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O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (30) que o Estado pode ser responsabilizado pela morte de detentos por não oferecer tratamento digno nas penitenciárias. De acordo com a tese firmada, caberá aos governos federal ou estadual provar que não foram responsáveis pelas mortes.

A decisão foi tomada em um recurso do estado do Rio Grande do Sul, que contestava uma decisão da Justiça local determinando o pagamento de indenização para a família de um preso que cometeu suicídio.

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Por unanimidade, a Corte seguiu o voto do ministro Luiz Fux, favorável à proteção dos presos. Acompanharam o relator os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello e o presidente, Ricardo Lewandowski.

De acordo com Fux, o Estado tem o dever de garantir a integridade física dos detentos sob sua custódia. “O Estado Democrático de Direito, onde todos são iguais perante a lei, não pode admitir que alguns indivíduos sejam privados dos seus direitos fundamentais, mesmo que tenham eles atentado contra os bens jurídicos mais relevantes para a sociedade, que o direito penal busca tutelar”, argumentou Fux.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, negou, na madrugada desta terça-feira (22), o trâmite do mandado de segurança protocolado pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra decisão tomada pelo ministro Gilmar Mendes, na última sexta-feira (18), de suspender a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro da Casa Civil. O mandado, assinado pelo Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, foi arquivado por determinação do ministro.

O mandado foi rejeitado por uma questão processual, sem entrar no mérito do caso. Segundo Fux, decisões anteriores do STF mostram que não é possível fazer uso de mandado de segurança para recorrer de ações tomadas na Corte. “O Supremo Tribunal Federal, de há muito, assentou ser inadmissível a impetração de mandado de segurança contra atos decisórios de índole jurisdicional, sejam eles proferidos por seus Ministros, monocraticamente, ou por seus órgãos colegiados."

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Para Fux, o mandato protocolado tem, nitidamente, o caráter de recurso. O ministro alega que a decisão liminar do ministro Gilmar Mendes foi “expressivamente fundamentada em dezenas de laudas, o que revela ausência de flagrante ilegalidade”.

Para a Advocacia-Geral da União (AGU), a decisão do ministro Gilmar Mendes é “flagrantemente ilegal”. O órgão alega a “existência de dano irreparável à União e à República Federativa do Brasil", já que, ao suspender o decreto de nomeação, fere a Constituição Federal, “tolhendo a presidenta da República do exercício de sua atribuição de ‘nomear e exonerar os ministros de Estado, e de exercer, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração federal".

Na última sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes decidiu suspender a posse de Lula. A decisão do ministro atendeu a ações do PPS e do PSDB. Na mesma decisão, Mendes decidiu que os processos que envolvem Lula na Operação Lava Jato devem ficar sob a relatoria do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.

O julgamento de uma ação que pede a impugnação do mandato da presidente Dilma Rousseff foi suspenso nesta quinta-feira (13), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após um pedido de vista (mais prazo para analisar o caso) feito pelo ministro Luiz Fux. A sessão terminou com dois votos a favor do prosseguimento da ação na Justiça Eleitoral e um pelo arquivamento. A definição dos ministros é apenas sobre a continuidade do processo, sem análise do teor do processo.

O ministro Gilmar Mendes levou ao plenário revelações feitas por delatores da Lava Jato que colocam em suspeita o desvio de dinheiro do esquema de corrupção para a campanha petista e disse que a Justiça eleitoral "não pode ficar indiferente" à análise. "Não se trata de cassar mandato aqui, mas de ver o que ocorreu", argumentou.

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A ação analisada hoje é uma das quatro existentes na Corte Eleitoral pedidas pelo PSDB que podem gerar, no limite, a cassação da presidente. Antes da diplomação de Dilma, que aconteceu em 18 de dezembro, os tucanos protocolaram duas ações de investigação judicial eleitoral ao TSE - com base em suposto abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. As duas ações correm no tribunal sob relatoria do ministro João Otávio de Noronha.

Depois da diplomação, já em 2015, a Coligação Muda Brasil, pela qual o senador Aécio Neves (PSDB-MG) concorreu às eleições presidenciais, propôs a ação de impugnação de mandato da petista sob alegação de fraude e abuso na campanha. Em fevereiro, a ministra Maria Thereza de Assis Moura negou, de forma monocrática, que a ação prosseguisse no Tribunal. Para a magistrada, a ação do PSDB se baseava em "ilações" e acusações "genéricas". Com a decisão, o processo foi arquivado. Um recurso do PSDB, no entanto, questionou a decisão da ministra e nesta quinta-feira, 13, os ministros do TSE indicaram que podem mudar o entendimento da magistrada e admitir que a ação prossiga.

Foram dois votos favoráveis ao prosseguimento da ação - dos ministros Gilmar Mendes e Noronha - e um contrário, da própria ministra Maria Thereza. No julgamento, Mendes dirigiu críticas à ministra Maria Thereza, dizendo que ela rejeitou o caso "sem instruir o processo, sem, portanto, sequer citar os investigados". Segundo ele, a ministra "daria uma brilhante contribuição ao Brasil esclarecendo esse fenômeno". "Se corrupção na Petrobras resulta em lavagem de dinheiro na doação eleitoral, veja, isso precisa ser esclarecido. Se não com efeito prático, para a história desse País", disse o ministro. O desvio de dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras para campanha eleitoral é usado como um dos fundamentos dos tucanos para pedir o andamento da ação.

Noronha, que acompanhou Gilmar Mendes no voto, disse que é "notório" que houve desvio no esquema de Petrobras e é preciso apurar se existiu "repercussão" do esquema nas eleições de 2014. "A presidente diz: 'eu tenho a legitimidade do voto'. Não, ela tem a presunção da legitimidade do voto, que pode ser destruída por uma ação de investigação eleitoral ou impugnação". Noronha afirmou que a legitimidade da presidente "não cai só nas pesquisas", mas pode cair também "no mundo jurídico".

O ministro Henrique Neves, que não concluiu o voto, sinalizou que deve votar pela aceitação do recurso. No total, o TSE conta com voto de sete ministros. O presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, se ausentou do julgamento alegando que tinha compromisso agendado com parlamentares. Quando a ação for retomada, no entanto, o presidente poderá participar. Não há prazo para que Fux traga a discussão de volta a julgamento.

Se os ministros admitirem que a ação prossiga, a defesa da presidente poderá se manifestar e a Justiça Eleitoral deve admitir a produção de provas para investigar tudo o que é alegado pelos tucanos. De acordo com o PSDB, houve abuso de poder político na campanha de Dilma, com convocação de rede nacional de rádio e televisão, manipulação na divulgação de indicadores sociais, uso indevido de prédios e equipamentos públicos para atos próprios de campanha e veiculação de propaganda institucional em período proibido.

Além disso, o PSDB aponta a existência de suposto abuso de poder econômico com realização de gastos de campanha acima do valor limite, financiamento de campanha com doações oficiais "contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas", entre outros. O uso de dinheiro oriundo do esquema de corrupção investigado na Lava Jato já tem sido analisado pelo TSE. Em uma das ações relatadas por Noronha, a justiça colheu depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e aguarda autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir o dono da UTC, Ricardo Pessoa.

Lava Jato

Para sustentar seu voto, Gilmar Mendes citou diversos episódios envolvendo a Lava Jato. Afirmou que levou cinco meses para trazer o caso ao plenário porque "a toda hora tinha que fazer atualizações" no caso devido à evolução da operação. "A cada nova Operação há fatos conexos aqui", argumentou. Ao citar os desvios de 3% dos contratos da Petrobrás para o esquema que envolvia empreiteiras e políticos, Gilmar disse que "não é difícil adivinhar que parte desses recursos pode ter vindo para a campanha". "As triangulações têm sido reveladas e isso precisa ser no mínimo investigado", argumentou.

Já a ministra Maria Thereza de Assis Moura alegou que os fatos trazidos pelo ministro são posteriores à análise feita por ela no início do ano. "Temos visões diferentes, os fatos que hoje vêm à tona são supervenientes ao voto que foi pro mim proferido", ponderou a ministra.

O ministro Luiz Fux pediu vista do caso ao alegar que informações trazidas pelo ministro Gilmar Mendes são objeto de outra representação proposta pelo PSDB ao TSE, sob sua relatoria, que envolve as contas de campanha da presidente. Os ministros indicaram que devem debater se reúnem todas as ações - que tem pedidos semelhantes e investigações que se cruzam, segundo alguns integrantes da Corte - em uma só, com apenas um relator.

Procurada, a defesa da presidente Dilma Rousseff disse "confiar na justiça eleitoral".

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, afirmou nesta quinta-feira que a data das eleições não pode ser adiada sob hipótese alguma, pois é definida pela Constituição Federal. As declarações foram realizadas após a posse do ministro Luiz Fux como titular do TSE. Fux atua desde 2011 no tribunal eleitoral, porém como ministro substituto. Ele, que também é ministro do STF, tomou posse hoje como ministro efetivo.

Toffoli voltou a dizer que a possível análise de uma alteração no início da propaganda eleitoral dependeria de um consenso entre os partidos e, mesmo assim, precisaria ser analisada pelo plenário do tribunal. "O tema tem que ser submetido à Corte, não cabe a um juiz decidir", disse.

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Hoje, em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, Toffoli afirmou que o plenário do TSE poderia analisar um pedido de adiamento do início da propaganda eleitoral, em razão da situação da coligação que lançou Eduardo Campos como candidato, caso todos os partidos envolvidos no pleito concordassem. A previsão é de que o horário eleitoral comece na terça-feira (19).

A batalha pela administração do dinheiro dos músicos volta à tona na próxima segunda-feira (17). Uma audiência pública marcada pelo ministro Luiz Fux, no Supremo Tribunal Federal, vai reunir os dois lados de um embate que mobiliza o primeiro escalão da classe artística do País. Fux quer colher mais argumentos antes que a Casa coloque em julgamento duas ações de inconstitucionalidade movidas agora pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais) para a derrubada da nova lei dos direitos autorais, sancionada em dezembro pela presidente Dilma Rousseff.

As novas regras, que já deveriam estar em vigor, mudam radicalmente a política da empresa que administra os direitos autorais no Brasil desde 1973. O Ecad, representando nove associações de autores, é o órgão que fiscaliza meios que fazem uso de música no País - de emissoras de rádio a casas de show, de canais de TV a supermercados. Ao receber dessas empresas as taxas que são pagas por essas execuções, ele fica com uma porcentagem de administração e repassa o restante aos autores associados. Eis o ninho da discórdia. Muitos compositores acham que deveriam ganhar mais e acusam o escritório de faltar com transparência no repasse.

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No ano passado, uma liderança chamada Procure Saber, presidida pela produtora Paula Lavigne, foi formada para brigar por mudanças que incluíam a fiscalização do órgão pelo Ministério da Cultura e o aumento do repasse dos direitos. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos e Carlinhos Brown, muitos deles pessoalmente, ajudaram a sensibilizar o Congresso a quebrar as estruturas da velha arrecadação. O Senado aprovou, Dilma sancionou, os artistas abriram a champanhe e o Ecad pisou duro. O escritório contra-atacou então com duas ações diretas de inconstitucionalidade no Supremo para anular as mudanças, acusando os artistas de "invasão de privacidade" de uma instituição que representaria os músicos "com transparência."

"Eram os titulares, por meio de suas associações, quem definiam como deveriam se organizar, quem votaria sobre mudanças, como as associações gastariam suas verbas. A nova lei cria uma intervenção do Estado em um órgão privado, o que é inconstitucional. O estatuto passa a ser regido pelo Ministério da Cultura.

Assim, os titulares de direitos perdem o poder sobre sua própria obra. Eu tenho a impressão de que alguns compositores não entenderam o alcance desta lei", diz o advogado do Ecad, Pedro Paulo Cristofaro.

Do lado dos que lutaram pelas mudanças, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) muniu-se das informações que conseguiu como presidente da CPI do Ecad, em 2011, para pedir a nova legislação. "A CPI confirmou que o sistema de arrecadação era anacrônico, que a gestão coletiva era inconstitucional. A nova lei moderniza esse sistema e impede que existam casos de corrupção, como mostramos que havia." Ele diz que o Estado, "ao contrário do que afirma o Ecad", não irá criar um órgão fiscalizador, mas um conselho com a participação de artistas que irão acompanhar os trâmites das arrecadações.

Na tarde de quinta-feira, 13, quatro dias antes da audiência pública marcada no STF, o Ecad enviou às redações um balanço referente ao ano de 2013: "Ecad distribui mais de R$ 804 milhões em direitos autorais de execução pública musical em 2013 - crescimento foi de mais de 70% em relação ao ano anterior", diz o início do comunicado.

A lista de presença da audiência no STF tem 24 nomes de pessoas que se inscreveram como expoentes. Cada um deve falar por 10 minutos, defendendo seus pontos de vista para o ministro Fux. Dentre eles, Paula Lavigne, Lobão, Roberto Frejat, Roberto Menescal, Fernando Brant e o próprio senador Randolfe Rodrigues.

Sobre uma possível perda de força do grupo Procure Saber depois do desgaste do ano passado, com sua polêmica luta contra as biografias não autorizadas, Rodrigues diz que "uma pauta não interfere na outra." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na sessão desta quarta-feira (11) o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Corte brasileira em 2001 e versa sobre o financiamento privado de campanhas políticas. 

O primeiro ministro a votar foi o relator da ação, Luiz Fux, que se posicionou pelo fim das doações empresariais. Segundo Fux, "não é inerente ao regime democrático à participação política" de empresas. O ministro acrescentou que empresas podem, sim, defender bandeiras políticas, mas não financiar as campanhas.

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"Uma empresa pode defender bandeiras políticas, ambientais e na área de direitos humanos, mas daí a bradar pela indispensabilidade no campo político, investindo vultosas quantias em campanhas eleitorais, dista uma considerável distância", ressaltou.

Em seguida o presidente do STF, Joaquim Barbosa, também votou contra o financiamento privado. Antes de declarar a sua análise, Barbosa afirmou que o assunto é de responsabilidade do Legislativo, “o Congresso Nacional poderia ter resolvido este processo em tempo hábil, pois este ano se falou em Reforma Política e nada se fez”, pontuou.  

Ainda para o presidente da Corte, os recursos oriundos de pessoas jurídicas fazem com que as empresas se insiram no meio político, facilitando o famoso “toma lá, da cá” atraindo regalias aos doadores por meio dos políticos eleitos. Outro aspecto frisado por Barbosa foi o desequilíbrio entre os partidos com o excesso de recursos privados direcionados a uma legenda e a outras não.

“O risco do financiamento privado, se não regulado, é de criar um desequilíbrio entre os partidos. Desequilíbrio este expresso entre muitos partidos que ocupam o poder e calcado, única e exclusivamente, no montante dos recursos financeiros colocados em disposição deste ou daquele partido”, alertou. Após votar o ministro encerrou a sessão e avisou aos presentes que a analise da ADI será retomada nesta quinta (12).

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá ser ágil na condução dos pedidos dos 12 condenados por envolvimento com o mensalão que garantiram o direito a um novo julgamento. Em nota à imprensa, o chefe de gabinete de Fux, José Antônio Nicolao Salvador, afirmou que após receber os requerimentos dos advogados dos réus e preparar o processo, o ministro vai levá-lo a julgamento.

"Tão logo todas as partes se manifestem nos autos, obedecido o devido processo legal, colocará o feito em pauta para julgamento", informou Salvador, na nota. Ele acrescentou que devido à Lei Orgânica da Magistratura, Fux está impedido de comentar o processo.

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Escolhido nesta quarta-feira, 18, como relator do novo julgamento do processo do mensalão, o ministro Luiz Fux foi um dos principais escudeiros do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, na primeira fase da análise do processo ocorrido no ano passado.

Ao longo do primeiro julgamento, Fux se alinhou a Barbosa, relator da ação principal, em temas como o que discutiu se houve ou não o crime de formação de quadrilha durante a execução do esquema de compra de votos de parlamentares, ocorrido no governo do ex-presidente Lula.

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Em outubro do ano passado, o ministro apresentou voto condenando por esse crime a cúpula do PT, que agora terá direito aos chamados embargos infringentes para discutir exatamente se houve ou não a formação de quadrilha.

Entre os petistas que já foram condenados por Fux, e que terão o direito a uma nova análise do processo, estão o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Na sessão do ano passado, o ministro reconheceu a formação de quadrilha considerando que houve "um projeto delinquencial"."Foi o que aconteceu. Os núcleos se uniram para dar vazão que foi a concepção de todos os delitos que o plenário do Supremo identificou", disse na ocasião.

Indicação

O posicionamento dele no julgamento é tido como traição por parte de integrantes do PT, uma vez que Fux chegou a recorrer ao próprio José Dirceu para conseguir ter o nome indicado pela presidente Dilma Rousseff para ingressar na Suprema Corte. E teria, inclusive, nesse processo de negociação, dito que "mataria nos peitos" a pressão pela condenação do ex-ministro da Casa Civil.

Durante o processo de escolha do novo ministro, ele também teria se encontrado para pedir apoio à sua candidatura com o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). O petista também está entre os réus que terão um novo julgamento, mas no caso dele será analisado o crime de lavagem de dinheiro.

A confirmação da indicação de Fux por Dilma para o STF ocorreu em fevereiro de 2011, quando ele ocupou a vaga deixada pelo ministro Eros Grau.

O ministro Luiz Fux foi sorteado nesta quarta-feira, 18, relator do novo julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF). Caberá a ele preparar a instrução da nova etapa da ação penal e dar o primeiro voto em relação aos pedidos de absolvição e redução de pena dos 12 dos 25 réus.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux votou contra os chamados embargos infringentes, que têm o poder de alterar a decisão tomada pelo plenário do STF no julgamento do processo do mensalão realizado no ano passado.

"Não cabe esses embargos nos tribunais, nos tribunais regionais federais, no Superior Tribunal de Justiça, mas cabe no Supremo Tribunal Federal?", questionou o ministro Luiz Fux, indicando que acompanharia o voto do presidente da Corte, Joaquim Barbosa, contrário à admissão dos embargos infringentes no julgamento do mensalão.

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A polêmica entre os ministros está no fato de que se por um lado a lei 8.038, de 1990, que regula alguns aspectos do STF, teria revogado o uso dos embargos infringentes, por outro, ele está previsto no regimento interno da Corte. A dúvida é qual regra deverá prevalecer.

Para Fux, o artigo 333 do regimento interno que previa os embargos infringentes não mais existe. "O plenário do Supremo Tribunal Federal, em nenhuma hipótese, aprecia uma causa mais de uma vez", disse o ministro.

A tese de que o STF deve aceitar os embargos infringentes já recebeu três votos favoráveis, contra o voto pelo não acolhimento já proferido na semana passada pelo ministro Joaquim Barbosa e por Fux, nesta quarta. Votaram pelo acolhimento dos recursos os ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki e Rosa Weber. A decisão é por maioria simples.

Os recursos dos embargos infringentes só podem ser utilizados pelos réus que receberam ao menos quatro votos pela sua absolvição. Neste grupo estão 11 dos 25 réus condenados. Entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), negou nesta sexta-feira que o partido tenha a intenção de pedir investigação sobre o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a declaração do ex-deputado José Dirceu (PT-SP) de que ele havia dito que não o condenaria no julgamento do mensalão, antes de ser nomeado para o cargo. Durante reunião do diretório nacional do partido, em São Paulo, Falcão ironizou o fato de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedir a abertura da investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado no processo do mensalão, e não levar em conta as declarações de Dirceu sobre Fux.

"Eu acho curioso que o próprio procurador, que diz que o ex-deputado José Dirceu não merece crédito porque é réu, dá crédito a outra pessoa que também é réu, com a condenação até o momento maior que o (ex) deputado José Dirceu", afirmou. O presidente nacional do PT e deputado estadual de São Paulo evitou opinar sobre o conteúdo da entrevista de Dirceu ao jornal "Folha de S.Paulo", esta semana. "A entrevista fala por si", resumiu.

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Sobre a abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) para apurar as acusações contra Lula, Falcão disse que são denúncias de caixa 2 e que não passavam de muitas das "invencionices" para atingir a imagem do ex-presidente, "cujo único 'crime' cometido foi o de melhorar a vida de milhões de brasileiros". De acordo com o presidente nacional do PT e deputado estadual, não há necessidade de nota de solidariedade a Lula porque ele não é investigado "pessoalmente".

Questionado sobre a conjuntura econômica, Falcão disse que a questão não foi foco das discussões entre os petistas nesta sexta-feira. Faltando uma semana para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), ele disse que a expectativa da legenda é de arrefecimento da inflação, manutenção da política de emprego e distribuição de renda, além do investimento em infraestrutura. "Para nós, isso não é motivo de preocupação", afirmou.

Em um despacho divulgado nesta quinta-feira, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), esclareceu que a liminar concedida por ele no final do ano determina que o Congresso siga a ordem cronológica de votação dos vetos presidenciais. Ele disse que a decisão não impede que o Legislativo analise projetos.

"O Congresso Nacional brasileiro não se encontra impedido, por ordem judicial, de deliberar sobre toda e qualquer proposição, mas apenas e tão somente de apreciar e votar vetos presidenciais fora da ordem cronológica da respectiva comunicação", afirmou.

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Ao dar o despacho, Fux respondeu a uma consulta feita pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Senado sobre o alcance da liminar. Eles queriam saber se a decisão impedia o Congresso de votar qualquer assunto antes da análise dos cerca de 3 mil vetos presidenciais.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), também antecipou sua manifestação nesta tarde e votou pela condenação de três réus por lavagem de dinheiro: o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e os ex-deputados federais pelo PT Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG). Num voto idêntico neste item ao dado pelo relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, Luiz Fux votou nesta quinta pela absolvição do ex-líder do governo Lula na Câmara dos Deputados Professor Luizinho (PT-SP), da ex-assessora parlamentar dele Anita Leocádia e de José Luiz Alves, o ex-chefe de gabinete de Anderson Adauto.

Pela ordem de votação no julgamento, a ministra Rosa Weber era quem deveria proferir seu voto logo após a manifestação de Ricardo Lewandowski, revisor do processo. Contudo, depois de Lewandowski, o ministro Marco Aurélio Mello se antecipou e apresentou seu voto, absolvendo todos os seis réus pelo crime. Em seguida, Fux pediu a palavra para tecer considerações teóricas sobre o crime de lavagem de dinheiro, mas, após debate entre os ministros da Corte, acabou também por antecipar seu voto.

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Luiz Fux disse que era preciso, a partir do julgamento em curso, que o Supremo fizesse "uma opção doutrinária sobre o que entende ser o delito de lavagem de dinheiro". O ministro afirmou estar preocupado com o alcance do tipo penal. O ministro Ricardo Lewandowski, revisor da ação, disse também que não era possível "dar uma carta de alforria ao Ministério Público".

Durante as discussões, o ministro Dias Toffoli chegou a levantar um questionamento: "Se esse dinheiro foi repassado aos três réus que o senhor condena fosse oriundo de um roubo a banco, eles responderiam pelo crime de lavagem? Não". Fux deu uma resposta ríspida. "Vossa excelência não deveria ter perguntado".

Após voltar ao plenário para acompanhar as discussões dos colegas, Joaquim Barbosa também interveio no debate: "Nós não podemos fazer de ingênuos e achar que as pessoas que pediram dinheiro aos protagonistas desse esquema, desse maldito esquema, estivessem pedido dinheiro a bancos, eles estavam pedindo dinheiro a um esquema".

A ministra Cármen Lúcia também fez uma intervenção durante os debates, antecipando em parte seu voto. "A diferença básica é que para esses dois, do Partido dos Trabalhadores, não há prova. Para mim, esses dois, Paulo Rocha e João Magno, eles se dirigiram a quem deveriam dirigir", afirmou Cármen Lúcia, referindo-se ao fato de os dois terem procurado o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares em busca de recursos para saldar dívidas. Barbosa mais uma vez interveio, dizendo que eles receberam os recursos de origem ilícita. "Não receberam de quem deveriam receber", respondeu.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta pela condenação do ex-presidente do extinto PL e deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP) e do ex-tesoureiro do partido Jacinto Lamas pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Fux também considerou culpado o ex-deputado federal pelo PL Bispo Rodrigues pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O magistrado, que seguiu mais uma vez o voto do relator, Joaquim Barbosa, disse que a cúpula do partido se valeu de dois mecanismos para receber recursos do "valerioduto": por meio da empresa Guaranhuns e pelos saques em espécie no Banco Rural das contas da agência de publicidade de Marcos Valério.

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Fux disse que Valdemar Costa Neto foi quem articulou o apoio parlamentar do PL ao governo Luiz Inácio Lula da Silva. Para o ministro, ficou demonstrada a existência de um esquema de lavagem de dinheiro por meio dos depoimentos. Ele também salientou que não houve recibo do suposto empréstimo tomado pela cúpula do partido para tentar justificar o recebimento dos recursos de origem ilícita.

O ministro deu o quarto voto pela absolvição do ex-assessor do PL Antonio Lamas por falta de provas. O Ministério Público já havia recomendado à Corte que livrasse Antonio Lamas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, quarto ministro a votar no processo do mensalão, decidiu pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) por crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Foi o terceiro voto pela condenação de João Paulo por corrupção e peculato e o segundo por lavagem de dinheiro.

Luiz Fux considerou também culpados de crimes de corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro o publicitário Marcos Valério e seus sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz. Fux votou ainda pela condenação do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Como os outros três ministros que votaram antes, Fux absolveu o ex-ministro Luiz Gushiken de qualquer acusação.

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Ao contrário do revisor, ministro Ricardo Lewandowski, Luiz Fux afirmou que as provas colhidas pela CPI dos Correios valem. "É muito importante que se acolham as provas coletadas nas CPIs. A Constituição diz que as CPIs poderão investigar", disse ele.

Fux disse estranhar as seguidas versões dadas por João Paulo para o fato de Márcia Regina, sua mulher, ter ido pessoalmente ao Banco Rural de Brasília pegar R$ 50 mil. João Paulo disse, uma primeira vez, que o dinheiro era para pagar um carnê da TV a cabo. Depois, afirmou que era para pesquisas eleitorais em Osasco. "Regras da experiência comum nos dizem que se formos a um banco receber uma certa quantia vamos encontrar certas dificuldades", afirmou Fux.

Ele lembrou ainda que o dinheiro foi entregue depois de seguidas reuniões entre João Paulo e Marcos Valério e distribuição de caneta e passagem aérea para uma secretária por intermédio do publicitário. O ministro afirmou que as empresas de Marcos Valério obtiveram contratos milionários já contando com as licitações que viriam em seguida.

Para Luiz Fux, no caso do recebimento de R$ 50 mil por Márcia Regina, ficou caracterizada a lavagem de dinheiro.

Numa referência aos argumentos de Ricardo Lewandowski, que costuma mostrar preocupação com o futuro dos réus do mensalão, Fux afirmou: "Se estamos preocupados com a dignidade dos réus, temos de estar mais preocupados com a vítima, que é toda a sociedade brasileira."

A pedido das associações de magistrados, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, entregou a relatoria do mandado de segurança contra as inspeções nas contas de magistrados e servidores de 22 tribunais ao ministro Luiz Fux. O processo era relatado pelo ministro Joaquim Barbosa, que votou a favor da manutenção dos poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Fux, ao contrário, julgava ser necessário impor condições para que o CNJ abrisse processos contra juízes suspeitos de irregularidades.

O julgamento desse mandado de segurança determinará se a corregedora-nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, poderá analisar as folhas de pagamento dos tribunais e confrontar os dados com as declarações de bens e rendas dos servidores e dos magistrados. Essa inspeção começou por São Paulo e seria feita em outros 21 tribunais do País. Uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a investigação que poderia levar a dados sobre enriquecimento ilícito e venda de sentenças judiciais.

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Na ação, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Juízes Federais (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) alegam que o CNJ estaria quebrando sigilo de magistrados e servidores de forma indiscriminada e sem autorização judicial.

No final do ano, Lewandowski suspendeu as apurações e pediu informações à Corregedoria-Nacional de Justiça. Em resposta, a ministra Eliana Calmon sustentou que pode analisar as declarações de bens e renda entregues por magistrados e servidores ao tribunal e negou que as informações repassadas ao CNJ pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontou movimentações atípicas de R$ 855 milhões nos tribunais, configura quebra de sigilo.

A decisão de Peluso ainda não foi publicada. Até que o processo seja julgado, as inspeções do CNJ nos tribunais permanecerão suspensas.

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