Tópicos | Manuela Dávila

Três dias depois de o PT anunciar o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como vice na chapa presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) como "vice do vice", o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) subiu o tom nas críticas aos petistas.

"Haddad e Manuela são queridos amigos, mas eu estou preocupado. Isso é um convite à nação para dançar na beira do abismo", disse Ciro.

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Segundo ele, a "imensa gratidão" do povo brasileiro a Lula não é o suficiente para deixar todas as regras de lado. "Isso gera confusão. O povo está sendo enganado", afirmou o pedetista aos jornalistas após participar de uma sabatina promovida pelo banco de investimento BTG Pactual.

Segundo Ciro, a decisão do PCdoB de entrar na chapa de Lula foi tomada após o partido ter sido vítima de "chantagem feia" do PT. "Chamaram o PCdoB na chincha e fizeram uma lista dos estados para tirar o quociente eleitoral deles e deixar o partido sem eleger deputado".

Sobre o apoio dos partidos do 'Centrão' a Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro afirmou que nunca acreditou que teria o apoio do colegiado. "Eles me procuraram, mas jamais passou pela minha cabeça que eu pudesse ter o apoio deles".

O candidato do PDT, em seguida, disse que as negociações dele com o 'Centrão' foram feitas para "agravar" o preço do grupo junto a Alckmin. "Não tinha a menor chance deles virem comigo".

Durante a palestra para empresários, Ciro disse ainda que considera "trágico" o governo de Dilma Rousseff e que foi uma imprudência de Lula "colocá-la" no Palácio do Planalto junto com o presidente Michel Temer.

Sobre a escolha da senadora Katia Abreu como vice, Ciro afirmou que ela o aproxima do centro político e das mulheres.

O ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB à Presidência, ficou isolado na defesa do governo, nesta quinta-feira, 10, em um debate que reuniu no mesmo palco em Gramado (RS), cinco presidenciáveis: Guilherme Boulos (PSOL), Manuela Dávila (PCdoB), Ciro Gomes (PDT) e Alvaro Dias (Podemos).

O emedebista, que viajou em jato fretado, chegou atrasado ao local do evento e foi acomodado ao lado de Boulos, líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Os dois se cumprimentaram, mas não se falaram até o fim do debate.

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Na outra ponta, Manuela e Ciro mostraram afinidade e trocaram olhares cúmplices e comentários no intervalo das falas dos adversários. Quando a deputada do PCdoB pediu água durante sua fala, Ciro prontamente se levantou e levou seu copo até ela. Foi recompensado com um elogio. "É um cavalheiro. Por isso é meu amigo".

Enquanto aguardava sua vez de falar ao microfone sobre os temas do debate, Meirelles ouviu calado os petardos. "As famílias Setúbal e Moreira Sales acabaram de botar no bolso R$ 9 bilhões de dividendo sem pagar um centavo, enquanto a classe média morre com 27% na fonte", disse Ciro citando duas famílias que controlam bancos.

Na saída do evento, Meirelles estava atrás de Ciro, aguardando sua vez falar com a imprensa, quando o pedetista citou seu nome. "A ideologia no Brasil tem passado do limite a ponto de impedir a racionalidade. Veja o Meirelles: é um bom amigo, mas parece que está em outro país. Para ele está tudo bem e tal", disse.

"São coisas malucas que o filtro ideológico não permite ver. Esse 1% que o Brasil teve de crescimento nominal em 2017 foi puxado pelo agronegócio por dois fatores: estação climática perfeita e uma recuperação de preço no estrangeiro", completou.

Meirelles, por sua vez, esforçou-se para defender Temer. "Acredito na educação. Estudei em escola pública. Concordamos que é preciso investimento em educação, mas o discurso vazio não resolve a realidade".

Ex-tucano, Álvaro Dias também mirou o Planalto. "O governo arrecada demais, mas aplica mal". Boulos disse que, se eleito, vai revogar a PEC do teto dos gastos e Manuela criticou o governo por reduzir os gastos para fazer ajuste fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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