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O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), decidiu suspender a sessão da tarde desta quarta-feira (9), após a decisão da Mesa Diretora da Câmara de retirar Fausto Pinato do papel de relator do processo disciplinar contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Araújo anunciou que fará nova eleição para escolha do relator do processo e que ficarão de fora do sorteio todos os oito titulares membros do bloco PMDB/PP/PTB/DEM/PRB/SD/PSC/PHS/PTN/PMN/PRP/PSDC/PEN/PRTB. Diante da pressão, ele resolveu encerrar a sessão e convocar nova reunião para esta quinta-feira (10), as 9h30.

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"Não vou fazer o jogo que querem fazer. Não posso colocar em risco o Conselho de Ética. O que estão fazendo conosco é um absurdo", protestou Araújo.

Araújo havia proclamado Zé Geraldo (PT-PA) como substituto do relator Fausto Pinato (PRB-SP). Diante das manifestações apelando para um novo sorteio, voltou atrás. O deputado Marcos Rogério (PDT-RO) defendeu precaução na decisão em nome da probidade do processo disciplinar. "O que não pode é deixar o processo viciado", declarou.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) disse que a situação era humilhante para o colegiado e que a manobra se tratava de "jogatina" e "chicana". "O que estamos vivendo aqui nunca vivemos. Isso é um circo que está sendo montado porque quem está sendo julgado é o presidente da Casa", disse.

Alguns membros da Mesa Diretora, como a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) e o deputado Alex Canziani (PTB-PR), vieram à sessão informar que a decisão que retirou o relator Fausto Pinato (PRB-SP) da função foi exclusiva do vice-presidente Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha.

A pressão para o adiamento da sessão veio principalmente do novo líder do PMDB, Leonardo Quintão (MG). Ele apelou para que Araújo encerre a sessão e convoque nova sessão para 24 horas.

A oposição questionou nessa quinta-feira (22) a isenção de senador Acir Gurgacz (PDT-RO) na relatoria do processo que avaliará as contas de 2014 do governo, que foram reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Senadores apontam proximidade do relator com a base aliada e argumentam que, no plenário e nas comissões, ele sempre vota sob orientação do governo, ainda que em desacordo com outros integrantes do partido. Segundo relatos, seria um "governista cego".

Para o líder da oposição, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), não houve isenção na escolha. "É o sistema vigente, o governo tem maioria no Congresso e faz as indicações que melhor atendem ao seu interesse", avalia.

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O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) disse ser natural que fosse indicado um aliado. "É natural que a Rose de Freitas, integrante da bancada do PMDB, que participa do governo, indique um senador aliado. Seria estranho se ela indicasse um senador da oposição", afirmou Paulo Bauer (PSDB-SC), que também faz parte da comissão de orçamento.

Critérios

Gurgacz é líder do PDT e vice-líder do bloco de apoio ao governo. Bauer acredita que a indicação de Acir tenha cunho político, e não técnico, e garantiu que irá acompanhar de perto o encaminhamento do processo das contas. "Como senador da oposição, vou debater e questionar letra por letra, número por número, qualquer argumento que o governo apresente", afirmou.

Humberto Costa (PE), líder do PT, defendeu a imparcialidade do relator e afirmou que a decisão tranquiliza o governo, não por um eventual parecer favorável, mas por sua atuação isenta, que ele caracterizou como "sem paixões". "Não poderia haver uma escolha melhor. Ele tem ampla experiência em questões orçamentárias e não vai cumprir tarefa para o governo ou para a oposição", defende.

Há quem acredite, entretanto, que o senador não terá tempo hábil para relatar o processo. Ao final do ano, os parlamentares que hoje integram a comissão de orçamento são substituídos. Como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concedeu prazo de 45 dias para que o governo apresente sua defesa, o processo só deve chegar às mãos do relator após o dia 5 de dezembro. "Acho a indicação (de Gurgacz) inócua. Independente de seu posicionamento, ele não terá tempo para cumprir com a relatoria", argumenta Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

O relator, por sua vez, deixou claro que a substituição de parlamentares na comissão só acontece em março de 2016 e expressou vontade em terminar a relatoria antes disso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), pretende definir na próxima quarta-feira (21) o nome do parlamentar que vai relatar a representação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolada nesta terça (13) por deputados do PSOL, Rede e PT.

Uma vez definido o relator, abre-se o prazo, não prorrogável, de 90 dias úteis para o plenário da Câmara votar a cassação do mandato de Cunha. Com isso, caso não ele renuncie antes, o processo de análise da representação deverá se estender até o início do ano que vem. Pelo regimento interno, uma vez apresentada, a representação no Conselho de Ética é encaminhada à Secretaria da Mesa, que tem um prazo de três sessões para encaminhar, numerada e datada, ao conselho.

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Haverá sessões nestas quarta e quinta e segunda-feira da semana que vem. "Vou convocar para a quarta-feira uma sessão do conselho para reunir e sortear o relator", disse Araújo. O processo de escolha do relator de um processo de cassação de mandato é feito no conselho de Ética da seguinte forma: na sessão, três deputados-membros serão sorteados e um deles é escolhido pelo presidente do conselho.

Não poderão constar no sorteio os nomes de filiados ao mesmo partido e/ou o mesmo Estado que o representado. Ou seja, no caso que tem Eduardo Cunha como representado, não poderão relatar o processo nem deputados do PMDB nem aqueles que têm como reduto eleitoral o Estado do Rio de Janeiro. Enquadra-se neste perfil apenas o deputado Washington Reis (PMDB-RJ).

A ideia, segundo Araújo, é impedir que o relator seja um aliado do representado, mas no caso específico não é suficiente. O deputado Arnaldo Faria de Sá, um dos principais articuladores dos interesses de Cunha na Câmara, é do PTB de São Paulo e pode relatar o processo se assim definir o presidente do conselho.

A chance dele vir a ser o relator, no entanto, é descartada. "Ele concorreu comigo na última eleição para presidente do conselho e perdeu por cinco votos", diz Araújo. Definido o nome, o relator elabora um relatório preliminar, cuja admissibilidade é votada num prazo de 10 dias. A aprovação se dá por maioria simples, em votação aberta.

Uma vez aprovado no conselho, o relatório final é encaminhado para o plenário e passa a ter prioridade. Caso o presidente da Câmara não coloque o relatório para ser votado em plenário, ele passa a sobrestar (trancar) a pauta. Eduardo Cunha não poderá presidir a sessão de apreciação da representação que poderá cassar seu mandato. A votação será aberta e o resultado se dará por maioria simples. "Aí é que a sociedade e a opinião pública têm papel fundamental para fazer pressão", disse Araújo.

Um dos temas polêmicos em discussão na Câmara dos Deputados, o Estatuto da Família será assunto de discussão, nesta terça-feira (8), de um videochat. O relator do projeto, deputado Diego Garcia (PHS-PR), vai responder a perguntas de internautas ao vivo. O chat, agendado para às 11h, comporta até 150 participações simultâneas e será transmitido ao vivo no portal da Câmara.

Para participar do debate, basta acessar a sala de bate-papo a respeito do tema disponível na página da Câmara. As perguntas também poderão ser encaminhadas pelo Disque-Câmara (0800 619 619) ou nos comentários na página oficial da Casa no Facebook. 

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Durante o bate-papo desta terça, os internautas poderão enviar sugestões, comentários e esclarecer dúvidas com o relator sobre a proposta, que tem o apoio de parlamentares religiosos, sobretudo evangélicos, mas é considerada inconstitucional por outros sob o argumento de que não contempla outros modelos de união.

Conceito de família

O relatório final, apresentado por Garcia no último dia 2 na comissão especial que analisa o tema, mantém como conceito básico de família “a união de um homem e de uma mulher, por meio de casamento ou de união estável, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus filhos". Deputados contrários ao texto, como Erika Kokay (PT-DF), se mobilizam na tentativa de derrubá-lo na comissão especial – ainda não há data marcada para votação.

O parecer do relator trata ainda de direitos da família e das diretrizes das ações governamentais voltadas para o apoio à "entidade familiar". Entre outras medidas, o substitutivo de Diego Garcia cria os Conselhos da Família, órgãos permanentes e autônomos, com poder para auxiliar na elaboração de políticas públicas, além de acompanhar e fiscalizar sua implementação.

"Procuramos basear o relatório naquilo que já está presente na Constituição. A proposta não exclui ninguém e valoriza a família, base da sociedade, que necessita de uma especial proteção”, disse o relator. “A sociedade espera que nós, parlamentares, não sejamos omissos para que o tema não passe simplesmente pela decisão de poucos homens, no Supremo Tribunal Federal”, completou. Em 2011, o Supremo reconheceu a união homoafetiva, equiparando as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões entre homens e mulheres.

Outros tipos de união

Para atender a outros tipos de união, como entre irmãos e amigos, "sem conexão com a procriação ou a criação da família", Garcia defende o que ele chama de "parceria vital".

Essa alternativa, no entanto, deveria tramitar separada da proposta de Estatuto da Família na avaliação do relator. "São pessoas que também necessitam ter direitos. Eu estou trazendo isso para que o Congresso possa fazer uma nova discussão a respeito desses novos agrupamentos humanos que estão surgindo, na medida em que a sociedade vai avançado. Mas esse projeto específico [estatuto] trata da família, base da sociedade".

*Com informações da Agência Câmara

O deputado federal Daniel Coelho (PSDB) foi escolhido nesta quarta-feira (6), na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, em Brasília, para ser relator de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar crimes de maus tratos contra animais. Apesar de ser escolhido, a CPI ainda será instalada na Casa.

Com tramitação na Câmara dos Deputados desde a legislatura anterior, a proposta de criação da CPI tem enfrentado muitos debates, especialmente por conta de divergências entre as bancadas ambientalista e ruralista.

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De acordo com Daniel Coelho, são muitos os casos de maus-tratos de animais gerados não apenas pelos cidadãos, mas também pelas pessoas jurídicas. “Infelizmente, temos vários municípios em todo o Brasil que estão executando, matando os nossos animais. É importante que esses casos sejam investigados, que seja respeitada a legislação e que se acabe essa prática de extermínio dos animais pelo País”, destacou o parlamentar. 

Presente na audiência pública realizada nesta segunda-feira (6) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o relator da Comissão Especial da Reforma Política da Câmara dos Deputados, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), garantiu agilizar a entrega de uma Proposta de Ementa à Constituição (PEC), sobre o assunto. Em entrevista ao Portal LeiaJá, o parlamentar relembrou que as sugestões de uma reforma política no país vem se arrastando há anos e por isso prometeu entregar as propostas até o mês de maio. 

Para o peemedebista, ou se faz a reforma o quanto antes, ou os parlamentares terão suas ideias fracassadas. “Se não conseguirmos aprovar a reforma desta vez, é a prova que nunca vai acontecer à reorganização do sistema político nacional. Caso isso não aconteça, vou defender uma constituinte exclusiva. Ou vamos fazer aquilo que é importante para o país ou vamos fracassar novamente”, pontuou. 

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O deputado do Piauí também comentou o encontro que terá nesta terça-feira (7) com o vice-presidente Michel Temer (PMDB). O peemedebista foi convidado pela Comissão Especial falar sobre sistemas eleitorais e financiamento de campanha. "Vamos fazer um apelo a ele, já que é a pessoa que está num lugar de livre acesso a todos", afirmou, mencionando o relacionamento dele com a presidente Dilma (PT), o senador Aécio Neves (PSDB) e com o ex-presidente Lula (PT).

Questionado se dará tempo de fechar uma proposta objetiva e concreta sobre a reforma política, antes que seja votada no Congresso Nacional, ele comentou a pressão feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Toda vez que ele diz eu repondo da seguinte maneira: esse gosto eu não vou lhe dar. Agora no final de abril para o começo de maio vamos construir o projeto final da comissão”, revelou, detalhando partes da proposta. “Será uma PEC com todos os assuntos que dependem de emenda e um projeto de lei com as infraconstitucionais”, antecipou. 

*Com informações de Giselly Santos

A situação dos terrenos de Marinha entrará em discussão na Câmara Federal, na próxima quarta-feira (12). O substitutivo propõe alterar o decreto nº 9.760, solicitando a diminuição do laudêmio e extinção da taxa de ocupação. 

De acordo com o relator do projeto, deputado José Chaves (PTB), a cobrança do referido imposto é atrasada e não gera compensação as pessoas que pagam o tributo. É injusto o pagamento de impostos que foram criados há mais de dois séculos, ainda na época do Brasil Império. Um imposto atrasado e antigo que não traz nenhuma contrapartida para aqueles que pagam. A proposta deles se baseia fundamentalmente em deixar de cobrar o laudêmio. É um avanço, mas muito pequeno”, pontuou Chaves.

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Quem adquire imóveis localizados em terrenos de Marinha ao fazer a transação imobiliária, ao dar entrada na escritura definitiva, devem pagar à União as taxas de ocupação ou foro. O Laudêmio só deve ser pago em transações de compra e venda  e é equivalente a 5% do valor do imóvel, já o foro é pago anualmente e equivale a 0,6% do valor do imóvel. 

Conforme Decreto-Lei nº 9.760/1946, são terrenos de marinha em uma profundidade de 33 metros, medidos horizontalmente para a parte da terra, da posição da linha da preamar-média de 1.831: a) Os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; b) Os que contornam as ilhas, situados em zonas onde se faça sentir a influência das marés.

O acordo feito entre PT e PSDB na última quarta-feira para evitar a convocação de políticos na CPI mista da Petrobras gerou uma crise entre os tucanos. O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, desautorizou a negociação e divulgou uma nota nesta quinta-feira negando que o partido tivesse feito um acerto nesse sentido.

"O PSDB não pactua com qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações da CPMI da Petrobras", registrou o texto. "Lutamos pela instalação da CPMI. Temos de ir a fundo na apuração do chamado 'Petrolão' e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária."

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Na sessão de quarta-feira da CPI, parlamentares da base aliada e da oposição decidiram que não votariam requerimentos para chamar para depor políticos que tenham sido citados nas delações feitas pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. No mesmo dia, Aécio havia feito o seu primeiro discurso no plenário do Senado depois de ter sido derrotado nas eleições, no qual condicionou a abertura do diálogo com a presidente Dilma Rousseff às investigações das denúncias que envolvem a estatal.

O acordo feito na reunião beneficia os dois partidos. Com ele, o PT evita que nomes importantes da sigla, como tesoureiro João Vaccari Neto e a senadora Gleisi Hoffman, sejam chamados a depor. Já o PSDB impede a convocação de Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro de Youssef e que disse em depoimento na Justiça Federal que o doleiro também trabalhava para os tucanos.

Em entrevista à Rádio Estadão hoje, Aécio afirmou que vai trabalhar para a criação de uma nova CPI mista da Petrobras em 2015, caso a comissão atual encerre suas atividades sem apresentar resultados claros. O senador também lembrou que o PSDB, do qual é presidente nacional, tem uma "minoria pouco expressiva na CPI mista". "O governo é que define as oitivas. Eu não participei dessas reuniões. Mas, no que depender de mim, se não for possível chamar (os políticos citados nas delações) ainda este ano, que isso seja feito a partir do início do ano que vem", disse. Questionado se está preocupado com o fato de a investigação poder atingir também ao seu partido, o senador defendeu que é preciso "investigar todo mundo".

Diante da repercussão do caso, os líderes dos partidos da oposição na Câmara também emitiram nota negando o acordo: "Reafirmamos nossa disposição de ir até o fim em busca de respostas e dos responsáveis pelos desvios, enquanto o interesse do governo é confundir a opinião pública e misturar inocentes com culpados". O texto é assinado por deputados do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade.

O deputado tucano Carlos Sampaio, que representou o PSDB na reunião de quarta-feira, disse hoje que houve "má fé" por parte do relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), que disse que houve um acordo na reunião.

Ninguém compareceu à primeira oitiva das testemunhas convidadas para depor no processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Dos oito chamados pelo relator Júlio Delgado (PSB-MG), apenas dois confirmaram seus depoimentos: o doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná e que prestará esclarecimentos via videoconferência no dia 1º de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu para Vargas, o empresário Bernardo Tosto, que responderá por escrito.

Delgado reclamou que um acordo foi firmado com a liderança do PT para que os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, deputado Rui Falcão (SP), comparecessem nesta quarta-feira. Dos três petistas, apenas Vaccarezza comunicou oficialmente que não estaria presente na reunião. Os demais não responderam aos convites encaminhados no dia 3 de junho. "O não comparecimento é a demonstração de que tem alguma coisa errada", concluiu o relator.

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As testemunhas devem receber nos próximos dias uma notificação para comparecerem no Conselho de Ética. Se não atenderem ao segundo convite, o regimento permite que o relator dispense a oitiva das testemunhas. Diferentemente de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o Conselho de Ética não tem poder de convocação e deve limitar as notificações a simples convites. Além das testemunhas do relator, outras oito foram arroladas por Vargas, entre elas o doleiro preso. "A contaminação eleitoral não será para mim, será contra eles", destacou Delgado, referindo-se à ausência dos petistas nesta manhã.

Em pleno recesso informal devido à Copa do Mundo, apenas três membros do colegiado compareceram à reunião, além do relator e do presidente, deputado Ricardo Izar (PSD-SP). Vargas foi representado pelos seus advogados Marcos Gusmão e Michel Saliba.

Mesmo cientes de que medidas judiciais podem atrapalhar o trâmite do processo, o objetivo do colegiado é votar o relatório até 17 de julho, último dia antes do recesso parlamentar. Delgado reafirmou a intenção de cumprir "rigorosamente" os prazos e atender assim às "cobranças da sociedade". "Não quero que passe à sociedade nenhuma impressão protelatória", disse Delgado. A próxima reunião do Conselho de Ética está marcada para o dia 25 de junho.

O relator do processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado André Vargas (sem partido-PR) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), disse que o não comparecimento das testemunhas do PT na oitiva da manhã desta quarta-feira demonstra o interesse da sigla em proteger o ex-petista. "Há um ato de proteção ao mandato de André Vargas", afirmou Delgado.

Das oito testemunhas arroladas pelo relator, nenhuma compareceu à reunião do Conselho de Ética, entre elas os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder Vicentinho (SP) e o presidente nacional da sigla, Rui Falcão (SP). O doleiro Alberto Youssef, preso no Paraná, prestará esclarecimentos via videoconferência no dia 1º de julho, e o dono do jatinho que o doleiro cedeu a Vargas, o empresário Bernardo Tosto, responderá por escrito às perguntas do Conselho. Quem não compareceu à sessão de hoje receberá nova notificação.

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Delgado também condenou a tentativa da defesa de Vargas de "protelar" o trâmite do processo. Mais uma vez, o advogado Michel Saliba pediu hoje que os membros do Conselho avaliem primeiramente os autos da operação Lava Jato antes de ouvir as testemunhas. O defensor alegou que Vargas ainda não responde formalmente a nenhum inquérito e que não há elementos para julgá-lo de forma equilibrada. "Não teríamos elementos para chegar a um julgamento minimamente justo", afirmou Saliba.

O advogado disse que a defesa ainda não estuda nenhuma ação judicial contra o trâmite do processo no Conselho de Ética. Ele, no entanto, questionou a pressa em analisar o caso antes do início do recesso parlamentar de meados de julho. "Acho que é um atropelo desnecessário que pode gerar nulidade (no futuro). Acho preocupante agir de maneira açodada", disse.

Saliba também rebateu a tese de proteção do PT ao parlamentar, uma vez que Vargas se desfiliou do partido. Ele concluiu que o caso André Vargas tem tirado o foco da CPI da Petrobras, principalmente das denúncias envolvendo a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. O Estado foi governado pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB), aliado do relator do processo contra Vargas. "O destaque excessivo ao deputado André Vargas me causa estranheza", insinuou.

Aos jornalistas, o advogado negou que Vargas tenha mantido uma relação com o doleiro Alberto Youssef e sim com o "empresário Alberto Youssef". Segundo Saliba, o ex-petista não tinha "bola de cristal" para saber que Youssef continuava a agir como doleiro e que o deputado não está envolvido com as acusações de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. "A relação dele (Vargas) é institucional, de colaboração com o empresário", respondeu.

O ministro José Jorge, relator no Tribunal de Contas da União (TCU) da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), revelou nesta segunda-feira (24), em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o processo da Petrobras envolvendo a aquisição da unidade está incompleto. Segundo ele, há pelo menos seis meses ele tem conhecimento de falta de dados no processo.

Entretanto, José Jorge não soube informar se as informações que faltam dizem respeito às cláusulas contratuais que a presidente Dilma Rousseff, então ministra e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, afirmou que não tinha a seu dispor quando aprovou, em 2006, a compra da refinaria. Em nota na semana passada, Dilma disse que, se soubesse da existência de duas cláusulas, não votaria a favor da operação.

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A primeira delas é a Put Option, que manda uma das partes da sociedade a comprar a outra em caso de desacordo entre os sócios. A segunda, a Marlim, garantia à sócia da Petrobras um lucro de 6,9% ao ano mesmo que as condições de mercado fossem adversas. Em 2012, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga Astra Oil.

O ministro disse que o TCU investiga duas questões: se a venda da refinaria foi boa ou ruim para os cofres públicos e se o Conselho de Administração da Petrobras foi bem informado quanto à operação. "Temos que saber se ele se decidiu com base em uma informação correta ou não", afirmou José Jorge. O processo envolvendo a venda da refinaria foi aberto em março de 2013 e, no momento, está na área técnica do tribunal. Segundo o relator, a previsão é que volte ao gabinete dele no final de abril. Só depois disso ele prepararia um voto para levar ao plenário.

José Jorge afirmou que não sabe se, a partir das declarações de Dilma, será preciso mais tempo para instruir o processo. Ele disse que os novos dados podem levar à mudança da instrução e a um aprofundamento do processo. Não há prazo, portanto, para o caso ser julgado pelo TCU.

Ex-ministro de Minas e Energia do governo FHC e ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, o ministro disse que, na época que passou pela empresa, nenhum conselheiro da estatal era obrigado a decidir apenas com base no resumo. Foi o que Dilma alega ter feito no caso de Pasadena, aprovado por unanimidade do colegiado. Segundo ele, todo o processo de venda de uma refinaria fica à disposição dos conselheiros e, em caso de dúvida, qualquer integrante sempre pode pedir vista para analisar melhor o caso. "O normal é que, se não há dúvida, se decida com base no resumo executivo", afirmou.

José Jorge admitiu que pode ter ocorrido de Dilma ter decidido com base em um resumo que não esteja completo. "Isso pode ter acontecido, mas a gente ainda não tem conhecimento, o processo ainda está na área técnica", afirmou. "Eles já estavam examinando isso (a venda da refinaria) e podem examinar com mais detalhe", completou.

Ex-senador pelo PFL (atual DEM), o ministro não quis opinar sobre a possibilidade de criação de uma CPI para agilizar as investigações que envolvem a refinaria de Pasadena. "Não vou comentar, isso é coisa do Congresso. Isso é uma questão política e é o Congresso que tem que decidir", encerrou.

O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) afirmou nesta segunda-feira, 11, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que não vai, a princípio, mudar a proposta do indexador das dívidas de estados e municípios com a União. Designado esta manhã como relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ele disse que pretende rejeitar todas as emendas apresentadas à proposta como forma de agilizar a aprovação da matéria.

A preocupação de Luiz Henrique tem por objetivo acelerar a validade do projeto que visa a aliviar o caixa dos entes federados, principalmente a prefeitura de São Paulo. Se o texto for aprovado sem alterações na CAE, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário, ele seguirá diretamente para sanção presidencial. Se tiver mudanças, o texto terá de voltar para análise da Câmara dos Deputados.

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Luiz Henrique disse que pediu ao presidente da CAE, Lindbergh Farias (PT-RJ), para tentar marcar para a quarta-feira da próxima semana, dia 19, uma reunião conjunta para apreciar a matéria. No ano passado, o projeto foi votado pelas duas comissões ao mesmo tempo, tendo ele como relator.

A última versão do projeto prevê a troca do indexador atual das dívidas dos entes federados com a União, que hoje é IGP-DI mais 6% a 9% de taxa de juros ao ano, por um dos dois fatores de correção que for menor: IPCA mais 4% ou a taxa Selic - atualmente fixada em 10,5%. A proposta também altera o indexador desde a renegociação dos contratos a partir do final da década de 90, o que dá um desconto bilionário nas dívidas.

O senador catarinense, que foi eleito esta manhã vice-presidente da CAE, disse que aceitaria modificar o teor do texto apenas se houvesse um "grande acordo" envolvendo Senado e Câmara. Alguns parlamentares têm defendido a inclusão no projeto da convalidação dos incentivos fiscais de ICMS dados por estados e municípios, nos moldes da proposta enviada pelo governo federal no início do ano passado.

"Em princípio, vou rejeitar todas as emendas, a não ser que surja um grande acordo com a Câmara para que o projeto seja votado logo e não vá parar em uma gaveta", afirmou. O peemedebista também deve ser designado relator da CCJ, que se reúne amanhã.

Na semana passada, após apelo feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aos parlamentares, o Senado desistiu de votar a matéria em plenário. O governo está preocupado com o impacto da proposta nas contas do governo e um eventual rebaixamento da nota de risco do País por agências de risco e, por isso, pressionou os parlamentares para adiar, em pelo menos 30 dias, a apreciação da proposta.

O deputado federal Raul Henry (PMDB) afirmou, nesta terça-feira (11), que o relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 313/13 está pronto para ser discutido e votado. A emenda, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), já foi aprovada no Senado e determina a perda do mandato de parlamentares condenados por crimes contra a administração pública ou por improbidade administrativa. A comissão especial que analisa a matéria tem uma reunião marcada para esta quarta-feira (12).  

“Já estou com o relatório da PEC dos Mensaleiros, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos, pronto para ser discutido e votado amanhã. Mantenho o texto do Senado, que determina a cassação imediata para condenados por improbidade administrativa ou crimes contra a administração pública”, disse. O parlamentar explicou que se o relatório for aprovado pela comissão a PEC estará apta para ser votada no plenário da Câmara. “Isso livrará o Congresso Nacional, de uma vez por todas, do constrangimento de ter um apenado exercendo mandato parlamentar”, ressaltou.

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O relatório de Henry foi entregue na última sexta-feira (7), no texto o peemedebista destaca que o tema ainda não foi pacificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, em dezembro de 2012 o Supremo havia decidido, por cinco votos a quatro, que a perda do cargo se daria automaticamente após o trânsito em julgado, mas em agosto do ano passado, com sua composição plena, considerou que a perda do mandato não é pena acessória, e sim efeito da condenação, o que levaria o destino do parlamentar condenado a ser definido pelo Congresso.

 

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, é o novo relator do inquérito que investiga a formação de cartel e fraudes em licitações no sistema de trens e metrôs de São Paulo. A relatoria do processo, remetido ao STF no último dia 12, inicialmente era de Rosa Weber mas foi redistribuído após a rejeição da ministra. As informações são da Agência Brasil.

A investigação foi remetida ao Supremo porque deputados federais, que possuem prerrogativa de foro, foram citados pelo ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, durante a delação premiada feita à Polícia Federal em 14 de outubro e ratificada ao Ministério Público no início de dezembro.

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Rheinheimer descreveu "contatos e reunião pessoais", além de "acordos financeiros" com parlamentares. Ele apontou como recebedores de propina o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) e Edson Aparecido (PSDB) - que também é deputado federal, mas está licenciado para exercer o cargo de secretário estadual da Casa Civil do estado de São Paulo.

O ex-diretor da Siemens, falou ainda sobre "políticos envolvidos com a Procint" - consultoria de Arthur Teixeira, apontado pela PF como lobista. Entre os citados estão o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e os deputados federais licenciados e secretários estaduais de São Paulo, Jurandir Fernandes (Transportes), José Aníbal (PSDB), de Energia, e Rodrigo Garcia (DEM), de Desenvolvimento Social.

Rheinheimer cita ainda que Arthur Teixeira mantinha relação muito próxima com o deputado federal Walter Feldman (PSB) e o deputado estadual Campos Machado (PTB. Todos os citados negam as acusações.

Ao remeter os 15 volumes do inquérito ao STF, que investiga crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro; a Justiça Federal ressalvou que isso não significa "reconhecimento de que há indícios concretos de práticas criminosas pelas autoridades referidas".

Ao receber o processo, Rosa Weber encaminhou os autos para o presidente do STF, Joaquim Barbosa, afirmando que Marco Aurélio deveria ser o relator porque ele já havia proferido decisão sobre o caso - um pedido de acesso à investigação que foi encaminhado ao ministro. De acordo com Regimento Interno da Corte, ministro fica prevento (prevenido) para os demais processos sobre o mesmo assunto quando analisa o primeiro pedido.

Atendendo a pedido, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), trocou o relator da comissão externa que investigará denúncia de possíveis maus-tratos contra animais praticados pelo Instituto Royal, no interior de São Paulo. No lugar do deputado Ricardo Izar (PSD-SP) ficará o tucano Ricardo Tripoli (PSDB-SP).

Na última semana, ativistas invadiram o laboratório e resgataram 178 cães da raça beagle. Com a comissão, os seis deputados terão acesso ao inquérito da Polícia Civil referente ao furto qualificado e aos danos nas dependências do laboratório, além da investigação em andamento há um ano do Ministério Público sobre as denúncias de crime de maus-tratos.

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Ao final dos trabalhos, os deputados deverão apresentar uma proposta para atualizar a legislação que trata do uso de animais em pesquisas científicas. Mais cedo, Izar se adiantou e apresentou uma proposta proibindo o uso de qualquer espécie animal em atividades de ensino, pesquisas e testes laboratoriais para desenvolvimento de produtos cosméticos.

O senador Sérgio Souza (PMDB-PR) defendeu nesta quarta-feira, 16, o voto aberto para todas as modalidades em que for exigida votação no Poder Legislativo. Em parecer apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Souza voltou a defender sua posição de que quaisquer votações no Congresso e nos demais poderes Legislativos não podem ser secretas.

Relator da matéria na CCJ, o parlamentar paranaense votou rejeitou pela rejeição das emendas apresentadas por senadores em plenário. Ele defendeu a aprovação de uma das duas propostas de Emenda à Constituição (PEC) que trata do assunto, a de número 43 de 2013, pois estava mais avançada na tramitação no Congresso. Se passar pelo Senado, pois já foi aprovada pela Câmara, seria promulgada em seguida.

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A maior dificuldade para apreciar o caso se deve à falta de consenso entre os parlamentares sobre quais tipos de votações devem ser abertas. Outra disputa decorre da briga de bastidores entre congressistas, principalmente da base e da oposição, quanto à "paternidade" da proposta, uma vez que há PECs nas duas Casas Legislativas que tratam do tema.

No dia 2 de outubro, após a conclusão do prazo de cinco sessões regimentais para que a proposta estivesse apta para ser votada em plenário, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AM), a Mesa Diretora do Senado havia recebido novas emendas à proposta. Pelo regimento da Casa, as novas emendas remeteriam a PEC mais uma vez para a CCJ, que terá prazo de até 30 dias para dar seu parecer.

As emendas, entretanto, dizem respeito à manutenção de votações secretas para modalidades como a escolha de autoridades e a apreciação de vetos presidenciais, deixando apenas o voto aberto para cassação de mandato parlamentar. Esses debates já haviam sido feitos pela própria comissão.

O deputado Danilo Forte (PMDB-CE) apresentou nesta quinta-feira, 22, o parecer da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na Comissão Mista de Orçamento (CMO). Das 4.085 emendas apresentadas, Forte acolheu 2.050 - 273 integralmente e 1.777 parcialmente. Ele também votou pela inadmissibilidade de seis emendas e rejeitou as demais 2.029.

Com a apresentação do parecer de Forte, abriu-se o prazo para a apresentação dos destaques às emendas, que deve se encerrar na terça-feira, 27. Nesse dia, haverá uma reunião na CMO para discutir o texto, às 11 horas. Depois de votada pela comissão, a LDO precisa ser aprovada em sessão conjunta do Congresso. A pauta do Congresso, no entanto, está trancada por vetos presidenciais que não foram apreciados nesta terça-feira, 20. A próxima reunião do Legislativo para votar esses dois vetos está agendada para o dia 17.

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O relator do Projeto de Lei do Marco Civil da Internet, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), disse nesta quarta-feira (7) que não pretende promover mudanças que afetem a “espinha dorsal” da proposta, que são a neutralidade da rede, a liberdade de expressão e a proteção à privacidade do usuário.

Depois de mais de cinco horas de audiência pública para debater o projeto, Molon ressaltou que só aceitará modificações pontuais na redação do seu parecer. “Qualquer coisa que fira um desses três pilares não será aceita, em especial, a neutralidade, que é o ponto mais polêmico”, enfatizou o deputado.

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Quanto a outro ponto polêmico, que trata da oferta diferenciada de produtos na internet, Molon disse que não pretende atender aos pedidos das empresas, por entender que “fatiar” a rede seria prejudicial ao consumidor. “Precisamos garantir a neutralidade da rede, porque ela vem sendo ameaçada por práticas do mercado, por ofertas de internet fatiada”.

Já o diretor do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Alexander Castro, disse que proibir a oferta diferenciada de produtos vai encarecer a internet no Brasil. “Hoje, 85% da capacidade da rede é consumida por 25% dos usuários. Significa que os outros estão subsidiando esses 25%." Para Castro, se o projeto não tiver pequenos ajustes, não na neutralidade, com a qual o SindiTelebrasil está alinhado, mas na possibilidade de oferta diferenciada de produtos, os programas de massificação do governo serão afetados e o preço da internet deverá subir.

A representante do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação, Renata Mielli, defendeu o texto apresentado por Molon, mas disse que é preciso rever alguns pontos.“Somos favoráveis ao parecer praticamente na versão integral. Temos divergência pontual no que trata da responsabilização dos provedores diante da postagem de conteúdos por terceiros. Avaliamos que o provedor só pode ser responsabilizado pela não retirada desse conteúdo mediante ordem judicial”, disse Renata.

No fim do ano passado, a Câmara dos Deputados adiou por diversas vezes a votação do projeto do Marco Civil da Internet por falta de acordo. Para o relator, não há razões para adiar mais a votação. “Adiar não vai resolver o problema. Tem que se votar”, afirmou Molon.

O líder do PDT na Câmara, André Figueiredo (CE), enviou a líderes partidários o relatório sobre o projeto do governo que destina recursos dos royalties do petróleo para educação, aumentando em 13 vezes o montante a ser investido na área em relação ao proposto pelo Executivo. Segundo planilha divulgada em anexo, o projeto do governo significaria um incremento de R$ 25,8 bilhões em 10 anos para a área. Com as mudanças propostas, esse valor chegaria R$ 335,8 bilhões.

As alterações que levam a essa diferença bilionária mexem no destino de contratos já licitados e nos recursos que serão alocados no Fundo Social criado para gerir as riquezas do pré-sal.

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Pelo texto do governo, a destinação de 100% dos recursos para a educação aconteceria apenas em áreas cujos contratos sejam celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012. O relator alterou esse trecho determinando que sejam destinados integralmente para a área os recursos com base em áreas na qual seja declarada a comercialidade a partir desta data. Segundo estudo da assessoria técnica do PDT, mais da metade da estimativa de produção das áreas nas quais já houve assinatura do contrato não houve conclusão de estudo e, consequentemente, a declaração de comercialidade.

A outra mudança com forte impacto financeiro é sobre a utilização de recursos do Fundo Social, uma espécie de poupança que o governo deseja realizar com recursos do petróleo. A proposta do governo é de investir na educação metade dos recursos resultantes do rendimento do Fundo. Assim, os recursos seriam aplicados e somente o lucro poderia ser destinado. O relator, porém, alterou a proposta determinando que metade dos recursos do fundo sejam destinados diretamente para a educação.

O relatório avança ainda para outras áreas. Figueiredo propõe que a União possa contratar a Petrobras diretamente para fazer pesquisa e lavra de petróleo, além de delimitar em 60% o mínimo de petróleo que terá de ser repassado a União nos campos que serão licitados pelo modelo de partilha de produção, criado para a exploração do pré-sal. Figueiredo também deixa expresso que os recursos da educação não poderão ser destinados para despesas de custeio ou remuneração de professores.

As propostas do relator não estão de acordo com o governo, que deseja encaminhar a votação pelo texto original da presidente Dilma Rousseff. Há ainda parlamentares que desejam reservar um porcentual das receitas para a saúde. A proposta que tem mais adepto é a que deixa 75% dos recursos para a educação e 25% para a saúde.

O parecer do senador Armando Monteiro (PTB-PE) sobre a Medida Provisória (MP) 601 propõe a prorrogação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) até dezembro de 2017. A princípio, a medida editada pelo governo federal previa a extensão do regime especial até o final de 2013, mas o senador considerou que tal prazo era "demasiadamente curto". "A prorrogação por apenas mais um ano retira do empresário brasileiro a previsibilidade que se espera do regime", escreveu Monteiro, em seu relatório.

O texto do relator foi lido em sessão da Comissão Mista que avalia a MP 601. Houve pedido de vista coletivo e a votação do relatório ficou adiado para esta quarta-feira, 8, às 14 horas. A MP trata não apenas do Reintegra, mas propõe também estender a desoneração da folha de pagamento para setores da construção civil e para o comércio varejista.

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O relatório, lido nesta terça-feira pelo parlamentar, também propõe isenção tributária dos valores restituídos no Reintegra. "Temos convicção que a receita oriunda da restituição deve ser retirada da base de cálculo do imposto de renda, da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), do PIS/Pasep e da Cofins", afirmou o senador, sob o argumento de que a tributação da restituição criava um cenário no qual o governo "dá com uma mão e tira com a outra".

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