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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nessa terça-feira (3) reconhecer assinaturas eletrônicas para formalizar a criação de partidos políticos. A decisão pode ter impacto na criação no Aliança pelo Brasil, novo partido do presidente Jair Bolsonaro, que pretende agilizar o processo de obtenção de registro do partido por meio de certificados digitais.  

Apesar da decisão, não há prazo para que a Justiça Eleitoral possa criar aplicativos e programas de computador para efetivar a decisão, que ainda precisará ser regulamentada para passar a ter validade. Segundo a presidente do TSE, Rosa Weber, as soluções não estarão prontas para as eleições municipais de 2020. 

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O julgamento foi motivado por uma consulta apresentada no ano passado pelo deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS). O parlamentar pediu que o tribunal responda a seguinte pergunta: "Seria aceita a assinatura eletrônica legalmente válida dos eleitores que apoiem dessa forma a criação de partidos políticos nas listas e/ou fichas expedidas pela Justiça Eleitoral?" 

Novos partidos

Para a criação de partidos políticos, um dos requisitos exigidos é a apresentação de fichas de apoiamento de eleitores, cuja autenticidade das assinaturas em papel é feita pela Justiça Eleitoral. 

Por 4 votos a 3, o tribunal seguiu voto do ministro Luís Felipe Salomão. Segundo o ministro, o setor técnico do tribunal informou que há viabilidade técnica para desenvolver os aplicativos necessários para implementar a medida. Salomão também afirmou que o uso da assinatura digital trará mais segurança na conferência, que é feita manualmente pela Justiça Eleitoral. O voto foi acompanhado pelos ministros Tarcísio Vieira, Sergio Banhos e Luís Roberto Barroso.  

"No cenário jurídico inexiste óbice à certificação digital de assinaturas. A adoção dessa sistemática é viável”, disse Salomão.  

 Barroso também votou a favor das assinaturas eletrônicas, mas ponderou que a efetivação da medida depende de regulamentação pelo TSE e do desenvolvimento dos aplicativos e sites, que ainda não tem prazo para ocorrer. 

“Vai que a gente não consegue desenvolver essa ferramenta? disse Barroso.  

O relator do caso, ministro Og Fernandes, ficou vencido por entender que o apoio por meio eletrônico não pode ser aceito por não estar previsto em lei ou nas regras do TSE. Edson Fachin e a presidente, Rosa Weber, acompanharam o relator.

Rosa Weber disse que o tribunal não tem recursos para verificar a autenticidade das assinaturas que serão entregues pelos partidos. 

Três legendas estreiam nas eleições com ao menos 1.606 candidaturas, cerca de 5,9% do total. Rede (774 candidatos), Novo (414) e PMB (418) apresentam nomes que criticam o sistema político tradicional e minimizam a importância da estrutura partidária e do dinheiro na campanha.

Alessandra Monteiro, de 32 anos, trabalhou como voluntária para recolher assinaturas para criar a Rede e hoje é candidata a deputado estadual pelo partido em São Paulo. É a segunda vez em que ela concorre a um cargo eletivo - a primeira foi em 2014, pelo PSB. "Quando comecei a me interessar pela política, percebi como era difícil participar de um partido sem ter contatos nem sobrenome de família política. A Rede incentiva novas lideranças."

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Também candidata a deputado estadual em São Paulo, Cris Monteiro, de 57 anos, disse que nunca havia pensado em concorrer até abril deste ano. Antes de passar pelo processo seletivo para se candidatar pelo Novo, era diretora administrativa do banco de investimento JPMorgan. Cris afirmou que sua campanha será financiada apenas com doações de apoiadores. "Estou ciente de que isso é o correto." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Plenário do Senado rejeitou noite desta terça-feira, 17, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que endurece as regras de criação de partidos políticos.

As regras atuais determinam uma coleta de assinaturas de eleitores que corresponda a pelo menos 0,5% dos votos válidos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Além disso, essas assinaturas deveriam estar distribuídas em pelo menos nove Estados. A proposta em discussão ampliava o porcentual para 1% e o número de Estados para 18.

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Ao todo foram 47 votos favoráveis, oito contrários e quatro abstenções. Para ser aprovada, uma PEC precisa de, no mínimo, 49 votos a favor. Entre aqueles que votaram contra a proposta o entendimento foi o de que as novas regras poderiam prejudicar os menores partidos.

Na sessão de amanhã devem pode ser votadas outras duas propostas da chamada reforma política. A primeira, limita a realização de coligações apenas nas eleições majoritárias. A outra determina a desincompatibilização do presidente da República, do governador do Estado e do prefeito municipal como condição para a candidatura eleitoral. Também consta na pauta, um terceiro projeto que dificulta a criação de novos partidos.

O processo de fusão e incorporação dos partidos políticos está na mira do legislativo. Desta vez, um proposta foi apresentada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) estabelecendo regras para a efetuação das duas estratégias partidárias. O socialista estabelece, na matéria, o período mínimo de 12 anos ou três legislaturas, a contar da criação da legenda, para a possibilidade de fusão ou incorporação com outras siglas. 

No texto, Bezerra justificou que esse prazo é necessário para que as novas agremiações tenham a chance de colocar em prática os programas partidários. Além disso, de acordo com o senador, esse tempo evitaria a extinção precoce de partidos. A primeira proposta sobre o assunto começou a tramitar, em regime de urgência, na última semana na Câmara Federal. A matéria é do também pernambucano Mendonça Filho (DEM). 

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Atualmente o Tribunal Superior Eleitoral tem registrado a existência de 32 partidos políticos. Os dois últimos foram criados em 2013 – Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e o Solidariedade (SD). Alguns partidos são resultado de fusões entre duas ou mais legendas, como é o caso do Partido da República (PR), que reuniu PL e Prona.

Regra vigente

A Lei dos Partidos Políticos, assim como a Constituição, estabelece ser livre a criação, fusão, incorporação e extinção das legendas, desde que haja respeito à soberania nacional, ao regime democrático, ao pluripartidarismo e aos direitos humanos. A legislação traz ainda regras para que as fusões e incorporação aconteçam, mas não define em qual período isso pode acontecer.

A Constituição também obriga que os partidos tenham caráter nacional. Estão proibidos de receber dinheiro de entidades ou governos estrangeiros e devem prestar contas à Justiça Eleitoral.

O PMDB pretende reforçar na próxima semana o cerco contra os planos do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, que tenta recriar o PL para fundi-lo com o PSD, legenda que criou em 2011. Passado o carnaval, o partido vai apresentar uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF questionando a legitimidade do atual processo adotado para a criação de novas siglas. Na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer pôr em votação o projeto de lei que estabelece uma quarentena para a fusão de partidos.

Os peemedebistas entendem que os "apoiamentos" - assinaturas recolhidas para criar um partido - não são válidas, pois, apenas uma minoria delas é convertida em filiações partidárias. Além disso, muitos dos signatários já são filiados a outros partidos. Hoje, para um partido ser criado, é necessário um número mínimo de assinaturas, correspondente a 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados brancos e nulos. Ou seja, pelas regras atuais, Kassab precisa recolher cerca de 490 mil assinaturas para criar sua legenda.

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O PMDB também quer reforçar uma Adin apresentada pelo PPS em 2011, quando o ex-prefeito de São Paulo criou o PSD. O texto, que tramita no STF, questiona a Resolução 22.610/07, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), segundo a qual a criação de nova legenda caracteriza justa causa para que um parlamentar se desfilie de seu partido de origem sem perder o mandato.

A criação do PL para posterior fusão com o PSD conta com apoio do Palácio do Planalto, que visa enfraquecer o PMDB a partir do surgimento de novas forças políticas que façam frente à legenda.

Plenário

Além de tentar brecar os planos de Kassab na Justiça, o partido de Eduardo Cunha age em outras duas frentes. O departamento jurídico do PMDB ainda avalia a estratégia de atuação que adotará no TSE.

Na Câmara, Cunha aprovou o requerimento de urgência para apreciação do projeto apresentado pelo líder do DEM, Mendonça Filho (PE), com aval do PMDB. Ele quer votar já na próxima semana o texto que determina que um partido recém-criado precisa aguardar cinco anos a partir da obtenção do registro definitivo para fundir-se a outra legenda.

O projeto acabou desenterrando uma série de outros textos que ampliam as punições a parlamentares que deixarem suas legendas. A entrada do projeto na pauta da semana que vem depende da aprovação dos líderes partidários que se reúnem na terça-feira. (Colaborou Daiene Cardoso)

Dirigentes do PTB protocolaram na terça-feira (10) uma consulta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), questionando a Corte sobre a "legitimidade" de criar uma nova legenda com objetivo de, posteriormente, fundi-la a outra já existente.

As providências tomadas pelo PTB ocorrem enquanto o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), articula a criação do PL. No Congresso, integrantes da cúpula do PMDB decidiram abrir guerra contra a criação de partidos e vão encampar proposta que estabelece uma "quarentena" para fusões de novas legendas. A iniciativa é considerada uma tentativa de barrar as movimentações de Kassab em torno do PL.

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Na consulta endereçada ao presidente do TSE, ministro José Dias Toffoli, o PTB indaga sobre eventual "burla" da lei eleitoral no processo de migração de parlamentares a legendas recém-criadas que se incorporam a outras.

"Trata-se de burla da lei eleitoral, visto que a justa causa da desfiliação aparente, filiação em novo partido visa dissimular o verdadeiro motivo da desfiliação, qual seja, o ingresso em partido preexistente mediante a fusão ou incorporação posterior?", pergunta os dirigentes do PTB.

O documento é assinado pela presidente nacional do PTB, Cristiane Brasil, e pelo primeiro secretário-geral da legenda, Campos Machado.

O partido também já decidiu que marcar uma reunião com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para discutir sobre a questão da criação de novos partidos. A data do encontro ainda não foi definida.

O ministro da Educação, Cid Gomes, criticou na noite desta terça-feira, 3, a proposta que deve entrar na pauta da Câmara dos Deputados criando uma quarentena para fusão de partidos políticos. No projeto que o DEM quer colocar em votação, a fusão de partidos só será permitida para siglas que tenham registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há pelo menos cinco anos.

"Fusão de partido deve ser algo permanentemente admissível, penso assim. Acho que isso é um princípio democrático e ao meu juízo, quem quiser alterar isso, vai estar ferindo direitos", opinou.

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A proposta do DEM tem a simpatia da cúpula do PMDB, partido que comanda a Câmara e o Senado. Os peemedebistas têm como alvo o Partido Liberal (PL), sigla que o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), trabalha para formalizar.

Cid está reunido nesta noite com a bancada do PROS na Casa e disse que pedirá aos deputados de seu partido empenho para aprovação do projeto que cria um instituto para avaliar as instituições de Ensino Superior. "É importante que o Ministério tenha um instrumento na sua estrutura que possa aferir permanentemente a qualidade dos cursos superiores do Brasil", argumentou. A proposta já passou pelo crivo dos senadores e aguarda apreciação na Câmara.

A criação na atual legislatura de três partidos políticos - PSD, PROS e Solidariedade -, acabou por influenciar na redução do número de candidaturas a deputado federal de legendas que perderam integrantes para essas siglas, como o PMDB, o PSDB e o DEM.

O caso que mais chama a atenção é o do PMDB, partido que busca retomar o protagonismo perdido para o PT na Câmara e eleger o maior número de deputados neste ano. O partido lançou para a disputa 333 candidatos, 29,1%% a menos do que há quatro anos, quando disputaram o voto de deputado federal 430 postulantes. Outros partidos que integraram a base aliada da presidente Dilma Rousseff também diminuíram o número de candidatos. O PTB caiu de 338 para 253 (36%); PP de 239 para 180 (33%) e PDT foi 320 para 310 (3%).

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Presidente do PMDB durante a montagem das alianças nacional e regionais, o senador Valdir Raupp (RO) diz que o nascimento de novos partidos a cada instante ameaça o futuro da política no País, jogando-a num estado anárquico que prejudica todas as legendas. O PMDB foi uma das vítimas dos novos partidos que surgiram depois de 2010. Minguou tanto em tamanho quanto em número de candidatos.

Por outro lado, houve partidos aliados que aumentaram o número de candidatos, caso do PT, que lançou 373 postulantes à Câmara na eleição passada e desta vez apresentaram 390 (4,5%). O PR aumentou foi de 190 para 195 (2%)

Na oposição, quem mais diminuiu o número de candidatos a deputado federal foi o DEM, que passou de 222 para 175 (27%). O PSDB caiu de 329 para 314 (5%). O PSDB caiu de 329 para 314 (5%). O DEM foi de 222 para 175 (27%). Já o PSB, que era aliado de Dilma mas deixou a base para lançar o ex-governador Eduardo Campos a presidente, lançou 387 candidatos a deputado para a eleição de outubro. Em 2010, foram 338. Um aumento de 15%.

O partido que mais lançou candidatos a federal em números absolutos neste ano foi o PSOL, que só tem três deputados federais e decidiu ocupar todos os espaços possíveis e apresentar um grande número de candidatos para todos os cargos, de presidente da República a governador, passando por senador e deputado federal. Só para a Câmara são 412. Eram 335 em 2010. Um aumento de 26%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.875, que torna mais rigorosas as regras para criação de partidos políticos. A norma limita o acesso a verbas do Fundo Partidário e restringe o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para os novatos.

A nova lei mantém os atuais porcentuais de distribuição do Fundo Partidário, mas ressalva que serão desconsideradas do cálculo as mudanças de filiação partidária. O rateio do fundo consiste em 5%, em partes iguais, para todos os partidos com estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral e 95% para os partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados.

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Quanto à propaganda em rádio e TV, a lei elimina a exigência de representação na Câmara dos Deputados, permitindo que todas siglas com candidatos tenham acesso ao tempo nesses veículos. Apesar dessa mudança, o novo texto reduz o espaço destinado às novas legendas. Assim como no rateio do Fundo Partidário, as mudanças de partido não serão consideradas no cálculo do tempo reservado aos partidos.

Vencida a etapa de criação dos partidos na Justiça Eleitoral, integrantes do Solidariedade (SDD) e do PROS brigam agora, nos bastidores, por metros quadrados dentro da Câmara dos Deputados.

Em meio à pressão dos parlamentares das duas legendas pelo espaço físico, uma das soluções consideradas por integrantes da Casa é o de desalojar servidores lotados no prédio onde funciona as comissões permanentes e chamado por alguns funcionários de "Avenida Vieira Souto", conhecida avenida do Rio de Janeiro, famosa por ter um dos mais altos custos por metro quadrado da América Latina, e transferi-los para uma área utilizada como "depósito". O possível destino desses servidores fica no subsolo do edifício, onde estão os gabinetes da maioria dos deputados.

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O material guardado neste local destinado a depósito, deverá ser transferido para uma espécie de abrigo, a ser construído nas proximidades de um dos estacionamentos da Casa, num local hoje destinado a um viveiro. Essas mudanças devem ser realizadas durante o recesso parlamentar, previsto para começar no final de dezembro, período em que a Casa fica praticamente vazia.

Por terem sido criados no meio da legislatura, o Solidariedade e o PROS devem ocupar, de forma emergencial até o início do próximo ano, duas salas de 35 m2. O endereço da liderança do PROS, por exemplo, deverá ser a sala destinada aos representantes do Ministério Público.

Já o Solidariedade ficará em outra área localizada no Anexo III, até então rejeitada pelos servidores em razão de o espaço concentrar um forte cheiro de gordura, oriundo do restaurante que fica no andar abaixo. Em 2014, a previsão é que as duas legendas ocupem juntas uma área de cerca de 310 m2, no prédio das comissões.

Disputa política

Mas não é só a briga por espaço físico que mobiliza no momento as duas novas legendas. Uma outra disputa interna, envolvendo desta vez espaço político, também começa a tomar corpo nos bastidores da Casa. Com a criação do Pros e do Solidariedade, um novo remanejamento na composição das comissões permanentes da Câmara deverá ser feito no início do próximo ano.

Em tese, o SDD e o PROS, por terem uma bancada com 22 e 17 deputados, respectivamente, têm direito de escolher o comando de uma das comissões. Em contrapartida, o PSC que indicou o deputado Marco Feliciano (SP) para presidir a comissão de Direitos Humanos, por exemplo, perde essa prerrogativa. A dança das cadeiras também atinge o PR, que em tese passaria a indicar o presidente de apenas uma comissão, em vez das duas atuais.

Além da presidência do colegiado, uma nova redistribuição da própria composição das comissões deverá ser feita para acomodar integrantes das duas legendas.

"Claro que vai dar briga, mas não vamos entrar nisso. É preciso fazer os ajustes da mesma forma como fizeram com o PSD", defendeu o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Os ajustes feitos na composição das comissões para atender o PSD ocorreram apenas cerca de seis meses depois da criação da legenda. Na ocasião, ficou decidido que o partido teria o direito de comandar duas comissões. Segundo técnicos da Câmara ouvidos pelo Broadcast Político, esse entendimento pode ser interpretado de forma que ele só valeria para o PSD.

"Acho que vão dificultar essa questão das comissões. Eu mesmo não gostaria de ceder nossos espaços conquistado no processo eleitoral, acho que complica", disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO). "Daqui até o início do ano, vai ter muita confusão, até porque o presidente (da Casa) Henrique Eduardo Alves já disse que nenhum partido vai perder", afirmou o líder do PDT, André Figueiredo (CE). "É preciso regras perenes, porque se não daqui a pouco cada um dos 513 deputados terá um partido e as reuniões de bancada serão no plenário", ironizou.

Favorecido pelas regras implantadas em 2012, o líder do PSD, Eduardo Sciarra (PR), também vê no horizonte problemas na discussão sobre o tema. "Sou a favor de ceder tudo de acordo com a proporcionalidade. Mas na maioria dos partidos, ninguém quer ceder", admitiu.

Além da questão do espaço físico e político, a Câmara deverá encontrar também uma saída para a criação de cargos para o SDD e PROS. De acordo com as regras da Casa, cada um terá direito a 51 funcionários, entre comissionados e servidores.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta terça-feira (8), que tentará colocar em votação esta tarde o projeto de lei que inibe a criação de partidos. A tramitação da matéria foi congelada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu em abril liminar pedida pelo PSB para impedir a votação da proposta que proíbe parlamentares que trocarem de partidos de levarem consigo os tempos de rádio e TV e os recursos do fundo partidário.

A iniciativa ocorre após a criação de duas novas legendas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o momento, o Solidariedade e o Pros conseguiram filiar 35 deputados federais e um senador. Outra potencial beneficiária da atual lei, a ex-ministra Marina Silva não conseguiu criar seu partido, o Rede Sustentabilidade, por falta do apoio mínimo previsto em lei. Marina filiou-se ao PSB no último sábado, prazo limite para filiações.

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"É muito importante que, do ponto de vista do Congresso, nós possamos dar um basta", afirmou Renan Calheiros, que pretende conversar com os líderes partidários para incluir a matéria do plenário desta terça-feira.

A intenção de Renan é votar a proposta após uma medida provisória que tranca a pauta do Senado. Com isso, a proposta de criação de novos municípios, atualmente o terceiro item da pauta, deve ficar para depois. Mesmo pressionado, o presidente do Senado resiste em colocar em votação esse item.

Para Renan, a atual "pulverização partidária" está na contramão do que acontece em outras democracias. "Quanto mais partidos você tiver, menos identificação programática e menos a sociedade tem os partidos como referência. É preciso por um basta nisso desestimulando definitivamente a criação de novos partidos", afirmou.

A criação de dois novos partidos, Solidariedade e PROS, promete desencadear migrações envolvendo até 50 deputados - cerca de 10% da composição da Câmara - e afetar sobretudo partidos da base governista. Diante da agitação no mercado eleitoral, PT e PMDB já trabalham para tirar da gaveta o projeto que inibe a criação de novas agremiações. O objetivo dos dois maiores partidos governistas é fechar a brecha na regra da fidelidade partidária criada pelo Judiciário.

Ontem, 25, no primeiro dia após o surgimento, as duas novas siglas já divulgavam 33 adesões. Pela regra atual, o parlamentar que ingressar num partido recentemente criado não poderá ter o cargo questionado pela legenda que o abrigava anteriormente. As negociações políticas dos novos partidos envolvem divisão de tempo de TV em campanhas eleitorais e recursos do fundo partidário.

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Criado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, de saída do PDT, o Solidariedade tem viés oposicionista no plano federal, devendo se alinhar a Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014. O PROS, por sua vez, tem como presidente Eurípedes Júnior, um ex-vereador com passagem por cinco pequenos partidos, e deve integrar a base aliada a Dilma no Congresso. Nos Estados, porém, ambos fazem composições com governadores e lideranças da base e da oposição.

A legenda comandada por Paulinho divulgou ontem a adesão de 23 deputados - sendo um deles suplente -, e um senador, Vicentinho Alves (TO), que vai deixar o PR. Em reunião realizada em um hotel na tarde de ontem 18 deles já discutiam a forma de ampliar a bancada e fazer um arrastão de filiações também nos Estados. Estiveram na local nomes como Manato (PDT-ES), Wladimir Costa (PMDB-PA), Armando Vergílio (PSD-GO) e Fernando Francischini (PEN-PR). O prazo para troca de legenda para quem quer se candidatar em 2014 termina em 5 de outubro.

O PROS informou ontem a adesão de 10 deputados federais, entre eles Vicente Arruda (PR-CE), Givaldo Carimbão (PSB-AL) e Ademir Camilo (PDT-MG). O partido vive a expectativa de filiar o governador do Ceará, Cid Gomes, de saída do PSB. Com isso, pode receber a filiação do atual ministro Leônidas Cristino (Portos).

De acordo com as listas divulgadas pelas legendas, o PDT é quem mais sofre com a migração na Câmara. Dos 26 deputados, 6 iriam para Solidariedade e 2 para o PROS. O PR é outro que deve ter baixas significativas, perdendo 6 de seus 38 deputados. O PMDB aparece na sequência, com cinco perdas. Na oposição, PSDB, DEM e PPS devem ter a saída de dois deputados cada. O PSB, que anunciou a saída do governo Dilma pela candidatura de Eduardo Campos, também tem 2 baixas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criticou nesta quarta-feira, 25, a criação de novos partidos pela Justiça Eleitoral. Nesta terça-feira, 24, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oficializou o Partido Republicano da Ordem Social (PROS) e o Partido da Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva (SP). A Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, aguarda julgamento. "Isso um dia tem que parar, vamos para o 32º partido. É impossível organizar uma democracia forte, com partidos programáticos, com esse número (de siglas)", afirmou.

Passada a "temporada" de criação de legendas, que termina no dia 5 de outubro, Alves acredita que o Senado deveria colocar em votação o projeto que inibe a criação de novas siglas. "A partir daí é reorganizar essa questão partidária", defendeu.

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O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), também pregou o fim da "farra partidária". "Está valendo segundos de televisão, parcela do fundo partidário, isso é um absurdo. Tem que acabar com essa festa", disse.

Cunha ressaltou que cabe ao Senado retomar a discussão da matéria, que já foi alvo de questionamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O peemedebista lembrou que só nesta legislatura foram criados três partidos, sendo o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab o primeiro da série. "São três exemplos que mudam o resultado das urnas com uma criação cartorial", condenou.

A análise dos processos de criação do partido Solidariedade e do PROS no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi adiada para a próxima terça-feira, 24. O tema, inserido na pauta desta quinta-feira, 19, do tribunal, foi alvo de pedidos de vista, ou seja, mais prazo para análise.

No caso do Solidariedade, o pedido foi feito pelo Ministério Público Eleitoral. Já em relação ao PROS, o pedido foi realizado pela própria relatora do caso no TSE, ministra Laurita Vaz.

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Após o anúncio do adiamento, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o "Paulinho da Força", idealizador do Solidariedade lamentou o adiamento. "É ruim, porque atrapalha o processo de filiação, que se acaba no próximo dia cinco. Mas faz parte do processo jurídico eleitoral", disse.

De acordo com a lei eleitoral, os partidos têm até o próximo dia 5 para serem constituídos e, assim, participar das eleições do ano que vem. Em relação à Rede Sustentabilidade, projeto da ex-senadora Marina Silva, ainda não há previsão de data para análise do caso no TSE.

O projeto de lei que cria restrições aos novos partidos voltará a ser discutido no Senado. Ainda sem data para ser colocado em pauta, o PLC 14/2013 foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para continuar a tramitar.

A matéria foi enviada pela Câmara ao Senado em abril e chegou a ser discutido no plenário o requerimento para tramitação em regime de urgência. Mas, a apreciação teve que ser interrompida diante de uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, em mandado de segurança impetrado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

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O mérito, então, precisou ser analisado pelo plenário do STF. Nessa quinta-feira (20), por sete votos a três, a Corte decidiu que só caberá ao Supremo julgar a constitucionalidade se essa proposta se tornar lei, liberando assim o projeto de lei para apreciação no Senado.

Apoiada nos protestos que se espalharam pelo País, a oposição do Senado estuda alternativa para barrar a proposta que asfixia a criação de partidos políticos. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubaram a liminar de abril que suspendia a votação, mas podem ser acionados novamente caso a matéria seja aprovada na Casa.

Autor do mandado de segurança que questionou a votação da proposta, o senador Rodrigo Rollemberg (PTB-DF) tem como primeira meta o arquivamento do projeto de lei. Contudo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quinta-feira ainda não ter decisão sobre a tramitação da proposta.

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Caso se decida manter ao projeto na Casa, líderes da oposição vão pedir que ela passe pela análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para avaliação da constitucionalidade. "O projeto é objeto de controvérsia e deveria, no mínimo, passar pela CCJ. Seria leviano se não fizéssemos isso.", afirmou o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP).

O argumento dos senadores é que, mesmo os ministros que votaram pela derrubada da liminar de Gilmar Mendes, que impediu a votação, indicaram a inconstitucionalidade da proposta. "Muitos ministros que votaram pela queda da liminar, de alguma forma já adiantaram que o projeto é inconstitucional", frisou Nunes.

Cabe a Renan Calheiros, no entanto, decidir como a matéria vai tramitar. Uma das possibilidades, é votar um requerimento de urgência, que levaria a proposta direto para apreciação em plenário. Na noite em que o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu a liminar para suspender a votação, os senadores haviam acabado de rejeitar, por votação nominal, um requerimento de urgência. Foi uma dupla derrota para o governo que, no entanto, ainda não recuou da matéria.

"Vamos medir qual o ônus que a classe política terá mais uma vez em relação a isso. Se as pessoas estiverem surdas aos recados das ruas, vamos apreciar esse projeto, e caso o Senado esteja insensível a isso, vamos recorrer ao Supremo", adiantando a intenção de ingressar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin).

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luiz Fux bateram boca nesta quinta-feira em plenário, no momento em que o decano da Corte, Celso de Mello, dava seu voto na ação que discute a possibilidade de o tribunal anular a tramitação de um projeto de lei que inibe a criação de partidos políticos. O julgamento foi encerrado, com placar e sete votos a três a favor da liberação do trâmite do projeto que está no Senado.

O ministro Luiz Fux interrompeu Celso de Mello, que proferia seu voto há mais de uma hora e meia. Ele se queixou do fato de Gilmar Mendes, relator do projeto, ter falado que há "ignorância" de quem afirmou que o Supremo nunca congelou a análise de projeto em curso no Congresso Nacional.

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Fux reagiu e disse que existe uma "falta de tolerância" com o posicionamento diverso dos ministros. Ele disse que cada um tem uma visão do processo. "A ignorância seria de quem?", questionou. "Ah, Vossa Excelência não queira me interpelar!", rebateu Gilmar Mendes.

"Não se trata de interpelar. Mas não vou admitir que Vossa Excelência diga que eu tenho agido com ignorância. Eu posso entender que a ignorância reside exatamente, em um sistema de constitucionalidade como é o nosso, admitir através de mandado de segurança o controle da constitucionalidade material das leis. Então, eu repudio, se a mim se refere esse adjetivo", treplicou Luiz Fux.

O ministro Celso de Mello contemporizou a discussão e disse não ter visto na manifestação de Gilmar Mendes "nenhum juízo de censura a essa Egrégia Corte".

O Brasil poderá ganhar mais quatro novos partidos políticos ainda este ano para concorrer às eleições de 2014. A discussão sobre a matéria que trata da criação de novas agremiações está, neste momento, no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso acontece porque o Congresso Nacional, por meio de uma Emenda Constitucional, tentou impedir a distribuição do tempo dos programas de TV e rádios e do Fundo Partidário para as novas legendas.

Poderão ser criadas ainda este ano a Rede Sustentável, que tem como principal articuladora política, a ex-ministra do meio ambiente Marina Silva. Atualmente a mobilização gira em torno da coleta de assinaturas. Outras siglas estão com o processo de registro já adiantados. Este é o caso do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que já protocolou seu pedido de registro, e do Partido Liberal Brasileiro (PLB), que falta alguns documentos para se registrar no TSE.

Outra agremiação tem como principal mentor o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), presidenta nacional da Força Sindical. Ele tem buscado apoio político para criar o Partido da Solidariedade. Cada legenda, mesmo que não possua representantes em nenhuma das três esferas de poder (município, assembleias estaduais, Congresso Nacional e Senado), têm o direito ao fundo partidário e ao tempo do programa partidário gratuito no Rádio e TVs.

Em 2012, o menor repasse que aconteceu foi para Partido Ecológico Nacional (PEN), criado no mesmo ano. A nova legenda recebeu cerca de R$ 340 mil. O tribunal Superior Eleitoral atualmente conta com 30 partidos políticos registrados.

Para uma legenda ser criada a lei exige primeiro a assinatura de 101 membros fundadores distribuídos em pelo menos nove estados. Eles registram o estatuto em um cartório civil em Brasília e o publicam no diário oficial da União.

Depois desse trâmite jurídico, a legenda poderá sair para coletar assinaturas em todos território nacional, sendo necessário 0,5 dos votos válidos da ultima eleição, para que a legenda seja criada.

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O presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), afirmou nesta sexta-feira acreditar que o projeto que inibe a criação de novos partidos voltará a ser discutido na Justiça mesmo que seja aprovado no Congresso. Para o socialista, mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere a votação do texto - suspensa por liminar do ministro Gilmar Mendes - pelo Senado, caberá à Justiça dar a palavra final sobre a constitucionalidade do texto.

Campos disse que recebe "com tranquilidade" a decisão do STF de liberar a tramitação do projeto porque "decisão da Suprema Corte temos que ter, na democracia, o entendimento que cabe acatar". Mas avaliou que "muitos" ministros do Supremo já "deixaram claro que uma coisa é interromper um processo de votação que estava em curso no Senado e outra coisa é o mérito da matéria".

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Cotado para disputar a Presidência em 2014, o governador de Pernambuco é, ao lado dos partidos de oposição, um dos críticos da proposta. O entendimento é de que o governo está por trás do projeto para inviabilizar o surgimento de novas candidaturas que possam disputar o pleito contra a presidente Dilma Rousseff, provável candidata à reeleição, como a de Marina Silva, que tenta viabilizar a criação da Rede Sustentabilidade.

"Ao cabo da votação continua o debate sobre a constitucionalidade, a meu ver. Então, esse assunto deverá voltar ao STF tão logo o Congresso Nacional conclua a votação no Senado", observou Campos em entrevista concedida pouco antes de participar, junto com o governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), e os ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Antônio Andrade (Agricultura) de evento empresarial em Araxá, na região do Alto Paranaíba.

A ex-senadora, Marina Silva (AC), disse nesta quinta-feira (16), em São Paulo, que o novo partido dela, o Rede Sustentabilidade, pode entrar na Justiça com ação de inconstitucionalidade, se o projeto de lei que dificulta a criação de partidos for aprovado pelo Congresso. "Se o Senado não corrigir a inconstitucionalidade, nós vamos entrar com uma ação. O projeto é claramente inconstitucional", disse.

A tramitação do projeto de lei que dificulta a criação de legendas está parada na Câmara dos Deputados por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O texto impede que políticos que mudam de sigla levem consigo tempo de televisão e recursos do Fundo Partidário para a nova agremiação.

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O caso criou divergências entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU). O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que o projeto é inconstitucional. Já o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, apresentou nesta quarta-feira (15), recurso no qual pede que o STF libere a retomada da tramitação.

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