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Finlândia e Suécia apresentaram pedidos formais de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), num gesto que, se aprovado, irá mudar de maneira crucial o cenário da segurança no norte da Europa e que confere à aliança uma valiosa vantagem contra a Rússia, após a invasão da Ucrânia por forças de Moscou.

O pedido de adesão dos dois países nórdicos encerra um período de décadas de neutralidade, durante o qual ambos buscaram parcerias de segurança com outras nações ocidentais, mantendo-se fora de alianças militares.

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se opõe fortemente à entrada de Finlândia e Suécia na Otan, com a alegação de que ambos apoiam militantes curdos. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.

Finlândia e Suécia apresentarão conjuntamente suas candidaturas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na quarta-feira (18) - anunciaram os dois países nórdicos nesta terça, apesar da ameaça de um bloqueio por parte da Turquia.

Com a aprovação, por uma esmagadora maioria de mais de 95%, do Parlamento finlandês, está tudo pronto para a entrega simultânea dos pedidos de adesão de ambos os países na sede da Aliança Atlântica, em Bruxelas.

Isso acontecerá na quarta-feira, anunciou a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, ao lado do presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma visita de Estado a Estocolmo.

"Estou feliz que tenhamos tomado o mesmo caminho e que possamos fazer isso juntos", disse ela.

A dupla nórdica viajará para Washington na quinta-feira (19)m, para se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a Casa Branca.

Enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, pareceu se calar na segunda-feira sobre possíveis retaliações à adesão sueco-finlandesa, o principal obstáculo agora parece vir de dentro da Aliança.

A Turquia, cuja ratificação é imperativa, como a dos outros 30 membros da Otan, reafirmou ontem sua hostilidade à entrada de Suécia e Finlândia, apesar das discussões diplomáticas durante o fim de semana.

Ancara "não vai ceder", declarou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusando a Suécia de ser "o berçário de organizações terroristas" e de ter adotado sanções contra seu país.

Analistas acreditam que a Turquia busque vantagens em troca de sua autorização, como, por exemplo, o levantamento da recusa dos Estados Unidos em vender-lhes caças F-35.

Ancara critica Suécia e Finlândia por não aprovarem seus pedidos de extradição de pessoas que acusa de serem membros de "organizações terroristas", como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) curdo, ou por terem congelado as exportações de armas para a Turquia.

- "Otimista" -

Apesar destas disputas, o presidente finlandês disse estar "otimista" em obter o apoio da Turquia, por meio de "discussões construtivas".

"A Suécia deseja trabalhar com a Turquia na Otan, e esta cooperação pode ser um elemento da nossa relação bilateral", declarou Andersson, assegurando que Estocolmo "está empenhada na luta contra todas as formas de terrorismo".

Consequência direta da invasão da Ucrânia pela Rússia, as candidaturas de Finlândia e Suécia avançaram nesta terça-feira. No final de uma sessão parlamentar de dois dias, o projeto de adesão foi aprovado pelo Parlamento finlandês por 188 votos a favor, oito contra e nenhuma abstenção.

"É um resultado excepcional, não esperava que fosse tão claro. A votação é clara, chega de discussão", comemorou o chanceler finlandês, Pekka Haavisto, antes de assinar o formulário de candidatura de seu país.

A ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, assinou o formulário de inscrição da Suécia esta manhã, durante uma cerimônia.

Após uma guinada a favor da adesão, Suécia e Finlândia consideram necessário colocar-se sob o guarda-chuva da Otan, diante de uma Rússia capaz de invadir militarmente um de seus vizinhos.

Com isso, os dois países virariam a página de décadas de neutralidade e de não alinhamento militar, em busca de garantias de segurança de seus vizinhos nórdicos e das principais potências da Otan nas últimas semanas. Apenas os membros da Aliança se beneficiam do famoso artigo 5º de proteção mútua, não os candidatos.

Neste sentido, o chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu que seu país "intensificaria" sua cooperação militar com as duas nações nórdicas.

A França garantiu que "ficará ao lado da Finlândia e da Suécia", em caso de agressão.

"Qualquer Estado que pretenda pôr a solidariedade europeia à prova, mediante uma ameaça, ou agressão, à sua soberania por qualquer meio, deve ter a certeza de que a França estará ao lado da Finlândia e da Suécia", escreveu a Presidência francesa em um comunicado à imprensa.

Em geral, a adesão à Otan leva vários meses. A Suécia disse esperar que o processo leve no máximo um ano.

O Partido Social-Democrata da Suécia, atualmente no governo, afirmou que vai votar a favor de solicitar a entrada do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), horas após a Finlândia avançar com seu plano de aderir à aliança militar.

"Em sua reunião de hoje, o conselho do Partido Social-Democrata decidiu que o partido trabalhará para que a Suécia solicite a adesão à Otan. Desta forma, os sociais-democratas trabalharão para que a Suécia, se o pedido for aprovado pela Otan, pronuncie oposição unilateral ao envio de armas nucleares e bases permanentes em território sueco", diz o comunicado divulgado há pouco no site da legenda.

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Na Otan, a Turquia é o único país que manifestou-se contra a entrada de Suécia e Finlândia. Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores do país listou hoje as condições para entrar em consenso com os demais países-membros da Aliança. Presidente do Grupo Eurásia e cientista político, Ian Bremmer afirmou, em postagem no Twitter, que a oposição turca é parte somente de negociações, e um veto à entrada dos países nórdicos não deve ocorrer.

A Finlândia decidiu solicitar a adesão à Otan, anunciaram neste domingo (15) o presidente e a primeira-ministra do país nórdico, uma consequência direta da invasão da Rússia contra a Ucrânia.

O chefe de Estado e um Comitê de Política Externa "decidiram em conjunto que a Finlândia vai pedir a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte".

"É um dia histórico. Começa uma nova era", declarou o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva.

O Parlamento da Finlândia deve examinar na segunda-feira o projeto de adesão, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoia a iniciativa.

A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, permaneceu como um país não alinhado durante 75 anos.

Mas depois que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro, o consenso político e a opinião pública se inclinaram a favor da adesão à Otan.

O presidente finlandês e a primeira-ministra Sanna Marin anunciaram na quinta-feira que eram favoráveis a uma adesão "sem demora" à Aliança Atlântica.

No sábado, o presidente finlandês ligou para o colega russo, Vladimir Putin, para comunicar que o país solicitaria a adesão de maneira iminente.

Moscou advertiu em várias ocasiões para as consequências se Helsinque aderir à Otan.

A inclusão "sem atraso" da Finlândia a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) recebeu apoio do presidente do país, Sauli Niinisto, e o primeiro-ministro, Sanna Harin, abrindo caminho para a aliança militar se expandir em meio à invasão da Rússia na Ucrânia.

O movimento anunciado pelas duas autoridades oficializa a busca da Finlândia para se juntar à Otan, que dependeria apenas de ratificação dos países membros do grupo. Nação vizinha, a Suécia deve decidir neste mesmo sentido nos próximos dias. Moscou tem alertado sobre "repercussões militares e políticas" caso Suécia e Finlândia se juntarem à Otan.

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Secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg disse que os países seriam bem-vindos caso quisessem se juntar à Otan. Oficialmente, o grupo diz que poderia finalizar a inclusão das nações do Leste Europeu em cerca de duas semanas. Fonte: Associated Press.

Nove de maio ficou marcado na história como o dia em que a Alemanha Ocidental ingressou na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) durante a Guerra Fria. Este período de tensão emergiu após a Segunda Guerra Mundial, quando americanos e russos, aliados e vencedores da Segunda Guerra (1939-1945), disputavam no xadrez da geopolítica a influência global de suas ideologias. Conheça cinco recomendações de leituras para você "mergulhar" neste período:

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Seguindo os passos do pai e do irmão, Oleg Gordievsky se tornou oficial da KGB após frequentar as melhores instituições soviéticas. Porém, ao contrário deles, nutria uma secreta aversão pelo regime da URSS. Ele resolveu assumir seu primeiro posto da inteligência russa em 1966. Em 1974, tornou-se agente duplo do MI6, o serviço de inteligência britânico, e dez anos depois era o homem mais importante da União Soviética em Londres. Gordievsky ajudou o Ocidente a virar o jogo contra a KGB na Guerra Fria, expondo espiões russos, fornecendo informações de extrema relevância e frustrando incontáveis planos de espionagem. Ele foi fundamental para distensionar a relação com a liderança soviética, que estava cada vez mais paranoica com a possibilidade de um ataque nuclear dos Estados Unidos.

O MI6 tentou ao máximo proteger seu espião, nunca revelando o nome de Oleg para seus colegas da CIA. Só que a agência americana estava determinada a descobrir a identidade da fonte britânica privilegiada. Essa obsessão acabou condenando Gordievsky: o homem designado para identificá-lo era ninguém menos que Aldrich Ames, que se tornaria famoso por espionar secretamente para os soviéticos.

Dezenas de antigos caças MiG de fabricação soviética e chinesa enferrujam em uma antiga base militar comunista na cidade albanesa outrora chamada Stálin. Agora, o local vai se tornar base aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A queda do regime comunista albanês, em 1990, após quatro décadas de ditadura, fez a cidade Stálin recuperar seu nome original, Kuçovë. Desde então, essa pequena nação dos Bálcãs se voltou para o Ocidente, unindo-se à OTAN em 2009, e mantém sua aspiração de integrar a União Europeia.

Em janeiro, a aliança transatlântica começou a modernizar as instalações de Kuçovë, no centro da Albânia, a fim de torná-la uma base de operações tática nos Bálcãs, região onde a Rússia busca expandir sua influência.

O medo de uma desestabilização nesta volátil região aumentou após a invasão russa da Ucrânia.

"A construção dessa base é uma mensagem clara a outros atores com más intenções na região dos Bálcãs Ocidentais", disse o ministro albanês da Defesa, Niko Peleshi, à AFP.

A OTAN já gastou US$ 55 milhões na renovação da base aérea destruída em 2018. A nova deve entrar em operação no final de 2023.

"A mudança no ambiente de segurança global criou agora um novo ímpeto para a conclusão do plano de renovação", disse um oficial da OTAN, em Bruxelas, à AFP.

"Isso dará à aliança uma importante infraestrutura estratégica no oeste dos Bálcãs, próxima do Mediterrâneo, do Oriente Médio e do Mar Negro", completou esse responsável sob anonimato.

O subcomandante da base, o comandante Leandro Syka, avaliou que vai gerar um "impacto social e econômico muito positivo para todas as comunidades" desta região pobre.

"Outrora no Oriente, agora estamos em nosso lugar, junto ao Ocidente, o que é um bom passo à frente para todos", disse Seit Putro, que trabalhou durante mais de 30 anos no departamento financeiro desta instalação.

O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu nesta quinta-feira (7) aos países membros da Otan que forneçam mais armamento a seu país para combater e derrotar as forças russas.

"Venho pedir três coisas: armas, armas e armas. Quanto mais rápido forem entregues, mais vidas serão salvas e destruições evitadas", declarou ao chegar à sede da Otan em Bruxelas para uma reunião com ministros das Relações Exteriores dos países membros da organização.

"A Ucrânia tem direito à defesa. Vamos escutar as necessidades que serão apresentadas por Dmytro Kuleba e conversar sobre como responder", declarou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg.

O ministro ucraniano afirmou que serão necessários "aviões, veículos blindados e defesa antiaérea".

"Sabemos lutar. Sabemos como vencer, mas sem um abastecimento constante e suficiente de todas as armas solicitadas pela Ucrânia, esta vitória vai impor enormes sacrifícios", completou.

"Peço a todos os aliados que deixem de lado as hesitações, a relutância a fornecer à Ucrânia tudo que precisa", insistiu.

"Está claro que a Alemanha pode fazer mais, levando em consideração suas reservas. Trabalhamos com o governo alemão para que forneça armas adicionais", acrescentou.

Citada diretamente por Kuleba, a ministra alemã Annalena Baerbock afirmou que seu país apoia "a Ucrânia para ajudá-la em sua capacidade de defesa, mas é importante estabelecer uma coordenação, atuarmos juntos e não individualmente".

Nesta quinta-feira também acontecerá uma reunião dos ministros dos países membros do G7, com a participação do chanceler japonês Yoshimasa Hayashi, na sede da Otan antes da reunião plenária da Aliança.

"O objetivo da reunião de hoje no G7 é garantir a manutenção da pressão sobre a Rússia", disse a ministra canadense Mélanie Joly.

"Também queremos garantir que não existam rachaduras nos países ocidentais, que estamos coordenados", declarou.

A União Europeia (UE) estuda novas sanções que devem afetar pela primeira vez o setor de energia, com um embargo às compras de carvão russo e o fechamento dos portos europeus aos navios de Moscou.

"O acordo será finalizado pelos embaixadores dos países da UE e será aprovado pelos ministros das Relações Exteriores na segunda-feira em Luxemburgo", anunciou o chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell, ao chegar à sede da Otan.

"O petróleo não está neste novo pacote de sanções, mas o tema será abordado na segunda-feira em Luxemburgo e, mais cedo ou mais tarde, haverá uma decisão", disse.

"É necessário impor um embargo sobre o petróleo e gás da Rússia. Espero que não sejam necessárias novas atrocidades para que estas sanções sejam decididas", concluiu Kuleba.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira (5) que os chanceleres de países da aliança militar e do G-7 se reunirão entre esta quarta (6) e quinta (7) em Bruxelas para armas avançadas. "Estamos falando de sistemas avançados de armas. Falamos, por exemplo, de mísseis Javelin e outras armas antitanque", disse.

De acordo com Stoltenberg, a Otan identificou nos últimos dias um movimento significativo de tropas russas se afastando da capital, Kiev, para se reagrupar, rearmar, reabastecer e mudar seu foco para o leste da Ucrânia.

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"Nas próximas semanas, esperamos mais uma investida russa no leste e no sul da Ucrânia para tentar tomar toda a região de Donbas e criar uma passagem terrestre para a Crimeia ocupada", afirmou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Presidente Joe Biden reafirmou, neste sábado, na Polônia, que o artigo 5º do tratado da OTAN - que estipula que um ataque contra um país membro da Aliança é um ataque contra todos do pacto - constitui um "compromisso sagrado" para os Estados Unidos.

"Podem contar com isso (...) Pela sua liberdade e pela nossa", disse a seu homólogo polonês Andrzej Duda durante uma reunião em Varsóvia, em um momento de temos nesse país fronteiriço com a Rússia após a invasão da Ucrânia.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quinta-feira (24) à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que forneça mais assistência militar ao país em meio à ofensiva da Rússia. O líder ucraniano, no entanto, não reiterou seu pedido por uma zona de exclusão aérea nem pediu para se juntar à Otan, de acordo com um alto funcionário do governo dos Estados Unidos.

Em discurso em vídeo na cúpula da Otan nesta quinta-feira, Zelensky disse que a Ucrânia precisa de "assistência militar sem limitações", já que a Rússia está "usando todo o seu arsenal" contra o país. O presidente ucraniano instou a Otan a fornecer a Kiev "1% de todos os seus aviões, 1% de todos os seus tanques". "Não podemos simplesmente comprá-los", disse.

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A Ucrânia também precisa urgentemente de vários sistemas de lançamento de foguetes, armas antinavio e sistemas de defesa aérea, disse Zelensky. "É possível sobreviver em uma guerra dessas sem isso?", perguntou ele.

Zelensky acusou a Rússia de usar bombas de fósforo na manhã desta quinta-feira, matando adultos e crianças. Ele lembrou aos líderes da Otan que milhares de ucranianos morreram no conflito, que 10 milhões de pessoas deixaram suas casas e instou a Otan a dar "respostas claras". Fonte: Associated Press.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estimou nesta quarta-feira (23) que entre 7 mil a 15 mil soldados russos foram mortos em quatro semanas de guerra na Ucrânia, onde a resistência feroz dos defensores do país negou a Moscou a vitória relâmpago que buscava.

A título de comparação, a Rússia perdeu cerca de 15 mil soldados ao longo de dez anos no Afeganistão. Um alto funcionário militar da Otan disse que a estimativa da aliança foi baseada em informações de autoridades ucranianas, o que a Rússia divulgou - intencionalmente ou não - e informações coletadas de fontes abertas. O funcionário falou sob condição de anonimato sob as regras básicas estabelecidas pela Otan.

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A Ucrânia divulgou poucas informações sobre suas próprias perdas militares, e o Ocidente não deu uma estimativa, mas o presidente Volodymr Zelenskyy disse há quase duas semanas que cerca de 1.300 militares ucranianos foram mortos.

Quando a Rússia desencadeou sua invasão em 24 de fevereiro na maior ofensiva da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, uma rápida queda do governo da Ucrânia parecia provável. Mas com a quarta-feira marcando quatro semanas completas de combates, Moscou está atolada em uma campanha militar opressiva.

Com suas forças terrestres desaceleradas ou detidas por unidades ucranianas atropeladas e armadas com armas fornecidas pelo Ocidente, as tropas do presidente russo Vladimir Putin estão bombardeando alvos de longe, recorrendo às táticas que usaram para reduzir cidades a escombros na Síria e na Chechênia.

Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) descartaram nesta quarta-feira (16) a possibilidade de enviar uma missão de paz à Ucrânia, como solicitou o vice-primeiro-ministro da Polônia, Jaroslaw Kaczynski, embora tenham anunciado um reforço no Leste.

"Pedimos à Rússia, ao presidente [Vladimir] Putin que retire suas tropas [do território ucraniano], mas não temos planos de enviar tropas à Ucrânia", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg.

O responsável presidiu nesta quarta-feira em Bruxelas uma reunião dos ministros da Defesa dos países do bloco, na qual foi discutida a ideia de enviar uma missão de paz.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu ao Congresso dos Estados Unidos que reconsiderasse seu pedido de estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre o território ucraniano, ideia que a Otan já descartou.

Na visão da Otan, a implantação de tal zona só pode ser realizada com combatentes da aliança transatlântica, e isso representa uma escalada de consequências imprevisíveis no conflito.

Em 5 de março, o próprio Stoltenberg expressou o consenso entre os países da Otan ao afirmar em entrevista coletiva que "os aliados concordaram que não deveríamos ter aeronaves sobre o espaço aéreo da Ucrânia, nem tropas da Otan em território ucraniano".

- Polônia pede para enviar uma missão -

O vice-primeiro-ministro Kaczynski viajou para a capital ucraniana, Kiev, na terça-feira com os primeiros-ministros da Polônia, República Tcheca e Eslovênia para uma reunião com o presidente Zelensky e o primeiro-ministro Denys Chmygal.

Kaczynski, líder do partido conservador no poder da Polônia, pediu uma missão da Otan "capaz de se defender e agir em território ucraniano, que esteja em território ucraniano com o acordo do presidente e do governo ucraniano".

Chegando à sede da Otan em Bruxelas na quarta-feira, no entanto, vários ministros expressaram cautela.

"Acho muito difícil conceber uma missão de paz agora que há uma guerra acontecendo, com a intensidade que estamos vendo", disse a ministra da Defesa holandesa, Kajsa Ollongren.

"É muito cedo para falar sobre isso. Primeiro temos que ter um cessar-fogo. Temos que ver a retirada da Rússia e tem que haver algum tipo de acordo entre a Ucrânia e a Rússia", acrescentou.

O ministro estoniano Kalle Laanet indicou que "temos que estudar todas as possibilidades (...) mas o envio de uma missão de paz deve ser decidido pelo Conselho de Segurança da ONU".

No entanto, Stoltenberg anunciou que a Otan pretende fortalecer ainda mais sua capacidade no flanco leste da aliança.

"Estamos diante de uma nova realidade para nossa segurança. Portanto, devemos restaurar nossa defesa coletiva e dissuasão de longo prazo. Hoje, encarregamos nossos comandantes militares de desenvolver opções em todos os domínios (...). Em campo, nossa nova postura deve incluir substancialmente mais forças na parte leste da Aliança", disse ele.

A Otan realizará uma cúpula excepcional em Bruxelas na próxima semana, com a presença do presidente dos EUA, Joe Biden.

O Parlamento da Eslováquia autorizou nesta terça-feira (15) o envio de tropas estrangeiras da Otan para o país, indicou o ministro da Defesa, Jaroslav Nad.

Trata-se inicialmente de uma unidade da "Presença Avançada Reforçada" da Otan, composta por cerca de 1.200 efetivos de República Tcheca, Alemanha, Holanda, Estados Unidos, Polônia e Eslovênia. Também será incluído um sistema de mísseis antiaéreos Patriot, acrescentou Nad.

Os reforços acontecem com a invasão russa da Ucrânia como pano de fundo. "Dado que em um futuro próximo esperamos ataques militares diretos por parte da Federação Russa contra o aeroporto de Uzhhorod, situado (na Ucrânia) perto da fronteira com a Eslováquia, isso tem, obviamente, implicações militares", disse Nad, citado pela agência TASR.

A questão das tropas estrangeiras é controversa na Eslováquia, um país de 5,4 milhões de habitantes que é membro da União Europeia e da Otan.

Já em 2019, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, alertava que um ataque cibernético a um membro levaria a uma resposta da aliança. Com a invasão da Rússia à Ucrânia, os ciberataques se multiplicaram, aumentando o risco de atingir um país da Otan. A falta de definições claras sobre o tema e dificuldades de compartilhamento de tecnologia, porém, colocam em xeque o compromisso da defesa mútua, espinha dorsal da aliança.

Nos dias anteriores ao início da guerra, a Ucrânia foi alvo de ataques cibernéticos que derrubaram sites governamentais e do setor financeiro. Após os eventos, um oficial da Otan renovou o alerta de Stoltenberg, de que "um ataque cibernético sério pode desencadear o Artigo 5.º", que fala que um ataque contra um aliado é considerado um ataque contra todos.

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No entanto, não há regras escritas sobre o quão grande teria de ser a investida cibernética para merecer uma resposta conjunta. Tampouco se deixa claro se uma resposta seria uma série de ataques cibernéticos partindo da aliança ou se haveria uma reação militar. Por fim, a própria diferença tecnológica entre os países e os riscos de compartilhar temas sensíveis de segurança tornam essa resposta improvável.

"Neste momento, temos 30 membros da Otan e não são todos desenvolvidos em termos de defesa e ataque cibernético", explica Luca Belli, professor da FGV Direito Rio e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV. "A Otan mesmo não tem nenhum centro de ataque, só de defesa, mas não tem um exército de ciberataque".

Em um ataque regular, o que a Otan faz sob a regra do Artigo 5.º é enviar suas próprias forças em ajuda. Mas o mesmo não pode ser feito com ferramentas tecnológicas.

RECEITA

"Estamos falando de equipes extremamente secretas, com estratégias e instrumentos secretos que não são compartilhados com ninguém, porque, quando você descobre qual é a ferramenta utilizada, você perde a possibilidade de utilizá-la. É como se você compartilhasse o segredo do seu bolo", disse Belli.

"Há uma espécie de clube dentro do clube", afirmou James Andrew Lewis, vice-presidente do Center for Strategic and International Studies, centro de pesquisa de Nova York. "Há EUA, Reino Unido, Holanda e alguns outros que têm capacidades cibernéticas muito fortes, e eles provavelmente estão compartilhando informações sobre ataques. Mas há um limite, porque alguns membros da Otan eram, pelo menos até recentemente, próximos da Rússia." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"A Otan não quer uma guerra aberta com a Rússia", declarou nesta sexta-feira (11) à AFP Jens Stoltenberg, secretário-geral da Aliança, em Antália, sul da Turquia, onde participa de um fórum diplomático.

"Temos a responsabilidade de impedir que esse conflito (entre Rússia e Ucrânia) se estenda além das fronteiras da Ucrânia e se transforme em uma guerra aberta entre a Rússia e a Otan", acrescentou.

Stoltenberg justificou assim a recusa da Aliança Atlântica em estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia para proteger a população dos bombardeios russos.

Tal movimento "significaria estar disposto a derrubar aeronaves russas", disse ele, "e certamente nos levaria a uma guerra aberta".

Stoltenberg deve se encontrar com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, um dia depois que os ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano se reuniram em Antália, à margem do mesmo fórum.

O chefe da Otan, organização da qual a Turquia é membro, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que "acabe com esta guerra sem sentido" e encontre uma "solução política".

"A primeira medida seria garantir corredores humanitários para que as pessoas possam sair e buscar alimentos e remédios", apontou.

O mandatário russo disse, nesta quinta, que viu alguns "passos positivos" nas negociações com a Ucrânia em um encontro com o seu aliado bielorrusso Alexander Lukashenko.

A Turquia, aliada da Ucrânia que a entregou drones de combate, trata também de manter relações com Moscou.

O porta-voz presidencial turco, Ibrahim Kalin, reiterou em uma entrevista à CNN, nesta quinta, que Ancara não possui planos de se somar às sanções ocidentais.

"Neste momento, não temos previsto impôr sanções à Rússia. Porque queremos manter aberto o canal de confiança, os canais de comunicação. E, por consequência, não queremos que nossa economia se veja afetada", admitiu Kalin.

O porta-voz também destacou a importância de levar a cabo várias iniciativas diplomáticas: "A reunião de quinta na Antália deve ser vista como um passo que conduzirá a outros", disse.

Mais de 80 ministros, vice-ministros e responsáveis de governo foram convidados para o fórum diplomático na Antália.

A terceira rodada de negociações entre representantes russos e ucranianos terminou na tarde desta segunda-feira (7) com "pequenos desenvolvimentos positivos" em relação à melhoria da logística dos corredores humanitários.

A informação foi confirmada pelo conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, em sua conta no Twitter. "Continuamos com as consultas intensivas sobre o bloco político básico dos regulamentos, juntamente com um cessar-fogo e garantias de segurança", disse ele em um vídeo.

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Segundo o negociador de Moscou, Vladimir Medinsky, citado pela agência Tass, a Rússia espera que "amanhã os corredores humanitários funcionarão".

Uma imagem divulgada pelo governo de Belarus, aliado de Moscou, mostrou mais cedo as delegações dos dois países. Uma quarta rodada de negociações será realizada em breve no território bielorrusso.

"Nossas expectativas não foram atendidas, mas as negociações vão continuar", disse o principal negociador russo, Vladimir Medinsky, citado pela TASS.

Já Leonid Slutksy, outro negociador russo, explicou à Interfax que os representantes do presidente Vladimir Putin não acreditam que serão alcançados "resultados definitivos na próxima rodada de negociações", porque "é um trabalho difícil".

Antes do encontro, um porta-voz russo explicou que as demandas da Rússia são que a Ucrânia não faça parte em nenhum momento da Otan; reconheça a separação da Crimeia; e faça o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas de Donbass.

Iniciada em 24 de fevereiro, a ofensiva russa provocou a fuga de mais de 1,5 milhão de pessoas da Ucrânia e a morte de centenas de civis.

Da Ansa

Com a chegada da guerra à central nuclear ucraniana de Zaporizhia, nesta sexta-feira (4), o diretor da Agência Internacional de Energia Nuclear, Rafael Grossi, informou que, apesar do incêndio causado pelo ataque russo, não houve vazamento de material radioativo. No entanto, destacou que a integridade de parte da usina foi comprometida.

Em seu pronunciamento, Grossi se disponibilizou a viajar o quanto antes para Chernobyl e orientar um acordo de segurança nuclear entre os países.

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"Durante a noite, projéteis atingiram um prédio dentro da planta do local. Este prédio, devo repetir, não faz parte do reator. Não é um dos reatores. É uma construção de treinamento adjacente aos reatores. Isso causou um incêndio localizado, que foi controlado", explicou.

Grossi reforçou que todos os sistemas de segurança dos seis reatores não foram afetados, mas a integridade física da usina foi comprometida. "Temos a sorte de não haver vazamento radioativo", alertou.

Críticas da OTAN

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, classificou a ocupação russa como “irresponsável”.

Antes da reunião extraordinária com ministros das Relações Exteriores dos países que compõem a OTAN, em Bruxelas, Stoltenberg indicou que os riscos do ataque demonstram que a Rússia deve retirar suas tropas da região.

"Vimos relatos sobre o ataque contra a central nuclear. Isto demonstra a irresponsabilidade desta guerra e a importância de acabar com ela. E a importância da Rússia retirar todas as suas tropas e engajar-se de boa fé nos esforços diplomáticos", apontou.

O secretário procurou se distanciar do conflito e disse que a OTAN não faz parte da guerra, mas lembrou que a organização oferece suporte à Ucrânia e implementou "sanções sem precedentes" à Moscou.

"A Otan é uma aliança defensiva. Não buscamos guerra, conflito com a Rússia", considerou.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, condenou nesta sexta-feira (4) a "irresponsabilidade" da Rússia após o ataque contra a central nuclear de Zaporizhia, na Ucrânia, que sofreu um incêndio durante a noite.

"Vimos relatos sobre o ataque contra a central nuclear. Isto demonstra a irresponsabilidade do conflito", disse Stoltenberg antes de uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores da Otan em Bruxelas, na primeira reação da aliança transatlântica ao ataque.

A central nuclear de Zaporizhia é considerada a maior da Europa e sofreu um incêndio na noite de quinta-feira (3), após um ataque das forças russas, segundo autoridades ucranianas.

No entanto, o incidente foi controlado e os reatores foram desativados e, de acordo com o regulador nuclear ucraniano, nenhum vazamento radioativo foi registrado na usina até o momento.

Em Bruxelas, Stoltenberg recebeu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, antes de uma reunião de emergência da aliança, na qual participarão o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e os chanceleres da Finlândia e da Suécia, dois países associados.

"Não estamos procurando um conflito. Somos uma aliança defensiva e vamos defender nosso território", disse Blinken logo após ser recebido por Stoltenberg.

Para Borrell, "esta guerra é totalmente injustificada (...) devemos permanecer unidos e estar preparados para agir".

O influente ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, afirmou que a Otan deve ser fortalecida e ajudar seus países parceiros no leste do continente, mas considerou que se envolver totalmente no conflito seria uma "catástrofe".

Esta posição parece diminuir as chances de adotar uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia por enquanto.

Para Asselborn, tal decisão deve ser adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto o ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, Jan Lipavsky, alertou que se a Otan se comprometer com essa iniciativa "significa que estará envolvida em um conflito".

Para o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, é preciso "manter o isolamento" da Rússia.

Durante o dia, Borrell vai presidir uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE, para a qual convidou Blinken e os ministros do Canadá e do Reino Unido, que se encontram em Bruxelas para a reunião da Otan.

A ideia de organizar uma reunião unificada UE-Otan foi vetada pela Turquia, país que faz parte da aliança militar, devido à presença de Chipre, que faz parte da UE mas não da Otan.

A Rússia ameaçou nesta sexta-feira (25) o que chamou de tentativas do Ocidente de incluir na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a Finlândia e a Suécia, países conhecidos pela neutralidade, e alertou para as "sérias consequências" de uma adesão desses países ao grupo. "É evidente que a entrada de Finlândia e Suécia na Otan, que é um bloco militar, teria sérias consequências político-militares, que necessitariam de uma resposta do nosso país", afirmou em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

A representante da diplomacia disse que Moscou está ciente dos "esforços direcionados da Otan e de alguns países membros do bloco, em primeiro lugar os Estados Unidos, para incluir a Finlândia e também a Suécia na aliança". Não existe um processo concreto para que isso ocorra.

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Zakharova enalteceu "a política de não alinhamento militar do governo finlandês como um fator importante para garantir a segurança no norte da Europa e em todo o continente europeu", mas afirmou que a interação prática entre Helsinque, Estocolmo e Otan cresceu recentemente.

"(Essas nações) Realizaram manobras da Otan. Esses países ofereceram os seus territórios para exercícios da Otan perto das fronteiras da Rússia, nos quais as forças dos Estados Unidos imitaram ataques com armas nucleares contra um adversário considerado equivalente", disse a porta-voz do ministério russo.

Ela declarou ainda que Finlândia e Suécia confirmaram o princípio da indivisibilidade da segurança como membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). "A escolha das formas de assegurar a defesa e segurança nacional é um assunto interno e soberano de cada Estado", disse ela.

Apoio à Ucrânia

A declaração ocorre depois que o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, agradeceu pelo apoio dos dois países durante a invasão da Ucrânia pela Rússia. "A Suécia fornece assistência militar, técnica e humanitária à Ucrânia", escreveu Zelenski no Twitter. "Grato ao (primeiro-ministro sueco) por seu apoio efetivo. Construindo juntos uma coalizão anti-Putin!"

As tensões entre a Rússia e o Ocidente começaram justamente por causa da recusa de Putin em aceitar que a Ucrânia integrasse a aliança militar ocidental. O país manifestava interesse há anos de fazer parte da Otan e se tornou um candidato em 2018, mas nunca houve garantias de que de fato se juntasse, já que havia protestos de países da aliança.

As tensões se agravaram até culminar na invasão russa na madrugada de quinta-feira. Com o cerco militar promovido pelos russos a Kiev, Zelenski propôs a Putin uma negociação, segundo a agência de notícias russa RIA.

O presidente ucraniano disse que está disposto a dialogar e até mesmo adotar um "status neutro" - o que, na prática, significaria o abandono da ambição de entrar na Otan.

Aliança

A Finlândia, mesmo sem estar na Otan e considerada nação neutra desde o final da 2.ª Guerra, costuma participar ativamente das reuniões da aliança. Já a Suécia é uma nação neutra desde o início do século 19.

No mês passado, a primeira-ministra finlandesa Sanna Marin disse que era "improvável" que durante sua gestão o país aderisse à aliança militar ocidental. Na quinta-feira, quando a Rússia iniciava a ofensiva contra a Ucrânia, Sanna adaptou o discurso e afirmou que seu país poderia pleitear a adesão à Otan "caso a questão da segurança nacional se torne aguda". Moscou defende que a expansão contínua da Otan para o Leste Europeu desde o final da Guerra Fria viola os compromissos posteriores e anteriores ao fim da União Soviética.

Ontem, os governos de Finlândia e Suécia não comentaram as declarações da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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