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O avanço de 0,4% registrado no terceiro trimestre ante o segundo trimestre, ambos de 2022, fez o Produto Interno Bruto (PIB) do País ficar 4,5% acima do nível do quarto trimestre de 2019, no período pré-pandemia de Covid-19, segundo os dados das Contas Nacionais apuradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O PIB brasileiro alcançou no terceiro trimestre o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996.

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Segundo o IBGE, PIB brasileiro cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2022.

O resultado, contudo, veio abaixo da mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, calculada em 0,6%, e dentro do intervalo, que indicava alta de 0,2% a 1,0%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 3,6% no terceiro trimestre de 2022, vindo em linha com a mediana das previsões (3,6%, no intervalo de 2,0% a 4,4%).

Ainda segundo o instituto, o PIB do terceiro trimestre de 2022 totalizou R$ 2,5 trilhões.

Mesmo após ser atingido em cheio pela pandemia de Covid-19, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020 encolheu menos do que o inicialmente estimado: a queda passou para 3,3%, ante um recuo de 3,9%, segundo dados revisados com base no Sistema de Contas Nacionais e divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa anterior tinha como base as Contas Nacionais Trimestrais, revisada em dezembro de 2021, na divulgação do PIB do terceiro trimestre do ano passado.

Com a revisão, que agora é definitiva, em 2020, o PIB somou R$ 7,6 trilhões. O PIB per capita foi de R$ 35.935,74, uma queda de 4,0% em relação a 2019.

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Segundo o IBGE, a dinâmica do setor de serviços, o mais atingido pelo fechamento de negócios por restringir o contato pessoal em meio à pandemia, foi determinante para a revisão.

Conforme o Sistema de Contas Nacionais, o PIB de serviços encolheu 3,7% em 2020 ante 2019, no lugar do tombo de 4,3%, a mais recente estimativa com base nas Contas Nacionais Trimestrais. O destaque na revisão foi justamente a atividade "outras atividades de serviços", que tombou 9,3%, três pontos porcentuais (p.p.) a menos do que a estimativa anterior, de queda de 12,3%.

"A queda de outros serviços explica a maior parte da queda da economia. Dentro dessa atividade, destacam-se as quedas em serviços de alimentação (-27,0%), serviços de alojamento (-27,0%), atividades artísticas (-25,5%) e serviços domésticos (-23,3%)", diz a nota divulgada pelo IBGE.

No texto, a coordenadora de Contas Nacionais do órgão de estatísticas, Rebeca Palis, creditou a revisão ao caráter atípico do funcionamento da economia em meio à pandemia. "Sempre ocorrem revisões dos dados preliminares em relação aos definitivos, com mais fontes de informações. Entretanto, em épocas atípicas, como a pandemia de 2020, elas podem ser maiores, fato que ocorreu em todo o mundo", diz a nota.

As revisões do IBGE melhoraram também o desempenho do PIB da indústria e do PIB da agropecuária. A indústria teve o tombo revisto para 3,0%, na comparação de 2020 com 2019, ante uma queda estimada em 3,4% anteriormente. Já o crescimento da agropecuária, setor que resistiu aos efeitos da pandemia, passou a 4,2%, ante os 3,8% anteriormente estimados.

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias, que responde por 61,8% do PIB, caiu 4,5%. A retração foi fortemente marcada pela pandemia. Isso porque, enquanto o consumo final de serviços, muito mais afetado pelas restrições ao contato social, despencou 10,2%, o consumo de bens, em boa medida protegido pelo comércio eletrônico e pelas entregas em domicílio, caiu apenas 0,7%. O consumo do governo, que engloba as despesas com bens e serviços oferecidos à coletividade, também atingidos pela pandemia, cedeu 3,7% em 2020 ante 2019.

Já a formação bruta de capital fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) caiu 1,7% em 2020 ante 2019.

"A maior queda se deu em máquinas e equipamentos (-4,3%). Produtos de propriedade intelectual também teve retração (-2,3%). Já o grupo construção (0,6%) e outros ativos fixos (1,9%) cresceram", diz a nota do IBGE.

Com a queda agregada da FBCF num ritmo inferior à queda da atividade econômica como um todo, a taxa de investimentos ficou em 16,6% do PIB, 1,1 p.p. acima do registrado em 2019.

O Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (10) mostrou uma interrupção no processo de melhora das estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 após 14 semanas de evolução positiva. A projeção para a alta do PIB em 2022 continuou em 2,70%, contra 2,39% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 cresceu de 0,53% para 0,54%, ante 0,50% um mês antes.

Considerando apenas as 29 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 cedeu de 2,75% para 2,70%. No caso de 2023, houve 29 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,70% para 0,53%.

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O Relatório Focus ainda mostrou manutenção na projeção para o crescimento do PIB em 2024, em 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, respectivamente.

O Focus mostrou também nesta segunda-feira mudança marginal para o prognóstico da relação entre resultado primário e o PIB deste ano, com o superávit subindo de 0,90% para 0,91%. Há um mês, o porcentual previsto era de 0,50% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 continuou em 6,40%, contra 6,75% de um mês atrás.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

O relatório ainda trouxe manutenção em 58,40% na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. Era 59,00% um mês atrás.

Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB continuou em 63,23%, de 63,05% há um mês. A mediana para o déficit primário também seguiu em 0,50% do PIB e, para o rombo nominal, permaneceu em 7,70% do PIB. Os porcentuais eram os mesmos há quatro semanas.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 de US$ 61,50 bilhões para US$ 60,00 bilhões, ante US$ 66,92 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus. Para 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas.

No caso da projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, a mediana passou de US$ 31,00 bilhões para US$ 30,30 bilhões, contra US$ 25,00 bilhões de um mês atrás. Em 2023, a projeção para o rombo em transações correntes variou de US$ 31,45 bilhões para US$ 33,40 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 30,60 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o rombo em transações correntes nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 permaneceu em US$ 65,00 bilhões, ante US$ 60,00 bilhões de um mês atrás. Para 2023, continuou em US$ 65,00 bilhões, de US$ 66,00 bilhões há quatro semanas.

O mercado financeiro continuou a mostrar maior otimismo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e 2023 no Boletim Focus divulgado nesta segunda (12).

A projeção para a alta do PIB em 2022 passou de 2,26% para 2,39%, 11ª alta seguida, contra 2,00% há um mês. A estimativa para a expansão do PIB em 2023 passou de 0,47% para 0,50%, ante 0,41% um mês antes.

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Considerando apenas as 56 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 avançou, de 2,38% para 2,61%. No caso de 2023, houve 54 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,50% para 0,55%.

O Relatório Focus ainda mostrou manutenção na projeção para o crescimento do PIB em 2024, em 1,80%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, respectivamente.

A proposta de Orçamento para 2023 (PLN 32/22) mostra que a reforma da Previdência teve um forte impacto para a redução do déficit do regime dos servidores públicos. Para 2023, o déficit projetado é de R$ 47,3 bilhões, mas, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o déficit deve passar de 0,64%, em 2021, para 0,49%, em 2023.

Também no regime geral do INSS, o déficit deve sair de 3,79% do PIB, em 2020, para 2,49%, em 2023. A equivalência com o PIB, que é quanto o País produz em um ano, tem o objetivo de possibilitar a comparação entre os valores. O déficit em valores deverá ser de R$ 265,6 bilhões no regime geral. O Orçamento que é pago com receita de impostos tem um valor total de R$ 2,2 bilhões.

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Outra despesa significativa é a com pessoal, que deve atingir R$ 395,8 bilhões em 2023. Apesar de alta, essa despesa também vem caindo em relação ao PIB e está bem abaixo dos limites dados pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Na lei, existe um limite de 50% da receita líquida para as despesas com pessoal da União. Para 2023, esse total está em 32,05%.

Tabela divulgada pelo Ministério da Economia mostra que o total destinado para a manutenção da máquina pública e investimentos dos ministérios deve cair de 8,4% do PIB para 6,3% ou R$ 99 bilhões. Este percentual girava em torno de 20% até 2015. Estes recursos são chamados de discricionários porque seriam passíveis de corte.

Os ministérios da Saúde e da Educação têm os maiores recursos discricionários – mais de R$ 20 bilhões cada. Em seguida, vem o Ministério da Defesa, com R$ 11,5 bilhões e, depois, Infraestrutura com R$ 7,3 bilhões, veja abaixo.

*Da Agência Câmara de Notícias

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,2% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre do ano, informou nesta quinta-feira (1º) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam um avanço de 0,4% a 1,4%, mas acima da mediana, que era positiva em 0,9%.

Na comparação com o segundo trimestre de 2021, o PIB apresentou alta de 3,2% no segundo trimestre de 2022, vindo dentro das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que variavam de uma elevação de 0,2% a 3,7%, com mediana positiva de 2,8%.

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Ainda segundo o instituto, o PIB do segundo trimestre de 2022 totalizou R$ 2,4 trilhões.

O PIB da indústria subiu 2,2% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, o PIB da indústria mostrou alta de 1,9%.

O Produto Interno Bruto da agropecuária subiu 0,5% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre do ano. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o PIB da agropecuária apresentou queda de 2,5%.

No setor de serviços, o PIB subiu 1,3% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre de 2022. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, o PIB de serviços teve alta de 4,5%.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve uma alta de 1,1% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em relação ao segundo trimestre de 2021, o PIB cresceu 3,0% no segundo trimestre de 2022.

No mês de junho, a atividade econômica teve ligeira alta de 0,1% em relação a maio. Na comparação com junho de 2021, a economia teve expansão de 2,7% em junho de 2022.

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Segundo Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB - FGV, na passagem do primeiro trimestre para o segundo trimestre deste ano, o avanço do PIB "é reflexo do desempenho positivo das três grandes atividades econômicas", mas é esperada "uma redução do ritmo" no segundo semestre, devido aos juros em patamares elevados.

"Pela ótica da demanda, o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo são os principais componentes a explicar o crescimento do PIB no trimestre. Pode-se destacar que os estímulos aplicados à economia, como a liberação do FGTS e a redução dos preços de alguns produtos considerados essenciais surtiram efeito positivo, pelo menos no curto prazo", afirmou Trece, em nota oficial.

O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

No segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias teve elevação de 1,8%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) subiu 4,0%.

As exportações encolheram 2,4%. Já as importações cresceram 7,2%.

Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 4,597 trilhões de janeiro a junho de 2022, em valores correntes.

A taxa de investimento da economia foi de 21,6% no segundo trimestre de 2022.

Com os dados positivos de atividade econômica e a PEC dos Benefícios, pacote bilionário de estímulo à demanda em ano eleitoral aprovado no Congresso Nacional, a previsão mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 continuou a avançar, conforme o Relatório Focus. A projeção passou de 1,59% para 1,75%, contra 1,50% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,50%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.

Considerando apenas as 27 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 1,80% para 1,85%. No caso de 2023, houve 25 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação de 0,43% para 0,50%.

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O Relatório Focus ainda trouxe a medianas para o PIB de 2024, que continuou em 1,80%, e de 2025, que permaneceu em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,81% e 2,00%, respectivamente.

O Relatório de Mercado Focus também mostrou nesta segunda-feira, 18, leve piora na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana aumentou de 59,00% para 59,23%, ante 59,29% de um mês atrás.

O relatório trouxe ainda manutenção na relação entre o resultado primário e o PIB deste ano, com superávit de 0,10%, contra resultado positivo de 0,15% há quatro semanas. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 permaneceu em 6,70%, ante 6,90% de um mês antes.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB também se deteriorou, de 62,00% para 63,50%, de 62,70% há um mês. A mediana para o déficit primário continuou em 0,20% do PIB. Já para o rombo nominal, a estimativa permaneceu em 7,60%. Os porcentuais eram negativos em 0,25% e 7,50%, respectivamente, há quatro semanas.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de superávit da balança comercial em 2022 de US$ 70,00 bilhões para US$ 68,18 bilhões na última semana, ante US$ 69,00 bilhões de um mês atrás, segundo a pesquisa Focus. Para 2023, passou de US$ 60,71 bilhões para R$ 60,00 bilhões, mesma expectativa de quatro semanas antes.

No caso da projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, a mediana continuou em US$ 18,00 bilhões, repetindo a expectativa de um mês atrás. Em 2023, a projeção para o rombo em transações correntes passou de US$ 32,30 bilhões para US$ 30,60 bilhões. Há um mês, era de US$ 33,70 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 passou de US$ 58,40 bilhões para US$ 57,20 bilhões, ante US$ 58,40 bilhões de um mês atrás. Para 2023, passou de US$ 66,15 bilhões para US$ 60,50 bilhões, mesma mediana de quatro semanas antes.

A melhoria do mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços fizeram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia neste ano. Segundo o Informe Conjuntural do 2º Trimestre, divulgado nesta sexta-feira (8) pela entidade, a estimativa passou de 0,9% em abril para 1,4% em julho.

No fim do ano passado, a CNI tinha projetado crescimento de 1,2%. No entanto, a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China levaram a instituição a reduzir a previsão para 0,9% há três meses. As previsões foram baseadas no desempenho da economia no primeiro trimestre. No entanto, o gerente executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, diz que os dados do segundo trimestre, disponíveis até o momento, permitem esperar a continuidade do desempenho.

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De acordo com a CNI, a recuperação do mercado de trabalho continua, com o emprego formal em elevação desde 2020, com 97,5 milhões de pessoas ocupadas. Apesar da inflação elevada, o rendimento médio real também está crescendo. Esses dados fizeram a entidade reduzir, de 12,9% para 10,8%, a expectativa da taxa média de desemprego em 2022. A previsão de crescimento da massa salarial real (acima da inflação) subiu de 1,4% para 1,6% neste ano.

Setores

Em relação aos setores da economia, a CNI também revisou para cima as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) de alguns segmentos. Para os serviços, a previsão de crescimento aumentou de 1,2% para 1,8%, impulsionada pela normalização pós-pandemia.

Em relação à indústria, a estimativa passou de queda de 0,2% para alta de 0,2% em 2022. Segundo a entidade, o setor industrial registrou altas moderadas na produção no primeiro trimestre, com maior dinamismo em indústrias ligadas ao processamento de commodities (bens primários com cotação internacional).

O destaque negativo ficou com a agropecuária, cuja projeção passou de expansão de 1,3% para estabilidade (0%). Segundo a CNI, a revisão para baixo decorre por causa de eventos climáticos adversos que prejudicaram a safra de soja no início do ano.

Inflação e juros

A estimativa para a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,3% para 7,6% em 2022. A nova projeção considera o barateamento de preços decorrente da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.

Em relação aos juros básicos da economia, a CNI acredita que o aperto monetário promovido pelo Banco Central ainda não chegou ao fim. A instituição acredita que a taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, subirá 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e encerrará 2022 em 13,75% ao ano.

Fatores Transitórios

Segundo o gerente executivo de Economia da CNI, alguns fatores transitórios ajudaram a aquecer a economia no primeiro trimestre. Ele cita o adiantamento do décimo terceiro para aposentados e pensionistas da Previdência Social, a liberação de saques de R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, a retomada do pagamento do abono salarial (suspenso no ano passado) e o aumento das transferências diretas de renda, provocado principalmente pelo benefício de R$ 400 do Auxílio Brasil.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a alta do Produto Interno Bruto (PIB) não se reflete no aumento de salário ou na maior geração de empregos. De acordo com o petista, os dados podem revelar apenas "acúmulo de riqueza" para o empresariado brasileiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1% no primeiro trimestre, na comparação com os últimos três meses de 2021.

"Quando o PIB cresce você não recebe aumento de salário porque o PIB cresceu. Nem sempre que o PIB crescer significa que gerou mais emprego. Às vezes nós temos certeza que gerou acúmulo de riqueza em quem é empresário nesse País", disse o ex-presidente durante debate sobre cooperativismo realizado em Porto Alegre (RS) nesta quinta-feira, 2.

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"Agora quando o PIB não cresce você pode ter certeza que o trabalhador perde. Quando ele cresce a gente não tem certeza quem ganha, mas quando não cresce a gente tem certeza que vem para as costas do trabalhador", continuou Lula.

Na linha de destacar políticas econômicas que vigoraram durante suas gestões na Presidência, Lula afirmou que no seu governo o salário mínimo era reajustado pela inflação medida pelo INPC mais a variação do PIB de dois anos antes. "Aí você estava dando o aumento do PIB para o trabalhador", disse o ex-presidente.

O governo de Jair Bolsonaro (PL) tem optado por dar apenas o reajuste pela inflação, garantido pela Constituição, devido à situação delicada das contas públicas.

O crescimento de 1,0% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2022 ante o trimestre anterior e de 1,7% ante igual período de 2021, fez o País figurar na 9ª posição em ranking internacional de desempenho da atividade econômica, desta vez com 32 países, compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

Os dados do PIB brasileiro foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou nesta quinta-feira (2) os resultados das Contas Nacionais Trimestrais.

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O Brasil ficou à frente de países como Reino Unido, que experimentou alta de 0,8% no PIB do primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021; Coreia do Sul (0,8%), Suíça (0,5%), Alemanha (0,2%), França (-0,1%) e Japão (-0,3%) e Estados Unidos (-1,4%).

Além desses últimos países, também integram a lista de dez países com resultados negativos na margem trimestral a Itália (-0,2%), Israel (-0,4%), Suécia (-0,4%), Chile (-0,8%) e Noruega (-0,9%).

A liderança do ranking foi ocupada pelo Peru, que cresceu 2,0% ante trimestre anterior e 3,8% na comparação interanual, ou seja, na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Em seguida, surge Filipinas (1,9% e 8,3%), Canadá (1,6% e 3,3%) e Taiwan (1,6% e 3,1%).

Os Estados Unidos ficaram apenas em 28º lugar, com recuo de 1,4% no PIB do primeiro trimestre desse ano ante o quarto trimestre de 2021, mas alta de 3,6% na comparação interanual. A China ficou em 5º lugar com alta de 1,3% na margem trimestral e 4,8% interanual.

A Rússia é a última colocada, em 32º lugar, sem ter informado a variação do PIB no primeiro trimestre de 2022, mas com avanço de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Também sem ter informado o comportamento do PIB nos primeiros três meses do ano estão Arábia Saudita e Índia, que antecedem a Rússia por terem avançado 9,6% e 4,1% respectivamente na comparação com igual trimestre de 2021.

O Banco Central (BC) manteve sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 em 1,0%. A projeção consta no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (24). Pelo lado da oferta, porém, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de alta de 5,0% para apenas 2,0%. Já a projeção para a evolução da indústria passou de retração de 1,3% para queda de 0,3%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de avanço de 1,3% para 1,4%.

Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou a manutenção de 1,1% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e alterou de 2,4% para 2,3% previsão de alta do consumo do governo.

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O documento de hoje indica ainda que a projeção de 2022 para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia - passou de queda de 3,0% para recuo de 1,5%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em dezembro de 2021.

No último relatório Focus, os economistas consultados semanalmente pelo BC projetaram alta de 0,50% no PIB de 2022. Nesta quarta-feira, 23, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, já havia adiantado que a autoridade monetária tinha um número melhor que o do mercado para a atividade neste ano.

Transações correntes

O Banco Central também atualizou, por meio do RTI, suas projeções para o balanço de pagamentos em 2022. A projeção para o resultado das transações correntes do País passou de déficit de US$ 21 bilhões para um superávit de US$ 5 bilhões. A estimativa anterior constou no RTI de dezembro.

A diferença se deve à perspectiva de um melhor resultado na balança comercial. A projeção de superávit comercial passou de US$ 52 bilhões para US$ 83 bilhões neste ano.

Já a projeção para o Investimento Direto no País (IDP) neste ano foi mantida em US$ 55 bilhões. Conforme o RTI publicado hoje, a estimativa para o saldo líquido de investimento de estrangeiros em carteira - incluindo ações e títulos de renda fixa - continuou em superávit de US$ 11 bilhões.

O Banco Central informou, ainda, que as estimativas apresentadas no RTI agora divulgado tiveram data de corte no dia 11 de março deste ano.

O desempenho da economia brasileira em 2021 foi frustrante na comparação ao de outras nações, embora tenha sido suficiente para recuperar as perdas registradas durante a pandemia, avalia Alex Agostini, economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating.

Conforme divulgado na manhã desta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 4,6% em 2021, frente ao ano anterior. Com isso, o País ocupou a 21ª posição de um ranking da Austin Ratings que considera o ritmo de crescimento de 34 países que apresentaram seus resultados.

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"As expectativas para o PIB do Brasil de 2021 eram bem melhores no início do ano passado. Não é um resultado ruim, já que recupera boa parte do que foi perdido. O problema é que o Brasil, mesmo crescendo 4,6%, permanece longe de seus concorrentes diretos", diz Agostini.

De acordo com o levantamento, o crescimento médio dos 34 países analisados foi de 5,7% em 2021, acima do desempenho da economia brasileira.

A lista do PIB de 2021 foi liderada pelo Peru, com crescimento de 13,3%. Outro sul-americano em destaque foi a Colômbia, com alta de 10,7%.

Também no topo do ranking chama atenção a presença de Índia e China, integrantes ao lado do Brasil dos blocos Brics - acrônimo para Brasil, Rússia, China e Índia.

O PIB chinês cresceu 8,1% no ano passado, ritmo bastante próximo ao da Índia (alta de 8,2%), segundo o levantamento.

Histórico

Agostini explica que o Brasil aparece historicamente do meio para o fim da tabela de crescimento global. De 2012 a 2021, o ritmo médio de crescimento brasileiro foi 0,4% ao ano. No mesmo período, o mundo cresceu 3%. Mesmo países desenvolvidos cresceram mais, 1,2% ao ano no período. "Como pode um país emergente crescer tão pouco? Temos um problema político, um olhar só de curto prazo, o que explica estarmos sempre com problema fiscal. O custo disso é um problema social enorme, elevada taxa de desemprego e renda baixa. Política pública precisa ser revista", afirma.

Para o economista, o cenário para 2022 não parece promissor, com perspectiva de alta de apenas 0,3% do PIB na estimativa da Austin Ratings. O baixo crescimento é motivado por taxa de juros alta e inflação elevada, além do problema fiscal e da guerra entre Rússia e Ucrânia.

"A guerra pode afetar o agronegócio no Brasil por causa dos fertilizantes. O setor tem uma cadeia produtiva muito grande. Quando colhe soja e milho, precisa transportar para algum lugar. Caminhões, portos, aeroportos acabam afetados indiretamente", avalia Agostini.

Ranking

Em relação ao ranking de tamanho do PIB em dólares, a Austin confirma que o Brasil ficou na posição de 13ª maior economia do mundo ao fim de 2021. O Brasil chegou a ocupar a sétima posição do ranking antes da sucessão de crises.

Para o próximo ano, a expectativa é que o País recupere a 12ª posição do ranking global.

A alta de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 colocou o Brasil na 21ª posição no ranking de 34 países da agência classificadora de risco Austin Rating, que considera o ritmo de crescimento das economias, atrás de outros países sul-americanos como Peru (13,3%) e Colômbia (10,7%).

O ranking coloca o ritmo de crescimento brasileiro semelhante ao de países desenvolvidos europeus, como Holanda e Suécia (4,8%) e Espanha (4,5%), por exemplo.

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Os EUA aparecem com crescimento de PIB de 5,7% em 2021 e a China, de 8,1%, conforme o levantamento da Austin Ratings divulgado nesta sexta-feira.

O levantamento também lista os países em função do tamanho de suas economias, em dólares. Neste caso, o Brasil aparece na 13ª posição do ranking, com PIB de US$ 1,608 trilhão, logo atrás da Austrália (US$ 1,613 trilhão).

O ranking de maior economias é liderado pelos EUA, com US$ 22,8 trilhões, seguido pela China (US$ 17,5 trilhões).

Em meio à recuperação após ser atingida em cheio pela pandemia de Covid-19 em 2020, a economia brasileira registrou em 2021 seu melhor desempenho desde 2010. A alta anual de 4,6% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi a maior desde o salto de 7,5% em 2010, informou nesta sexta-feira (4) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do PIB de 2021 veio dentro das previsões dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que se estendiam de uma alta de 4,3% a 5,0%, e levemente acima da mediana, que era positiva em 4,5%.

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O PIB brasileiro registrou alta de 0,5% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Este resultado veio em linha com o teto das estimativas dos analistas consultados, que esperavam desde um recuo de 0,4% a alta de 0,5% confirmada pelo IBGE, com mediana positiva de 0,2%.

Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB apresentou alta de 1,6% no quarto trimestre de 2021, vindo dentro das estimativas coletadas, que variavam de uma elevação de 0,5% a 2,5%, com mediana positiva de 1,2%.

Ainda segundo o IBGE, o PIB do quarto trimestre de 2021 totalizou R$ 2,3 trilhões. No ano de 2021, o PIB somou R$ 8,7 trilhões.

Setores

Pela divisão por setor, o PIB da agropecuária subiu 5,8% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB da agropecuária mostrou queda de 0,8%, segundo o IBGE. No ano de 2021, o PIB da agropecuária caiu 0,2% ante 2020.

O Produto Interno Bruto da indústria caiu 1,2% no quarto trimestre de 2021 ante o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB da indústria mostrou queda de 1,3%. No ano de 2021, o PIB da indústria subiu 4,5% ante 2020.

Já o PIB de serviços subiu 0,5% no quarto trimestre de 2021 ante o trimestre anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2020, o PIB de serviços mostrou alta de 3,3%. No ano passado, o PIB de serviços subiu 4,7% ante 2020.

Outras marcas

Além do crescimento geral do PIB de 2021, diversos componentes do PIB também registraram o melhor desempenho desde 2010. Alguns deles, pelo lado da oferta, foram a indústria, cujo avanço de 4,5% no ano passado é o maior desde o salto de 10,2% de 2010, e o setor de serviços, com alta de 4,7%, a maior desde os 5,8% de 2010.

Pelo lado da demanda, o salto de 17,2% na formação bruta de capital fixo (FBCF) foi o maior desde a alta de 17,9% de 2010. O consumo das famílias, por sua vez, registrou o melhor desempenho desde 2011, quando saltou 4,8%. Ano passado, o avanço foi de 3,6%.

Revisões

O IBGE revisou o PIB do segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre de 2021, que passou de queda de 0,4% para baixa de 0,3%.

O órgão também revisou a taxa do PIB do primeiro trimestre de 2021 ante o quarto trimestre de 2020, que passou de alta de 1,3% para avanço de 1,4%.

Outra revisão foi do PIB do quarto trimestre de 2020, ante o terceiro trimestre de 2020, que passou de alta de 3,1% para avanço de 3%.

A riqueza permanecia concentrada no País no pré-pandemia. Em 2019, oito municípios detinham cerca de um quarto (24,8%) da economia brasileira, de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os maiores geradores de riqueza naquele ano foram: São Paulo (com 10,3% do PIB brasileiro), Rio de Janeiro (4,8%), Brasília (3,7%), Belo Horizonte (1,3%), Curitiba (1,3%), Manaus (1,1%) Porto Alegre (1,1%) e Osasco/SP (1,1%). Juntos, esses municípios representavam 14,7% da população brasileira.

Quando somados os 70 municípios brasileiros mais ricos em 2019, chegava-se praticamente à metade (49,8%) do PIB nacional. Ou seja, pouco mais de 1% dos 5.570 municípios brasileiros gerava 50% da riqueza do País.

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Os 100 municípios mais ricos somavam 55,2% do PIB do Brasil em 2019. Por outro lado, os 1.345 municípios mais pobres responderam por apenas 1,0% do PIB nacional. Se consideradas as concentrações urbanas, regiões com mais de 100 mil habitantes que reúnem uma ou mais cidades com alto grau de integração, apenas duas delas detinham, juntas, um quarto do PIB brasileiro: São Paulo/SP (17,0%) e Rio de Janeiro/RJ (7,9%).

Na passagem de 2018 para 2019, os municípios que mais ganharam participação no PIB brasileiro foram São Paulo (SP), Maricá (RJ), Saquarema (RJ), Parauapebas (PA), Brasília (DF) e São José dos Pinhais (PR), com aumento de 0,1 ponto porcentual cada um.

Em São Paulo (SP), o ganho foi puxado pelas Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Em Maricá (RJ) e Saquarema (RJ), a maior participação foi impulsionada pela extração de petróleo, atividade beneficiada pelo aumento dos preços internacionais da commodity em 2019, enquanto Parauapebas (PA) foi alavancada pela extração de minério de ferro.

Em Brasília (DF) o ganho foi decorrente, principalmente, das atividades de Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Em São José dos Pinhais (PR), o destaque foi a fabricação de automóveis.

Na direção oposta, as maiores quedas de participação no PIB nacional ocorreram nos municípios do Rio de Janeiro (RJ), redução de 0,4 ponto porcentual, seguido de Vitória (ES), Campos dos Goytacazes (RJ) e Ouro Preto (MG), com decréscimo de 0,1 ponto porcentual cada um.

No Rio de Janeiro (RJ), a perda foi puxada pela indústria de transformação, especialmente a metalúrgica.

Em 2019, 31,4% do PIB nacional eram gerados pelas capitais, a menor participação da série histórica iniciada em 2002, quando essa fatia era de 36,1%.

Administração pública

De acordo com o IBGE, quase metade dos municípios brasileiros (48,9%, ou 2.726) tinha como principal atividade econômica a Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social no ano de 2019.

Nos Estados do Acre, Roraima, Amapá, Piauí e Paraíba, o porcentual de municípios dependentes da administração pública superou 90%. Por outro lado, o Estado de São Paulo teve apenas 9,9% dos municípios com a economia dependente da administração pública.

Dos 241 municípios que tinham a Indústria de Transformação como atividade principal em 2019, 197 estavam nas regiões Sudeste e Sul.

O Estado do Mato Grosso teve o maior porcentual de municípios dependentes da Agricultura (39,7%), seguido pelo Rio Grande do Sul (33,6%).

Em 2019, cerca de um quarto do valor adicionado bruto da Agropecuária teve origem em 149 municípios, sendo que 96 deles estavam no Sul e no Centro-Oeste, sustentados pela produção de soja e cana-de-açúcar.

A pandemia de Covid-19, que começou em 2020, causou impacto negativo à economia brasileira e, especialmente, ao mercado de trabalho, piorando os resultados que já eram insuficientes para melhorar as condições de vida da população. É o que mostra a Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira, divulgada nesta sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no capítulo sobre estrutura econômica e mercado de trabalho.

A avaliação da evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e da dinâmica do consumo das famílias, ambos per capita, isto é, por indivíduo, revela que os resultados positivos observados até metade da década passada, com taxas de crescimento acumulado entre 2010 e 2014 de 12,9% e 16,6%, deram lugar, nos seis anos finais da série, a quedas de 10,8% e 10,6%, respectivamente. Em 2020, as retrações foram de 4,8% do PIB e de 6,2% do consumo das famílias per capita.

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A pandemia provocou forte retração no mercado de trabalho. As taxas de desocupação e de subutilização, que já vinham elevadas após a crise de 2015-2016, aumentaram mais em 2020, alcançando, respectivamente, 13,8% e 28,3%. O nível de ocupação ficou, pela primeira vez, em 51%, o menor da série. Segundo o IBGE, entre os jovens com 14 e 29 anos, esse indicador caiu de 49,4% em 2019 para 42,8% em 2020. Em 2012, era 53,7%. Entre 2019 e 2020, a taxa de informalidade da população ocupada do país caiu de 41,1% para 38,8%. Entre os pretos e pardos, essa taxa em 2020 foi 44,7%, ante 31,8% da população ocupada branca. Além disso, pretos e pardos representavam 53,5% da população ocupada e 64,5% dos subocupados por insuficiência de horas.

Os trabalhadores ocupados com vínculo, que englobam empregados com carteira, militares e funcionários públicos estatutários, tiveram aumento relativo em 2020 de 49,6%, enquanto os empregados sem carteira caíram de 20,2%, em 2019, para 18,1%, no ano passado. Os trabalhadores por conta própria mantiveram-se estáveis, com taxa de 25,4%.

A crise da covid-19 afetou, particularmente, os empregos na atividade de serviços, com destaque para alojamento e alimentação, com queda de 21,9%; serviços domésticos (-19,6%); e outros (-13,7%).

Desigualdades

A pesquisa do IBGE confirma a manutenção das desigualdades históricas no mercado de trabalho nacional. Enquanto a população ocupada total (PO) tem predomínio da cor preta ou parda (46,3 milhões), superando em 17% a PO branca (39,5 milhões), há diferença evidente na distribuição, uma vez que nas atividades de menor remuneração e maior informalidade predominam trabalhadores da cor ou raça preta ou parda. Exemplos, em 2020, foram serviços domésticos (+91%), construção (+83%) e agropecuária (+58%). Em média, o rendimento médio real da população ocupada branca (R$ 3.056) era 73,3% maior que o da população preta ou parda (R$ 1.764) em 2020.

O rendimento dos homens (R$ 2.608) era 28,1% maior que o das mulheres (R$ 2.037). Com a pandemia, 18,6% dos trabalhadores foram afastados do trabalho, com predomínio de mulheres (23,5%) em relação aos homens (15%).

Em termos do rendimento médio por hora de trabalho, a desigualdade entre brancos e pretos ou pardos alcançou +69,5% no ano passado e se manteve entre as raças, independentemente do nível de instrução. Com ensino superior completo, a diferença entre os rendimentos por hora atingiu 44,2% a mais para brancos.

No ano passado, os homens predominavam na população ocupada, com 58,3%, contra 41,7% de mulheres. Entre a população subocupada por insuficiência de horas, as mulheres foram maioria em 2020 (52,4%), o mesmo ocorrendo entre as pessoas de cor ou raça preta ou parda (64,5%). Os trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto foram maioria (36,9%), seguidos das pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (31,5%).

A análise sobre o trabalho remoto em função da pandemia mostra que o afastamento foi maior entre maio e agosto do ano passado, com ligeira queda até novembro. As mulheres foram maioria entre os trabalhadores em home office, o mesmo ocorrendo entre pessoas da cor ou raça branca e entre aquelas com ensino superior completo ou pós-graduação, que chegou a ser seis vezes maior do que os trabalhadores com ensino médio completo ou superior incompleto. O IBGE identificou também que não houve grandes diferenças por grupos etários.

Benefícios sociais

De acordo com a pesquisa, o peso dos benefícios sociais nos rendimentos das famílias, por causa dos auxílios emergenciais concedidos pelo governo, evoluiu de 1,7%, em 2019, para 5,9%, em 2020, com impactos mais fortes nas regiões Norte (aumento de 4,1% para 11,6%) e Nordeste (de 4,4% para 12,8%), onde existem maiores níveis de desigualdade e pobreza. Incluindo os benefícios de programas sociais, o rendimento domiciliar per capita caiu 4,3% no país entre 2019 e 2020. Na simulação sem os benefícios sociais, o IBGE apurou queda de 8,4% no rendimento domiciliar por indivíduo.

Considerando a insuficiência de rendimentos das famílias para provisão de seu bem-estar, excluindo outros fatores que caracterizam a pobreza, como acesso à moradia adequada, ensino básico de qualidade, proteção social, entre outros fatores importantes, a sondagem apurou que, em 2020, a incidência de extrema pobreza podia variar de 3,5% a 10,5% da população e a de pobreza entre 6,5% e 29,1% da população, dependendo da linha adotada.

O número de brasileiros na extrema pobreza caiu de 6,8%, em 2019, para 5,7%, em 2020, mas aumentou em relação a 2014 (4,7%), mantendo-se estável em comparação ao início da série, em 2012 (6%). Já a pobreza caiu para 24,1%, no ano passado, depois de atingir 25,9%, em 2019, mas subiu em relação a 2012 (27,3%) e permaneceu estável na comparação com 2014 (23,8%). O IBGE destacou, contudo, que sem os benefícios dos programas sociais, a proporção de pessoas em extrema pobreza teria aumentado de 9,7% para 12,9%, e a taxa de pessoas na pobreza subiria de 28,2% para 32,1%.

A proporção de pessoas com rendimento domiciliar per capita abaixo de US$ 1,90, linha recomendada pelo Banco Mundial para medir a pobreza nos países mais pobres, superou 11,3% em quatro unidades da Federação: Amazonas, Maranhão, Pernambuco e Sergipe. Em sete unidades, esse percentual ficou acima de 8,2% (Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Ceará, Paraíba e Bahia). Para o Brasil, país considerado de renda média alta, a linha recomendada é de US$ 5,50/dia, lembrou o IBGE.

O rendimento médio domiciliar per capita em 2020 foi de R$ 1.349, queda de 4,3% ante 2019 (R$1.410). Se não houvesse programas sociais no ano passado, esse rendimento teria sido 6% menor (R$ 1.269). O décimo da população com a menor remuneração teria perdido 75% de seus rendimentos sem esses programas sociais, indicaram os pesquisadores do IBGE.

A pobreza foi maior entre as crianças, sendo de 38,6% para a faixa de 0 a 14 anos de idade, entre as pessoas com rendimento familiar per capita abaixo de US$ 5,50/dia, em 2020. Na análise combinada de sexo e cor ou raça, as mulheres pretas e pardas apresentaram as maiores incidências de pobreza (31,9%) e de extrema pobreza (7,5%), mostrou a Síntese de Indicadores Sociais.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou queda de 0,1% no terceiro trimestre de 2021 ante o segundo trimestre de 2021, informou nesta quinta-feira (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde um recuo de 0,3% a uma alta de 0,4%, com mediana de estabilidade (0,0%).

Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, o PIB apresentou alta de 4,0% no terceiro trimestre de 2021, vindo dentro das estimativas, que variavam de uma elevação de 3,5% a 4,8%, com mediana positiva de 4,2%. Ainda segundo o instituto, o PIB do terceiro trimestre de 2021 totalizou R$ 2,2 trilhões.

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O PIB da agropecuária caiu 8,0% no terceiro trimestre de 2021 ante o segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, o PIB da agropecuária mostrou queda de 9,0%.

Já o PIB de serviços subiu 1,1% no terceiro trimestre de 2021 ante o segundo trimestre, segundo o IBGE. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o PIB de serviços teve alta de 5,8%.

O Produto Interno Bruto da indústria ficou estável (0,0%) no terceiro trimestre de 2021 ante o segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, o PIB da indústria mostrou alta de 1,3%.

O consumo das famílias subiu 0,9% no terceiro trimestre de 2021 ante o segundo trimestre, informou o IBGE. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, o consumo das famílias mostrou alta de 4,2%.

O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,8% no terceiro trimestre de 2021 ante o segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, o consumo do governo mostrou alta 3,5%.

Revisões

O IBGE revisou a variação do PIB do segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre de 2021, que passou de -0,1% para -0,4%. O órgão também revisou a taxa de variação do PIB do primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre de 2020, que agora aponta para uma alta de 1,3%, ante um avanço de 1,2% estimado anteriormente.

O desempenho do quarto trimestre de 2020 ante o terceiro trimestre do ano passado foi mantido numa queda de 3,1%, mas a variação do terceiro trimestre de 2020 ante o segundo trimestre do ano passado foi revisado para um salto de 7,8%, ante o avanço de 7,7% estimado anteriormente.

O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira (11) mostrou manutenção na previsão para a mediana para Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 em 5,04%, mesma estimativa de quatro semanas atrás. Para 2022, a previsão de expansão do PIB passou de 1,57% para 1,54%. Quatro semanas atrás, estava em 1,72%.

Considerando apenas as 28 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para a PIB no fim de 2021 passou de 5,09% para 5,01%. Para 2022, foram feitas 28 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa avançando de 1,55% para 1,49%.

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Para 2023, a projeção de crescimento permaneceu em 2,20%, de 2,30% há um mês. Já para 2024, a estimativa baixou de 2,50% para 2,46%, ante 2,50% de quatro semanas atrás.

O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à pouca quantidade de respostas para esse indicador.

Déficit primário

O Focus também mostrou hoje que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 passou de 60,95% para 60,90%. Há um mês, estava em 61,00%. Para 2022, a expectativa passou de 62,95% para 62,80%, ante 62,60% de um mês atrás.

O relatório trouxe ainda alteração na relação entre o déficit primário e o PIB este ano, que passou de 1,50% para 1,40%. No caso de 2022, a estimativa foi mantida em 1,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,53% e 1,10%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 5,75% para 5,70%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, variou de 6,36% para 6,35%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 6,10% e 6,05%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 70,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 71,00 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit seguiu em US$ 63,00 bilhões, mesmo montante previsto há um mês.

Recentemente, o governo diminuiu a estimativa para o saldo comercial em 2021 de US$ 105,3 bilhões para US$ 70,9 bilhões. Ainda assim, o número permanece 34,3% superior ao de 2020.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 foi de déficit de US$ 2,00 bilhões para US$ 3,00 bilhões, ante US$ 1,58 bilhão de um mês antes. Para 2022, a projeção de rombo nas contas externas passou de US$ 18,55 bilhões para US$ 19,50 bilhões. Um mês atrás, o déficit projetado era de US$ 18,10 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 foi de US$ 50,50 bilhões para US$ 51,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 51,15 bilhões. Para 2022, a expectativa continuou em US$ 62,00 bilhões, ante US$ 60,50 bilhões de um mês antes.

As exportações cresceram 9,4% no segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que anunciou nesta quarta-feira os resultados das Contas Nacionais Trimestrais, que trouxeram os números do Produto Interno Bruto (PIB). Na comparação com o segundo trimestre de 2020, as exportações mostraram alta de 14,1%.

As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, caíram 0,6% no segundo trimestre de 2021 ante o primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2020, as importações mostraram alta de 20,2%.

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A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.

Taxa de poupança

A taxa de poupança ficou em 20,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2021, conforme o IBGE.

Já a taxa de investimento ficou em 18,2% no segundo trimestre de 2021, segundo o IBGE.

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