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Questionado sobre um possível isolamento total em Pernambuco o secretário Estadual de Saúde, André Longo aproveitou a deixa para fazer duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Saúde Nelson Teich nesta quarta-feira (6). O secretário afirmou que nenhuma decisão foi tomada pelo governo estadual, mas cobrou apoio do governo federal. 

“É muito difícil de ser implementado (isolamento total) sem apoio do governo federal, mas obviamente não há uma dependência disso, estamos estudando”, revelou. As criticas, feitas de forma branda em outras coletivas a respeito de um discurso a favor do isolamento social, teve o tom elevado. André Longo ainda citou uma reunião entre as secretarias estaduais de Saúde e o ministro Nelson Teich, realizada nesta quarta e revelou uma das cobranças feitas. 

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“É um absurdo que no momento da maior pandemia da nossa história recente, nós não tenhamos uma campanha publicitária do governo federal apontando o isolamento como necessário”, disse.

André Longo voltou a cobrar um posicionamento do chefe da pasta e ainda disse que não tem nenhuma expectativa de ajuda do presidente Jair Bolsonaro. “Não é possível que a gente não tenha uma posição clara, do presidente a gente não espera nada, mas do Ministério da Saúde a gente ainda tenta esperar alguma coisa de tecnicidade (...) Foi pedida uma manifestação pública de apoio". O pedido foi feito na reunião citada. 

André ainda disse que é impossível cobrar isolamento com as pessoas, por necessidade, enfrentando filas para sacar auxílio emergencial e reclamou da falta de organização do governo. “É muito complicado que os Estados tenham que tomar essas decisões, fazendo diretrizes sem uma diretriz nacional clara", criticou.

O oncologista Nelson Teich, que assumiu o Ministério da Saúde há exatos 18 dias, ainda não mostrou a que veio. A avaliação é de secretários estaduais, parlamentares e autoridades do Sistema Único de Saúde (SUS) que participaram de reuniões e videoconferências com o ministro nos últimos dias. Segundo os relatos, a impressão é de falta de conhecimento da gestão pública e uma atuação tutelada por militares e pelo Palácio do Planalto.

Sempre ao lado do general Eduardo Pazuello, "número 2" no ministério, Teich sai pela tangente quando confrontado por assuntos mais espinhosos, como fim da quarentena e compra de respiradores. As posições firmes de seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, muitas vezes contrariando o presidente Jair Bolsonaro, foram apontados como motivo para sua demissão do cargo.

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O novo ministro, por sua vez, tem evitado confrontar o presidente. Bolsonaro tem aumentado a aposta ao atacar governadores que decretam quarentenas e voltou a participar de atos pró-governo com aglomerações, como ocorreu no domingo, em Brasília. Horas após a manifestação, em pronunciamento em Manaus (AM), Teich calou-se sobre o fato de o chefe do Executivo ter atropelado recomendações de organismos de saúde e da própria pasta sobre distanciamento social.

Nos bastidores, secretários de Estados e de municípios dizem, em tom irônico, que o verdadeiro ministro da Saúde é Pazuello, pois, em reuniões, o militar trata sobre o que a pasta de fato entregará. Teich usa termos vagos, segundo estes interlocutores, e afirma que "busca dados" ainda para praticamente todas as situações.

Em audiência no Senado, na semana passada, Teich foi duramente criticado por senadores por não se posicionar claramente sobre o isolamento social. "Estou estarrecido. Com todo respeito, mas acho que é uma dubiedade muito séria. Por favor, seja firme e claro nessa posição. Dê o recado à nação como líder da Saúde no País. Não pode haver dubiedade, especialmente quando o presidente da República está dando sinais contrários", afirmou Tasso Jereissati (PSDB-CE).

O clima na sessão piorou após o ministro falar em alterar a diretriz de distanciamento social. Após queixas de senadores, Teich defendeu-se, dizendo que o ministério nunca defendeu a saída do isolamento: a pasta apenas dá diretrizes para que gestores do SUS decidam sobre medidas restritivas.

Governadores e secretários do Nordeste também notaram Teich "perdido" em videoconferência na última semana. O ministro chegou a consultar os gestores locais sobre qual a melhor forma para comprar respiradores ao País, sem depender de importadoras. O ministério anunciou na última semana que falhou uma tentativa de compra de 15 mil unidades da China, por R$ 1 bilhão.

Em Manaus, no domingo passado, o ministro disse que o governo tentaria fazer nova importação de respiradores, agora sem intermediários, mas não revelou quantos aparelhos deseja trazer ao País. A pasta hoje depende da produção nacional, que, na visão de gestores do SUS, não dará conta do aumento de casos no País.

Equipe

A composição da equipe de Teich reflete acordos do governo Bolsonaro para costurar apoio tanto da ala militar como de partidos do "centrão" no Congresso. O general Pazuello foi indicado por Bolsonaro ao cargo de secretário executivo, "número 2" do ministério. No cargo, ele fica responsável por áreas estratégicas da saúde durante a pandemia, como de compras e dados. O secretário executivo adjunto, também nomeado na gestão Teich, é o coronel Elcio Franco Filho.

A Secretaria de Vigilância em Saúde foi prometida ao PL, do ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão e investigado pela Lava Jato. Ainda não há nome para o cargo. A pasta hoje é ocupada pelo epidemiologista Wanderson Oliveira, que ganhou projeção ao formular a estratégia contra a covid-19. Oliveira continua no cargo durante a transição.

Único indicado pelo novo ministro a ser nomeado como secretário até agora, o médico e biofísico Antonio Carlos Campos de Carvalho vai ocupar a secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde. Ele é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No cargo, Carvalho fica responsável pela avaliação da oferta de tecnologias no SUS. A pasta emite notas técnicas recomendando ou não uso da cloroquina, por exemplo. A secretaria ainda é estratégica por tratar de parcerias com o setor produtivo, chamadas de PDP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas reuniões que não resultaram em ações mais concretas, em especial, o envio de respiradores. Estes foram os contatos que, segundo o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo ocorream entre o governo estadual e o novo ministro da Saúde, Nelson Teich assumiu a pasta. 

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"Nós já tivemos dois contatos com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich. Tivemos oportunidade de acompanhar, acompanhando o Governador Paulo Câmara, em duas videoconferências com o ministro, com sua equipe. Na primeira ele pediu que nós apresentássemos um documento técnico colocando as necessidades do estado de Pernambuco, nós fizemos. E numa outra nós tínhamos expectativa de que ações mais concretas pudessem ter sido desenvolvidas, mas foi uma reunião em que a gente não teve concretude dessas respostas", afirmou o secretário, em coletiva nesta quinta-feira (30). 

Segundo o secretário, ficou apalavrado que o secretário-executivo da Saúde, General Pazuello, seria um elo entre o Ministério e a SES-PE para a entrega de insumos. André afirma que necessita de respiradores para aberturas de novos leitos. 

Nós estamos buscando respostas junto ao General Pazuello, do ponto de vista de insumos estratégicos. E aqui eu falo fundamentalmente de mais respiradores para acelerar a abertura de leitos tanto no hospital alfa quanto na Maternidade Brites de Albuquerque que são referências hoje para Covid, como também para permitir a ampliação de leitos no hospital Oswaldo Cruz", ressaltou. 

Os respiradores estão entre os 100 comprados pelo governo de Pernambuco e retidos pela empresa a pedido do Ministério da Saúde.

Pedimos inicialmente 100 respiradores, um esforço para esses primeiros dias, primeiro contato com o novo ministro. Conseguimos 35, mas fruto daquela decisão judicial que veio do Tribunal de Justiça de Pernambuco a quem a gente novamente agradece, que foi alvo de busca e apreensão em São Paulo, mas precisamos de pelo menos mais 65 respiradores. A ideia era que a gente pudesse ter esses equipamentos até o final da semana, mas ainda aguardamos uma resposta mais objetiva por parte do Ministério da Saúde", completou. 

André Longo ainda pediu apoio do Governo Federal para a conscientização do isolamento social e reconheceu situações de descumprimento da regra em Pernambuco. 

 

O posicionamento do presidente da República contra o isolamento social e volta das atividades não é nenhum segredo. Umas das suas últimas cartadas é o futebol. O Governo tem pressionado a CBF para que retorne com as competições, enquanto o Brasil segue registrando aumento nos números de casos da Covid-19. 

Em entrevista à Rádio Guaíba, nesta quinta-feira (30), Bolsonaro confirmou que pediu ao Ministro da Saúde, Nelson Teich, que emita um parecer positivo com a volta do futebol. Segundo ele a Anvisa também deve seguir a recomendação. "No que depender de nós, conversei com o ministro da Saúde, para que o futebol volte sem torcida. Esse parecer deve ser acertado, e a Anvisa também deve dar um parecer nesse sentido", disse o líder do executivo. 

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Bolsonaro voltou a citar o desemprego e a crise financeira que já atinge os clubes. Outro ponto abordado foi uma conversa com treinador do Grêmio, Renato Gaúcho, que segundo ele quer a volta do futebol, mas disse que os jogadores 'sentem' que não podem voltar agora. O presidente tem sua própria justificativa.  "Fizeram uma campanha enorme de terror junto a população no tocante ao vírus", argumentou.  

A CBF chegou a sinalizar, em reunião com os clubes, uma possível volta das competições no mês de maio, o ministro da saúde revelou que o tema está sob analise, agora com pressão pública do presidente da República. Porém, em Pernambuco, como afirmou o secretário Estadual de Saúde, André Longo, a tendência é que se siga os decretos estaduais, rechaçando qualquer possibilidade de volta nos próximos dias.

Com o número de mortos e infectados pela Covid-19 no Brasil em ascensão, o senador Humberto Costa (PT-PE) fez duras críticas à atuação do ministro da Saúde, Nelson Teich. Para Humberto, o ministro tem sido omisso e, desde que assumiu a pasta, não apresentou qualquer ação concreta para combater a pandemia do novo coronavírus no país.  

“Só nas últimas 24 horas, o Brasil teve 338 novas mortes por coronavírus e mais de 66.501 infectados no país. Amanhã [nesta terça-feira] ou depois, ultrapassaremos o número de mortes da China. Enquanto isso, o ministro segue em inação. O ministério da Saúde não tem agido como deveria para coordenar e articular o enfrentamento nacional à pandemia, mesmo estando há 10 dias no cargo, Teich sequer buscou se reunir com os representantes das secretarias de Saúde estaduais e municipais para debater ideias, discutir propostas e metas. O governo age agora sem transparência e não há qualquer articulação do ministro com a comunidade acadêmica”, afirmou o petista durante a sessão do Senado nessa segunda-feira (27).

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Ex-ministro da Saúde, Humberto disse que falta experiência e preparo a Teich para lidar com a pandemia. “A verdade é que temos um presidente desqualificado e um ministro que não tem condições de dirigir um sistema da complexidade e dimensão do Sistema Único de Saúde”,  resumiu. De acordo com o senador, a única preocupação do ministro parece ser como relaxar as normas de isolamento social no país, o que, segundo Humberto, pode levar a um segundo pico da pandemia ainda mais grave.

“Os países que tomaram uma decisão precipitada de suspender o isolamento tiveram que enfrentar um repique da pandemia ainda mais agressivo que o anterior. As medidas para conter o vírus e amenizar os efeitos da pandemia não estão sendo tomadas. O governo fala em testagem em massa, em um número mirabolante de 46 milhões de testes, mas, por enquanto, isso fica só na promessa. Faltam testes até mesmo para os profissionais de saúde e as mortes se acumulam. As pessoas não podem sequer dar aos seus familiares um sepultamento digno”, afirmou.

SAMU - Humberto Costa também prestou homenagem a todos os trabalhadores do setor, parabenizando a atuação dos servidores do Samu, serviço criado há 16 anos, quando o senador era ministro da Saúde durante o governo Lula.

*Da assessoria de imprensa e Agência Senado

O governo federal estuda a possibilidade de liberar a realização de jogos de futebol sem a presença de público nas arquibancadas, algo que é uma demanda da CBF. O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou, nesta segunda-feira, que o tema está sob análise da pasta, mas não sinalizou qual será a conclusão.

Teich mencionou que o estudo é feito levando em consideração a possibilidade de os eventos esportivos levarem "rotina melhor" para as pessoas, que poderiam assistir às competições de casa.

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"Existe um pedido para avaliar o retorno de jogos sem público, da CBF. Isso é uma coisa que estamos avaliando. Nem tudo o que a gente avalia é para ser definido. Não é coisa definida ainda. Mas são algumas iniciativas que de alguma forma poderiam trazer uma rotina um pouco melhor para o dia a dia das pessoas", disse.

Desde que o novo coronavírus se alastrou no Brasil e a doença ganhou status de pandemia, os calendários de todas as competições de futebol dentro do País foram suspensos.

Mais cedo, também nesta segunda, o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que os jogos poderão ser retomados "em breve", mas portões fechados no Brasil. Ele afirmou que vem mantendo conversas com a CBF e que serão adotados protocolos para garantir a segurança de atletas e todos os participantes.

O novo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich, terá necessariamente de seguir as políticas de isolamento que Luiz Henrique Mandetta vinha adotando, de isolamento horizontal, como determina a Organização Mundial da Saúde, sob o risco de ter de arcar com a responsabilidade de ver um número enorme de mortos no Brasil.

O alerta é do físico Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências, ao comentar a troca de comando da Saúde do País quando estamos chegando próximo ao pico da epidemia de covid-19.

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"Nossa avaliação é que Mandetta estava apresentando um desempenho de acordo com as recomendações da OMS e dos profissionais de saúde e que era um desempenho adequado para a tragédia que vivemos, para o enfrentamento da pandemia, com a defesa do isolamento horizontal e tentando organizar o sistema de saúde nacional, que está muito ameaçado", afirma.

"Qualquer pessoa que viesse a substituí-lo, por melhor que seja, terá de necessariamente seguir a mesma política. É o que está sendo feito em outros países. É só olharmos para o que aconteceu com países que tinham uma visão diferente no começo e depois deram uma guinada, que são Inglaterra e Estados Unidos. Hoje a situação deles poderia ser melhor se eles tivessem tomado uma atitude mais rígida desde o começo."

Davidovich é incisivo: "Não faltam simulações sobre o que vai acontecer se abandonarmos o isolamento. Não faltam experiências internacionais que mostram que o isolamento vertical não funciona. Não imagino um ministro da Saúde que não siga isso, que não siga a ciência. Se não fizer, será pesada sua responsabilidade quando ocorrer a saturação dos hospitais".

Para o pesquisador, o cenário não deixa margem para tentativas que não se baseiem na ciência. "Ai do governo que tiver de assumir a responsabilidade pelo grande número de mortos que podem ocorrer com isso."

Para Davidovich, a definição sobre se e quando começará a redução do isolamento também virá da ciência. "O novo ministro tem de ter como plano a testagem massiva. É isso que vai orientar como vamos sair dessa situação."

O pesquisador lamenta que parte do drama brasileiro diante do novo coronavírus se deva ao sucateamento da ciência nos últimos anos. "O País paga o preço de cortes sucessivos em ciência e na saúde. A Alemanha passou mais tranquilamente pela pandemia porque tinha equipamentos hospitalares, sistema de saúde adequado. Não faz sentido termos de comprar tudo de fora, insumos da Índia, máscaras e respiradores da China", lamenta.

"O Brasil precisa se conscientizar que temos de ter desenvolvimeno de alta tecnologia no País. Não podemos depender de coisas essenciais. Espero que o que está acontecendo sirva de motivação para uma guinada na política economia e industrial do País", complementa.

E defende: "A chave para a solução dessa crise sanitária está na ciência. Repito, na ciência, na ciência. As formas de sair do isolamento também estão sendo examinadas por cientistas no País e no mundo. Isso tem de ser considerado. Não vamos sair de forma apressado, baseados no achismo de que é preciso sair. É claro que uma hora temos de sair, mas tem de ser da maneira mais apropriada possível. E para tomar essas providências, precisamos de muito mais testagem".

Ele lembra que diversos laboratórios de universidades brasileiras estão testagens novas formas de diagnóstico e defende que mais dinheiro seja colocado nesses esforços. "O investimento em pesquisa é o que pode nos salvar. Tanto as vidas quanto a economia."

Na tarde desta sexta-feira (17) o Secretário Estadual de Saúde, André Longo, responsável pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), desejou ao novo ministro da Saúde, Nelson Teich, luz e resiliência para “aguentar o chefe”, referindo-se ao presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). Durante a coletiva de imprensa do Governo do Estado sobre a Covid-19, na qual aparece ao lado do secretário de Saúde do Recife, Jailson Correa, Longo explicou a importância de manter e ampliar as medidas de isolamento social no enfrentamento à pandemia e criticou a postura do presidente.

“A gente lamenta muito que continue esse descaminho, essa mensagem dúbia do governo federal sobre a necessidade do isolamento. Ao novo ministro da Saúde a gente deseja muita luz, muita resiliência para aguentar o chefe. (...) Precisamos manter o isolamento social. em algum momento poderá ter a necessidade de ser ampliado. É preciso ter cautela. A gente espera que o ministro possa ser iluminado para trazer informações uníssonas para a sociedade e encontrar o caminho para a normalidade possível mas passando pela dificuldade”, declarou o secretário.

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Até esta sexta-feira (17), Pernambuco já registrou 2006 casos da doença e 186 mortes. Desse total, 323 registros de Covid-19 foram oficializados apenas nas últimas 24 horas. Segundo o secretário, o aumento se deve a uma ampliação da testagem.

Manutenção do isolamento

André Longo destacou ainda que Pernambuco irá manter as medidas de isolamento no mínimo pelo restante do mês de maio, conforme decreto assinado nesta sexta (17) pelo Governador do Estado, Paulo Câmara (PSB). “Não há como haver uma recomendação sanitária diferente disso. Estamos em franca aceleração de casos e de óbitos. É preciso manter até que a gente supere essa fase. A curva será mais ou menos íngreme a depender do nosso comportamento. A fase de ápice e platô dependerá do nosso comportamento, com número de casos e óbitos expressivo a depender do nosso comportamento e da capacidade de leitos. Depois vamos chegar ao controle da epidemia. Na atual situação estamos no início da aceleração epidêmica. Poderá demorar de 45 a 60 dias, dependerá das medidas não farmacológicas”, afirmou ele.

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Durante a posse do oncologista Nelson Teich como ministro da Saúde e em plena pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender abertura do comércio e fronteiras. "Essa briga de começar a abrir para o comércio é um risco que eu corro. Se agravar (a doença) vem ao meu colo. Agora, o que acredito, que muita gente está tendo consciência que tem de abrir", disse Bolsonaro.

O presidente afirmou desejar reabertura de fronteiras com Uruguai e Paraguai, o que, segundo ele, já teria sido discutido com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. "A gente vai tendo informações e vai decidindo", afirmou.

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Bolsonaro disse que às vezes um time precisa mudar jogadores e o placar, ao justificar a demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM) da Saúde. "Tenho certeza que Mandetta sai com a consciência tranquila", disse.

Mandetta e Bolsonaro divergiram por semanas sobre a estratégia para combate à Covid-19. O presidente pede isolamento apenas para idosos e doentes crônicos, além de reabertura de serviços. Já Mandetta sugeria postura mais cautelosa e afirma que ainda é necessária quarentena mais ampla.

Bolsonaro afirmou ainda que o ex-ministro focava na saúde e vida, enquanto o presidente precisa também considerar aspectos econômicos.

O presidente mandou também recados a governadores. Ele disse que, apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir que valem regras locais sobre quarentena, é contra prisões por descumprimento do isolamento social. Ele afirmou que não prega desobediência civil, mas rechaça estas medidas.

Bolsonaro disse ao novo ministro, Nelson Teich, que ele terá trabalho duro, 24 horas por dia e sete dias por semana - e afirmou até estar surpreso pelo fato de o oncologista aceitar o cargo em plena pandemia.

O recém-empossado ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta sexta-feira (17) que o foco de atuação da pasta serão as pessoas. Teich disse que os que mais vão sofrer os efeitos da pandemia são os mais pobres e destacou que assumir o comando da Saúde é o "maior desafio" de sua carreira profissional.

"O foco que a gente tem aqui é nas pessoas. Por mais que se fala em saúde e economia, não importa o que se falem, o final é sempre gente", disse. O ministro reforçou a necessidade de reunir informações para conhecer melhor a Covid-19.

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Teich destacou que há uma "pobreza" de informação sobre o novo coronavírus e defendeu a integração de informações dos ministérios sobre a doença para embasar melhor o planejamento de combate ao vírus. O novo ministro também defendeu que a pasta acompanhe indicadores sociais. "Pessoas que perderem planos de saúde vão impactar no SUS (Sistema Único de Saúde)", disse.

Com tom otimista, Teich citou que já existem medicamentos em estudo para o tratamento da doença e que a solução para a pandemia pode ser encontrada "mais rápido do que se imagina".

Nelson Teich é médico oncologista e foi consultor da área de saúde da campanha à Presidência de Jair Bolsonaro em 2018. Ele chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde à época.

Teich agradeceu as ações da gestão anterior, do ministro Luiz Henrique Mandetta, e destacou que trabalhará na formação de uma equipe escolhendo "as pessoas certas para os problemas certos".

Barrados na posse

Representantes dos conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde foram barrados na posse de Nelson Teich como ministro da Saúde, nesta sexta-feira. Segundo informações dessas entidades, os conselheiros haviam sido convidados, mas foram impedidos de entrar.

"O fato reveste-se de gravidade porque, ao que parece, há total ignorância sobre o papel legalmente exercido por esses Conselhos. Ao lado do Ministério da Saúde, eles são gestores do Sistema Único de Saúde e, como tal, participam da instância decisória máxima do SUS, que é a Comissão Intergestores Tripartite, responsável pela adoção consensual das políticas de saúde e das ações que as materializam", afirma nota conjunta do Conass e Conasems, que representam Estados e municípios, respectivamente.

A nota afirma que é "inacreditável" que, neste momento "especialmente difícil", não haja solidariedade entre as instituições.

Demissão

Teich assumiu o cargo do lugar de Mandetta após sucessivos desentendimentos entre Bolsonaro e o ex-ministro sobre as diretrizes das políticas públicas de combate à pandemia do novo coronavírus. Mandetta é a favor de medidas de isolamento social, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já o presidente defende flexibilizar as medidas de distanciamento para a retomada da atividade econômica.

O ex-ministro também pedia cautela no uso da cloroquina para tratar a covid-19, com o argumento de que não há pesquisas científicas sobre a comprovação da eficácia contra o vírus. Bolsonaro aposta no medicamento, usado no tratamento contra a malária, como um tipo de cura para a doença.

Ontem, após o anúncio da demissão de Mandetta, Teich afirmou em pronunciamento que não fará mudanças "bruscas" na pasta. O novo ministro disse ainda que existe um "alinhamento completo" dele com o presidente. "Saúde e economia: as duas coisas não competem entre si. Quando polariza, começa a tratar pessoas versus dinheiro, o bem versus mal, emprego versus pessoas doentes", afirmou Teich.

Anunciado nesta quinta-feira como o novo ministro da Saúde, em substituição a Luiz Henrique Mandetta, Nelson Luiz Sperle Teich é formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), especialista em oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer e fez curso em Ciências e Economia da Saúde pela Universidade de York, no Reino Unido. Fundou e presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) entre 1990 e 2018. Foi consultor da área de saúde da campanha de Bolsonaro à Presidência, em 2018, e chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde à época. Atualmente, é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos.

Segundo seu perfil no LinkedIn, atuou como conselheiro e consultor da secretaria atualmente comandada por Denizar Vianna, a de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde. Os dois já foram sócios e têm relação de proximidade. Ontem, ao se despedir do cargo, Mandetta sugeriu que Vianna poderia até compor a próxima gestão da pasta. Ele não mencionou o nome de Teich, mas afirmou que o oncologista é um bom pesquisador, embora não conheça o SUS.

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O novo ministro tem apoio da Associação Médica Brasileira e mantém boa relação com empresários do setor da saúde. A expectativa é de que ele apresente dados que destravem debates considerados politizados sobre a covid-19.

Em artigo publicado no LinkedIn, o médico critica a "polarização" entre a saúde e a economia e defende a necessidade de projeções sobre o coronavírus "levar em consideração o impacto de uma crise econômica nos níveis de saúde e mortalidade da população". "Esse tipo de problema é desastroso porque trata estratégias complementares e sinérgicas como se fossem antagônicas. A situação foi conduzida de uma forma inadequada, como se tivéssemos que fazer escolhas entre pessoas e dinheiro, entre pacientes e empresas."

Teich já criticou o isolamento vertical, modelo defendido por Bolsonaro em que apenas pessoas no grupo de risco são colocadas em quarentena. "Sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem a partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte pela covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as famílias", escreveu.

Tecnologia

Em artigo, defendeu o isolamento horizontal como a "melhor estratégia no momento" no combate à pandemia. "Diante da falta de informações detalhadas e completas do comportamento, da morbidade e da letalidade da covid-19, e com a possibilidade do Sistema de Saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento."

Ele ressalta, no entanto, que nenhum dos modelos seria o ideal e defende um "isolamento estratégico", com uso de sistema de geolocalização para monitoramento de aglomerações. "Estamos falando aqui do uso de testes em massa para covid-19 e de estratégias de rastreamento e monitorização, algo que poderia ser rapidamente feito com o auxílio das operadoras de telefonia celular", afirmou. Nesta semana, no entanto, Bolsonaro vetou o uso de geolocalização para identificar situações de risco.

Teich já mencionou a cloroquina como esperança no tratamento do coronavírus, mas não se posiciona sobre a forma como ela deve ser usada.

'Escolhas'

Em um vídeo divulgado pelo Oncologia Brasil em 17 de abril de 2019, Nelson Teich afirmou que, na gestão do sistema de atendimentos, é preciso fazer escolhas. Como exemplo, questionou em quem vale investir: uma idosa com doença crônica ou um jovem que tem "a vida inteira pela frente". "Como você tem o dinheiro limitado, você vai ter de fazer escolhas. Tenho uma pessoa mais idosa, que tem doença crônica, avançada. E ela tem uma complicação. Para ela melhorar, eu vou gastar praticamente o mesmo dinheiro que vou gastar para investir num adolescente que está com problemas. Mesmo dinheiro que vou investir. É igual. Só que essa pessoa é um adolescente, que tem a vida inteira pela frente. A outra é uma idosa, que pode estar no final da vida. Qual vai ser a escolha?", disse, sem concluir. O vídeo foi replicado ontem nas redes sociais, após a confirmação de Teich no Ministério da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Demitido após semanas de desgaste com o presidente Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (DEM) participou, nesta sexta-feira (17), da cerimônia de troca de ministro da Saúde, cargo desde ontem ocupado pelo oncologista Nelson Teich.

Mandetta desejou "toda a sabedoria para conduzir nesse nosso País" e fez agradecimentos a Bolsonaro pelo convite em 2018 para integrar o governo.

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Mandetta e Bolsonaro divergiram sobre a estratégia para combate à covid-19. O presidente pede isolamento apenas para idosos e doentes crônicos, além de reabertura de serviços. Já Mandetta sugere postura mais cautelosa e afirma que ainda é necessária quarentena mais ampla.

No discurso, Mandetta citou que o Brasil precisa de autonomia científica, para não ser mais dependente de produtos comprados no exterior, especialmente da China. Ele afirmou que a Fiocruz se revela "necessária à soberania do País".

Mandetta disse ainda que o ministério repassou em 40 dias mais de R$ 6 bilhões para Estados e municípios contra o novo coronavírus. O ex-ministro afirmou também que o os primeiros 180 respiradores feitos pela indústria nacional estão sendo entregues para tratamento da covid-19.

"No mês de maio teremos sistema mais eficaz", disse, ressaltando ainda que o governo fechou parceria com a Opas/OMS para compra de 10 milhões de testes RT-PCR.

No podcast desta sexta-feira (17), o cientista político Adriano Oliveira faz uma análise dos possíveis cenários que o Brasil pode ter frente ao contexto da pandemia de Covid-19, a demissão de Luiz Henrique Mandetta e o constante embate entre o presidente Bolsonaro (sem partido) contra os governadores, e contra o Congresso Nacional. Para Adriano, há algumas situações que podem acontecer: desde a renúncia do presidente, ou o seu impeachment ou até, uma intervenção militar. 

Durante a sua fala ontem (16), na apresentação do novo ministro da saúde (Nelson Teich), Bolsonaro falou que a população deveria ir às ruas contra os prefeitos e governadores, ferindo assim a quarentena imposta por eles. Segundo o cientista, ações desse tipo mostram que o presidente aposta no caos como estratégia. Nesse sentido, caso os embates continuem e/ou se intensifiquem, poderá haver um golpe como forma de contenção da crise. Por outro lado, caso o presidente fique cada vez mais solitário, (uma vez que, atualmente, praticamente só tem apoio dos militares), haveria um cenário plausível de impeachment, ou até mesmo renúncia de Bolsonaro.

Adriano aponta, entretanto, que tudo dependerá da reação da população brasileira, em como ela agirá frente ao número de casos de contaminados e ao número de mortes: a quem ela culpará? O presidente? Os governadores? Ou o Congresso Nacional? Independente do cenário que possa haver, uma coisa é certa: o país passará por uma séria crise que gerará turbulência econômica, política e social.

O podcast de Adriano Oliveira tem duas edições, nas segundas e nas sextas-feiras. Além disso, também é apresentado em formato de vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h, na fanpage do LeiaJá.

Confira mais uma análise a seguir:

Embora tenha sido escolhido por causa da insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com Luiz Henrique Mandetta, o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que não julgará a atuação nem as medidas adotadas pelo antecessor. Em entrevista à Record TV na noite desta quinta-feira, 16, disse que agradecerá tudo o que puder aproveitar em sua gestão.

"Não vou comentar sobre o ministro Mandetta. Respeito o ministro Mandetta. É muito difícil julgar uma pessoa depois que aquilo já passou", afirmou. "Uma coisa tem que ficar muito clara: eu não vou julgar o que foi feito antes de eu entrar. Vou julgar o que tenho que fazer daqui para frente. Sou daqui para frente. Vou respeitar o para trás e vou agradecer tudo o que a gente puder aproveitar para o que a gente for fazer daqui pra frente".

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Teich também evitou criticar frontalmente a estratégia de isolamento social amplo para conter o avanço da covid-19 no Brasil. Para o médico, qualquer modalidade de isolamento, ainda que apenas de pessoas de grupos de risco, deve levar em conta uma série de questões complementares. Na avaliação do novo ministro, o debate entre uma e outra estava sendo "superficial".

"O que tenho colocado é que discussões genéricas, tipo o vertical, o horizontal, são muito superficiais. O fundamental seria que você tentasse entender, por exemplo, quantos por cento da população estão infectados, quantos estão imunizados, quanto é a transmissibilidade dessa doença. Se não tem isso, a discussão sobre o tipo de isolamento é mais uma discussão emocional, é uma discussão de opiniões", disse.

Questionado sobre o que mudará de imediato ao ser oficializado ministro, respondeu que ainda precisa se ambientar. "Tenho que entender o que está acontecendo, tenho que entender o que foi feito, entender o que já existe hoje tanto na Saúde quanto fora da Saúde, nos ministérios. A partir daí vou fazer um diagnóstico e a partir daí vou definir políticas e ações", frisou.

Perfil

Nelson Luiz Sperle Teich é médico oncologista, formado em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista em oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer. Fundou e presidiu o Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) entre 1990 e 2018.

Na campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018, atuou como consultor da área da saúde. Chegou a ser cotado ao Ministério da Saúde à época. Atualmente é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos.

Na entrevista que marcou sua despedida da pasta, Mandetta definiu o sucessor como um bom pesquisador, embora não conheça o SUS. Teich tem o apoio da classe médica e mantém boa relação com empresários do setor da saúde.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, decidiu interferir na composição da nova equipe do Ministério da Saúde. O presidente afirmou nesta quinta-feira, dia 16, que indicará nomes ao novo ministro, o oncologista Nelson Teich, nomeado para substituir o ortopedista e ex-deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM), após semanas de divergências entre eles.

"Ele (Teich) vai nomear boas pessoas, eu vou indicar algumas pessoas também, porque é um ministério muito grande. Foram sugeridos nomes sim, para começar a formar um ministério que siga a orientação do presidente de ver o problema como um todo e não uma questão no particular", afirmou o presidente, na portaria do Palácio da Alvorada.

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A interferência direta do presidente é uma mudança em relação à autonomia que Bolsonaro deu a Mandetta. O agora ex-ministro sempre ressaltou que compôs a equipe com nomes majoritariamente técnicos, aos quais deu também protagonismo nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus. Havia na equipe também políticos de carreira na assessoria de ministro, como os ex-deputados José Carlos Aleluia e Abelardo Lupion, ambos do Democratas.

Bolsonaro confirmou que haverá trocas de boa parte da equipe montada por Mandetta, mas elogiou os quadros e afirmou que haverá colaboração na transição.

"A gente troca para não continuar a mesma coisa. Foi uma conversa muito saudável com o Mandetta, ele vai colaborar em tudo, tenho só a agradecê-lo", afirmou. "O ministério começa a receber gente nova já amanhã. Não estamos com pressa de demitir, não. O ministério é dele (Teich), nosso, do Brasil, alguns nomes serão trocados com toda certeza. Muita gente vai sair com Mandetta, eles falaram na entrevista 'chegamos juntos e saímos juntos'. Tem gente excepcional naquele ministério".

O presidente não quis dizer quem vai indicar. Ele tergiversou, por exemplo, quando foi questionado especificamente sobre o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-RS), que foi cotado para o cargo de ministro e faz uma defesa enfática nas redes sociais das opiniões do presidente, contrárias ao que vem sendo recomendado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Gosto muito dele, quase todo dia converso com ele. Opiniões do Osmar Terra são muito parecidas com a minha, se bem que ele é médico. Ele é uma pessoa aí que entende do assunto, espero que ele esteja certo, mas nos traz muita paz e tranquilidade", disse Bolsonaro.

Bolsonaro destacou que o novo ministro está alinhado ao seu pensamento e, segundo ele, também defende a ampliação do uso de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina para tratar pacientes infectados pelo novo coronavírus. Ele disse que Teich estava emocionalmente abalado no primeiro pronunciamento oficial, por estar assumindo o cargo no meio da pandemia. "O novo ministro pensa da mesma maneira que eu em muita coisa", disse Bolsonaro.

Ele afirmou que muitos médicos com quem mantém contato compartilham a opinião favorável a receitar o medicamento e minimizou riscos colaterais. "Pode ser que a cloroquina não dê certo, mas não temos outra alternativa no momento. E outra, não tem esse efeito colateral todo como alguns dizem", disse, com a ressalva de que sua opinião é de leigo."Administrado com receita médica não tem efeito colateral."

Com a demissão de Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolheu o médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich para o cargo de ministro da Saúde do Brasil. Teich nasceu no Rio de Janeiro e possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de ter especialização em Oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), é presidente das Clínicas Oncológicas Integradas S.A e Diretor Executivo da Medinsight. Agora, o futuro ministro terá que usar a sua bagagem profissional para tentar conter os casos de coronavírus no Brasil que, a cada dia, só vem crescendo.

Nelson se reuniu nesta quinta-feira (16), com o presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto, antes da demissão de Mandetta. Em 2018, o oncologista atuou como consultor informal na campanha eleitoral do presidente. Na época, Teich chegou a ser cogitado para o cargo, mas acabou sendo 'trocado' por Mandetta.

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Segundo mostra o site Época, o futuro ministro da Saúde chegou a participar do governo Bolsonaro, entre setembro de 2019 e janeiro de 2020, como assessor de Denizar Vianna, que é secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

Nesse momento, Nelson Teich está sendo escolhido por Bolsonaro por ter um grande alinhamento à postura do presidente sobre o enfrentamento ao coronavírus no Brasil, incluindo que o uso da cloroquina comece a ser implementada no país e a implementação de isolamento social que não envolva toda a população.

Apresentação

Teich, em seu discurso de apresentação feito na tarde desta quinta-feira (16), ao lado de Bolsonaro, pontuou que era uma honra ajudar o país e as pessoas. Nelson também pontuou sobre uma questão tão falada por Bolsonaro: queda da economia diante das precauções para combater o novo coronavírus.

"Discutir saúde e economia é muito ruim. Na verdade, essas coisas não competem entre si - elas são completamente complementares. Quando você polariza uma coisa dessas, você começa a tratar como se fosse pessoas versos dinheiro, o bem versos o mal, empregos versos pessoas doentes, e não é nada disso", salienta Teich.

Ainda conforme o futuro ministro, é essencial o desenvolvimento econômico do país para "arrastar" as outras coisas, inclusive a saúde. "Existe uma cooperação nesse sentido. O emprego é necessário, mas quando não aprofunda esse detalhe, se você não tem emprego isso quer dizer que você não tem recurso - esse pouco recurso vai influenciar o quanto se vai investir em saúde", diz.

Agora, o futuro ministro tem que focar em como não deixar que o Sistema Único de Saúde (SUS), entre em colapso. Atualmente já são de 1.924 mortes provocadas pelo vírus, além dos 30.425 mil casos confirmados do Covid-19 - Nelson terá que encontrar uma solução para a melhoria da situação do país onde os números só crescem, e rápido.

 

 

Logo após o anúncio da demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota de apoio à escolha do oncologista Nelson Luiz Sperle Teich para assumir a pasta.

A AMB participou de uma audiência, entre a manhã e o início da tarde desta quinta-feira, 16, com o presidente Jair Bolsonaro e com Teich, quando o oncologista teria causado uma boa impressão no presidente e foi decidido que ele assumiria o cargo após semanas de desavenças entre Mandetta e Bolsonaro.

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Em nota a AMB disse que "os problemas da saúde no Brasil e os impactos do coronavírus foram abordados" e que Teich recebeu o apoio da associação por "seu perfil altamente técnico, importante para o momento atual".

O presidente da AMB, Lincoln Lopes Ferreira, declarou que Teich tem o total apoio e simpatia da associação. "Respeitado na classe médica, eminentemente técnico, gestor e altamente preparado para conduzir o ministério da Saúde", disse na nota.

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