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A Polícia Civil do Amazonas prendeu em flagrante, na quinta-feira (23), um servidor público, de 44 anos, acusado de armazenar pornografia infantil. O homem, que trabalha como agente administrativo na Policlínica Gilberto Mestrinho, em Manaus, estava baixando e assistindo os conteúdos no seu local de trabalho.

A polícia achou um pen drive, que estava conectado no computador do almoxarifado - usado pelo servidor - da unidade de saúde. Nele, a Civil encontrou mais de 1,5 mil arquivos, entre eles fotos e vídeos pornográficos. 

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A delegada Joyce Coelho informou ao site Amazonas Atual que, inicialmente, o homem negou ser dono do objeto, mas nele também havia arquivos como fotos e documentos pessoais dele. Os policiais apreenderam, na casa do suspeito, um notebook que será vistoriado juntamente com o pen drive, o HD do computador do trabalho e o celular. 

Segundo a delegada, o homem revelou que começou a consumir esse tipo de conteúdo há três anos, depois de uma separação. Além disso, Joyce ressaltou que, aparentemente, todo o conteúdo foi baixado de sites estrangeiros - ainda não foi identificado nenhuma possível vítima.

O homem está custodiado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). Uma fiança foi arbitrada no valor de sete salários mínimos e, se não for paga, ele deve ser levado para a Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde ficará à disposição da Justiça.

 

A Polícia Civil do Amazonas prendeu um homem de 29 anos, em flagrante, por abusar sexualmente do próprio enteado, um adolescente de 14 anos. A prisão ocorreu nessa terça-feira (20), no bairro de Aleixo, zona centro-sul de Manaus.

De acordo com a delegada Joyce Coelho, coordenadora do caso, o menino de 14 anos procurou a delegacia e relatou que mora com a mãe, as duas irmãs e o autor do crime. O acusado já responde por tentativa de homicídio e fazia uso de uma tornozeleira eletrônica rompida.

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Em depoimento, o adolescente informou que no mês de agosto o homem voltou a morar com eles, após dois anos de ter rompido o relacionamento amoroso com a mãe. A vítima também relatou que os abusos começaram assim que o homem retornou para casa, e eram feitos sob ameaças de morte e violência física.

Apesar das ameaças, o menino contou à tia materna sobre os episódios de violência sexual, logo após ter sido abusado mais uma vez. O garoto disse que pensou em fugir de casa, mas optou por contar à familiar e expôs os abusos à mãe, que diz não ter desconfiado de nada.

O abusador recebeu voz de prisão em flagrante e será autuado pelo crime de estupro de vulnerável. Ao término dos procedimentos, ele será encaminhado à Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde passará por audiência de custódia. Segundo o registro policial, ele possui um histórico de ser bastante agressivo e violento.

Com informações de assessoria

O médico veterinário identificado como Pedro Monteiro da Silva Júnior, 57 anos, foi preso preventivamente por estupro tentado, importunação e assédio sexual contra seis jovens que estagiaram na clínica dele. Segundo a Polícia Civil, os crimes aconteciam em Manaus, Amazonas, desde 2015.

A delegada Andréa Rocha aponta que as equipes tomaram conhecimento dos crimes após uma jovem, de 21 anos, formalizar um Boletim de Ocorrência no 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Na ocasião, ela informou que foi até a clínica veterinária no dia 9 deste mês, convidada pelo acusado para trabalhar com ele.

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À polícia, a vítima confirma que, ao chegar no local, em determinado momento Pedro a puxou e tentou beijá-la a força, baixou as calças e passou as mãos nas partes íntimas dela.

Com a denúncia da jovem, outras cinco mulheres procuraram a Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM) para denunciar os abusos sofridos.

"Elas compareceram à DECCM e afirmaram que trabalharam como estagiárias do indivíduo, na ocasião em que ele cometeu os crimes. Os delitos registrados agora na delegacia, ocorrem desde 2015”, afirmou a delegada.

A autoridade policial destacou, ainda, que o homem se aproveitava da profissão para cometer os crimes.  “Em casos como este, é muito importante que as vítimas compareceram à unidade policial e formalizem a denúncia para tomarmos conhecimento e darmos andamento nas investigações”, frisou Andréa.

O veterinário será indiciado por estupro tentado, importunação e assédio sexual. Ao término dos procedimentos cabíveis, Pedro será levado para a Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde passará por audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.

A Prefeitura de Manaus, no Amazonas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), divulgou novo Processo Seletivo Simplificado destinado à contratação temporária de 210 vacinadores/registradores, com duração de 45 dias. As inscrições devem ser realizadas gratuitamente até esta sexta-feira (4) pela internet.

Os profissionais contratados atuarão na Campanha de Vacinação Antirrábica Animal, da Semsa, por meio do Regime Jurídico de Direito Administrativo. A carga horária a ser cumprida é de 36 horas semanais e o salário base oferecido equivale a R$ 1.045,00, acrescido de insalubridade, auxílio-transporte, auxílio-alimentação e salário família.

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É necessário que os candidatos tenham ensino fundamental completo, idade mínima de 18 anos completos na data de inscrição, estejam em dia com as obrigações militares e eleitorais, tenham aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo, sejam brasileiros natos ou naturalizados, ou portuguesas amparados pela reciprocidade de direitos advindos de legislação específica. Além disso, não serão aceitas as candidaturas de profissionais que fazem parte de algum dos grupos de risco da Covid-19. 

Como método de seleção, será realizada contagem de pontos de cursos e experiência, com nota máxima de 60 pontos. Os profissionais terão que transportar a caixa de isopor com capacidade de 12 litros com gelo e vacina; aplicar a vacina, por via subcutânea, em cães e gatos e  preencher o certificado de vacina.

Para mais informações, consulte o edital de abertura da seleção.

Nesta segunda-feira (10), as escolas da rede estadual de ensino no Estado do Amazonas retomaram as aulas de maneira híbrida, ou seja, presencialmente e online. Entretanto, o retorno dos alunos às instituições de ensino em Manaus resultaram em diversos memes nas redes sociais acerca do tamanho gigantesco das máscaras de proteção distribuídas pela Secretaria de Educação e Desporto (Seduc).

No Twitter, os jovens logo trataram de ironizar o recebido e postaram fotos colocando as máscaras nos olhos e simulando uma soneca, outros cobriram por completo seus rostos. Já alguns decidiram inovar na brincadeira e customizaram um top feminino com o tamanho da máscara.

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O acontecimento rapidamente viralizou na internet e os usuários das redes sociais trataram de comparar com outros memes já feitos com os materiais distribuídos pelos governantes dos estados brasileiros. Um internauta brinca dizendo: “Depois da mochila na Bahia, temos agora as máscaras de Manaus”. Já outra comenta. "Essa máscara da Seduc é boa mesmo, dá até para tirar um cochilo nela". Há quem disse que dava até para reutilizar em atividades físicas. “Estou usando de touca para natação”, brinca.

Confira, abaixo alguns memes sobre o assunto:

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Cerca de 110 mil alunos do ensino médio de 123 escolas da rede pública do Amazonas retornam nesta segunda-feira (10) às aulas presenciais. De acordo com o governo do estado, foram adotadas medidas de prevenção à disseminação do novo coronavírus, como protocolos de distanciamento social, o uso obrigatório e adequado de máscaras de proteção, aferição de temperatura e disponibilização de álcool em gel nas salas e áreas comuns das unidades.

Ao longo da semana, a Secretaria de Educação e Desporto fará a distribuição de duas máscaras de pano para os alunos que estudam um turno e quatro para os que estudam em tempo integral. De acordo com a pasta, também foram reduzidos em 50% o número dos estudantes nas aulas presenciais.

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Na entrada das unidades ainda foram instaladas pias para lavagem das mãos com água e sabão e tapetes sanitizantes para higienização de calçados. O governo também orienta os alunos a estarem atentos aos cuidados de higiene no deslocamento de casa à escola e da escola para casa.

Nas salas de aula, as carteiras foram colocadas a uma distância de 1,5m umas das outras e nos refeitórios somente devem ser ocupados os assentos sinalizados nas mesas. O protocolo de distanciamento é obrigatório em todas as dependências da escola, inclusive banheiros. De acordo com o governo estadual, funcionários e voluntários auxiliarão os estudantes em todas as movimentações dentro da escola.

A previsão de retorno presencial para os estudantes do ensino fundamental (anos iniciais e finais) na rede pública do Amazonas é 24 de agosto.

Justiça

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) chegou a ingressar com ação na Justiça para impedir a volta das aulas presenciais, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. O Sinteam informou que vai recorrer da decisão.

De acordo com a entidade, as escolas não estão preparadas para receber alunos e trabalhadores com a devida segurança em plena pandemia de covid-19. Em nota, o Sinteam argumenta que há unidades que não têm janelas nas salas de aula, impedindo a circulação do ar, e há turmas que, mesmo divididas por blocos, continuam lotadas com 28 alunos. “Os professores receberam apenas uma máscara. Em alguns locais ainda não chegou termômetro, álcool, nem tapete sanitizante e só há duas pias para atender, em média, 300 estudantes”, informou, entre outras preocupações.

Covid-19 no estado

De acordo com o boletim divulgado ontem (9) pelo governo do estado, foram confirmados mais 522 casos de covid-19 no Amazonas e o total chega 106.950 pessoas que já foram contaminadas pelo novo coronavírus. O boletim aponta ainda que 12.989 pessoas estão sendo acompanhadas atualmente, ou seja, são casos confirmados nos últimos 14 dias, que se encontram internados ou em isolamento domiciliar.

Também foram confirmados mais quatro óbitos pela doença, três ocorridos nas últimas 24 horas e um, mais antigo, que teve confirmação diagnóstica, elevando para 3.359 o total de mortes no estado. Outros 19 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão sendo acompanhados, 18 estão em investigação epidemiológica e um aguardando o resultado laboratorial.

Um homem de 56 anos, que não foi identificado, foi espancado por populares e preso nesta última terça-feira (4), na Zona Norte de Manaus, Amazonas, suspeito de abusar de uma criança de dois anos.

À Rede Amazônica, o Centro Integrado de Operações e Segurança (Ciops) informou que o suspeito foi detido em um beco após os moradores terem visto ele saindo de uma área de mata com a criança. Os moradores relataram aos policiais que a criança de dois anos havia desaparecido da frente de casa e o homem de 56 anos seria o suspeito do rapto. 

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Espancado pelos populares, o suspeito foi levado para o Hospital e Pronto-socorro João Lúcio com ferimentos na cabeça. Depois de receber o atendimento médico, o homem foi apresentado na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) e um inquérito foi instaurado.

Antes da crise que pressiona o presidente Jair Bolsonaro a indicar um titular para o Ministério da Saúde, o chefe interino da pasta, general Eduardo Pazuello, já havia sinalizado em conversas reservadas que tem interesse em voltar a assumir uma função no Comando Militar da Amazônia. General de três estrelas, ele não demonstra vontade em ir para a reserva para permanecer em definitivo no governo.

Apesar disso, mesmo sendo o motivo do recente entrevero envolvendo as Forças Armadas e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Pazuello tem enfatizado que não vai pedir para deixar o Ministério da Saúde. O argumento, segundo interlocutores, é que ele foi convocado para uma missão e cabe ao presidente, chefe das Forças Armadas, dispensá-lo.

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Pazuello estava no comando da 12º Região Militar, que engloba Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, quando aceitou, no final de abril, o convite para integrar o ministério como secretário executivo do então ministro Nelson Teich. Chegou em Brasília com 15 militares que o acompanham desde que atuou na Olimpíada do Rio de 2016.

Ao aceitar a "missão", como Pazuello se refere à sua passagem na Saúde, ficou acertado com o presidente que ele e seu grupo ficariam entre 90 e 100 dias no governo. Com a saída de Teich, em 15 de maio, o general assumiu interinamente a pasta quando o País registrava 14.962 óbitos. Atualmente, o Brasil contabiliza mais de 76 mil mortes, segundo dados do consórcio de veículo de imprensa consolidados ontem.

Bolsonaro não sinalizou se pretende estender o período de "intervenção militar" no ministério - ontem, ele afirmou que Pazuello fica no cargo.

Militares que atuam com o ministro interino seguem trabalhando com a previsão de deixar os cargos na Saúde no máximo até setembro. Pazuello não descarta estender sua permanência temporária no governo até o final do ano para reestruturar o ministério, se este for o pedido de Bolsonaro. Entretanto, sinaliza a interlocutores a vontade de reassumir o trabalho na 12.ª Região Militar, onde oficialmente segue no comando. A sala do general permanece montada com nome na porta e objetos pessoais. Em viagem a Manaus, no fim de maio, ele chegou a levar pessoas ao seu gabinete.

O problema é que o Alto Comando do Exército já designou, em 29 de junho, o general de divisão Edson Rosty para o posto. A nomeação de Rosty está prevista para ser oficializada no final deste mês, junto com as promoções do Exército. Antes, porém, precisa ser assinada por Bolsonaro. Apesar de não ser comum, até lá pode haver mudanças. Segundo integrantes do Exército, Bolsonaro pode atuar para reconduzir Pazuello ao comando da 12ª Região Militar, mas não seria uma medida bem vista. Fato é que se o ministro interino da Saúde voltar à Força não ficará sem posição de destaque, principalmente após ter passado pelo governo e contar com o apreço do presidente da República.

Um dos contratos suspeitos identificados na investigação sobre suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 no Amazonas envolveu uma importadora de vinhos. A empresa teria sido usada para revender respiradores superfaturados ao governo do Estado.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o Executivo do Amazonas, vendeu os ventiladores à adega por R$ 2,480 milhões. No mesmo dia, a casa de vinhos revendeu os equipamentos ao Estado por R$ 2,976 milhões, ou seja, com sobrepreço de R$ 496 mil. Após receber valores milionários em sua conta, a adega repassou o montante integralmente à organização de saúde, segundo o MPF.

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Além disso, respiradores teriam sido adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no País durante a pandemia, com diferença de 133%. Os detalhes da investigação foram tornados públicos nesta terça, 30, quando MPF e Polícia Federal deflagraram a Operação Sangria para cumprir 20 mandados de busca e apreensão e outros oito de prisão. Os agentes vasculham a casa do governador, Wilson Lima (PSC), apontado como 'comandante' do esquema, e a sede do governo. A Secretária de Saúde, Simone Papaiz, foi presa na ação.

As medidas cumpridas hoje foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e incluem ainda o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.

A investigação do MPF e da PF, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal, apura a atuação de uma "organização criminosa" que estaria desviando recursos públicos destinados ao combate do novo coronavírus. O Amazonas recebeu cerca de R$ 80 milhões repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) para o enfrentamento da doença.

Segundo os investigadores, além de compras superfaturadas de respiradores, foram identificados direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados "com a participação direta do governador", de outros agentes públicos e de empresários.

Há suspeita dos crimes de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.

COM A PALAVRA, O GOVERNO DO AMAZONAS

"O Governo do Amazonas informa que aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação. Informa, ainda, que o governador Wilson Lima, que estava em Brasília para cumprir agenda de trabalho, está retornando para Manaus".

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem, nesta terça-feira (30), vinte mandados de busca e apreensão e outros oito de prisão em operação contra suposta fraude na compra de respiradores. A ação mira no governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

Os agentes estiveram na casa do governador, na sede do governo e na Secretaria de Saúde do Estado. A Secretária de Saúde, Simone Papaiz, foi presa. A biomédica assumiu o cargo em abril, após pedido de demissão do antecessor Rodrigo Tobias, que deixou a pasta no auge da pandemia no Amazonas.

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As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e incluem ainda o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.

A ação é resultado de uma investigação que apura a atuação de uma "organização criminosa" que, segundo o MPF, estaria desviando recursos públicos destinados ao combate da pandemia de Covid-19.

De acordo com os investigadores, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados "com a participação direta do governador", de outros agentes públicos e de empresários.

"Os fatos ilícitos investigados têm sido praticados sob o comando e orientação do governador do estado do Amazonas, Wilson Lima, o qual detém o domínio completo e final não apenas dos atos relativos à aquisição de respiradores para enfrentamento da pandemia, mas também de todas as demais ações governamentais relacionadas à questão, no bojo das quais atos ilícitos têm sido praticados", destacou a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo no pedido de medidas cautelares.

Em um dos contratos investigados foi encontrada suspeita de superfaturamento de, pelo menos, R$ 496 mil. Além disso, respiradores teriam sido adquiridos por valor superior ao maior preço praticado no País durante a pandemia, com diferença de 133%.

No esquema identificado pelo MPF e pela Polícia Federal, o governo do Estado comprou, com dispensa de licitação, 28 respiradores de uma importadora de vinhos. Uma empresa fornecedora de equipamentos de saúde, que já havia firmado contratos com o governo, vendeu respiradores à adega por R$ 2,480 milhões. No mesmo dia, a importadora de vinhos revendeu os equipamentos ao Estado por R$ 2,976 milhões. Após receber valores milionários em sua conta, a adega repassou o montante integralmente à organização de saúde, segundo o MPF.

Há suspeita dos crimes de peculato, delitos da lei de licitações, organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.

O Estado do Amazonas, que viveu fase crítica no enfrentamento da doença, já soma mais de 69 mil casos confirmados de covid-19 e 2.782 obtidos, segundo a última atualização do boletim divulgado pelo Secretaria de Saúde. A capital, Manaus, ganhou repercussão mundial depois que centenas de corpos foram enterrados em valas.

Wilson Lima é o terceiro governador investigado por supostas irregularidades em contratações para o enfrentamento da pandemia. Antes deles, Wilson Witzel (PSC), do Rio, e Helder Barbalho (MDB), do Pará, também tiveram endereços vasculhados por agentes federais.

Defesa

"O Governo do Amazonas informa que aguarda o desenrolar e informações mais detalhadas da operação que a Polícia Federal realiza em Manaus para, posteriormente, se pronunciar sobre a ação. Informa, ainda, que o governador Wilson Lima, que estava em Brasília para cumprir agenda de trabalho, está retornando para Manaus."

No Estado do Amazonas, uma mulher de 28 anos morreu por Covid-19 dias depois de ter sua primeira filha. Arícia Campelo era mãe de três meninos e sonhava em ter a primeira menina.

 A mulher apresentou sintomas da Covid-19 no sétimo mês de gestação. Ela foi internada às pressas e passou por uma cesariana de emergência. Arícia morreu sem conhecer a filha.

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 A criança passa bem e está em uma incubadora. O marido relatou que Arícia chegou a apresentar melhoras no quadro mesmo na UTI. Como estava em quadro grave, ela não teve contato com a menina

 Na quinta-feira (18), Arícia chegou a respirar sem aparelho, mas sofreu paradas cardíacas na madrugada dessa sexta-feira (19) e faleceu. O Amazonas já ultrapassou a marca de 61 mil casos de Covid-19, com mais de 2,6 mil mortes.

Indígenas que vivem no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, região com maior número de grupos isolados e de recente contato do mundo, afirmam que foram contaminados por covid-19 por meio de agentes de saúde do governo. Ao menos 20 indígenas da região já contraíram a doença, segundo informações de terça-feira, 9, do governo do Estado.

"Suspeita-se que seja através dos profissionais da saúde ou funcionários do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), como aconteceu com nossos parentes da região do Solimões", afirma a União dos povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em nota divulgada no domingo, 7, que também pede "socorro" e "pronta resposta" a autoridades para o atendimento da população indígena.

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Indígenas que vivem no Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas, região com maior número de grupos isolados e de recente contato do mundo, afirmam que foram contaminados por covid-19 por meio de agentes de saúde do governo. Ao menos 20 indígenas da região já contraíram a doença, segundo informações de terça-feira, 9, do governo do Amazonas.

"Suspeita-se que seja através dos profissionais da saúde ou funcionários do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), como aconteceu com nossos parentes da região do Solimões", afirma a União dos povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), em nota divulgada no domingo, 7, que também pede "socorro" e "pronta resposta" a autoridades para o atendimento da população indígena.

Procurado, o Ministério da Saúde não informou sobre quantos agentes de saúde que estiveram no local estão infectados. A pasta apenas confirmou, em 4 de junho, que quatro agentes de saúde testaram positivo, mas que não sabiam como haviam sido infectados.

Após denúncias dos indígenas, o MPF fez recomendações no último domingo, 7, à Secretaria Especial de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, à Fundação Nacional do Índio (Funai), ao governo do Amazonas e à Prefeitura de Tabatinga.

Procuradores recomendam compra urgente de insumos para tratamento da covid-19, além da instalação de locais adequados de quarentena para profissionais de saúde e indígenas contaminados ou com sintomas do vírus.

A recomendação costuma ser a etapa anterior à apresentação de uma ação judicial, caso o problema não se resolva. O MPF aponta ainda "continuo desaparelhamento da Funai", inclusive no Vale do Javari.

Após três meses de pandemia, Funai e ministérios dos Direitos Humanos e da Saúde falaram à imprensa na terça-feira, 9, sobre combate ao vírus em comunidades tradicionais e indígenas. Em nota, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) reagiu às declarações do governo e disse que a resposta à doença é lenta.

"As equipes de saúde estão despreparadas e, em muitos casos, entrando em área sem cumprir quarentena e desrespeitando as estratégias de isolamento das comunidades. Na TI Vale do Javari, a própria equipe da Sesai entrou contaminada transmitindo a doença nas aldeias", disse a Coiab.

O Ministério da Saúde nega que agentes do governo tenham levado a doença para dentro da terra indígena. Em nota enviada à reportagem, a pasta afirma que a "região tem como característica a passagem de comerciantes e pescadores" e que já cumpre recomendação do MPF de testar profissionais para a covid-19 antes de enviá-los a campo.

A versão do governo federal diverge com a de indígenas da região. Em nota citada pelo MPF, lideranças Kanamari afirmam que o único contato com um não indígena na aldeia São Luiz, onde há suspeitos da covid-19, foi feito justamente entre um agente de saúde com um comerciante de bananas. "As lideranças relatam que provavelmente os profissionais da saúde já estavam contaminados, sendo esta, uma possível via de contágio nas comunidades", diz nota do povo Kanamari citada por procuradores.

Após redução no número de óbitos por Covid-19 em Manaus, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que o comércio reabrirá gradualmente a partir do dia 1º de junho. No interior, que concentra 54% dos casos de coronavírus do Amazonas, a decisão ficará sob critério das prefeituras.

Lima já havia antecipado, no domingo, a retomada do comércio porque, segundo ele, "a vida precisa voltar à normalidade". Mas em coletiva à imprensa na terça-feira esclareceu que a suspensão das medidas restritivas dependeria da curva de casos do novo coronavírus - caso contrário, o Estado retrocederia com a decisão. O decreto que permite apenas serviços essenciais vai até o dia 31 de maio.

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"Tem havido número menor de óbitos e isso tem diminuído ao longo dos últimos 15 dias. Temos um aumento de casos, mas um número alto também de recuperados. Temos mais de 23 mil recuperados. A gente consegue enxergar uma luz no fim do túnel. Todas as decisões de reabertura do comércio estão condicionadas à essa curva."

Para o infectologista Marcus Lacerda, o momento pede equilíbrio. "É uma decisão complicada. Acho que deve haver meio-termo. Voltar aos poucos com cuidado e acompanhar de perto. Não podemos juntar dados do Amazonas com Manaus; as mortes na capital caíram. Abertura total não pode, nem fechamento total. O comércio de Manaus nunca fechou de fato, apenas uma mínima parcela."

O Amazonas tem 33 mil casos confirmados da doença e 1.891 mortes. No auge da crise, Manaus enfrentou dificuldades para atender pacientes no sistema público de saúde - profissionais também se queixaram da falta de equipamentos básicos e muitos acabaram contaminados pelo coronavírus.

Ceará

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), também afirmou que pretende iniciar a abertura da economia no Estado a partir da próxima segunda-feira. A retomada será feita considerando indicadores de saúde, com orientações aos municípios de acordo com a incidência do coronavírus em cada região. O plano de reabertura deve ser divulgado oficialmente nesta semana e foi elaborado em conjunto com as equipes econômica e de saúde. Como uma das justificativas, o governador citou a tendência de estabilização no número de casos da capital, Fortaleza, a terceira cidade do País a implementar o "lockdown".

A capital cearense ainda encontra dificuldades em se fazer cumprir a determinação. Mais de 2.600 ocorrências por descumprir isolamento social rígido foram registradas até segunda-feira, 25. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O telefone toca na prefeitura de São Gabriel da Cachoeira até cair. Ninguém atende também na Câmara e na Delegacia. São 16 horas. O silêncio toma conta da cidade em razão do toque de recolher decretado pela prefeitura. Ele começa às 15 horas e se estende até as 6 da manhã seguinte.

Barreiras do Exército na Ilha das Flores, no Rio Negro, impedem o tráfego de voadeiras, as lanchas rápidas que desafiam as águas em direção às terras indígenas da fronteira com a Venezuela e dos seus afluentes - Rios Uapés e Içana -, que vão até a Colômbia. Todo o esforço é parte da estratégia das autoridades para proteger os 45 mil habitantes do município - 95% dos quais índios de 23 etnias -, ameaçados pela Covid-19.

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A chegada da doença está sendo avassaladora no último recanto do Amazonas ainda não completamente invadido pelo coronavírus. Em abril, o vírus se espalhou pelos municípios da calha do Rio Solimões, até Tabatinga, na tríplice fronteira. Ali estão cinco das dez cidades com o maior número de mortes por cem mil habitantes do País causadas pelo Sars-CoV-2. No Rio Negro, a doença subiu mais lentamente, mas não menos ameaçadora.

Desde que foi detectada em 26 de abril em São Gabriel da Cachoeira (a 872 km de Manaus), ela deixou 17 mortos, 15 na sede do município e dois em comunidades de índios tukanos - as mortes por cem mil habitantes são três vezes maiores do que as de São Paulo. Até ontem, havia 577 casos confirmados e outros 554 suspeitos. Há dez índios internados, quatro deles levados de avião para Manaus.

A chegada da doença trouxe uma série de desafios às autoridades, às organizações não governamentais, como o Instituto SocioAmbiental (ISA), e ao Exército, que convivem com os índios do rio e os da mata. No primeiro grupo estão os de fala tukano e arawak. No segundo, os do grupo linguístico maku, como os hupdas. "Cada um deles representou um desafio diferente", disse Juliana Radler, representante do ISA no Comitê de Crise de São Gabriel da Cachoeira. Um deles era como contar aos hupdas que uma doença grave chegaria naquelas terras e que eles deviam se proteger.

Os hupdas passaram por uma grande tragédia há 50 anos, quando a etnia foi dizimada por um surto de sarampo. Hoje, eles são 1.500 que vivem entre os Rios Papuri e Tiquié, na Cabeça do Cachorro, na fronteira com a Colômbia. "Tínhamos um grande receio de causar pânico e levar a um suicídio em massa da etnia", afirmou Juliana. O grupo preparou cartilhas. A dos hupdas diz: "Covid-19, Nig këy kem, ãh bab’ d’äh!", que em hup significa "Covid-19, toma cuidado, parente". Além de hup também foram feitas cartilhas em outras quatro línguas: tukano, baniwa, dâw e nheengatu. Foram 21 mil exemplares - 6 mil em português. Tudo antes de a doença chegar.

"Nosso primeiro paciente diagnosticado morreu três dias depois", afirmou Fábio Sampaio, secretário de Saúde de São Gabriel. Era o professor Antonio Benjamim, de 45 anos, da etnia baniwa. A morte deixou a cidade em polvorosa. Até então, as autoridades tinham dificuldade para fazer os moradores - cerca de 50% da população na sede do município - respeitarem o distanciamento social, ainda mais na fila da lotérica, único lugar onde os moradores podem receber benefícios, como o Bolsa Família. Nos dias de pagamento, de 500 a 1 mil pessoas são atendidas pelos dois caixas do lugar.

Dinheiro. "Muitos índios vêm das comunidades até São Gabriel para receber benefícios do governo e comprar mantimentos", disse Marivelton Barroso, da etnia baré, presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. Ao todo, há 750 comunidades na região - o município é o que tem a maior população indígena do País. O prefeito, Clóvis Saldanha (PT), de 48 anos, foi um dos primeiros atingidos pela doença - ele testou positivo em 1.º de maio. No dia 12, a Covid-19 matou o artista mais conhecido da cidade: Feliciano Lana, da etnia desana, tinha 83 anos. Suas pinturas e desenhos fazem parte de coleções de museus no Brasil e no exterior, como o British Museum.

Quando morreu, fazia oito dias que o município instituíra o lockdown (bloqueio total). Os homens da Polícia Militar e os 40 da Guarda Civil se uniram para fazer o decreto ser respeitado. Ao mesmo tempo, um comitê de crise foi formado com a participação do Exército, que administra o único hospital da cidade. Os militares instituíram uma barreira rio acima, na Ilha das Flores, para impedir a entrada de estranhos nas terras indígenas. "A doença chegou aqui pelo rio", disse Marivelton. Na comunidade tukano de Boa Esperança, os índios decidiram fechar o acesso. Perto da Capela de Santo Antônio, um cartaz foi pendurado em uma corrente que fecha a rua de terra: Ninguém entra. Nem parente ou amigo.

Mas, apesar do isolamento, o coronavírus, chegou ao lugar. "Dois índios que vieram buscar mantimentos se contaminaram na cidade", contou Marivelton. Um morreu na Boa Esperança. Outro, na comunidade Mercês. Os casos suspeitos nas aldeias estão sendo isolados pelos índios em casas ou sítios. Da sede do município acompanha-se o avanço da doença pelos radioamadores de 210 estações. No distrito de Taraquá, uma comunidade hupda na fronteira com a Colômbia, tudo foi fechado. "Eles não recebem visita", contou Marivelton.

Se antes as distâncias amazônicas atrasaram a chegada da doença, agora elas tornam mais difícil o socorro das vítimas. "Temos lugares, como São Joaquim, que ficam a três dias e meio de barco da cidade e uma hora de avião", disse o secretário. O Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira (HGuSGC) tinha seis respiradores artificiais até ganhar mais oito, enviados de Brasília, ao mesmo tempo em que o Exército reforçou o pessoal do hospital, mandando mais duas médicas, uma fisioterapeuta, duas enfermeiras e seis técnicas em enfermagem. O lugar recebeu ainda equipamentos de proteção.

No começo da semana, o comitê de crise da cidade pediu ao governo do Amazonas mais equipamentos para o HGuSGC e a criação de seis enfermarias em áreas indígenas, além da abertura de um hospital de campanha em São Gabriel. Antes de receber uma resposta, o comitê decidiu prorrogar por mais 15 dias o lockdown e o toque de recolher no município. Aumentar o isolamento amazônico é ainda a aposta para proteger os índios.

Os pais de Elizângela da Silva Baré, de 36 anos, se lembram quando o sarampo chegou ao Alto Rio Negro. Casada e mãe de três filhos, ela sabe do cataclismo que se abateu sob as etnias do Alto Rio Negro. E, como no passado, mais uma vez foi na medicina tradicional que os povos indígenas foram buscar o lenitivo e a cura para um novo mal: a Covid-19.

Elizângela trabalha na campanha Rio Negro, Nós Cuidamos, uma iniciativa da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. Seu trabalho lhe permite que em tempo de pandemia contatar as mais diversas comunidades da região. E testemunhar o interesse renovado dos índios de lascas da carapanaúba, com a qual se faz o banho e uma infusão, com propriedades anti-inflamatórias, ou ainda a saracura-mirá, cujo chá é tão conhecido como o do jambu ou o de mangarataia, misturado ao mel das abelhas e ao limão. Há ainda a folha de capeba. "Tudo isso tem funcionado. A medicina tradicional é como as comunidades estão tratando os doentes. E com sucesso", disse.

Elizângela mesmo adoeceu nos primeiro dias da chegada do Sar-Ciov-2 a São Gabriel da Cachoeira. "Eu estava na linha de frente com a comunidade." Ela ficou 15 dias afastada do trabalho e se tratou com os chás e com banhos de manhã. "Mesmo na cidade, os índios não aldeados estão recorrendo à medicina tradicional. Tem funcionado até como prevenção." Elizângela mora com a família na sede do município desde 2017 - ela nasceu na terra indígena Cuê-cuê Marabitanas, que reúne quase dois mil indígenas dos grupos linguísticos tukano e arawak.

A cidade cada vez mais atrai os índios das proximidades. A região do Rio Negro não tem pescado suficiente nem as roças garantem toda a subsistência. "Os povos criaram o hábito de vir até a cidade para levar mantimentos para as aldeias", afirmou Marivelton Barroso, presidente da Federação. É por isso que Elizângela e outros voluntários estão distribuindo cestas básicas para as comunidades da região.

"As pessoas vêm à cidade para receber o auxílio de 600 reais e voltam para as comunidades com o vírus", disse Elizângela. Não há como evitar aglomerações na cidade. "Às vezes o parente (índio) não entende português." Mas todos entendem a medicina tradicional . "Ela tem ajuda a superar a doença", diz Marivelton. Para uma doença que o homem branco não sabe como tratar, os índios apostam na proteção dos espíritos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um túnel ainda em fase inicial de escavação foi descoberto no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em Manaus-AM, na segunda-feira (18). Essa já é a quarta tentativa de fuga descoberta pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) nos últimos 40 dias.

O túnel estava sendo escavado dentro de uma das celas da unidade. Durante a revista, foram descobertos ainda cinco celulares e um modem móvel.

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Segundo a Seap, há indícios de que um funcionário estaria levando os celulares. Um inquérito policial será aberto para investigar o caso.

O local do túnel foi isolado para manutenção e 24 internos transferidos para outras celas. Eles vão responder a um Procedimento Administrativo Disciplinar.

Em 7 de abril, a Seap flagrou o momento em que um túnel era escavado do lado de fora da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). Um homem foi detido.

Em 17 de abril, um novo túnel foi descoberto no Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM 1). Em 2 de maio, houve a descoberta de um túnel por onde os presos planejavam fugir durante a rebelião na UPP.

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovou, na quarta-feira (6), o projeto de lei que torna essencial a atividade religiosa em períodos de calamidade pública. Com isso, igrejas e templos de qualquer culto poderiam reabrir durante a pandemia do novo coronavírus. O projeto precisa ser sancionado pelo governador.

 A proposta é de autoria do deputado estadual João Luiz (Republicanos). Segundo o texto do projeto, o objetivo tem a finalidade de resguardar a liberdade religiosa neste momento de pandemia.

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O autor do projeto também destacou que a atividade religiosa é apontada como um "hospital da alma". "As igrejas e templos estarão atendendo a uma série de recomendações de prevenção contra o coronavírus. A proposta é garantir à população amazonense o apoio necessário para este momento crítico. A atividade religiosa tem sido auxiliadora do Estado Brasileiro ao prestar serviços na área da educação, saúde e assistência social, chegando a lugares onde o Poder Público não consegue atender as demandas", disse o deputado.

 O texto destaca que “igrejas e templos de qualquer culto veda a participação de idosos com 60 anos de idade ou mais; de pessoas que possuam algum problema de saúde ou estejam com algum sintoma de gripe ou Covid-19; de pessoas que estejam convivendo com infectados pelo coronavírus e de crianças”.

 A proposta também diz que o funcionamento ocorrerá com capacidade limitada a 30% da igreja ou templo e deverá haver espaçamento de uma poltrona entre duas pessoas. O descumprimento das exigências acarretaria na suspensão do funcionamento da igreja.

Apenas os deputados Serafim Corrêa (PSB) e Dermilson Chagas (sem partido) votaram contra o projeto. "Estamos numa fase crucial, inclusive com ameaça de lockdown, que é o confinamento e fechamento de tudo. Numa hora dessas, que já submetida ao Poder Judiciário essa medida, autorizarmos a reabertura das igrejas e templos estamos indo na contramão da humanidade, da ciência e dos pesquisadores", disse Serafim Corrêa em seu voto.

 O deputado Dermilson Chagas disse se tratar de uma contradição a aprovação da matéria no momento em que o Ministério Público ingressou na Justiça o pedido de lockdown. O deputado Sinésio Campos (PT) chegou a dizer que não considerava oportuna a reabertura de templos, mas mudou o voto depois de ouvir os deputados favoráveis.

 O parlamentar Belarmino Lins (PP) pediu a retirada do projeto e que esse voltasse a ser discutido após os dez dias de lockdown. "Parece quase consensual que é a matéria é inoportuna", disse. Ele votou a favor do projeto apesar do discurso.

Também na quarta-feira, o Amazonas teve recorde de casos e mortes pelo novo coronavírus. Foram mais 1134 confirmações da doença e 102 óbitos. Até a data, o estado contabilizava 9243 casos confirmados e 751 mortes em decorrência da Covid-19.

A juíza Lina Marie Cabral, titular da Vara Única da Comarca de Nova Olinda do Norte-AM, condenou o Estado do Amazonas a indenizar, individualmente, por danos morais e danos estéticos, 16 idosos que perderam a visão após serem submetidos a cirurgias para correção de catarata durante mutirão de atendimento organizado pelo Programa Saúde Itinerante, da Secretaria Estadual de saúde (Susam). O mutirão foi realizado em 2011.

A sentença, datada de 30 de abril, determina que o Estado pague, somados os valores das 16 vítimas, um total de R$ 1,6 milhão a título de danos morais e mais R$ 320 mil a títulos de danos estéticos. A cada uma das vítimas caberá a indenização de R$ 100 mil por danos morais, com correção monetária e juros de mora a contar do evento danoso; além de 20 mil pelos danos estéticos.

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Conforme os autos, o mutirão organizado pela secretaria foi executado por equipe de uma empresa contratada, a Santos e Possimoser Serviços Médicos Ltda. Entre as 36 pessoas que passaram pelo procedimento cirúrgico, 16 foram acometidas de endoftalmite pós-operatória, ocasionando a perda da visão operada, sendo todos idosos.

De acordo com informações prestadas à Justiça pelo Ministério Público, o programa de cirurgias eletivas era coordenado pelo médico Antônio Evandro Melo de Oliveira, secretário executivo adjunto do Interior à época. Os procedimentos cirúrgicos foram feitos pelo médico João Cândido dos Santos Neto, sem que os pacientes tenham passado por qualquer consulta prévia e sem o acompanhamento pós-operatório previsto no contrato.

Depoimentos prestados por três enfermeiras indicaram que o instrumental e o material usado nas cirurgias pertenciam à equipe médica, com higienização sob responsabilidade das técnicas que acompanhavam o médico João Cândido.

O Ministério Público informou que somente após o 14º dia de cirurgia os pacientes foram removidos para um hospital, onde receberam a notícia de que nada poderia ser feito.

“É notório que o Requerido (o Estado) falhou no seu papel de garantia da saúde a população, visto que deixou de observar normas básicas para garantia de eficácia dos procedimentos cirúrgicos, seja de forma preventiva como reparatória, gerando ainda mais dor e sofrimento na população”, diz trecho da decisão da juíza Lina Marie Cabral.

 A magistrada negou o pedido de concessão de pensão vitalícia aos 16 pacientes.  “Ocorre que para a concessão de pensão mensal vitalícia faz-se necessário perquirir as atividades de cada vítima, bem como se a deformidade acarretou limitação para a esta desempenhar suas atividades, causando-lhe incapacidade total ou permanente para o trabalho, o que não foi comprovado nos autos”, ela justificou.

Com 6.683 casos de Covid-19 confirmados, e 548 óbitos, o Amazonas é um dos estados que mais tem sofrido com a pandemia do coronavírus, sobretudo em Manaus. Com o sistema de saúde colapsado na capital, 30% dessas mortes têm ocorrido nas residências dos pacientes. No último domingo (3), o ministro da saúde, Nelson Teich, visitou a cidade para  ver de perto a situação e estabelecer medidas de socorro ao lugar. 

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Manaus foi a primeira capital do país a entrar em colapso por causa do coronavírus.Com hospitais lotados, os pacientes de Covid-19 não estão encontrando assistência devida e muitos acabam morrendo em casa. No último mês de abril, mais de duas mil pessoas morreram na capital amazonense e a expectativa é que esse número aumente em maio. 

No último domingo (3), o ministro da saúde Nelson Teich esteve em Manaus para ver de perto a situação da cidade e definir estratégias para sanar seus problemas. O ministro anunciou a contratação de 267 profissionais de saúde para o Amazonas. O estado também recebeu dois aviões da Força Aérea Brasileira com equipamentos de proteção individual e outros materiais de saúde. 

O prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB) avaliou que a situação da cidade é "ultracalamitosa". "Fracassamos na tentativa de fazer o isolamento por algumas razões: uma delas foi a resistência da população, a outra é o discurso desmobilizador do presidente (Jair Bolsonaro)", disse em entrevista à Globo News.

Virgílio também afirmou que não considera implementar um lockdown na cidade pois "seria um quebra-quebra geral" mas disse que irá pedir ajuda ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para que a Polícia Militar do Estado possa fechar as "lojas mais desafiadoras" às medidas de quarentena e "cassar uma meia dúzia de alvarás".

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De acordo com a avaliação do prefeito, o ministro da Saúde, Nelson Teich, tem sido "muito diplomático" e tem combinado "os desacertos do presidente com os seus acertos (do ministro)". Segundo Virgílio, Teich deverá visitar a cidade ainda neste domingo, dia 3.

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Josué Neto (PRTB), aprovou ontem a abertura de um processo de impeachment do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e do vice-governador, Carlos Almeida (PTB). Com o sistema de saúde colapsado devido à Covid-19, o Amazonas pode ser o primeiro Estado do País a ter um governador afastado do cargo durante a pandemia mundial.

O documento foi protocolado na Aleam pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) na terça-feira (29) passada. O presidente da entidade, Mário Viana, afirmou que o pedido estava baseado na "negligência e omissão do Estado" em relação à saúde, incluindo a responsabilidade pelas mortes de cidadãos e profissionais que atuam no combate ao novo coronavírus.

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Durante a sessão virtual, o presidente da Assembleia, Josué Neto, afirmou que a sua decisão era imparcial, sem o intuito de favorecer ou desfavorecer alguém politicamente, e que engavetar esse pedido de afastamento do governador seria "suspeito" e "antidemocrático". "Estamos vivendo a maior tragédia humanitária do Estado do Amazonas causada certamente por uma incapacidade administrativa do governo do Estado", disse.

Para que o pedido de afastamento seja aprovado, é necessário o voto de 16 dos 24 deputados estaduais. Na terça-feira será criada uma comissão especial para que os deputados avaliem a denúncia e elaborem um relatório final pela admissibilidade ou não do pedido de impeachment.

O governador Wilson Lima disse, por meio de nota, que o momento é "inoportuno" e que a decisão "está contaminada por questões eleitorais".

"Uma decisão solitária do presidente da Assembleia que não contribui em nada para vencermos essa guerra de todos os amazonenses contra a pandemia. O inimigo é um só. Nunca foi tão importante unir forças. É isso que a sociedade nos cobra.

Enquanto pessoas morrem e o mundo se comove com a pandemia no Amazonas, o presidente da Assembleia não pode apresentar esse tipo de proposta para debatermos", disse.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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