Tópicos | Otan

Horas após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar ofensiva militar na Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) condenou, "nos mais fortes termos possíveis", o "horripilante" ataque, que considera "inteiramente injustificado e não provocado". Em comunicado divulgado na manhã desta quinta-feira, a aliança também denunciou Belarus por apoiar as ações russas.

Segundo a nota, a operação representa "grave violação" da lei internacional e constitui um ato de agressão contra um país independente e pacífico. A Organização reitera apoio às instituições e aos líderes eleitos ucranianos, incluindo o Parlamento e o presidente.

##RECOMENDA##

"Sempre manteremos nosso total apoio à integridade territorial e à soberania da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, incluindo suas águas territoriais", afirma.

A Otan exorta Moscou a cessar as atividades militares e a retirar suas tropas da região. Também critica o reconhecimento da independência de regiões separatistas no leste ucraniano e afirma que seus aliados nunca aceitarão essa medida "ilegal". "Isso viola ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e viola os acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária", ressalta.

A aliança diz ainda que os líderes russos terão que suportar integral responsabilidade pelas consequências do seus atos, com um "pesado" preço político e econômico. "A Otan continuará a coordenar estreitamente com as partes interessadas relevantes e outras organizações internacionais, incluindo a UE União Europeia", pontua.

A Organização acrescenta que, desde o início da crise, buscou soluções diplomáticas, mas que os esforços não foram recíprocos e que os russos escolheram a escalada do conflito. "As ações da Rússia representam uma séria ameaça à segurança euro-atlântica e terão consequências geoestratégicas", destaca.

A Otan conclui afirmando que tomará todas as medidas necessárias para garantir segurança e defesa de seus aliados e que mobilizou forças defensivas adicionais no leste da aliança.

"Decidimos, de acordo com nosso planejamento defensivo para proteger todos os aliados, tomar medidas adicionais para fortalecer ainda mais a deterrência e a defesa em toda a Aliança", pontua, acrescentando que as medidas são "preventiva, proporcional" e não visam à escalada.

O início da ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia provocou uma série de reações da comunidade internacional.

- Ucrânia -

"Estamos construindo uma coalizão anti-Putin", declarou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, após conversas com líderes estrangeiros. "O mundo deve obrigar a Rússia à paz", disse.

"Cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque. É uma guerra de agressão. A Ucrânia se defenderá e vencerá. O mundo pode e deve frear Putin. A hora de atuar é agora", escreveu no Twitter o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

- Estados Unidos -

O presidente Joe Biden denunciou o "ataque injustificável" da Rússia contra a Ucrânia.

"O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará perdas catastróficas de vidas e sofrimento humano", afirmou Biden em um comunicado. "Apenas a Rússia é responsável pela morte e a destruição que este ataque provocará", insistiu, depois de destacar que "o mundo fará com que a Rússia preste contas".

- ONU -

A ofensiva russa "deve parar agora", implorou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.

"Presidente Putin, em nome da humanidade, leve de volta as tropas à Rússia", declarou Guterres, que considera este o "dia mais triste" desde que assumiu o cargo à frente da ONU.

- União Europeia -

"Condenamos veementemente o ataque injustificado da Rússia à Ucrânia. Nestas horas sombrias, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e temem por suas vidas", declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A Rússia corre o risco de um "isolamento sem precedentes" por sua ação militar na Ucrânia, advertiu o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, ao informar que o bloco prepara o maior pacote de sanções de sua história.

- China -

A China afirmou que acompanha de perto a situação na Ucrânia após a intervenção militar russa, mas não condenou Moscou e pediu a todos que evitem uma escalada.

"Pedimos a todas as partes que exerçam moderação para evitar que a situação saia do controle", disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying, sem condenar a Rússia.

- França -

A "França condena energicamente a decisão da Rússia de fazer a guerra contra a Ucrânia", declarou o presidente Emmanuel Macron, que pediu a Moscou que "acabe imediatamente com suas operações militares".

"A França se solidariza com a Ucrânia. Está ao lado dos ucranianos e age com seus parceiros e aliados para deter a guerra", acrescentou.

- Alemanha -

A operação militar russa é "uma violação flagrante" do direito internacional, afirmou o chanceler alemão, Olaf Scholz.

- Reino Unido -

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, condenou os "horrendos acontecimentos na Ucrânia" e afirmou que Putin "escolheu o caminho do derramamento de sangue e a destruição ao iniciar um ataque não provocado".

- Otan -

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, denunciou o "ataque irresponsável e não provocado" da Rússia contra a Ucrânia, e alertou que deixa "incontáveis vidas em risco".

"Mais uma vez, apesar de nossas repetidas advertências e esforços incansáveis para um compromisso na diplomacia, a Rússia escolheu o caminho da agressão contra um país independente e soberano", acrescentou.

Também disse que a Otan "fará tudo o que for necessário para proteger e defender todos os aliados".

- Itália -

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, qualificou o ataque russo contra a Ucrânia como "injusto e injustificável" e garantiu que a União Europeia (UE) e a Otan trabalham para dar uma resposta imediata.

"O governo italiano condena o ataque da Rússia contra a Ucrânia. É injusto e injustificável. A Itália está junto do povo e das instituições ucranianos neste momento dramático", disse Draghi em um comunicado.

- Polônia -

A Polônia pediu a ativação do artigo 4 do tratado da Otan, que prevê consultas entre os membros caso algum deles considere que sua segurança está sob ameaça, informou um porta-voz do governo.

- Japão -

O ataque russo na Ucrânia "abala os fundamentos da ordem internacional", denunciou o primeiro-ministro japonês, Fumion Kishida.

- Austrália -

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, condenou a "invasão ilegal" da Rússia ao anunciar uma "segunda rodada" de sanções contra quatro instituições financeiras e 25 pessoas de quatro entidades de desenvolvimento e venda de equipamentos militares.

- Espanha -

"O governo da Espanha condena a agressão da Rússia contra a Ucrânia e se solidariza com o governo e o povo da Ucrânia", tuitou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez.

- Países nórdicos -

A Finlândia e a Suécia, que não são membros da Otan, condenaram o ataque russo à Ucrânia, denunciando separadamente "um ataque à ordem de segurança europeia".

Por sua vez, a Noruega, membro da Aliança Atlântica, condenou uma "grave violação do direito internacional" e anunciou a mudança de sua embaixada de Kiev para Lviv, no oeste do país.

Com a tentativa de reduzir a influência da Otan, Vladimir Putin conseguiu colocar a Rússia no topo das prioridades da geopolítica global. Por outro lado, vem testemunhando o que não desejava: o fortalecimento da aliança atlântica, o alinhamento dos EUA com aliados europeus e o espaço dado ao democrata Joe Biden para liderar uma resposta à crise na Ucrânia.

O presidente americano teve sua capacidade de responder aos problemas mundiais colocada em xeque no ano passado, com uma conturbada retirada das tropas dos EUA do Afeganistão e desencontros diplomáticos com aliados europeus, especialmente como a França.

##RECOMENDA##

"A crise tornou a Otan mais unida, forte e relevante. Antes disso, víamos Biden lidando mal com o Afeganistão e Angela Merkel como uma voz forte na coordenação transatlântica. A Otan não tinha uma missão tão relevante. Agora, há uma mudança. O tiro de Putin tem saído pela culatra", disse Ian Bremmer, fundador da consultoria de risco Eurasia Group.

RENASCIMENTO. Para Sérgio Amaral, ex-embaixador do Brasil nos EUA, Putin mostra que a Rússia não é um país que está no seu ocaso, como alguns americanos pensam. "A Rússia tem poderio militar, estratégia e disposição de defender seus interesses. Ela quer mostrar que está viva. A questão da Ucrânia está no centro da nova reconfiguração no equilíbrio de poder."

Segundo Amaral, Biden pode sair fortalecido com a crise. "A política que ele propôs, a formação de alianças, em substituição às ameaças de Donald Trump, bem ou mal está funcionando", afirma. "A questão é saber como cada um dos países sairá deste período de transição, em que há duas potências (EUA e China) e uma menor que está mostrando que precisa ser chamada à mesa de negociação."

Bremmer diz que a China assiste com atenção aos movimentos na Ucrânia. "Se os russos saírem disso com mais território e sem uma resposta substancial dos EUA, Pequim se sentirá em condições de fazer o mesmo em áreas importantes para eles", disse o ex-embaixador.

Um risco apontado por Amaral é o dilema americano: ceder aos apelos da Rússia ou assistir a uma aproximação ainda maior entre Moscou e Pequim. Para o establishment em Washington, Putin tenta não apenas colocar suas condições na mesa de negociação para impedir o avanço da Otan, mas também desestabilizar o governo americano. "O objetivo é fazer Biden parecer fraco. Criar divisão nos EUA e influenciar as eleições americanas", disse James Stavridis, ex-comandante da Otan, em entrevista ao Washington Post.

UNIDADE. No entanto, democratas e republicanos - pelo menos quando o assunto é Putin - parecem unidos no Congresso. A frase "Você está completamente certo" foi repetida mais vezes do que o normal em um debate nesta semana em Washington promovido pelo Wilson Center, entre senadores dos dois partidos.

"A intenção de Putin, de dividir os EUA, os aliados e a Otan está tendo o efeito oposto. Isto está unindo a Otan", disse a senadora democrata Jeanne Shaheen. "Ela está absolutamente certa", concordou Roger Wicker, colega republicano. O apoio à Ucrânia vem até de aliados de Trump, como o senador Ted Cruz.

"Os dois partidos concordam que os EUA precisam estabelecer defesas fortes, militares e econômicas, no caso de os russos optarem pela intervenção, ainda que pequena. Todos concordam que os europeus devem ser aliados. Ninguém quer dizer que concorda com o outro. Mas, se compararmos a situação atual com outras crises recentes, veremos que há consenso", afirma Bremmer.

"A questão é o que acontecerá se Putin decidir escalar a situação, mas não invadir. Se houver invasão, será um cenário horrível, mas manterá a Otan unida. Mas o que acontece se, sem invasão, ele escalar os ciberataques, por exemplo? Até onde a Otan manterá a união?", questiona o analista do Eurasia Group.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diplomatas russos e americanos correm contra o tempo para evitar um conflito na Ucrânia. No entanto, conciliar os interesses de Moscou e Washington parece cada vez mais difícil. Nesta sexta-feira (21), o máximo que os dois conseguiram foi concordar que o diálogo deve continuar. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ao chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, que responderá na semana que vem às exigências feitas pelo Kremlin para evitar uma guerra.

O problema é que a lista de desejos de Vladimir Putin, é longa. Ontem, o presidente russo esticou um pouco mais a corda e exigiu que a Otan retire todas suas forças de Bulgária, Romênia e de outros países da antiga esfera de influência soviética da Europa Oriental que aderiram à aliança após 1997 - um pedido impossível de atender.

##RECOMENDA##

"As exigências da Rússia criariam membros da Otan de primeira e segunda classe e não podemos aceitar isso", disse Oana Lungescu, porta-voz da aliança. O primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, disse que a Bulgária decide sozinha o que fazer. "Somos um país soberano. Como tal, apenas nós decidimos questões de defesa, em coordenação com nossos parceiros da Otan."

Negociações

Blinken e Lavrov trocaram amabilidades após a reunião de ontem e garantiram que Putin e o presidente americano, Joe Biden, estão prontos para um encontro. No entanto, o único avanço teria sido uma possível reunião entre Lavrov e Blinken, no início de fevereiro, depois que os americanos enviarem aos russos as respostas por escrito.

Americanos e europeus temem que Putin esteja mais perto do que nunca de uma nova invasão da Ucrânia, depois de mobilizar mais de 100 mil soldados na fronteira e de enviar tropas para a vizinha Belarus, que poderia abrir uma segunda frente de invasão. Em 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia e, desde então, patrocina uma guerra separatista na região de Donbas, no leste da Ucrânia.

Ontem, Lavrov rejeitou qualquer hipótese de invasão russa, dizendo que tudo não passa de "histeria" do Ocidente. O chanceler acusou os EUA e a Europa de "sabotarem" um acordo de paz para acabar com a guerra civil na região de Donbas.

Os EUA têm usado todas as ferramentas diplomáticas para tentar dissuadir Putin, incluindo ameaças de sanções econômicas, que incluiriam a exclusão da Rússia do Swift, mecanismo global de pagamentos, o que isolaria o sistema bancário do país.

A pressão também é de caráter militar. Ontem, após autorização do Departamento de Estado dos EUA, os governos de Estônia, Letônia e Lituânia confirmaram o envio para a Ucrânia de mísseis antiaéreos e antitanque de fabricação americana. Os EUA também aprovaram um pacote de US$ 200 milhões para auxiliar a defesa do país contra um ataque russo.

Seria muito difícil conter uma invasão russa, mas os ucranianos têm capacidade de fazer algum estrago, desgastando a imagem de Putin entre os russos, que não apoiam uma guerra contra o país vizinho - segundo várias pesquisas recentes. Além disso, o apoio da elite econômica ao Kremlin poderia ser questionado em caso de novas sanções financeiras.

Exigências

Além da retirada de tropas da Otan de países que faziam parte da esfera de influência soviética, a Rússia também exige uma garantia de suspensão de qualquer forma de expansão da aliança militar na direção de suas fronteiras. Americanos e europeus disseram que as exigências são inaceitáveis, porque reescreveriam a ordem de segurança da Europa no pós-Guerra Fria. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O chefe da Otan considerou, nesta sexta-feira (7), que a implantação militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia representa um risco "real" de conflito e que a Aliança Atlântica deve se preparar para o fracasso dos esforços diplomáticos.

"O risco de conflito é real. As ações agressivas da Rússia prejudicam seriamente a segurança na Europa", advertiu o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, após uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da organização.

Stoltenberg chamou a decisão de Moscou de participar de uma reunião do conselho da Otan-Rússia na quinta-feira de "um sinal positivo".

"É um sinal positivo, porque as tensões são grandes. Veremos se a Rússia estabelece um diálogo de boa fé e aceita que se discuta questões fundamentais. Mas devemos estar preparados para o fracasso da diplomacia", disse ele.

Na segunda-feira, a questão ucraniana vai centrar as discussões entre a Rússia e os Estados Unidos.

A este respeito, o chefe da Otan alertou que "não haverá discussão sobre a segurança europeia sem europeus na mesa de negociações"

Por sua vez, nos Estados Unidos, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que "não haverá negociações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia".

Em uma conversa telefônica com seu colega ucraniano, Dmytro Kouleba, o secretário americano falou sobre "as possíveis respostas dos Estados Unidos e seus aliados" ao acúmulo de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, segundo um comunicado.

Blinken "reafirmou o apoio inabalável dos Estados Unidos à independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia face à contínua agressão da Rússia", segundo o Departamento de Estado dos EUA.

Washington e seus aliados acusam a Rússia de preparar uma invasão depois de reunir cerca de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia, uma ex-república soviética.

Os países ocidentais estão tentando dissuadir Moscou de lançar um ataque contra seu vizinho, que desde 2014 luta contra separatistas pró-russos em duas regiões na fronteira leste.

O conflito eclodiu após a anexação da Crimeia pela Rússia e deixou mais de 13.000 mortos.

Stoltenberg alertou a Rússia sobre qualquer ação intempestiva contra a Ucrânia. "Se a Rússia decidir usar meios militares contra seu vizinho, estará sujeita a severas sanções econômicas e políticas", declarou.

No entanto, reiterou que a Otan não interviria militarmente, uma vez que a Ucrânia não é um de seus membros.

Mesmo assim, a organização transatlântica se prepara para reforçar sua presença militar no flanco oriental.

"Temos capacidades significativas", disse Stoltenberg, lembrando que a aliança tem uma força de reação rápida de cerca de 40.000.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) decidiu concentrar seus esforços na proteção dos territórios aliados contra ameaças da Rússia e da China, com novos planos discutidos na quinta-feira e sexta-feira pelos ministros da Defesa do bloco.

Trata-se de uma oportunidade de alto nível na Otan para analisar o desastre da retirada das tropas aliadas do Afeganistão e o retorno do Talibã ao poder naquele país após 20 anos de intervenção armada.

"Há uma transformação em andamento. Reduzimos significativamente o envio de missões fora dos territórios da aliança e estamos fortalecendo a defesa coletiva", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, antes do início da reunião.

"Os ministros da Defesa aprovarão novas metas de capacidade e novos planos de defesa para a área euro-atlântica", disse Stoltenberg.

"O objetivo é ter as forças adequadas nos lugares adequados e no momento adequado", insistiu.

A reunião teve início às 13h00 (10h00 de Brasília) em Bruxelas, após a chegada do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, e terá duração de dois dias.

Na sexta-feira, os debates serão dedicados aos laços com a União Europeia e espera-se uma difícil discussão sobre a vontade de alguns países em adquirir capacidade de ação militar autônoma quando a Otan não puder ou não quiser participar.

A modernização dos arsenais da Rússia e da China - dois países que se equipam com mísseis hipersônicos, investem no espaço e são acusados de realizar ataques cibernéticos contra interesses ocidentais - estão impulsionando essa revisão de estratégia, disse Stoltenberg.

"Devemos fortalecer nossa vantagem tecnológica com os meios do novo fundo de inovação em segurança, dotado de 1 bilhão de dólares, e com a estratégia de inteligência artificial", apontou.

- Liderança americana questionada -

A reunião na sede da Otan será "a primeira oportunidade de aprender as lições da retirada" do Afeganistão, disse o funcionário norueguês.

Stoltenberg expressou seu desejo de que "as diferenças de opinião" sobre a retirada do Afeganistão não provoquem "dissidência entre os Estados Unidos e os europeus", defendeu.

De sua parte, Austin disse estar pronto para discutir as "lições a serem aprendidas" com o fiasco no Afeganistão, onde o Talibã rapidamente preencheu o vácuo deixado pela Otan e tomou o poder em poucos dias.

"A discussão com certeza será muito acalorada", previu o representante de um país europeu.

Vários países criticaram abertamente o acordo alcançado entre os Estados Unidos e o Talibã, bem como a recusa dos Estados Unidos em adiar a saída das tropas aliadas para facilitar a retirada de colaboradores afegãos.

"A missão no Afeganistão não foi um fracasso", opinou Stoltenberg nesta quinta-feira. "Mas a forma como foi organizada a consulta sobre a retirada não foi satisfatória", afirmam vários aliados.

Assim, o secretário dos Estados Unidos e o próprio Stoltenberg serão cobrados.

"Não foi organizada nenhuma consulta sobre a implementação da decisão de retirada; nenhum calendário foi discutido; o secretário-geral e seu adjunto estavam de férias durante a retirada", reclamou um diplomata europeu.

Stoltenberg admitiu que a falta de uma estratégia de saída contribuiu para as dificuldades e "isso tem que fazer parte da análise do que deu errado".

A próxima cúpula da Otan será em Madri em 29 e 30 de junho de 2022, anunciou nesta sexta-feira (8) o presidente do governo espanhol Pedro Sánchez, após receber na capital espanhola o secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg.

"Estamos diante de um momento histórico da Otan" no qual "a prioridade" é "garantir e reforçar a unidade e coesão dentro da Otan", disse Sánchez em uma declaração no Palácio da Moncloa junto a Stoltenberg.

A cúpula em Madri terá como objetivo principal revisar o conceito estratégico da aliança adotado em 2010 para prepará-la para "os desafios que temos adiante na próxima década" em questão de segurança, afirmou Sánchez.

"Temos que continuar nos adaptando para o futuro e isso é exatamente o que vamos fazer na cúpula de Madri", disse o secretário-geral da Aliança Atlântica.

"Vemos como cresce a concorrência estratégica, com um comportamento mais agressivo da Rússia e da China mostrando seu poderio econômico e militar para intimidar os outros", continuou Stoltenberg, que mencionou também "instabilidade e ameaças no Oriente Médio, África do Norte e no Sahel".

Na última cúpula da Otan em Bruxelas, em junho, os líderes da aliança marcaram as "linhas vermelhas" que o líder russo Vladimir Putin não deveria cruzar, além de decidirem enfrentar a "crescente influência da China".

O anúncio da próxima cúpula ocorre após turbulências provocadas pela aliança entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, que resultou na ira da França, já que envolveu a anulação de um contrato milionário por Canberra de compra de submarinos clássicos franceses, para comprar, em vez disso, submarinos de propulsão nuclear dos Estados Unidos.

As autoridades francesas afirmaram que essa situação poderia pesar sobre a definição do novo conceito estratégico da Otan em Madri.

Jens Stoltenberg alertou na quinta-feira que as divergências entre Paris e Washington sobre o acordo chamado AUKUS não precisam dividir a Otan.

Durante um fórum em Madri nesta sexta, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, estimou que "faz falta um melhor equilíbrio político dentro da Otan", lembrando "o que aconteceu no Afeganistão", com a retirada das tropas dos Estados Unidos, e no Pacífico, em referência ao AUKUS.

"Um pilar europeu dentro da Otan não vai enfraquecer a Otan e a relação transatlântica. Vai tornar as duas coisas mais fortes", afirmou Borrell.

A Otan pediu nesta sexta-feira (20) aos talibãs que permitam a evacuação dos afegãos que desejam abandonar o país e prometeu que os aliados manterão uma "estreita cooperação" durante a operação.

Os ministros das Relações Exteriores da Aliança Atlântica realizaram uma reunão de emergência para analisar a situação no Afeganistão e os planos de evacuação.

"Pedimos a quem estiver na posição de autoridade no Afeganistão para respeitar e facilitar a marcha ordenada e segura, também através do aeroporto internacional Hamid Karzai de Cabul", disseram os 30 ministros da Otan em seu comunicado conjunto.

"Enquanto a operação de retirada continuar, manteremos nossa estreita coordenação operacional com os meios aliados" no aeroporto, acrescentaram.

Estados Unidos e seus aliados da Otan estão evacuando seus cidadãos, trabalhadores afegãos e suas famílias de Cabul desde o fim de semana, quando o Talibã assumiu a capital e retomou o poder.

Embora milhares já tenham conseguido sair, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse no início da reunião que tanto estrangeiros quanto afegãos sofrem dificuldades para chegarem ao aeroporto de Cabul.

A aliança ocidental interrompeu sua missão no Afeganistão em maio, quando os Estados Unidos decidiram retirar suas tropas, mas mantém cerca de 800 trabalhadores civis que ajudam a administrar o aeroporto.

Vários países lançaram missões para levarem seus cidadãos e aliados locais para lugares seguros, mas Stoltenberg alertou que os países da Otan devem trabalhar juntos e os talibãs devem cooperar.

"Centenas de trabalhadores da Otan e de contratados desempenharam um papel vital", disse, agradecendo às tropas dos Estados Unidos, Reino Unido e Turquia por protegerem seus trabalhadores no aeroporto de Cabul.

"Eles mantiveram o aeroporto de Cabul funcionando, incluindo o controle do tráfego aéreo, serviços essenciais do aeroporto e as comunicações", afirmou.

"No entanto, o principal desafio é garantir que as pessoas consigam chegar e entrar no aeroporto", reiterou Stoltenberg aos ministros.

"Esperamos que os talibãs permitam a passagem segura para todos os estrangeiros e afegãos que queiram deixar o país. Esta é a tarefa mais urgente", acrescentou.

O Talibã, que está perto de retornar ao poder no Afeganistão, iniciou em maio uma ampla ofensiva sem encontrar grande resistência, graças à retirada das forças americanas e da Otan.

- Início da retirada das tropas -

Em 1º de maio de 2021, os Estados Unidos e a Otan iniciam a retirada de seus 9.500 soldados, incluindo 2.500 americanos, ainda presentes no Afeganistão.

Combates intensos estouram entre os talibãs e as forças do governo na região de Helmand, no sul. No norte, os insurgentes tomam o distrito de Burka, na província de Baghlan.

Em 8 de maio, um ataque a uma escola para meninas mata mais de 50 pessoas em Cabul. As autoridades atribuem o atentado, o mais mortal em um ano, ao Talibã, que nega.

Em meados de maio, os americanos se retiram da base aérea de Kandahar, uma das mais importantes do Afeganistão.

- Avanço -

Os talibãs tomam dois distritos da província de Wardak, perto de Cabul, antes de conquistarem dois distritos da importante província de Ghazni.

Em 19 de junho, diante do rápido avanço dos insurgentes, o presidente afegão Ashraf Ghani nomeia novos ministros do Interior e da Defesa.

No dia 22, o Talibã toma o posto fronteiriço de Shir Khan Bandar (norte), o principal acesso ao Tadjiquistão. Centenas de soldados afegãos derrotados fogem para o território tadjique.

Os insurgentes assumem o controle das outras passagens para o Tadjiquistão, bem como os distritos que conduzem a Kunduz, capital da província de mesmo nome.

- Americanos deixam Bagram -

Em 2 de julho, as tropas americanas e da Otan devolvem ao Exército afegão a base aérea de Bagram, o centro nevrálgico das operações da coalizão, 50 km ao norte de Cabul.

No dia 4, o Talibã conquista o distrito-chave de Panjwai, a cerca de quinze quilômetros de Kandahar (sul).

- Primeira capital provincial atacada -

No dia 7, o Talibã entra em Qala-i-Naw, a primeira capital de uma província - a de Badghis (noroeste) - atacada pelos insurgentes.

No dia seguinte, o presidente dos EUA, Joe Biden, declara que a retirada de suas forças será "concluída até 31 de agosto".

No dia 9, os talibãs afirmam controlar dois grandes postos de fronteira, com o Irã e o Turcomenistão, na província de Herat (oeste).

De acordo com Moscou, os insurgentes controlam a maior parte da fronteira do Afeganistão com o Tadjiquistão.

- Aeroporto protegido -

Em 11 de julho, as autoridades anunciam que o aeroporto de Cabul está protegido de foguetes e mísseis por um "sistema de defesa aérea".

No dia 13, depois da Alemanha, a França convoca seus cidadãos a deixar o Afeganistão.

O Talibã apreende no dia seguinte um importante posto de fronteira com o Paquistão, no sul.

- Grandes cidades ameaçadas -

Em 27 de julho, a Otan pede uma solução negociada para o conflito, enquanto a ONU alerta para um número "sem precedentes" de vítimas civis.

Em 2 de agosto, Ashraf Ghani atribui a deterioração da situação militar à "repentina" retirada americana, em um momento em que várias grandes cidades estão sob ameaça direta dos insurgentes.

As embaixadas americana e britânica em Cabul acusam o Talibã de ter "massacrado dezenas de civis" no distrito de Spin Boldak, no sul.

No dia seguinte, um ataque contra o ministro da Defesa, o general Bismillah Mohammadi, mata oito civis em Cabul. É reivindicado pelo Talibã, que ameaça outras ações direcionadas em resposta aos bombardeios aéreos do Exército.

- Conquistas estratégicas -

No dia 6, o Talibã conquista sua primeira capital provincial, Zaranj (sudoeste).

Nos dias seguintes, várias grandes cidades do norte caem: Sheberghan, Kunduz, Sar-e-Pul, Taloqan, Aibak e Pul-e Khumri (província de Baghlan), Faizabad, assim como Farah (oeste).

No dia 10, Joe Biden diz não lamentar sua decisão de deixar o Afeganistão, estimando que os afegãos "devem lutar por si próprios".

No dia 11, centenas de membros das forças de segurança se rendem ao Talibã perto de Kunduz.

O presidente Ashraf Ghani chega à cidade sitiada de Mazar-i-Sharif para tentar coordenar a resposta.

- Herat, Kandahar e Mazar-i-Sharif -

No dia 12, o Talibã apreende Ghazni, 150 km a sudoeste de Cabul, depois Herat, a terceira maior cidade do Afeganistão.

Os Estados Unidos e o Reino Unido anunciam o envio de milhares de soldados a Cabul para evacuar diplomatas e cidadãos. Outros membros da Otan também anunciam a evacuação de funcionários de suas embaixadas.

No dia seguinte, o Talibã toma Pul-e-Alam, capital da província de Logar, apenas 50 quilômetros ao sul de Cabul, após tomar Lashkar Gah, capital de Helmand, e Kandahar, a segunda cidade do país.

No dia 14, Ashraf Ghani promete remobilizar o Exército contra o Talibã.

Mas nas horas que se seguiram, os insurgentes conquistam sucessivamente Mazar-i-Sharif (norte) e Jalalabad (leste), a última grande cidade ainda controlada pelo governo.

Neste dia 15, às portas de Cabul, estão prestes a retomar o poder. Seus combatentes receberam ordens de não entrar, enquanto o governo prometeu uma transição pacífica de poder.

O novo chefe do Pentágono, Lloyd Austin, vai reafirmar o compromisso dos Estados Unidos com a OTAN esta semana e promete aos seus aliados que, a partir de agora, nenhuma grande decisão será tomada sem levá-los em consideração, uma forma de deixar a presidência de Donald Trump para trás.

Os ministros da Defesa da Aliança Atlântica realizarão reuniões virtuais na quarta e quinta-feira, e espera-se que Austin entregue uma "mensagem positiva sobre a relevância da OTAN", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, na sexta-feira.

"Ele quer revigorar nosso compromisso com a aliança", acrescentou o porta-voz. E sua mensagem "será que somos melhores quando agimos juntos; trabalhar em equipe nos torna mais fortes, e segurança coletiva é segurança compartilhada."

A questão da retirada das tropas americanas do Afeganistão, marcada para o início de maio, estará no topo da agenda, mas nenhuma decisão é esperada sobre o assunto, alertou Kirby.

"É o comandante-chefe (presidente Joe Biden) que toma esse tipo de decisão", lembrou o porta-voz. Mas essa reunião de ministros ajudará Austin "a construir sua reflexão e o tipo de recomendações que terá de fazer" ao presidente.

"E como ele disse aos seus homólogos, particularmente aos da OTAN, nenhuma decisão será tomada sem consultas e discussões com eles", acrescentou.

Sob o acordo histórico de fevereiro de 2020 entre Washington e o Talibã, os Estados Unidos prometeram retirar todas as suas tropas do Afeganistão até maio de 2021, em troca de garantias de segurança dos insurgentes.

Washington reduziu seu contingente no país para 2.500 soldados em 15 de janeiro, o menor número desde 2001, enquanto seus aliados da OTAN mantiveram suas tropas no Afeganistão.

Mas, com um aumento nos ataques do Talibã nos últimos tempos, um grupo consultivo do Congresso dos EUA pediu o adiamento da retirada total planejada para maio.

- Mudança de tom -

Entre os outros assuntos discutidos no encontro estará a suspensão da retirada parcial das tropas americanas da Alemanha, decidida por Trump.

O ex-presidente anunciou em junho que queria reduzir de 34.500 militares, para 25.000 militares.

Essa retirada não havia começado quando Biden chegou à Casa Branca em 20 de janeiro, disse outro porta-voz do Pentágono, o tenente-coronel Thomas Campbell, à AFP. “Ainda estávamos na fase de planejamento”, explicou.

Os aliados da OTAN se comprometeram em 2014 a dedicar 2% de seu orçamento à defesa.

"Mas acredito que reconhecerá que muitos dos nossos aliados da OTAN alcançam, e até excedem, esses 2%, e que muitos não medem esforços para o conseguir", acrescentou Kirby.

Os ministros também devem falar sobre jihadistas estrangeiros que permanecem detidos em campos no nordeste da Síria comandados por forças curdas. Neste tópico, o governo Biden concorda com o de seu antecessor e pede à comunidade internacional que repatrie seus cidadãos.

Por fim, as tensões com a Turquia podem estar na agenda das reuniões após a aquisição de mísseis de defesa russos S400 por Ancara. O novo governo dos Estados Unidos apelou ao seu homólogo turco para renunciar a essas armas, seguindo o caminho traçado pelo governo Trump.

A Otan pediu nesta sexta-feira à Rússia que revele a totalidade de seu programa Novichok à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), depois do envenenamento do opositor Alexei Navalny.

"Pedimos à Rússia que apresente informações completas sobre o programa Novichok à OPAQ. Mais de uma vez observamos líderes e críticos do regime russo atacados", afirmou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, em uma entrevista coletiva.

Após uma reunião de emergência do conselho da Otan, Stoltenberg disse que todos os países estavam unidos para condenar o "horrível" ataque contra Navalny.

A Alemanha, onde o opositor russo está hospitalizado, apresentou detalhes às outra 29 nações da Otan sobre o caso. Stoltenberg disse que há "prova além de qualquer dúvida" do uso Novichok.

"O governo russo deve cooperar plenamente com a OPAQ em uma investigação internacional imparcial", disse Stoltenberg.

O agente nervoso da era soviética também foi utilizado contra o ex-agente duplo russo Serguei Skripal e sua filha na Inglaterra há dois anos, um ataque que levou à expulsão de sete diplomatas russos de sua missão na Otan.

Stoltenberg não descartou uma represália similar, mas enfatizou que o envenenamento de Navalny, que aconteceu na Rússia, foi muito diferente do ataque a Skripal, que aconteceu no território de um país membro da Otan.

"Acreditamos firmemente que se trata de uma violação flagrante do direito internacional, o que exige uma resposta internacional, mas agora não vou especular sobre o tipo de resposta internacional", disse.

A UE e outras potências internacionais também pediram uma investigação da OPAQ, expressando ceticismo a respeito de um inquérito adequado na Rússia sobre o envenenamento de Navalny.

De fato, o Kremlin insiste que o Estado russo não pode ser culpado.

Nesta sexta-feira, o toxicólogo russo Alexander Sabayev, que analisou o prontuário médico de Navalny, afirmou que o opositor pode ter sido vítima de um problema de digestão, abuso de álcool ou de fadiga, mas não de envenenamento, como afirma a Alemanha.

"Seu organismo não reagiu ao veneno, porque não havia. É evidente", disse Alexander Sabayev, toxicologista-chefe da região de Omsk, onde o líder da oposição foi inicialmente internado no final de agosto antes de ser transferido para a Alemanha.

Os médicos russos não localizaram a presença de uma substância neurotóxica da família do Novichok, como fizeram especialistas na Alemanha.

O especialista russo considera que a súbita deterioração da saúde de Navalny pode ter sido provocada por "qualquer fator externo, incluindo o simples fato de não ter tomado café da manhã" ou problemas de digestão.

"A situação pode ser causada não apenas por uma dieta alimentar, mas talvez também pelo consumo excessivo de álcool, do qual não temos conhecimento. Também pode ter sido provocado por estresse ou fadiga”, acrescentou.

O líder da oposição russa, de 44 anos, passou mal a bordo de um avião na Sibéria. Ele foi inicialmente tratado em um hospital local, antes de ser transferido em 22 de agosto para a capital alemã, onde permanece internado em estado grave.

Um helicóptero da força aérea canadense com seis pessoas desapareceu em águas internacionais entre a Grécia e a Itália, durante uma operação de vigilância da Otan, informou nesta quarta-feira (29) a força aérea grega.

O comando militar da OTAN em Mons, na Bélgica, confirmou "o desaparecimento de um helicóptero" e "operações de busca em andamento".

"Confirmo que houve um incidente com um helicóptero de um navio sob comando da OTAN", disse a coronel Juanita Chang, citada em comunicado da Aliança Atlântica enviado à AFP.

Segundo as primeiras informações, o helicóptero se encontrava fora da zona de controle da Grécia, "a 50 milhas marinhas das costas da ilha grega de Cefalônia e participava de uma operação de vigilância da área" da Aliança Atlântica, segundo a mesma fonte.

O helicóptero, um Sikorsky CH-124 Sea King, segundo uma fonte do Ministério da Defesa grego, operava a partir da fragata canadense "Fredericton", de onde decolou para uma patrulha. A aeronave pertencia às forças navais da Aliança SNMG2.

Além da fragata canadense, navios italianos, gregos e turcos, participaram da operação nas águas gregas, segundo a mesma fonte.

Nesta quarta, as forças da Otan deixaram o local, onde permaneceu a fragata grega e seguiram em direção às águas italianas.

As forças navais e aéreas gregas estão prontas para prestar socorro "caso seja solicitado pela Itália", informou à AFP uma fonte militar sob condição de anonimato.

As Forças Armadas da Espanha pediram à Otan assistência humanitária para combater o novo coronavírus, que, nesta terça-feira (24) deixou um novo registro diário de mais de 500 mortos.

Como medida "necessária" para deter o vírus, o governo da Espanha, o segundo país mais afetado da Europa depois da Itália, estendeu desta terça-feira até a meia-noite de 11 para 12 de abril o estado de emergência e o confinamento quase total dos 47 milhões de espanhóis.

Desde o início da pandemia, e com as 514 novas mortes registradas em um dia, a Espanha atingiu 2.696 mortes. O número total de casos registrados subiu 20% nesta terça-feira em relação ao dia anterior, atingindo 39.673 infectados, segundo o último balanço do Ministério da Saúde.

"Esta é a semana difícil", na qual será visto se "estamos conseguindo atingir esse pico (de infecções) e começar a diminuir no número de casos", disse o diretor de emergências de saúde, Fernando Simón, em entrevista coletiva.

Espera-se que a extensão do estado de emergência acordado pelo governo seja ratificada nesta quarta-feira no Congresso.

"É uma medida drástica, estamos cientes disso, mas é necessário", disse a porta-voz do governo, María Jesús Montero, em entrevista coletiva.

- "Tensão" no sistema de saúde -

Desde 14 de março, os espanhóis só podem deixar suas casas para irem trabalhar, se não puderem fazer isso de casa, ou para comprar alimentos ou remédios, sob pena de multas.

O governo descartou o aperto das restrições por enquanto, conforme solicitado por algumas autoridades regionais, alegando que existem "setores essenciais", como a indústria farmacêutica ou o transporte de alimentos, que devem continuar funcionando.

"A melhor nova medida que podemos adotar é pedir aos cidadãos que continuem cumprindo essas medidas drásticas", disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, comemorando o fato de a Espanha ser "um dos países onde o confinamento está sendo mais respeitado".

Com 2.636 pessoas em terapia intensiva, Illa reconheceu "tensão em algumas partes do sistema de saúde", principalmente em Madri, a região mais afetada, com um terço das infecções e quase dois terços das mortes.

Em comunicado, a Otan informou que o exército espanhol solicitou "ajuda internacional" para obter suprimentos médicos "para impedir a propagação do vírus em unidades militares e na população civil".

Especificamente, a solicitação é por 450.000 máscaras, 500.000 testes rápidos, 500 ventiladores para assistência respiratória e 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas.

Na região da capital, com 6,5 milhões de habitantes, as autoridades tiveram que habilitar a pista de gelo de um shopping como necrotério devido à saturação dos serviços funerários.

"Não temos capacidade logística para realizar enterros e cremações na proporção em que as mortes estão ocorrendo", admitiu o prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida.

Não muito longe desse shopping, um centro de convenções foi transformado em hospital para acomodar até 5.500 pacientes.

No resto da cidade, o silêncio das avenidas desertas é quebrado pela passagem de ambulâncias.

Até 5.400 profissionais do sistema de saúde foram infectados, enquanto o governo busca garantir "o fornecimento regular" de equipamentos de proteção, com alta demanda em todo o mundo, disse Salvador Illa.

Quanto aos lares de idosos, que registraram dezenas de mortes nos últimos dias, o governo anunciou nesta terça-feira medidas mais rigorosas para proteger sua população muito vulnerável.

A Otan anunciou nesta terça-feira a retirada temporária de uma parte de seu pessoal no Iraque, após a suspensão de sua missão de formação das forças iraquianas, em razão das tensões entre Washington e Teerã.

"Estamos adotando as precauções necessárias para proteger nosso pessoal. Isso inclui o reposicionamento temporário de uma parte do pessoal em diferentes locais no interior e no exterior do Iraque", informou uma autoridade da Aliança Atlântica citada em comunicado.

A Otan, porém, "manterá uma presença no Iraque", acrescentou.

A França, por sua vez, anunciou nessa terça que "não tem a intenção" de retirar seus militares atualmente mobilizados no Iraque para missões de formação.

O país, que faz parte da coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos, conta com 200 militares no Iraque, segundo o Estado Maior.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) suspendeu hoje as operações de treinamento das forças de segurança no Iraque após a morte do general iraniano Qassim Suleimani em ação dos EUA no país. A informação foi confirmada para a emissora catariana Al Jazeera.

"A missão da Otan no país continua, mas as atividades de treino estão suspensas", disse o porta-voz Dylan White em comunicado obtido pela emissora. Ele informou que o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenber, conversou por telefone com o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, após a morte de Suleimani.

##RECOMENDA##

O unilateralismo dos EUA ameaça os países da Otan, enquanto a China é uma potência "pacífica", afirmou o governo chinês nesta quinta-feira (5), depois que a Aliança Atlântica se referiu ao "desafio" de Pequim.

Na cúpula de Londres, os 29 países-membros da Otan aprovaram na quarta-feira uma declaração conjunta que descreve pela primeira vez a ascensão da China de desafio.

Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse a jornalistas que "o crescimento do poder chinês é de um poder pacífico".

Sem citar os Estados Unidos, assegurou que "a maior ameaça atual ao mundo é o unilateralismo e a intimidação".

"Até os aliados dos EUA foram vítimas", acrescentou. O presidente americano, Donald Trump, descreveu a Aliança Atlântica como "obsoleta" no passado.

Desde terça-feira, o chefe da Otan, Jens Stoltenberg, lembrou que Pequim é acusada de lançar ciberataques contra a Europa e recorrer à espionagem industrial, que tem "consequências para a segurança dos países da Aliança".

Donald Trump abandonou nessa quarta-feira (4) a cúpula da Otan, em Londres. A decisão foi tomada abruptamente, após a divulgação de um vídeo, na noite anterior, que mostra alguns líderes da aliança atlântica rindo do presidente americano. O desfecho melancólico da reunião, que marca os 70 anos da Otan e deveria discutir o avanço da China e o terrorismo global, mostra o desarranjo da aliança atlântica e como Trump é encarado com desdém nos bastidores.

"Quando as reuniões terminarem, voltarei para Washington. Não realizaremos uma conferência de imprensa no encerramento da (cúpula da) Otan, porque fizemos muitas nos últimos dois dias. Boa viagem a todos", tuitou ontem o presidente americano, que antes de embarcar publicou um vídeo com imagens de sua passagem por Londres e uma mensagem de despedida: "Obrigado, Otan".

##RECOMENDA##

O clima de hostilidade na cúpula era palpável já na abertura, na terça-feira, quando Trump trocou farpas com o presidente francês, Emmanuel Macron. Na ocasião, Trump disse que a declaração de Macron sobre a "morte cerebral" da Otan, feita em entrevista à revista The Economist, em novembro, era "insultante". Diante de jornalistas, e frente a frente com o americano, Macron manteve o que disse.

Vídeo

Na mesma noite, o ambiente ficou ainda mais pesado com o vídeo dos líderes da Otan aparentemente ridicularizando o presidente americano. As imagens foram feitas durante um jantar oferecido pela rainha Elizabeth, no Palácio de Buckingham, e foram divulgadas pela TV estatal canadense CBC.

No vídeo, o premiê canadense, Justin Trudeau, reclama do comportamento de Trump, que no primeiro dia da cúpula falou com a imprensa por cerca de duas horas, dando longas entrevistas ao lado de Trudeau, de Macron e do secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

O premiê britânico, Boris Johnson, pergunta a Trudeau: "É por isso que ele se atrasou?" E o canadense responde: "Ele estava atrasado porque dá entrevistas coletivas de 40 minutos", disse Trudeau para o grupo que incluía, além de Macron e Johnson, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, e a princesa Anne.

No vídeo, Johnson e Macron riem e participam animadamente da conversa, apesar de não ser possível entender o que falam. Os líderes pareciam não perceber que estavam sendo filmados e o nome de Trump não é citado em nenhum momento.

Em resposta, além de cancelar a entrevista coletiva final e voltar para casa, Trump chamou Trudeau de "duas caras" e sugeriu ainda que o canadense estava irritado por ter recebido um puxão de orelha dos Estados Unidos para que aumentasse seus gastos com defesa, que hoje estão abaixo de 2% do PIB, meta acertada pelos países da Otan.

"Ele (Trudeau) é um cara legal, mas a verdade é que eu o cobrei pelo fato de que o Canadá não está contribuindo com os 2% (do PIB para a Otan) e ele não está muito feliz com isso", disse Trump.

Após a repercussão das imagens, Trudeau tentou amenizar a situação, afirmando que ele e Trump seguem mantendo uma "ótima relação".

"Tivemos uma boa reunião de trabalho ontem (terça-feira). Eu apenas fiz referência (no vídeo) ao fato de ter havido uma entrevista coletiva que não estava programada antes de meu encontro com ele", afirmou o premiê canadense. Questionado, Johnson fingiu que não sabia o que era o vídeo. "Não sei do que se trata", afirmou o britânico.

As divergências entre Trump e os líderes da Otan se refletiram na declaração final emitida ontem, quando os chefes de Estado e de governo optaram por um texto comedido e muitas vezes ambíguo. Sobre a ascensão da China, que pela primeira vez constou de uma declaração da aliança atlântica, os 29 países disseram que ela representa desafios, mas também oportunidades.

Alvo

Não foi a primeira vez que Trump foi alvo de piadas em público. No ano passado, em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, os diplomatas deram risada do discurso hiperbólico do presidente americano. "Em menos de dois anos, meu governo conquistou mais do que qualquer governo na história deste país", disse Trump. Diante das gargalhadas, ele respondeu surpreso: "Não esperava esta reação, mas tudo bem."

Também não é a primeira vez que Trump se desentende com Trudeau. No ano passado, o presidente americano retirou o apoio dos EUA a uma declaração do G-7 preparada para a cúpula em Charlevoix, em Quebec, Canadá.

"Com base nas falsas declarações de Justin, em sua entrevista coletiva, e no fato de que o Canadá cobra tarifas enormes de nossos agricultores, trabalhadores e empresas, ordenei a nossos representantes não apoiarem o comunicado", tuitou Trump, que já estava dentro do avião presidencial.

A falta de sintonia entre Trump e os principais líderes da Europa tem um novo capítulo marcado para agosto do ano que vem. Os Estados Unidos serão anfitriões da próxima cúpula do G-7, que está marcada para Camp David, casa de campo da presidência americana.

Inicialmente, Trump havia ordenado que o evento ocorresse em um de seus resorts na Flórida, o clube de golfe Doral, mas concordou em mudar o local depois das críticas de que ele estaria usando o cargo de presidente para obter lucro pessoal. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Otan enfrenta nesta quarta-feira (4) a cúpula de seu 70º aniversário com críticas da França, as exigências dos Estados Unidos e a ameaça de bloqueio da Turquia, três frentes que testam sua unidade estratégica.

"Não é a primeira vez que a Aliança enfrenta suas diferenças e sempre soube superá-las", declarou otimista o secretário-geral Jens Stoltenberg, ao chegar para a cúpula de Watford, nos arredores de Londres.

##RECOMENDA##

A Turquia aparece como o principal obstáculo. "Os turcos estão em uma posição de bloqueio. Não podem fazer a cúpula refém", disse uma fonte diplomática, referindo-se a um eventual veto da declaração conjunta final e dos acordos de defesa com os países bálticos.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer que os aliados reconheçam a milícia curda YPG, contra a qual lançou uma ofensiva no norte da Síria em outubro, como organização "terrorista". Caso contrário, ameaça vetar as decisões na cúpula.

Mas o presidente francês Emmanuel Macron, muito crítico da ofensiva turca, já alertou que as organizações não devem ser misturadas, especialmente quando a YPG foi aliada dos países ocidentais na luta contra o Estado Islâmico (EI).

Os países bálticos, que temem uma Rússia mais assertiva por seu papel no conflito na Ucrânia desde 2014, reclamaram da possibilidade de se alcançar um compromisso, nas palavras do presidente lituano Gitanas Nauseda.

Stoltenberg expressou sua confiança em conseguir uma "solução" com Erdogan e reiterou que a Otan tem "planos" e "forças" para protegê-los da Rússia de Vladimir Putin, que ontem disse estar disposto a "cooperar" em questões como "terrorismo".

A Turquia, que também está na mira dos aliados após a compra de um sistema de mísseis da Rússia, foi o principal alvo do presidente francês em uma entrevista polêmica na qual afirmou que a Otan está em estado de "morte cerebral".

Na quarta, Macron voltou a defender seu posicionamento, afirmando que deveriam abrir um debate sobre a estratégia da Aliança e não apenas sobre "dinheiro".

A exigência de Washington para que os outros membros da Aliança aumentem seus gastos militares, constantes desde a presidência de Barack Obama, protagonizou as cúpulas em Bruxelas em 2017 e 2018 com Donald Trump.

Stoltenberg tem se esforçado nos últimos dias para convencer Trump de que o Canadá e os aliados europeus cumprem seu compromisso de atingir 2% do PIB nacional em gastos militares até 2024, como prometeram na cúpula de Gales em 2014.

O presidente dos Estados Unidos, primeira potência da Otan e cujas despesas militares nacionais atingiram 3,30% do PIB em 2018, elogiou esses esforços em uma reunião com o secretário-geral da Aliança.

Mas, em sua opinião, os processos para aumento nos investimentos estão "morosos". Segundo dados da Aliança, apenas nove de seus 29 membros atingiram 2% do PIB este ano em gastos militares, meta prometida para até 2024.

A Otan está se preparando para reconhecer pela primeira vez os "desafios" que a China traz, embora sem querer fazer desse gigante econômico, cujas capacidades militares estão aumentando, um adversário.

Durante o encontro de cúpula em Londres, os líderes dos 29 países da Aliança assinarão na quarta-feira uma declaração conjunta reconhecendo as "oportunidades e desafios" trazidos pela China.

A reunião na Inglaterra para comemorar o 70º aniversário da Otan servirá também para adotar um documento interno sobre um plano de ação sobre como os aliados devem se relacionar com o gigante asiático.

"Agora reconhecemos que o auge da China tem implicações em questões de segurança para todos os aliados", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em um evento paralelo nesta terça-feira (3) em Londres.

Stoltenberg explicou que China "possui o segundo maior orçamento de defesa" do mundo e com recursos modernos", como mísseis que podem atingir toda a Europa e os Estados Unidos.

Sob a presidência de Xi Jinping, a China adotou uma atitude mais assertiva em sua política externa e é acusada de montar ciberataques contra a Europa e de espionagem para roubar propriedade intelectual.

O Mar da China Meridional tornou-se uma fonte de tensão entre Pequim e Washington, com os americanos acusando o gigante asiático de "intimidação".

Pequim construiu instalações militares, armou navios e enviou embarcações de vigilância nesta zona marítima disputada, onde vários países têm reivindicações opostas.

- "Novo adversário"? -

A missão de defesa da Aliança Atlântica é limitada à Europa e América do Norte, mas Stoltenberg disse que a influência chinesa está começando a chegar a essas áreas.

"Não se trata de transferir a Otan para o Mar da China Meridional, mas levar em conta que a China está se aproximando de nós no Ártico, na África, investindo pesadamente em nossa infraestrutura na Europa, no ciberespaço", afirmou.

Mas o ex-primeiro-ministro norueguês insistiu que a nova abordagem da Otan não era criar um "novo adversário, mas analisar, entender e responder de maneira equilibrada aos desafios impostos pela China".

A Europa tem se esforçado para encontrar uma posição comum sobre a China. Alguns países destacam o risco que representa, enquanto outros, especialmente no sul e leste, acolhem com satisfação seus investimentos em infraestrutura.

O projeto de declaração da cúpula, que os embaixadores dos países da Otan aprovaram, também destaca a necessidade de sistemas de comunicação "seguros", especialmente no que diz respeito à infraestrutura 5G.

Isso apontou para uma crescente ansiedade na Otan e nos países ocidentais sobre o papel das empresas chinesas, especialmente a Huawei, na construção das redes necessárias para a próxima geração de comunicações sem fio.

Washington pede à Europa que exclua a Huawei do desenvolvimento dessas redes 5G, garantindo que a empresa tem laços estreitos com o governo chinês e que o equipamento pode ser usado como ferramenta de espionagem por Pequim.

Na semana passada, a Alemanha disse que planeja restringir as regras de aquisição de empresas nacionais de ponta, devido ao interesse de empresas chinesas.

A medida afeta empresas que trabalham nas áreas de robótica, inteligência artificial, semicondutores, biotecnologia e tecnologia quântica.

Tomas Valasek, analista do centro de reflexão Carnegie Europe, disse que provavelmente levará tempo para a Otan construir una política sobre China.

A longo prazo, a China poderia representar, em sua opinião, "um problema maior mas de combustão mais lento que o tradicional adversário da Otan, a Rússia.

O governo Donald Trump cortou substancialmente sua contribuição para o orçamento coletivo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), revelaram funcionários americanos e da aliança atlântica. A medida ocorre em meio aos questionamentos sobre o comprometimento de Trump com a Otan, enquanto ele se prepara para participar da reunião em Londres que marcará o 70.° aniversário da organização.

Antes, os EUA contribuíam com 22% dos fundos da Otan para os gastos de manutenção das sedes da organização e investimentos em segurança.

##RECOMENDA##

É uma medida amplamente simbólica, já que o orçamento direto da Otan é relativamente pequeno, cerca de US$ 2,5 bilhões, e é separado do orçamento de defesa que, segundo recomendação da organização, deveria ser de 2% do PIB de cada país-membro. Funcionários da defesa americana disseram à rede CNN que Trump reduzirá essa contribuição para 16%, aproximando-se da Alemanha, que é de 14,8%, apesar de a economia americana ser maior. Outros membros da Otan também devem reduzir suas contribuições, segundo funcionários americanos e da aliança atlântica.

Trump vem criticando os aliados da Otan, principalmente a Alemanha, por não cumprirem a meta de contribuir com 2% do PIB para os gastos de defesa. Somente 8 dos 29 países-membros contribuem com a porcentagem estipulada. Todos os integrantes haviam se comprometido a alcançar os 2% até 2024, mas agora alguns desistiram de fazer isso.

Países-membros elevaram consideravelmente seus gastos nos últimos anos e Trump disse que o crédito pelo aumento foi seu. Funcionários da Otan, entre eles o secretário-geral Jens Stoltenberg, também atribuíram a Trump o aumento dos gastos, com um extra de US$ 100 bilhões desde 2014, mas reconhecem que a tomada da Crimeia pela Rússia e outros fatores ajudaram a incentivar o aumento.

"Todos os aliados concordaram com uma nova fórmula de compartilhamento de custos. Sob essa nova fórmula, a divisão de gastos atribuída à maioria dos aliados europeus e ao Canadá aumentará, enquanto a dos EUA diminuirá. É uma grande demonstração de compromisso dos aliados com relação à aliança e seu orçamento", disse um funcionário da Otan à CNN.

O orçamento militar para 2019, de US$ 1,56 bilhão, é usado para financiar algumas operações e o centro de comando estratégico da Otan. Essa é uma fração dos gastos totais com defesa dos países-membros, que, segundo estimativas da Otan, totalizará US$ 1 trilhão este ano. Fonte: Associated Press.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando