Tópicos | nova eleição

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, prometeu neste sábado "corrigir" o sistema judiciário, um dia depois que a Suprema Corte do país anulou sua reeleição, e advertiu o chefe de Justiça e o Judiciário para não interferirem com a comissão eleitoral em um momento em que o país se prepara para uma nova eleição presidencial.

Kenyatta acusou novamente o tribunal de reverter a vontade do povo depois de ele ter sido declarado vencedor da eleição de 8 de agosto. A corte anunciou na sexta-feira que a comissão eleitoral cometeu irregularidades na votação e pediu uma nova eleição dentro de 60 dias.

##RECOMENDA##

O Judiciário tem um "problema", disse Kenyatta, em comentários aos membros eleitos das assembleias do país. Ele também anunciou o início de sua nova campanha. "Vamos mostrar a vocês em 60 dias que a vontade das pessoas não pode ser revogada", disse Kenyatta. "Vamos voltar e revisitar esta questão (...) Mais adiante, devemos corrigir isso." Na sexta-feira, o presidente havia chamado o tribunal de "criminoso".

A Sociedade de Advogados do Quênia criticou essa declaração como inapropriada vinda do chefe de Estado, que sob a Constituição é um símbolo de unidade nacional e goza de imunidade contra processos criminais e civis. O presidente é obrigado por lei a respeitar e defender a Constituição, o que significa manter e proteger os direitos dos juízes da Suprema Corte, disse o presidente da sociedade, Isaac Okero. A Associação de Magistrados e Juízes do Quênia disse discordar das observações de Kenyatta. Em um comunicado assinado pelo secretário-geral da associação, Brian Khaemba, a associação condena "esse ataque à independência de decisões".

O líder da oposição Raila Odinga havia pedido ao tribunal que questionasse a vitória de Kenyatta, alegando manipulação. Ele agora quer a dissolução da comissão eleitoral.

O presidente da comissão prometeu alterações na equipe antes da nova votação e disse que qualquer funcionário que tenha manipulado resultados será processado.

O vice-chefe do partido de Kenyatta no Senado, Irungu Kangata, disse na sexta-feira que o partido usará a sua representatividade no Parlamento para impedir qualquer tentativa de dissolver a comissão. Fonte: Associated Press.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, na manhã nesta quinta-feira (11), cassou o mandato do prefeito de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, João Mendonça (PSB). O socialista estava administrando a cidade sub judice, amparado por uma liminar concedida pelo próprio TSE, mas que foi revogada na sessão de hoje.

Os ministros  resolveram seguir a linha de raciocínio do relator do processo, ministro Luiz Fux, que argumentou haver condenação no caso por “atos que implicaram dano ao erário e enriquecimento ilícito”. “Foram reconhecidas ocorrências de superfaturamento de obras públicas, pagamento por serviços não prestados, e pagamento de remuneração acima do patamar legal a vice-prefeito”, informou o relator, ao rejeitar o recurso do prefeito. 

##RECOMENDA##

Em 2016, João Mendonça concorreu à eleição com o registro indeferido, aguardando julgamento definitivo do recurso pela Justiça Eleitoral. O socialista teve o registro de candidatura impugnado pelo Ministério Público por improbidade administrativa com dano ao erário e enriquecimento ilícito. Ele foi o mais votado na cidade  em outubro, quando recebeu 16.007 votos. O segundo colocado na eleição foi Hélio dos Terrenos (PTB), que obteve 14.015 votos. 

Com a cassação de João Mendonça, o município passará a ser administrado interinamente pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Gilvandro Estrela (PV), até que o TRE realize novas eleições. A posse de Gilvandro deve acontecer até a próxima segunda-feira (15).

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) definiu, nesta segunda-feira (23), que a eleição suplementar em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), vai acontecer no dia 2 de abril. Os eleitores da cidade vão voltar às urnas após a candidatura do prefeito eleito em outubro de 2016, Romero Sales (PTB), ser impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por crime de improbidade administrativa. 

Sales concorria com o ex-prefeito Carlos Santana (PSDB) e obteve 32.496 votos nas urnas. Pela condenação, o petebista não vai poder disputar o novo pleito. Até o momento, quem deve concorrer no lugar dele é a esposa, Célia Sales. Santana, entretanto, ainda não definiu se concorrerá novamente a vaga. 

##RECOMENDA##

A prefeitura da cidade está sendo administrada interinamente pelo presidente da Câmara dos Vereadores, Ricardo Souza (PTC), eleito, inclusive, em uma sessão tumultuada, com direito a arremessos de cadeiras e uso de spray de pimenta. Contra a gestão do interino e pedindo celeridade no anúncio da data da nova eleição, moradores ocuparam a sede do Executivo Municipal no último dia 6. Uma confusão marcou o protesto que foi chamado de "arruaça" por Souza

Regras do novo pleito

De acordo com a resolução divulgada pelo TRE, os partidos devem realizar as convenções municipais para a escolha dos candidatos a prefeitos de 5 a 7 de fevereiro e pedido do registro da candidatura deve ser entregue ao Tribunal até às 19h do dia 8. O órgão terá três dias para julgar se acata ou não o pedido. 

A campanha eleitoral na cidade inicia no dia 9 de fevereiro e a veiculação da propaganda nas rádios locais no dia 13 de março.  

Ainda de acordo com a resolução, só podem votar em abril eleitores que se alistaram até o dia 2 de novembro de 2016. A diplomação dos eleitos deve acontecer até 20 de abril.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Mário Devienne Ferraz, afirmou nessa segunda-feira (19) que a Justiça Eleitoral e o País estão preparados para uma eventual antecipação da eleição presidencial de 2018, considerando o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Não se pode afastar a possibilidade de uma impugnação total da chapa e de ter que se fazer uma nova eleição. Se isso eventualmente acontecer, a Justiça Eleitoral e o País estão preparados", disse o desembargador em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, após a cerimônia de diplomação do prefeito eleito João Doria (PSDB) e dos 55 vereadores eleitos na capital paulista.

##RECOMENDA##

Pela Constituição, uma nova eleição direta seria convocada se a chapa for cassada ainda em 2016. A partir de janeiro do ano que vem, a eleição seria indireta, por meio de um colégio eleitoral no Congresso.

Há em tramitação uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara dos Deputados propondo eleição direta para presidente e vice-presidente da República caso os dois percam os mandatos no período entre o penúltimo ano e os últimos seis meses do mandato. O texto tem parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e está sujeito a apreciação do plenário.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, delator da Odebrecht afirmou que a chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer recebeu dinheiro de caixa 2 da empresa na campanha de 2014. Os relatos foram feitos na semana passada durante os depoimentos de executivos da empreiteira ao Ministério Público Federal (MPF) e ainda podem ser colocados no processo que está sendo julgado no TSE. Ferraz disse que espera que o processo seja decidido no TSE no momento oportuno com bastante "prudência". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a renúncia do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados, os parlamentares terão um prazo de até cinco sessões para realizar uma nova eleição e preencher o cargo até fevereiro de 2017, quando o mandato do peemedebista acabaria. Para que o prazo comece a ser contado, a carta entregue no início da tarde desta quinta-feira (7) precisa ser lida em Plenário e publicada no Diário Oficial da Casa. 

A eleição deve ser marcada para a próxima quinta-feira (14) para dar tempo ao período de inscrição das candidaturas. Qualquer parlamentar exceto Eduardo Cunha pode participar da disputa pelo mandato tampão. A eleição pode ser definida em até dois turnos, para vencer de primeira o candidato precisa ter a maioria absoluta dos votos diante do quórum registrado na sessão.

##RECOMENDA##

Caso vá para o segundo turno, bastará a maioria simples dos votos. A eleição será secreta e ocorrerá por meio do sistema eletrônico. 

LeiaJá também

--> Deputados pontuam existência de ‘Operação Salva Cunha’

--> Jarbas Vasconcelos: “Cunha terminará cassado e preso”

--> Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara 

--> Deputados pontuam existência de ‘Operação Salva Cunha’

 

 

A presidente Dilma Rousseff planeja enviar ao Congresso, nos próximos dias, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições ao Palácio do Planalto. Antes de bater o martelo, porém, ela precisa convencer os movimentos sociais que foram às ruas defender o seu mandato e são contrários à proposta.

Dilma escalou os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e Ricardo Berzoini (Governo) para sondar os movimentos. O governo avalia que, sem uma grande pressão popular capaz de influenciar os parlamentares, a medida não teria chance alguma de ser aprovada pelo Congresso.

##RECOMENDA##

Sem os votos necessários para virar o jogo, o governo já está convencido de que será derrotado na votação da Comissão Especial do impeachment, na sexta-feira (6), e também no primeiro julgamento no plenário do Senado, previsto para o dia 11. Com a confirmação deste cenário, Dilma será afastada por até 180 dias e o vice Michel Temer vai assumir a Presidência.

Antes disso, no entanto, a presidente pode encaminhar ao Congresso a proposta que prevê o encurtamento de seu mandato e novas eleições em outubro, juntamente com as disputas para as prefeituras, para "emparedar" Temer. Na última sexta-feira, 29, ela despachou Wagner e Berzoini para São Paulo com o objetivo de ouvir as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo sobre a ideia.

Na semana passada a Frente Brasil Popular fechou posição contra a antecipação das

eleições. A Frente Povo Sem Medo não tem posição fechada sobre assunto, e alguns grupos, como a Intersindical, são contra, mas Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), é a favor.

Depois da conversa com os ministros, os movimentos contrários à antecipação das eleições passaram a admitir que podem mudar de posição. "Depois da decisão do Senado pode até haver novas eleições", disse João Paulo Rodrigues, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

A reunião de sexta-feira contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cotado para ser candidato do PT. "Não acredito que Lula seja candidato a um mandato-tampão", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

Lula tem dado sinais contraditórios sobre o apoio à proposta de abreviar o mandato de Dilma, mas a CUT classifica a ideia como uma "capitulação". "Eu conversei com a presidenta ontem (domingo) e disse claramente a ela que isso seria homologar o golpe. Não está dado que, no julgamento final, daqui a seis meses, haverá impeachment. Quando perceberem quem é Temer na Presidência será outra coisa", disse Freitas.

Mesmo que a proposta seja enviada ao Congresso, no entanto, sua aprovação é considerada dificílima. Uma PEC precisa ser votada em dois turnos tanto na Câmara como no Senado e só é aprovada se obtiver apoio de três quintos dos deputados (308) e dos senadores (49).

O governo, os movimentos e o PT estão cientes dos percalços, mas avaliam que, mesmo que sejam derrotados no Congresso, podem usar o tema para desgastar Temer e manter acesas as mobilizações contra o impeachment que marcaram a reaproximação entre partido e sua base. Em outra frente, senadores petistas vão buscar o diálogo com a ex-ministra Marina Silva (Rede), defensora da realização de novas eleições. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia após a aprovação da continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, a porta-voz nacional da Rede, Marina Silva, voltou a se posicionar a favor de novas eleições presidenciais. "A saída para o Brasil não é Dilma nem Temer [vice-presidente Michel Temer] é uma nova eleição, que possibilite aos partidos se reapresentarem para a sociedade brasileira", defendeu hoje (18), em coletiva de imprensa.

Marina não se apresentou como candidata. Segundo ela, o melhor caminho para o país é a cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Rede solicitou, na última terça-feira (12), ao TSE, a admissão como amicus curiae (amigos da corte) nos quatro processos contra a chapa de Dilma e Temer e, com isso, poder trazer novos fatos aos processos. A expectativa é que haja um resposta até o final dessa semana.

##RECOMENDA##

Amicus curiae é alguém que, mesmo sem ser parte, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate nos autos.

"Toda a chapa está comprometida. PT e PMDB praticaram juntos crime de corrupção, tomaram as decisões que levaram à crise juntos", diz. "O impeachment não é golpe", acrescenta.Para a Rede, o processo de impeachment tem bases legais, mas não alcança a finalidade de resolver a crise política, econômica e social do Brasil. Marina diz que se posiciona a favor doimpeachment, apesar da bancada do partido na Câmara ter sido liberada para o voto, ontem. Ela que se posicionará a favor, também, caso seja admitido o processo deimpeachment de Temer.

Marina acredita que novas eleições serviriam para reunificar um país dividido. "Nesse momento, temos que buscar transição, que pode ser pactuada e legitimada com novas eleições, que unem brasileiros. A saída para essa crise está na mãos dos sete ministros [do TSE] que podem devolver aos 200 milhões de brasileiros a saída que não foi encontrada pelas lideranças políticas pela falta de legitimidade para fazê-lo".

A Rede aposta que as denúncias feitas na Operação Lava Jato podem contribuir para acelerar o processo de impeachment contra Temer em tramitação do TSE. A expectativa é que novas eleições presidenciais possam ser feitas, ainda este ano, aproveitando a estrutura das eleições municipais, agendadas para outubro deste ano.

Em 2014, Marina concorreu à Presidência da República pelo PSB e ficou em terceiro lugar, com 21,32% dos votos no primeiro turno. Em setembro de 2015, a Rede foi registrada no TSE.

A Executiva Nacional do PSB se reúne na próxima segunda-feira (11), em Brasília, para discutir a postura da legenda diante do atual cenário político nacional. O apoio do partido ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e a tese de uma nova eleição para o cargo vão pautar o encontro. 

A bancada da legenda na Câmara dos Deputados já anunciou ser favorável a queda da presidente nessa quinta (7) e teve a definição aprovada com a bênção do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. “Tal decisão se deve a razões de ordem política, inquestionáveis, tendo Sua Excelência perdido completamente a condição de liderar uma retomada, diante da desastrosa gestão do País, que nos levou a uma crise profunda; bem assim, a razões jurídicas que autorizam, nesta fase, a abertura de processo, pois o seu julgamento será realizado no Senado Federal”, argumenta a nota emitida pelo colegiado.

##RECOMENDA##

Já a tese pela necessidade de uma nova eleição para a Presidência da República, encabeçada pela rede Sustentabilidade nesta semana, ainda não recebeu um apoio amplo dos socialistas, mas para o governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, ajudará a amenizar as sequelas deixadas pela aprovação ou reprovação do impeachment. 

“Vamos encampar a bandeira das novas eleições. É importante, porque, independente do resultado, vai haver sequelas – se Dilma ficar ou se (Michel) Temer assumir. Então, essa tese das novas eleições, aparentemente, pode estabilizar um pouco”, frisou, ao detalhar um encontro que teve com o ex-presidente Lula, na semana passada, para um jornal local. “A gente está trabalhando para que reunião da executiva nacional da segunda seja nessa tese de novas eleições, mas que, ao mesmo tempo, não feche portas”, acrescentou, referindo-se a possibilidade do PSB não deixar de contribuir com a gestão pós-impeachment.

A ex-presidenciável Marina Silva lançou, nesta terça-feira, 5, uma campanha da Rede Sustentabilidade que defende novas eleições diretas no Brasil. O partido de Marina entregará hoje uma petição para reforçar o processo de cassação dos mandatos da presidente da República, Dilma Rousseff, e do vice Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seu discurso, Marina afirmou ainda que Dilma só não renuncia ao cargo porque "não é razoável para entender a magnitude da crise" e que o impeachment não é um golpe.

"Está nas mãos do TSE. Se ficar comprovado que o dinheiro do Petrolão foi usado para as eleições, de forma espúria, há de se cassar a chapa", disse Marina. Para ela, o processo de impeachment "cumpre com a legalidade, mas não com a finalidade". A saída pelo TSE, defendeu Marina, "é o caminho ético". "O que cumpre com a formalidade e alcança a finalidade de dar um novo rumo para a nação, de repactuar as bases para a saída da crise, é o TSE, são as novas eleições. Os ministros do TSE poderão devolver a 200 milhões de pessoas a possibilidade de reparar o erro a que foram induzidos a cometer."

##RECOMENDA##

Marina negou as acusações de que sua defesa pela cassação dos mandatos de Dilma e Temer seja oportunista e defendeu que o candidato que for eleito nas novas eleições, em um período de dois anos, não deverá se candidatar novamente nas eleições de 2018. "O governo só não cai porque não tem para onde cair. O que está aí já não tem legitimidade e o que pode vir não tem factibilidade de resolver a crise." Marina destacou pesquisas recentes que indicam que Temer possui baixa popularidade, mas que a maioria da população quer novas eleições.

Para a criadora da Rede, "o PMDB é igualmente responsável pela crise", junto com o PT. "O presidencialismo de coalizão já deu o que tinha que dar. É preciso sair desse sistema baseado na distribuição de pedaços do Estado, para um presidencialismo de propostas, em cima de programas, de projetos. Se o PPS tem um grande quadro para a educação, ele tem que ser apresentado. Se o PSDB tem um bom quadro para economia, é ele que tem que ser apresentado. E assim por diante. Não é para arranjar um pedaço de um ministério para fazerem falcatruas. Tem que ser um governo programático, com isso, você pode compor a maioria no Congresso."

Lava Jato

Apesar de a Rede ainda não ter declarado um posicionamento sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, Marina destacou que, para ela, o processo de impedimento não é "golpe", nem pode ser "fabricado". "É um processo político que tem se explicitado cada vez mais com os fatos que vêm sendo trazidos pela Lava Jato", opinou. "Existem muitas formas de golpear a democracia e uma delas é a promiscuidade entre o interesse privado e aqueles que deveriam defender a República". Para ela, "é preciso que a justiça tenha sentido de urgência", pois o País vive um momento de "emergência política, social e econômica".

A criadora da Rede disse ainda que considera um erro tratar a justiça como um ato de vingança, elogiando o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal e do juiz Sergio Moro na condução da Operação. Para ela, só com o apoio da justiça a política conseguirá "recuperar a credibilidade para que políticos fora dos esquemas de corrupção possam governar". "Eu costumo repetir que, em uma democracia, quando a política se sente impotente para resolver seus problemas, e se as instituições de fato estão funcionando, ela acaba pedindo ajuda da justiça."

Após o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), membro da direção executiva do PMDB, sugerir em plenário que fossem realizadas novas eleições presidenciais em outubro, membros da cúpula do partido e mais próximos do vice-presidente Michel Temer rebateram a ideia e disseram que a proposta não foi discutida com outros integrantes da legenda.

A sugestão causou estranheza entre outros peemedebistas, já que Temer seria o principal beneficiário do impeachment, podendo assumir a presidência ainda neste ano. Um dos integrantes da cúpula do partido disse que não sabe de onde o senador Raupp tirou a ideia.

##RECOMENDA##

A interlocutores, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que assumiu na manhã desta terça-feira, 5, a presidência do partido, teria dito que a realização de eleições gerais, com pleito também para governadores, deputados e senadores seria um "suicídio coletivo".

Os peemedebistas consideraram a proposta inconstitucional e sem eficácia, discordando dos argumentos apresentados por Raupp de que novas eleições pacificariam as ruas. Eles também não souberam avaliar qual formato de projeto seria juridicamente aceito para antecipar as eleições.

Discordância

Nesta terça, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deu declarações positivas sobre a hipótese de antecipação das eleições. "Não podemos descartá-la, temos que guardar como uma saída", disse. Mas o peemedebista defendeu a tese de eleições gerais e não apenas presidenciais.

O posicionamento de Renan é criticado por aliados de Temer, que acusaram o presidente do Senado de ser parte do governo e não estar alinhado com as decisões tomadas pelo PMDB. Na última semana, Renan criticou a decisão do partido de desembarcar do governo e classificou o posicionamento como "precipitado".

A presidente Dilma Rousseff ironizou a proposta apresentada pelo senador Valdir Raupp, da executiva nacional do PMDB, de aprovação de uma mudança na Constituição para que sejam realizadas eleições gerais para todos os cargos em outubro deste ano. "São propostas. Não rechaço, nem aceito, mas convença a Câmara e o Senado primeiro a abrir mão dos seus mandatos e aí vem conversar comigo", declarou a presidente Dilma, em entrevista na manhã desta terça-feira, na Base Aérea de Brasília, onde visitou visita a aeronave KC-390 da Embraer. Dilma já avisou várias vezes que não admite a hipótese de renunciar ao seu cargo.

Na entrevista, a presidente disse ainda que não vai fazer nenhuma reforma ministerial antes da votação do pedido de impeachment contra ela no plenário da Câmara dos Deputados. "O Palácio do Planalto não pretende qualquer reestruturação antes de qualquer votação na Câmara. Especulações sobre ministérios, sobre mudanças no governo, são absolutamente especulações. Sem base de verdade", afirmou Dilma, que descartou ainda a possibilidade de o Ministério da Educação entrar nas negociações por cargos. "O MEC não está em questão".

##RECOMENDA##

Para a presidente Dilma, estas "especulações" são "extremamente nocivas" e criam "instabilidade" e é uma forma de "transformar factoide em realidade". Dilma não quis comentar se o PMDB perderá espaço na Esplanada por causa da decisão da direção do partido de sair do governo ou se o seu desembarque da base governista foi precipitada. "Não avalio ação de partido nenhum porque não é algo adequado".

A presidente reiterou seu "otimismo" em relação ao resultado da votação do processo de impeachment contra ela, no Congresso. "Sou uma pessoa que luta. Tenho o otimismo dos que lutam", desabafou ela, demonstrando confiança de que derrubará o processo no Plenário.

PT

Dilma discordou ainda de notícias divulgadas na imprensa de que o PT teria sido o partido que mais perdeu prefeitos por causa das denúncias. Segundo ela, na Câmara, por exemplo, isso não é verdade, porque o PT se manteve estável. "Eu não acho que tenha uma avaliação perfeita de quem perdeu o quê. Isso só vai ser provado depois", comentou. Dilma reiterou ainda que a ação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em apressar o processo de impeachment contra ela, "é uma vingança". "Vocês mesmos noticiaram isso", disse ela, sugerindo que os jornalistas procurassem o que publicaram sobre o assunto.

Segundo ela, propostas como essa são inconsistentes e aqueles que apostam no quanto pior melhor criam situação difícil para o País. "É público e notório que existe um vaso comunicante entre a economia e a política. É público e notório que há no Brasil o pessoal que torce para o quanto pior melhor. O quanto pior para nós todos, para a população brasileira, quanto melhor para eles, que querem o poder. Que querem encurtar o caminho para o poder", afirmou.

Defesa

Dilma elogiou ainda a defesa feita pelo ministro da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, em relação ao seu mandato, na comissão especial que avalia o impeachment na Câmara. "Eu concordo integralmente com ela (defesa), até porque discuti bastante todos esses aspectos. Acho lamentável essa questão em relação tanto aos decretos como à questão das chamadas pedaladas fiscais.

Acho que qualquer tentativa de transformar isso em motivo de impeachment é golpe. É golpe porque não tem base legal. Foi de forma, eu acho que, inequívoca, e circunstanciada demonstrada pelo ministro José Eduardo Cardozo".

Com a presença da ex-presidenciável Marina Silva, a Rede Sustentabilidade lança nesta terça-feira, 5, a campanha "Nem Dilma, Nem Temer, Nova Eleição é a Solução". O ato, que será realizado no Hotel Nacional, em Brasília, a partir das 12h, prega a realização de novas eleições como solução para o impasse da crise política do País.

Apesar da campanha, a legenda chega dividida em seu primeiro grande teste no Congresso: a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Parte de seus deputados federais - como João Derly (RS) - deve votar pelo afastamento da presidente. Há pelo menos um - Alessandro Molon (Rede-RJ), que já se manifestou contrário ao afastamento de Dilma com base na ação iniciada pelo presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

##RECOMENDA##

À reportagem, Marina refutou o argumento de que o impeachment seria um golpe, como afirma a presidente, mas insiste em dizer que o mais legítimo seria a cassação da chapa eleitoral de Dilma, da eleição de 2014, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para a Rede, a presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer são responsáveis pela atual situação do Brasil. Desde o ano passado, Marina Silva tem defendido que, em vez do impeachment, a melhor saída para o País seria a cassação da chapa Dilma e Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a realização de um novo pleito ainda este ano.

A ex-senadora pelo Acre lidera numericamente a última pesquisa de intenções de voto para Presidência da República, divulgada pelo Datafolha e feita em 17 e 18 de março. A líder da Rede Sustentabilidade aparece com 21% e 24% das intenções dependendo de quem é o candidato do PSDB.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Marina disse que o "PMDB durante 12 anos, como irmão siamês do PT, indicou diretores para a Petrobras e tomou decisões que nos levaram à crise. O Brasil está vivendo um momento de emergência econômica. Não podemos, em hipótese alguma, permitir que haja emergência institucional."

"Os seis ministros do TSE devolveriam para os 200 milhões de brasileiros a possibilidade de reparar o erro a que foram induzidos a cometer", avalia Marina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Rede Sustentabilidade lança, nesta terça-feira (5), a campanha "Nem Dilma, Nem Temer, Nova Eleição é a Solução". O partido defende um novo pleito eleitoral como alternativa à crise política do país. O lançamento vai acontecer no Hotel Nacional, em Brasília, a partir das 12h. Os porta-vozes nacionais da legenda, a ex-senadora Marina Silva e José Gustavo Fávero participam do evento.

Na avaliação da Rede, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o vice Michel Temer (PMDB) são responsáveis pelo atual cenário do Brasil e, por isso, a realização de um novo pleito seria “a melhor forma de enfrentar todo esse contexto, ao devolver à sociedade a opção de rever sua opção através do voto”. 

##RECOMENDA##

“Uma nova eleição possibilitará que a sociedade faça o julgamento político das suas lideranças políticas. A sociedade está dizendo que o que está aí não a representa”, argumenta Marina Silva. Desde que surgiu o debate sobre o impeachment da presidente, a ex-senadora defende que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casse a chapa de Dilma e Temer. 

Sob a ótica da Rede, o impeachment vai contribuir com a “jogada oportunista” do PMDB para “se descolar da responsabilidade pela crise política e a distribuição dos cargos”. “Tanto a presidente quanto o vice são igualmente responsáveis pelos graves momentos da conjuntura brasileira”, frisa o texto de convocação para o lançamento da campanha.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando