A ex-presidente Dilma Rousseff aproveitou os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, completados nesta segunda-feira (10), para afirmar que o documento não é cumprido. A declaração foi adotada pela ONU em 10 de dezembro de 1948. “Ah, se a Declaração dos Direitos Humanos fosse obedecida. Continua atual, continua necessária e, infelizmente, continua sendo desrespeitada, inclusive no Brasil”, lamentou por meio do Facebook.
A ex-presidente, que disputou uma vaga no Senado Federal na eleição deste ano e foi derrotada, condenou uma declaração do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) sobre o MTST e MST. “Se a DUDH fosse respeitada, capangas encapuzados não teriam assassinado a tiros dois militantes do MST, há dois dias, num acampamento de trabalhadores sem-terra no interior da Paraíba”.
##RECOMENDA##“Se a DUDH fosse cumprida, o presidente que assume dia 1º não teria anunciado que vai tratar o MST e o MTST como grupos terroristas e nem teria dito isto: “Àqueles que me questionam se eu quero que mate esses vagabundos, eu quero, sim”, complementou.
Dilma também falou sobre a prisão do ex-presidente Lula e ainda afirmou que se o governo Temer tivesse acatado a declaração 1,7 milhão de brasileiros não teriam voltado à pobreza extrema. “Se a DUDH fosse obedecida, o maior líder popular do nosso país, Lula, não estaria preso e isolado há quase oito meses, sem culpa provada e em desrespeito a uma determinação da ONU, apenas para ser afastado da eleição, da política, da sua cidadania e da sua família”, criticou.
Na publicação, a ex-presidente ainda relembrou a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. “Se a DUDH fosse seguida, o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes não teria ocorrido e não estaria completando 9 meses sem que seus autores e mandantes tenham sido presos. Por tudo isto, a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos ainda depende da nossa luta”, finalizou.