JOÃO PESSOA (PB) - O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decidiu, nesta quinta-feira (2), diminuir pela metade o número de alunos para ingresso na instituição em 2015. A resolução acontece devido à redução de R$ 70 milhões em relação à proposta inicial do Governo do Estado para o orçamento disponibilizado.
Deixar de matricular cerca de 2,8 mil estudantes no próximo ano, segundo cálculos do Consuni, cortará os custos da UEPB e irá adequar aos valores encaminhados pelo Estado, já que a idéia é não renovar os contratos de todos os professores substitutos, a partir de janeiro. Hoje, a Universidade tem 5,7 mil alunos.
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A peça orçamentária, enviada pelo Governo, é de R$ 288,5 milhões, mas a proposta decidida pela UEPB para manutenção geral da instituição é de R$ 432,6 milhões. A proposta inicial do Estado era de R$ 358,6 milhões.
Segundo a UEPB, com o valor informado, o maior corte é na despesa prevista para pessoal, reduzindo dos R$ 310 milhões deste ano para R$ 243,1 milhões no ano que vem. A secretaria de Estado do Planejamento e Gestão informou que não há recursos disponíveis para atender à solicitação.
“O Governo tem reconhecido as necessidades da UEPB, mas não possui condições financeiras para atender à proposta orçamentária solicitada. Para se ter uma ideia, foi pedido R$ 32 milhões para pagamento de pessoal temporário, despesa que não pode ser incorporada ao orçamento”, explicou o secretario Thompson Mariz.
Segundo o secretário, até o final de 2014 o Governo da Paraíba terá investido recursos na ordem de R$ 918 milhões na Universidade Estadual da Paraíba. “Portanto, falar em fechamento de cursos ou vagas é um terrorismo e que só tem razão de ser se foi por má gestão dos recursos repassados”, acrescentou.
Thompson Mariz ainda classificou a decisão como um ato político. “Estão politizando a UEPB”, finalizou. A Universidade, por fim, pediu a compreensão para evitar o fechamento das vagas. “O Consuni alerta para as gravíssimas consequências de tais medidas e apela ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa para a correção e adequação da proposta orçamentária às reais condições e necessidades”, diz Nota Oficial da instituição.