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A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que vai disponibilizar em seu site uma segunda forma de visualização do cálculo de medição do volume de água armazenado no Sistema Cantareira, que mostrará o volume útil e o volume constando as duas reservas técnicas.

Até então, os dados atualizados diariamente no site da concessionária consideravam como resultado a divisão entre o volume útil de água armazenado no dia e o volume útil total do sistema. Nesta terça-feira, 17, por exemplo, o Cantareira opera com 15,3% da capacidade - cálculo de 150,6 milhões de metros cúbicos divididos por 982 milhões de metros cúbicos.

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A partir de quarta-feira, 18, porém, a Sabesp vai divulgar também um gráfico considerando o volume útil e o volume acrescido das duas reservas técnicas utilizadas com a autorização do órgão regulador, de 182,5 milhões de metros cúbicos e 105 milhões de metros cúbicos, respectivamente. O gráfico vai especificar o volume total do sistema para cada situação. Nesta terça-feira, por exemplo, o índice é de 11,9% (150,6 milhões de metros cúbicos divididos por 1,2 bilhão de metros cúbicos).

A companhia informou que, na prática, o volume armazenado no Cantareira não muda. Hoje, existem 150,6 milhões de metros cúbicos para abastecer a população, enquanto o volume útil total do sistema é de 982 milhões de metros cúbicos. Considerando as duas reservas técnicas, porém, o volume armazenável sobe para 1,2 bilhão de metros cúbicos.

Segundo a Sabesp, a iniciativa faz parte da estratégia de dar mais transparências às informações sobre os mananciais, atendendo assim a recomendação do Ministério Público para que fossem detalhados, em formato gráfico, os volumes existentes armazenados.

O projeto de construir uma usina de dessalinização da água do mar no litoral paulista, que era visto como alternativa de longo prazo para a crise hídrica, não deve seguir adiante devido ao alto custo. Estimado em R$ 1,5 bilhão, o projeto seria feito no modelo de Parceria Público-Privada (PPP). Em fase mais adiantada está outra PPP, cujo edital está atualmente em fase de formatação pelo governo paulista, e que visa reduzir as perdas na rede da Sabesp, onde atualmente cerca de 19% da água tratada é desperdiçada.

No mês passado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a dessalinização era uma "hipótese em estudo pela Sabesp", mas disse que o custo seria alto. O projeto está em análise na Sabesp e não deve chegar à secretaria executiva do Conselho Gestor de PPP do governo do Estado para ser tocado adiante. Em fevereiro, um consórcio de três empresas, liderado pela CCI Concessões e Construções de Infraestrutura, apresentou a proposta ao governo, com um estudo encomendado pela CCI e elaborado pela consultoria GO Associados indicando que o custo por metro cúbico da usina de dessalinização é competitivo quando comparado a outras alternativas.

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A Sabesp, no entanto, já sinalizou que estudos mais detalhados mostraram que o projeto é inviável. "A Sabesp já realizou estudos, porém os custos de implantação e de operação se mostraram elevados para os parâmetros operacionais da companhia", informou a estatal ao Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real. Outro fator que, segundo a Sabesp, "contribuiu para demonstrar a inviabilidade do projeto" é a característica geográfica da Serra do Mar, onde seria instalada a usina. "A água precisaria ser bombeada para 800 metros de altura, o que tornaria o projeto de difícil aplicação e elevaria ainda mais seu custo", disse a companhia.

Segundo fonte do setor de saneamento e próxima da Sabesp, o foco do governo estadual agora é uma PPP para reduzir as perdas de água tratada da concessionária e o edital já está em fase de formatação. "Se tudo correr bem, a ideia do governo é de concluir o processo ainda este ano. A Sabesp tem muito interesse nessa PPP", disse a fonte. A ideia é que empresas realizem obras para reduzir as perdas e que sejam remuneradas com base nos resultados obtidos. Procurada, a Sabesp não se posicionou sobre isso.

A primeira audiência de conciliação envolvendo a Sabesp e o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) terminou sem acordo. No entanto, a estatal se comprometeu a paralisar as demissões e o sindicato concordou em manter as atividades até que o processo seja julgado pela relatoria no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, o que deve acontecer na próxima semana - depois da data prevista para início da greve pelo Sintaema.

O sindicato, porém, ainda pode optar por iniciar a greve na próxima quinta-feira (19) como era previsto inicialmente. Uma assembleia convocada para o dia 18 vai decidir pela paralisação ou pela manutenção do acordo feito nesta segunda-feira (16), sob a mediação do Tribunal.

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"Ainda existe a possibilidade de a greve começar no dia 19. A solução não é só suspender as demissões. Queremos que a empresa readmita trabalhadores ou abra concurso para contratar", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o secretário-geral do Sintaema, Antônio da Silva. "No dia 18 vamos avaliar e decidir se suspenderemos a greve ou não", acrescentou, argumentando que isso dependerá de um posicionamento da Sabesp.

Na última quinta-feira, o Sintaema entrou com uma ação cautelar no Tribunal após cortes realizados pela Sabesp que caracterizariam "dispensa em massa". O sindicato, que contabiliza 399 demissões em todo o Estado, fez pedido liminar para que os trabalhadores dispensados sejam reintegrados.

Na audiência realizada hoje, o presidente do Sintaema, Renê Vicente dos Santos, afirmou que a Sabesp dispensou mais de 2% de seu quadro de funcionários, o que caracterizaria "demissão em massa". A companhia, por sua vez, alegou que os desligamentos ocorridos têm respaldo em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado anteriormente com o Ministério Público, que prevê a dispensa de pessoas já aposentadas.)

O Sistema Guarapiranga, que desbancou o Cantareira do posto de maior produtor de água da Grande São Paulo em fevereiro, tem hoje um estoque disponível para captação 30% menor do que o manancial em crise. Além de somar 11,5 bilhões de litros a menos armazenados (dados de ontem), o reservatório da zona sul da capital não pode operar abaixo de 20% da capacidade por limitações técnicas.

Nesta quarta-feira, 12, o nível do Guarapiranga estava em 71,6%, ou seja, havia 122,6 bilhões dos 171,2 bilhões de litros que o sistema consegue armazenar. Já o Cantareira, que é sete vezes maior, mesmo com 13,7% da capacidade, incluindo duas cotas do volume morto, tinha 134,2 bilhões de litros. Mas, além de não ter reserva profunda, o Guarapiranga precisa operar com um volume mínimo de 20%, equivalente a 34 bilhões de litros, para não danificar as bombas que transferem água da represa para a estação de tratamento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

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De acordo com engenheiros consultados pela reportagem, se a água ficar abaixo do nível de segurança, há risco de entrar ar nas bombas (processo chamado cavitação), o que pode quebrar os equipamentos. A mesma precaução vale para outras represas que têm estações elevatórias de água, como a Paiva Castro, em Mairiporã, que pertence ao Cantareira, e a Taiaçupeba, em Suzano, do Sistema Alto Tietê.

Em 2014, quando teve início a crise hídrica, o índice mais baixo atingido pelo Guarapiranga foi 31,4%, no dia 10 de dezembro. Neste ano, o sistema já registra quase a mesma quantidade de chuva que o Cantareira e, em fevereiro, ultrapassou a produção do manancial, com 14,5 mil l/s, e passou a abastecer 5,8 milhões de pessoas, 200 mil a mais do que o Cantareira. Antes da seca, o maior sistema paulista produzia 32 mil l/s e atendia 8,8 milhões de pessoas.

Em setembro deste ano, a Sabesp quer aumentar para 16 mil l/s a produção do Guarapiranga, para avançar mais sobre bairros abastecidos pelo Cantareira. Para que o período de estiagem, que começa em abril, não ameace a capacidade da represa, a companhia prevê aumentar em 3 mil l/s a transferência de água dos rios Capivari e Juquiá para a represa, por meio de obras emergenciais. Segundo a Sabesp, "esta ampliação de capacidade de produção aumentará a segurança hídrica do sistema".

A Sabesp afirma ainda que o aumento na produção do Guarapiranga "é resultado de uma série de ações" adotadas na crise, "como interligação de mananciais, que reduziram a dependência do Cantareira, e o bônus criado para quem diminui o consumo de água".

Acostumados

Em 2000, na última crise do Guarapiranga, a Sabesp decretou racionamento para 3,2 milhões de pessoas quando a represa tinha 40% da capacidade. Na ocasião, o nível chegou a 19,2%. Os moradores da zona sul paulistana dizem que já estão acostumados com a falta de água na região nas últimas décadas. É o caso do eletricista Antonio Santos, de 54 anos, morador do Jardim São Luís. "Eu convivi com uma situação bem pior do que a de hoje. Foi a época mais difícil da minha vida, e a população acabou se adaptando."

Já o diretor de licitações Eduardo Camilo, de 27 anos, que veleja na represa, teme que o reservatório um dia seque. "A água daqui já não é suficiente para toda a população que precisa da Guarapiranga."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema) decidiu, após assembleia com funcionários da Sabesp ocorrida na noite desta terça-feira, convocar uma greve geral a partir de 19 de março, por tempo indeterminado. A entidade também tentará, na Justiça, readmitir os mais de 300 funcionários demitidos da companhia este ano.

"Se não pararem com as demissões e chamarem o sindicato para conversar no sentido de readmitir trabalhadores, vamos entrar em greve", afirmou ao Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, o secretário-geral do Sintaema, Antônio da Silva. Segundo ele, haverá nova assembleia no dia 18 de março para "ratificar e organizar a greve".

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A Sabesp iniciou na semana passada um plano de ajustes em seu quadro de pessoal. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou com funcionários da empresa, a meta seria cortar até 5% do quadro de funcionários e reduzir 10% da folha de pagamento, por causa da queda de receita, que pode superar R$ 1 bilhão, provocada pela crise hídrica. Anteriormente, no início de 2014, a Sabesp tinha 15 mil funcionários em todo o Estado. Os números atualizados devem ser divulgados no balanço anual da companhia, no fim do mês. "Essa crise está afetando as finanças da empresa e os trabalhadores estão pagando a conta", afirmou Silva.

Pressionada a revelar quem são os grandes consumidores de água que possuem tarifas especiais em plena pior crise hídrica da história, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou nesta terça-feira uma lista com 537 contratos chamados "Demanda Firme" criados em 2005 para fidelizar clientes que estão em vigor na Grande São Paulo.

Na relação com os negócios firmados na Região Metropolitana estão condomínios comerciais, hospitais, clubes de futebol, supermercados, indústrias de vários segmentos, igrejas, empresas de comunicação e de transporte público, como o Metrô, entre outros. Todos, até o início da crise, consumiam pelo menos 500 mil litros por mês, volume mínimo para poder assinar o contrato.

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Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou no sábado, 7, 36 contratos foram assinados após o dia 27 de janeiro de 2014, quando a Sabesp comunicou oficialmente a crise no Sistema Cantareira. Em reportagem dessa segunda-feira, 9, o jornal mostrou que quase metade (46,5%) da água destinada aos grandes consumidores sai do manancial em crise.

Pelas regras do programa, a empresa é obrigada a atingir um consumo mínimo acordado em contrato para pagar a tarifa diferenciada. Para esses clientes, o custo do metro cúbico de água (mil litros) cai à medida que o consumo aumenta, lógica inversa à adotada na tarifa convencional. A política virou alvo de críticas durante a crise por estimular o consumo de água. A Sabesp argumenta que esses clientes consomem apenas 3% da água da Grande São Paulo e que, desde fevereiro de 2014, suspendeu o consumo mínimo obrigatório e estimulou o uso de fontes alternativas de água, que era proibido em contrato. Segundo a companhia, 70% dos clientes migraram para poços artesianos e caminhões-pipa, por exemplo, e o consumo desse grupo caiu 24% na comparação de fevereiro de 2014 com janeiro deste ano.

Com um fim de semana de chuva, o nível do Sistema Cantareira subiu neste domingo (8) para 12,3% de sua capacidade, segundo medição da segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No sábado, o reservatório que abastece mais de 6 milhões de pessoas na Grande São, operava com 11,9% e na sexta o volume era de 11,7%.

De acordo com a Sabesp, a pluviometria esperada para hoje no Sistema Cantareira é de 25,7 milímetros. Com isso, a pluviometria acumulada no mês chegará a 65,6 milímetros.

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Os outros cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também registram elevação de volume de sábado para domingo. O Sistema Guarapiranga subiu de 64,2% de volume para 67,7%; o Sistema Alto Cotia teve alta de 41,9% para 44,8%; Alto Tietê cresceu de 18,8% para 19,1% e Rio Grande de 86,6% para 87,7%. Já o sistema Rio Claro teve uma pequena elevação: de 38,8% para 38,9%.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) assinou 36 contratos que dão tarifas vantajosas a grandes consumidores de água na Grande São Paulo, mesmo após o início declarado da crise hídrica, em 27 de janeiro de 2014. Com os novos negócios, no valor de R$ 83,2 milhões, a empresa chegou a 526 clientes "fidelizados", como shoppings, supermercados e indústrias, que têm juntos uma cota mínima de consumo contratado de 27,3 bilhões de litros, 3% da demanda total de água na Região Metropolitana.

Segundo a Sabesp, parte dos contratos fechados na crise foi exclusiva para o tratamento de esgoto e parte por renovação ou fusão de empresas que já integravam a carteira, mas tiveram de assinar novos negócios. A estatal afirma que "não houve incremento de consumo de água" e desde fevereiro de 2014 os clientes foram liberados do consumo mínimo obrigatório e estimulados a usar fontes alternativas, como poço e caminhão-pipa, o que resultou em uma redução de 24% no consumo mensal em janeiro deste ano.

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A relação dos 526 contratos, chamados "demanda firme", foi divulgada no dia 3 pela agência de notícias Pública, que só conseguiu os dados da Sabesp após recorrer à Corregedoria-Geral da Administração (CGA). O Estado já havia solicitado por duas vezes, em setembro de 2014 e em fevereiro deste ano, a lista e o consumo por meio da Lei de Acesso à Informação. A Sabesp negou os pedidos com o argumento de que "preserva a relação comercial estabelecida com seus clientes".

Os contratos de "demanda firme" são destinados a comércios e indústrias que consomem pelo menos 500 mil litros por mês. Enquanto que para o cliente comum a tarifa aumenta conforme o consumo cresce, para os grandes consumidores o custo da água cai. Por exemplo: na faixa de consumo de até 1 milhão de litros, o preço do metro cúbico é de R$ 11,67. Já acima de 40 milhões de litros, o valor é de R$ 7,72/m³.

Os descontos tarifários para grandes consumidores ganhou o centro da discussão da crise no mês passado, após a divulgação de uma lista das 294 empresas "fidelizadas" da capital enviada à CPI da Sabesp na Câmara Municipal de São Paulo. A relação completa dos 526 clientes deverá ser divulgada pela companhia nos próximos dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de São Paulo, voltou a registrar alta neste domingo (22). Mesmo sem ter acumulado chuva no sábado, o reservatório teve o 17º dia consecutivo de crescimento no volume armazenado.

O aumento no volume foi de 0,2 ponto porcentual, passando de 10,2% no sábado para 10,4% neste domingo, de acordo com boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No primeiro dia de fevereiro, quando sofreu queda pela última vez, o índice era de 5,0%.

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Não houve acúmulo de chuva nas últimas 24 horas. A pluviometria acumulada em fevereiro, de 266,5 milímetros, já é cerca de 34% superior à média histórica para o mês inteiro, de 199,1 mm.

Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o manancial subiu 5,4 pontos porcentuais só no mês de fevereiro. Além da presença das chuvas, a redução do volume de água retirado ajuda a explicar o aumento do Cantareira. Há um ano, a Sabesp captava 32,6 mil litros por segundo. Atualmente esse número é de 11 mil litros por segundo, cerca de 66% menor.

O atual cálculo da Sabesp para a capacidade do manancial, que chegou a passar oito meses sem nenhuma alta em 2014, inclui duas cotas do volume morto - água represada abaixo dos túneis de captação. A primeira, de 182,5 bilhões de litros de água, foi adicionada em maio e a segunda, de 105 bilhões de litros, em outubro. Apesar das chuvas, esses volumes de água ainda não foram recuperados.

Outros mananciais

O nível de outros mananciais também cresceu. Assim como o Cantareira, o sistema Alto Tietê subiu pelo 17º dia seguido e alcançou 18,2% da capacidade - número que já considera um volume morto de 39,4 bilhões de litros. As chuvas na região que totalizaram uma pluviometria de 0,8 mm contribuíram para esse aumento.

O sistema Rio Claro também subiu. Passou de 35,2% para 35,3% de armazenagem. Com índice de chuvas já superior à média histórica do mês, o volume armazenado no Guarapiranga manteve-se estável neste domingo. O reservatório está com 57,5% da capacidade.

Também manteve-se estável o volume do sistema Alto Cotia, que registra 36,6% de armazenamento. O Sistema Rio Grande baixou de 83,9% registrados no sábado para 83,6% neste domingo.

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou inquérito civil para investigar a suposta cobrança de "ar encanado" pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As queixas de aumento no valor da conta de água, apesar da diminuição do consumo, vieram à tona após a empresa intensificar a redução da pressão na rede, no início de 2014, para enfrentar a crise hídrica.

O promotor de Justiça do Consumidor Gilberto Nonaka deu prazo de 15 dias para que a Sabesp explique as distorções nas tarifas de clientes que sofreram cortes no abastecimento, mas tiveram as tarifas elevadas. O objetivo é descobrir se a companhia está cobrando pelo ar que chega ao hidrômetro antes de o fornecimento ser restabelecido como se fosse água potável. A passagem de ar pelo equipamento pode alterar a medição de consumo de água.

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"É o que ocorre atualmente, com a escassez da água potável a ser fornecida pela investigada e com a implementação de verdadeiro rodízio, em que a redução da vazão e o corte do fornecimento são intercalados diariamente. Isso conduz o consumidor a não conseguir atingir a meta de redução proposta pela investigada", afirma Nonaka.

Segundo a Sabesp, 22% dos clientes da Grande São Paulo não reduziram o consumo de água em janeiro, apesar do início da cobrança de multa de até 50% na conta. Se o MPE constatar cobrança indevida, a companhia deverá ser alvo de uma ação civil pública por desrespeito ao Código de Defesa do Consumidor e danos morais, patrimoniais, coletivos e difusos.

O professor de Engenharia Jorge Giroldo, do Centro Universitário da FEI, explica que, quando o fornecimento de água é interrompido, a tubulação esvazia e fica cheia de ar, que entra pelas próprias ligações domiciliares. "Quando o abastecimento é normalizado e a água retorna, ela vai expelindo esse ar, que passa pelos hidrômetros das residências. Nas regiões mais baixas, essa alteração é pequena e ninguém percebe o acréscimo. Mas, para quem está nos pontos mais altos ou no fim da rede de distribuição, esse ar acumulado poderá dar uma variação grande", afirma.

É o caso do economista Wilson Ricardo Vieira, de 56 anos, que mora em Pirituba, um bairro situado na região alta da zona norte da capital paulista. Ele diz que o consumo de água em sua casa registrado pela Sabesp subiu de 18 mil para 31 mil litros mensais de setembro para outubro do ano passado, após intensificação dos cortes no abastecimento com a redução da pressão ou fechamento da rede. A conta passou de R$ 77,28 para R$ 145,36 em um mês.

"Faço uma economia enorme, fico a maior parte do dia sem água, e minha conta dobrou. Todo dia, por volta das 6 horas, o relógio fica louco de tanto girar com ar. Quando a água realmente volta, gira mais devagar", afirma. Segundo a Sabesp, o aumento do consumo na casa dele ocorreu por causa de um vazamento interno, constatado após uma visita técnica.

O professor Giroldo explica que não existe solução técnica. "Quando há interrupções frequentes e fica constatado que não há vazamento que justifique o aumento, o mais indicado é cobrar uma tarifa de quem mora nesses pontos críticos com base na média histórica de consumo antes dos cortes", afirma.

Certificados - Em nota, a Sabesp informou que fornecerá as informações ao Ministério Público e "garante que a redução de pressão não afeta a medição" dos hidrômetros. Segundo a empresa, "os aparelhos medidores são projetados para registrar apenas o volume de água que passa, e não ar" e "são certificados pelo Inmetro".

A Sabesp disse ainda que "diversos testes demonstraram que a quantidade de ar que chega ao hidrômetro é insignificante e não representa diferença na conta mensal". E "se o cliente se sentir prejudicado, pode solicitar a revisão da conta e pedir uma vistoria da área técnica em sua residência". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As fortes chuvas que atingiram São Paulo nessa segunda (16) e na madrugada desta terça-feira (17) fizeram com que o nível do Sistema Cantareira subisse pelo 12º dia consecutivo, de acordo com informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O índice de armazenamento do manancial atingiu 8,3% hoje após ter alcançado 7,8% ontem. Há um ano, estava em 18,5%.

O volume mensal de chuvas em fevereiro subiu a 228,4 milímetros (mm), acima da média histórica de fevereiro de 199,1 mm. O Cantareira é um dos principais mananciais de São Paulo e serve mais de 8 milhões de pessoas. Por conta da crise hídrica, duas cotas do volume morto, de 182,5 bilhões e de 105 bilhões de litros de água, já foram acrescentadas em maio e outubro, respectivamente.

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Os demais reservatórios monitorados pela Sabesp - Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro - também registraram aumento no volume armazenado de água, após as chuvas que atingem desde sábado o Estado de São Paulo.

O maior crescimento, conforme a Companhia de Saneamento, foi visto no Sistema Rio Grande (Billings) que atende 1,6 milhão de pessoas em São Bernardo do Campo, Diadema e Santo André. O nível do manancial subiu 0,9 ponto porcentual, de 81,1% ontem para 82% hoje. Há 12 meses, estava em 91,7%.

O Alto Tietê, que serve 3,1 milhões de pessoas, subiu de 14,6% ontem para 15,2% hoje. O sistema Guarapiranga, que atende 3,8 milhões de pessoas nas zonas Sul e Sudoeste de São Paulo, avançou de 55,3% para 55,6%. Alto Cotia evoluiu de 34,5% para 34,7%.

De acordo com informações divulgadas na manhã desta terça-feira pela Sabesp, o nível do Sistema Rio Claro, que atende 1,2 milhão de pessoas no bairro de Sapopemba, Ribeirão Pires, Mauá e Santo André, passou de 32,8% ontem para 33,2% hoje. Há um ano, estava em 95,6%.

Ribeirão Preto, 16/02/2015 - Pelo 11º dia seguido, o nível do Sistema Cantareira subiu e atingiu hoje (16) 7,8% da capacidade, ante 7,3% no domingo, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgados há pouco. A alta no nível do reservatório ocorreu após uma chuva acumulada de 42,6 milímetros (mm), o que levou a um volume recebido mensal de 206,1 mm, já superando a média mensal histórica para fevereiro, de 199,1 mm.

O reservatório que abastece a Região Metropolitana de São Paulo apontava, há um ano, 18,5% de sua capacidade de reserva. No entanto, o cálculo atual da Sabesp para chegar aos 7,8% de capacidade considera duas cotas do volume morto, uma de 182,5 bilhões e outra de 105 bilhões de litros de água, acrescentadas em maio e outubro de 2014.

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Todos os outros reservatórios monitorados pela Sabesp - Alto Tietê, Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro - também tiveram crescimento no volume armazenado de água, após as chuvas que atingem desde sábado o Estado de São Paulo.

Com 24 mm de chuva acumulada, o Alto Tietê saiu de 14,1% para 14,6% da capacidade de armazenamento e o Guarapiranga chegou a 55,3%, ante 52,% no dia anterior, com os 6,2 mm recebidos. O nível do Alto Cotia variou de 34,4% para 35% após um total de 3,8 mm de chuvas no dia.

O Sistema Rio Grande segue como o reservatório mais perto de sua capacidade total, com 81,1%, hoje, ante 80,7% ontem, após 9 mm de chuva. Já o Sistema Rio Claro variou de 32,1% para 32,8% entre os períodos, depois de receber um acumulado pluviométrico de 16,6 mm. (Gustavo Porto - gustavo.porto@estadao.com)

O Sistema Cantareira apresentou crescimento de 0,2 ponto porcentual nesta sexta-feira, 13, conforme dados da Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Sabesp). Dessa forma, o reservatório passa a ter 6,9% de reserva de sua capacidade total. Outros três sistemas que abastecem de água a Região Metropolitana de São Paulo tiveram aumento.

O Alto Tietê subiu de 13,2% para 13,3%. Já o Rio Grande passou de 79,8% para 79,9%. O Rio Claro, por sua vez, variou de 31,7% para 31,8%. Ficaram estáveis os Sistemas Guarapiranga, com 55,2% da capacidade total, e o Alto Cotia, com 34,3%.

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Comparativamente, houve menos chuva entre quinta-feira, 12, a e sexta-feira, 13, do que nos dois dias anteriores. No Cantareira, por exemplo, a pluviometria acumulada foi de 2,1 milímetros, contra 3 mm no período anterior.

No Guarapiranga, no Alto Tietê, no Alto Cotia e no Rio Grande não houve registro de chuva nesta sexta-feira.

A Câmara Municipal aprovou na tarde desta quarta-feira a aplicação de uma multa de R$ 1 mil para moradores da cidade flagrados lavando a calçada ou o carro com água fornecida pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O projeto precisou de duas votações. Na primeira, a proposta ficou pendente de votação e na segunda, passou com 30 votos favoráveis e 11 contra. O valor da autuação pode dobrar em caso de reincidência. Para virar lei, no entanto, a proposta deve ser aprovada mais uma vez em plenário e ainda ser sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT).

Sugerido por vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga, desde o ano passado, o contrato que a Prefeitura mantém com a Sabesp, o texto deve ser modificado antes de virar lei. A expectativa é de que na semana que vem, antes da votação definitiva, o projeto seja ampliado com outras medidas e tenha a multa inicial reduzida, além de ser precedida de advertência.

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Vereadores da base aliada de Haddad e da oposição defendem que a Câmara também legisle sobre normas que incentivem o reúso da água ou que criem regras ecológicas para construções novas, como a obrigatoriedade de se instalar hidrômetros individuais ou caixas d'águas para que se obtenha o registro do imóvel.

De acordo com a proposta aprovada em primeira votação, caberá ao cidadão flagrado desperdiçando água comprovar que a lavagem do carro ou da calçada não é feita com água tratada, mas com água de reuso ou de poço artesiano. A proposta não deixa claro, no entanto, como deve se dar essa comprovação. Do mesmo modo, não especifica se a multa será expedida para o cidadão ou para o imóvel fiscalizado. As condições deverão ser estipuladas no processo de regulamentação.

A Sabesp informou nesta segunda-feira que o volume de água potável desviado por fraudes na região metropolitana de São Paulo em 2014 chegou a 2,6 bilhões de litros, quantia suficiente para abastecer 260 mil pessoas por um mês e que corresponde a dois dias de produção do Sistema Cantareira atualmente. O valor cobrado dos fraudadores foi de R$ 17,4 milhões, segundo a companhia.

"A Sabesp detectou 15,6 mil fraudes no ano passado, nos municípios atendidos pela companhia na Grande São Paulo e na Região Bragantina, aumento de 13% em relação a 2013", informou a estatal, destacando que as fraudes ocorreram tanto em residências quanto em estabelecimentos comerciais. As vistorias da Sabesp cresceram 31% no ano passado em relação a 2013. O valor total da água furtada saltou de R$ 14,7 milhões em 2013 para R$ 17,4 milhões em 2014.

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Mantidos os atuais volumes de entrada e retirada de água do Cantareira, o maior manancial paulista pode secar por completo em setembro. A projeção resulta de uma simulação feita em uma ferramenta inédita lançada pelo portal estadao.com.br, que permite calcular quando ou se a água dos principais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo vai acabar.

O simulador mostra que, no atual cenário, a segunda cota do volume morto do Cantareira, captada pela Sabesp desde outubro do ano passado, deve se esgotar em março, como o presidente da empresa, Jerson Kelman, admitiu há duas semanas. Até sexta-feira, restavam nas represas apenas 51,3 bilhões de litros da reserva profunda, ou 5,2% da capacidade.

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Diante desse cenário, a Sabesp já prepara o uso de uma terceira cota do volume morto na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. Segundo o diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato, a quantidade estudada é de 41 bilhões de litros. Se a vazão afluente ao sistema - que são o volume de água da chuva e o que entra pelo rio nas represas - continuar como está hoje, e a quantidade de retirada for mantida, essa terceira reserva acaba no início de maio, ou seja, em menos de cinco meses.

Nesse caso, restariam cerca de 160 bilhões de litros nas profundezas dos reservatórios, de uma capacidade total de 1,4 trilhão de litros, incluindo volume útil e morto.

Questionada, a Sabesp não informa até que ponto é possível retirar água do Cantareira com qualidade mínima para abastecimento humano. O ex-secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos Mauro Arce disse em setembro de 2014 que o governo estava disposto a tirar "até a última gota". Ele foi substituído pelo presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga.

A Sabesp conseguiu reduzir em cerca de 45% o volume de água retirado do Cantareira em relação ao que era captado antes da crise. A medida, contudo, tem sido insuficiente para estancar a queda do manancial, porque a vazão afluente aos reservatórios é a mais baixa em 85 anos de registros.

Até sexta, o volume de entrada de água era de 7,5 mil litros por segundo, 12% da média histórica do mês, que é de 62,8 mil litros por segundo, e quase metade dos 14,3 mil litros que entraram por segundo no sistema em janeiro de 2014, quando a crise foi declarada. O resultado é um déficit de 24 bilhões de litros no fim do mês, ou 2,4% da capacidade do manancial.

O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse que pretende reduzir a retirada de água para 13 mil litros por segundo, mas há ainda outros 2 mil litros por segundo sendo liberados para a região de Campinas. "O ano passado estava uma coisa horrível, agora está pior. Temos de estar preparados para atravessar o deserto de 2015", disse no dia 14. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda deve demorar dois dias a normalização do abastecimento de água para cerca de 1,2 milhão de pessoas de bairros localizados em parte das regiões oeste e sul da capital, além de Cotia e outros municípios vizinhos (Taboão da Serra, Embu e Itapecerica da Serra). A queda de uma árvore sobre a rede elétrica provocou falta de energia nas estações elevatórias de água João XXIII e Jardim São Luiz, na madrugada de ontem (22). O problema já foi sanado, mas de forma parcial.

Entre os bairros que continuam sem receber água estão o Jardim São Luiz, Jardim Ângela, Parque Fernanda e Capão Redondo, envolvendo cerca de 600 mil pessoas. Elas são atendidas por meio da Estação Elevatória de Água Jardim São Luiz, onde o fornecimento de energia foi interrompido por volta das 4h e retomado às 10h.

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A Sabesp informou que, nesses locais, a água deve chegar às casas aos poucos e haverá maior demora nas que ficam em áreas mais elevadas e distantes das estações. Em Embu Guaçu, a retomada começou por volta das 18h de ontem (22). Lá, o problema atingiu 39 mil moradores.

Com a diminuição das pancadas de chuva nas últimas 24 horas, o nível do Sistema Cantareira voltou a cair 0,1 ponto porcentual após ter ficar um dia estável. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o reservatório opera nesta sexta-feira, 12, com 7,5% da capacidade, ante 7,6% nos dois dias anteriores. O cálculo leva em conta os 105 bilhões de litros da segunda cota do volume morto.

De acordo com a Sabesp, a pluviometria do dia na região do Cantareira foi de 5,3 milímetros, bem inferior ao do dia anterior, quando foram registrados 18,1 milímetros. Já a pluviometria acumulada do mês chegou a 30,7 milímetros, o que representa cerca de 14% da média histórica de dezembro.

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Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o Cantareira registrou aumento no volume armazenado de água pela última vez no dia 16 de abril (com exceção dos dias em que as reservas técnicas foram acrescentadas no cálculo). Na ocasião, o reservatório subiu de 12% para 12,3% e havia chovido 27,1 milímetros.

Outros mananciais

Com poucas chuvas registradas, o nível de outros três mananciais também caiu nesta sexta-feira. O maior deles, o Alto Tietê, que atende 4,5 milhões de pessoas, perdeu 0,2 ponto porcentual, caindo de 4,4% para 4,2% da sua capacidade. Segundo a Sabesp, choveu apenas 1,1 milímetro na região.

Os sistemas Rio Claro e Alto Cotia desceram 0,7 e 0,1 ponto porcentual, respectivamente, e estão com 26,4% e 29,1% do volume armazenado de água. Juntos, os reservatórios abastecem certa de 1,9 milhão.

Por sua vez, o Sistema Guarapiranga, que abastece 4,9 milhões de pessoas na capital e Grande São Paulo, subiu 0,7 ponto porcentual, após ter chovido 25,6 milímetros sobre a região. Nesta sexta-feira, o manancial está com 32,2% da sua capacidade, enquanto nesta quinta-feira, 11, registrava 31,5%. Esse é o terceiro dia consecutivo com aumento no volume de água do reservatório.

Além dele, o Sistema Rio Grande subiu 0,2 ponto porcentual e, agora, opera com 62,7%. A pluviometria do dia foi de 19,4 milímetros.

As torneiras estão secando mais cedo em São Paulo. Antes restrita ao período noturno, quando o consumo é menor, a redução da pressão na rede de distribuição feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem provocado falta d’água desde o período da tarde em imóveis espalhados por todas as regiões da capital. O abastecimento só volta na manhã seguinte.

Em meio ao agravamento da seca, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, como novo secretário de Recursos Hídricos, sinalizando medidas mais severas na gestão da crise. Braga vai substituir Mauro Arce a partir de 1.º de janeiro.

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Revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em abril, a redução da pressão à noite em até 75% é a medida que mais economiza água, segundo a Sabesp, porque diminui as perdas por vazamento na tubulação. Em setembro, por exemplo, foi responsável por 54% de toda a economia registrada, 48% mais do que a alcançada pela população no programa de bônus na conta. O problema é que a prática, intensificada pela empresa por causa da crise, faz com que a água não tenha força para chegar às regiões mais altas e afastadas dos reservatórios dos bairros.

Exemplos

"Estão cortando (a água) antes e voltando depois", afirma o músico Léo Doktorczyk, de 58 anos, morador da Pompeia, zona oeste capital, região abastecida pelo Sistema Cantareira, manancial que está em situação crítica, com apenas 7,6% da capacidade, considerando a segunda cota do volume morto. "Ontem mesmo (quarta-feira), às 17h30, já não tinha água. Moro em uma casa antiga e quase todo o encanamento está ligado na rede da Sabesp. Minha filha chega em casa da escola e não pode mais tomar banho", completa.

"No começo, eles cortavam a água às 22 horas. Faz uns dois meses que o racionamento tem começado mais cedo", relata Wilson Vieira, de 42 anos, que mora em Pirituba, bairro da zona norte da capital, também abastecido pelo Cantareira. "Agora não está nem mais enchendo a caixa d’água. Sou cardiopata, não consigo ficar carregando balde para cima e para baixo", diz a dona de casa Edna Tenório Cavalcante, de 56 anos, que vive o mesmo problema no bairro da Cachoeirinha, na zona norte da capital. O mesmo problema está acontecendo em outras regiões da cidade.

Em novembro, o atual secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, disse que os cortes por causa da redução da pressão ocorrem somente nos imóveis que não têm caixas d’água. A presidente da Sabesp, Dilma Pena, disse que a medida atinge 2% da população e "veio para ficar".

Sem queixas

Em nota, a Sabesp negou a prática de racionamento e informou que não recebeu queixas de nenhum dos casos listados pela reportagem. "Vale ressaltar que o número de reclamações sobre falta d’água é menor neste ano em relação a 2013", afirma a companhia. A nota diz ainda que é "incorreto pressupor falhas no abastecimento em toda a cidade com base em uma amostra reduzida".

Quase todas as represas que abastecem a região metropolitana de São Paulo registraram queda em seus reservatórios de sábado para domingo, de acordo com monitoramento realizado pela Sabesp. Em novembro, a quantidade de chuva ficou abaixo da média nos mananciais, o que contribuiu para agravar a crise hídrica.

O volume de água disponível no Sistema Cantareira caiu de 8,9% ontem para 8,8% hoje. A chuva na região em novembro ficou abaixo da média. No acumulado do mês, o índice pluviométrico atingiu 135,0 milímetros (mm), o que corresponde a 83,7% da média histórica do mês, que é de 161,2 mm.

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No Sistema Alto Tietê, a reserva passou de 5,8% para 5,7%, também afetada pela quantidade de chuva inferior à esperada. No mês, o índice pluviométrico foi de 108,2 mm, o equivalente a 83,6% da média histórica, que é de 129,4 mm.

O Sistema Cantareira é a principal fonte de abastecimento da região metropolitana de São Paulo, atendendo 8,1 milhões de pessoas, enquanto o Sistema Alto Tietê é responsável pelo abastecimento de 3,1 milhões de pessoas.

O Sistema Guarapiranga, segundo maior manancial da região, atendendo 4,9 milhões de pessoas, foi o único que se manteve estável neste fim de semana, permanecendo em 33,7% tanto no sábado quanto hoje. Em novembro, a chuva sobre o Guarapiranga foi de 109,3 mm, 88,1% da média no mês.

Dentre os outros mananciais, no Alto Cotia houve queda de 30,1% para 29,9%, no Rio Grande a baixa foi de 64,0% para 63,8%, e no Rio Claro houve recuo de 32,4% para 32,1%.

O índice pluviométrico abaixo da média nos mananciais não é o único motivo para a queda nos reservatórios. A chuva que tem caído na região está sendo rapidamente absorvida pelo solo seco. Dessa forma, a quantidade de chuva não está compensando a perda por evaporação que ocorre naturalmente por causa do calor. Para que a reserva dos mananciais volte a subir é preciso chuva para umedecer o solo e mais chuva ainda para encharcar o solo e elevar o volume de água.

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