Tópicos | pacientes

Uma tristeza tomava conta de Antônio Pissirili, de 74 anos, quando ele olhava para as próprias pernas e elas não seguiam mais seus comandos. Curado do novo coronavírus, ele perdeu os movimentos após o vírus desencadear a Síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica autoimune que pode levar à paralisia, e é um dos dez pacientes que já foram atendidos na Rede de Reabilitação Lucy Montoro depois de terem ficado com sequelas da covid-19.

Há cerca de dois meses, segundo a rede e a Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR), começaram a chegar os primeiros pacientes com necessidade de fazer reabilitação depois de se recuperar do vírus.

##RECOMENDA##

São pessoas que passaram por longo período de internação e perderam massa magra em grande quantidade, o que limitou suas atividades, ou que apresentaram quadros de fadiga, dor crônica e doenças raras ligadas a processos infecciosos, como Guillain-Barré, que ficou mais conhecida no País durante a emergência do zika vírus.

O aposentado até tinha ficado gripado por uns dias, mas só descobriu a infecção pelo vírus a partir dos sintomas da síndrome, que apareceram em um domingo no começo de abril. "Fui passar um café e minhas pernas tremeram."

A dificuldade para se locomover não parecia normal para um homem que trabalhou mais de 20 anos como gari e que, depois de aposentado, tinha o hábito de caminhar dois quilômetros por dia.

"Quando ele foi ao banheiro, as pernas não reagiram mais. Na AMA (Assistência Médica Ambulatorial, da Prefeitura), teve a suspeita de covid. A gente voltou para casa e ele não conseguia andar de novo. O resultado do exame foi positivo (para coronavírus). O pulmão já estava comprometido", relembra a mulher, a diarista Natália Inácio Pissirili, de 58 anos.

Ele já foi encaminhado para o Hospital de Campanha do Ibirapuera, onde ficou por dois dias, mas teve de ser internado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foram 22 dias de hospitalização. "Passei cinco dias entubado, não vi nada", diz.

Do Hospital das Clínicas, o gari aposentado foi encaminhado para a Rede Lucy Montoro, onde iniciou um acompanhamento multidisciplinar para retomar atividades simples, como andar, comer, trocar de roupa.

Pissirili foi um dos primeiros recuperados da covid-19 a chegar na rede, que começou a receber esses pacientes no final de maio. A instituição, que costuma fazer a reabilitação de pessoas que sofreram traumas em acidentes e casos de acidente vascular cerebral (AVC), teve de criar áreas específicas para os novos pacientes.

Linamara Rizzo Battistella, médica fisiatra e presidente do Conselho Diretor do Instituto de Medicina Física e Reabilitação da Rede Lucy Montoro, conta que assim que os pacientes começaram a chegar a equipe percebeu que os recursos de reabilitação não seriam suficientes para atender a pandemia. "Com a experiência dos outros países, já estávamos vendo as condições com as quais o paciente conseguia alta. Com sequelas na parte emocional, na parte de memória e nas condições físicas. Quando a doença chegou aqui, já tínhamos a percepção de que teria reabilitação diferente de um trauma, de um AVC. Esses pacientes têm características de dor crônica, de alterações paralíticas que remetem a doenças medulares, alterações dos músculos, mas com respostas diferentes às intervenções", explica.

De acordo com Linamara, as sequelas deixadas pelo vírus podem ser revertidas com a reabilitação em um período menor do que o de um trauma, por exemplo. A meta da instituição é, até o início de agosto, ter a possibilidade de oferecer o tratamento em todas as unidades da rede no Estado.

"Quando saí do hospital, se eu pegasse um copo d'água, derrubava metade na cama. Se me colocasse de pé, eu caía", relembra Pissirili. "Não conseguia andar, a fala não saía, é uma coisa que não desejo para ninguém. Achei que ia morrer por causa da fraqueza. Me dava uma tristeza olhar para as minhas pernas, porque eu ia vegetar. A minha maior riqueza foi as minhas pernas voltarem a funcionar", conta.

Complicações

Embora as unidades de reabilitação ainda não tenham fechado um balanço, a demanda de pacientes tem aumentado nos últimos dois meses, segundo Eduardo de Melo Carvalho Rocha, médico fisiatra e vice-presidente da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR).

"São complicações de doenças associadas à covid, como Guillain-Barré. Embora não seja tão clara como ocorreu na época da zika, a gente já vê um aumento nas UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Aqui na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, neste último mês, tivemos três pacientes com covid que tiveram Guillain-Barré. São doenças raras, mas apareceram em pacientes pós-covid. O que se acredita é que é um vírus novo que expôs muita gente ao mesmo tempo e aumentou o risco de doenças por exposição viral", afirma Rocha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em Fernando de Noronha, três contaminados pela Covid-19 conseguiram se recuperar e foram liberados do isolamento, informou a administração. Com a atualização, a ilha segue com três pacientes com quadro assintomático e já registrou 76 casos da doença. Outras 15 pessoas estão em investigação.

Com os resultados positivos apresentados no boletim desse sábado (11), Noronha mantém o plano de reabertura das atividades econômicas, que já autorizou praticamente a volta de todos os setores sob protocolo específico. O transporte público já circula, templos religiosos voltaram a receber fiéis, praias estão abertas e o segmento de bares e restaurantes atende com 50% da capacidade.

##RECOMENDA##

Os voos semanais para que moradores e servidores essenciais retornem ao arquipélago também estão mantidos desde o dia 13 de junho. De acordo com a administração, 496 pessoas cadastraram-se junto à assistência social para garantir o desembarque. Antes de sair de Recife, é necessário apresentar teste negativo para Covid-19, que é refeito na ilha. Todos os passageiros ficam isolados até o resultado dos exames. Para conseguir voltar à Noronha é necessário entrar em contato com os telefones (81) 99488 3167 / 98494 0311 / 98494 0307 / 99488 3165 /99488 4367 / 99488 4367.

LeiaJá também

--> Três novos casos de Covid-19 são confirmados em Noronha

--> Noronha zera casos em investigação e libera transportes

--> Bares e lanchonetes reabrem em Fernando de Noronha

O Sistema Hapvida divulgou nesta sexta-feira (3), que alcançou a marca de 10 mil pacientes recuperados da Covid-19 em suas unidades do país. O número foi alcançado na última quarta-feira (1º).

"Estamos muito felizes com o número de clientes que venceram todas as aflições e desafios desse vírus, até então desconhecido por todos nós. Hoje, realmente, é um dia que precisamos comemorar. Comemorar esse resultado que só foi possível graças a uma equipe incansável e protocolos médicos assertivos", explica o presidente, Jorge Pinheiro.

##RECOMENDA##

No total, o Brasil registra 852.816 pessoas que conseguiram vencer o novo coronavírus. Número é bem maior do que a soma de pessoas que, infelizmente, não conseguiram resistir, um total de 61.884.

Mais dois moradores de Fernando de Noronha foram confirmados com a Covid-19, nessa quarta-feira (1º). Eles testaram positivo ao desembarcar na ilha com um grupo de 40 pessoas, no último sábado (27). Os pacientes estão em quarentena com outros dois passageiros, que aguardam o resultado de exames.

Os demais integrantes do voo não contraíram a doença e foram liberados da quarentena. Com a atualização, o arquipélago segue sem óbitos e na expectativa para a recuperação de um paciente. Ao todo, já foram registros 72 casos da Covid-19, segundo a administração.

##RECOMENDA##

Mais um voo com moradores e servidores é esperado neste sábado (4). Segundo dados da administração, até o momento, 416 moradores já se cadastraram junto à Assistência Social para garantir a volta para casa. Os embarques semanais são organizados de acordo com a necessidade e as prioridades de cada solicitante, por meio dos contatos (81) 99488 3167 / 98494 0311 / 98494 0307 / 99488 3165 / 99488 4367 / 99488 4367.

Flexibilização- Com os devidos protocolos sanitários, praticamente todas as atividades comerciais já foram retomadas. Na última sexta-feira (26), bares, restaurantes e lanchonetes reabriram com 50% da capacidade de atendimento. O acesso às praias está liberado há mais de um mês para atividades físicas e náuticas que não ultrapasse grupos de quatro pessoas. Templos religiosos, clínicas e consultórios em geral, salões de beleza e comércio varejista já atendem.

Aos moradores que suspeitam ter contraído a doença ou apresentam sintomas gripais, a vigilância sanitária disponibilizou uma equipe de saúde para atendimentos por meio dos contatos 3619-0956 / 99488-4366.

Na madrugada desta terça-feira (30), um princípio de incêndio foi registrado em uma UTI voltada para pacientes em tratamento da Covid-19, no Hospital Agamenon Magalhães, no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. Os bombeiros foram acionados, mas as chamas foram contidas por funcionários, informa a direção da unidade.

Ainda de acordo com a direção, não houve feridos e os pacientes que estavam na UTI foram transferidos para outros espaços do hospital, “sem prejuízo ao tratamento”, destaca o comunicado.

##RECOMENDA##

A administração acredita que o incêndio foi provocado por um problema na régua de alimentação de gases da sala e os bombeiros suspeitam que as chamas foram resultado de um curto-circuito. "Funcionários do setor perceberam que um dos equipamentos começou super aquecer rapidamente entrando em curto e liberando muita fumaça", afirmam as autoridades.

Não foram detalhados os danos estruturais, mas a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a equipe de engenharia e manutenção vai atuar no local para que, os cerca de 20 pacientes, retornem à UTI ainda nesta terça. Os atendimentos prosseguem normalmente no hospital.

A plataforma Regula RN informou que 234 pessoas morreram à espera de um leito para o tratamento da Covid-19 no Rio Grande do Norte. Dados da Secretaria do Estado de Saúde Pública (Sesap) apontam que, até esse domingo (28), 937 potiguares não resistiram à infecção, logo, os pacientes da lista de espera representam 24,9% das vítimas fatais no estado.

O Rio Grande do Norte ainda tem 36 pacientes na fila de regulação para UTI, enquanto 41 aguardam a transferência para leitos clínicos. O estado tem apenas 14 leitos críticos disponíveis. Ao todo, 225 pessoas estão internadas em leitos de enfermaria e outras 320 em UTIs.

##RECOMENDA##

A primeira causa de cancelamento das solicitações é a expiração dos pedidos - quando não há atualização do paciente há mais de 48 horas -, seguida do óbito dos solicitantes. Já a terceira causa corresponde à impossibilidade de transporte, com 149 cancelamentos.

Mais 1.191 pernambucanos foram confirmados com a Covid-19 nesta quarta-feira (24). Com o acréscimo, o estado totaliza 54.022 infectados pela doença, sendo 18.553 graves e 35.469 leves, informa a Secretária Estadual de Saúde (SES).

Dos novos casos, 992 (83%) são casos leves e 199 (17%) se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A SES também registrou 86 novos óbitos. Desses, 65 (76%) ocorreram entre o dia 18 de abril e 20 de junho e 21 (24%) ocorreram nos últimos três dias.

##RECOMENDA##

Desde o início das notificações, Pernambuco já teve 4.425 vítimas fatais da pandemia.

Pesquisadores argentinos desenvolveram um soro terapêutico que, em testes em laboratório, demonstrou capacidade para neutralizar o vírus SARS-Cov-2, causador da Covid-19, anunciou o governo nesta quarta-feira (17).

"Trata-se de um soro hiperimune anti-Covid-19 para imunização passiva", explicaram as autoridades em um comunicado. Com este resultado, o laboratório Inmunova, que participa do projeto, iniciará em breve a fase de testes clínicos com pacientes.

A imunização passiva consiste em administrar anticorpos em pacientes contra o agente infeccioso para produzir seu bloqueio e evitar que se espalhe.

O soro é similar aos usados para tratar o envenenamento por picadas de cobras e escorpiões, intoxicações por toxina tetânica, exposição ao vírus da raiva e infecções como a gripe aviária, explica a nota oficial.

Em seu desenvolvimento usou-se como antígeno uma proteína recombinante do vírus para obter anticorpos policlonais. O soro produzido contém grande quantidade destes anticorpos com capacidade neutralizante, que poderia evitar a entrada do vírus nas células, que é onde se multiplica.

Trata-se do primeiro potencial medicamento para tratar pacientes com Covid-19 desenvolvido na Argentina, fruto de um trabalho conjunto dos setores público e privado.

Cooperam no projeto o laboratório Inmunova, juntamente com o Instituto Biológico Argentino (BIOL), a Administração Nacional de Laboratórios e os Institutos de Saúde Dr. Malbrán, com a colaboração da Fundação Instituto Leloir (FIL), Mabxience e o Conselho Nacional de Ciência e Técnica (Conicet), bem como a Universidade Nacional de San Martín.

Atualmente, está sendo avaliado outro método de imunização passiva, que é a aplicação de plasma de convalescentes com anticorpos gerados por estes pacientes recuperados, à espera do desenvolvimento a longo prazo de uma vacina.

 Um grupo de cinco pessoas da mesma família invadiu a ala de pacientes acometidos pela Covid-19 do hospital Ronaldo Gazzola, na cidade do Rio de Janeiro, nesta sexta (12). De acordo com relatos dos profissionais de saúde, uma mulher chutou uma porta, derrubou computadores e tentou invadir leitos dos doentes. O grupo era composto por parentes de uma senhora de 56 anos que havia falecido com suspeita do vírus e citou o pedido do presidente Jair Bolsonaro para que a população “fiscalizasse” os hospitais de combate à doença.

De acordo com o jornal Extra, a invasão foi agressiva e a família, que não aceitava o óbito, gritava “mentira, mentira”. O acesso do grupo não deveria ter sido autorizado, pois a área a quem eles chegaram é reservada a pacientes da Covid-19, com risco biológico 3, isto é, quando há risco de propagação da doença de pessoa para pessoa por contato ou via respiratória.

##RECOMENDA##

Uma enfermeira, que cuidava de uma paciente idosa no momento da invasão, chegou a forçar uma cadeira contra a porta na tentativa de impedir a entrada do grupo no quarto da doente. A confusão só teve fim quando a guarda municipal interveio, retirando as cinco pessoas do hospital.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou que o grupo era parente de uma paciente que faleceu no local com suspeita da Covid-19. Uma mulher precisou ser medicada para se acalmar. Ao contrário do que informaram os profissionais do hospital, a SMS disse que família foi autorizada a entrar na área restrita. 

[@#galeria#@]

A reabertura parcial dos consultórios e ambulatórios, nesta quarta-feira (10), foi motivo de alívio para pacientes que tiverem o tratamento mitigado durante a evolução da pandemia em Pernambuco. A região de consultórios, localizada no Derby, Centro do Recife, foi marcada por uma movimentação intensa.

##RECOMENDA##

Na batalha contra o câncer de mama há cerca de um ano, a dona de casa Sônia Oliveira saiu cedo de Porto de Galinhas, no Litoral Sul, para realizar uma ultrassom em um centro de exames. "Tem muitos doentes que precisam de consulta. Esperar a doença em casa é muito pior [...] mas tem que voltar devagarinho. Se for de vez vai gerar o maior tumulto", avalia.

Embora destaque que ainda exista a preocupação com a Covid-19, a técnica em enfermagem, Elisângela da Silva, também apoia a retorno dos atendimentos. "É importante continuar com o cuidado no distanciamento e o uso do álcool gel, mas essa retomada era necessária", aponta. Ela foi receber o resultado de uma tomografia craniana, que investiga o estado clínico do marido após um acidente doméstico.

A volta do serviço deve obedecer o protocolo sanitário emitido pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES). Dentre as regras, está a consulta marcada de dois pacientes por hora. O estudante Kléber Cardoso, acompanha a avó, de 65 anos, para realização de um exame de coração. Ele garante que as recomendações estão sendo cumpridas. "Mais cedo encheu um pouco, mas eles dividiram os pacientes e colocaram o pessoal em outra sala", relatou.

Além da separação dos pacientes, o estudante conta que as cadeiras ao lado de cada pessoa ficam vazias e na entrada do consultório foram disponibilizados produtos de higienização. Há 20 dias, a avó sofreu um infarto e precisou ficar internada por quatro dias. Ele lembra que o período foi difícil. "Ela ficou com medo por que foi para a UTI sozinha e a gente não teve acesso". No entanto, explica que a internação foi essencial e comemora a volta dos atendimentos, junto com a evolução na saúde da avó.

O Governo de Pernambuco anunciou que conseguiu zerar, neste domingo (7), a fila por um leito de terapia intensiva (UTI) voltado para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). A rede pública de saúde de Pernambuco chegou a atingir o pico de 300 pacientes suspeitos de Covid-19 aguardando vaga de UTI em maio.

Neste momento, de acordo com dados da Central de Regulação de Leitos, que é responsável pelo encaminhamento de pacientes aos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, as solicitações ativas de pacientes com a doença têm disponibilização imediata de leito, já que a oferta é maior que a demanda. 

##RECOMENDA##

Nos últimos meses, a gestão estadual colocou em funcionamento 1543 leitos, distribuídos em 20 municípios nas quatro macrorregiões de saúde de Pernambuco. Do total, 688 são vagas em UTI e 855 em enfermarias. A Prefeitura do Recife abriu sete hospitais de campanha e colocou em funcionamento, nos últimos dias, cerca de 100 leitos, totalizando 864 vagas ativas, sendo 212 de UTI e 652 de enfermaria.

"Chegamos até aqui graças a maior operação política, sanitária e logística já registrada na história da nossa Saúde pública. Em 18 de março, ao lado do prefeito Geraldo Júlio, anunciamos que iríamos abrir mil novos leitos para enfrentar a Covid-19. Hoje, somando Estado e Prefeitura da Capital já colocamos à disposição dos pernambucanos 2.407 leitos, sendo 900 de UTI e 1.507 de enfermaria. Vamos continuar reforçando nossa capacidade de atendimento para dar uma assistência digna à população", afirmou o governador Paulo Câmara (PSB) em pronunciamento neste domingo.

[@#podcast#@]

O secretário de Saúde também atribuiu a marca alcançada à população. "Além deste grande esforço de abertura de leitos, esta marca que alcançamos hoje é fruto da decisiva colaboração dos pernambucanos, que entenderam a mensagem e adotaram um isolamento social mais rígido, além de medidas de proteção e  de distanciamento social que precisam continuar sendo adotadas com a reabertura gradual das atividades a partir da próxima segunda-feira", comentou André Longo.

A diminuição da pressão sobre a rede de saúde é uma tendência observada nos últimos dias pela Central de Regulação de Leitos de Pernambuco. As solicitações de internação, que chegaram a mais 2,1 mil em meados de maio, reduziram mais de 30%, e ficaram em 1,4 mil na semana passada. 

Nas 15 UPAs estaduais, que são a principal porta de entrada da rede de urgência e emergência, a redução da curva epidêmica e da taxa de transmissão no Estado já está sendo sentida, diz o Governo de Pernambuco. Os atendimentos a pacientes com quadros respiratórios apresentaram uma queda de 60% na comparação de junho com maio deste ano, passando de 662 no dia 5 de maio para 269 em 5 de junho. 

"Mesmo com dados positivos, ainda não é momento de relaxarmos", alerta o secretário. Atualmente a taxa média de ocupação dos leitos dedicados à Covid-19 está em 76%, sendo de 62% nos leitos de enfermaria e 96% nos leitos de UTI. 

O secretário adiantou, na última sexta-feira (5), durante coletiva de imprensa transmitida pela internet, que novos leitos de UTI serão abertos, nos próximos dias, nos hospitais de Referência Covid-19 – unidade Olinda (Maternidade Brites de Albuquerque); Mestre Vitalino, em Caruaru; e Dom Moura, em Garanhuns. Além disso, ventiladores de transporte estão sendo encaminhados para reforçar as salas vermelhas dos hospitais Regional de Ouricuri, Dom Moura, além da UPA de Caruaru e UPAE de Garanhuns.

Com o intuito de evitar a aglomeração de pessoas e preservar pacientes que são dos grupos de risco para a covid-19, a Farmácia de Pernambuco iniciou, desde o mês de abril, entregas em domicílio de medicamentos para os usuários cadastrados em quatro grupos de doenças contempladas pelos Programas da Diretoria Geral de Assistência Farmacêutica (Dgaf) e residentes no Grande Recife. A iniciativa é resultado de força-tarefa das Secretarias Estaduais de Saúde (SES-PE), Desenvolvimento Econômico (Sdec), de Administração (SAD), além do Complexo Portuário Industrial Portuário de Suape e da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). Mais de 2,3 mil pacientes já receberam seus medicamentos sem sair de casa.

Já foram entregues medicamentos para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma grave, transplantados, doença de Alzheimer, saúde mental, artrites, lúpus e esclerose. O próximo passo é a inclusão dos pacientes diagnosticados com glaucoma. “Pensamos em estratégias que contemplassem uma boa parte das doenças e que impactam o cotidiano das pessoas e com maior volume de usuários cadastrados, beneficiando aqueles que fazem parte do grupo de risco e são mais vulneráveis para o novo coronavírus. Cerca de 2,3 mil pacientes já foram beneficiados com esta ação”, explica a gerente de organização das unidades da Farmácia de Pernambuco, Amanda Figueiredo.

##RECOMENDA##

Os usuários que receberão o medicamento em casa são avisados previamente por ligação telefônica efetuada pela equipe da Farmácia de Pernambuco, evitando, assim, o deslocamento desnecessário à Farmácia de Pernambuco para retirar o medicamento. Desde o início das entregas, a equipe da Farmácia se depara com a seguinte situação: alguns usuários se negam a receber as medicações por acreditar que a iniciativa se tratava, na verdade, de um golpe. “Todos os usuários estão sendo avisados com antecedência sobre a entrega dos seus medicamentos em domicílio. É importante que os pacientes fiquem atentos às nossas ligações e a chegada dos motoristas em suas residências para receber os insumos. Os pacientes podem ficar tranquilos que esta é uma iniciativa oficial, articulada pelo Governo de Pernambuco, e não se trata de golpe”, ressalta a gerente da Farmácia.

As entregas são divididas por bairros e acontecem de segunda a sexta, das 8h às 17h. O trabalho é feito por cerca de 10 equipes dos órgãos envolvidos na mobilização, nos carros oficiais do Governo de Pernambuco. Os funcionários, que foram realocados de seus setores, foram divididos em duplas para otimizar a entrega (enquanto um funcionário entrega o fármaco ao paciente na porta de casa, o outro dirige o veículo). São realizadas por dia, em média, entregas para cerca de 130 pacientes.

Todos os motoristas envolvidos na ação recebem kit com equipamento de proteção individual (EPI) e álcool em gel. O grupo também participa, periodicamente, de capacitações com a área técnica da SES-PE, recebendo as principais orientações sobre uso adequado do EPI e do álcool em gel, além de informes sobre o manuseio e transporte dos medicamentos.

*Da assessoria 

 

Dois pacientes internados no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari (zona norte do Rio), morreram na tarde de sexta-feira, 8, após faltar eletricidade na unidade de saúde durante cerca de cinco minutos. Mensagens trocadas por funcionários do hospital em redes sociais atribuem as mortes à falta de luz, porque os geradores de energia não teriam funcionado adequadamente e alguns dos respiradores estariam sem bateria. A direção do hospital afirma que os equipamentos passaram a funcionar com bateria própria e nega a ligação entre os dois fatos, mas informou que uma sindicância vai apurar os fatos. Um dos pacientes, de 24 anos, estava internado com suspeita de covid-19.

A Light, concessionária de eletricidade que atende o hospital, confirmou que faltou luz no prédio depois que um tiro atingiu um fio da linha que abastece a unidade de saúde, às 13h19.

##RECOMENDA##

Setenta pacientes estavam internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI), e 11 teriam sofrido paradas cardíacas momentos depois da falta de energia. As equipes médicas se dividiram e conseguiram salvar nove deles, segundo os profissionais. Bernardo dos Reis Santos, de 24 anos, foi um dos dois mortos. "O médico me falou que ele teve uma parada cardíaca à uma e quarenta da tarde. Sendo que ontem (quinta-feira) a febre já tinha passado e a gente estava toda esperançosa", afirmou à TV Globo um parente de Santos.

"Eu não acredito, gente! Nós perdemos aqui no CTI do (hospital Ronaldo) Gazolla um jovem, um garoto de 24 anos, que internou por covid, mas ele não morreu por covid. Ele morreu porque não tinha luz. Faltou luz. Não tem gerador nesse hospital aqui", escreveu um profissional que trabalha na unidade de saúde, em mensagem a colegas, segundo divulgou a TV Globo.

O outro paciente que morreu é Sheyla Therezinha Ferreira Gomes, de 59 anos, que estava internada no hospital desde o dia anterior, quinta-feira. Ela sofreu parada cardíaca e foi reanimada, mas acabou morrendo às 14h30, pouco mais de uma hora após a falta de luz.

Segundo profissionais que trabalham no hospital narraram para a TV Globo, na falta de respiradores, a opção seria usar uma bolsa de ar conhecida como "ambu", com oxigênio, para atender os pacientes. Mas, para usar essa bolsa, segundo esses funcionários, é preciso ter um filtro de proteção, para evitar a contaminação, e esse filtro está em falta no hospital, dizem eles.

Direção nega

Em nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, o diretor do hospital, Luis Fernando Gandara, afirma que "não há qualquer relação entre a queda de energia ocorrida na unidade com nenhum óbito no CTI".

"Os equipamentos que estavam em uso pelos pacientes - respiradores, monitores e bombas infusoras - continuaram funcionando com suas baterias próprias", diz a nota. "A falta de luz na unidade ocorreu às 13h19 e o gerador foi imediatamente acionado, levando um minuto e 25 segundos para entrar em operação. A Light, responsável pelo fornecimento de energia, também foi acionada imediatamente".

Segundo a pasta, a Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro (RioSaúde), empresa vinculada à secretaria municipal de Saúde responsável pela administração do Hospital Ronaldo Gazolla, vai abrir uma sindicância para apurar os fatos.

O Projeto Reabilitação Pulmonar, do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), está realizando o atendimento de pessoas com doenças pulmonares crônicas por meio de videoconferências e chamadas telefônicas para cumprir a recomendação de isolamento social dos grupos de risco do novo coronavírus (Covid-19). As doenças não têm cura e causam constante diminuição de fluidez de ar.

Se o tratamento for interrompido, essas doenças podem causar infecções incapacitantes, o que pode gerar graves prejuízos à qualidade de vida dos enfermos. O projeto, que tem origem presencial e em grupo, teve seu formato de atendimento revisto devido à pandemia. “Nós temos ferramentas [tecnológicas] que podem ser utilizadas para continuarmos controlando os sintomas desses pacientes em casa, evitando que eles procurem o sistema de saúde sem necessidade”, informou a coordenadora do projeto e doutora em Ciências da Reabilitação pela UFMG, Liliane Mendes.

##RECOMENDA##

Docentes de graduação e pós-graduação em fisioterapia acompanham, semanalmente, por meio de videoconferência e chamadas telefônicas, os 54 pacientes atendidos atualmente e recomendam exercícios que devem ser feitos. “Os pacientes com doença pulmonar começam a ter limitação na sua atividade diária, e isso compromete a qualidade de vida e a independência. São indivíduos que têm de ser estimulados a fazer atividades e ganhar condicionamento físico para se manterem ativo”, contou o professor do departamento de fisioterapia da UFMG e fundador do projeto, Marcelo Velloso.

A ação frisa aos pacientes todas as precauções do isolamento social e higienização do Ministério da Saúde e faz uma avaliação para detectar possíveis casos de coronavírus, uma vez que os quadros de doenças respiratórias podem se confundir com os sintomas ocasionados pelo coronavírus.

O Ambulatório Médico de Especialidades (AME), em Campinas (SP), recebeu quatro pacientes com a Covid-19 transferidos da Região Metropolitana de São Paulo, onde a oferta de leitos beira o colapso. Autoridades de saúde e o prefeito, Jonas Donizette (PSB), afirmam que a cidade não tem como suportar essa demanda extra. O temor é de sobrecarga na rede de atendimento local - referência para uma região de 6,5 milhões de habitantes - e aumento da transmissão do coronavírus, ainda abaixo da média estadual.

Sem detalhar, o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, afirmou que já transferiu 15 pacientes da região metropolitana de São Paulo para outros locais, uma vez que a lotação no interior do Estado ainda é menor do que na capital.

##RECOMENDA##

"Nós temos duas preocupações", afirmou o secretário municipal de Saúde de Campinas, Cármino Antônio de Souza. "Uma de que não sejamos capazes de atender esse volume (de pacientes). Mas a maior preocupação que nós temos é a circulação de pessoas que estejam convivendo com quem seja covid-19 positivo. Isso aumentaria o fluxo de parentes, amigos e pessoas que eventualmente viriam para a cidade", explicou.

Maior cidade o interior paulista, Campinas registrou até a segunda-feira 403 casos confirmados da doença e 22 mortes. Há outros 157 casos suspeitos.

Transferidos

A reportagem apurou que os doentes foram enviados para Campinas de forma excepcional, levando em consideração a localidade onde estavam na Grande São Paulo (Francisco Morato e Franco da Rocha), sendo mais fácil sua transferência para o interior, do que para outra região no entorno da capital. Balanço da Secretaria de Estado da Saúde mostra que a taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento a covid-19 no último sábado era de 88,8% nas cidades da Região Metropolitana da capital, enquanto no Estado essa média era de 67,9%.

O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, afirmou que já pediu ao governo do Estado para que a rede local seja preservada nesse processo de transferência de internados, quando a capital chegar ao colapso.

"Não dava para a gente fazer esse recebimento com pena de colocarmos a perder o trabalho que fizemos de aumento dos leitos, de preservar leitos", afirmou o prefeito.

Na semana passada, a prefeitura anunciou seu plano para retomada gradual das atividades econômicas, que leva em conta a taxa reduzida e estável de contágio na cidade. O secretário municipal de Saúde afirmou que o atendimento que a cidade faz de referência para a região metropolitana de Campinas também torna inviável o recebimento desses doentes da Grande São Paulo.

Sede de uma área regional de saúde de 42 cidades do interior paulista, Campinas tem duas unidades públicas estaduais de referência para atendimentos da Covid-19: o recém-inaugurado AME Campinas e o Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp. Juntos, eles têm 66 leitos de UTI reservados para pacientes com a doença e taxa de ocupação bem abaixo das registradas na Grande São Paulo.

A reportagem apurou, porém, que a Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS) do Estado reconhece que Campinas tem um quadro subdimensionado para atendimento da região, problema histórico que se agrava todo ano no inverno, com aumento de casos de doenças respiratórias, e deve tratar a cidade somente como opção emergencial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Grande São Paulo já tem 89% dos leitos de UTI ocupados diante da crise do novo coronavírus e vai começar a transferir pacientes para o interior do Estado no fim de semana. A informação foi dada pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. No Estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 69,3%. De acordo com o balanço, 8,6 mil pessoas estão internadas em hospitais no Estado, 3.305 delas em UTI.

"Trabalhamos com cenários. Vamos adicionar recursos, insumos e leitos novos. Agora, como houve defasagem de chegada de respiradores, vamos usar, por um tempo, essa transferência de pacientes para o interior", disse Germann. "A transferência será da Grande São Paulo para o interior. Estamos falando de um interior muito próximo. Mas precisamos lançar mão disso, pelo menos por alguns dias", completou.

##RECOMENDA##

Em enfermaria, há 5.295 pacientes internados. Nesses leitos, a taxa de ocupação é de 73% na região metropolitana e de 48% no Estado.

Epicentro da doença no País, São Paulo tem 2.375 mortes pelo novo coronavírus, 128 registradas nas últimas 24 horas, aumento de 6% em relação ao balanço de quarta-feira. O total de casos confirmados é de 28.698, um aumento de 10%. De acordo com a Secretaria estadual da Saúde, houve um aumento de 1.345% no número de mortes na comparação com 1º dia do mês, quando havia 164 óbitos. Ao longo do mês, o número de mortes também evoluiu cerca de dez vezes na capital, passando de 114 para 1.522.

Segundo o balanço, praticamente metade das cidades do Estado já tem casos ou mortes do novo coronavírus. "Estamos em uma fase de aceleração da doença", afirmou o diretor do Instituto Butantã, Dimas Tadeu Covas.

Isolamento social

A taxa de isolamento no Estado caiu e ficou em 47% na quarta-feira. O índice vem preocupando o governo, pois está abaixo da meta, que é de 60%. O ideal, para evitar o colapso do sistema de saúde, seria uma taxa de 70%.

A gestão João Doria estuda uma flexibilização na quarentena, mas o próprio governador já disse que a flexibilização não será possível se o índice se mantiver neste patamar. Doria tem feito teleconferências com prefeitos para discutir as medidas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Divididas em nove municípios de Pernambuco, as 34 novas mortes confirmadas por Covid-19 neste domingo (26) apresentam o potencial de disseminação da doença e a extensão a qual ela já atingiu no Estado. Além da Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste e Sertão foram afetados, aponta o boletim emitido pela Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES).

Com idades entre 48 e 93 anos, 18 homens e 16 mulheres representam as novas mortes no Estado. Os pacientes faleceram entre os dias 7 e 25 de abril nos municípios do Recife (20), Jaboatão dos Guararapes (7), Olinda (1), Paulista (1), Goiana (1), Pombos (1), Bom Jardim (1), Frei Miguelinho (1) e Terra Nova (1). Eles elevaram para 415 o registro de óbitos em Pernambuco.

##RECOMENDA##

A investigação das mortes prossegue, mas 23 deles apresentavam comorbidades que impulsionaram o agravamento da infecção. De acordo com os históricos, eles sofriam de hipertensão (13), diabetes (8), obesidade (1), sequela de AVC (1), doença cardíaca (2), doença renal (3), cardiopatia (5), epilepsia (1), asma (1), Parkinson (1) e doença cardiovascular crônica (1).

Embora as mulheres lideram os diagnósticos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), são os homens que menos resistem às complicações respiratórias no Estado. Das 415 mortes, 227 foram de homens, o que representa a parcela de 54,7%. Enquanto 188 mulheres já morreram pela doença, complementando em 45,3%.

A SES também informou 4.898 casos confirmados. Dos considerados graves, 1.864 estão em isolamento domiciliar e 790 estão internados, sendo 192 em UTI e 598 em leitos de enfermaria. Em relação a capacidade de internação, 92% dos leitos estão ocupados por pacientes que apresentam os sintomas característicos da pandemia. Os de enfermaria já atendem em 86% da capacidade e os de UTI em 98%.

Os dois hospitais de campanha de São Paulo, criados para o tratamento de pacientes com coronavírus em situação de baixa ou média complexidade, estavam com 157 pacientes internados nesta sexta-feira (17).

No hospital do Estádio do Pacaembu, está a maior parte desses pacientes: dos 200 leitos existentes no local, 81 estavam ocupados hoje. Oito pacientes estavam internados na sala de estabilização [equipada para casos mais graves].

##RECOMENDA##

Já no hospital de campanha do Anhembi havia 76 pacientes internados, dos quais dois estavam na sala de estabilização. Sete pacientes da unidade do Anhembi tiveram alta e dois tiveram que ser transferidos por agravamento clínico.

A cidade de São Paulo tem, até hoje, 9.537 casos confirmados de coronavírus, com 690 mortes. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a cidade investiga 35.410 casos e 1.138 óbitos suspeitos de coronavírus.

Os distritos de Sapopemba, Itaquera, Jabaquara e Jardim Ângela foram os que registraram maior número de casos de coronavírus na cidade. Entre os casos confirmados, a maior parte foi identificada na população entre 30 e 39 anos: sendo 1.010 homens e 1.555 mulheres infectados. Em seguida, aparece a população entre 40 e 49 anos, com registro de 888 homens e 1.164 mulheres infectados.

Leitos

Segundo a secretaria, nesta quinta-feira(16), havia 226 pessoas internadas em enfermarias nos hospitais municipais da cidade, que juntos têm 321 leitos. Já nos leitos de retaguarda, em prontos-socorros, 155 pessoas estavam internadas em enfermarias e havia 102 leitos vagos. Nas unidades de terapia intensiva (UTIs) da capital, os internados eram 230 e ainda havia 161 leitos vagos até ontem.                      

Afastamentos

De acordo com o boletim semanal divulgado hoje pela secretaria, 2.525 dos 59.364 profissionais da rede básica de saúde foram afastados do trabalho por síndrome gripal. A isso se somam os 292 profissionais que foram afastados por causa da covid-19. Houve também a ocorrência de quatro óbitos relacionadas ao novo coronavírus.

Já na rede hospitalar municipal, dos 17.972 profissionais registrados, 775 foram afastados por síndrome gripal, 223 por confirmação de covid-19. Foram confirmadas seis mortes.

"É como um tsunami, arrasta você, física e emocionalmente". Infectados com a Covid-19, estes pacientes estiveram perto da morte e, agora, começam longas semanas de reabilitação, ainda marcadas pela passagem pela terapia intensiva e pela solidão trazida com a doença.

"Muito bem, muito bem!". Nesta terça-feira (15) de manhã, uma fisioterapeuta do Instituto Universitário de Reabilitação Clemenceau, em Illkirch-Graffenstaden (leste da França), anima Georges, de 77 anos. Apoiando-se em barras paralelas, ele se balança para frente e para trás sobre uma prancha colocada em cima de dois cilindros.

Os olhos parecem sorrir por trás dos óculos e, ao mesmo tempo, Georges rapidamente fica sem fôlego sob sua máscara cirúrgica.

"Percorri um longo caminho", diz ele, que descreve "visões apocalípticas" durante seu coma artificial. Agora, quer olhar de novo para o futuro.

Ao sair do hospital, "pensei que podia ir embora para casa, mas admito que não poderia ter andando nem dez metros", contou, descrevendo "um cansaço que nunca tinha sentido antes".

No mesmo cômodo, outro paciente, de cadeiras de rodas, pedala em uma bicicleta de reabilitação.

No Instituto Clemenceau, que abriu duas unidades de 18 e 20 leitos dedicados à Covid-19, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala e psicólogos trabalham duro para que os pacientes voltem a ficar de pé.

Desgaste muscular, desnutrição, pacientes que perderam entre 10% e 15% de seu peso, problemas de deglutição relacionados com a entubação, dificuldades respiratórias... No caso dos pacientes que passaram por terapia intensiva e são enviados para este centro, o trabalho de reabilitação deve durar de seis semanas a seis meses.

"Tiveram a COVID, danos musculares e neurológicos e ainda têm todos os efeitos ligados ao sedentarismo", explica a médica Marie-Eve Isner. "Em uma semana de imobilização, você perde 10% da sua massa muscular", completa.

Quando chegam a este centro, alguns sequer conseguem se sentar, e todos têm de aprender os gestos da vida diária.

"Passamos pelo treinamento de sentar, ficar em pé, parar, andar e fazer esforço", diz o chefe da equipe de apoio técnico, Julien Przybyla.

As sessões são muito fragmentadas para limitar a fadiga.

Para Marie Velten, coordenadora de cuidados, a reabilitação também implica "repensar um plano de vida".

Além das dificuldades físicas - aponta a enfermeira Vanessa Beague -, os pacientes "têm muitos pesadelos, têm uma sensibilidade ao que aconteceu quando estiveram na unidade de terapia intensiva".

Segundo a doutora Isner, "podemos ver sequelas neurológicas e cognitivas".

A proliferação do novo coronavírus avança em Pernambuco e, este domingo (12), marca um mês que o Estado confirmou a primeira infecção. Desde então, medidas de isolamento foram reforçadas com a proibição de reunião de pessoas e suspensão da rede de ensino, junto ao comércio. De acordo com a Secretária de Saúde do Estado (SES), 72 mortes já foram registradas e 816 pacientes seguem em observação, desses 227 são profissionais da saúde. Diante da pandemia, o Governo disponibilizou 225 leitos de enfermaria e 161 UTIs.

A primeira notificação ocorreu no dia 25 de fevereiro. Com sintomas de febre e complicações respiratórias, cinco pessoas que haviam retornado da Itália, levantaram suspeita e passaram por testagem da doença. Em apenas mês depois, a SES confirmou a primeira vítima fatal. Tratava-se de um idoso, de 85 anos, que morreu cinco dias após ser internado no Hospital Oswaldo Cruz, na área Central do Recife. Ele sofria de diabetes, hipertensão e cardiopatia isquêmica.  

##RECOMENDA##

Na época, o secretário de Saúde do Estado, André Longo, destacou a importância da conscientização para conter a disseminação. “Cada um de nós tem a opção de escolher ser um agente de proteção, ou de transmissão. Ficar em casa, neste momento, significa salvar vidas. O momento exige consciência e responsabilidade de todos”, declarou.

Ainda que o monitoramento tenha iniciado no fim de fevereiro, os primeiros pacientes confirmados com a Covid-19 só foram registrados no dia 12 de março. O resultado do teste de um casal com 71 e 66 anos, residente do bairro de Boa Viagem, na Zona Sul, e com histórico recente de viagem à Itália, acendeu o alerta das autoridades. Recife representa cerca de 60% das notificações em Pernambuco. As áreas nobres do próprio bairro de Boa Viagem e na Torre, Zona Norte, são os locais com maior incidência no município.

Transmissão comunitária

Cinco dias depois, a doméstica, de 47 anos, que trabalhava na residência do casal foi contaminada. Ela prosseguiu com as atividades, mesmo diante do diagnóstico dos patrões, que foram mantidos em isolamento domiciliar. Ainda no dia 17, o Estado confirmou a detecção de transmissão comunitária, quando não é possível identificar de onde partiu o contágio. O jeito foi proibir eventos com mais de 50 pessoas que, posteriormente, caiu para 10, no intuito de evitar aglomerações.

Um dia depois, 18 de março, toda a rede de ensino, dentre escolas, cursinhos e universidades tiveram as atividades suspensas. O prazo para reabertura foi programado para o dia 30 de abril, contudo, é provável que seja estendido. O comércio também precisou ser fechado, mas só no dia 22. A expectativa para o retorno é no dia 17 de abril, no entanto, a data também pode ser reavaliada.

Navio retido no Recife e vítima estrangeira

Transportando 609 pessoas de 18 nacionalidades, o navio Silver Shadow, de bandeira bahamenha, atracou no Porto do Recife no dia da primeira confirmação do novo coronavírus em Pernambuco (12). Durante o desembarque, um canadense, de 78 anos, apresentou sinais de infarto e, ao ser socorrido, foi verificado que os sintomas eram semelhantes ao dos pacientes acometidos pelo vírus.

Após exame, o idoso e a esposa foram confirmados com a Covid-19 e encaminhados para uma unidade particular de saúde. O turista morreu no dia 26. Os demais passageiros, que estavam impedidos de desembarcar, só começaram a ser retirados a partir do dia 20, em uma operação que durou dois dias.

Perfil dos infectados

Conforme o último levantamento feito pela SES, a maioria dos 816 contaminados estão entre 30 e 59 anos, representando 524 doentes. Já a incidência em pessoas acima de 60 anos, inseridas no grupo de risco, soma 201 idosos. Em um recorte de gênero, 361 homens foram infectados, enquanto a doença se espalha mais rápido entre as mulheres, que protagonizam 455 registros. Os dados do Ministério da Saúde apontam que em todo o Brasil, 19.638 pessoas estão com o novo coronavírus e 1.056 morreram pela infecção.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando