resultado da eleição na Geórgia.

Favorito

Embora esteja flertando com a cadeia, Trump ainda é favorito para vencer as primárias republicanas, que começam em janeiro - ele lidera todas as pesquisas e está à frente do presidente Joe Biden na maioria delas. Pela lei americana, não há obstáculos legais para concorrer à presidência sendo indiciado, condenado ou mesmo atrás das grades. Em 1920, o candidato socialista Eugene Debs recebeu quase 1 milhão de votos de dentro da cadeia.

O ex-presidente não detalhou o conteúdo da carta. Por isso, não se sabe quais seriam as acusações contra ele. A investigação de Smith examinou os esquemas usados por Trump para mudar o resultado da eleição de 2020, incluindo os eventos em torno da tentativa de golpe, em 6 de janeiro de 2021, quando seus apoiadores invadiram o Congresso.

O ex-presidente passou semanas após a eleição de 2020 insistindo que havia vencido e procurando maneiras de permanecer no poder, considerando se deveria usar o aparato do governo para apreender urnas. Por fim, ele encorajou uma multidão em um comício a marchar até o Capitólio durante a certificação da vitória de Biden.

"O louco Jack Smith, promotor de Joe Biden, enviou uma carta afirmando que sou um alvo da investigação do 6 de Janeiro, me dando apenas quatro dias para me apresentar à Justiça, o que quase sempre significa prisão e indiciamento", disse Trump em suas redes sociais. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) negou pedido da defesa e manteve presos os três policiais rodoviários federais acusados de terem matado asfixiado Genivaldo de Jesus Santos em maio de 2022. O tribunal manteve ainda a decisão de julgar os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em júri popular.

Os desembargadores, no entanto, negaram pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que os policiais fossem julgados também pela prática do crime de abuso de autoridade. Dessa forma, os policiais Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kléber Nascimento Freitas e William de Barros Noia serão jugados pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.

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Genivaldo foi morto em uma abordagem dos três agentes da PRF em maio de 2022 na cidade de Umbaúba, localizado no sul do estado do Sergipe. Ele foi colocado na parte traseira da viatura policial, onde os agentes lançaram gás lacrimogênio e o mantiveram preso, com os vidros fechados.

Genivaldo chegou a se debater com as pernas para fora da viatura, mas os policiais o mantiveram preso dentro do veículo forçando a porta. A causa da morte foi asfixia e insuficiência respiratória.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conseguiu derrubar, na Justiça, a entrevista de sua ex-mulher, Julyenne Lins Rocha, que o acusa de violência doméstica e sexual, ao site Congresso em Foco. Uma decisão liminar do juiz Jayder Ramos de Araújo, da 10ª Vara Cível de Brasília, determinou que a matéria, publicada no último dia 25, fosse retirada do ar.

O parlamentar cobra indenização de R$ 100 mil por danos morais do UOL, provedor do portal, e de Julyenne. Antes da publicação, foi procurado, mas preferiu não se manifestar. Ele afirma que as alegações da ex-mulher já foram consideradas inverídicas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Lira também tentou tirar do ar uma reportagem feita pela Agência Pública em que ela faz as acusações, mas teve a liminar negada pelo juiz Luiz Carlos de Miranda, da 14ª Vara Cível de Brasília.

Chegou ao fim nesta sexta-feira a briga judicial entre o ex-atacante Fred e o Atlético-MG. O agora dirigente do Fluminense fez acordo com o clube mineiro e pagará R$ 17,5 milhões pelo fim do litígio que se arrastava desde 2017.

O valor é quase 50% mais baixo que os R$ 30 milhões que o Atlético já tinha direito a receber com os juros no processo que corria após o atacante trocar o clube pelo rival Cruzeiro na época. O valor será pago em oito parcelas.

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"O Atlético e o ex-atacante Fred chegaram a um acordo com expressão econômica superior a 20 milhões de reais para encerrar o litígio entre as partes. Pelo acerto, o Galo recebe 17,5 milhões de reais e o ex-jogador também abre mão de discutir a verba rescisória do período em que atuou no clube, calculada em 2,8 milhões de reais", informou o Atlético-MG nesta sexta.

"O pagamento será feito com uma entrada e sete parcelas, com o Galo recebendo 72% do valor total do acordo no período de um ano e dois meses", informou. Serão três parcelas em 2023 e outras com período mais longo, se estendendo até 2025. As tratativas com os representantes do ex-atleta foram lideradas pelo vice-presidente do Atlético, José Murilo Procópio, e pelo superintendente jurídico do clube, Pedro Torquato.

"O acordo foi importante tanto para o clube como para o ex-atleta, visto que o processo comportava riscos para ambas as partes, além do prolongamento da discussão judicial", informou o Atlético. A equipe recebe o que era de direito em acordo e o agora dirigente fica liberado para exercer suas novas funções sem correr riscos até de prisão.

O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou denúncia que imputava crime de racismo ao vereador Camilo Cristófaro (sem partido) em razão do episódio em que o parlamentar usou a expressão "é coisa de preto" durante uma sessão da CPI dos Aplicativos. O magistrado registrou que a fala do parlamentar poderia sim ser considerada discriminatória, mas foi dita 'sem a vontade de discriminar'. Segundo Soares, a frase 'foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação'.

Em sentença assinada nesta quinta-feira, 13, o magistrado absolveu o parlamentar por entender que o fato imputado a Cristófaro 'não constitui infração penal'. "A prova dos autos não demonstra, portanto, ser límpida e firme para fins de condenação, surgindo a decisão absolutória como a mais acertada", ponderou.

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O despacho foi assinado um ano depois de Cristófaro ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo. A Promotoria argumentou que, com a frase 'é coisa de preto', o vereador 'depreciou e inferiorizou a coletividade de pessoas negras ao associá-la a comportamento reprovável, ratificando estereótipos raciais negativos e reforçando representações culturais derrogatórias ao manifestar desprezo por pessoas negras, praticando preconceito e discriminação'.

Vítima de racismo ao longo da temporada europeia passada, Vinicius Júnior depôs nesta semana à Justiça espanhola. Por meio de videoconferência, o atacante do Real Madrid afirmou ao 3º Tribunal de Instrução de Palma de Mallorca que os ataques sofridos seriam motivados, além da questão racial, por sua importância dentro de campo.

"Eles me insultam por ser um jogador importante e por ser negro. Pelas duas coisas", disse o jogador da seleção brasileira após ser questionado pela juíza quais seriam as motivações dos torcedores para o insultarem. Os trechos do depoimento foram publicados pelo jornal espanhol El Mundo nesta quinta-feira.

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De acordo com a reportagem, a audiência de Vini Jr. durou cerca de 20 minutos. O caso de racismo investigado aconteceu na partida entre Real Madrid e Mallorca, no dia 5 de fevereiro, no estádio San Moix, pelo Campeonato Espanhol. Câmeras do local registraram momentos em que o atacante é chamado de "macaco" pela torcida da casa.

No depoimento, Vini Jr. não abre mão de ser indenizado pelo ocorrido. Ele também admitiu que durante o jogo, por estar concentrado, não ter ouvido os insultos isolados que vinham das arquibancadas. Somente ao final da partida, pela transmissão da TV e pelas redes sociais, soube das injúrias raciais.

A juíza também afirmou que um dos torcedores o chamou de "macaco" pelo fato de Vini estar fazendo "macaquices" - dribles e provocações - dentro de campo. O atacante respondeu que "isso é para pessoas brancas, e não negras. Não se pode falar isso para pessoas negras, que foram muito afetadas por isso na história da humanidade".

A Justiça Federal de Minas Gerais acolheu pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou a remoção de conteúdo discriminatório de André Valadão do YouTube e do Instagram. Valadão fez declarações discriminatórias contra a população LGBTQIA+, incitando a violência física contra o grupo em cultos religiosos transmitidos ao vivo utilizando as redes sociais. As plataformas têm prazo de cinco dias para remoção dos vídeos, sob pena de multa diária de R$ 1 mil, em caso de descumprimento.

A decisão tem caráter liminar, no âmbito de ação movida pelo MPF que pede, ainda, a condenação do pastor para que arque com os custos de produção e divulgação de contrapontos aos discursos feitos, a retratação pelas ofensas, e o pagamento de R$ 5 milhões por danos morais coletivos.

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A Justiça entendeu ser público e notório que Valadão tem influência sobre um número significativo de fiéis e seguidores.

“O vídeo no YouTube já acumulou cerca de 378 mil visualizações e 5,7 mil comentários. A postagem no Instagram, que promove a pregação, recebeu cerca de 200 mil ‘curtidas’, demonstrando uma disseminação ampla do vídeo e das publicações, causando efeitos negativos a um número indeterminado de pessoas”, aponta a decisão.

Essa influência foi o que motivou, ainda segundo a Justiça, a necessidade da decisão liminar, considerando o potencial homofóbico e transfóbico dos conteúdos divulgados, capazes de incitar nos ouvintes e fiéis sentimentos de preconceito e aversão, além de estimular agressão a cidadãos de orientações sexuais diversas daquela defendida pelo pastor.

A decisão acolheu a argumentação do MPF no sentido de que o que se vê na pregação divulgada nas redes sociais ultrapassa em muito a liberdade religiosa e de expressão. “Qualquer manifestação religiosa que possa incitar violência ou discriminação deve ser combatida, contestada e reprimida pelos órgãos e autoridades do Estado visando a manutenção da estabilidade social e constitucional”, defende o MPF.

Entenda o caso – Durante o mês de junho deste ano, o pastor André Valadão fez, em seus perfis nas redes sociais, a campanha “Orgulho não” ou “No Pride”. As postagens fazem clara referência discriminatória à população LGBTQIA+, uma vez que a palavra orgulho aparece nas cores da bandeira símbolo do movimento. Em culto religioso transmitido ao vivo pelo YouTube, em 4 de junho, André Valadão associa, em vários momentos, as vivências das pessoas homoafetivas a um comportamento desviante, pecaminoso, imoral e, portanto, algo a ser odiado e rechaçado. Durante a pregação, o pastor ofende a honra e a dignidade dos LGBTQIA+ com expressões como amaldiçoados, nojentos, antinaturais e dignos de ódio.

Já em 2 de julho, também em transmissão ao vivo, Valadão subiu mais um degrau na escalada de ódio e violência, incitando os fiéis a matarem pessoas LGBTQIA+. Em trecho do culto, após mencionar “que se Deus pudesse mataria todos pra começar tudo de novo”, o pastor diz: “Tá com você. Sacode uns quatro do teu lado e fala: vamos pra cima!”. A fala do líder religioso é clara ao estimular os cristãos a repudiarem e a atacarem fisicamente essa coletividade de pessoas que, socialmente, já se encontra em situação de vulnerabilidade social.

Plataformas

Antes do ingresso na via judicial, o MPF encaminhou ofício às empresas Meta Plataform (responsável pelo Instagram) e Google Brasil (responsável pelo YouTube) solicitando que as plataformas moderassem o conteúdo divulgado de acordo com as suas próprias políticas. No entanto, segundo o Google, o conteúdo não violou as Diretrizes da Comunidade. Já a Meta não se manifestou sobre o pedido ministerial. Assim, coube ao MPF a medida judicial para pedir a remoção do conteúdo discriminatório e ilícito identificado.

De acordo com o MPF, links listados nas representações e incluídos na ação, cuja hospedagem eventualmente não seja de responsabilidade das empresas-rés, deverão ser informados nesta fase, para que sejam avaliadas as medidas cabíveis, caso a caso.

Da assessoria do MPF

Uma das maiores histórias envolvendo futebol e música chegou ao fim nesta semana. De acordo com informação publicada pelo jornalista Léo Dias, o cantor Belo pagou a dívida que tinha com o ex-jogador Denílson pela saída do grupo Soweto. O imbróglio judicial se arrastava desde o início dos anos 2000.

De acordo com o jornalista, a equipe do cantor confirmou o encerramento da dívida, que totalizava cerca de R$ 7 milhões, na terça-feira. Recentemente, Denílson e sua defesa solicitaram à Justiça que a Rede Globo bloqueasse qualquer prêmio em dinheiro ou bem destinado ao cantor Belo, participante do quadro "Dança dos Famosos", do programa "Domingão com Huck", o que aconteceu.

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Todas as vezes que comentou o caso durante os mais de 20 anos em que o processo judicial corria, Denílson fez questão de comentar que o valor subiu por causa do não pagamento das seguidas propostas de acordo e juros. A última atualização do processo, até está terça-feira, era de novembro de 2022 e dava mais um ganho de causa para o jogador campeão do mundo.

ENTENDA O PROCESSO ENVOLVENDO DENÍLSON E BELO

No início dos anos 2000, Denílson comprou os direitos econômicos do Soweto, grupo de pagode que o cantor Belo fazia parte. Cerca de um ano após a compra, o cantor deixou o grupo para seguir carreira solo e o ex-jogador alegou quebra de contrato e passou a cobrar na Justiça multa contratual. Desde então, as duas partes mantinham uma batalha judicial sobre o valor que deveria ser pago. A reportagem do Estadão entrou em contato com a defesa do cantor e do ex-jogador, mas não obteve respostas.

No último mês, Denílson comentou em entrevista com Galvão Bueno sobre o caso. "Como artista, (o Belo) é um fenômeno. Canta muito, só que não dá... O artista não pode estar separado do pessoal. Ele não é um artista de excelência e tenho meus motivos para falar isso. Ele tem asteriscos comigo. Ele abriu mão do grupo (Soweto), mas tem uma questão burocrática. Tem um contrato e foi ele que quebrou esse contrato, ele tem de pagar", afirmou o ex-jogador.

Denílson foi bastante claro sobre o assunto e demonstrou não abrir mão do que entende ser seu direito. "Ele não pagou. Fomos para a Justiça e ganhei em todas as instâncias possíveis", comentou. A última decisão na Justiça é de novembro de 2022, com retorno favorável a Denílson. "Era um valor que ele poderia pagar tranquilamente com a quantidade de shows que faz, mas é mal gerenciado e por isso não estava pagando. A dívida foi acumulando e está em um valor muito alto."

O pastor André Valadão afirmou nas redes sociais que vai acionar a Justiça contra "aproveitadores de plantão" críticos à pregação em que ele afirmou que se Deus pudesse, "matava tudo e começava de novo", em referência às pessoas LGBT+. Em um culto religioso em português na Igreja Lagoinha de Orlando, nos Estados Unidos, o pastor incitou os fiéis contra a comunidade: "vamos para cima".

"Aproveitadores de plantão estão usando o episódio de maneira distorcida para destilar seu ódio contra cristãos. Também jamais saiu da minha boca a expressão "e Deus deixou o trabalho sujo para nós", que maldosamente inúmeras pessoas espalharam por ai. Essas responderão judicialmente. Basta assistir ao vídeo do culto para ver que essa frase nunca foi dita", escreveu nesta segunda-feira (10).

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O pastor voltou a negar que tenha insinuado que pessoas LGBT+ deveriam ser mortas por seus fiéis. O líder religioso é investigado pela suposta prática crime de homotransfobia.

"Não admito, nunca admiti e não autorizo que nossos fiéis agridam, firam, ofendam ou causem qualquer tipo de dano, físico ou emocional, a qualquer pessoa que seja. Repudio o uso de violência física ou verbal a pessoas por conta da orientação sexual", afirmou o pastor.

Valadão diz que a imprensa teria distorcido suas falas e afirma que apenas repetiu "o que está escrito na Bíblia".

"Minha pregação como pastor foi dirigida apenas a fiéis e está protegida pela liberdade de culto, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos. Aproveitadores de plantão estão usando o episódio de maneira distorcida para destilar seu ódio contra cristãos", disse.

Para o pastor, em uma pregação intitulada "teoria da conspiração" proferida no domingo (2), o casamento homoafetivo teria supostamente "aberto as portas" para paradas com "homens e mulheres nus com seus órgãos genitais expostos diante de crianças". "Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal o que a Bíblia já condena", acusou o pastor, em ataque à comunidade LGBT+.

Segundo ele, agora seria "a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas já prometi pra mim mesmo que não posso, então agora tá com vocês’", afirmou o pastor, fazendo referência à história bíblica do dilúvio, quando o Deus hebraico teria inundado toda a Terra e salvado apenas uma família de fiéis. O arco-íris, nessa mitologia cristã, significa um juramento de que Deus jamais voltaria a destruir tudo dessa forma.

Nesse sentido, o pastor repete: "você não pegou o que eu disse, tá com você. Vou falar de novo, tá com você. Sacode uns quatro do teu lado e fala: ‘vamos para cima’".

O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o pastor responderá legalmente por "propagar ódio contra as pessoas".

O pastor já sofreu outra representação no Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) por transfobia, que levou o órgão a abrir uma investigação criminal contra ele. Como mostrado pelo Estadão, Valadão também realizou uma campanha dizendo que "Deus odeia o orgulho", em referência ao mês do Orgulho LGBT+, celebrado em junho. "Ah, esse mês é o mês da humilhação", disse o pastor em vídeo vinculado ao post.

Um homem de 63 anos que passou 13 anos preso na Alemanha pela morte de uma idosa foi absolvido em um novo julgamento nesta sexta-feira, 7, depois que o tribunal que determinou que a suposta vítima do assassinato, na verdade, morreu em um acidente. Apesar de não poder recuperar o tempo de vida perdido, ele ganhará uma indenização.

Pessoas presas na Alemanha injustamente têm direito a 75 euros de compensação por cada dia de detenção. No caso de Manfred Genditzki, isso somaria 368,4 mil euros (cerca de R$ 1,9 mi). Ele ainda poderia, em princípio, buscar uma compensação por perda de rendimentos durante o período em que esteve preso.

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Ele foi condenado por assassinato e sentenciado à prisão perpétua em 2010 por um tribunal de Munique. Os juízes alegaram que ele havia batido na cabeça de uma mulher de 87 anos em outubro de 2008, após uma discussão em seu apartamento na luxuosa cidade bávara de Rottach-Egern e depois a afogado em uma banheira.

Genditzki, que trabalhava como zelador no complexo onde a mulher morava, sempre insistiu que era inocente e apelou sem sucesso à sentença original. Um tribunal federal ordenou um novo julgamento, o que resultou em sua condenação novamente em 2012. Ele lutou durante anos para reabrir o caso e conseguiu em agosto passado, garantindo sua libertação.

Ao anunciar o veredito no tribunal estadual de Munique, a juíza Elisabeth Ehrl disse a Genditzki: "Você ouviu as palavras pelas quais passou quase 14 anos esperando". Ela disse que ele terá que ser compensado pelo tempo que passou injustamente na prisão, informou uma agência de notícias alemã.

"Nós realmente sentimos muito", disse Ehrl. Ela acrescentou que, embora não fosse possível dizer por que as coisas deram errado nos processos judiciais anteriores, parecia "como se algumas coisas fossem tratadas de maneira muito unilateral e em detrimento do sr. Genditzki" e houve um "acúmulo de erros". A juíza disse que foi um caminho difícil para a justiça, a qual Genditzki perseguiu com paciência admirável.

O tribunal disse que assume que a mulher morreu como resultado de um acidente. Depois de ouvir especialistas no novo julgamento, disse que era "não apenas possível, mas provável" e que não havia indícios de assassinato. Os juízes descobriram que a mulher provavelmente caiu na banheira enquanto tentava lavar a roupa ou lavar os pés, e não conseguiu se salvar - possivelmente porque estava inconsciente e se afogou.

No início desta semana, os promotores pediram a absolvição de Genditzki. Em suas palavras finais no julgamento, Genditzki disse: "Gostaria de dizer novamente que sou inocente. Isso é tudo." Genditzki saiu do tribunal nesta sexta-feira sob aplausos, mas disse que não estava "pulando de alegria". "Não tenho motivos para me alegrar", disse ele. "Quatorze anos se passaram."

O ator José Dumont, de 72 anos, foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de 10 dias-multa por armazenar fotografias e vídeos contendo cenas pornográficas e de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. A sentença foi emitida em 3 de julho pela Justiça do Rio. Dumont pode recorrer em liberdade, e a própria pena será cumprida em regime aberto, pelo fato de o ator ter mais de 70 anos.

Dumont, cujo trabalho mais recente como ator foi na novela Nos Tempos do Imperador, da TV Globo, foi preso em 15 de setembro do ano passado em seu apartamento no Catete, zona sul do Rio. No dia seguinte, durante a audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.

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O ator era investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) do Rio pela denúncia de que mantinha relações sexuais com um adolescente de 12 anos em troca de dinheiro. Uma transferência bancária feita por Dumont para a suposta vítima ensejou uma ordem judicial de busca e apreensão, que foi realizada por policiais da DCAV em 15 de setembro, em seu apartamento.

Na ocasião, foram encontrados e apreendidos no celular e em um computador do ator 240 arquivos, entre fotos e vídeos, com cenas de crianças e adolescentes nus ou praticando relações sexuais, o que motivou a prisão em flagrante.

À polícia, o ator afirmou que reuniu esse material para um estudo de preparação profissional - ele iria interpretar um papel que teria relação com isso. Mas peritos constataram que parte das imagens foi produzida pela própria câmera do celular.

"Não há dúvidas de que o acusado armazenou grande quantidade de material de conteúdo ilícito em seus dois dispositivos eletrônicos pessoais apreendidos, envolvendo cenas de sexo e nudez de crianças e adolescentes, restando amplamente demonstrada a autoria delitiva, apresentando-se segura a pretensão condenatória estatal em relação ao crime em análise, não havendo que se falar em absolvição em razão da ausência do dolo no armazenamento das referidas imagens", escreveu a juíza Gisele Guida de Faria, da 1ª Vara Especializada de Crimes contra a Criança e o Adolescente do Rio de Janeiro.

"Por fim, tem-se que o acusado é plenamente imputável, ou seja, estava ciente da ilicitude de sua conduta, não havendo qualquer causa de exclusão de ilicitude ou culpabilidade presentes nos autos", acrescentou a magistrada.

Ela condenou Dumont pelo crime previsto no art. 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente, como é chamada a lei 8.069/90: "Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente". A pena pode variar de um a quatro anos de prisão.

A reportagem tentou localizar o ator ou algum representante da defesa para se pronunciar sobre a condenação, mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão da Operação Hefesto - apuração sobre fraudes na compra de kits de robótica por 43 prefeituras de Alagoas que lança suspeitas sobre o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP). O decano acolheu um pedido da defesa e viu possível 'violação à prerrogativa de foro' do parlamentar. Com o despacho, a tramitação das apurações fica suspensa até que a Segunda Turma da Corte máxima analise todas as alegações de Lira.

O despacho foi assinado nesta quinta-feira, 6, dia D da votação da reforma tributária na Câmara. Prioridade do governo Lula, essa pauta estava travada. Como mostrou o Estadão, Lira pretende colocar o tema em discussão no plenário ainda hoje, a partir das 18h.

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Nesta quarta, 5, o juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otilio, da 2ª Vara da Justiça Federal de Alagoas, remeteu ao STF os autos da Hefesto. O magistrado destacou que a Polícia Federal encontrou documentos com ex-assessor do presidente da Câmara, Luciano Cavalcante, e o motorista Wanderson que apontam 'indícios' de envolvimento de Lira com os desvios de R$ 8,1 milhões sob suspeita.

A Operação investiga suposto direcionamento e superfaturamento de contratos para a compra de equipamentos de robótica para escolas públicas, custeados com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). As fraudes teriam ocorrido entre 2019 e 2022.

No centro das suspeitas está a empresa Megalic LTDA. Segundo a PF, a companhia foi apenas intermediária na compra dos kits de robótica pelos municípios alagoanos. O entre os sócios da empresa está Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado de Lira.

A fase ostensiva da investigação foi aberta no dia 1º de junho, na mira de uma série de aliados de Lira, em especial Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara dos Deputados. Durante a ofensiva, os agentes apreenderam mais de R$ 4,4 milhões. Foram vasculhados 27 endereços de investigados.

Durante as diligências, a PF encontrou três documentos com os nomes de Lira e de seu ex-assessor: 'um recibo de lavagens de veículo; um termo de autorização de entrega de veículo; um formulário de autorização de viagem outorgado por Arthur César Pereira de Lira em favor de Luciano Ferreira Cavalcante, a respeito de adolescente filho do primeiro'.

Além disso, foi apreendido, em posse de Wanderon, 'manuscritos diversos descrevendo possível controle de despesas pessoais', inclusive com 'possíveis despesas de Lira, de seus familiares e de pessoas de sua relação'.

Os achados levaram a Justiça Federal de Alagoas a remeter os autos ao STF. Além disso, no último dia 14, o procurador-geral da República Augusto Aras avocando a competência para atuar no inquérito.

O juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otilio, da 2ª Vara da Justiça Federal de Alagoas, determinou a remessa dos autos da investigação Hefesto, que mira aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), para o Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz justifica o envio declarando que a a investigação da Polícia Federal encontrou "indícios da participação nos delitos ora investigados de um congressista" - no caso, o próprio Lira.

Cabe ao STF, então, julgar infrações de membros do Congresso, por possuírem foro privilegiado. "Ademais, o próprio Procurador-Geral da República (Augusto Aras), conforme noticiado pelo MPF, avocou a atribuição para atuar no caso", alega, ainda, o juiz.

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A operação Hefesto visa aprofundar a investigação sobre um esquema de fraudes em licitações de 43 cidades de Alagoas que teria de. Lira, a princípio, não era alvo da ação, mas ela envolve aliados próximos do presidente da Câmara. A PF afirma que houve direcionamento e superfaturamento de contratos para a compra de equipamentos de robótica para escolas públicas, custeados com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), repassado pelo governo federal. As fraudes teriam ocorrido entre 2019 e 2022.

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