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De um foguete que apontava para o alto para uma aeronave desgovernada nos céus. Essa é a comparação feita pela capa da revista britânica The Economist ao tratar da evolução do Brasil nos últimos quatro anos. A edição distribuída na América Latina, que chega às bancas neste fim de semana, tem na capa uma imagem do Cristo Redentor fazendo piruetas no céu do Rio de Janeiro com a pergunta: "Has Brazil blown it?". A questão pode ser traduzida como "O Brasil estragou?" ou "O Brasil se perdeu?".

A reportagem especial de 14 páginas sobre o Brasil é assinado pela jornalista Helen Joyce, correspondente da revista no País. "Na década de 2000, o Brasil decolou e, mesmo com a crise econômica mundial, o País cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o Brasil conseguiu apenas um crescimento anual de 2%. Seus cidadãos estão descontentes - em julho, eles foram às ruas para protestar contra o alto custo de vida, serviços públicos deficientes e a corrupção dos políticos", diz a revista.

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"Pode Dilma Rousseff, a presidente do Brasil, reiniciar os motores?", pergunta a publicação. "Será que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos oferecerão ajuda para a recuperação do Brasil ou simplesmente trarão mais dívida", questiona a revista. O conteúdo da revista ainda não está disponível na íntegra na internet.

Na capa, a Economist fez uma auto referência a uma capa da própria publicação que ficou conhecida no Brasil ao mostrar o mesmo Cristo Redentor decolando como se fosse um foguete. "O Brasil decola" foi capa da edição de 12 de novembro de 2009, quando a revista rasgava elogios ao País que, naquele momento, crescia rapidamente a despeito da crise financeira global.

Interferência

A reportagem afirma ainda que Dilma Rousseff tem sido relutante ou incapaz de enfrentar problemas estruturais do Brasil e interfere mais que o antecessor na economia, o que tem assustado investidores estrangeiros para longe de projetos de infraestrutura e mina a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica".

Para a revista, a falta de ação do governo Dilma é a principal razão para o chamado "voo de galinha" do País, em referência ao baixo crescimento econômico. "A economia estagnada, um Estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar de rumo", resume o editorial da publicação.

O texto reconhece que outros emergentes também desaceleraram após o boom que teve o auge em 2010 para o Brasil. "Mas o Brasil fez muito pouco para reformar seu governo durante os anos de boom", diz a revista. Um dos problemas apontados pela reportagem é o setor público, que "impõe um fardo particularmente pesado para o setor privado". Um dos exemplos é a carga tributária que chega a adicionar 58% em tributos e impostos sobre os salários. Esses impostos são destinados a prioridades questionadas pela The Economist. "Apesar de ser um país jovem, o Brasil gasta tanto com pensões como países do sul da Europa, onde a proporção de idosos é três vezes maior", diz o texto que também lembra que o Brasil investe menos da metade da média mundial em infraestrutura.

Problemas antigos

A publicação reconhece que muitos desses problemas são antigos, mas Dilma Rousseff tem sido "relutante ou incapaz" de resolvê-los e criou novos "interferindo muito mais que o pragmático Lula". "Ela tem afastado investidores estrangeiros para longe dos projetos de infraestrutura e minou a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica incomodando publicamente o presidente do Banco Central a cortar a taxa de juro. Como resultado, as taxas estão subindo atualmente mais para conter a inflação persistente", diz o texto. "A dívida bruta subiu para 60% ou 70% do PIB - dependendo da definição - e os mercados não confiam na senhora Rousseff", completa o texto.

Apesar das críticas, a revista demonstra otimismo com o futuro a longo prazo do Brasil. "Felizmente, o Brasil tem grandes vantagens. Graças aos seus agricultores e empresários eficientes, o País é o terceiro maior exportador de alimentos do mundo", diz o texto, lembrando que o País será um grande exportador de petróleo até 2020. The Economist elogia, ainda, a pesquisa em biotecnologia, ciência genética e tecnologia de gás e petróleo em águas profundas. Além disso, a revista lembra que, apesar dos protestos populares, o Brasil "não tem divisões sociais ou étnicas que mancham outras economias emergentes, como a Índia e a Turquia".

O fim da temporada de balanços deve reabrir já a partir desta semana as captações domésticas no mercado de renda fixa e possivelmente a Comgás será a primeira de uma fila que promete ser grande. A expectativa de um 2014 atípico, por conta da Copa e das eleições presidenciais, pode acelerar planos de captação de algumas empresas. A grande questão é em quais taxas essas operações serão precificadas.

O responsável pela área de mercado de capitais de dívida do HSBC, Antonio Oliveira, diz que como o mercado não sabe exatamente quais serão as taxas mais bem aceitas pelos investidores, as primeiras operações a serem enviadas para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deverão ser referência para as demais que virão. Ele considera que provavelmente para emissões que remuneram com base no CDI, o prêmio exigido pelos investidores deve ficar em torno de 1%. Nas operações que têm por base a NTN-B, diz, o prêmio deve ser menor, uma vez que o título do governo já sofreu um ajuste de alta por conta de seu componente de IPCA. O executivo destaca ainda que dificilmente o mercado aceitará prazos superiores a cinco anos em tranches remuneradas pelo CDI.

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Nas últimas semanas, a Renner e a Duke Energy enfrentaram dificuldades para vender aos investidores debêntures com tranches em CDI pagando um prêmio de 0,85% e 0,65%, respectivamente. Nas duas operações, bancos que coordenaram as emissões tiveram de embolsar parte das séries, honrando a garantia firme prevista nos contratos. No primeiro semestre, as séries em CDI chegaram a ter prêmios próximo de 0,50%.

"As duas companhias têm excelente qualidade de crédito e, as dificuldades de colocação, conforme informações divulgadas, podem indicar que novas emissões devem vir com prêmios superiores, já que registros passados fazem parte da dinâmica de precificação", disse Felipe Wilberg, executivo de renda fixa do Itaú BBA.

Prazos. Luis Fernando Guido, responsável pela distribuição de renda fixa do Itaú BBA, acrescentou que como os investidores, dada a volatilidade recente dos mercados, estão privilegiando papéis mais curtos, o ajuste de alta dos prêmios tende a ser menor nas emissões com prazo inferior a cinco anos. Guido ressalta ainda que as séries com base na NTN-B atraem um público que privilegia prazos mais longos, como os fundos de pensão, e que por isso não deve haver também retração nos prazos. E mesmo que o retorno das NTNB-s tenham se aproximado das metas atuarias das fundações recentemente, Guido observa que a demanda por essas séries continua.

De qualquer forma, tanto os executivos do Itaú BBA quanto os do HSBC concordam que o total de emissões no mercado doméstico de renda fixa ficará abaixo do ano passado (R$ 124,79 bilhões, 70% em debêntures). Para Wilberg e Guido, do Itaú BBA, mesmo no segundo semestre deve haver retração do total frente ao primeiro semestre deste ano, que somou R$ 44,4 bilhões até junho, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).

Já Oliveira, do HSBC, destacou a possibilidade de, até o carnaval do ano que vem, haver um movimento forte de refinanciamento, porque o ano de 2014 será atípico e a agenda de eventos deixará o ano mais curto para os negócios. Mesmo assim, ele não vê o total de captações em renda fixa de 2013 acima de 2012, porque o acumulado no primeiro semestre ficou muito abaixo do mesmo período do ano passado. "Se empatar, já é um bom resultado."

Além das emissões adiadas, devem haver operações relacionadas a concessões e a fusões e aquisições já anunciadas e financiadas por empréstimos com os bancos, e que terão saída em emissões de títulos de dívida, de acordo com informações do mercado.

A Comgás anunciou no dia 9 de julho a desistência de uma emissão de até R$ 400 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações, em duas séries, uma delas incentivada. A primeira série teria vencimento em 2020 e remuneração pelo CDI mais 0,85% e a segunda com vencimento em 2018 e remuneração pela NTN-B 2018 mais 0,60%. De acordo com fontes, essa operação deve voltar ao mercado já nas próximas semanas e R$ 200 milhões devem ser incentivadas. A tranche em CDI deve ter o prêmio elevado para perto de 1% e o prazo recolhido de sete anos para cinco. O spread da série pelo NTN-B deve avançar para 0,70%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cacá Bueno venceu neste domingo a etapa de Brasília desta temporada da Stock Car, realizada no Autódromo Nelson Piquet, e reassumiu a liderança do campeonato. Pentacampeão da categoria, o piloto acabou triunfando em uma prova acidentada, depois de ter largado do terceiro lugar.

O corredor da Red Bull saltou da terceira para a segunda posição já na primeira volta e acabou sendo beneficiado por uma punição aplicada a Marcos Gomes, penalizado com um drive-through por ter queimado a largada, para assim alcançar o seu triunfo.

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Thiago Camilo, que largou na pole, terminou a corrida na terceira posição, enquanto Daniel Serra ficou em segundo. Rubens Barrichello, que partiu do sétimo lugar do grid, encerrou a prova no quarto lugar, seguido por Ricardo Maurício e Rodrigo Sperafico, respectivos quinto e sexto colocados.

Acidentada, a corrida deste domingo teve a entrada do safety car na pista por quatro vezes e foi encerrada sob bandeira amarela. Com a vitória deste domingo, que foi a sua segunda nesta temporada, Cacá Bueno chegou aos 97 pontos na liderança do campeonato e ficou apenas um à frente do vice-líder Ricardo Maurício. Já Daniel Serra vem logo atrás, em terceiro, com 94 pontos e 20 de vantagem sobre Thiago Camilo, o quarto colocado da temporada.

 

Confira como ficou a classificação da etapa de Brasília

1.º Cacá Bueno - 34 voltas, em 42min39s543

2.º Daniel Serra - a 0s244

3.º Thiago Camilo - a 1s591

4.º Rubens Barrichello - a 1s766

5.º Ricardo Mauricio - a 2s013

6.º Rodrigo Sperafico - a 3s194

7.º Tuka Rocha - a 3s909

8.º Galid Osman - a 5s198

9.º Ricardo Zonta - a 5s533

10.º Valdeno Brito - a 6s956

11.º Rafa Matos - a 8s466

12.º Alceu Feldmann - a 9s201

13.º Marcos Gomes - a 10s307

14.º Átila Abreu - a 11s542

15.º Luciano Burti - a 12s616

16.º Denis Navarro - a 13s061

17.º Max Wilson - a 13s629

18.º Duda Pamplona - a 14s182

19.º Lico Kaesemodel - a 14s708

20.º Sergio Jimenez - a 16s222

21.º Wellington Justino - a 17s700

22.º Popó Bueno - a 18s861

23.º Nonô Figueiredo - a 20s351

24.º Rodrigo Pimenta - a 21s072

25.º Beto Cavaleiro - a 22s560

26.º Allam Khodair - a 25s301

27.º Vitor Genz - a 26s077

Se as previsões de boa parte dos economistas estiverem corretas e a indústria dos Estados Unidos deslanchar nos próximos anos, o Brasil pode ter problemas. O alerta foi feito ontem pelo banco Morgan Stanley. Estudo mostra que o setor manufatureiro de seis países emergentes, entre eles o Brasil, estará em risco com a confirmação do processo que já vem sendo chamado de "reindustrialização" dos Estados Unidos. O problema nacional é velho conhecido: a falta de competitividade.

"Se a reindustrialização dos Estados Unidos se confirmar, é provável que o processo seja impulsionado por empresas mais fortes e desalavancadas, que podem usar o crédito disponível para investimento e melhoria da competitividade", diz o analista Manoj Pradhan, que coordenou o estudo em Londres.

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Nos últimos anos, o setor industrial americano tem passado por transformação com a aplicação de novas tecnologias na linha de produção e, especialmente, contratos de trabalho mais flexíveis. Os dois fatores, somados a políticas públicas de incentivo, têm melhorado as perspectivas da indústria nos Estados Unidos.

Custos reduzidos. Além de o movimento apontar para indústrias mais modernas e produtivas, o ambiente econômico americano tende a ganhar competitividade nos próximos anos com a exploração do gás de xisto, o que deve reduzir os custos de energia naquele país.

O analista do Morgan Stanley listou os setores que, potencialmente, estão mais bem preparados para aproveitar esse renascimento industrial. Entre os segmentos, alguns que têm forte presença no Brasil: automóveis, materiais de transporte, metalurgia, máquinas e equipamentos, computadores, eletrônicos e atividades de uso intensivo de energia.

Para Pradhan, essas indústrias ameaçam especialmente os concorrentes instalados no Brasil, Chile, China, Malásia, Rússia e Tailândia.

No caso brasileiro, o estudo aponta que o custo de fabricação no País é muito elevado, o que reduz a competitividade nacional. "Os exportadores de commodities estão em risco porque seus níveis salariais elevados não lhes permitiriam competir em níveis menos sofisticados de manufatura."

Diante do cenário, o Morgan Stanley defende a execução de reformas para garantir a competitividade desses países. "Economias emergentes terão de ter ainda mais atenção às reformas estruturais", diz.

A Polícia Federal informou, nessa quarta-feira (17), a retomada da realização do concurso público para 600 vagas de escrivão, perito e delegado, que havia sido suspenso em julho do ano passado, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo informações do portal da Polícia Federal, o STF determinou que haja uma reserva de vagas para as pessoas com deficiência nos cargos policiais, ao mesmo tempo em que ratifica que os mesmos sejam submetidos a todos os testes, avaliações e exames em igualdade de condições com os demais concorrentes do processo seletivo. Os editais de retificação do certame serão publicados até o próximo dia 30 de abril.  Já as provas objetivas e discursivas serão aplicadas no mês de julho.

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Os candidatos que já haviam feito a inscrição terão a opção de continuar participando do concurso ou solicitar a devolução do valor da taxa de inscrição. Além disso, eles poderão alterar o local de prova, de acordo com as opções do edital, e também mudar sua inscrição para concorrer como pessoa com deficiência, desde que atendam as exigências previstas no edital retificado.




Por volta das 16h15 desta terça-feira (12), a sessão do julgamento do caso Mércia foi retomada no Fórum de Guarulhos (SP). O advogado Arles Gonçalves Júnior responderá a perguntas do juiz Leandro Bittencourt Cano. Mais cedo, após o anúncio do intervalo, o assistente de acusação, Alexandre de Sá Domingues, demonstrou-se otimista. A jornalistas ele afirmou que "até agora (o julgamento) está extremamente positivo para a acusação". Sobre as brigas que ocorreram durante a manhã, entre o promotor Rodrigo Merli Antunes e o advogado Ivon Ribeiro, da defesa, Sá Domingues disse que a intenção da defesa foi "tumultuar".

Questionado sobre um trecho do livro de Mizael Bispo de Souza em que é citado, o delegado Antonio Olim parafraseou mais cedo o réu: "Mizael fala no livro que está na cova dos leões. Hoje era o Olim na cova dos leões". O delegado é testemunha de acusação e foi o segundo a falar na manhã desta terça-feira. O ex-policial militar Mizael Bispo de Souza é acusado de matar a ex-namorada Mércia Nakashima em 2010.

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A economia brasileira cresceu 0,3% em agosto na comparação com julho, de acordo com o Indicador de Atividade Econômica, divulgado nesta quinta-feira pela Serasa Experian. Foi a segunda maior alta mensal do ano, atrás apenas do crescimento de 0,5% em julho. Na comparação com agosto do ano passado, o crescimento foi de 1,6%, resultado abaixo apenas do registrado em julho (1,8%) nesta mesma base de comparação.

No acumulado do ano, a atividade econômica do País registra alta de 0,9%. No período acumulado de 12 meses o avanço é de 1,1%. Para a empresa, os dados de agosto apontam para uma retomada mais firme do crescimento econômico a partir do terceiro trimestre.

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Na decomposição do indicador pela demanda, o principal fator de crescimento em agosto foi o consumo das famílias, que apresentou elevação de 1,1% sobre julho. "Isto é reflexo de que as medidas pró-crescimento adotadas pelo governo - sucessivas reduções da taxa básica de juros e as isenções fiscais em determinados setores - estão conseguindo produzir impactos mais significativos sobre o consumo", afirmou a Serasa Experian, em nota divulgada nesta quinta-feira.

Houve também em agosto uma reação dos investimentos, com alta de 0,9% sobre julho, após dois meses seguidos de queda. Ainda na análise do crescimento pelo lado da demanda, exportação de bens e serviços subiu 0,8% em agosto ante julho, importações cresceram 0,2% e consumo do governo apresentou recuo de 0,1%.

Sob a ótica da oferta, o destaque foi o avanço de 0,6% da atividade industrial em agosto na comparação com o mês anterior, quando já havia apresentado elevação de 2,9%. Para a empresa, o setor foi estimulado pela desoneração sobre a folha de pagamentos em setores específicos, empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com condições mais favoráveis e câmbio depreciado. Nesta mesma análise, o setor de serviços apresentou alta de 0,1% sobre julho e o agropecuário recuou 0,9% no período.

O avanço de 1,1% da confiança industrial, conforme prévia da Sondagem da Indústria de setembro, divulgada nesta quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas, foi considerado positivo por economistas. Segundo o coordenador das sondagens conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Aloisio Campelo, pela primeira vez desde dezembro de 2009 - auge da crise americana - o indicador subiu acima de 1% por dois meses consecutivos. "É uma boa notícia porque a retomada está demorando a acontecer", disse Campelo. "O setor está ressabiado porque já houve vários acenos de retomada, mas a indústria não se recuperou. Assim, a melhora das expectativas agora deve estar ancorada em dados reais, como aumento de encomendas, e não apenas no 'feeling' dos empresários."

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) começou a perder força no fim do ano passado até ficar negativo em junho e julho deste ano. Para Campelo, o resultado prévio de setembro sinaliza uma aceleração para o quarto trimestre, diante de uma melhora das expectativas e perspectiva de um espalhamento das medidas de estímulo do governo, que até agora beneficiaram apenas alguns segmentos. O economista da FGV destaca ainda que o Índice de Expectativas (IE) da prévia de setembro, de 104,7 pontos, ficou acima da média histórica dos últimos cinco anos (103,7 pontos).

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Para o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, o mais importante é a mudança de estrutura na composição da prévia da confiança industrial. Ao contrário do observado em agosto, dessa vez o maior avanço foi do Índice de Expectativas (1,6%) e não do Índice de Situação Atual (0,7%). "Aquele sentimento de que a indústria não ia andar passou. O empresário está pronto para dar o segundo passo que é o investimento", disse.

Embora não seja considerado alto, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) de 84,1%, praticamente estável em relação ao mês anterior, indica recuperação paulatina. Na visão de Leal, o País entra em um ciclo de boas notícias, que devem se intensificar com a divulgação da produção industrial de agosto pelo IBGE, no dia 2. O ABC Brasil projeta crescimento de 2% da produção industrial em agosto, com viés de alta.

"A partir de agora podemos esperar surpresas positivas. Já podemos falar em recuperação", avaliou Leal, que vê a normalização dos estoques de alguns setores industriais como o grande legado de medidas como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ele acredita, porém, que é preciso estar alerta para uma possível "ressaca" após o fim dessas medidas.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, abriu na tarde desta quarta-feira a décima nona sessão de julgamento do processo do mensalão. O revisor da ação, ministro Ricardo Lewandowski, vai concluir o voto sobre as acusações de gestão fraudulenta cometida pela cúpula do Banco Rural. Na sessão desta quarta-feira o ministro vai avaliar a conduta de dois dos quatro réus do chamado núcleo financeiro. Em seguida, os outros ministros devem se manifestar.

O relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa, condenou os quatro, todos ex-dirigentes do banco à época do escândalo, por concederem empréstimos considerados fictícios e irregulares ao PT e às empresas do publicitário Marcos Valério. Foram considerados culpados pelo relator Kátia Rabello, ex-presidente e atual acionista do banco, José Roberto Salgado, ex-vice-presidente, Ayanna Tenório, ex-vice-presidente do banco, e Vinícius Samarane, ex-diretor e atual vice-presidente da instituição.

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Para o relator, cada um deles atuou de forma distinta, mas com o objetivo claro de esconder o caráter do empréstimo. Destacou ainda que Ayanna e Samarane eram responsáveis pelo controle interno e, por isso, tiveram papel também nesta ação. Barbosa chegou a dizer que a atuação se deu em forma de quadrilha.

Lewandowski, por sua vez, votou pela condenação de Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Nesta quarta-feira, o revisor lerá o voto sobre a participação de Ayanna Tenório e Vinícius Samarane. A expectativa é de que Lewandowski considere que os dois tiveram participação marginal nos empréstimos e vote pela absolvição de ambos. Outras possibilidade é sugerir penas mais brandas, com o enquadramento dos dois no crime de gestão temerária.

Na terça-feira (4), os defensores dos ex-dirigentes do Banco Rural elaboraram memoriais com argumentos derradeiros para tentar neutralizar o peso da denúncia da Procuradoria-Geral da República.

A Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com reclamação ao Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar, para retomar as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, paralisadas desde ontem em razão de uma decisão da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

O documento, assinado pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, e pelo procurador-geral federal, Marcelo de Siqueira Freitas, pede a suspensão da eficácia do acórdão proferido pela 5ª Turma do TRF-1 na semana passada, "para que se evite dano irreparável ao patrimônio público", e sua anulação, "por desrespeitar a autoridade da decisão proferida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal".

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"A execução do acórdão reclamado está prestes a inviabilizar o empreendimento, do qual, presentemente, depende o planejamento da política energética do país", afirma o documento.

O Supremo aguarda parecer da Procuradoria-Geral da República, que terá de se manifestar no prazo de 24 horas, para que o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, analise o pedido de medida liminar.

Na semana passada, a 5ª Turma do TRF-1 decidiu por unanimidade conceder provimento parcial a um pedido do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) e determinou a imediata suspensão das obras do complexo hidrelétrico de Belo Monte, sob pena de multa diária de R$ 500 mil, até que se cumpram as determinações da Constituição e da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Segundo o relator, desembargador Souza Prudente, o decreto legislativo de 2005, aprovado pelo Congresso e que autorizou a implementação das obras, não ouviu de forma prévia a opinião das comunidades indígenas da região.

Depois de enfrentar uma das maiores crises de sua história, com a perda de correligionários para o recém-criado PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a direção do DEM pretende recuperar espaço nas eleições municipais de 2012 e se fortalecer para a disputa de 2014, incluindo até a hipótese de um voo solo para a sucessão presidencial. Apenas em 2011, o DEM perdeu 17 deputados federais de um total de 43, um senador de um total de seis parlamentares e um governador de um total de dois, além de prefeitos, vereadores e deputados estaduais, a maioria para o PSD. Em entrevista à Agência Estado, o senador José Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, diz que a perda de quadros foi numérica e não de essência, e que o apoio do DEM a um candidato tucano na sucessão presidencial "não é compulsório".

"Um partido com a história do DEM não pode perder de vista a perspectiva de participar de eleições presidenciais", defendeu. "A nossa interlocução preferencial é com o PSDB, mas não é compulsória", acrescentou. O dirigente do DEM não poupou críticas ao PSDB que, em sua opinião, "está precisando se reencontrar". "Não acho que o PSDB esteja sem rumo, mas ele está precisando se reencontrar", avaliou, dando como exemplo as campanhas eleitorais, quando a sigla, segundo ele, permitiu que transformassem o processo de privatizações, levado a cabo na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em "uma coisa demonizada". "Em um dado momento, o PSDB intimidou-se da necessidade de defender a modernidade frente à caridade defendida pelo PT. Esse foi um erro cometido."

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O presidente nacional do DEM não economizou também estocadas ao PSD que, embora não seja considerado por ele o "inimigo preferencial" do DEM, é visto como um partido "sem história". "Eles para lá e nós pra cá", decretou. "As figuras emblemáticas do partido ficaram todas. O partido perdeu aqueles que fizeram uma clara opção pelo seu interesse pessoal", criticou. O dirigente do DEM avaliou como "fora da ordem do dia" uma eventual fusão neste momento do DEM com o PSDB e nega que a oposição tenha errado no primeiro ano de gestão da presidente Dilma Rousseff no comando do Palácio do Planalto. "A oposição tem feito seu papel. Agora, infelizmente, nós não temos mais um número suficiente de parlamentares para instalarmos Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)."

A presidente Dilma Rousseff disse hoje, durante encontro com o primeiro-ministro francês, François Fillion, que poderá voltar a discutir a compra dos 36 caças, dentro do programa FX-2, no ano que vem.

Explicou ainda que o assunto precisou ser adiado em 2011, em função das fortes restrições orçamentárias, que levaram o governo a cortar R$ 50 bilhões em seu orçamento, no início do ano. A decisão de voltar a tratar da compra de caças, porém, estará na dependência da melhoria da situação econômica internacional - já que a prioridade do Brasil é de manter restrições nos gastos públicos, para o país se manter protegido da crise.

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O fato de Dilma ter dado uma satisfação ao primeiro-ministro francês, acenando com a retomada do processo de compra para a Força Aérea Brasileira, no ano que vem, é alentador para aquele país, já que, na semana passada, o ministro da Defesa francês, Gérard Longuet, admitiu que, se não houver compra do Rafale por outros países, a Dassault poderá deixar de fabricar o caça.

Em setembro de 2009, após reunião no Palácio da Alvorada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Sarkozy divulgaram nota conjunta apontando para a escolha do modelo francês, em detrimento do americano e o sueco. Só que o impasse sobre o alto preço cobrado pela Dassault pelo Rafale emperrou o negócio, que ficou parado desde então.

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