JOÃO PESSOA (PB) - Um dos casos de maior repercussão da Paraíba terá o seu desfecho nesta quinta-feira (25). O acusado de ser o mentor do estupro coletivo cometido na cidade de Queimadas, a 133 km de distância de João Pessoa, será julgado nesta tarde, no 1º Tribunal do Júri de João Pessoa, localizado no Fórum Criminal da capital.
Eduardo dos Santos Pereira é apontado pela justiça como o idealizador do crime, que ficou conhecido como “Barbárie de Queimadas” e terminou com cinco mulheres violentadas sexualmente e duas delas mortas. O julgamento está marcado para começar às 14h e vai contar com a presença da coordenadora geral de Acesso à Justiça e Combate à Violência da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Aline Yamamoto.
##RECOMENDA##
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Gilberta Soares, em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira (24), declarou que o caso se assemelha a outros de violência contra a mulher, mas o motivo do crime o diferencia. O estupro aconteceu durante uma festa e seria presente de aniversário de Eduardo para seu irmão, Luciano dos Santos Pereira.
Gilberta Soares informou que o caso foi incluído na Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – A Lei é Mais Forte. O objetivo foi unir e fortalecer os esforços nos âmbitos municipal, estadual e federal para dar celeridade aos julgamentos dos casos de violência contra as mulheres e garantir a aplicação da Lei Maria da Penha.
Segundo a coordenadora do Centro de Referência Estadual da Mulher de Campina Grande, Isânia Monteiro, os familiares e o Movimento Feminista da Paraíba farão mobilização em frente ao Fórum. “Durante todo esse tempo, revivemos o crime a cada audiência, a cada reunião com as famílias. É como se nesses encontros estivéssemos recebendo novamente a notícia de que alguém planejou o crime e ofereceu nossa irmã como presente. Queremos que a Justiça seja certa e mostre que o crime não ficou impune aplicando a pena máxima”, declarou.
Aline Yamamoto afirmou que acredita na condenação de Eduardo. "Confiamos na justiça Paraibana, já que nove pessoas envolvidas no caso de Queimadas foram condenadas". Relembrou.
O crime aconteceu em fevereiro de 2012. Além de Eduardo e Luciano, cinco pessoas participaram da execução do crime e, em outubro do ano passado, foram sentenciados pelos crimes de cárcere privado, formação de quadrilha e estupro. Luciano recebeu a maior pena, sendo condenado a 44 anos de prisão. Outros três adolescentes foram detidos e cumprem medidas socioeducativas no Lar do Garoto, em Campina Grande.
Segundo a denúncia do Ministério Público, os irmãos teriam simulado um assalto a casa onde acontecia a festa, usando máscaras e capuzes. A professora Isabela Pajuçara e a recepcionista Michelle Domingos teriam reconhecidos os homens e, por este motivo, foram retiradas da casa e assassinadas. Michelle foi morta com quatro tiros e Isabela foi atingida por três tiros.
Como o caso foi de repercussão, um grande público é esperado no Fórum para acompanhar o julgamento. Um telão foi montado para transmitir o passo a passo.