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O aposentado Carlos Alberto (de camisa azul) passou a receber atendimentos de saúde nas próprias farmácias. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

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Disposto a uma conversa agradável e sempre pronto para compartilhar uma boa piada, o aposentado Carlos Alberto Fernandes Seixas, de 56 anos, reflete bem-estar. Além da feição feliz, o recifense demonstra uma saúde admirável e revela ser um dos brasileiros que não abrem mão de manter consultas médicas rotineiras. Ele entende que cuidar do próprio corpo, sob orientações de profissionais especializados, é fundamental para quem almeja uma boa condição física. Mais do que isso, Paulo também faz questão de praticar exercícios com regularidade, guardando um carinho especial pelas suas indispensáveis caminhadas em ruas da Zona Norte da capital pernambucana.

Morador do tradicional bairro de Casa Amarela, um dos mais populosos do Recife, ele revela que - entre uma caminhada e outra - um endereço é destino obrigatório na sua rota. Há pelo menos dois anos, ele frequenta com regularidade uma das farmácias da rede Pague Menos. Na unidade, o aposentado descobriu e incluiu em sua rotina os atendimentos clínicos realizados por farmacêuticos, que vão de testes rápidos, como o de glicemia, até aferição de pressão arterial. Sua confiança pelo serviço ganhou mais força quando, ao ser orientado por um desses profissionais, checou uma informação junto a sua médica.

“Uma pessoa maravilhosa é o Adriano, o farmacêutico que me atende sempre. Inclusive, tive um problema na próstata; falei com Adriano, ele viu todos os exames e informou que estava tudo bem comigo. Como sou exigente, levei os exames para a minha médica, que confirmou e elogiou o serviço da farmácia. Isso me fez dar mais crédito ainda. É uma prova de que o serviço farmacêutico mudou, antigamente os farmacêuticos apenas entregavam o remédio para comercializar. Hoje, no entanto, eles olham o lado humano do cliente. Estou tendo um atendimento maravilhoso”, conta o aposentado.

Cliente assídua da farmácia, assim como Seu Carlos, a dona de casa Valdenice Almeida, 69 anos, também adotou o serviço farmacêutico. Ela reside no bairro há 18 anos, mas só há cerca de três anos passou a ter orientação sobre saúde na própria unidade. “Passo aqui, faço aferição e recebo muitas informações. Antes, o cliente só consumia remédio, mas após esse serviço ficou muito melhor. A gente compra e ainda cuida da nossa saúde. O próprio atendimento melhorou”, opina.

 Outro cliente que passou a receber atendimentos farmacêuticos regularmente, o aposentado José Arthur de Sá, 73, acredita que o serviço é um diferencial importante no concorrido mercado de farmácias. Sempre que volta da academia onde pratica exercícios físicos, Seu José faz questão de entrar na unidade recifense para realizar exames rápidos ou simplesmente bater um papo descontraído com a equipe farmacêutica. Na sua ótica, esse tipo de emprendimento não é um simples ponto comercial; é também, para ele, um espaço de saúde que tem o objetivo de contribuir para a população brasileira.

“Diariamente, mais ou menos umas 10h, passo aqui para comprar produtos. Além disso, no meio da semana, venho aferir a pressão e fazer um exame rápido. Preciso me cuidar porque tenho 73 anos e quero ter um final feliz de vida" afirma José, que ainda elogia as conversas e orientações atenciosas dos farmacêuticos.

  

O aposentado José Arthur de Sá incluiu em sua rotina a assistência farmacêutica / Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Todo esse serviço clínico aplicado desde 2014 pelas grandes redes era chamado por especialistas do segmento como “revolução silenciosa”. Hoje, no entanto, a revolução já ecoa em alto tom por muitas unidades. Encabeçada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a ação pretende massificar nos estabelecimentos o serviço de saúde no âmbito da assistência farmacêutica. Empresas do setor estão recebendo consultoria sobre a iniciativa, bem como profissionais da área têm à disposição inúmeras capacitações contínuas - que facilitam a adequação à essa nova realidade de mercado -. O conjunto dessas ações impacta, consequentemente, nas esferas econômica, profissional e - principalmente -na saúde dos clientes. Praticamente, todos os serviços são gratuitos. 

Adriano Costa, o farmacêutico elogiado por Seu Paulo e outros clientes, acredita que os atendimentos começaram a modificar a formação dos profissionais da área. De acordo com ele, o mercado não tem espaço para um farmacêutico que se atenha apenas a vender ou encontrar o produto do cliente na prateleira. É preciso, sobretudo, segundo Adriano, se enxergar como profissional da saúde, que tem um papel importante em prol do bem-estar da sociedade.

>> Fortalecimento das salas clínicas e um mercado que propaga saúde

De acordo com a Abrafarma, a quantidade de estabelecimentos com salas onde são realizados os serviços farmacêuticos mais do que dobrou nos últimos 12 meses. O número saiu de 605 para 1.670 unidades, que corresponde a um avanço de 176%. Ainda segundo a Associação, a previsão é que, até o final deste ano, sejam realizados 2,6 milhões de atendimentos nas grandes redes de farmácias. Essa estimativa otimista reflete explicitamente o crescimento exponencial desse tipo de atividade, uma vez que a projeção representa praticamente o dobro do número de ações registradas em 2017 no setor: 1,4 milhão de atendimentos.

Os levantamentos da Abrafarma ainda vislumbram uma expansão nos serviços realizados nas unidades, principalmente os que são considerados como "avançados". Segundo a instituição, dos 1.670 estabelecimentos que dispõem de salas clínicas, mais de 900 contam com oito programas de saúde apontados nessa categoria. A projeção é que, até o final de 2018, esse número passe de 2 mil estabelecimentos. 

 

Na Pague Menos, o serviço de atendimento farmacêutico, iniciado em 2014, foi batizado de 'Clinic Farma'. A rede estipula que realizou, apenas no primeiro semestre deste ano, cerca de 3 milhões de procedimentos clínicos, duas vezes mais do que o ano passado. Das quase mil lojas da rede distribuídas em 26 estados brasileiros, mais de 700 unidades contam com salas clínicas. De acordo com a gerente nacional da Clinic Farma, Socorro Simões, todo o trabalho voltado para a saúde, além de ser uma exigência do mercado farmacêutico, empodera os profissionais da área e fideliza ainda mais a relação da empresa com os clientes.

“Cada vez mais, queremos levar saúde à população brasileira - que está sempre procurando esse serviço -. É um atendimento que acaba empoderando o profissional a atuar, prestando uma atenção farmacêutica eficiente. Hoje a gente já nota que o cliente entende que é um serviço diferenciado. O público pode agendar para um atendimento contínuo ou pode começar a receber orientação quando chega às nossas unidades dentro do horário comercial”, explica Socorro Simões.

Segundo a coordenadora farmacêutica da Pague Menos em Pernambuco, Micalyne Egito, o avanço dos serviços farmacêuticos não dispensa o atendimento médico. De acordo com ela, esse é o alerta feito pelos profissionais da área durante os contatos com os clientes. No áudio a seguir, Micalyne dá mais detalhes do serviço e faz uma projeção sobre as tendências do segmento.

Presidente-executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto aposta nas experiências internacionais para continuar o fortalecimento do atendimento farmacêutico no Brasil. O gestor ainda reforça que é importante para os especialistas do segmento de saúde e, principalmente, para a própria população, um trabalho conjunto entre, por exemplo, os profissionais de farmácia e os médicos de diferentes áreas.

“No mundo inteiro, a farmácia tem ocupado um papel de mais protagonismo na saúde, por ser um local de maior proximidade com a população e o farmacêutico por ser um profissional que entende de doença e medicamentos. O farmacêutico pode ser um protagonista, auxiliando o tratamento médico. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, o governo ou planos de saúde pagam para o farmacêutico organizar ou gerir medicamentos de um paciente, porque não é o médico que faz isso, e sim o profissional de farmácia”, explica o presidente da Abrafarma. 

Barreto valoriza ainda o contato profissional que é feito com o cliente. É um vínculo, segundo ele, que perpassa a questão comercial da venda de um medicamento ou qualquer outro produto, passando a permear o âmbito da saúde. “É ali, no atendimento clínico farmacêutico, que o cliente pode ter uma conversa muito mais franca sobre como ele se sente, sobre algum medicamento que ele usa ou por que não conseguiu mudar o hábito alimentar. O serviço ainda é uma novidade no Brasil, a gente aprovou uma lei em 2014 trazendo de novo este papel para as farmácias. Defendemos que a farmácia pode fazer três coisas: a primeira delas é identificar risco, fazendo testes rápidos. Você faz 25 testes na ponta do dedo, como diabetes, colesterol, dengue, um verdadeiro painel de identificação. Isso já tinha na Europa há muito tempo. Muito em breve vai se ver nas farmácias pequenas. O segundo ponto: imunização, ou seja, prevenção por meio de vacinas. Além disso, o terceiro é fazer com que o paciente que é crônico não abandone o tratamento”, detalha.

Campanhas compartilham saúde - Com o objetivo de combater doenças que afetam a população brasileira, grandes redes de farmácias, sob organização da Abrafarma, realizam, desde março deste ano, campanhas de saúde que conscientizam os clientes, de maneira gratuita, sobre os riscos de diferentes diagnósticos. A primeira ação tratou de obesidade. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), quase 20% dos brasileiros sofrem com o problema e mais da metade da população é acometida por sobrepeso. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, uma em cada cinco pessoas é obesa.

De 26 a 30 de março, os consumidores puderam solicitar aos farmacêuticos avaliação de peso, altura, taxa de gordura corpórea e orientações para controle do peso. O balanço da Abrafarma aponta que, especificamente nessa campanha, mais de 14 mil pessoas foram atendidas. Além disso, outro recorte impressiona: sete a cada dez clientes atendidos apresentaram sobrepeso.

Em junho deste ano, mais de mil farmácias, oriundas de dez grandes redes, realizaram a campanha de combate à asma. Segundo balanço das empresas, 7.211 clientes receberam atendimentos; foram realizados testes de controle da doença categorizados da seguinte maneira: "Excelente", "Bom" e "Mau".

Outro destaque foi a campanha realizada em agosto deste ano, direcionada a ações de combate ao colesterol. Segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 60 milhões de brasileiros apresentam níveis altos de colesterol. Durante a campanha, 7.508 clientes foram atendidos em mais de 180 lojas.

Até novembro deste ano, vários problemas de saúde que devem ser combatidos estarão em pauta nas campanhas das grandes redes. Os calendários são divulgados nas redes sociais da Abrafarma e das farmácias envolvidas. 

Em 2017, foram realizadas nove campanhas de saúde no período de março a novembro. Mais de mil farmácias participaram das ações, promovendo um número superior a 80 mil atendimentos. Segundo levantamento da Abrafarma, cerca de 3 mil farmacêuticos atuaram durante as intervenções.

>> Vacinação amplia leque de serviços nas farmácias 

Em dezembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da sua Diretoria Colegiada, aprovou resolução que permite qualquer estabelecimento de saúde realizar vacinações, como farmácias e drogarias. “A norma dá ao setor regulado mais clareza e segurança jurídica quanto aos requisitos que devem ser seguidos em todo o território nacional. Além disso, as vigilâncias sanitárias das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde poderão exercer a fiscalização a partir de norma mais objetiva e uniforme quanto às diretrizes de Boas Práticas em serviços de vacinação, independentemente do tipo de estabelecimento”, informou o órgão em seu site oficial.

De acordo com a Anvisa, a população poderá identificar os pontos de farmácias que dispõem do serviço. Esses estabelecimentos deverão respeitar requisitos de qualidade e segurança já definidos pela Agência, “além de ter sua rotina facilitada pelo aumento das opções de escolha quanto ao local de prestação do serviço”. 

A seguir, é possível conferir ponto a ponto dos requisitos mínimos estabelecidos pela Anvisa para essa prática nos estabelecimentos em todo o país:

• Licenciamento e inscrição do serviço no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES);

• Afixação do Calendário Nacional de Vacinação, com a indicação das vacinas disponibilizadas;

• Responsável técnico;

• Profissional legalmente habilitado para a atividade de vacinação;

• Capacitação permanente dos profissionais;

• Instalações físicas adequadas, com observação da RDC 50/2002 e mais alguns itens obrigatórios a exemplo do equipamento de refrigeração exclusivo para a guarda e conservação de vacinas, com termômetro de momento com máxima e mínima;

• Procedimentos de transporte para preservar a qualidade e a integridade das vacinas;

• Procedimentos para o encaminhamento e atendimento imediato às intercorrências;

• Registro das informações no cartão de vacinação e no Sistema do Ministério da Saúde;

• Registro das notificações de eventos adversos pós vacinação e de ocorrência de erros no Sistema da Anvisa;

• Possibilidade de vacinação extramuros por serviços provados; e

• Possibilidade de emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP).

Inicialmente, a vacinação em farmácias era realizada nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e em Brasília. Agora, a partir da regulamentação da Anvisa, o serviço está sendo levado para as demais regiões. “Vacina é um problema no Brasil. A gente tem uma cobertura boa com crianças e idosos, mas da população de 20 a 59 anos, 64% das pessoas não se vacinam. E o adulto, nessa faixa a partir dos 20, deveria tomar umas 12 vacinas. A gente vai começar a viver uma nova era na saúde brasileira por causa dos novos papéis das farmácias”, explica presidente-executivo da Abrafarma.

Ainda de acordo com a gestão da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias, é de se comemorar a autorização por parte da Anvisa. Além disso, para Sérgio Mena Barreto, a questão financeira terá um impacto positivo para a população, já que a tendência é que as vacinações sejam barateadas, em comparação com clínicas privadas.“O custo é outro problema importante. Em uma vacina de gripe, por exemplo, se cobra até R$ 180. Uma farmácia pode trabalhar em uma faixa entre R$ 70 e R$ 80”, opina.

Em artigo publicado no último mês de julho, a Associação reitera sua posição sobre o trabalho dos profissionais de farmácia também na vacinação. Segundo o texto, as unidades vinculadas a grandes redes estão pontas para oferecer o serviço. 

“O estímulo ao autocuidado torna-se uma estratégia ainda mais necessária em razão da baixa cobertura vacinal no Brasil. Essa realidade contribui para que doenças já erradicadas voltem a preocupar autoridades sanitárias e profissionais de saúde. A ameaça do ressurgimento de males como sarampo, rubéola e poliomielite levou até a criação de uma força-tarefa envolvendo Brasil, Argentina, Chile e Paraguai. Entidades como a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) mostram-se atentas ao tema e alertam para a importância de incentivar a vacinação especialmente entre crianças. As farmácias podem ter um importante papel no aumento da cobertura vacinal, atuando na imunização e também como pontos de educação em saúde. Desde 2017, esses estabelecimentos podem oferecer vacinação e centenas de farmácias em todo o país já contam com o serviço”, diz trecho do artigo.

Um posicionamento oficial da Sbim orienta que sejam respeitadas exigências importantes para o funcionamento dos serviços de vacinação humana. “A entidade participou ativamente no período da consulta pública da proposta, com o envio de várias sugestões, e elaborou uma Nota Técnica sobre a questão, disponibilizada na página da entidade (sbim.org.br) em 13/07/2017. Na ocasião, já ressaltávamos algumas situações de risco que necessitam ser muito bem avaliadas na nova realidade”, consta no posicionamento. Confiram alguns pontos reforçados pela Sociedade Brasileira de Imunizações em um comunicado oficial:

A SBIm entende que os imunobiológicos só devem ser ofertados se for possível cumprir todos os processos que garantam a segurança dos pacientes, entre os quais: triagem de indicações e contraindicações; correto manuseio, conservação, preparo e administração das vacinas; registro e descarte apropriado de resíduos, assim como atendimento e notificação de eventos adversos imediatos e tardios.

Além disso, a estrutura física deve ser adequada para que todos os procedimentos (antes, durante e após a vacinação) possam ser desenvolvidos com segurança. As boas práticas incluem, ainda, fornecer orientações, zelar pelo indivíduo em todas as fases do processo e se responsabilizar pela conduta diante de quadros adversos. Ou seja, serviços de vacinação não podem ser confundidos com administradores de produtos segundo protocolos.

As atividades de vacinação são complexas e somente podem ser exercidas por profissionais capacitados e em estabelecimentos devidamente licenciados para esse fim pela autoridade sanitária. O trabalho de fiscalização por parte dos órgãos competentes se tornará cada vez mais importante. Do contrário, a população pode ser penalizada.

Segundo estudo realizado pelo Ibope Inteligência, com a participação de mais de 2 mil pessoas, 52% dos entrevistados aprovam a implementação do serviço de vacinação nas farmácias. Em outro recorte, a pesquisa aponta que 81% dos participantes do levantamento demonstram segurança para receberem vacinas em estabelecimentos farmacêuticos.  

>> Um mercado ainda mais exigente

A propagação dos serviços de saúde que beneficiam os clientes das grandes redes proporciona ainda um impacto profundo na formação dos farmacêuticos brasileiros. Com a adesão das empresas ao fortalecimento da assistência farmacêutica em seus estabelecimentos, consequentemente, o próprio mercado passou a exigir profissionais ainda mais qualificados e empoderados, cientes de que têm um papel importante em prol da população.

Para especialistas e professores da área de farmácia, os cursos de graduação precisam intensificar uma formação que trate o farmacêutico como um autêntico profissional de saúde, que não se resumirá a entregar os produtos exigidos pela clientela. Aos 26 anos, Robson Oliveto dos Santos, natural de Recife, ingressou na graduação atento às exigências do mercado. O jovem sempre quis atuar nas redes de farmácia e, para isso, compreendeu que o hoje o mercado cobra, além de formação superior, capacitações contínuas.

“Há alguns anos, prestei serviço em uma rede de drogarias e percebi como o mercado era amplo para os farmacêuticos. Inicialmente fiz o curso técnico e posteriormente entrei na graduação. O profissional farmacêutico é preparado para atuar em várias áreas, mas o meu intuito é trabalhar nas empresas. Gosto bastante do trabalho voltado para os atendimentos farmacêuticos, porque todos esses projetos valorizam os profissionais”, diz o graduando do quinto período.   

De acordo com o farmacêutico da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e chefe do setor de farmácia do Hospital das Clínicas, localizado no Recife, José de Arimateia Rocha, a profissão ganhou novos ares. Para ele, o farmacêutico passou a ser visto como um profissional de saúde que está pronto para atender a população. 

“Com a industrialização dos medicamentos, a função do farmacêutico boticário foi sendo desvalorizada, porque no lugar de você fabricar o medicamento, apenas entregava o produto. No Brasil, na década de 60, essa industrialização foi muito forte. Mas o tempo todo as entidades e universidades reivindicavam a volta da atuação dos profissionais para as farmácias, porque o medicamento, mesmo industrializado, requer uma orientação especializada para o público. E hoje, com a exigência da presença de farmacêuticos nas lojas, nossa profissão ficou fortalecida. Foi um retorno importante desse trabalhador ao mercado”, explica José de Arimateia.

“Essa atividade nas farmácias é um ganho significativo para a população. Fora do Brasil, por exemplo, não existe farmácia sem farmacêutico. Nós despertamos nos últimos quatro, cinco anos. A população é quem ganha. Vale lembrar que o médico ainda é quem define o diagnóstico. Se o farmacêutico tiver algum questionamento, ele precisa levar a informação ao médico”, acrescenta o especialista.

O farmacêutico ainda explica que o foco principal do mercado é o comércio no âmbito das farmácias e drogarias, pois são os principais empregadores. Por isso, é preciso conhecer bem os medicamentos e os serviços. "Hoje são oferecidos muitos cursos de atualização e pós-graduação, que são atividades essenciais para a formação de um bom profissional de farmácia. Há uma evolução de profissionais no mercado e quem se qualificar e tiver mais competência vai ficar no mercado. Até os bons profissionais precisam se qualificar mais”, finaliza.

Segundo dados do ‘Perfil do Farmacêutico no Brasil’, produzido em 2015 pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 27% dos profissionais da área atuavam em drogarias e farmácias das grandes redes. Em 2016, o CFF divulgou que há mais de 200 mil farmacêuticos inscritos nos conselhos regionais do país, mas não detalhou quantos desses estão trabalhando. A Abrafarma estipulou, no ano passado, que as grandes redes contam com mais de 22 mil farmacêuticos empregados, conforme levantamento feito pela Universidade de São Paulo (USP). 

Com a área de atuação fortalecida pelos serviços clínicos, a formação do farmacêutico precisa dedicar boa parte da sua duração às experiências de atendimento aos clientes. Qualificação contínua, nesse quesito, é primordial. Em entrevista ao LeiaJá, a doutora em Fármaco e Medicamentos pelo Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), Maria Aparecida Nicolettis, contextualiza de maneira aprofundada os cenários que vão da graduação à atuação dos profissionais no mercado. Confira a entrevista: 

LeiaJá: Como a senhora explica o trabalho realizado pelos profissionais de farmácia no Brasil? O que mudou desde que os atendimentos clínicos passaram a ser fortalecidos nas grandes redes?

Doutora Maria Aparecida Nicolettis: A Farmácia Clínica teve origem nos Estados Unidos, na década de 60, quando - ao final dessa década - houve a inclusão de disciplinas dessa área no currículo dos cursos de farmácia norte-americanos e é entendida como uma filosofia na qual o farmacêutico deve utilizar seu conhecimento profissional para promover o uso seguro e apropriado de medicamentos, em equipe multiprofissional de saúde. A Farmácia Clínica surgiu em ambiente hospitalar e estabelece uma supervisão contínua do paciente. Atualmente, incorpora a filosofia do Pharmaceutical Care (Cuidado Farmacêutico) e, como tal, expande-se a todos os níveis de atenção à saúde e pode ser desenvolvida em hospitais, ambulatórios, unidades de atenção primária à saúde, farmácias comunitárias, instituições de longa permanência e domicílios de pacientes, entre outros.

Segundo Robert Miller (1968), “A Farmácia Clínica é a área do currículo farmacêutico que lida com a atenção ao paciente com ênfase na farmacoterapia. A Farmácia Clínica procura desenvolver uma atitude orientada ao paciente. A aquisição de novos conhecimentos é consequência do desenvolvimento de habilidade de comunicação interprofissional e com o paciente”.

O Conselho Federal de Farmácia conceitua Farmácia Clínica como “área da farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a otimizar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças”.

Portanto, as atribuições clínicas do farmacêutico visam proporcionar cuidado ao paciente, família e comunidade, de forma a promover o uso racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com o propósito de alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida do paciente.

No contexto da Farmácia Clínica foram estabelecidas as atividades clínicas do farmacêutico relacionadas ao cuidado ao paciente e, portanto, o cuidado farmacêutico deve ser realizado em modelo biopsicossocial - entendendo o indivíduo em sua integralidade.

LeiaJá: Em termos de formação universitária, de que maneira as nossas universidades devem formar os futuros farmacêuticos, levando em consideração as exigências do mercado?

 Nicolettis:  A Farmácia Universitária deve estar alinhada ao Projeto Político Pedagógico dos Curso de Farmácia da IES e apresenta uma importância fundamental na formação acadêmica por meio na integração do conteúdo teórico de sala de aula à prática na vivência com o paciente e, também, o desenvolvimento da prática em equipe multiprofissional. O egresso do Curso de Farmácia deve apresentar uma formação sólida para o entendimento e manejo das necessidades do paciente, família e comunidade na prática do cuidado farmacêutico.

LeiaJá: Como a senhora detalha a importância do profissional de farmácia para a saúde da população brasileira? Como deve ser a interação desse profissional com os médicos?

Nicolettis:  O profissional está diretamente em contato com o usuário do medicamento e oportuniza a educação em saúde de maneira muito efetiva. O contato com o indivíduo possibilita ao profissional identificar falhas no uso racional de medicamentos, de maneira que possa fazer as intervenções cabíveis para a segurança do usuário. O profissional, também, se torna referência no esclarecimento de dúvidas e no fornecimento de informação técnica-científica a outros profissionais. Nos últimos anos, detectou-se a necessidade da integração com equipe multiprofissional da saúde devido ao grau de expertise profissional das diferentes áreas de atuação. Em doenças crônicas não-transmissíveis, por exemplo, é fundamental que o farmacêutico atue em equipe multiprofissional não somente com médicos, mas também, com outros profissionais da saúde no cuidado integral. A atuação em equipe multiprofissional de saúde deverá ser incorporada a todos os profissionais objetivando a obtenção dos melhores resultados em relação à qualidade de vida do paciente/indivíduo.

LeiaJá: No que diz respeito à aplicação de vacinas nas farmácias, como a senhora analisa o serviço?

Nicolettis:  Para a disponibilização do serviço, o profissional deve estar capacitado e atualizado, além de cumprir com as competências que lhe são atribuídas em seu âmbito profissional. Sem dúvida que esse serviço trará benefícios à população, entretanto, todas as exigências legais para sua prática deverão ser estabelecidas por meio de procedimentos operacionais padrão e treinamentos realizados para que a qualidade do serviço seja assegurada à população.

LeiaJá: De que maneira os profissionais de farmácia devem se qualificar para atender exigências de mercado das grandes redes? Quais áreas de especialização a senhora indicaria?

Nicolettis:  Os profissionais têm cenários diferentes em relação às populações que atendem, bem como, em relação aos serviços de saúde da região onde estão localizados. A qualificação profissional e a atualização constante são imprescindíveis a qualquer indivíduo para exercer a sua profissão.

Portanto, as características epidemiológicas da população da região de onde está localizada a farmácia precisa ser conhecida para que o profissional possa atuar de maneira abrangente e ter sua especialização direcionada às necessidades avaliadas.

A divulgação de conhecimento é uma das atribuições do profissional da saúde e a orientação para ações preventivas é essencial para o indivíduo, a coletividade e o serviço público de saúde, considerando nesse último, os gastos com internações e medicamentos que poderiam ser evitados e aplicados em outras situações.

Há muito que se fazer em termos de melhoria de conhecimento da população. Todas as ações desde que praticadas com fundamentação técnico-científica contribuirão em algum grau para a melhoria do conhecimento na área da saúde pela população. O País precisa urgentemente melhorar a qualidade de informação da população que, além de heterogênea, tem características distintas dependendo da classe social a qual pertence.

Outro aspecto que deverá ser salientado é a responsabilidade do usuário do medicamento em utilizá-lo de maneira correta porque, para o sucesso terapêutico, todos devem desempenhar as ações de competência que lhes são inerentes, ou seja, tanto o prescritor, o dispensador e o usuário de medicamento têm cada um no seu nível, a responsabilidade pela recuperação da saúde. Se o paciente não utiliza o medicamento adequadamente, a resposta terapêutica ficará prejudicada ou ausente. É muito importante reiterar a participação e responsabilidade do paciente no processo de recuperação da saúde. O medicamento tem um papel importantíssimo e, para tanto, deverá ser usado adequadamente com a responsabilidade compartilhada.

LeiaJá – Por fim, como a senhora define a profissão de farmacêutico e a atuação das grandes redes no futuro? É possível dizer que as farmácias passarão a ser, de fato, uma alternativa ao SUS no que diz respeito aos atendimentos clínicos, como a realização de exames rápidos?

Nicolettis:  A atualização profissional e o trabalho em equipe multiprofissional da saúde são exigências para a prática das atividades clínicas do farmacêutico. A legislação tem avançado bastante nas competências atribuídas ao farmacêutico, entretanto, a qualificação profissional deverá ser uma condição indispensável. Não penso que a farmácia deva ser uma alternativa ao Sistema Único de Saúde, mas sim, agregar práticas que possibilitem a prática do cuidado farmacêutico em seu âmbito de competência. Todos devem cumprir o seu propósito estabelecido em relação à sua estrutura de atendimento, entretanto, as carências do sistema público de saúde deverão ser sanadas, bem como, implementadas, e não delegadas a outras entidades relacionadas ao atendimento de saúde à população. O cuidado farmacêutico estabelece a provisão dos serviços e a responsabilidade é atender as necessidades de saúde do paciente no contexto da competência profissional a ele atribuída. Os exames rápidos, para auxiliarem no acompanhamento farmacoterapêutico do paciente, são necessários, entretanto, não deverão substituir os exames clínicos. A prática farmacêutica deve estar regulamentada para legitimar os profissionais e a segurança aos pacientes, nos serviços prestados.

“O Brasil precisa da farmácia clínica” - Em artigo publicado na ‘Revista Excelência Farmacêutica’, o presidente do Conselho Federal de Farmácias (CFF), Walter da Silva, valoriza a atuação profissional do farmacêutico e o fortalecimento dos serviços clínicos para a população. Em sua ótica, diante de um país que sofre os efeitos de uma saúde castigada, as farmácias clínicas podem ser um alento para a sociedade.

“O modelo de farmácia clínica avança, recebendo a aprovação da população à medida que promove a saúde e ajuda a diminuir os prejuízos nos sistemas público e privado, entre outros benefícios. Imaginem um país com a saúde pública marcada por dificuldades de gestão, falta de recursos, atraso tecnológico, uma corrosiva burocracia, carência de profissionais especializados, longas filas para o atendimento. Por outro lado, imaginem a existência de ilhas de prosperidade, no mesmo país e no mesmo setor. Estou falando do Brasil. Estou falando, também, do poder que as práticas de farmácia clínica têm de melhorar a saúde dos cidadãos. Essa área profissional apresenta um grande alcance sanitário, com profunda repercussão social. Por isso, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) vem adotando políticas com vistas a fortalecê-la”, defende Silva.

No decorrer do texto, o representante da entidade continua defendendo sua ótica de que o serviço clínico proporciona qualidade em saúde para o público. “Agora, imaginem o país puxado para trás por dificuldades no setor de saúde. Pois este mesmo país também é puxado para a frente por um vasto elenco de serviços clínicos prestados pelos farmacêuticos. Nas farmácias, eles orientam sobre o uso correto e revisam a utilização de cada um dos medicamentos e a forma de organizar o tratamento; fazem o acompanhamento farmacoterapêutico, para garantir que os medicamentos alcancem os resultados esperados e não produzam efeitos colaterais, interações indesejáveis. Mais: prescrevem medicamentos – que não exigem receita médica – para o tratamento dos sintomas e de mal-estares de baixa gravidade (problemas de saúde autolimitados); e fazem exames preventivos para algumas doenças. Educadores em saúde por excelência, os farmacêuticos também atuam nos programas de tratamento e acompanhamento para emagrecimento e gerenciamento do peso e no abandono do tabagismo”, opina o presidente do Conselho Federal de Farmácias.

Walter da Silva também sustenta o discurso de que a população brasileira, em decorrência do seu envelhecimento, tende a consumir produtos de saúde com mais frequência, o que, para o presidente, mais do que comprova a relevância de profissionais farmacêuticos qualificados durante os atendimentos aos clientes. “O Brasil vem apresentando novas necessidades em saúde, com o envelhecimento da população. Entre os idosos, há uma prevalência de doenças crônicas. Cerca de 80% deles têm pelo menos uma doença crônica. Isso significa dizer que é três vezes maior a necessidade do uso de medicamentos por esses pacientes. Até porque o uso de medicamentos é um poderoso, se não o maior, processo de intervenção para melhorar o seu estado de saúde”, argumenta.

O presidente do CFF finaliza o artigo reiterando as exigências do mercado farmacêutico quanto às qualificações contínuas de seus profissionais. “As redes estão implantando um centro de cuidados clínicos, exigem que seus farmacêuticos se qualifiquem e prestem serviços humanizados e de alta qualidade aos seus clientes. É a virada na saúde”, conclui.

>> Qualificações enchem os currículos de saúde 

Olhares atentos às palestras, conversas profissionais e milhares de currículos sendo enriquecidos. Os encontros que reúnem farmacêuticos de todo o Brasil provam quão necessária é a capacitação contínua que esses colaboradores devem abraçar para dar prosseguimento aos serviços de saúde oferecidos nas farmácias brasileiras. Promovido pela Abrafarma, o Rood Show Care Center é um dos principais eventos da área que disseminam experiências em prol da saúde.

Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre são as capitais que recebem neste ano as edições do evento que projeta impactar cerca de 6 mil farmacêuticos. Durante os encontros, além de fortalecerem o networking com profissionais e gestores de outras empresas, os participantes consumem conteúdo de especialistas em saúde.

“São palestras ao longo de um dia, temas atuais que tem a ver com a prática, como por exemplo Vitamina D, diabetes, gravidez segura, obesidade, desnutrição. Tudo muito vinculado ao dia a dia do farmacêutico nos balcões das farmácias e principalmente para os que trabalham nos consultórios dentro das farmácias”, comenta o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr.

Em maio deste ano, na edição recifense do Rood Show Care Center, centenas de farmacêuticos lotaram um centro de convenções para discutir saúde e fomentar práticas de serviços clínicos nas farmácias. A palestrante Eliete Bachrany, pós-graduada no segmento, compartilhou sua vivência em serviços farmacêuticos realizados em São Paulo. De acordo com a especialista, os eventos de qualificação contínua para profissionais da área são fundamentais porque, em sua análise, a assistência farmacêutica nas grandes redes “é um caminho sem volta”. No áudio a seguir, Eliete dá mais detalhes sobre suas experiências no mercado e no Rood Show Care Center:

Correr reitera o pensamento de Eliete em relação às farmácias como pontos onde, definitivamente, as pessoas terão acesso a serviços rápidos de saúde. “As farmácias estão se tornando grandes espaços de saúde, porque elas apoiam os médicos, hospitais, onde as pessoas encontram soluções para problemas básicos do dia a dia. É uma mudança radical. Há quatro anos, a gente praticamente não tinha isso no Brasil. A gente quer continuar as salas de atendimentos”, opina.

Reforçando a necessidade dos profissionais participarem de cursos e outras atividades de capacitação, o coordenador do Programa de Assistência Farmacêutica detalha as qualificações presenciais e no formato EAD disponíveis para farmacêuticos de todo o Brasil. Confira no vídeo a seguir:

>> Números do setor farmacêutico 

De acordo com dados da Abrafarma compilados pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), no primeiro semestre deste ano, as grandes redes de farmácias e drogarias movimentaram um montante de R$ 22,79 bilhões. O valor, segundo a Associação, corresponde a um crescimento de 7,54% sobre o mesmo período em 2017. A média do varejo brasileiro neste ano, conforme indicação do Boa Vista SCPC, foi de 3,1%.

Das vendas totais, os remédios isentos de prescrição médica foram responsáveis por 16% das transações e chegaram a um faturamento de R$ 3,5 bilhões. O levantamento indica ainda que o comércio geral de medicamentos somou mais de R$ 15 bilhões, um aumento de 8,08% em relação aos primeiros seis meses do ano anterior. 

De acordo com o balanço, só no primeiro semestre deste ano, os medicamentos genéricos movimentaram R$ 2,63 bilhões; foram mais de 169 milhões de unidades comercializadas. O valor de vendas desses produtos representa um aumento de quase 5% na comparação com o mesmo período em 2017.

No que diz respeito aos não medicamentos, tais como cosméticos, perfumes e conveniência, as vendas chegaram a um montante de R$ 7,13 bilhões. Na prática, o valor representa um acréscimo de 6,37% em relação ao ano de 2017. 

A previsão é que haja em 2018 um crescimento em torno de 10% no número de vendas em geral, incluindo medicamentos e não medicamentos. Ainda segundo o levantamento, o quadro de geração de empregos no setor farmacêutico também registrou crescimento. A quantidade de contratações saiu de 114.154 mil para 122.673 trabalhadores, em que desses, mais de 22 mil são profissionais farmacêuticos.

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“O aumento da quantidade de farmácias é reflexo de uma busca crescente dos brasileiros por mais qualidade de vida e estar bem consigo mesmo. É uma demanda dos tempos modernos. O Brasil está envelhecendo e o sistema de saúde público não consegue absorver tanta demanda em um território imenso. Já as farmácias têm plenas condições de agirem com zeladoras do bem-estar populacional, especialmente pela sua proximidade com o cidadão. Não podemos ignorar a abrangência física das grandes redes, que possuem mais de 7 mil lojas espalhadas por 795 municípios brasileiros, alcançando regiões carentes em assistência médica e até mesmo, com pouca atuação do governo. Por isso, defendo que a prestação de serviço à população é o que deve determinar o número”, pontua o presidente executivo da Abrafarma Sergio Mena Barreto.

O portal LeiaJá é finalista de mais um prêmio em 2017. Dessa vez, o veículo está na disputa pelo Abrafarma de Jornalismo com a reportagem especial 'Dos bastidores às vendas, farmácias fortalecem estratégias', dos sub-editores Nathan Santos (texto) e Thiago Graf (edição). A matéria apresenta estratégias das farmácias para continuar mantendo clientes mesmo, neste momento de crise, além de mostrar tudo que envolve os seus bastidores, da forma em que são abastecidas até a sua qualificação.

É o segundo ano consecutivo que o portal está na disputa. Em 2017, foram mais de 50 trabalhos inscritos. "Esse prêmio do Abrafarma é muito importante porque a gente tem concorrentes de todo o Brasil e de várias plataformas. O LeiaJá, que é online, concorre com o impresso, com o rádio, não tem uma divisão por categoria, então é muito gratificante estar entre os dez melhores, incluindo todas as mídias", afirma Nathan.

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O prêmio já está na sua terceira edição, e tem como objetivo estimular a produção de trabalhos jornalísticos com foco no Varejo Farmacêutico Nacional. "É sempre difícil a gente ter tempo, principalmente quem trabalha com internet, para fazer uma matéria mais produzida, justamente porque a gente tem que estar sempre mexendo com as notícias de última hora", conta Nathan.

De acordo com ele, a ideia da reportagem surgiu a partir da curiosidade de saber como as fármacias conseguiam ter um bom número de clientes, mesmo diante de toda crise econômica que vem afetando o Brasil nos últimos anos. O material fica ainda mais completa com a adição do conteúdo multimídia, como fotos e vídeo. A premiação só será entregue no dia 6 de dezembro, em horário e locais que ainda serão divulgados.

A reportagem especial tem ainda fotos de Chico Peixoto, vídeos de Sidney Lucena e infoarte de Raphael Sagatio. Esse ano o Leiajá conquistou os prêmios Fecomércio e MPT de Jornalismo e foi finalista do Estácio e do Urbana-PE.

Farmácias de todo o Brasil entraram em campanha de saúde. O intuito é conscientizar e educar a população por meio de orientação clínica e realização de testes rápidos gratuitos. O programa promovido pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) visa realizar ações todos os meses até novembro. 

Com foco no acompanhamento de doenças crônicas, a campanha busca também a abordagem de temas como racional de medicamentos, tabagismo, imunização, autocuidado, colesterol, diabetes, problemas cardiovasculares e atenção ao idoso. A primeira etapa, iniciada no final de março, segue até o dia 6 de abril com o serviço de avaliação do peso, altura e Índice de Massa Corpórea (IMC), circunferência abdominal e riscos associados nas farmácias. O calendário de ações pode ser verificado através do link.

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De acordo com o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, o intuito é que a população enxergue as farmácias como pontos de auxílio à saúde de forma rápida e segura para dar prosseguimento aos seus tratamentos. 

De acordo com dados da Abrafarma, os serviços clínicos nas farmácias são legitimados pela Lei Federal n° 13.021/2014 e hoje já são mais de 650 lojas de grandes redes que oferecem o atendimento personalizado em mais de 150 municípios brasileiros. A associação apresenta ainda que o serviço é oferecido com valores acessíveis e mediante o agendamento de consultas.

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--> Um remédio contra a crise

O Portal LeiaJá é um dos finalistas do segunda edição do Prêmio Abrafarma de Jornalismo, realizado pela Associação Brasileira de Farmácias. A reportagem “Um remédio contra a crise”, produzida pelos jornalistas Nathan Santos e Thiago Graf, publicado no dia 04 de outubro deste ano, foi o único trabalho na plataforma de internet na lista final da disputa.

Ao todo, a Abrafarma recebeu inscrições de 70 trabalhos, nas modalidades de rádio, impresso, online, revista e televisão. Desse total, apenas 10 finalistas foram escolhidos. Todos eles tiveram que abordar o potencial do varejo farmacêutico nacional, que vive um grande momento em 2016 e tem a expectativa de faturar cerca de R$ 80 bilhões no próximo ano.

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“Um remédio contra a crise” mostra os fatores que fazem do ramo farmacêutico um sucesso mesmo neste período de crise. Relacionado a isso, a reportagem ainda traz relatos de pessoas que estão sendo beneficiados por esta maré positiva e conseguindo mudar de vida.

“Resolvemos fazer esta reportagem porque constatamos inúmeras inaugurações de farmácias, mesmo neste período de crise econômica. Mas, quando começamos a apuração, percebemos que não se tratava de abrir loja só para vender remédio. O contexto de uma farmácia hoje é de um espaço que também oferece saúde e bem estar”, ressalta Nathan Santos. “Esse especial foi planejado de forma minuciosa, desde a linha a ser abordada até a montagem da estrutura multimídia da matéria no portal, que é a última parte antes da publicação. O trabalho em equipe também foi um diferencial para que o material chegasse a esse resultado”, complementa Thiago Graf, explicando que o material também contou com as imagens em vídeo de Chico Peixoto, edição de vídeo de Bruno Araújo e Paulo Uchôa, além das artes de Raphael Sagatio. O resultado da disputa está previsto para ser divulgado na próxima semana.

Neste ano, o LeiaJá foi finalista dos Prêmios Urbana de Jornalismo, com o especial 'Quem dirige o meu busão', e Cristina Tavares, com o trabalho 'Vaqueiros - a Luta e a Lei'. O Portal já foi o grande vencedor, em duas oportunidades, do Prêmio Sebrae de Jornalismo, além de conquistar a premiação do Correios de Jornalismo

Por Nathan Santos e Thiago Graf

O sorriso no rosto de Thamirys Lins, de 29 anos, reflete toda a alegria do seu atual momento profissional. Depois de três meses amargando desemprego em plena crise econômica, a recifense foi chamada para um processo seletivo, acabou sendo aprovada e hoje faz parte de uma grande rede de farmácias do Nordeste, a Pague Menos. Já são quase cinco meses na função de consultora de beleza, em uma das unidades da companhia localizada numa importante avenida da Zona Sul do Recife. O emprego, além de ser oportunidade para quem estava sem trabalho, representa uma boa chance de ascensão profissional, uma vez que Thamirys vislumbra a possibilidade de alcançar novos cargos na empresa.

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Confiante na função, a recifense comemora o grande fluxo de clientes da loja. Além da procura por remédios, muitos buscam dicas de produtos de beleza e veem na farmácia um local confortável e acessível para as compras. “Abordo os clientes e percebo que eles frequentam as farmácias e levam produtos diversificados, não mais apenas remédios. Existem muitas ofertas da linha de cosmético e beleza. Hoje, você encontra tudo numa farmácia e, às vezes, o cliente vem para comprar só um produto, acaba se deparando com outras opções e leva bem mais do queria adquirir. É interessante que algumas pessoas já me conhecem e me procuram durante o atendimento. Fico muito feliz com o emprego e, principalmente, com as oportunidades de promoção que o mercado dispõe”, conta Thamirys.

   

A consultora de beleza faz parte de um contexto que se mostra muito diferente da resseção econômica enfrentada pelo País. Na contramão dos segmentos empresariais que apenas apresentam índices negativos, retração financeira, cortes de funcionários e escassas possibilidades de crescimento, o mercado de farmácias tem muito que comemorar. O setor conta com resultados expressivos em 2016 e já projeta números louváveis para o próximo ano. E Thamirys é um exemplo dos mais de 110 mil profissionais empregados pelo segmento farmacêutico, segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que também registrou uma movimentação anual de R$ 70 bilhões.

Para o economista e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ecio Costa, os bons índices do setor farmacêutico em plena crise têm relação direta com a necessidade das pessoas adquirirem remédios em busca de uma boa saúde. “As pessoas continuam clientes das farmácias durante o período de resseção econômica porque o remédio é um item de necessidade. Elas precisam de medicamentos para cuidar da saúde, tratar doenças e até para evitar enfermidades. Muitos remédios são comprados por prescrição médica. O consumidor pode até deixar de lado lazer, roupas e outros produtos não tão necessários, mas não pode descuidar da saúde. Além disso, com o aumento da expectativa de vida no Brasil, os idosos também tendem a consumir mais medicamentos”, ressalta.  

A força do setor farmacêutico no quesito geração de empregos não se resume apenas aos pontos de venda. Estrategicamente, as grandes redes investem em centros de distribuição que facilitam a logística de abastecimento de remédios nas unidades espalhadas em todo o Brasil. Em agosto deste ano, a Drogasil, outra rede de destaque no cenário farmacêutico que está em plena expansão, inaugurou seu primeiro centro de distribuição no Nordeste, localizado na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. O empreendimento promete abastecer cerca de 200 lojas espalhadas na região nordestina e também focou na geração de empregos para a população do município. Contratado para o novo CT, o supervisor de planejamento e controle, Arthur Ferreira, é um dos 26 mil funcionários da Drogasil em todo o Brasil. No vídeo a seguir, ele e Thamirys descrevem a chegada ao mercado de trabalho por meio do segmento de farmácias:

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Os bons resultados das grandes redes de farmácias não aconteceram por acaso. Existem inúmeros fatores que reiteram a força do setor para a economia nacional, como o aumento da perspectiva de vida do brasileiro e a forte participação feminina no consumo de produtos comercializados nas farmácias. Endossando os recentes números do setor, o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, estima um faturamento de R$ 80 bilhões em 2017 e projeta a abertura de cerca de 600 novas unidades em todo o País.

 

A receita das grandes redes e a estratégia das pequenas

Os bons índices registrados no setor farmacêutico são, em sua maioria, oriundos das grandes redes. Companhias como Drogasil, Pague Menos e Big Ben expandem em praticamente todo o Brasil e valorizam os estoques de medicamentos. Sobre esse contexto, Sérgio Mena Barreto chama a atenção para o panorama que coloca as grandes empresas no topo das vendas.

“Os resultados são bons, mas não são do setor inteiro. Existem 72 mil farmácias no Brasil e 60 mil são independentes. Essas últimas não estão tão bem, pois falta produto e há problema de capital de giro. As 12 mil farmácias das grandes redes estão muito bem e crescendo, porque a área de medicamentos, higiene e beleza faz o cliente comprar independente de qualquer coisa. São itens essenciais para o consumidor. A grande rede tem centro de distribuição próprio e abastece a própria loja, o que impede a falta de produtos. As grandes farmácias também compram em grande volume da indústria e oferecem medicamentos a preços baratos, com valores imbatíveis”, explica Barreto.

As pequenas farmácias, no entanto, mesmo em tempo de crise econômica, podem alcançar bons índices e se manter vivas no mercado. Segundo Barreto, o segredo do sucesso das independentes é não tentar competir com as principais empresas do ramo. “É praticamente impossível concorrer com a grande rede, porque dificilmente a pequena farmácia terá capital. Por exemplo: um mercadinho de bairro não pode concorrer com um supermercado. O pequeno empresário precisa ser eficiente naquilo que se propõe. Você não pode ter 20 mil itens, mas pode possuir 3 mil itens muito bem administrados. Pode conhecer bastante a clientela, sabendo como o consumidor de bairro se comporta, oferecendo um serviço diferenciado e de qualidade. Conseguindo estabelecer uma estratégia local, a pequena farmácia também acaba alcançando sucesso. É preciso conhecer bem o consumidor e acompanhar o tratamento do cliente”, orienta o presidente da Abrafarma.

O ano de 2016 não acabou, mas a Abrafarma já conta com boas projeções para o próximo ano. A tendência é que fatores como o idoso consumidor de medicamentos e a compra assídua de produtos de beleza continuem influenciando as ações das grandes companhias e abrindo horizontes para as pequenas farmácias montarem suas estratégias. No vídeo a seguir, o presidente da Abrafarma dá mais detalhes do que estar por vir: 

E o público?

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por meio do estudo “Brasil: uma visão geográfica e ambiental do início do século XXI”, a expectativa de vida do brasileiro beira os 76 anos. Consequentemente, aumentou a necessidade dos idosos cuidarem da saúde. Casados há mais de quatro décadas, Jesus Campelo, de 84 anos, e Iris Pureza de Araújo, 77 anos, estão entre os idosos que fazem parte dessa estatística e estão entre os principais consumidores das farmácias. 

Seu Jesus e dona Iris gastam, em média, R$ 500 mensais em medicamentos. Bem humorados, eles enxergam a compra de remédios como uma forma de prevenção no combate às doenças. Aposentado, ele acredita que não há crise que impeça o brasileiro de cuidar da saúde. “Parece que o problema de ficar doente está acontecendo mais frequentemente. Nós observamos que não há muito dinheiro, mas é preciso comprar remédio para cuidar da nossa saúde. A gente está vivendo mais e, principalmente na velhice, temos essa necessidade de comprar medicamentos. Mas uma boa farmácia não vende apenas esses produtos. Ela também deve oferecer um bom atendimento e o que me faz voltar ao estabelecimento é justamente a forma como sou bem atendido”, opina o aposentado.

Dona Iris também acredita que a busca pela boa saúde é um fator primordial para os idosos procurarem as farmácias. Entretanto, ela reforça a questão do bom atendimento. “Acho que quanto melhor o atendimento, a tendência é que a empresa cresça. Isso atrai os clientes, porque é bom demais ser bem atendido. Outro fator é que as pessoas estão cuidando mais da saúde, fazendo exercícios, sempre pensando numa melhoria de vida”, diz dona Iris.

O valor dos não medicamentos 

Nem só de remédios vivem as grandes redes de farmácias. De acordo com levantamento da Abrafarma, a categoria de não-medicamentos (higiene pessoal, cosméticos e perfumaria) já representa quase 36% dos produtos comercializados. Além disso, as mulheres correspondem a cerca de 70% da clientela. “Para se ter uma ideia, esse segmento representava 28% das vendas em 2010. Essa crescente participação, estimulada pelo aumento da renda média do brasileiro no início da década, vai ao encontro da demanda da população por encontrar muito mais do que saúde no estabelecimento farmacêutico. A margem desses produtos também tem permitido resultados positivos, ainda que modestos”, comenta Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma.

Um lugar de saúde

Se num período de crise conquistar os clientes e concretizar vendas são fatores essenciais para a sobrevivência das farmácias, existe outro conceito que promete fazer dos estabelecimentos locais ainda mais frequentados pelos consumidores. Chegou a hora da farmácia vender saúde num sentido mais amplo e, por isso, a Abrafarma está percorrendo todo o Brasil qualificando farmacêuticos. A ideia é oferecer atendimentos de saúde para a população, servindo, inclusive, de subsídio para os tratamentos médicos.

Presidente da Drogasil, uma das maiores redes em atuação no País, Marcílio Pousada vive de perto o mercado farmacêutico. De acordo com o gestor, além dos fatores que contribuem para os bons números do segmento, a farmácia também passou a primar por um conceito que valoriza os estabelecimentos como pontos de apoio à saúde. “O setor farmacêutico é um defensor da economia e o grande vetor é o envelhecimento da população. O País deve dobrar o número de idosos nos próximos anos. É nisso que a gente acredita e por isso estamos crescendo. Falando pela Drogasil, não paramos de investir neste momento de crise, porque pensamos em longo prazo. Também defendo que o estabelecimento precisa estar pronto para atender o cliente no momento em que ele precisa do produto, pois penso que a farmácia é um lugar onde o público procura saúde e bem estar. É um espaço onde você pode encontrar vida saudável de maneira rápida e objetiva”, complementa pousada. 

A Lei n° 13.021, por exemplo, já busca a ampliação do papel das farmácias. De acordo com o coordenador do projeto de assistência farmacêutica da Abrafarma, Cassyano Correr, os farmacêuticos serão personagens essenciais na mudança de conjuntura dos estabelecimentos, a partir do momento em que serviços de saúde passarão a ser oferecidos à sociedade.

“O farmacêutico é um profissional de saúde de nível superior, só que por muitos anos ele não esteve presente nas farmácias. Mas nos últimos 10 anos, a gente teve uma valorização muito maior da presença e da atividade desse profissional dentro das farmácias. Então, nada mais natural que a gente coloque a farmácia num lugar mais ativo dentro da saúde da população brasileira. É um desafio, porque estamos levando para dentro do comércio espaços de saúde, onde os farmacêuticos poderão atender o cliente/paciente de uma forma mais privada. É alguém que a farmácia cuida de verdade”, explica Correr, em entrevista ao LeiaJá.

Vários serviços podem ser oferecidos de forma gratuita para os clientes. “Existe um leque de atendimentos, como o acompanhamento de doenças crônicas, hipertensão, diabetes e colesterol alto, ou análise da perda de peso, aplicação de vacinas e até encontrar programas para pessoas que querem parar de fumar. Tudo isso é uma forma da farmácia cumprir seu papel, por lei, não apenas vendendo medicamentos, mas cumprindo uma função social, contribuindo para a saúde pública e fazendo uma diferença incrível, porque são mais de 70 mil farmácias em todo o Brasil. Só as redes da Abrafarma, por exemplo, contam com quase 20 mil farmacêuticos e 800 milhões de atendimentos por ano em mais de 600 cidades. Se a gente usar essa capacidade instalada para levar todo esse serviço de saúde, faremos muita diferença no atendimento da população”, destaca o coordenador.

 

Segundo Jório Elias de Oliveira, formado há quatro anos em farmácia, profissionais da área estão tendo uma aceitação maior dos clientes, bem como passaram a ser mais valorizados. “Estamos tendo uma aceitação muito boa e com certeza acabou aquela coisa do profissional de farmácia ser apenas aquele cara do balcão que vende medicamentos. O acompanhamento farmacêutico faz com que as farmácias criem clientes fieis, principalmente aqueles que precisam de atendimentos contínuos. Estamos quebrando o paradigma que só quem faz acompanhamento são os médicos”, opina o farmacêutico, natural de Sousa, na Paraíba.

Formada há três anos em farmácia, Raqueline Silveira, atuante em lojas localizada no Recife, acredita que a nova conjuntura ajuda o Sistema Único de Saúde (SUS). “Vamos ajudar a diminuir a sobrecarga no SUS. Hoje, os clientes já nos procuram muito e voltam sempre para receber orientações. Mas o próprio profissional precisa se qualificar para se adaptar ao novo atendimento, bem como as empresas precisam oferecer capacitação para seus funcionários”, diz Raqueline.

Durante os eventos de qualificação realizados pela Abrafarma, o médico ginecologista Márcio Elias Queiroz participa das palestras e leva sua experiência ao público. O profissional aprova a atuação das farmácias como pontos de saúde e detalha como deve ser a relação do farmacêutico com o médico. Ouça no áudio a seguir:

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Cliente satisfeito e saudável

Aos 61 anos de idade, o motorista de ônibus Felix Cavalcante não deixa de cuidar da saúde. O recifense sempre acha espaço na agenda para ir ao médico, fazer exames de rotina e realizar atividades físicas. Porém, nos últimos meses, o trabalhador acrescentou a sua lista de compromissos mais um espaço voltado para a saúde. Na unidade da Pague Menos localizada na Avenida Recife, Zona Sul da Cidade, seu Felix comprou medicamentos e descobriu que também poderia passar a receber atendimento de saúde que servirá de informação complementar para seus médicos. “Um dia cheguei aqui e vi que a farmácia montou um espaço para atendimento. Já vi minha glicose, aferi minha pressão. Acho tudo isso muito importante e o próprio serviço é de qualidade, porque os farmacêuticos nos atendem muito bem”, diz o trabalhador.

O serviço ao qual seu Felix se refere é a mais nova ação da Pague Menos voltada ao atendimento farmacêutico. A Clinic Farma reúne salas dentro das unidades onde são prestadas atividades de saúde, tais como acompanhamento do tratamento prescrito pelo médico, revisão da medicação, esclarecimento de dúvidas, acompanhamento para clientes com diabetes, hipertensão, risco cardiovascular, asma e obesidade. Tudo é oferecido de forma gratuita, por meio de atendimento individual em um espaço privado.

De acordo com a assessoria de imprensa da rede, o público também conta com orientações sobre interações entre remédios e alimentos, melhores horários para medicação, esquema posológico, bem como aferição da pressão arterial, glicemia capilar e controle de diabetes. “O objetivo do Clinic Farma é possibilitar um melhor resultado do tratamento prescrito pelos médicos, garantindo mais qualidade de vida ao paciente e contribuindo com a saúde pública brasileira”, explica a coordenadora técnica farmacêutica do Clinic Farma em Pernambuco, Micalyne Egito. “O farmacêutico é o último profissional da cadeia de saúde ou mesmo o único que o paciente aciona após a prescrição médica, e a maioria dos clientes chega à farmácia com muitas dúvidas. O Clinic Farma procura orientar e, assim, garantir maior adesão ao tratamento e a melhoria do quadro de saúde do paciente. Quando sentimos necessidade, recomendamos o retorno ao médico”, complementa a farmacêutica. No vídeo a seguir, confira como funciona o atendimento:

A Pague Menos também já conta com quase 400 espaços de atendimento em todo o Brasil. Segundo a companhia, até o final deste ano, o número de salas deve chegar a 430. Uma lei federal já diz que os estabelecimentos farmacêuticos precisam ter, durante todo o expediente, um farmacêutico de plantão para atender os clientes. De acordo com a Abrafarma, o grande objetivo é fazer com que nos próximos anos todas as farmácias brasileiras ofereçam espaços de saúde para os clientes.

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--> Farmácias dobram faturamento em seis anos

As farmácias deverão se concretizar em breve como grandes pontos prestadores de serviços de saúde, deixando de ser apenas locais de comercialização de medicamentos. É o que promete a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que deu início nesta sexta-feira (12), no Recife, a segunda edição do Road Show Care Center, evento que visa qualificar farmacêuticos de todo o País.

Em um hotel situado na Zona Sul da capital pernambucana, cerca de 700 profissionais de farmácia assistiram palestras de especialistas que abordaram assuntos relacionados aos cuidados com a
saúde. O objetivo foi capacitar os farmacêuticos para que eles propagem serviços de saúdes nas farmácias para a população. De acordo com o coordenador do projeto Assistência Farmacêutica Abrafarma, Cassyano Correr, é preciso que os profissionais da área se introduzam nesse novo conceito de mercado. Para ele, o evento conseguiu repercutir bem essa ideia.

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“O evento foi criado porque a gente percebeu que a Abrafarma precisava ficar próxima às pessoas para promover a ideia do novo farmacêutico para o próprio profissional da área. Temos a programação desta sexta-feira e vamos repetir as palestras neste sábado (13). O resultado está sendo ótimo, porque a gente sente uma garra, o brilho nos olhos do profissional que quer inovar no trabalho. E para que isso aconteça é preciso também que as empresas se inovem, porque a farmácia é um espaço voltado para a saúde e o bem estar do cliente”, destacou Correr.

A ação contou com várias palestras sobre assuntos como diabetes, vacinas, composição corporal, emagrecimento, cuidados dermatológicos e colesterol. Os temas voltarão a ser discutidos neste sábado, segundo e último dia do encontro.

Natural da cidade de Sousa, na Paraíba, Jório Elias de Oliveira Júnior, formado em farmácia há quatro anos, compareceu ao evento e aprovou a proposta. “Com a chegada da atenção farmacêutica, a gente está tendo uma aceitação bem maior do público e eventos como esse nos ajuda a melhorar nosso conhecimento e atender o cliente ainda melhor. Acho que este é o novo panorama da nossa profissão”, comentou o farmacêutico.

 

Antes do Recife, o Road Show Care Center passou por Belo Horizonte. As próximas edições estão marcadas para São Paulo, Porto Alegre e Belém. Mais informações podem ser obtidas no site da Agrafarma

Recife receberá nos dias 12 e 13 deste mês o Road Show Care Center. O objetivo do evento é qualificar farmacêuticos de todo o País, além de valorizar a atuação desses profissionais nos pontos de venda. Com a expectativa de reunir cerca de 600 profissionais, o encontro promovido pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) terá uma programação com circuito de habilidades clínicas, formações em composição corporal, cuidados dermatológicos, doenças imunizáveis, controle glicêmico, entre outras ações.

Interessados em participar do evento devem se inscrever por meio do site da Abrafarma. Pelo mesmo endereço virtual é possível obter mais informações sobre o Road Show Care Center.    

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O evento será realizado no Hotel Mercure Recife. O endereço é Rua Barão de Souza Leão, 451, bairro de Boa Viagem, Zona Sul da cidade. Confira a programação completa do encontro.

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O crescimento vertiginoso de farmácias no Recife já virou motivo de piada. É só aparecer uma obra e a primeira suspeita é de que seja mais uma drogaria. O aumento no número destes estabelecimentos, entretanto, não é exclusividade da capital pernambucana, já que o setor apresenta um crescimento expressivo.

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Segundo levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), em abril de 2011, as associadas (grandes redes) possuíam 3.425 lojas em operação e em abril deste ano a quantidade pulou para 6.079. O faturamento das grandes redes no primeiro quadrimestre de 2016 foi de R$ 12,2 bilhões. O número representa um crescimento acumulado de 104,54% nos últimos seis anos. Entre 2015 e 2016, a variação foi de 13,16%.

Com medicamentos, o quadrimestre de 2016 teve um faturamento de R$ 8,32 bilhões, segundo a Abrafarma. Em 2011, este número era de R$ 4,33 bilhões no mesmo período. Em relação aos não medicamentos, o número pulou de R$ 0,64 bilhão, de janeiro a abril de 2011, para R$ 1,46 bilhão, de janeiro a abril de 2016, representando um aumento acumulado de 132,61%.

Para o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, fatores como envelhecimento da população e maior renda influenciam no crescimento. “As grandes redes adotaram um posicionamento de mercado claro, ampliando suas lojas, diversificando a oferta de produtos nos pontos de venda e incorporando o conceito de drugstores, que já está consagrado em países desenvolvidos como os Estados Unidos. Além disso, houve um forte investimento em sistemas e abertura de novos centros de distribuição próprios para evitar rupturas”, exemplifica também Barreto. 

A rede Pague Menos possui 82 lojas em Pernambuco, sendo 30 delas na cidade do Recife. O diretor-presidente da rede, Mario Queirós, avalia que o Nordeste virou uma região convidativa para o setor com o passar do tempo. “As grandes redes do varejo farmacêutico estão abrindo lojas no Nordeste, tanto pelo grande potencial de crescimento da região, quanto pela saturação nas regiões Sul e Sudeste”, afirma. 

Em Pernambuco, as últimas grandes redes que iniciaram seu processo de inserção foram Extrafarma, Drogaria São Paulo e Drogasil. “Estamos crescendo na região Nordeste e Pernambuco é uma praça estratégica para nós. A nossa marca foi muito bem recebida no estado”, explica Roberto Tamaso, diretor de Marketing do Grupo DPSP, que engloba a rede Drogaria São Paulo. “Entendemos que Pernambuco é um Estado muito importante aos negócios da Raia Drogasil, pois possui boas rodovias, que conectam a outras regiões importantes do Nordeste. Outro ponto que reforça nossa crença nesse potencial é o investimento em um novo Centro de Distribuição, instalado em Jaboatão dos Guararapes, que entrará em operação brevemente, e vai atender todas as nossas lojas do Nordeste”, detalha o vice-presidente de Relações Institucionais da Raia Drogasil, Antonio Carlos de Freitas. 

Atualmente, a Drogaria São Paulo possui 16 lojas em solo pernambucano e atende mais de 100 mil clientes por mês. Só em julho, a Extrafarma inaugura quatro farmácias na capital pernambucana. A rede possui 280 unidades no país e deve fechar o ano com 60 inaugurações no Norte e Nordeste. Já a Drogasil inaugurou sua primeira loja no Recife em 2014 e já possui 20 unidades em Pernambuco, sendo 15 delas no Recife, duas em Olinda, uma em Caruaru, uma em Garanhuns e outra em Jaboatão dos Guararapes. Só em 2016, até maio, a Drogasil inaugurou 69 lojas no Nordeste. 

O poder das grandes redes – Existem 72 mil farmácias no Brasil, de acordo com a Abrafarma. Desse total, 6.125 unidades são de redes associadas à Abrafarma, de acordo com dados de maio de 2016. O restante é formado por farmácias independentes (69,9%) e por farmácias de associativismo e franquias (16,7%). 

Apesar da reduzida quantidade de lojas na comparação, a participação das redes no volume de vendas foi de 56% em 2015. O valor era de 42% em 2007. Enquanto isso, as farmácias independentes encolheram de 55%, em 2007, para 30% em 2015.

Na análise do diretor-presidente da Pague Menos, Mario Queirós, as redes saem na frente por causa da capacidade de divulgação. “A realidade é que as pequenas farmácias abrem de forma silenciosa, enquanto as grandes redes investem em muita publicidade, o que potencializa a impressão de crescimento vertiginoso”, opina Queirós. 

Para o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, a necessidade de absorver a demanda e o maior grau de exigência do consumidor favoreceram as marcas com mais representatividade geográfica e “fôlego financeiro”. “Além disso, as principais redes do país beneficiaram-se da sua maior capacidade de gerenciar seus estoques e a compra em grande escala de medicamentos e não medicamentos. A inserção de grupos estrangeiros como a CVS e o movimento de fusões e aquisições também colaboraram para impulsionar o grande varejo farmacêutico”, conclui. 

As redes de farmácias faturaram cerca de R$ 8,24 bilhões em vendas totais no primeiro trimestre deste ano, valor 10,42% superior ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).

O resultado foi impulsionado especialmente pelos itens da categoria "não medicamentos", que inclui produtos de higiene pessoal, cosméticos, perfumaria, xampu, absorventes íntimos, adoçantes, tintura de cabelo, preservativos e protetores solares, entre outros. A categoria foi responsável por movimentar R$ 2,86 bilhões entre janeiro e março, alta de 13,44% em relação ao mesmo trimestre de 2014.

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"Os não medicamentos já representam 34,82% do total comercializado", afirma, em nota, o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

No período estudado, os medicamentos acumularam R$ 5,37 bilhões em vendas, totalizando um avanço de 8,97% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Os genéricos tiveram um avanço de 7,78% na mesma base de comparação, com uma participação de 7,32% no total de comercialização dos remédios.

A pesquisa foi conduzida pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP), que também indicou mais de 515 milhões de unidades vendidas entre janeiro e março.

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Uma movimentação de R$ 70 bilhões em 2013 e um gasto médio de R$ 430 por brasileiro, segundo pesquisa do IBOPE Inteligência. Os números mencionados mostram como pode ser lucrativo abrir uma farmácia. Além de a população adquirir remédios, seja por necessidade ou precaução de saúde, as farmácias oferecem também produtos de utilidade, higiene e beleza, fortalecendo ainda mais a procura por esses pontos comerciais. Sejam nos grandes centros ou bairros populares, as empresas do ramo farmacêutico vêm ganhando espaço nos últimos anos e tentam cada vez mais fidelizar clientes e oferecer um serviço de qualidade.

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De acordo com o Conselho Federal de Farmácias, o Brasil tem atualmente 75.441 farmácias e drogarias. Uma delas é a do empresário Paulo de Castro Delgado (foto à direita), 38. Há 13 anos, depois de ser incentivado por um amigo que já enxergara o ramo farmacêutico como promissor, Paulo resolveu abrir uma farmácia no bairro de Beberibe, periferia do Recife. “Resolvi abrir porque queria ter um negócio próprio e porque meu amigo dizia que era um mercado lucrativo. Depois de muita batalha e conhecimento de mercado, fui ganhando meu espaço e posso dizer que sou um empresário de sucesso. Até pensei em migrar para outra área, mas, cada vez mais tenho certeza que é com isso que quero trabalhar”, diz o empresário.

Com formação escolar até o ensino médio, Paulo diz que ter farmácia em bairro popular tem pontos positivos e negativos. Clientes fiéis, comunicativos e contato próximo com a clientela são aspectos considerados bons. Já o baixo poder aquisitivo do público e a atuação das grandes redes de farmácia têm um lado negativo para o empresário. “É óbvio que competir com grandes redes de farmácia atrapalha um pouco. Mas, como sou muito conhecido pelos meus clientes, acabo sempre tendo um bom número de vendas. Chego a atender 2 mil pessoas por mês”, comenta Paulo. De acordo com ele, o investimento inicial na loja foi de R$ 20 mil. Atualmente, o estabelecimento tem 10 funcionários e oferece 1,5 mil especialidades em produtos.

A boa movimentação de clientes na farmácia do Paulo é bem característica da periferia. Apesar de a maioria dos populares ser das classes C e D, o número de compras no comércio é sempre constante. A comodidade é outro fator apontado pelos clientes que compram remédios nos bairros onde moram. “Como é perto de casa, quando preciso de um remédio compro nas farmácias daqui. É bem mais cômodo”, comenta a dona de casa Beatriz de Oliveira Santos, moradora do bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Essa é uma das razões que fazem as grandes redes de farmácias apostarem também em unidades nas periferias brasileiras. Fato também presente em meio às franquias, como mostra um estudo da Associação Brasileira de Franchising (ABF): em pesquisa realizada no ano passado, foi constatado que o número de franquias aumentou 11,9% em relação a 2012. Desse percentual, segundo a pesquisa, as franquias que mais lucram estão localizadas em subúrbios.


Outro empresário que resolveu ingressar no ramo de farmácias é o também pernambucano Ivanildo Matias, 36 anos. Em um ponto comercial localizado na Avenida do Forte, na capital pernambucana, o empreendedor passou a oferecer entregas em domicílio, como fazem as grandes farmácias. Sua média de atendimento é de 2 mil clientes mensais, porém, para Ivanildo, o cliente de bairro não é fiel. “Ele compra pelo preço. Onde estiver mais barato ele compra o remédio”, opina.

O balconista da farmácia de Ivanildo, o jovem Carlos Donellys, afirma que a movimentação de clientes é sempre intensa. “O público é muito bom mesmo. Porém, para a gente manter o bom número de vendas, é preciso atender bem os clientes e trabalhar da forma correta, exigindo receita médica quando é necessário. A concorrência chega a atrapalhar um pouco, mas, no final, o resultado é bom”, diz Donellys.

A tendência é que o ramo farmacêutico continue movimentando grandes montantes até o final deste ano. Um balanço realizado pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) mostrou que os estabelecimentos registraram no primeiro semestre de 2014 um faturamento 13,69% superior ao apresentado no mesmo período em 2013. O resultado mostra que o índice representa mais de R$ 15 bilhões.

De acordo com a Abrafarma, entre os produtos oferecidos pelas farmácias, os “não-medicamentos” vêm mantendo vendas crescentes, somando mais de R$ 5 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, além de representar 32,69% da comercialização total do período. O que também deve ser destacado como positivo é o aumento nas contratações de colaboradores. No primeiro semestre de 2012, por exemplo, ocorreram mais de 107 mil contratações. Neste ano, segundo a Associação, já foram registrados mais de 115 mil novos empregos.


No vídeo abaixo, o personagem Paulo de Castro fala da sua experiência no ramo farmacêutico. Veja também o depoimento da professora do curso de farmácia da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), Elisangela Silva. A docente dá dicas para quem almeja abrir uma farmácia.

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“Receita” certa para o sucesso

Para os interessados em ter sucesso no ramo de farmácias, a história de uma das maiores redes atuantes no Brasil pode servir como um importante exemplo. Em 1981, nascia em Fortaleza, no bairro Carlito Pamplona, a primeira unidade da Pague Menos. Hoje, o empreendimento do empresário Deusmar Queirós, conta com 750 lojas distribuídas em todos os estados brasileiros. São 18 mil colaboradores trabalhando nessas unidades.


Assim como devem fazer os futuros donos de farmácia, Deusmar pesquisou por muito tempo o segmento, dentro e fora do Brasil. A pesquisa foi atrelada à sua vontade de ter um negócio próprio. “Fiz algumas viagens aos Estados Unidos, onde conheci as drugstores americanas. Fiquei encantado com a diversidade de produtos, era bem diferente das farmácias do Brasil, que só vendiam remédios e poucos artigos de perfumaria. A grande diversificação das drugstores permitia vender remédio a um preço baixo, porque o lucro menor dos medicamentos era compensado com margens melhores nos demais produtos. Achei o sistema muito interessante e comecei a pensar em como adaptá-lo ao Brasil. Ter uma farmácia me pareceu ótimo negócio. Todo mundo precisa de remédio”, conta o fundador da Pague Menos.

Os diferenciais do empreendimento eram a atuação por 24 horas, a criação do autoserviço e recebimento de contas de água, luz e telefone, além de ser uma das primeiras farmácias sem porta. O que fez aquela loja da periferia de Fortaleza se tornar uma das maiores redes do Brasil, segundo Deusmar, se chama “trabalho”. “É resultado de  muito trabalho, de decisões ágeis e eficientes, sem medo de errar. Quando erramos, corrigimos rápido. É também resultado do espírito de inovar, de criar, de acreditar e principalmente pela sabedoria de nos cercar, desde o início, de pessoas umbilicalmente comprometidas com a empresa”, complementa o empresário. Atualmente, a Pague Menos atende 10 milhões de clientes por mês. A meta da rede é chegar a marca de mil pontos de vendas.

Normas

Todos os empresários que almejam abrir farmácias precisam cumprir exigências de órgãos públicos. Um das principais instituições é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Governo Federal. De acordo com a assessoria de imprensa da Agência, as farmácias e drogarias, para atuarem no Brasil, dependem de concessão de Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE), além de licenciamento de autoridades sanitárias locais.

A AFE é concedida pela Anvisa por meio de petição e apresentação de documento emitido pelas autoridades sanitárias dos estados e municípios. Esse documento deve atestar o cumprimento da legislação vigente. Veja mais informações no site da Agência.

Outra importante norma a ser cumprida é a da Lei nº 13.021/14, publicada em 11 de agosto. Ela reitera a obrigatoriedade da presença permanente de farmacêutico nas farmácias de qualquer natureza, durante todo o seu período de funcionamento. Segundo a norma, drogarias e farmácias deixam de ser meros estabelecimentos comerciais para se transformar em unidades de prestação de assistência farmacêutica e à saúde, bem com de orientação sanitária individual e coletiva.

De acordo com presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João, os farmacêuticos são os responsáveis técnicos das farmácias, perante o respectivo Conselho Regional de Farmácia e órgãos de vigilância sanitária. Eles devem realizar, supervisionar e coordenar todos os serviços técnico-científicos da empresa. “É papel do profissional de farmácia fazer com que sejam prestados às pessoas físicas e jurídicas os esclarecimentos quanto ao modo de armazenamento, conservação e utilização dos medicamentos, notadamente daqueles que necessitem de acondicionamento diferenciado, bem como dos sujeitos a controle especial”, destaca o presidente.

Entre outras funções, também é de responsabilidade dos farmacêuticos manter os medicamentos e substâncias medicamentosas em bom estado de conservação, de modo que sejam fornecidos com a garantia da qualidade. Ele também deve informar às autoridades sanitárias possíveis irregularidades em farmácias.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As vendas do varejo farmacêutico cresceram 14,22% de janeiro a maio de 2014 na comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A entidade reportou que o faturamento das grandes redes brasileiras somou R$ 12,7 bilhões nos primeiros cinco meses de 2014.

O indicador revela que as vendas em maio mantiveram o ritmo que vinha sendo registrado até abril, quando o crescimento ante o ano anterior era de 14,74%. Até então, o faturamento havia somado R$ 10 bilhões em quatro meses.

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Em nota, o presidente da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, afirmou que a expansão nestes cinco primeiros meses superou as expectativas da entidade. "Ficaremos satisfeitos caso consigamos manter o mesmo desempenho e tivermos, no final de 2014, o mesmo crescimento porcentual de 13% obtido no ano passado", comentou.

Entre as categorias, a que mais teve elevação em vendas foi a de produtos de higiene e cosméticos e outros não-medicamentos. Estes itens tiveram alta de 17,24% nas vendas de janeiro a maio ante igual período de 2013, fechando os cinco primeiros meses do ano com faturamento de R$ 4,211 bilhões.

Já as vendas de medicamentos cresceram 12,8% na comparação anual, acumulando R$ 8,572 bilhões. Considerando-se apenas os medicamentos genéricos, a alta foi de 7,98% na mesma comparação, chegando a R$ 1,507 bilhão.

A quantidade de lojas abertas das grandes redes associadas à Abrafarma também subiu. As companhias saíram de 4,820 mil pontos de venda em 2013 para 5,243 mil em 2014. A Abrafarma reúne as 29 maiores redes de farmácias do País e considera que as redes associadas representam cerca de 40% das vendas de medicamentos do Brasil.

As vendas do varejo farmacêutico cresceram 13,37% de janeiro a outubro na comparação com igual período de 2012, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). A receita acumulada nos dez meses do ano ficou em R$ 23 bilhões. Apenas entre setembro e outubro foram R$ 2 bilhões.

O resultado, apesar de positivo, está aquém da média de crescimento do varejo farmacêutico nos últimos anos. O setor vinha crescendo em torno de 15% a 16% ao ano, de acordo com a Abrafarma. Houve, porém, aceleração nos últimos meses. No período de janeiro a julho, as vendas haviam sido de R$ 16 bilhões, 12,51% de crescimento ante igual período do ano passado.

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Considerando-se apenas a venda de medicamentos, o faturamento nos dez meses do ano alcançou R$ 16,026 bilhões, alta de 11,15% em relação a igual período de 2012. Dentro dessa categoria, os genéricos tiveram crescimento levemente mais acelerado. Foram R$ 2,9 bilhões em vendas até outubro, aumento de 11,49%.

Já a categoria de não-medicamentos, que inclui itens de higiene e beleza, teve crescimento de 18,39% na comparação anual. O segmento movimentou R$ 7,531 bilhões. O valor corresponde a 31,97% do total de produtos vendidos nas grandes redes. Em 2000, a participação era de 26%.

As principais redes de varejo farmacêutico contabilizam 4.986 pontos de venda. Foram cerca de 300 novas lojas inauguradas em 2013, segundo a Abrafarma.

As vendas em farmácias alcançaram R$ 13,5 bilhões no primeiro semestre de 2013 de acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). O número representa crescimento de 12,04% ante o mesmo período do ano passado.

O resultado mostra desaceleração do ritmo de crescimento. Em 2012, as vendas no primeiro semestre haviam crescido 18,38% ante os mesmos meses do ano anterior.

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Entre as diferentes categorias de produtos vendidas, o crescimento mais expressivo foi o da categoria de não medicamentos, a qual inclui itens de higiene, perfumaria e cosmética. Segundo a Abrafarma, as redes de farmácias alcançaram R$ 4,3 bilhões em vendas destes itens no primeiro semestre, um aumento de 16,82% na comparação com 2012.

"Cada vez mais, o consumidor brasileiro vê o canal farma como uma opção atraente para compras de produtos de higiene e beleza e de conveniência", disse em nota Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma. "Esta é uma tendência mundial", afirmou.

Já a receita com medicamentos no período foi de R$ 9,2 bilhões, o que representou 9,9% de crescimento. Os genéricos corresponderam a R$ 1,6 bilhões do total de receita com medicamentos e tiveram crescimento de 11,93% nas vendas ante o ano passado.

A Abrafarma reúne algumas das principais redes de farmácias e drogarias do Brasil, como a Raia Drogasil, a Brasil Pharma, a DPSP e a Pague Menos, além das farmácias dos supermercados Walmart. A entidade ainda informou que o número de lojas de suas associadas chegou a 4,858 mil, crescimento de 7,5%.

As vendas do setor farmacêutico divulgadas pela Associação Brasileira de redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) somaram R$ 25 bilhões em 2012, alta de 16,01% em comparação com o ano anterior. As informações são de banco de dados mantido pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP).

Do valor total de vendas, R$ 17,2 bilhões são apenas da comercialização de medicamentos, o que representou um crescimento de 15,27% em relação a 2011. Outros R$ 7,8 bilhões vieram da venda de produtos de higiene e beleza, segmento que teve alta de 17,67%.

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Em unidades de produtos vendidas houve alta de 6,59%, um total de 1,9 bilhão de vendas. O número total de clientes atendidos também subiu de um ano para outro. Houve alta de 7,41%, chegando a 738 milhões de atendimentos.

Considerando-se apenas a venda de genéricos, houve aumento do valor total das vendas de 25,17% ante 2011, gerando R$ 3,1 bilhões. A Abrafarma destacou ainda as vendas ligadas ao programa Aqui tem Farmácia Popular. O volume total subiu 49,17%, atingindo R$ 468 milhões. O número de clientes atendidos no programa Farmácia Popular subiu 46,35%, chegando a 19,6 milhões.

Lojas

A Abrafarma também reportou crescimento no número de lojas abertas no País. Ao final de 2012, as principais redes somavam 4.692 endereços, aumento de 8,33% na comparação com 2011. A Abrafarma reúne as 31 maiores redes de farmácias do Brasil, que representam cerca de 38% das vendas de medicamentos no País.

As vendas em farmácias cresceram 16,53%, de janeiro a novembro, deste ano, na comparação com igual período de 2011. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira (28), pela Abrafarma, entidade que representa grandes redes do varejo farmacêutico. No acumulado dos 11 meses, o setor soma R$ 22,8 bilhões em vendas, superando o volume total do ano passado, de R$ 20,6 bilhões. Apesar da cifra, o ritmo no aumento das vendas é menor do que o constatado na comparação de 2011 com 2010, quando houve alta de 23,3%.

No segmento de medicamentos, os negócios cresceram 15,88%, chegando a R$ 15,7 bilhões, nos 11 meses deste ano. O destaque são os genéricos, com expansão de 26,28%, acumulando R$ 2,8 bilhões no período. Segundo a entidade, os genéricos representam 17,99% das vendas nas redes de varejo farmacêutico.

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Outros produtos, como itens de beleza e higiene, acumularam alta de 18,04%, chegando a um volume de vendas de R$ 7 bilhões. A categoria detém 30,76% do comércio no setor.

A Abrafarma também registrou aumento de 7,79% no número de lojas abertas, que chegaram a 4,6 mil no fim do mês passado.

 

 

Os mais de 100 medicamentos disponíveis no programa Aqui tem Farmácia Popular, do governo federal, poderão ter isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), segundo informações da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Se confirmada, a medida irá ampliar ainda mais este projeto, que é realizado na iniciativa privada, é o que afirma o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.

"Só no primeiro quadrimestre deste ano, as vendas pelo programa nas redes associadas à entidade cresceram 99,72% em relação ao mesmo período de 2011, garantindo atendimento a 5,8 milhões de pessoas", destacou o executivo. Estão incluídos os medicamentos para hipertensão, diabetes e asma. "Quanto maior o acesso a esses produtos, maior é o impacto da redução de custos na saúde em um longo prazo", afirmou Barreto.

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O governo prevê agora a ampliação para mais medicamentos de doenças crônicas. A possível isenção do ICMS decorre da preocupação com o elevado déficit da balança comercial do setor de saúde, que pode atingir o valor recorde de R$ 12 bilhões em 2012.

Segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgado nesta quinta-feira a redução da carga tributária incidente sobre os medicamentos não prejudica a arrecadação. A conclusão se deu após uma análise da redução do ICMS de 18% para 12% no Estado do Paraná. De acordo com o coordenador da pesquisa, Gilberto Luiz do Amaral, mesmo após a adoção da medida, em 2009, houve um aumento de 106% na arrecadação estadual no ano.

A Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) criticou a medida provisória aprovada pelo Senado que inclui artigo liberando a venda de medicamentos (que dispensam prescrição médica) em supermercados, armazéns, empórios, lojas de conveniência e similares. Em nota oficial, a entidade argumenta que a medida coloca em risco a saúde da população e pode acarretar em concorrência desleal contra as farmácias e drogarias.

A associação espera que a presidente Dilma Rousseff vete o artigo 8º do Projeto de Lei de Conversão 07/12, oriundo da Medida Provisória 549/11. O projeto, aprovado na noite de quarta-feira, concede isenção de tributos a produtos destinados a pessoas com deficiência.

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O presidente executivo da entidade, Sérgio Mena Barreto, afirmou em comunicado à imprensa que "o Senado abre um perigoso precedente ao permitir que a população adquira medicamentos indiscriminadamente, motivada simplesmente por campanhas publicitárias ou promoções relâmpago".

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