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Em atrito com o Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cobrou nesta quarta-feira, 29, uma posição da presidente Dilma Rousseff sobre o projeto que regulamenta a prática da terceirização no País. Ao chegar ao Senado, Renan foi questionado se o caminho mais adequado para a proposta é o veto presidencial depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito nessa terça-feira (28) que Dilma barrará a proposta.

"Esse desfecho é de longo prazo, se vai vetar ou sancionar. Eu acho que o que se quer nesse momento é que a presidente diga claramente o que ela pensa do projeto, da precarização, do direito do trabalhador. Isso que ela precisa falar", afirmou.

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Nessa terça, ao fazer uma dura defesa de mudança no projeto de regulamentação da terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, Renan havia dito que a presidente vai continuar sem falar no Dia Internacional do Trabalho se não trabalhar pela alteração da proposta aprovada pela Câmara dos Deputados. Dilma decidiu não fazer um pronunciamento oficial no 1º de maio.

"A presidente não pode fazer isso. Se ela continuar fazendo isso, vai continuar não tendo condições de falar no dia 1º de maio", ironizou Renan ontem.

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, informou que o projeto de regulamentação da terceirização vai passar no senador por quatro comissões. São elas: Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Comissão de Direitos Humanos (CDH) e Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Com essa medida, ele sinaliza que o Senado vai demorar para votar o projeto de regulamentação. Renan esteve nessa terça (28) com os dirigentes das centrais sindicais para discutir a discussão do projeto. O Senado também vai realizar uma sessão temática no plenário sobre o projeto.

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A sessão foi marcada para o dia 12 de maio. Além dessa sessão, o presidente do Senado informou que vai realizar no próximo dia 5 de maio uma sessão temática sobre crise e desenvolvimento com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Ajuste fiscal

Em mais um confronto com o governo, Renan classificou o ajuste fiscal implementado pela presidente Dilma Rousseff de "capenga". "O ajuste fiscal sequer pode ser chamado de ajuste fiscal", disse.

Segundo ele, o ajuste é "trabalhista". Para o presidente do Senado, não dá para mascarar essa discussão. Ele fez essas críticas, no plenário, durante a votação do projeto que trata da regulamentação da lei que alterou o indexador da dívida dos Estados e municípios. Ele voltou a dizer que a sua preocupação é com a "qualificação" do ajuste.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, ameaçou com uma greve geral em todo o País se o projeto de terceirização for votado no Senado sem mudanças negociadas e debatidas com a sociedades. Após reunião com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o dirigente da CUT disse que as centrais sindicais propuseram a construção de um novo projeto por meio de um acordo político entre os partidos para a construção de uma "alternativa negociada", sem que a discussão seja movida por "determinados lobbies". As centrais pediram a Calheiros que sejam realizadas audiências públicas e que a votação do projeto não tenha prazo estabelecido para terminar como ocorreu durante a tramitação na Câmara dos Deputados.

"Se tudo isso não funcionar, que fique claro que a CUT é uma central sindical de mobilização. Se nada disso funcionar, vamos solicitar o veto da presidente e, para auxiliar o veto, vamos fazer um greve no Brasil contra o projeto", advertiu o presidente da CUT, acrescentando que a central pretende que a proposta seja resolvida por um processo de negociação.

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Freitas disse que o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados representa uma precarização do mercado de trabalho no País e uma volta das regras para 60 anos atrás, "antes de Getúlio Vargas". "É fazer com as empresas não tenham responsabilidade com os trabalhadores", atacou.

Reunião histórica

Vagner Freitas classificou a reunião com Renan Calheiros e as centrais sindicais de "histórica". Renan se comprometeu com um processo democrático de debate, com o projeto passando pelas comissões, sem compromisso com prazos estabelecidos e galerias do plenário abertas para o povo assistir à votação. "Não há nenhum compromisso com prazos que outros fizeram", disse ele, num crítica ao processo de votação na Câmara conduzido pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O dirigente da CUT disse que a regulamentação do mercado de trabalho do jeito que foi aprovada pela Câmara é ruim para o País, num momento em que é preciso ter arrecadação e crescimento econômico. "Esse projeto não traz nenhuma arrecadação", ressaltou.

O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, disse nesta terça-feira, 28, que o projeto de terceirização agrava o ajuste fiscal. Segundo ele, o que o Congresso Nacional tem buscado é a qualidade do ajuste. "Nós estamos preocupados com a qualidade do ajuste. Não é com o quanto. É com o como. E a terceirização agrava muito mais isso", afirmou ele, após reunião com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O presidente do Senado informou ainda que disse ao ministro Levy sobre sua preocupação com a terceirização da atividade-fim, porque caracteriza um modelo novo de desenvolvimento, prejudica as relações de trabalho no País, desqualifica o trabalhador e desorganiza a economia.

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"O Senado vai analisar criteriosamente essa matéria. Todos nós defendemos a regulamentação dessa matéria para ampliar a segurança jurídica. Precisamos tirar esses 12 milhões de trabalhadores da zona cinzenta, mas nós não podemos permitir que a terceirização da atividade-fim se faça sem limite", disse. Para o presidente do Senado, seria um retrocesso e o País não "pode pagar esse preço".

Para ele, não faz sentido nenhum, em um momento em que o governo aumenta R$ 33 bilhões de impostos, transferir a conta para o trabalhador. "Se isso continuar acontecer, a presidente vai continuar não podendo falar no dia primeiro de maio", insistiu ele.

Sobre divergências com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em torno do projeto de terceirização, Renan afirmou que não vai "rebaixar a discussão entre Câmara e Senado" a esse patamar. "Não é isso que os senadores querem", afirmou.

O Senado recebeu, nesta terça-feira (28), o projeto de lei 4330/2004, que regulamenta e expande a terceirização no país. O texto deverá ser lido na sessão plenária desta tarde, para dar início à tramitação. Na ocasião, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), deverá indicar as comissões que se encarregarão de examinar a proposição.

A proposta já é vista com resistência pelos senadores. Os líderes do PMDB e do PT, as duas maiores bancadas da Casa, já disseram que querem alterar o projeto. "A terceirização é importante, mas ela não pode ocupar o espaço fim de qualquer empresa", disse o peemedebista Eunício Oliveira (CE).

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O petista Humberto Costa (PE) classificou o projeto como "disseminador de miséria e desigualdade social", que vai produzir um regime paralelo de empregos precarizados. "Nós do PT não aceitamos esse tipo de violência social. É nossa obrigação assegurar a proteção do emprego direito na atividade finalística. Não há qualquer negociação que possamos abrir sobre atividade-fim das empresas. Ou ela sai do projeto ou votaremos contra", salientou.

Nos bastidores, pessoas próximas a Calheiros chegaram a afirmar que ele seguraria a votação da matéria até o fim do mandato como presidente do Senado, em fevereiro de 2017. Diante das ameaças do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de também atrasar a tramitação das matérias de interesse do Senado, Calheiros negou a intenção de atrasar o projeto da terceirização, mas afirmou que vai discuti-lo "criteriosamente". “ O que não vamos permitir é pedalada contra o trabalhador. O projeto tramitou 12 anos na Câmara. No Senado, terá uma tramitação normal”, garantiu.

O texto aprovado pela Câmara permite, entre outras coisas, a terceirização das atividades-fim das empresas do setor privado. A matéria estabelece também que as empresas passem a ser solidárias nas questões dos direitos trabalhistas e previdenciários, tornando-as corresponsáveis nas ações trabalhistas.

Entre as emendas aprovadas pelos deputados está a que diminui de 24 para 12 meses, do período de quarentena que ex-empregados da contratante têm de cumprir para poder firmar contrato com ela se forem donos ou sócios de empresa de terceirização. Os aposentados não precisarão cumprir prazo. A quarentena procura evitar a contratação de ex-empregados por meio de empresas individuais.

 

A presidente Dilma Rousseff (PT) disse, nesta segunda-feira (27), que o governo reconhece a importância do projeto que regulamenta a terceirização, mas avaliou que ele deve ser discutido com equilíbrio e não pode significar a perda de direitos trabalhistas e de arrecadação. O projeto está em discussão no Congresso Nacional.

Na avaliação de Dilma, a terceirização tal como ocorre hoje tem uma “área cinzenta que tem que ser regulamentada”. Dilma deu as declarações em entrevista a jornalistas, durante visita a Xanxerê (SC).

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“A terceirização tem de estar ancorada em duas exigências: de um lado, o pagamento de impostos, porque não podemos virar um país onde ninguém paga imposto, porque você aceitará uma relação chamada de 'pjotização' que é transformar em pessoa jurídica todos os integrantes de uma empresa. Com isso, você não teria pagamentos de impostos, principalmente de contribuição previdenciária. Transformar em 'pjotização' significa, por outro lado, a perda de direitos trabalhistas importantes conquistados ao longo do tempo”, explicou.

A presidente também falou sobre o ponto polêmico do projeto que envolve a liberação da terceirização para a atividade-fim. Atualmente, apenas a atividade-meio pode ter trabalhadores terceirizados.

“O governo acha que tem de ter equilíbrio, reconhece a importância de ter uma legislação sobre a terceirização e acha que tem de ter esse equilíbrio que significa sobretudo que você não elimine a diferença entre atividades fins e meio para todas as atividades existentes em uma economia”, disse.

O Projeto de Lei 4.330/2004, que regulamenta a terceirização de trabalhadores, deve chegar ao Senado nesta segunda-feira (26). Depois de ter recebido mais de 200 emendas, o texto foi aprovado na noite de quarta-feira (22) na Câmara, onde está sendo concluída a redação final.

Polêmica, a proposta deve receber alterações. O presidente do Senado, Renan Calheiros, e os líderes das duas maiores bancadas, Eunício de Oliveira (PMDB-CE) e Humberto Costa (PT-PE), já disseram que não concordam com alguns pontos. Além disso, outros senadores já foram à tribuna criticar o projeto.

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Renan decidiu convocar uma sessão temática em Plenário para debater a proposição com os senadores e chegou a dizer que a terceirização não poderia ser “ampla, geral e irrestrita” e não permitiria um drible contra o trabalhador.

“Vamos fazer uma discussão criteriosa no Senado. O que não vamos permitir é pedalada contra o trabalhador. O projeto tramitou 12 anos na Câmara. No Senado, terá uma tramitação normal”, disse.

Assim como o presidente Renan Calheiros, o líder petista Humberto Costa mostrou-se contrário à mudança central feita pelo projeto, que permite às empresas contratar trabalhadores terceirizados para suas atividades-fim. Ele garantiu que, se depender do PT, a proposta não passará no Senado do jeito que foi aprovada pela Câmara.

“Não há qualquer negociação que possamos abrir sobre atividade-fim das empresas. Ou ela sai do projeto, ou votaremos contra”, advertiu.

Longa tramitação

O PL 4.330 foi apresentado em 2004 pelo deputado por Goiás Sandro Mabel, filiado na época ao Partido Liberal. E só teve a tramitação acelerada em 2015.

A proposição libera a terceirização de todas as atividades de uma empresa, cria regras de sindicalização dos terceirizados e prevê a responsabilidade solidária da empresa contratante e da contratada nas obrigações trabalhistas.

A política pernambucana iniciou a semana em luto pelas mortes de dois parlamentares do PT em apenas um dia de diferença. Além da perda do PT e dos dias apertados devido o feriado do Dia de Tiradentes, o Senado e a Câmara federal aprovaram Projeto de Lei e Proposta de Emenda à Constituição (PEC), pautas importantes que movimentaram parlamentares e trouxeram à tona opiniões divergentes. 

No domingo (19), o PT acordou chorando pela morte do deputado estadual Manoel Santos. O parlamentar de 63 anos tinha câncer no esôfago e faleceu em São Paulo. Um dia após a notícia da perda do deputado, o PT foi surpreendido com a morte do ex-deputado federal Pedro Eugênio. Este último passou por complicações geradas por uma cirurgia no coração.

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Durante velório de Manoel Santos, a deputado estadual do PT em Pernambuco, deputada Teresa Leitão, revelou que Odacy Amorim cuidará da liderança do partido na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Também na segunda (20), o parlamentar Augusto César (PTB) assumiu a presidência da Casa que em menos de 24h, retornou ao deputado Guilherme Uchoa (PDT), após derrubada da liminar feita pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. Indignado com a AOB, o pedetista declarou guerra ao ex-presidente da instituição, Jayme Asfora (PMDB). Outra movimentação desta data foi o anúncio da ida do ex-prefeito de Carpina, Manoel Botafogo (PDT) à Alepe.

Em pleno feriado do dia 21, políticos deram o último adeus a Manoel Santos, em missa de corpo presente no Recife. Logo após, o deputado foi cremado no Cemitério Morada da Paz. 

De volta do feriado, a quarta-feira (22) teve uma série de atividades na política. Na Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), prefeitos firmaram acordo com a Celpe e discutiram a reforma política e pautas da Marcha dos Prefeitos. No mesmo dia, políticos, familiares e amigos deram a deus a Pedro Eugênio. O petista também foi cremado no Morada da Paz. A data foi marcada também pela aprovação da PEC que reduz ministérios na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) e pela aprovação de um Projeto de Lei do Senado (PLS) 25/2015 que trata de voto distrital para vereadores. Porém, tanto o projeto quanto a PEC dividiram opiniões de políticos.

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Na quinta-feira (23) o deputado Manoel Botafogo assumiu na Alepe e se reuniu com o governador Paulo Câmara (PSB). A data também foi marcada por repercussões sobre o Projeto de Lei da Terceirização e o Senado ameaçou engavetar a proposta. Já o líder do PT no Senado, Humberto Costa, criticou a Câmara dos Deputados por terem aprovado o projeto e disparou dizendo que a Casa jogou no lixo os direitos trabalhistas. No cenário local, o governador Paulo Câmara retomou mais uma rodada do ‘Todos por Pernambuco’. Desta vez na Mata Norte.

Na sexta-feira (24), o governo da Itália autorizou a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado há 12 anos e 7 meses por corrupção no mensalão do PT. A decisão do governo exterior foi comemorada pela oposição pernambucana. No mesmo dia, políticos se posicionaram sobre a reforma política e o PSDB-PE reuniu lideranças para tratar de Comissões Municipais e eleições 2016. Outra repercussão no meio político foi um vídeo do ex-presidente Lula (PT) nas redes sociais. Na postagem com mais de 100 mil visualizações, o petista de 69 anos aparece fazendo exercícios físicos.

 

 

As emendas ao projeto que regulamenta a polêmica terceirização no País foram aprovadas na noite de quarta-feira, 22, com 230 votos a favor, 203 contra e quatro abstenções. Dezoito deputados investigados pela Operação Lava Jato - de um total de 22 alvos - compareceram à votação na Câmara. Quinze, ou 83,3%, votaram a favor do projeto e 3 foram contrários.

Entre os favoráveis, 14 são do PP e 1 é do PMDB. Os contrários são dois do PT e um do PP. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, não votou e três deputados investigados pela Lava Jato não compareceram à sessão em que houve a votação. No total, 22 deputados federais são investigados pela Lava Jato.

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O Projeto de Lei 4330/2004 é uma proposta para regulamentar a terceirização de trabalhadores nas empresas brasileiras. Polêmico, o projeto corre na Câmara dos Deputados desde 2004 e vem sendo debatido e modificado desde então.

Um dos pontos cruciais do texto é a liberação de terceirizados para executar atividades-fim da empresa - ou seja, a função principal da companhia. Até então, as empresas só podiam terceirizar atividades-meio. Por exemplo: uma empresa que produz móveis podia até então terceirizar a limpeza e o serviço de alimentação de seus funcionários, mas não o de montagem da mobília.

As empresas representaram 70,6% dos doadores das campanhas políticas para as eleições de 2014, informa o Estadão Dados. Elas repassaram R$ 3.07 bilhões. As pessoas físicas foram 21,2% dos doadores (R$ 926,6 milhões) e fundos partidários, partidos e candidatos, 8% (R$ 349,9 milhões).

Os números fazem parte do total de doações declaradas na prestação de contas final divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das eleições de 2014.

Lava Jato

Dos 40 deputados do PP em exercício na Câmara, 45% serão investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Dezoito parlamentares são suspeitos de terem envolvimento com o esquema de corrupção e propinas instalado na Petrobrás e desbaratado pela Operação Lava Jato. O partido, com PT e PMDB, são suspeitos de lotear diretorias da Petrobrás para arrecadar entre 1% e 3% de propina em grandes contratos, mediante fraudes em licitações e conluio de agentes públicos com empreiteiras organizadas em cartel.

No PP serão investigados: Afonso Hamm, Aguinaldo Ribeiro, Arthur Lira, Dilceu Sperafico, Eduardo da Fonte, Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Lázaro Botelho, Luis Carlos Heinze, Luiz Fernando Faria, José Olimpio, Nelson Meurer, Renato Molling, Roberto Balestra, Roberto Britto, Sandes Júnior, Simão Sessim e Waldir Maranhão.

Veja como os investigados na Lava Jato votaram no projeto da terceirização:

PP:

Arthur de Lira - AL: Sim

Afonso Hamm - RS: Sim

Roberto Balestra - GO: Sim

Roberto Pereira de Britto - BA: Sim

Dilceu João Sperafico - PR: Sim

Sandes Junior - GO: Sim

Eduardo da Fonte - PE: Sim

Jeronimo Goergen -RS: Sim

José Otávio Germano - RS: Sim

Luiz Fernando Faria - MG: Sim

José Olímpio - SP: Sim

Lázaro Botelho - TO: Sim

Nelson Meurer - PR: Não

Luiz Carlos Heinze - RS: Sim

Renato Molling - RS: Sim

Aguinaldo Ribeiro (PB), Simão Sessim (RJ) e Waldir Maranhão (MA): Não estavam presentes

PT:

José Mentor - SP: Não

Vander Loubet - MS: Não

PMDB:

Aníbal Gomes - CE: Sim

Eduardo Cunha -RJ: Não votou

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, criticou a aprovação na Câmara Federal do projeto que regulamenta a terceirização no País. Desfavorável a proposta, o petista disse que a Casa deu “uma nova demonstração do quanto está desconectada da vontade popular”.

A votação da matéria foi concluída na noite dessa quarta-feira (23) com 230 deputados a favor e 203 parlamentares contra, a parte do texto mais polêmica, que permite terceirizar qualquer atividade. A proposta segue agora para apreciação no Senado. “A despeito de todas as críticas da OAB, dos juízes do Trabalho, dos membros do Ministério Público do Trabalho e, principalmente, dos trabalhadores deste país, a maioria dos deputados optou por mandar para o lixo uma série de direitos trabalhistas históricos ao aprovar o projeto de lei da terceirização”, disparou.

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O senador relembrou do histórico de direitos conseguidos ao longo dos anos e viu a aprovação como um desrespeito a Consolidação da Lei Trabalhista (CLT). “Direitos conquistados em décadas de lutas, com o suor e o sangue de muitos homens e mulheres, foram implodidos numa conveniente articulação partidária. A Câmara rasgou a CLT na cara dos brasileiros, ignorando o imenso retrocesso que isso significa para a nossa sociedade”, cravou.

Indignado com a aceitação da Casa Federal, Humberto Costa considera importante o conhecimento da população em relação aos parlamentares que votaram favoráveis a proposta. “A terceirização institui um regime paralelo de emprego precarizado, que dispersa a organização sindical, inviabilizando acordos e convenções coletivas, e fulmina direitos fundamentais dos trabalhadores, a partir do estímulo à ruptura da relação de emprego, à qual diversos benefícios estão associados”, explicou.

O senador também questionou a posição do PSDB, que votou a favor da proposta. “O teatro da semana passada montado pelo PSDB mostrou-se uma farsa. E não é uma questão de ganhar ou perder a “guerra da comunicação”, como disse um deputado tucano. É uma questão de estar contra ou a favor dos trabalhadores deste país e de toda a legislação laboral que protege os seus direitos”, afirmou Humberto.

No Senado – Reforçando ser contra a Lei, que foi uma das orientações dada pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, o senador garantiu que a bancada do partido votará contra a proposta no Senado. “Não há qualquer negociação que possamos abrir relativa à terceirização da atividade-fim das empresas. Ou ela sai do texto do projeto ou nós votaremos contra ele”, disse e completou: “O PT não aceitará e não admitirá esse retrocesso democrático e esperamos que os trabalhadores do país encampem esta luta", completou o parlamentar. 

Depois de ser aprovado na Câmara dos Deputados nessa quarta-feira (22), o projeto de Lei que regulamenta a terceirização do mercado de trabalho no país pode ir parar na gaveta do Senado. Isso porque o presidente da Casa, o senador Renan Calheiros (PMDB-RN) não concorda com a proposta e sabe que, mesmo que os senadores façam alterações, elas poderão ser derrubadas pelos deputados posteriormente.

Como o projeto original partiu da Câmara – o autor foi o ex-deputado Sandro Mabel (PL/GO) – cabe a Casa revisar a matéria antes de enviá-la para a sanção. Ou seja, os senadores até podem mudar o texto, mas como o PL voltará para a apreciação dos deputados, eles poderão voltar ao texto acordado na Casa. O próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já tinha dado indício que essa será a pretensão. "O que a Câmara decidir pode ser revisado pelo Senado. Mas a última palavra será da Câmara. A gente derrubaria a decisão se o Senado desconfigurar o projeto", frisou.

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Diante disso, Calheiros deverá adiar, o quanto for possível, a apreciação do texto pelo plenário do Senado. Pessoas ligadas ao senador já falam em segurar a votação, pelo menos, até janeiro de 2017, quando a gestão de Calheiros será encerrada. "Demorou 11 anos para passar na Câmara, se demorar cinco para tramitar no Senado está bom", afirmou um interlocutor direto de Calheiros, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de tempo real da Agência Estado.

De fato, a matéria encontrará barreiras no Senado. Os líderes do PMDB e do PT, as duas maiores bancadas da Casa, já disseram que querem alterar o projeto. "A terceirização é importante, mas ela não pode ocupar o espaço fim de qualquer empresa", disse o peemedebista Eunício Oliveira (CE).

Em discurso no plenário, o petista Humberto Costa (PE) classificou o projeto como "disseminador de miséria e desigualdade social", que vai produzir um regime paralelo de empregos precarizados. "Nós do PT não aceitamos esse tipo de violência social. É nossa obrigação assegurar a proteção do emprego direito na atividade finalística. Não há qualquer negociação que possamos abrir sobre atividade-fim das empresas. Ou ela sai do projeto ou votaremos contra", salientou.

Uma estratégia para "desacelerar" a tramitação do projeto é fazer com que ele passe por várias comissões permanentes, para que sejam realizadas sessões e audiências públicas nas comissões e no plenário. Humberto apostou que, pela envergadura da proposta, ela terá de passar por pelo menos quatro comissões da Casa.

Câmara

A Câmara dos Deputados concluiu a votação das emendas ao projeto nessa quarta-feira (22), aprovando inclusive a mudança no texto que permite a terceirização das atividades-fim das empresas do setor privado. A emenda, de autoria do PMDB e do Solidariedade, foi aprovada por 230 votos a 203.

Os pernambucanos que votaram a favor desse dispositivo foram Augusto Coutinho (SD), Bruno Araújo (PSDB), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Coelho Filho (PSB), Fernando Monteiro (PP), Jorge Côrte Real (PTB), Kaio Maniçoba (PHS), Mendonça Filhop (DEM) e Sílvio Costa (PSC). Já Anderson ferreira (PR), Betinho Gomes (PSDB), Cadoca (PCdoB), Daniel Coelho (PSDB), Gonzaga Patriota (PSB), Jarbas Vasconcelos (PMDB), João Fernando Coutinho (PSB), Luciana Santos (PCdoB), Raul Jungmann (PPS), Ricardo Teobaldo (PTB), Tadeu Alencar (PSB), Wolney Queiroz (PDT) e Zeca Cavalcanti (PTB) foram contrários.

O texto também estabelece que as empresas passem a ser solidárias nas questões dos direitos trabalhistas e previdenciários, tornando-as corresponsáveis nas ações trabalhistas. Em outra votação, os parlamentares aprovaram emenda que determina a aplicação de cota de contratação de pessoas com deficiência para todos os trabalhadores da empresa entre os próprios e os terceirizados.

Outra mudança em relação ao texto-base é a diminuição, de 24 para 12 meses, do período de quarentena que ex-empregados da contratante têm de cumprir para poder firmar contrato com ela se forem donos ou sócios de empresa de terceirização. Os aposentados não precisarão cumprir prazo. A quarentena procura evitar a contratação de ex-empregados por meio de empresas individuais.

Com informações de agências.

O Partido Social dos Trabalhadores Unificado (PSTU) exibirá na noite desta quinta-feira (23) seu programa partidário semestral. Na veiculação, a agremiação denunciará o discurso dos políticos e do governo federal nas eleições e “os ataques aos trabalhadores quem vem impondo após eleitos”.

Com a participação do presidente nacional da legenda, Zé Maria, a gravação também abordará o Projeto de Lei da Terceirização e as Medidas Provisórias 664 e 665 que versam sobre os benefícios do seguro desemprego e previdência social. "Em algum momento eles falaram que iriam terceirizar, retirar os seus direitos e fazer um ajuste fiscal antissocial?", questionará a presidente do PSTU em Sergipe, Vera Lúcia. Também marcam presença no programa os vereadores do PSTU em Belém, Cleber Rabelo, e em Natal, Amanda Gurgel.

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Zé Maria aproveitará o espaço público para fazer um chamado às centrais sindicais e às organizações dos trabalhadores para a construção de uma greve geral. "O governo diz que o ajuste antissocial é a única solução para a crise. Mas existe outro caminho. Os capitalistas que paguem pela crise", dirá, defendendo a suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros, a redução da jornada de trabalho, a reforma agrária e uma Petrobras 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores.

O programa d PSTU tem duração de cinco minutos e será exibido às 20h no rádio e às 20h30 na televisão. 

 

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 22, uma emenda que mantém na regulamentação de atividades terceirizadas pontos contrários ao que o Palácio do Planalto pediu para que fossem retirados do texto final do Projeto de Lei 4.330/2004. A emenda nº 15, apresentada em plenário pelo relator, Arthur Oliveira Maia (SD-BA), recebeu apoio de 230 deputados. Outros 203 parlamentares votaram contra e quatro optaram pela abstenção.

Com a aprovação, o governo perdeu na tentativa de eliminar do texto a expressão "qualquer atividade", o que permite que uma empresa possa terceirizar toda e qualquer parte de sua operação. O PT apresentou emenda para derrubar essa expressão, mas com a votação da emenda nº 15, a sua proposta ficou prejudicada e não foi apreciada.

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O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de fazer "manobra regimental para impedir a transparência do voto dos parlamentares ao classificar como prejudicada a emenda petista. O PT queria que durante a votação nominal sobre a permanência ou a retirada da expressão "qualquer atividade" para dar publicidade à escolha individual. "Houve uma tentativa de esconder o voto dos parlamentares", disse.

Previdência

O modelo de contribuição previdenciária proposto pelo governo não foi analisado pelos deputados, mesmo após negociações que envolveram os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; das Comunicações, Ricardo Berzoini; e da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha.

O Planalto queria estabelecer um porcentual fixo de 5,5% sobre a receita das empresas. No texto aprovado, fica mantida a proposta do relator, que define alíquota de 20% sobre a folha de pagamento para empresas com baixa cessão de mão de obra e de 11% sobre a receita para empresas cujo serviço se concentra no fornecimento de mão de obra.

A Câmara ainda vota duas emendas para que o PL 4.330 seja enviado ao Senado, onde poderá sofrer alterações.

O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, disse nesta quarta-feira, 22, ao deixar reunião do núcleo de coordenação política do governo com líderes de partidos da base, que é preciso "perseverança" para chegar a um acordo sobre o projeto de lei que regulamenta a terceirização no País. "Se não houver perseverança e firmeza dos líderes, nós podemos não chegar a um acordo para votar", disse.

A Câmara retoma hoje a votação de emendas que podem mudar substancialmente o texto-base do projeto, já aprovado pela Casa há duas semanas, à revelia da vontade do Palácio do Planalto. Berzoini avaliou que é preciso avançar em pontos que o PMDB e outros aliados divergem da orientação do Palácio do Planalto antes do início da votação das emendas.

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Segundo ele, o encontro serviu para tentar "organizar as divergências" que o Projeto de Lei 4.330/2004 gerou na base. "Há uma tentativa de pelo menos organizar as divergência. A medida que algumas medidas são questão de princípios para alguns partidos e as posições são divergentes na base e na oposição, organizar as divergências seria um avanço para a gente poder caminhar para uma votação que pelo menos possa trazer algum entendimento sobre o mérito da matéria", afirmou.

Berzoini disse que ainda há conflito sobre o pedido do Ministério da Fazenda para que empresas bom baixo uso de mão de obra como na sua atividade terceirizada recolham uma alíquota de 5,5% sobre a receita como contribuição ao INSS - hoje, essa categoria paga 20% sobe a folha de pagamento, enquanto setores com uso intensivo de pessoal recolhe 11% da receita.

Outro ponto de divergência está na definição de atividade-fim e atividade-meio. O governo defende que apenas a atividade-meio seja permitida. "A questão da atividade-fim e atividade-meio é fundamental para a organização da negociação coletiva no Brasil. Então são dois temas centrais (junto com o INSS) que se desdobram em quatro ou cinco outros temas cada um", disse.

O líder do PMDB, Leonardo Pisciani (RJ), deixou a reunião afirmando que o PT precisa retirar uma emenda definindo a terceirização apenas nas atividades-meio. Caso contrário, o governo pode perder na votação os pontos que tenta mudar no texto-base do projeto da terceirização. "É um sentimento que tenho do que tenho visto na Câmara", disse. "Eu diria que o governo para ver a sua proposta aprovada precisa convencer o PT", afirmou.

Já o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que integra a coordenação política do governo, disse que há dois pontos de consenso na base: a responsabilidade solidária que obriga a empresa contratante a responder no caso de a terceirizada não pagar diretos trabalhistas; e a regra para que ex-funcionários só prestem serviço como terceirizados à sua antiga empregadora após 12 meses do fim do vínculo empregatício - no texto-base do projeto da terceirização esse prazo era de 24 meses.

"No processo de negociação política tudo é possível. Temos a missão de tentar construir o consenso, tentar fazer com que a base do governo possa ser preservada como base. Não pode de nenhuma forma sair daqui com fracionamento, com todo mundo pensando que tem razão ou pensando que não tem razão", disse Padilha.

O plenário da Câmara dos Deputados retoma nesta quarta-feira (22) a votação do projeto de lei 4330/04, que regulamenta a terceirização do mercado de trabalho no país. O plenário já aprovou o texto-base, mas ficaram pendentes as emendas e os destaques apresentados à matéria.

De acordo com o líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), há acordo entre partidos da base e parte da oposição para concluir a votação do projeto. "Acho que tende a ser uma votação rápida porque já tem acordo", disse ele ao Broadcast Político.

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Um dos pontos mais polêmicos é o que permite a terceirização até para as atividades-fim da empresa contratante. Os sindicatos temem que a medida precarize as relações trabalhistas. Os partidos que são contra tentarão mudar esse trecho. Já os defensores argumentam que isso aumentará o número de empregos.

O acerto entre os partidos, por enquanto, envolve três pontos: a responsabilidade solidária que obriga empresas contratantes a responderem pelo pagamento de direitos trabalhistas a funcionários da terceirizada; a redução de 24 para 12 meses no tempo mínimo para ex-funcionário de empresa contratante prestar serviço como terceirizado; e cobrança de 5,5% da receita de terceirizada não especializada em fornecer mão de obra como INSS - hoje, a categoria recolhe 20% sobre a folha de pagamento.

Pauta

Também aguardam votação projetos de lei sobre segurança pública, como o que prevê o uso pela Polícia Federal, no combate ao crime, de material apreendido como contrabando ou descaminho. O substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), elaborado pelo deputado Felipe Maia (DEM-RN), determina a alocação desses bens no Fundo Nacional de Segurança Pública depois do perdimento decretado pela Justiça Federal ou por órgão fazendário.

O plenário pode votar ainda, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição 457/05, do Senado, que estende de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Para ser aprovada, a PEC precisa de um mínimo de 308 votos.

Com informações das agências Câmara e Estado.

Com o feriado desta terça-feira (21), o plenário da Câmara dos Deputados só volta a se reunir na quarta-feira (22), quando retomará a votação do projeto de lei 4330/04, que regulamenta a terceirização. O plenário já aprovou o texto-base, mas ficaram pendentes as emendas e os destaques apresentados à matéria.

Um dos pontos mais polêmicos é o que permite a terceirização até para as atividades-fim da empresa contratante. Os sindicatos temem que a medida precarize as relações trabalhistas. Os partidos que são contra tentarão mudar esse trecho. Já os defensores argumentam que isso aumentará o número de empregos.

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Também poderá ser discutido o tipo de responsabilidade da empresa contratante em relação aos direitos trabalhistas, se ela será subsidiária ou solidária. O texto prevê que será solidária, permitindo ao trabalhador processar a contratante e também a contratada, apenas se a empresa contratante não fiscalizar os pagamentos devidos pela contratada.

Pauta

Também aguardam votação projetos de lei sobre segurança pública, como o que prevê o uso pela Polícia Federal, no combate ao crime, de material apreendido como contrabando ou descaminho. O substitutivo da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), elaborado pelo deputado Felipe Maia (DEM-RN), determina a alocação desses bens no Fundo Nacional de Segurança Pública depois do perdimento decretado pela Justiça Federal ou por órgão fazendário.

O plenário pode votar ainda, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição 457/05, do Senado, que estende de 70 para 75 anos a aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU). Para ser aprovada, a PEC precisa de um mínimo de 308 votos.

Com informações da Agência Câmara.

Um dia depois de derrotar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e garantir o adiamento da votação dos destaques do projeto de lei que regulamenta a terceirização no País, o governo fará a primeira reunião com parlamentares para tentar chegar a um acordo e votar as emendas na próxima semana.

O encontro está previsto para as 16h desta quinta-feira, 16, na Vice-Presidência da República. Participam da reunião o vice-presidente Michel Temer, o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações), o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o relator do texto-base aprovado na semana passada, Arthur Maia (SD-BA).

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A votação dos destaques aconteceria na noite de quarta-feira, 15, mas a sessão foi interrompida antes da aprovação de um requerimento de retirada de pauta apresentado pelo líder do PSD, Rogério Rosso (DF). O PMDB temia sofrer uma derrota ainda maior diante do racha no PSDB, que fez dobradinha com o PT e influenciou apoiadores do projeto a mudarem de lado. O partido do presidente da Câmara defende a terceirização das atividades-fim e diverge do governo também na questão previdenciária.

Após ser condecorado em cerimônia do dia do Exército, onde esteve ao lado da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que, "sem dúvida", o projeto de terceirização será votado na próxima quarta-feira (22) e que, se não houver consenso, o voto resolverá a questão. "Você tem um projeto que está sendo debatido há 11 anos e tem um debate de cunho ideológico que, de uma certa forma, contamina o processo, isso é natural", declarou.

Ele lembrou ainda que, em relação às questões relativas à arrecadação, que estão sendo negociadas com o governo, "estão mais ou menos acertadas e acabarão acertando até o momento". Cunha reconheceu que "foi melhor criar o ambiente" para que se vote depois na quarta-feira da semana que vem.

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Questionado se haverá mais mudanças no texto da terceirização, o presidente da Câmara, respondeu: "o instrumento da emenda aglutinativa permite apresentar (mudança). Não controlo esse processo, é de origem dos parlamentares. Seja qual for a proposta que vier, será decidido na quarta-feira", declarou. E emendou: "Hoje eu estava brincando que, se a gente tiver consenso, ótimo. Mas o voto resolve dissenso. Então não dá para achar que todas as matérias têm que ser de consenso. Se fosse assim, não precisava ter parlamento. Então, a gente tem que buscar na medida do possível combinar, e o voto resolver", afirmou.

Sobre a indicação de Henrique Eduardo Alves para o Ministério do Turismo, Eduardo Cunha salientou que ele "é um quadro excepcional". E completou: "então, para nós, é sempre uma honra e orgulho. Não tenho que considerar vitória nem derrota. É um orgulho para qualquer governo poder ter o Henrique no seu ministério".

Eduardo Cunha e a presidente Dilma Rousseff trocaram beijinhos na chegada, mas ambos não conseguiram conversar na cerimônia.

Manifestantes da Central Única de Trabalhadores (CUT) continuam na Avenida Paulista, debaixo da chuva que atinge São Paulo. Eles esperam a passeata organizada pelo MTST, que reuniu pelo menos 2.500 pessoas, segundo a Polícia Militar. Após concentração no Largo da Batata, eles marcham em direção à avenida.

Às 19h30 a passeata estava na Avenida Rebouças, ocupando totalmente a via. Os protestos são contra o Projeto de Lei 4330/04, que regulamenta a terceirização de funcionários em empresas, e está em votação na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 15.

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Interior de SP

Em Taubaté, sete empresas do setor de autopeças registraram protestos com a participação de cerca de cinco mil trabalhadores. Em Bauru, manifestantes fantasiados e levando bonecos representando parlamentares protestaram no centro. A PM calculou o público em 40 pessoas.

Em São José dos Campos, houve manifestações em frente à Embraer, onde 3,5 mil trabalhadores atrasaram a entrada em uma hora, segundo as lideranças sindicais, e na General Motors, com participação de 2 mil funcionários. Cerca de 1,4 mil protestaram na frente da Refinaria Henrique Laje (Revap) por uma hora, segundo o Sindicato dos Petroleiros. No centro, os ônibus do transporte urbano fizeram "operação tartaruga", circulando em baixa velocidade.

Cerca de 500 manifestantes, segundo a PM, bloquearam a entrada da Refinaria Planalto (Replan) da Petrobras, em Paulínia, interior de São Paulo. A Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332) chegou a ser interditada. Em São Carlos, 700 funcionários da empresa Tecmuseh pararam as atividades por uma hora, segundo o sindicato local. Na Volkswagen, 250 trabalhadores também cruzaram os braços. Em Rio Claro, 2 mil trabalhadores da Whirpool (antiga Brastemp) pararam por uma hora.

Em Indaiatuba, cerca de 2,1 mil trabalhadores entraram em greve na montadora da Toyota. A entrada dos funcionários na fábrica foi bloqueada pelos manifestantes. A montadora da Honda, na cidade de Sumaré teve paralisação que atingiu os 3,4 mil trabalhadores, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A PM não contabilizou o número de grevistas. Bloqueios na entrada da Mercedes Benz em Campinas impediram o acesso de 1,5 mil trabalhadores.

Cerca de mil pessoas, segundo estimativas da PM no Largo da Batata, se reúnem em uma concentração para uma passeata contra pautas consideradas conservadoras pelos movimentos, como a PL 4330 e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos". A manifestação partirá desse ponto na zona oeste para a avenida Paulista, na região central, onde estão concentrados movimentos sindicais como CUT e CTB.

No Largo da Batata, há bandeiras do MTST, MST, MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores), UJR (União Juventude Rebelião), entre vários outros grupos. Também participam de manifestações coordenadas pelo País, o coletivo Conlutas e a Intersindical. O PSOL também participa - é o único partido oficialmente envolvido na organização dos protestos. Há ainda alguns partidários com bandeiras do PDT, mas o partido não apoia os protestos institucionalmente.

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"A grande diferenciação da manifestação de hoje é que há muito tempo não ocorria manifestação unificada dos movimentos combativos no Brasil", disse Marcelo Águirre, dirigente estadual do PSOL. Segundo Aguirre, Luciana Genro, ex-candidata presidencial participará do ato. Ele estima a participação de, pelo menos, 25 mil pessoas. "Está só no começo."

O dirigente ressalta que a pauta contra o PL 4330, que libera terceirização em atividades-fim está em destaque por estar em votação na Câmara, mas que o movimento alerta para toda a pauta conservadora que avança no Congresso, como a proposta para reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos e as MPs que restringem acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.

Aguirre afirma que o movimento é contrário às tentativas de impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas que nem por isso vão baixar a cabeça para medidas conservadoras na economia. "O governo Dilma, pra atravessar a crise, está adotando uma política econômica extremamente conservadora e retrógrada. O próprio (Joaquim) Levy é o ministro dos banqueiros. Mas a Dilma foi eleita democraticamente, não cabe impeachment, isso é golpismo", afirmou.

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