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Os atos criminosos que levaram à invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal são péssimos para a economia e para a fase inicial de "arrumação da casa" prometida pelo governo Lula. A instabilidade, por si só, já deve gerar volatilidade com o risco do que aconteceu em Brasília se alastrar pelos Estados.

A crise adicionou uma nova preocupação para os técnicos da área econômica do governo e também para os analistas do mercado financeiro: o da marcha golpista ampliar as dificuldades para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotar medidas impopulares, sobretudo de alta de impostos e de corte de subsídios e renúncias fiscais, além de redução das despesas com a menor execução do Orçamento em 2023.

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Apesar da mobilização do governo na resposta aos ataques dos extremistas, Haddad disse a interlocutores, ouvidos pelo Estadão, que trabalha para anunciar as primeiras medidas de ajuste ainda nesta semana - como estava planejado desde a semana passada. Haddad prefere não chamá-las de um plano, mas de medidas econômicas, o primeiro passo da estratégia para apontar uma trajetória para estabilizar a dívida pública em 76% do PIB.

Se o governo quer mostrar normalidade e busca seguir com o cronograma, no mercado há preocupação de atrasos nos anúncios e de o governo ficar ainda mais "conservador" e acabar brecando medidas mais duras, sobretudo sob a influência da ala política, como aconteceu com a prorrogação da desoneração dos combustíveis nos primeiros dias da nova adminitração.

"A gravidade do ponto de vista institucional e social não muda a situação fiscal do governo. Uma eventual postergação dessas medidas de ajuste do enfrentamento das questões fiscais é muito ruim", avalia Jeferson Bittencourt, economista da ASA Investment e ex-secretário do Tesouro Nacional. Segundo ele, há um ajuste fiscal pendente que, quanto mais tempo demorar para ser feito, mais efeito terá sobre o estoque da dívida pública. O ex-secretário afirmou que os atos ocorridos no domingo podem ter outro efeito: tornar o governo mais avesso a tomar medidas impopulares.

Em relatório divulgado nesta segunda, 9, a economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Solange Srour, e equipe alertam que os atos podem atrasar a agenda econômica. "Os acontecimentos de ontem (domingo) podem atrasar por algum tempo a discussão da agenda econômica, mais especificamente, do plano de ajuste fiscal de médio prazo", diz o relatório.

Um dos articuladores do encontro de ontem de governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), disse que a hora é de união em defesa da democracia e que a agenda pode ficar para depois. "Queremos uma investigação exemplar", disse. "As outras pautas econômicas e sociais vão ficar para depois."

'Repacificação' pode tirar foco da pauta econômica

A invasão de prédios dos três Poderes no domingo, em Brasília, terá impactos na economia. Para especialistas, a médio prazo o governo Lula terá sua atenção desviada para a reorganização do País, enquanto poderia focar seu trabalho em soluções para os entraves econômicos.

"O governo assumiu com problemas econômicos complicados. Tinha de gastar seu tempo para resolver essas dificuldades, mas agora vai gastar uma energia enorme para repacificar o País. É evidente que isso atrasa a economia", diz Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central. "Em vez de discutir o problema fiscal e fazer políticas públicas que redistribuam renda, o governo vai ter de gastar tempo para encontrar recursos para arrumar computador que foi quebrado e trocar vidros", acrescentou.

No último domingo, 8, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está nos EUA, invadiram as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e deixaram uma rastro de destruição. Obras de arte foram vandalizadas, móveis foram quebrados, vidraças foram destruídas e há registro de furto de documentos e peças. O saldo foi a prisão de mais de 1.500 pessoas, intervenção federal na área de segurança do DF e afastamento por 90 dias do governador Ibaneis Rocha.

Pastore destacou que instituições íntegras são essenciais para um país se desenvolver e ter também estabilidade de preço. "Isso (a tentativa de golpe) não se traduz em pontos porcentuais de subida de câmbio ou curva de juros. É algo muito mais profundo. Os países que se desenvolvem são os que têm instituições políticas e econômicas fortes e inclusivas, não os que têm instituições extrativistas e que geram instabilidade. O que assistimos foi um ataque inadmissível às nossas instituições."

Arcabouço fiscal

A economista-chefe da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, também aponta que o ataque à democracia deve atrasar o andamento da pauta econômica. Segundo ela, o agravante desse cenário é não saber quanto tempo será necessário para amenizar a situação em Brasília.

"As investigações que serão feitas podem ter desdobramentos que não conseguimos antecipar. Nosso receio é de que esses desdobramentos façam o problema institucional levar mais tempo para ser resolvido", diz. Enquanto isso, acrescenta, a discussão para criar um novo arcabouço fiscal deve ser postergada.

Para Alessandra, enquanto não houver uma definição sobre a nova regra fiscal a incerteza continuará alta. Isso, por sua vez, deve deteriorar as condições financeiras e afetar negativamente a atividade econômica no curto prazo. A economista afirma ainda que o investidor, principalmente o estrangeiro, deve ficar mais cauteloso. "Não vai haver uma debandada de investimento estrangeiro, mas ele não vai entrar nem sair do País enquanto aguarda uma definição fiscal e o desenrolar dessa questão institucional."

Na visão do economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, no entanto, o fato de a tentativa de golpe ter fracassado deve dar força à frente ampla que apoia o governo. Por outro lado, ele diz que o ataque não muda o fato de o governo ainda não ter apresentado seu programa econômico, mas que as expectativas em relação a esse plano cresceram agora. "O governo vai gastar mais tempo para se recompor. Algumas decisões relevantes vão ter de acontecer. Isso aumenta a ansiedade e a importância do anúncio e do programa que vai ser desenvolvido."

Já de acordo com Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o ataque ocorrido pode favorecer o novo governo Lula ao isolar a oposição extremista. A economista diz que, em um primeiro momento, o cenário de instabilidade pode atrapalhar a atração de investimentos, mas que isso não deve permanecer. "Não é uma crise política generalizada. O governo não fechou o Congresso, por exemplo."

 O governador Paulo Câmara (PSB) segue evitando cravar seu apoio a uma possível candidatura de Lula em 2022. Embora tenha se reunido com o ex-presidente e com o senador Humberto Costa (PT-PE) em Brasília, no último domingo (3), Câmara garantiu que a formação dos palanques para as próximas eleições só será definida no ano que vem. Nesta segunda (4), o governador promoveu uma coletiva de imprensa no Palácio do Campo das Princesas, na região central do Recife, para anunciar um novo hub de conexões da Azul Linhas Aéreas em Pernambuco.

“Vamos ter, no ano que vem, que nos organizar em termos da engenharia das eleições. Recebemos a visita do presidente Lula aqui [Palácio do Campo das Princesas] no mês de agosto. Tivemos, ontem, a oportunidade de estar novamente com ele e conversar sobre Pernambuco, sobre o Brasil e sobre o nosso partido. Depois ele se encontrou com outros governadores e vai conversar com outros partidos ao longo da semana [...] As definições, efetivamente, só vão ocorrer em 2022”, declarou o governador.

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Humberto Costa e Lula tentam costurar uma aliança local entre PT e PSB para o governo de Pernambuco. Nessa conjuntura, os partidos avaliam a possibilidade de uma chapa encabeçada pelo PT e uma candidatura de Câmara ao Senado ou como vice de Lula.

O almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior, anunciado nesta sexta-feira (30) para o futuro comando do Ministério de Minas e Energia, é o sétimo nome militar para equipe ministerial do presidente da República eleito, Jair Bolsonaro. Até agora, 20 ministros já foram definidos por Bolsonaro. O próximo governo deverá ter um 22 ministérios, sete a menos em relação aos atuais.

Bento Albuquerque é o único da Marinha. O Exército será representado por três generais: Augusto Heleno Ribeiro Pereira, que assumirá como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Fernando Azevedo e Silva, na Defesa; e Carlos Alberto Santos Cruz, que vai ser secretário de Governo.

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A Aeronáutica será representada pelo tenente-coronel Marcos Pontes, indicado para o Ministério de Ciência e Tecnologia. Oficial da reserva, ficou conhecido por ter sido o primeiro astronauta brasileiro, enviado para o espaço, em 2006, em uma parceria do governo brasileiro com a Nasa, a agência espacial norte-americana.

Formação militar

Para o Ministério da Infraestrutura, foi confirmado Tarcísio Gomes de Freitas. Ele iniciou a carreira no Exército, mas acabou ingressando, por concurso, no quadro de auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). É formado em engenharia civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e atuou como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão de Paz no Haiti.

Gomes Freitas comandará os setores de transporte aéreo, terrestre e aquaviário, além dos projetos de melhoria da logística do país. Ele é ex-diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura Transporte (Dnit).

Há ainda o atual ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, que já foi capitão do Exército, e permanecerá no cargo no futuro governo.

Comandos

O general Fernando Azevedo e Silva, que assumirá a Defesa, anunciou no último dia 21, os nomes dos próximos comandantes das Forças Armadas.

O novo comandante do Exército será o general de Exército Edson Leal Pujol; o chefe da Marinha será o almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior (atual chefe do Estado-Maior da Armada) e o da Aeronáutica, o tenente brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez.

Bolsonaro manteve a tradição das Forças Armadas de escolher os oficiais mais antigos da ativa em suas forças.

O dia hoje (18) deve ser de definições para os dois candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). É esperada para a tarde a avaliação de uma junta médica sobre o estado de saúde de Bolsonaro. A partir desses exames, o candidato do PSL disse que decidirá sobre sua participação em debates e viagens para fora do Rio de Janeiro.

Depois do ataque que sofreu em 6 de setembro, quando levou uma facada na barriga, Bolsonaro está com uma colostomia, o que exige cuidados e mais atenção em situações de aglomeração de pessoas e eventual tumulto. Nos últimos dias, o candidato indicou que pode participar de dois debates até o segundo turno das eleições.

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Haddad tem cobrado a participação do adversário nos debates. Segundo ele, quer “olhar olho no olho” de Bolsonaro. A junta médica deve ir ao Rio, na casa do candidato do PSL, como fez na semana passada. São médicos que o acompanharam no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O candidato do PT tem encontro, em São Paulo, com o grupo denominado Juristas pela Democracia, que reúne magistrados que apoiam seu nome neste segundo turno. Ao longo do dia, ele ainda tem conversas com grupos de defesa dos animais e concede entrevistas exclusivas para emissoras de rádio e televisão.

Haddad deve ir nesta sexta-feira (19) ao Rio e no fim de semana ao Nordeste. Os locais do Nordeste ainda vão ser definidos, mas ele deve escolher o Piauí, a Bahia e o Maranhão, onde os governadores são aliados do PT.

A pouco menos de dez dias para o encontro que deve definir se o PT marchará com o PSB nas eleições ou apresentará uma candidatura própria ao Governo de Pernambuco, a divisão entre as lideranças do partido sobre o assunto se tornou ainda mais visível. Durante uma reunião que aconteceu entre o Grupo de Tática Eleitoral (GTE) nacional e membros da legenda no estado, nessa quinta-feira (3), uma ala petista apresentou um documento defendendo o apoio a reeleição do governador Paulo Câmara (PSB). 

A carta apresentada aos dirigentes - que conta com a assinatura, dentre outras, do vice-presidente estadual Oscar Barreto - alerta para a necessidade do PT “sair do isolamento” e pondera que a legenda não conseguiu “atrair nenhum partido político e nossas chapas proporcionais se mostram bastante enfraquecidas”.

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“A busca de alianças que potencializem as nossas lutas é tarefa de todos nós. Aqui em Pernambuco não é e não pode ser diferente”, diz o documento. “Hoje no governo do estado estão o PSB, o PDT e o PCdoB e concretamente abre-se a oportunidade do PT vir a se incorporar a essa Frente, de retomar o protagonismo e a possibilidade de apresentarmos nossas propostas de melhorias das condições de vida do nosso povo”, completa a carta. 

Para o grupo, o PT precisa “fazer política olhando para frente”. Nos bastidores, afirma-se que esta ala petista já articulou a vaga do partido na majoritária da Frente Popular de Pernambuco: a reeleição do senador Humberto Costa (PT). Os líderes petistas que defendem a candidatura própria, com a apresentação do nome da vereadora do Recife Marília Arraes ao pleito, minimizaram o que pede o documento.

Outras investidas da ala do PT que busca a aliança com o PSB, entretanto, devem vir à tona até o próximo dia 12. Nesta sexta-feira (4), inclusive, está previsto um encontro entre Paulo Câmara e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. O paulista já chegou a sinalizar o apoio a reaproximação entre os partidos

O alinhamento eleitoral do PT em Pernambuco será debatido, nesta sexta-feira (9), durante uma reunião entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula da legenda no Estado. O encontro será em São Paulo, às 10h30, e foi proposto pelo Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) da Executiva Nacional, depois da divisão entre os caciques petistas diante do quadro local: enquanto alguns defendem uma aliança com o PSB, outros ressaltam a necessidade do partido ter candidatura própria ao governo. 

O líder-mor da legenda e a presidente nacional, a senadora Gleisi Holffman (PR), vão abordar o reflexo de aspectos da disputa presidencial na corrida local com o presidente pernambucano do partido, Bruno Ribeiro, o senador Humberto Costa e a deputada estadual Teresa Leitão. Os pré-candidatos petistas a governador - a vereadora Marília Arraes, o deputado estadual Odacy Amorim e José de Oliveira - também devem participar do encontro. 

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Dentro do PT, a insatisfação com uma eventual reaproximação com os pessebistas em Pernambuco, o que por um lado daria fôlego para a reeleição do governador Paulo Câmara e ajudaria na eleição de deputados federais petistas, é visível. Entre os que já defendem a aliança estão Humberto e o ex-prefeito do Recife, João Paulo. Já os pré-candidatos e Teresa Leitão cravam diante do indicativo aprovado pela legenda de concorrer majoritariamente. 

Lula, por sua vez, já demonstrou que é afeiçoado ao realinhamento do PT com o PSB estadual. Ele recebeu recentemente a visita de Paulo, Renata Campos e João Campos em São Paulo e, antes disso, chegou a questionar se o PT queria continuar brigando com o PSB.

A legenda pessebista já definiu no Congresso Nacional, no último fim de semana, que marchará com partidos de esquerda seja no quadro nacional ou nas estaduais. E o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, sinalizou a possibilidade do PT e PSB “caminharem juntos” em Pernambuco. O que resta, agora, é a postura petista que deve ponderar a análise feita hoje por Lula. 

O deputado estadual Edilson Silva defendeu, nesta quinta-feira (1º), que o PSOL apresente a candidatura de uma chapa composta pelo líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e a coordenadora Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara. Segundo o dirigente nacional da legenda, os nomes estão alinhados a bandeira do PSOL para este ano que é de se aliar “mais organicamente com os movimentos sociais mais dinâmicos do país”. 

Um debate interno pedindo a realização de prévias foi o que motivou a colocação de Edilson, exposta nas redes sociais. O deputado disse que outras pré-candidaturas - de Plínio Sampaio Jr, de Nildo Oriques, de Hamilton Assis - são legítimas, mas “dizer que ‘quase metade’ da direção do PSOL não está contemplada com o processo democrático interno, como afirma um manifesto que pede prévias internas no partido, é um contorcionismo retórico que não consegue disfarçar o fato de que os insatisfeitos são uma minoria”. 

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“Prévias internas agora seriam um mero recurso protelatório e um refúgio para se manter aquecida uma disputa interna já vencida, tudo isto vindo exatamente de setores que até pouco tempo bradavam que o PSOL já deveria ter definido sua candidatura, que estávamos atrasados. Há pouca ou nenhuma honestidade intelectual nisto”, declarou Edilson Silva. 

A expectativa é de que o partido lance a chapa que disputará o pleito presidencial deste ano durante a Conferência Eleitoral do PSOL, marcada para o dia 10. Edilson disse ainda que espera, até lá, concluir “com êxito” o diálogo com os movimentos que sustentam a pré-candidatura de Boulos. 

O Ministério da Educação (MEC) redefiniu a composição do Fórum Nacional de Educação (FNE), incluindo órgãos como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado à própria pasta, e excluindo outros, como a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), representantes da sociedade civil. Entidades ligadas à educação consideraram a medida arbitrária e inadmissível, mas o MEC diz que a alteração evita que discussões político-partidárias interfiram na política educacional do país.

A portaria com as mudanças foi publicada no último dia 28, no Diário Oficial da União. O FNE foi criado em 2010, com as atribuições de coordenar as conferências nacionais de Educação e promover a articulação das conferências com as conferências regionais, estaduais e municipais que as precederem.

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Outra função é acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada em 2014, que fixa metas para melhorar a educação até 2024. Uma das metas é investir, anualmente, pelo menos o equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas pelo país) em educação até 2024. Atualmente, o setor educacional recebe o equivalente a 5,3% do PIB.

Por meio de nota, 21 entidades da sociedade civil criticaram as mudanças feitas pelo MEC. “Em análise preliminar, percebe-se a intenção do governo de restringir a participação das atuais representações, excluindo entidades representativas de segmentos essenciais — como o campo, a pesquisa em educação e o ensino superior”, diz o texto.

“De forma autoritária e centralizada, toma o ministro para si a responsabilidade de 'arbitrar' quem entra e quem sai do FNE, passando por cima dos regulamentos e procedimentos que dispõem sobre ingresso de entidades, sob a exclusiva avaliação do Colegiado do Pleno do FNE”, acrescenta.

Consultado, o MEC diz, também por meio de nota, que “corrigiu distorções claras" em medidas adotadas durante o governo Dilma Rousseff (2011-2016). Segundo a pasta, em portaria publicada em 2014, a gestão anterior incorporou ao FNE “representações de segmentos que já estavam representados, criando uma sobreposição, com a intenção de ampliar o número de votos nas decisões do fórum e fortalecendo o viés político-partidário”.

“A atual gestão do MEC determinou a volta da composição original do FNE e agregou representações relevantes que estavam fora”, diz a nota do ministério. O FNE  “está mantido e fortalecido, representado por diversos segmentos”, conclui a nota.

Conferência Nacional de Educação

Alguns dias antes de alterar a composição no FNE, o MEC publicou uma portaria redefinindo a convocação da 3ª Conferência Nacional de Educação (Conae). Pela nova portaria, a Conae, que seria realizada no primeiro semestre, portanto, antes das eleições, poderá ser adiada.

“As medidas não foram discutidas com o conjunto das entidades do FNE, nem tampouco com o coordenador do FNE, conforme estabelecem as normatizações em vigor e a cultura anterior recente de relacionamento respeitoso com as entidades nacionais representativas do setor educacional”, dizem as entidades que criticam a decisão do MEC. A atual coordenação do FNE acionou a Procuradoria Federal dos Direitos ao Cidadão do Ministério Público Federal.

“Convém ressaltar nosso desapontamento adicional já que, para a mesma data em que o decreto é firmado (26/04/2017), havia previsão de reunião entre a Secretaria Executiva do MEC e membros do FNE, agendada com bastante antecedência, conforme a conveniência da própria Secretaria do MEC. Seria uma reunião, fundamental, para tratar de encaminhamentos relativos à Conae, que foi abruptamente cancelada sem maiores esclarecimentos e informações aos interessados, tampouco proposta outra alternativa que respeitasse a deliberação do coletivo do FNE em reunião de 29 do mês passado”, diz o FNE no relato ao órgão.

“Com uma ação desse tipo de parte do Poder Público, unilateral, nada dialogada, sem perspectiva de futuro, também Estados, Distrito Federal e municípios ficarão inseguros acerca do planejamento e realização da Conae, prejudicando processos de participação e avaliação, previstos em lei”, acrescenta o Fórum.

O MEC diz que a atual gestão alterou um decreto publicado em 9 de maio de 2016, “às vésperas do afastamento da então presidente Dilma Rousseff, que determinava que a Conae 2018 fosse realizada no primeiro semestre daquele ano, em uma clara intenção de criar uma mobilização com vistas à eleição de 2018”.

De acordo com o ministério, o calendário também criava dificuldades para estados e municípios que, de acordo com a Lei 13.005 de junho de 2014, precisariam realizar conferências locais antes da nacional. “O MEC, então, decidiu ampliar o prazo para até o fim de 2018. Com isso, será possível que municípios e estados cumpram suas conferências a tempo e, também, que a Conae 2018 seja realizada com maior planejamento e sem interferência político-partidária.”

A proximidade do início da campanha eleitoral inicia um processo de afunilamento das alianças eleitorais e definição dos partidos nas cidades pernambucanas. Líder do PTB no estado, o senador Armando Monteiro afirmou, nesta terça-feira (26), que até o fim da semana a legenda deve anunciar como será o alinhamento para a disputa em municípios considerados estratégicos, como Caruaru, no Agreste, e que não terão candidatura própria. 

“Existem lá [em Caruaru] algumas alternativas e vamos ver qual será a nossa definição. Existe uma candidatura do delegado Erick Lessa que é do PR, estimulada por Douglas [Cintra] desde o primeiro momento e tem uma posição nas pesquisas muito consistente”, observou, em conversa com a imprensa, após anunciar apoio à postulação de Anderson Ferreira à prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. 

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Apesar do correligionário e suplente Douglas Cintra tender mais para o nome de Lessa, Armando disse ter uma “simpatia grande” pela candidatura da deputada estadual Raquel Lyra (PSDB). “Não nego que tenho uma simpatia muito grande pela candidatura de Raquel, pelo perfil, qualificação e o que revelou na atuação parlamentar. São essas duas hipóteses, ou o delegado ou a Raquel”, acrescentou. 

Até o dia 5 de agosto, Monteiro disse que vai se dedicar a participar das convenções do PTB. Estão na lista cidades como São Bento do Una, Vitória de Santo Antão, Gravatá, Paulista, Igarassu, São Lourenço da Mata, Santa Cruz do Capibaribe, Garanhuns e Ipojuca. A legenda tem 68 candidaturas a prefeito. “Temos uma chance de voltar a ter em torno de 30 prefeituras, todas estratégicas para nós”, projetou o senador.

Os pré-candidatos a prefeito e vice de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Heraldo Selva (PSB) e Conceição Nascimento (PSDB) ganharam o apoio do PCdoB para a disputa municipal. A decisão da legenda comunista foi tomada em reunião do diretório, na noite dessa quinta-feira (21). 

Presidente do PCdoB de Jaboatão, Thiago Modenesi foi escolhido por Heraldo e Conceição para coordenar o Conselho Político da futura campanha. O órgão consultivo reunirá representantes dos partidos que vão integrar a coligação. 

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"O PCdoB aprovou o apoio à candidatura de Heraldo para prefeito e Conceição para vice por entender todo o legado positivo que representam, e a necessidade de construir uma frente com condições de avançar ainda mais o processo de mudança que Jaboatão vive desde a eleição de Elias para prefeito", ressaltou o dirigente, que também integra a Executiva Estadual da legenda.

Além do PCdoB, desde que teve a postulação anunciada, Selva conquistou o apoio do PPS, nessa quinta, e do PMDB, de Jarbas Vasconcelos e Raul Henry, na última sexta-feira (15). 

A pouco mais de um mês do início da campanha para as eleições municipais deste ano, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), ainda não definiu que postura tomará diante de municípios com mais de um palanque de partidos aliados.

O socialista é líder de um leque amplo de alianças e possivelmente passará por situações embaraçosas em alguns municípios caso as pré-candidaturas sejam realmente confirmadas. Inclusive porque na maioria deles o PSB, partido ao qual pertence, terá candidatura própria.

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Apesar da sutil pressão entre os partidos e do apelo para a declaração de apoio, Paulo Câmara afirmou que pretender agir de forma equilibrada diante das disputas. “Ao longo do mês de julho a gente vai definir a estratégia”, disse em conversa com a imprensa.

Câmara tem recebido diversos pré-candidatos para conversar nos últimos dias e durante os próximos meses ele pontuou que pretende priorizar as ações de governo. “Fui eleito por frente ampla de partidos, mas vamos deixar a campanha começar. Os desafios de governador são enormes então a gente está discutindo, estou recebendo muita gente aqui. Quando viajo, tem gente também que quer conversar. Estou priorizando governar e nos horários de folga vou ajudar no que puder os companheiros que pensam igual à gente”, observou.

Cidades como Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Caruaru são exemplos de locais com palanques múltiplos da aliança que endossa a gestão do governador.

Sem revelar como votaria diante do processo de cassação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deputada federal Tia Eron (PRB-BA), considerada personagem principal no desfecho que pode sair nesta terça-feira (14), afirmou que os membros do Conselho de Ética tentam jogar para ela a responsabilidade de um assunto que os “homens da Casa não resolveram”. 

Ao tentar justificar a ausência da sessão na última terça-feira (7), a parlamentar destacou a necessidade de o colegiado ser “ressignificado”, disparou contra a pressão que os pares têm feito diante do seu voto e pediu desculpas à imprensa porque precisou, como julgadora, se preservar, com imparcialidade, com a livre capacidade de poder decidir nesse momento. 

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“Estamos aqui como julgadores e como tais, a primeira função que esse Conselho precisa ter é a capacidade de olhar para dentro de si. E se a perdermos, esse Conselho precisa ser ressignificado... Eu não compreendo como é que depois de sete meses, claro, os senhores todos homens não sabem o que é gestar, como é parir esse processo depois de sete meses, então chama "cadê Tia Eron?" para decidir o que vocês, homens, não conseguiram resolver. Então eu vou resolver”, disparou, afirmando que não foi abduzida na semana passada. 

O voto de Tia Eron (PRB-BA) é um dos mais aguardados, pois poderá definir se o parecer será rejeitado ou não, de acordo com declarações dos outros participantes do conselho. Nos bastidores, a contabilização dos votos já declarados aponta 10 contrários a cassação e 9 a favor. A parlamentar disse que votará "com consciência".

O PT do Recife pode definir, nesta segunda-feira (13), como vai participar das eleições municipais deste ano. A estimativa inicial era de que a direção da legenda se pronunciasse no último sábado (11) sobre o alinhamento da agremiação, no entanto, os petistas não entraram em consenso e uma nova reunião foi marcada para às 19h de hoje. 

A possibilidade de candidatura própria ou uma aliança com o deputado e pré-candidato Silvio Costa Filho (PRB) são as alternativas em discussão. Dos nomes postos para a disputa pelo PT estão os dos ex-prefeitos João Paulo e João da Costa. 

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A legenda quer oficializar a postura até a próxima sexta (17), quando a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) estará no Recife para uma agenda em defesa do mandato dela. 

Na última sexta-feira (10), a Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE) entregou a Barreto e ao presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, um manifesto solicitando que o partido lance a candidatura do ex-prefeito João Paulo. 

O documento, além da CUT, é endossado por movimentos sociais, organizações e outros sindicatos. Além da postulação no Recife, o manifesto também pede que o partido entre na disputa pela Prefeitura de Olinda, com a deputada estadual Teresa Leitão.  

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, rejeitou o pedido do senador Aloysio Nunes (PSDB) para restringir o número de testemunhas de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), durante a última fase do processo de impeachment que tramita no Senado. De acordo com Lewandowski, a petista poderá convocar para depor até 48 testemunhas, oito para cada um dos fatos que compõem a denúncia contra ela. A intenção do tucano era que fossem apenas 16 testemunhas.

Os advogados de Dilma apresentaram um aditamento com 34 testemunhas. Entre as convocadas estão o ex-ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. As testemunhas de acusação começam a ser ouvidas nesta quarta-feira (8) a partir de 11h. Devem depôr duas testemunhas de acusação: Julio Marcelo de Oliveira e Antonio Carlos Costa D’avila Carvalho, além de três propostas pelos integrantes da comissão: Rogério Jesus Alves Oliveira, Adriano Pereira de Paula e Otávio Ladeira de Medeiros.

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Responsável pela condução dos trâmites do impeachment na fase processante, Lewandowski também rejeitou o recurso do adovogado José Eduardo Cardozo para que senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) fosse afastado da relatoria do processo. Segundo o presidente do STF, essa situação não se enquadra nas hipóteses de suspeição estabelecidas na Lei 1.079/1950, que orienta os processos de impeachment.

A defesa de Dilma alegava que o Regimento Interno do Senado impede de ser relator o autor da proposição. No caso do processo de impedimento, um dos autores do pedido, Miguel Reale Júnior, é filiado ao PSDB e a outra autora, Janaína Paschoal, admite ter recebido uma remuneração do partido.

Delação de Sérgio Machado

O magistrado negou ainda que as gravações e depoimentos do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em delação premiada, fossem acrescentados ao processo de impeachment. O ministro alegou que esse material ainda está sob sigilo, conforme previsto no artigo 7º da Lei 12.850/2013. Os aliados da presidente afastada acreditam que as gravações comprovam a “mácula” do impeachment e revelam o “verdadeiro desvio de poder” na abertura do processo. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMD-AL), informou, nesta terça-feira (19), que a Comissão Especial que analisará o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa será instalada na próxima terça (26). A leitura do texto encaminhado pela Câmara dos Deputados vai acontecer na sessão de hoje, a partir da exposição do texto, os líderes partidários têm o prazo de 48 horas para que as bancadas indiquem seus representantes para o colegiado.

“A prudência recomenda que se os líderes não indicarem [hoje], será dado o prazo regimental de 48 horas. Ao final das 48 horas, se os líderes não indicarem, o presidente do Senado fará a indicação”, afirmou o presidente. Considerando o feriado desta quinta-feira (21), o prazo regulamentar fica para sexta-feira (22).

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A definição do prazo gerou tumultos entre as bancadas de oposição e do governo. Os oposicionistas defenderam indicação imediata. “No momento da leitura, os líderes devem indicar os membros em Plenário. Aí sim, existem 48 horas para instalação da comissão e eleição do presidente. Por isso apresentei questão de ordem ao presidente Renan Calheiros, que vai levar o caso ao Plenário para responder”, explicou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Já os governistas alegam que há uma tentativa da oposição de atropelar o processo, pulando prazos. O PT alega que pode indicar os nomes na sexta.  “Vamos indicar os nomes às 18h de sexta-feira. Na segunda-feira (25), tem a eleição da comissão no plenário e na terça-feira se instala a comissão. Vamos exercer nosso direito até o último momento”, afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

A comissão será eleita na sessão deliberativa do Plenário na terça, quando então começará o prazo de 10 dias para aprovação de parecer sobre a admissibilidade do processo de impeachment. Após isso os senadores têm 48 horas para votar o parecer por maioria simples.

Indagado por jornalistas se o Senado não deveria reduzir os prazos, Renan Calheiros afirmou que os procedimentos estão sendo definidos conforme a Constituição, passando por acórdão do STF sobre o assunto, a Lei Especial 10.079/1950 e o Regimento Interno do Senado Federal. 

“Os senadores, ao final e ao cabo, serão os julgadores. O papel constitucional do Senado Federal é decidir se há ou se não há crime de responsabilidade da presidente Dilma. Nós não estamos aqui produzindo o noticiário de cada dia, estamos fazendo a história do Brasil”, observou o presidente.

*Com informações da Agência Senado

A Executiva Nacional do PSB se reúne na próxima segunda-feira (11), em Brasília, para discutir a postura da legenda diante do atual cenário político nacional. O apoio do partido ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e a tese de uma nova eleição para o cargo vão pautar o encontro. 

A bancada da legenda na Câmara dos Deputados já anunciou ser favorável a queda da presidente nessa quinta (7) e teve a definição aprovada com a bênção do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. “Tal decisão se deve a razões de ordem política, inquestionáveis, tendo Sua Excelência perdido completamente a condição de liderar uma retomada, diante da desastrosa gestão do País, que nos levou a uma crise profunda; bem assim, a razões jurídicas que autorizam, nesta fase, a abertura de processo, pois o seu julgamento será realizado no Senado Federal”, argumenta a nota emitida pelo colegiado.

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Já a tese pela necessidade de uma nova eleição para a Presidência da República, encabeçada pela rede Sustentabilidade nesta semana, ainda não recebeu um apoio amplo dos socialistas, mas para o governador de Pernambuco e vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, ajudará a amenizar as sequelas deixadas pela aprovação ou reprovação do impeachment. 

“Vamos encampar a bandeira das novas eleições. É importante, porque, independente do resultado, vai haver sequelas – se Dilma ficar ou se (Michel) Temer assumir. Então, essa tese das novas eleições, aparentemente, pode estabilizar um pouco”, frisou, ao detalhar um encontro que teve com o ex-presidente Lula, na semana passada, para um jornal local. “A gente está trabalhando para que reunião da executiva nacional da segunda seja nessa tese de novas eleições, mas que, ao mesmo tempo, não feche portas”, acrescentou, referindo-se a possibilidade do PSB não deixar de contribuir com a gestão pós-impeachment.

O presidente da comissão especial do impeachment, deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), e o relator do processo Jovair Arantes (PTB-GO), vão apresentar nesta segunda-feira (21) um plano de trabalho para o colegiado. Rosso passou o final de semana debruçado sobre os documentos relacionados ao pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff , feito pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. e pela advogada Janaína Paschoal. Segundo assessores do parlamentar, no sábado, Rogério Rosso passou o dia reunido com técnicos da Câmara discutindo as regras para a comissão e no domingo ele se dedicou a estudar os documentos, em casa.

Arantes também usou o final de semana para analisar o pedido. O relator informou que não faria qualquer declaração até que a comissão se reúna. O primeiro encontro foi marcado para as 17h de hoje. O colegiado foi instalado na última quinta-feira (17). Dilma já foi notificada sobre o processo e tem o prazo de 10 sessões da Câmara para apresentar sua defesa.

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No último dia 18, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu uma sessão extraordinária dando início à contagem do prazo para a petista. Há mais de seis meses a Câmara não atinge quórum para sessões às sextas-feiras. Há uma estratégia acordada entre partidos de oposição para que os parlamentares se revezem nos próximos dias a fim de garantir quórum em todas as sessões marcadas para os próximos dias.

Esta semana, se o calendário estipulado por Cunha e abraçado pela oposição for cumprido, serão contadas mais três sessões. Como a proposta do grupo é seguir neste ritmo todos os dias úteis, o prazo de Dilma deve expirar por volta do dia 5 de abril. A base aliada tem negado rumores de que o Planalto vai antecipar sua defesa. Com a defesa em mãos, a comissão terá cinco sessões para elaborar um parecer e submeter a voto. Rogério Rosso calcula que a comissão conclua todo o trabalho em 30 dias.

O parecer da comissão será ainda submetido ao plenário da Câmara, onde Dilma terá o prazo de cinco sessões também para apresentar defesa. Caso seja acatado o pedido de impeachment, o processo segue para análise do Senado.

Dirigentes da Rede Sustentabilidade em Pernambuco realizam, nesta segunda-feira (22), uma série de reuniões pelo sertão do estado. A intenção é organizar o partido para as eleições deste ano em várias cidades da região. De acordo com o porta-voz, Roberto Leandro, os encontros acontecem em Serra Talhada, Petrolina e Exu, aglutinando, também, militantes de cidades próximas. 

“O processo eleitoral deste ano é um espaço importante para esse debate e a Rede terá um protagonismo nele", garantiu Leandro. "Vamos discutir com a sociedade um projeto de país sustentável, não somente na esfera ambiental, mas também do ponto de vista econômico, político, social, ético, cultural e estético”, acrescentou. 

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Apesar de ter apenas cinco meses legalizada pela Justiça Eleitoral, a Rede Sustentabilidade está organizada em 30 cidades de Pernambuco e já tem pré-candidatos aos pleitos majoritários em onze delas. 

Em Paulista, o pré-candidato a prefeito é o presidente do Sindicato dos Professores no município, Gilberto Sabino; em Paudalho, o médico Maicon Martins; em Jaboatão, o servidor público Zé Estevão; em Igarassu, o advogado Gilmar Gonçalves, e em Serra Talhada, o empresário Eugênio Marinho. Olinda, Caruaru e Petrolina também estão na lista de prioridade da legenda na disputa.

Prestes a disputar a primeira eleição, em outubro deste ano, a Rede Sustentabilidade em Pernambuco anunciou que vai concorrer ao comando da Prefeitura de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

Entre os membros da legenda, o nome mais cogitado é o do presidente do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Paulista (Sinprop), Gilberto Sabino. Ele também é membro da executiva estadual do partido. “A definição mesmo só sairá na convenção, mas Sabino tem legitimidade, sim, para concorrer em nome da Rede”, observou um dos porta-vozes da legenda em Pernambuco, Roberto Leandro.

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Segundo ele, em março a Rede vai realizar um congresso nacional para definir a política de alianças para as eleições deste ano e, a partir daí, novas cidades devem entrar na lista de prioridades da sigla. 

“Estamos fazendo um processo de organização dos coletivos municipais e o congresso vai definir a política de alianças. Nossa ideia é participar do processo eleitoral como protagonista”, observou Leandro. Ainda não há uma definição sobre a maneira que a Rede se posicionará quanto ao pleito eleitoral no Recife. A expectativa é de que eles se aliem ao PSB e defendam a candidatura do prefeito Geraldo Julio.

A partir desta terça-feira (2), com a volta das atividades no Congresso, o governo retoma esforços para fazer avançar, na Câmara, matérias prioritárias para equilibrar as contas do país. A articulação com parlamentares da base governista tem, no topo da lista, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 4/15 que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2019 e a PEC 140/15, que recria a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Horas antes da sessão de abertura do Ano Legislativo, marcada para as 15h, em que a presidente Dilma Rousseff lerá a mensagem do Executivo para senadores e deputados, os líderes de partidos alinhados com o governo se reúnem com os ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo). O objetivo é traçar estratégias e prioridades de votação para os primeiros meses de 2016. Mas será amanhã (3), na primeira reunião do Colégio de Líderes deste ano, agendada para as 10h, que aliados conseguirão medir a dificuldade que terão pela frente para emplacar os temas.

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Para o governo, a CPMF precisa ser aprovada até maio para que produza os efeitos esperados este ano (arrecadação de R$ 10 bilhões). A proposta só passa a valer três meses depois de virar lei e, para isso ocorrer, a PEC precisa passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para depois ser analisada por uma comissão especial e, se aprovada, submetida à votação em dois turnos no plenário da Câmara e em outros dois turnos no plenário do Senado. O relator do trexto na CCj, deputado Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que vai apresentar parecer ainda este mês.

Além da resistência já anunciada pela oposição, como o DEM, que declarou que “a bandeira do partido será impedir a criação de impostos”, segundo o líder Pauderney Avelino (AM), ainda há uma previsão de ritmo mais lento nas primeiras semanas. Para que as comissões voltem a funcionar, é preciso que ocorra novas eleições para compor os colegiados, mas o processo está suspenso porque o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai esperar uma resposta do Supremo Tribunal Federal (STF) aos recursos que apresentou para modificar o julgamento no qual a Corte decidiu invalidar, em dezembro do ano passado, a eleição da chapa avulsa para formação da comissão especial da Câmara que conduzirá o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Pauta trancada

Independentemente dessa articulação, aliados e oposição voltam ao trabalho com a pauta trancada por três medidas provisórias (MP) e dois projetos de lei (PL) que, enquanto não forem apreciados, impedem que outras matérias entrem na pauta do plenário. Para Cunha, essas votações podem começar ainda amanhã, na primeira sessão da Casa, mas tudo dependerá de um acordo das lideranças partidárias.

Dias antes do feriado do carnaval, se conseguirem consenso no Colégio de Líderes, os deputados podem apreciar a MP 692/15, que eleva o Imposto de Renda da Pessoa Física sobre o ganho de capital, a MP 695/15, que autoriza a loteria instantânea Lotex a também explorar comercialmente eventos de apelo popular e licenciamentos de marcas e de personagens e a MP 696/15, conhecida como MP da Reforma Administrativa, que modifica a estrutura e as competências de ministérios e de órgãos da Presidência.

Na pauta, ainda estão os projetos de Lei (PL) 3.123/15, que cria regras para o cálculo do teto salarial de servidores públicos, e o PL 2.016/15, que define o crime de terrorismo e estabelece penas de até 30 anos de prisão.

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