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Em meio a tantos protestos, notícias de corrupção e surpresas políticas, o que mais chama atenção são os sintomas atuais da crise no Brasil:  inflação, queda no volume de vendas no comércio, alta do dólar americano e o desemprego. O mercado define recessão econômica somente a partir da  queda consecutiva do PIB de um país em dois trimestres, o que já ocorre no Brasil, que já prevê mais quedas para os proximos meses também 

 O PIB é o indicador que mede o crescimento total da economia de um país em determinado período de tempo. Quando o PIB cai, isso traduz alguns dos sinais de uma crise, pois representa diminuição do consumo das famílias, redução dos níveis de produção nas empresas e no comércio, aumento de desemprego, entre outros.

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“No Brasil, a elevação da inflação, a piora da situação fiscal com aumento de gastos públicos, taxa de desemprego alta são desafios para o crescimento econômico. Acrescente-se a estas questões a corrida eleitoral em 2022 que traz mais incertezas ao cenário econômico e afeta decisões de investimentos, que são fundamentais para impulsionar o crescimento do país”, afirma a economista e professora da FATEC, Nilza Siqueira.  De acordo com dados mais recentes do IBGE, o nível médio de desemprego no Brasil aumentou para 7,6% da população ativa.

Para constatar outros aspectos da crise em um país, basta verificar também o aumento no número de pedidos de falência e recuperação judicial que prosseguem nos tribunais de justiça estaduais, bem como nas juntas comerciais estaduais. Algumas empresas encerram suas operações, enquanto outras buscam se estruturar para continuar suas atividades. 

Sobre a redução das taxas de juros, o governo federal recolhe imposto de renda de grande parte das pessoas jurídicas no país e uma das formas de tributação é por meio do lucro real obtido por essas empresas. Quando há diminuição desse recolhimento de tributos, é um outro sinal de crise, pois representa queda no lucro real das empresas.  

Por Camily Maciel

O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. O dado foi divulgado hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, o PIB totalizou R$ 2,2 trilhões, em valores correntes, no primeiro trimestre do ano.

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Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, a economia do país cresceu 1,7%. Os dados também mostram um crescimento de 4,7% no acumulado de 12 meses.

A depender do resultado das eleições em outubro, o Ourinvest construiu dois cenários para a economia brasileira no ano que vem. Após traçar as possibilidades em caso de reeleição ou de vitória do ex-presidente Lula (PT) na corrida ao Planalto, a tendência apontada pelos economistas do banco é de contração econômica, com inflação e juros mais altos, se o presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguir mais um mandato.

Nos dois cenários, contudo, o banco prevê pouco controle de gastos, um cenário internacional difícil, dado o aumento dos juros nas economias desenvolvidas, e inflação acima do centro da meta: 3,25% em 2023.

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Com base na tendência, apontada pelas pesquisas de intenção de voto, de uma eleição polarizada entre Bolsonaro e Lula, sendo baixa a probabilidade de evolução de candidatura alternativa (terceira via), o Ourinvest considera que a vitória do atual presidente representaria a continuidade da política econômica atual, porém com tendência de mais gastos, o que pressionaria a inflação e, por extensão, os juros. Os efeitos da manutenção de um governo com imagem arranhada no exterior seriam negativos na confiança dos investidores, resultando em baixo ingresso de capital internacional no País, avaliaram os economistas do Ourinvest em apresentação à imprensa nesta quinta-feira.

Já se houver uma mudança de governo, ainda que com a volta de um partido que já governou o Brasil, os economistas do banco acreditam numa "onda de otimismo/esperança", ainda que a "lua de mel" não deva ser duradoura por conta do desarranjo das contas públicas provocado pelo aumento provavelmente "notório" dos gastos.

A avaliação, neste segundo cenário, é de que Lula iniciaria o governo com capital político "indiscutível" e uma equipe econômica pró-mercado, buscando também melhorar a imagem institucional do Brasil. Como resultado, haveria restabelecimento da confiança, atração de capital e investimentos, com consequente crescimento econômico e apreciação do real ajudando a conter a inflação no ano que vem.

No frigir dos ovos, a previsão do Ourinvest ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 vai de contração de 0,5%, em caso de segundo mandato de Bolsonaro, a crescimento de 2%, no cenário que considera a vitória de Lula.

Com Bolsonaro, a inflação oficial (IPCA) terminaria o ano que vem em 5% e a cotação do dólar subiria para R$ 5,20, impedindo o Banco Central (BC) de cortar a Selic para menos de 12,5%. Já no cenário em que Lula volta ao poder, as previsões do banco apontam para inflação em 4%, dólar a R$ 4,15 e Selic voltando a um dígito, para 9% até o fim do ano que vem.

O governo calcula que 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada receberão o benefício emergencial para manutenção do emprego. Isso significa que eles serão afetados por medidas de redução de jornada e salários ou suspensão de contratos. Por outro lado, a equipe econômica estima que o programa salvará 8,5 milhões de postos de trabalho ao dar alívio momentâneo às empresas.

Num cenário sem as medidas, o governo estima que as demissões poderiam atingir até 12 milhões de trabalhadores. Com o programa emergencial, as dispensas devem ser menores. Ainda assim, 3,2 milhões de trabalhadores devem perder o emprego - eles receberão todos os benefícios já existentes hoje, como seguro-desemprego e multa de 40% sobre o saldo do FGTS.

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O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego anunciado na quarta-feira (1º) pelo governo, que será criado por medida provisória, permitirá a redução de jornada e salário em 25%, 50% e até 70%, como antecipou o Estadão/Broadcast, por até três meses por meio de acordos individuais, entre empregador e empregado, ou coletivos. A medida também permite a suspensão dos contratos por até dois meses.

O empregado terá estabilidade no emprego por um período igual ao da redução de jornada ou suspensão de contrato.

"Queremos manter empregos e trazer tranquilidade para as pessoas. Criamos um benefício que protege o empregado e também as empresas", disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.

Segundo Bianco, os acordos para redução de jornada ou suspensão de contrato poderão ser individuais nos casos de trabalhadores com remuneração de até três salários mínimos (R$ 3.135), uma vez que nesses casos "haverá pouca redução salarial".

Empregados que ganham acima disso, mas abaixo de duas vezes o teto do INSS (R$ 12.202,12), só poderão ter redução de jornada acima de 25% ou suspensão de contrato por meio de acordo coletivo. Quem ganha acima dos R$ 12,2 mil é considerado hipersuficiente segundo a última reforma trabalhista e poderá negociar individualmente com o patrão.

O governo pagará uma parte do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito se fosse demitido. Na redução da jornada, o porcentual será equivalente à redução da jornada (25%, 50% ou 70%). Se a empresa e o trabalhador optarem por um corte menor que 25%, o empregado não receberá o benefício emergencial. Acima de 25% e abaixo de 50%, o valor será de 25% do seguro-desemprego. Com redução acima de 50% e abaixo de 70%, a parcela será de 50%. Na suspensão do contrato, o governo vai pagar 100% do seguro-desemprego que seria devido nos casos de empregados de empresas do Simples Nacional (receita bruta até R$ 4,8 milhões).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro comemorou na manhã deste sábado, em sua conta oficial no Twitter, a alta do Índice de Confiança da Indústria (ICEI) em fevereiro, dado divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O setor industrial volta a investir e gerar empregos", escreveu o mandatário.

O ICEI avançou pela quarta vez consecutiva neste mês e subiu 0,5 ponto, a 101,4 pontos, na série com ajuste sazonal. "Aos poucos vamos resgatando nosso país", acrescentou Bolsonaro, depois de criticar os governos do Partido dos Trabalhadores (PT).

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Entre os indicadores divulgados ontem pela FGV, o Índice de Confiança de Serviços (ICS), por outro lado, caiu 1,7 ponto entre janeiro e fevereiro, para 94,4 pontos, na série com ajuste sazonal. Já o Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 2,2 pontos, em igual período, para 115,1 pontos, e se manteve na região de incerteza elevada (acima de 110 pontos).

Na publicação desta manhã, Bolsonaro também se referiu à economia global. "Nunca podemos esquecer que atrelado a todos os problemas internos atuais e históricos, existe também, uma realidade econômica mundial", escreveu o presidente.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) manteve a expectativa de crescimento da economia brasileira em 0,8% para 2019 e reduziu a projeção para 2020, de 2,5% para 2,1%.

O diretor de Macroeconomia do Ipea, José Ronaldo de Souza Júnior, avaliou que a demora na recuperação da confiança da indústria e a piora no cenário internacional foram os motivos para a revisão da expectativa.

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"A gente tem mencionado a importância da confiança para as nossas projeções macroeconômicas. A gente tinha feito cenários melhores de confiança", explicou, acrescentando que "houve uma piora bastante grande em termos de cenário internacional. Isso piorou nossas projeções".

O Ipea espera que em 2019 o setor de serviços tenha um crescimento de 1,2%, enquanto a agropecuária avance 0,9%. A indústria, por outro lado, deve cair 0,2% neste ano.

Para o ano que vem, a previsão é que a indústria cresça 1,6%, enquanto agropecuária e serviços avancem 2,2%.

Os dados fazem parte da Carta de Conjuntura do terceiro trimestre, que também estima uma inflação menor em 2019, reduzindo a previsão de 3,9% para 3,55%. Para o ano que vem, foi mantida a expectativa de 3,9%.

A taxa básica de juros (Selic) deve encerrar o ano em 4,75%, segundo a previsão do Ipea, e retornar a 5% até o fim do ano que vem. No caso dos juros, a redução das taxas ao redor do mundo influencia positivamente na manutenção de um patamar historicamente baixo para a Selic no Brasil.

A carta constata um crescimento de 1% nos investimentos no mês de julho, puxado pela construção civil e a produção de máquinas e equipamentos.

Os pesquisadores responsáveis pela Carta de Conjuntura produziram também uma nota técnica em que consideram que a manutenção do teto de gastos públicos é fundamental para a retomada da economia de forma sustentável.

"O governo precisa ter essa noção de restrição orçamentária, até para que as escolhas sejam feitas", disse o diretor do Ipea, que reconheceu que a manutenção da política é desafiadora.

O estudo alerta que os gastos obrigatórios devem ocupar 94% do gasto primário total no orçamento proposto para 2020, o que reduz o espaço para gastos discricionários e investimentos.

Às vésperas da posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, mais da metade dos brasileiros está otimista em relação ao futuro da economia. É o que aponta a pesquisa divulgada pelo Datafolha.

Segundo o levantamento, 65% da população estima que a situação econômica do país vai melhorar nos próximos meses. O percentual é o mais alto da série histórica iniciada em 1997, quando o presidente do país ainda era Fernando Henrique Cardoso.

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Já 24% dos brasileiros acreditam que a situação deve permanecer como está, enquanto 9% acham que vai piorar.

Quanto ao índice de desemprego, 47% da população acredita que vai diminuir, 29% acha que vai aumentar e 21% avalia que deve continuar no mesmo patamar. Além disso, 43% dos brasileiros acham que seu poder de compra vai aumentar, 36% que vai continuar como está e 18% que vai diminuir.

Em relação à inflação, 35% estimam que vai cair, 33% acreditam em estabilidade de preços e 27% acham que vai aumentar.

O Datafolha ouviu 2.077 pessoas em 130 cidades entre os dias 18 e 19 de dezembro.

O nível de formalidade no mercado está caindo e a quantidade de trabalhadores com carteira assinada chegou a 33,296 milhões no trimestre móvel terminado em janeiro de 2018. O número é estável em relação ao trimestre móvel anterior - de agosto a outubro de 2017 -, mas apresenta queda de 1,7% em relação ao período de novembro de 2016 a janeiro de 2017.

Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados hoje (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Os números apontam estabilidade do desemprego na comparação trimestral, com taxa de 12,2% no trimestre móvel e 12,7 milhões de pessoas desocupadas no país.

Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a estabilidade na taxa de desocupação do mercado de trabalho brasileiro é normal para o período por conta da sazonalidade referente às festas de fim de ano, quando ocorre a dispensa de trabalhadores temporários. Ele destaca que, na comparação anual, houve redução de 562 mil trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 1,7%.

Carteira de trabalho

“Embora essa redução na carteira tenha acontecido, o percentual de trabalhadores perdendo a carteira assinada é inferior ao que estávamos observando nos trimestres anteriores. Isso nos leva a constatar que nós temos uma desaceleração na queda da carteira de trabalho assinada. Não temos ainda geração de carteira, mas temos desaceleração na queda”, argumenta.

Azeredo explica que a baixa no número de trabalhadores com carteira assinada não é o recorde da série histórica, iniciada em 2012. A maior baixa ocorreu no trimestre móvel terminado em abril de 2017, com 33,286 milhões de pessoas. Essa diferença de 10 mil trabalhadores, segundo o coordenador, não é relevante estatisticamente. Ele salienta que, em três anos, foram perdidos 3,5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, número ainda não foi recuperado.

Com isso, Azeredo diz que houve um “avanço expressivo” da informalidade na comparação anual. “Ou seja, aumentou o número de pessoas trabalhando sem carteira no serviço doméstico, como trabalhador familiar auxiliar, como pequeno empregador e, o principal deles, que gerou aproximadamente um milhão de postos de trabalho, que são aquelas pessoas que trabalham como conta própria”.

Trabalho por conta própria abrange 23,18 milhões de pessoas

O número de pessoas trabalhando por conta própria chegou ao maior nível da série histórica, passando de 22,19 milhões para 23,18 milhões, um aumento de 4,4%, o que corresponde a 986 mil pessoas. O empregado do setor privado sem carteira assinada teve acréscimo de 581 mil pessoas, ou 5,6%, chegando a 10,98 milhões de trabalhadores.

O trabalho doméstico aumentou 4,4%, com acréscimo de 267 mil pessoas, indo para 6,3 milhões. E o setor público teve acréscimo de 317 mil trabalhadores, o que corresponde a 2,9%, chegando a 11,3 milhões de pessoas.

Quanto aos setores da economia, houve crescimento de 5% nos empregos na indústria, de 6,4% em alojamento e alimentação e de 8,7% em outros serviços. Na outra ponta, a comparação anual apresentou queda de 4% da construção e de 3,9% na agricultura.

“Fazendo a comparação anual, tivemos o crescimento na indústria, isso é um ponto positivo, e fechamos o trimestre móvel com um número maior de pessoas trabalhando na indústria. Há mais pessoas trabalhando no [setor de] alojamento e alimentação, essa parte na informalidade. Agora, construção e agricultura fecham a comparação anual em baixa”, explica Azeredo.

A massa de rendimento real habitual aumentou 3,6% em um ano, chegando a R$ 193,8 bilhões. De acordo com Azeredo, o aumento se deu pelo ingresso de 1,8 milhão de pessoas no mercado de trabalho, e não pelo aumento dos salários. O rendimento médio no país no trimestre foi de R$ 2.169, 1,6% a mais do que no mesmo período do ano passado.

O número de pessoas ocupadas no país ficou em 91,7 milhões, enquanto a força de trabalho conta com 104,4 milhões de pessoas. O total de pessoas em idade de trabalhar, considerando a condição de menor aprendiz a partir dos 14 anos, está em 169,1 milhões.

Expectativa sobre os resultados do carnaval

Para Azeredo, os números geram uma expectativa para a influência da sazonalidade na próxima amostra, terminada em abril, que inclui fevereiro com o carnaval.

“Isso é um dado importante porque a gente precisa saber o que esse carnaval trouxe para a gente, além de bastante diversão, muita folia, muita gente viajando. Mas a gente tem que estar antenada agora no que esse carnaval traz para o mercado de trabalho, uma vez que essa festa movimenta um quantitativo expressivo do contingente de setores da atividade como o comércio, principalmente o ambulante, os serviços, hospedagem, alimentação, transporte”, diz.

A Pnad Contínua é um estudo feito pelo IBGE que apresenta informações sobre o mercado de trabalho brasileiro a curto prazo. O levantamento é feito em 3.465 municípios, com uma amostra de 70 mil domicílios por mês e 211 mil no trimestre. Cada domicílio recebe a visita do pesquisador uma vez por trimestre, por três trimestres seguidos.

O mercado brasileiro de ações não teve fôlego para dar continuidade ao movimento de alta e da véspera voltou a realizar lucros nesta quarta-feira, 11, pré-feriado. Apesar das agendas interna e externa relativamente intensas, não houve notícia com impacto suficiente para direcionar os negócios com clareza. Com isso, predominaram as correções, concentradas principalmente nas blue chips. O Índice Bovespa terminou o dia em baixa de 0,31%, 76.659,80 pontos, depois de oscilar entre +0,11% e -0,75%. Os negócios somaram R$ 9,5 bilhões, dentro da média diária das últimas semanas.

No cenário externo, a principal expectativa do dia girou em torno da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed). O mercado já esperava um documento sem grandes novidades, o que se confirmou. A sinalização de que os dirigentes do Fed se preocupam com a inflação baixa fez com que a ata fosse interpretada como "dovish".

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Na agenda doméstica, o evento de maior relevância no dia é a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), para julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade que defende a necessidade de que medidas cautelares contra parlamentares sejam autorizadas pela Câmara ou pelo Senado. A questão envolve diretamente o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado do mandato em setembro pela Primeira Turma da Corte. Apesar de ter sido monitorada de perto, a sessão de julgamento não teve influência visível nos negócios.

"Foi um dia de poucas notícias com potencial para animar o investidor. De tudo, um dos fatores de maior repercussão foi o aumento da tensão envolvendo Rodrigo Maia, que ameaçou não votar as medidas provisórias de interesse do governo", disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.

Com mais uma tentativa frustrada da votar a medida provisória 784, a MP da Leniência, o presidente da Câmara disse que não pretendia mais pautar a MP, que perde a validade no dia 19. Maia culpou o governo pela falta de quórum e disse que os esforços do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, foram "jogados no lixo". Ele anunciou ainda a intenção de não votar mais MPs. A ameaça de Maia coloca em risco medidas que teriam efeito fiscal positivo de R$ 17,3 bilhões.

Na cenário externo, a queda de 2% dos preços do minério de ferro no mercado à vista chinês e a instabilidade dos preços do petróleo favoreceram as baixas das ações da Vale, siderúrgicas e da Petrobras. Papéis do setor financeiro, que na terça-feira estiveram entre as altas mais significativas da bolsa, hoje devolveram parte dos ganhos da véspera. As units do Santander perderam 1,88%, depois de uma alta de 3,81% na terça-feira. Petrobras ON caiu 0,48% e Vale ON, 0,70%.

O Banco Mundial (BM) divulgou um relatório em que prevê a diminuição na previsão de crescimento da economia brasileira neste ano. O documento “Perspectivas Econômicas Mundiais” descreveu que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 0,3%. A estimativa ficou 0,2 ponto percentual menor do que a informada em janeiro e está abaixo da projeção do mercado financeiro (0,5%).

Em 2018, o Banco Mundial espera que o crescimento do Brasil chegue a 1,8%, a mesma projeção divulgada em janeiro. “O crescimento na América Latina e no Caribe deverá se fortalecer para 0,8% em 2017, quando o Brasil e a Argentina emergem da recessão e o aumento dos preços das commodities [matérias-primas com cotação internacional apoia os exportadores agrícolas e de energia]”, diz o relatório. A previsão para o crescimento da região em 2018 é 2,1%.

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A previsão para o crescimento da economia mundial é de 2,7% em 2017, estimulado pela indústria e comércio, aumento da confiança do mercado e estabilização do preço das mercadorias. Para 2018, a previsão de expansão do PIB mundial é de 2,9%.

A economia brasileira terá o pior desempenho entre os países do G-20 e, em todo o mundo, apenas cinco outras economias terão um crescimento mais fraco que o do Brasil. Os dados estão sendo publicados nesta terça-feira, 17, pela ONU em seu informe anual sobre a situação econômica do planeta e que indica que o pior da crise passou. Mas, com uma baixa taxa de expansão no Brasil, a plena recuperação do que foi perdido nos últimos três anos terá de aguardar até a próxima década.

A projeção das Nações Unidas é de que o PIB brasileiro tenha uma expansão de apenas 0,6% em 2017. A taxa é a mais baixa entre todas as economias do G-20 e, no mundo, apenas a Síria, Venezuela, Guiné Equatorial, Equador e Trinidad e Tobago terão um desempenho mais fraco. Para 2018, a previsão é de uma expansão de 1,6%.

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No mundo, a perspectiva é de uma expansão do PIB global de 2,7% em 2017 e 2,9% em 2018, uma redução de 0,7 ponto porcentual em relação às projeções iniciais. Ainda assim, a projeção aponta para um cenário mais positivo que o de 2016, quando o crescimento foi de 2,2%.

Nos países em desenvolvimento, a taxa chegará em 2017 a 4,4% e 4,7% em 2018. Entre os países ricos, o crescimento será de 1,7% neste ano.

Depois de uma contração de 3,9% em 2015 e 3,2% em 2016 no Brasil, a projeção aponta para dois anos de expansão, ainda que insuficiente para recuperar o que se perdeu nos últimos dois anos. No total, os economistas das Nações Unidas estimam que a pior recessão vivida pelo Brasil em décadas tirou mais de 8% do PIB do país. O colapso seria equivalente a perder em apenas três anos toda a economia do Peru ou do Catar.

"O Brasil viveu sua recessão mais profunda já registrada nos últimos dois anos. A queda acumulada da economia do País desde o final de 2014 supera 8%, diante de desequilíbrios macroeconômicos severos e uma crise política que levou a uma contração profunda da demanda doméstica", indicou.

Se o fundo do poço foi superado, a ONU alerta que o Brasil também foi um dos países que sofreram a maior revisão na taxa de crescimento. Para 2017, o índice é 2,4 pontos porcentuais abaixo do que se esperava.

Mas a esperança é de que essa realidade ficou para trás. "A recessão no Brasil pode ter sido superada, depois de uma forte queda de produção em 2015 e 2016", disse a ONU. "A incerteza política no Brasil caiu e as fundações para um programa de gerenciamento macro foi introduzido", apontou. "Entretanto, altas taxas de desemprego e uma política fiscal dura continuarão a pesar sobre a economia", alertou a entidade.

De acordo com a ONU, a taxa de desemprego chegou a 11,8% no terceiro trimestre de 2016, contra apenas 6,5% em 2014. Essa realidade, somada à inflação e crédito restrito, levou a uma queda importante no consumo doméstico. No Brasil, o consumo privado caiu em 5% em 2016.

Para a ONU, políticas fiscais mais sólidas no Brasil podem ajudar a gerar maior "confiança do setor dos negócios e investimentos". Mas, mesmo assim, "a recuperação será relativamente rasa" por conta dos desequilíbrios macroeconômicos, dívida pública e privada e desafios importantes como o da reforma da aposentadoria.

Impacto

O fim da recessão no Brasil significará que a América Latina também deixará de sofrer uma contração de seu PIB e voltará a crescer em 1,3% em 2017. Além do Brasil, a Argentina deve sair de sua recessão, ajudando no que a ONU chama de uma "recuperação suave".

"Vários fatores devem apoiar essa recuperação, entre eles a demanda externa mais forte, preços internacionais de commodities se recuperando, uma queda da incerteza política e menor inflação", explicou o informe da ONU.

Os riscos, porém, ainda existem. Um deles seria uma desaceleração mais rápido do que se imagina na China, além de eventuais medidas protecionistas por parte do governo de Donald Trump.

Turbulências no mercado financeiro também não estão descartadas, o que poderia obrigar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar taxas de juros.

Mesmo com uma retomada do crescimento na América Latina, a previsão de médio prazo da ONU é de que existem riscos de que as conquistas sociais da última década sejam minadas, o que também afetará a capacidade da região em atingir as metas da ONU de redução de pobreza até 2030.

Os saques na poupança superaram os depósitos pelo nono mês seguido. A retirada líquida (descontados depósitos) ficou em R$ 2,351 bilhões, em setembro, informou hoje (6) o Banco Central (BC).

Desde janeiro do ano passado, o único mês em que foi registrado resultado positivo (mais depósitos do que saques) foi em dezembro de 2015 (R$ 4,789 bilhões). Nos nove meses de 2016, a retirada chegou a R$ 50,539 bilhões, quase o mesmo valor registrado em todo o ano passado (R$ 53,567 bilhões).

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Os saques da poupança chegaram a R$ 148,624 bilhões, em setembro, e a R$ 1,465 trilhão de janeiro a setembro deste ano, superando os depósitos, que ficaram em R$ 146,272 bilhões e R$ 1,415 trilhão, respectivamente.

Os rendimentos creditados nas cadernetas totalizaram R$ 4,215 bilhões no mês passado. O saldo total nas contas ficou em R$ 642,990 bilhões, em setembro.

Com os juros e a inflação em alta, outras aplicações têm se tornado mais atrativas. Além disso, a recessão econômica contribuiu para a fuga de recursos da poupança. Por causa da crise e do desemprego, os brasileiros têm menos dinheiro para aplicar na caderneta e precisam sacar mais recursos para pagar dívidas.

O Brasil está vendo hoje um novo discurso e uma nova direção que pretende alterar o curso da economia brasileira, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ao discursar nesta quarta-feira (8) para empresários no Palácio do Planalto. Meirelles acompanhou o presidente interino, Michel Temer, que se reuniu com mais de 100 representantes do setor para ouvir sugestões a fim de solucionar a crise econômica.

“Os senhores ouvem hoje um novo discurso, uma nova direção, que pretende alterar o curso da economia para termos crescimento, mais oportunidade, maior produtividade, emprego e renda. São intenções declaradas por todos os governos, mas este está tomando medidas concretas, avaliando a crise e buscando um crescimento sustentável para o Brasil nas próximas décadas”, destacou.

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Meirelles admitiu que o Brasil vive a crise econômica mais “intensa” de sua história. Não será surpresa se o Produto Interno Bruto (PIB), [a soma de todas as riquezas], for o menor desde o “início do século 20”. Mas destacou que, após a aprovação de medidas propostas pelo governo ao Congresso Nacional, será possível retomar o crescimento nos próximos trimestres. Disse, ainda, que é cauteloso e prefere “a máxima de prometer menos e entregar mais”.

Crise intensa

“Estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos esperar, mas não será surpresa se contração deste ano for a mais intensa desde que PIB começou a ser medido no início do século 20. É uma crise que gerou 11 milhões de desempregados. Temos que reverter esse processo”, disse. O ministro enfatizou que o número de desempregados no país é similar à população de Cuba. “Temos que reverter este processo”, afirmou.

Henrique Meirelles disse, ainda, que diagnósticos equivocadas no passado levaram a economia à atual situação e a equipe econômica tem trabalhado para mudar a situação que levou a erros causando consequências graves à economia, como a intervenção em preços e medidas que inibiram os investimentos.

Gastos limitados

O ministro criticou também o crescimento da dívida pública nos últimos anos. Uma das medidas do governo para reverter essa situação é a de limitar os gastos públicos, iniciativa já anunciada pelo presidente interino Michel Temer. E, mais uma vez, voltou a dizer que a falta de clareza e o endividamento no atual patamar levaram a uma falta de confiança dos investidores.

O ministro da Fazenda prometeu a continuidade das medidas econômicas e disse o trabalho da equipe para recuperar a economia é intenso, “dia e noite”. Citou, ainda, o esforçou para resolver as mudanças na Previdência Social e sanar o déficit do setor. Ao encerrar o discurso, ele conclamou os empresários ao trabalho: “Vamos trabalhar e sucesso a todos”.

A taxa de juros do cheque especial subiu para 308,7% ao ano em abril, o maior valor desde 1994, segundo dados do Banco Central. O dado representa um avanço de quase 8 pontos porcentuais em relação à taxa de março deste ano.

O juro do cheque especial só não é maior do que o do rotativo do cartão de crédito, que é a taxa mais alta entre todas as avaliadas pelo BC. Atingiu a marca de 448,6% ao ano em abril ante 449,4% de março, uma ligeira redução de 0,8 pontos porcentuais na margem.

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Já a taxa média de juros no crédito livre subiu de 51% ao ano em março para 52% ao ano em abri. Em abril de 2015, essa taxa estava em 41,8% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 69,2% ao ano para 70,8% ao ano, de março para abril, enquanto a para pessoa jurídica permaneceu estável em 31,1% no mesmo período.

Para o crédito pessoal, aumentou de 53% ao ano para 54% ao ano. Para veículos, os juros caíram de 27% ao ano para 26,8% ao ano de março para abril. Em abril de 2015, estava em 24,6%. Em 12 meses, a taxa apresenta alta de 2,2 pp e, no quadrimestre, de 0,8 pp.

A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas, acelerou de 32,0% ao ano em março para 32,4% ao ano em abril. No quarto mês de 2015 estava em 26,5%. O juro médio do crédito direcionado passou de 10,9% ao ano para 10,7% ao ano na margem.

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Em meio a tempos de temeridade relacionada à economia brasileira, municípios de Pernambuco vislumbram as possibilidades de futuros investimentos. Nesta sexta-feira (10), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE) realizou um fórum empresarial sobre o polo econômico de Goiana e os municípios circunvizinhos. Localizada na Zona da Mata do Estado, a cidade deve passar por intensa modificação com a inauguração da fábrica da Jeep, no próximo dia 28. 

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Neste mês de abril, o primeiro produto da fábrica, o Jeep Renegade, começará a ser comercializado em 120 concessionárias pelo país. Durante o evento, o Sistema Fecomércio divulgou um estudo inédito sobre as perspectivas para Goiana e outros 13 municípios situados em um raio de 60 quilômetros. Estima-se que a região receberá um bloco de investimentos de R$ 17 bilhões e se tornará uma das principais impulsionadoras da economia pernambucana. 

De acordo com a Fiat Chrysler, a fábrica Jeep de Goiana será a mais moderna do grupo, com a capacidade de injetar, no mercado da América Latina, 250 mil veículos por ano. A economista Tânia Bacelar, da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan), afirmou que a chegada do polo automotivo e os investimentos subsequentes terão um impacto enorme no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não só de Goiana, como em Pernambuco como um todo. 

 O estudo mostra que, no início da produção dos veículos, a demanda será de 8 mil trabalhadores; outras áreas da economia na região, como o polo farmacoquímico e o polo de bebidas devem gerar mais de 4 mil empregos diretos. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, esteve presente ao fórum e, otimista, assegurou que os investimentos em Goiana descortinarão novas oportunidades e contribuirão para o reequilíbrio da economia nacional. 

“Em meio a essas dificuldades, podemos atuar para construir um ambiente melhor para as empresas. Lutar pela desburocratização, pela melhoria no ambiente da tributação, trabalhar numa agenda de inovação. Podemos constatar as transformações dos últimos anos em Pernambuco. Vamos celebrar a esperança, a crença no Brasil e em Pernambuco”, pontuou o ministro. 

Fragilidades a serem contornadas

No levantamento realizado pela Fecomércio, algumas carências foram apontadas como desafios para os empreendedores de Goiana e de municípios como Itapissuma, Igarrasu, Itaquitinga e Aliança. Limitações na oferta de mão-de-obra qualificada, informalidade dos estabelecimentos e dificuldades destes locais em se credenciarem como fornecedores das grandes empresas foram algumas das dificuldades a serem enfrentadas. 

Entre as recomendações feitas pelo estudo estão o financiamento, registro e formalização dos negócios locais, através de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal. Entidades de capacitação profissional, como Instituto Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-PE), também podem intervir no processo, principalmente, para a consolidação da mão-de-obra local. 

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, acredita que a lei responsável pela regulamentação da terceirização no país – que teve o texto principal aprovado na Câmara dos Deputados, nesta quarta (8) – é um avanço para a economia brasileira. Durante passagem pela Zona da Mata pernambucana, no III Fórum Empresarial do Polo Econômico de Goiana e Entorno, o político enfatizou que não foi a lei que inventou a terceirização, mas o mercado de trabalho e suas imposições. 

“É uma realidade do mundo e do Brasil. A lei me parece um avanço na medida que estabelece uma relação de segurança jurídica, que era o grande problema da terceirização, ao não dar segurança nem a empresa contratante, nem aos trabalhadores da empresa contratada. Acredito que a lei foi uma necessidade, imperativo de uma realidade presente ao mercado”, observou Monteiro Neto. 

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Ao avaliar o cenário de crise econômica do país, Armando critica quem tem visão apocalíptica e exalta a confiança. “O Brasil, durante toda sua trajetória, demonstrou extraordinária capacidade de solucionar crises esporádicas. Volto a repetir que os pessimistas, no Brasil, estão sempre condenados a perder. Estou seguro que até o final do ano reequilibraremos a economia para retomarmos firmemente o crescimento do país”, assevera o ministro. 

“Não cogito deixar o partido”, diz Armando sobre possível fusão do PTB com o DEM

Principal liderança do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em Pernambuco, Armando Monteiro Neto comentou sobre a possível fusão da legenda com o Democratas (DEM) e não se mostrou à favor. “Não cogito deixar o partido, não teria razão de deixar. Não se sabe bem por que interesses, alguns setores da executiva nacional querem avançar neste entendimento. Não temos nada contra os quadros do DEM em Pernambuco, mas não podemos ser contraditórios. Por exemplo, somos (prol) Governo no Plano Federal, eles oposição. No Estado, somos oposição e o DEM está com o Governo. Precisa haver coerência”. 

Mesmo garantindo que não tem a intenção de deixar o PTB, Armando disse que, se na hipótese de a fusão ser concretizar, “se, no final, não restar outra alternativa, então procurarei outros caminhos coerentes com minha posição”. Ventila-se a possibilidade de Armando migrar para o Partido Democrático Trabalhista (PDT). O político não confirma a informação. 

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O principal problema da economia brasileira atualmente é a falta de investimento, avaliou nesta segunda-feira (27) o professor emérito da Universidade Columbia, em Nova York, Alberto Fishlow, durante teleconferência para analisar o cenário pós-eleições no País. De acordo com ele, a taxa de investimento não vai aumentar enquanto a economia não voltar a crescer.

O especialista ponderou que, com a reeleição de Dilma Rousseff, o investimento não irá desaparecer, mas haverá um período de incertezas, com investidores estrangeiros e domésticos aguardando sinais da direção política e econômica no segundo mandato. "Se o governo não tomar medidas para reverter esse quadro, acho que vai continuar o problema da falta de investimento", disse.

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Outro grande problema da economia, citou, é a falta de um maior comércio internacional com países estratégicos. Ele afirmou que o Brasil está atrás de outros países que vêm crescendo por meio de relações comerciais com foco em valor agregado. "Hoje o Brasil está, de um lado, sem tratados de livre comércio; de outro, é interessante notar que as tarifas continuam altas", destacou.

Ele apontou que outro problema sério é a educação, setor que vai requerer investimentos, sobretudo, em qualidade. Fishlow defendeu que, para realizar as mudanças necessárias, Dilma terá que fazer a reforma política, reduzindo o número de partidos, e cortar ministérios. "Se não houver avanços dentro de um ano e meio, vai haver redução do apoio (no Congresso), complicando a situação", disse.

Inflação

Durante a teleconferência, Fishlow avaliou que a alta da inflação atualmente é consequência de ajustes na economia que não foram feitos no passado. Diante disso, ele defendeu que o Banco Central terá que aumentar "um pouco" a Selic para mostrar que a política monetária do País ainda é independente. "Se não fizer isso, vai haver ainda mais falta de credibilidade, o que vai piorar a situação econômica", disse.

As críticas feitas pelo senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG) ao governo Dilma (PT), numa palestra realizada em Nova York, EUA, no início de outubro, foram rebatidas pelo ex-presidente Lula (PT), nesta semana. O petista repudiou o ato do tucano que chamou a economia brasileira de não confiável e comentou o desenvolvimento do comércio no país.

 “Eu sei que tem gente que vai lá fora e fala que a economia brasileira não está bem, mas qual é a economia do mundo que está melhor do que a nossa? Não tem nenhuma”, disse Lula durante evento promovido pela Fecomércio, nesta semana, no Rio de Janeiro.

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O ex-presidente falou ainda sobre os avanços do Brasil nos últimos anos e da relação deles com o desenvolvimento do comércio e lembrou que “quando você dá um milhão de reais a uma pessoa, ela coloca no banco e vive de juros. Se você divide esse um milhão para muitas pessoas, no dia seguinte eles estão no mercado, no armazém comprando. Isso é uma alavanca para a economia”, exemplificou. Para Lula, nos últimos dez anos, a renda geral dos brasileiros cresceu 35%, enquanto a dos pobres cresceu 66%.

“O setor de comércio é testemunha privilegiada e parte essencial do modelo de desenvolvimento com inclusão social, que está transformando o Brasil”, afirmou se defendendo, e citando em seguida outras demonstrações de crescimentos como o programa ‘Luz para Todos’, a aprovação da lei das micro e pequenas empresas, a criação do supersimples e do microempreendedor individual e os avanços para o setor de comércio nos últimos anos.

*Com informações do PT nacional

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse nesta terça-feira, 27, que a economia brasileira melhorou nos últimos anos, com o avanço da democracia e ascensão à classe média de milhões de cidadãos. Contudo, ele afirmou que o País tem grandes desafios, que precisam ser enfrentados pelo governo.

"Precisamos seguir crescendo na economia, contendo a inflação e melhorando a renda do brasileiro", destacou o possível candidato à presidência em 2014 enquanto era observado pelo vice-presidente da República Michel Temer e pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

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Campos também destacou que o Brasil precisa melhorar a infraestrutura e a logística. Ele citou que não é viável que a importação de milho seja mais barata do que o transporte do produto da região centro oeste para outros pontos distantes País.

De acordo com o governador de Pernambuco, os políticos no Brasil precisam fazer um esforço para que seja retirado "o preconceito contra o setor primário" do País, que é responsável pela geração de milhões de empregos, grande volume de exportações e geração de divisas.

O deputado federal e líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disparou críticas contra o Governo Federal quanto às ações para estabilizar a economia brasileira. Para o líder a gestão nacional tem iludido a população, fazendo de conta que não existem riscos de uma possível crise econômica.

“Estão fazendo de conta que não existe um risco real da precipitação de uma crise que poderá repercutir severamente sobre o País”, alertou. Alguns dados divulgados recentemente têm apontado à dificuldade do Governo Federal em lidar com os problemas econômicos que afetam o Brasil, como a alta da inflação e do dólar, o baixo crescimento da economia e a ameaça concreta de desemprego. 

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Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, apresentou um aumento de 0,16% em agosto. No mês anterior esse número era de 0,07%. No acumulado do ano, o indicador foi para 3,69. "A inflação é o veneno mais perigoso para a população mais pobre, ela ameaça os empregos e diminui o poder de compra", lembra o parlamentar.

De acordo com o IBGE, o crescimento da taxa do IPCA 15 de agosto é explicada, em grande parte, pela menor queda dos grupos alimentação e bebidas (de -0,18% em julho para -0,09% em agosto) e transporte (de -0,55% para -0,30%), aliada à alta de saúde e cuidados pessoais (de 0,20% para 0,45%) e educação (de 0,11% para 0,68%).

Para Beto, é preciso buscar mecanismos para que a economia brasileira seja forte e confiável, caso contrário, as conquistas dos últimos anos podem ser perdidas. "Estamos alertando para a possibilidade de os riscos da crise colocar abaixo muitas dessas conquistas. Queremos ajudar a vencer este momento difícil", destacou o socialista.

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