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Em mensagem de fim de ano distribuída a seus apoiadores nesta quinta-feira, 26, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu disse que 2019 "foi um ano de vitória" e que o pior já passou. "Foi um ano de vitória. Lula livre. Nós passamos, acredito eu, pelo pior", disse Dirceu no áudio distribuído via rede social.

O ex-ministro foi solto no dia 8 de novembro poucas horas depois do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva. Ambos foram beneficiados pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que extinguiu a prisão após condenação em segunda instância.

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Condenado a 30 anos, nove meses e dez dias de prisão na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, Dirceu estava preso desde maio deste ano depois de ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) em processo que envolve o recebimento de R$ 7 milhões em propinas por contratos superfaturados da Petrobras com a empresa Apolo Tubulares.

Foi a terceira passagem de Dirceu pela cadeia por corrupção desde o escândalo do mensalão. Antes ele havia sido preso em 1968, pela ditadura militar, durante o congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna.

Na mensagem, Dirceu agradece o apoio que teve de simpatizantes durante a série de viagens que fez pelo Brasil para promover sua autobiografia "Zé Dirceu: Memórias volume 1".

"Sou otimista com relação ao nosso futuro. Vamos retomar o fio da história. Vamos construir um Brasil justo, livre e soberano. Um Brasil que cuida da sua terra e do seu povo (…) não é este país de (Jair) Bolsonaro, (Sérgio) Moro e (Paulo) Guedes, é o Brasil de Lula, o Brasil daqueles que tombaram lutando pela liberdade, pela democracia mas também pelo socialismo", disse o ex-ministro.

Nas palestras que fez durante o lançamento de seu livro, Dirceu fez previsões menos otimistas do cenário político depois da eleição de Bolsonaro e disse que o domínio da direita vai se estender por anos.

No áudio distribuído nesta quinta-feira, apesar do otimismo, ele diz que a "luta será longa". "É hora de lutar, combater, não apenas resistir. Temos que construir uma alternativa a este desgoverno. E podemos construir. Depende só de nós (…) Superamos já a dor e o sofrimento e olhando com otimismo e alegria o futuro. Sem ilusões. Sabemos que a luta será longa e prolongada mas sabemos que vamos retomar o fio da história", completou o ex-ministro petista.

Em um dia atípico, sem compromissos na agenda oficial, o presidente Jair Bolsonaro voltou nesta quinta-feira (26) a surpreender turistas e apoiadores ao descer no meio da Praça dos Três Poderes, quando voltava do Centro de Inteligência do Exército, no Setor Militar Urbano, em Brasília.

Como havia feito mais cedo, quando foi a uma lotérica para jogar na Mega da Virada, ele cumprimentou populares e tirou muitas fotos com todos que o abordaram no local.

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Ao voltar, há pouco, para o Palácio da Alvorada, mais uma vez Bolsonaro desceu do carro para cumprimentar pessoas que o aguardavam.

De manhã, ele foi a uma casa lotérica no Cruzeiro Velho, bairro tradicional de Brasília, para apostar na Mega da Virada. Bolsonaro também cumprimentou os que faziam o jogo e mostrou a mão com os números anotados, entre eles 13, 24 e 25.

O presidente disse que fez apenas dois "joguinhos" e não quis adiantar o que faria com o dinheiro, caso ganhasse.

 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar, em café da manhã com jornalistas, que não participará das manifestações a favor do seu mandato neste domingo, 26. Segundo a Band News, o presidente se posicionou também contra posicionamentos mais radicais. "Quem defende o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional está na manifestação errada", disse ele nesta quinta-feira, 23, segundo a rádio. O presidente falou ainda que "essa pauta está mais para Maduro", numa referência ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Bolsonaro e alguns ministros passaram cerca de um hora, na manhã desta quinta-feira, reunidos com jornalistas convidados de portais, rádio e televisão. Depois, o presidente teve uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da FCA Fiat, Michael Manley Chrysler Automobiles.

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Bolsonaro embarcou no final da manhã para a cidade de Capanema (PR), onde participará da cerimônia de inauguração da usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu, às 14h30. Ele retorna a Brasília no final da tarde.

As manifestações do dia 26 de maio, convocadas por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, estão provocando um racha na grande frente de direita que apoia o ex-capitão - um balaio que reúne militares, liberais, evangélicos, "lavajatistas", antipetistas desgarrados e cidadãos comuns fartos da corrupção e da falta de segurança no País.

O racha, insinuado com os ataques do escritor Olavo de Carvalho e de seus pupilos a militares que fazem parte do governo e aos ex-ministros Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, e Ricardo Vélez Rodríguez, da Educação, agora ganhou novas dimensões.

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De um lado estão os que apoiam as manifestações, como os grupos mais radicais do "frentão" pró-Bolsonaro e a ala ligada a Olavo, com a qual se identificam Eduardo e Carlos Bolsonaro, filhos do presidente. A turma tem também apoio de boa parte da bancada do PSL no Congresso, inclusive o deputado Alexandre Frota (SP), desafeto dos olavistas.

Do outro lado estão parlamentares do PSL que não integram a brigada olavista, como os deputados federais Luciano Bivar (PE), presidente do partido, e Joice Hasselmann (SP), líder do governo no Congresso, além da deputada estadual Janaina Paschoal (SP). Fazem parte do grupo, ainda, o partido Novo e movimentos e personalidades que apoiaram o presidente nas eleições, mas não participam do governo, como o MBL e o Vem Pra Rua, o músico Lobão e o presidente do Instituto Mises Brasil, de orientação ultraliberal, Hélio Beltrão.

Capitulação

A discórdia se deve não só à realização como à pauta das manifestações. Os que se opõem aos atos consideram a convocação extemporânea, num momento em que o governo depende do Congresso para aprovar a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, entre outras medidas. "Não vamos conseguir aliados atacando quem pode votar conosco nos textos que são importantes para o governo", disse Joice. "A hora é de preservar a relação do governo com o Parlamento."

Quem apoia as manifestações parece acreditar que só pressionando os parlamentares as propostas do governo serão aprovadas. Muitos são contra qualquer tipo de negociação ou capitulação com o Congresso. Parecem fazer pouco caso dos demais Poderes e acreditar que o Congresso e o Judiciário têm menos legitimidade do que o presidente e por isso devem se curvar à sua vontade. "É hora de lembrar que os brasileiros escolheram pôr o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos", afirmou Filipe Martins, pupilo de Olavo e assessor internacional da Presidência, no Twitter.

Foi a possível inclusão de bandeiras autoritárias na pauta das manifestações, porém, que selou o racha, afastando de vez apoiadores mais moderados do governo. Diante do que consideram "podridão do sistema", os mais radicais queriam a inclusão do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal na pauta.

Mas a repercussão negativa levou nomes influentes do "bolsolavismo" nas redes a limá-las da agenda. Ao final, ficaram quatro pontos: aprovação da reforma da Previdência; aprovação do pacote anticrime de Moro; aprovação da MP 870, da reforma administrativa; criação da CPI Lava Toga. A questão é que as feridas criadas pelas divergências podem ser difíceis de cicatrizar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou nesta terça-feira, 21, que o presidente Jair Bolsonaro não endossa pautas que pedem o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), oriundas de grupos que participarão de atos pró-governo neste domingo, 26.

"O governo é democrático e entende a cooperação dos três Poderes para a elevação do nosso País", afirmou Rêgo Barros, dizendo também que não há participação do governo nos atos, e que eles não devem ser "contra grupos ou instituições". "Presidente gostaria de declarar que as manifestações têm sempre caráter livre e espontâneo, especialmente essa que estamos tratando, que deve ser pacífica, não sendo contra grupos ou instituições", disse.

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O porta-voz confirmou que Bolsonaro não irá participar dos atos, e que o presidente orientou seus ministros para que também não estejam presentes nas manifestações de domingo. Apesar de afirmar que acredita ser fundamental a participação da sociedade em decisões políticas, o chefe do Executivo avalia que não é adequado mesclar a sua posição com os atos programados, comunicou Rêgo Barros. "Deixar claro o entendimento da importância, mas não quer colocar-se diretamente nesse contexto", explicou o porta-voz.

"Presidente defende liberdade de expressão, e acredita ser fundamental a participação da sociedade nas discussões e decisões políticas. Elas objetivam dar relevo aos projetos prioritários para a sociedade, dentre as quais a aprovação da nova Previdência, da lei anticrime e anticorrupção, a aprovação da medida provisória 870 (que reestruturou os ministérios), entre outras atividades", disse Rêgo Barros à imprensa.

Como mostrou o Estado, líderes ligados ao movimento evangélico e aos caminhoneiros endossam os atos em favor do presidente, mas evitam corroborar mensagens radicalizadas de grupos que pedem o fechamento do Congresso e do STF. O Clube Militar também fez uma convocação para os atos. O ato tem apoio de uma ala do PSL que inclui um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Após reunião da bancada, o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, liberou seus filiados a participar das manifestações de ruas convocadas para o próximo domingo, 26. A legenda, porém, evita apoio institucional ao evento. "É um movimento espontâneo, nascido das ruas e todos estão liberados a participar", disse o presidente do PSL, Luciano Bivar.

Mais cedo, Bivar havia se manifestado contrário às manifestações. "Nós fomos eleitos democraticamente, institucionalmente, não há crise ética, não há crise moral, estão se resolvendo os problemas das reformas, então eu vejo sem sentido essa manifestação, mas toda manifestação é válida, é um soluço do povo para expressar o que ele está achando", disse.

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A mudança de posicionamento ocorreu após ter sido convencido pela ala da bancada interessada em apoiar as manifestações. Uma das defensoras dos protestos, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) diz esperar mais de 500 mil manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo. Já o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), diz ter recebido sinalizações de mais de cem cidades paulistas interessadas em participar do evento.

O próprio presidente Jair Bolsonaro afirmou a aliados, nesta terça-feira, 21, que não vai comparecer às manifestações em apoio ao seu mandato.

Indagado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, se os ministros poderiam participar do evento, o presidente teria respondido que seria melhor o governo não se envolver sob a justificativa de demonstrar "respeito pelo cargo e por suas responsabilidades".

Líderes de governo na Câmara e no Congresso, os deputados Major Vitor Hugo (PSL-GO) e Joice Hasselmann (PSL-SP), respectivamente, não participaram da reunião de bancada. Também não compareceram o deputado Eduardo Bolsonaro ou seu irmão, senador Flávio Bolsonaro. Ambos são filiados à legenda.

Há atos previstos em pelo menos 60 cidades, em todas as capitais e no Distrito Federal. Ainda que o objetivo central seja o apoio às pautas do Planalto como a Previdência, o pacote anticrime do ministro Sergio Moro e a Medida Provisória 870 - que reorganiza a estrutura do governo e está sob ameaça -, alguns grupos defendem do enfrentamento ao Centrão à criação da CPI da Lava Toga, além do impeachment de ministros do Supremo como Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Levantamento da reportagem nas redes sociais dos 54 deputados do PSL identificou que pelo menos 19 fizeram convocações. Outros parlamentares destacaram nas redes a importância das pautas do governo no Congresso, mas não falaram explicitamente sobre os atos.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou a aliados, nesta terça-feira, 21, que não vai participar das manifestações convocadas para o próximo domingo, 26, em apoio ao seu mandato.

O presidente falou sobre o assunto com ministros durante a reunião do Conselho de Governo, no Palácio da Alvorada, pela manhã. Pessoas próximas afirmam que o objetivo é demonstrar "respeito pelo cargo e por suas responsabilidades".

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A declaração ocorre em meio a discursos erráticos do presidente em relação ao Congresso. Um núcleo de fiéis apoiadores tem usado as redes sociais para pedir adesão popular aos atos pró-governo, mas a pauta gera divergências.

Há atos previstos em pelo menos 60 cidades, em todas as capitais e no Distrito Federal. Ainda que o objetivo central seja o apoio às pautas do Planalto como a Previdência, o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro e a Medida Provisória 870 - que reorganiza a estrutura do governo e está sob ameaça -, alguns grupos defendem do enfrentamento ao Centrão à criação da CPI da Lava Toga, além do impeachment de ministros do Supremo como Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Levantamento da reportagem nas redes dos 54 deputados do PSL identificou que pelo menos 19 fizeram convocações. Outros parlamentares destacaram nas redes a importância das pautas do governo no Congresso, mas não falaram explicitamente sobre os atos.

Dos quatro parlamentares do PSL no Senado, dois se manifestaram - Major Olímpio (SP) e Soraya Thronicke (MS). Flávio Bolsonaro (RJ) e Juíza Selma Arruda (MT) não fizeram publicações sobre o ato.

O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), disse nesta terça-feira (21), que as manifestações a favor de Jair Bolsonaro marcadas para o próximo domingo (26) também servirão para chamar a atenção da sociedade para a atuação de parlamentares que se diziam apoiadores do governo, mas que estariam atuando sistematicamente contra as propostas governistas no Congresso Nacional.

"Pedimos que a população acompanhe como votam e como se posicionam cada um dos parlamentares. Eu respeito a oposição, legítima e democrática, que tem feito um trabalho muito respeitoso com o governo. O que me deixa indignado é o presidente Bolsonaro tomar uma apunhalada nas costas por dia de pseudoaliados ou aliados de ocasião", desabafou, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

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Sem citar nomes, o senador criticou parlamentares de DEM, PR, PP e outros partidos que teriam declarado apoio a Bolsonaro nas eleições do ano passado, mas que agora estariam dificultando o avanço dos projetos do governo no parlamento.

"Cada matéria tem um debate e um resultado diferente. Não dá para enquadrar os partidos, tem que ser por convencimento. Vamos ganhar em umas matérias e perder em outras, mas levar essas apunhaladas é muito duro", completou.

Major Olímpio admitiu que as manifestações de domingo já contam com pautas que não eram as originais da mobilização proposta por ele e pelo movimento "Avança Brasil". "A manifestação ganhou outras conotações, até mesmo de censura de partidos políticos, mas esse não é o nosso objetivo. É uma manifestação pró-Bolsonaro, contra a corrupção, pela diminuição do Estado e em apoio ao pacote anticrime do governo", destacou.

Questionado sobre se o ataque a parlamentares no domingo pode tensionar ainda mais a relação entre o Executivo e o Legislativo, o senador criticou a articulação política do próprio governo. "Não faço censura a partidos, mas a pessoas. Doeu ver parlamentares do DEM encabeçarem a tentativa de retirar o Coaf do Ministério da Justiça, enquanto o ministro que comanda a articulação política é do mesmo partido", afirmou, em referência ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Segundo o senador, o PSL fará uma reunião ainda nesta terça para decidir se apoiará formalmente as manifestações de domingo. "Há segmentos do PSL que não querem participar e respeitamos isso. Mas eu estarei domingo na Avenida Paulista", concluiu.

O presidente do PSL, Luciano Bivar, afirmou que não há sentido nas manifestações agendadas para o próximo domingo, 26, em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Na tarde desta terça-feira, 21, a bancada do partido no Congresso deve se reunir para decidir se apoiará formalmente os protestos.

"Nós fomos eleitos democraticamente, institucionalmente, não há crise ética, não há crise moral, estão se resolvendo os problemas das reformas, então eu vejo sem sentido essa manifestação, mas toda manifestação é válida, é um soluço do povo para expressar o que ele está achando", disse Bivar ao chegar ao gabinete da liderança do PSL na Câmara.

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Bivar ainda falou que as pessoas não precisam ir às ruas para defender Bolsonaro porque o presidente não teria cometido nenhum crime e já poderia contar com a população através das redes sociais. "Para que tirar o povo para uma coisa que já está dentro de casa? Já ganhamos as eleições, já passou isso aí."

Um dos principais organizadores dos protestos de rua pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, o Movimento Brasil Livre (MBL) passou a ser alvo de ataques de grupos bolsonaristas nas redes sociais após a recusa de participar dos atos pró-governo Jair Bolsonaro marcados para domingo, dia 26.

Depois de apoiar Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2018, o MBL - que tenta criar um partido - se distanciou do governo e adotou uma agenda própria, com a reforma da Previdência à frente.

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A ofensiva contra o MBL parte de grupos como Direita São Paulo, Juntos pela Pátria e Movimento Brasil Conservador, além de youtubers alinhados com o Palácio do Planalto. "Todos os movimentos genuinamente de direita estão deveras desapontados com o MBL", disse a representante do Juntos Pela Pátria, Elizabeth Rezende.

Em vídeo divulgado nesta segunda-feira, 20, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) disse que o grupo está sendo alvo de "fake news" e de "mau-caratismo". Segundo ele, há postagens ligando o MBL ao atentado a faca sofrido por Bolsonaro em setembro do ano passado. Kataguiri afirmou que vai processar os autores dessas postagens.

Para ele, pautas do ato de domingo, como o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, são "antiliberais, anticonservadoras e antirrepublicanas". "A gente não vai defender de maneira nenhuma. O problema não está na instituição, está em ações de pessoas que utilizam o poder da instituição para fins pessoais."

O parlamentar chamou ainda os grupos que estão organizando as manifestações de domingo de "adesistas". "O presidente, quando erra, tem que ser criticado. Isso precisa ser pontuado. Não essa idolatria cega, não criar uma seita. Se não, vai ser um PT, uma CUT azul."

'Bola da vez'

"Fazem ataques a qualquer um que critique o governo. O MBL é a bola da vez", disse um dos coordenadores do MBL, Renato Batista. O MBL optou também por não ir a protestos contra cortes na Educação. "Se a manifestação pró-governo do dia 26 for um fiasco, isso vai potencializar os atos do dia 30 (contra o governo)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) acusou o Centrão de querer boicotar o governo no Congresso e é uma das parlamentares que promete ir para as ruas no próximo domingo, 26, em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Soraya pretende participar do ato em Campo Grande.

Na opinião da senadora, os partidos do Centrão se movimentam para boicotar o governo pensando na próxima eleição e devem ser o alvo dos protestos no próximo domingo. "É um boicote, para mim está claro. É um boicote com intenção eleitoral para se eleger, para não dar certo esse governo porque daí eles voltam", disse a parlamentar durante conversa com jornalistas em seu gabinete. "A pauta (da manifestação) tem que ser muito específica, certeira e pontual: cobrar os parlamentares, cobrar o Centrão."

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Críticas

A senadora criticou o DEM - que tem três ministros no governo - e afirmou que o partido precisa defender o governo no Congresso após ter sido beneficiado na campanha eleitoral. "Os ministros têm que vir para o chão do Congresso e batalhar corpo a corpo, os ministros do DEM. Tem vários ministérios que estão aí com os partidos, esse cara tem que vir para cá, tem que vir para o chão", disse a parlamentar durante conversa com jornalistas em seu gabinete.

A opinião de Soraya gerou reações no DEM, legenda do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que chamou a parlamentar para uma conversa nesta terça-feira, 21. Para ela, os ministros "que são políticos" precisam acionar sua rede de relacionamentos na Câmara e no Senado e "fazer esse governo dar certo". "Está faltando boa vontade para ajudar o presidente", declarou.

Além disso, Soraya também cobrou munição do governo para que os parlamentares do partido de Jair Bolsonaro intensificam a defesa do governo. "Acho que ele (Bolsonaro) poderia aproveitar melhor a bancada do PSL para ajudá-lo, usar mais a gente, passar mais informação pra gente, porque nós somos os soldados dele aqui. Ele pode contar com todo mundo (do PSL)."

Perfis de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro iniciaram, na quarta-feira, 16, um movimento nas redes sociais para promover atos a favor do governo no dia 26. No Twitter, ao menos 12 contas ligadas à rede bolsonarista usaram a hashtag #dia26nasruas para convocar simpatizantes do presidente à manifestação.

O texto disparado por Bolsonaro no WhatsApp nesta sexta-feira, 17, é visto por esses apoiadores como sinal de motivação para a realização dos atos. Partidos integrantes do Centrão e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), classificados pelos organizadores como "inimigos do Brasil", estão na mira dos manifestantes. Eles também defendem o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a Medida Provisória 870 (da reforma administrativa) e a reforma da Previdência.

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"Bolsonaro sangrou por este País, mas seus inimigos acham pouco. Querem enterrá-lo. No dia 26, vamos às ruas em protesto contra o Centrão, o STF, e todos os inimigos do Brasil e deste governo, que se faz tão necessário", diz uma mensagem do Movimento Brasil Conservador (MBC) no Twitter.

A iniciativa é uma resposta às manifestações contra o governo na última quarta-feira, 15. O movimento, porém, não tem a adesão dos principais grupos que lideraram os atos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff: Vem Pra Rua, NasRuas e MBL. Memes anônimos com o logotipo dessas organizações circularam pelas redes sociais convocando para uma marcha em defesa do governo em Brasília dia 26.

"Apoiamos a nova Previdência, a reforma tributária e o pacote anticrime. Como a grande maioria dos brasileiros queremos que o País dê certo e se desenvolva. Não estamos aderindo a esta manifestação pois achamos as pautas confusas e dispersas. Somos apartidários", disse Tomé Abduch, porta-voz do movimento NasRuas.

A ativista Adelaide Olivira, porta-voz do Vem Pra Rua, conta que o grupo defende a reforma da Previdência e o pacote anticrime elaborado por Moro, mas não apoia o presidente Jair Bolsonaro. "O Vem Pra Rua não defende a política do governo e o partido dele, mas ideias e iniciativas como a reforma da Previdência", afirmou.

Um dos principais temas no Twitter é a oposição do MBL, que afirmou por meio de sua conta no Twitter não estar na organização do ato. Apoiadores de Bolsonaro como Pedro Medeiros, aluno de Olavo de Carvalho e seguido por 11 mil pessoas, criticaram a postura do movimento. Já o economista Leandro Ruschel, com 240 mil seguidores, também citou o movimento. "O MBL é oposição ao governo, só não entendo por que não declararem abertamente", disse.

Um carro de som já chegou ao ato pró-Bolsonaro no Masp. Cerca de 150 pessoas já se aglomeram sob o vão do Masp enquanto aguardam a apuração. O veículo ocupa uma faixa junto ao museu. Apoiadores gritam "o capitão chegou".

O último ato promovido pelo Movimento Brasil Livre (MBL), responsável por organizar diversas manifestações contra o Partido dos Trabalhadores (PT), no Recife, na tarde deste sábado (27), foi marcado por um momento de tensão quando o grupo pró-Bolsonaro, que saiu em caminhada nas ruas do centro do Recife, se deparou com um pequena militância do candidato a presidente Fernando Haddad (PT), que aguardavam em um cômite em apoio ao petista denominado 'Espaço 13' com uma bandeira vermelha do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

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Apesar do confronto, que aconteceu exatamente na avenida Martins de Barros, um pouco depois da sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), as agressões foram apenas verbais. Em cima de um trio elétrico, os lideres do evento em prol do capitão da reserva pediu que a calma fosse mantida, mas provocaram ao comandar as frases típicas dos atos do MBL e do Vem Pra Rua: “A nossa bandeira jamais será vermelha” e “eu vim de graça”. 

Confira o vídeo:

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Os presentes no evento, em sua maioria de verde e amarelo e carregando bandeiras do Brasil, repetiram as frases provocadoras. A maioria não se aproximou do grupo de Haddad, mas chegaram a se apoiar em uma estação do BRT onde continuaram a desafiar.

"Se você vai votar nulo, vamos conversar?" Diante de pesquisas desfavoráveis e dos embates inflamados e infrutíferos das redes sociais, pequenos grupos de apoiadores de Fernando Haddad (PT) estão indo para ruas e praças para tentar reverter votos nulos e conquistar indecisos. A ideia, que está se espalhando por cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio Grande do Sul, é romper a "bolha" ideológica e travar conversas olho no olho, livres de paixões e baseadas em informações de fontes confiáveis em que se mostrem, por um lado, posturas reprováveis de Jair Bolsonaro (PSL) e, por outro, bons projetos do candidato petista.

No Rio, a jornalista Maria Eduarda Mattar, de 38 anos, deu o ponto de partida no Largo do Machado, na zona sul da capital, no feriado do dia 12. Com quatro amigos, levou uma placa que oferecia escuta atenta a quem planeja anular o voto. Chegando lá, encontrou um casal que fazia o mesmo, e exibia um cartaz com os dizeres: "Em dúvida sobre o segundo turno?" Durante 1h30, Maria Eduarda e os amigos mostraram vídeos e tiraram dúvidas sobre falas de Bolsonaro referindo-se pejorativamente a negros e pessoas LGBT.

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"Eu estava cansada de ver o discurso belicoso crescer nas redes sociais. Falar olho no olho e usar bons argumentos é algo que faz muita diferença. Fiquei muito tempo com cada um e acho que convenci três pessoas", acredita a jornalista, que trabalha com projetos sociais. "O 'nós e eles' não está dando certo. Percebi que muitas pessoas não sabem que o Bolsonaro já falou coisas tão radicais". A jornalista compartilhou sua experiência no Facebook e viu sua iniciativa se disseminar.

Ela também esteve no movimentado Largo da Carioca, no centro. "Dá para virar. Se cada um de nós que votou contra o Bolsonaro conseguir virar um voto, a gente dobra o número. Sigo nessa esperança", disse a jornalista Daniela Muzi, de 38 anos, do mesmo grupo, animada, durante ação na semana passada. "Não há mais espaço para o diálogo. Meu lado é o da democracia".

Em Porto Alegre, a psicóloga Helen Barbosa, de 37 anos, também aderiu e foi para o Parque da Redenção. "Vi o post no Facebook e resolvi fazer o mesmo porque queremos o acolhimento. Não temos a lógica da panfletagem. As pessoas estão sendo engolidas pelas fake news", justificou Helen.

A arquiteta Ana Cosentino, de 32 anos, de Belo Horizonte, e amigos estiveram numa feira de artesanato com o mesmo objetivo. "As pessoas querem ser ouvidas. A maioria se informa através do WhatsApp. Focamos no risco que o Bolsonaro traz, a possibilidade de perda de direitos e o armamento da população."

Os grupos se sentem motivados pelo fato de a abstenção no primeiro turno ter sido recorde - quase 30 milhões de pessoas no País, ou 20,3% do eleitorado, o maior índice desde 1998 - e de os votos nulos e brancos terem somado 8,79%; por sua vez, os resultados das pesquisas eleitorais, que mostram manutenção da vantagem de Bolsonaro, não os tiram das ruas, garantiu o pedagogo Rodrigo Vinco, de 30 anos, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Ele está na organização de um conjunto de 50 pessoas que ocupou o calçadão comercial da cidade com a mesma abordagem. "A grande maioria é de professores. Usamos a paciência que temos no nosso dia a dia com alunos. Muita gente deixou de ir votar no primeiro turno. Temos que mostrar que os mandatos do Bolsonaro como deputado não representam as mudanças que ele promete, e expor as realizações do Haddad como prefeito de São Paulo. Esse movimento é totalmente espontâneo e é contra a epidemia de fake news", esclareceu.

No Instagram, o perfil "Vira Voto", com mais de 250 mil seguidores, reúne histórias bem-sucedidas de votos novos a Haddad, em banquinhas que oferecem fatias de bolo e brigadeiro, em conversas em botecos, em corridas de Uber e até em ligações com atendentes de operadoras de telefonia.

Apoiadores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) formam uma grande carreata na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo, 30. Cerca de 10 mil a 12 mil veículos participam do ato, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal.

A manifestação começou cedo e pequena, com cerca de 200 pessoas. Agora, a carreata já atrapalha o trânsito na região. Pessoas que passam pelo local são abordadas pelos eleitores de Bolsonaro, que entregam panfletos e cumprimentam quem recebe o material com um gesto que simula uma arma atirando, como o candidato costuma fazer em atos públicos.

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O movimento de hoje foi organizado em grupos nas redes sociais. A página de um desses grupos informa que eventos de apoio ao candidato têm sido feitos rotineiramente aos domingos e prosseguirão até o segundo turno, se houver.

Ontem, 29, manifestantes contrários a Bolsonaro lotaram as ruas das capitais, do Distrito Federal e de várias cidades do interior do Brasil. Cidades de outros países também reuniram protestos contra o candidato, dentre elas Lisboa, Paris e Washington. Sob o slogan #EleNão, a campanha foi criada dentro de um grupo no Facebook que reúne 3,8 milhões de mulheres. As lideranças do movimento afirmam que a campanha é para alertar a população sobre as ideias de Bolsonaro, consideradas pelos participantes como "fascistas e machistas".

Intenções de voto.

Capitão da reserva e deputado federal por sete mandatos, Bolsonaro vinha liderando as recentes pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno. Hoje, pela primeira vez, o candidato aparece tecnicamente empatado com o presidenciável do PT, Fernando Haddad, conforme os resultados da pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

O levantamento divulgado neste domingo (30) mostra Bolsonaro com 28,2% das intenções de voto e Haddad com 25,2% da preferência dos entrevistados. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Considerando essa margem, Bolsonaro pode ter entre 26% e 30,4%. Já Haddad pode ter entre 23% e 27,4%.

Após uma carreata que muito deu a falar realizada, neste domingo (17), no Grande Recife, em apoio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), mais um ato em prol do presidenciável foi realizado nesta segunda-feira (17). Em alguns estados do Brasil, um pedido realizado por eleitores de Bolsonaro pelas redes sociais foi atendido: “Buzine, solte foguetes, bata panelas, ligue sirenes, etc. Faça Barulho”, diz o texto. 

Muitas pessoas, por meio das redes sociais, questionaram do que se tratava o buzinaço, que aconteceu às 17h. O número de campanha de Bolsonaro é o 17. Segundo um internauta, no Rio de Janeiro, o barulho foi “ensurdecedor”. Outro fez a pergunta: “Está tendo um panelaço aqui na Barra da Tijuca, alguém sabe o motivo?”, indagou.

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Na imagem que circulou no WhatsApp com uma foto de Bolsonaro vestido com uma blusa com a frase “Meu partido é o Brasil”, destaca que o Brasil iria “tremer” por um minuto. “Tá na hora de mostrar quem está com Jair Bolsonaro. Envie para 17 amigos e peçam para compartilhar com mais 17”, pedia o texto.

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A pouco mais de três horas do debate entre candidatos à Presidência realizado pela RedeTV!, na noite desta sexta-feira, 17, apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) já estão em frente à emissora com um carro som.

"Estamos apoiando o único candidato honesto entre os presidenciáveis. Meu candidato ninguém consegue chamar de corrupto", diz um apoiador no microfone.

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Os candidatos devem chegar a partir das 20h para o programa, cuja transmissão está marcado para começar às 22h.

Os grupos de apoio ao ex-presidente Lula, que estão acampados próximos ao prédio da Polícia federal de Curitiba, afirmam que estão preparados para resistir meses no acampamento até que Lula seja libertado. Nem mesmo a decisão judicial de multar em R$ 500 mil por dia as entidades responsáveis pela manifestação abalou a determinação do grupo.

O acampamento, que hoje conta com cerca de 500 pessoas, está sendo organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entidades estudantis e de outras categorias. A organização está sendo suficiente para garantir o relativo conforto dos participantes.

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"Nossa comida é suficiente para garantir as pessoas por pelo menos mais três meses. São doações de todo o Brasil que chegam a todo o momento", afirma Madalena Cavalheiros, do MST de Quedas do Iguaçu, responsável por uma das cozinhas que funcionam no acampamento e serve cerca de 150 refeições diárias.

A organização também programou atividades para manter a atenção e a mobilização dos acampados. Cantores, grupos musicais, repentistas e contadores de histórias se revezam no espaço reservado para as apresentações. Em outro ponto são realizadas conferências online com integrantes do partido.

A maior preocupação da Prefeitura de Curitiba são os transtornos que o acampamento estaria causando aos moradores da região. Os próprios moradores se dividem. Parte proibiu que o grupo acampasse em frente à sua casa e vê a presença dos manifestantes com desconfiança. "Quebra a rotina da gente, mas só atrapalha mesmo quando há um excesso de barulho. Só torço para que acabe logo", diz Catarina Muller, que está com a frente da casa liberada e fornece café para os policiais que fazem a patrulha na região.

Outra parte se integrou ao movimento e colaboram com os acampados, com energia elétrica e uso dos banheiros. Outros ainda aproveitam para ganhar algum dinheiro vendendo serviços ou comida. É o caso do ambulante Joãozinho da Cocada, que mora na região e já foi candidato a vereador pelo PT. "Mudei meu ponto do centro da cidade para cá, para atender os companheiros", afirma.

Mesmo a chuva e a queda da temperatura que atingiu Curitiba neste sábado (14), não alterou a rotina do acampamento. "Os companheiros de Curitiba estão solidários com o pessoal que veio para a manifestação. E mesmo boa parte dos moradores já entendeu nossa razão. Vamos ficar até que o presidente Lula seja libertado", afirmou a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT.

Ela visitou aos acampados no começo da noite deste sábado, mas sem fazer discursos. Gleisi fez fotos e conversou com os acampados.

Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (condenado e preso na Operação Lava Jato) chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba, no sábado passado, dia 7, a vida do desempregado Eduardo Maciel, 20 anos, mudou drasticamente. Morador do pacato bairro Santa Cândida, na Zona Norte de Curitiba, há oito meses, ele e sua família (pai, mãe e três irmãos) viram na montagem do acampamento "Lula Livre" uma oportunidade de negócios.

Uma placa na porta da casa explica o empreendimento: "Número 1 - R$ 2, número 2 - R$ 3, Banho: R$ 4, carregamento de celular - R$ 2." "Faturamos entre R$ 300 e R$ 400 por dia", disse ele à reportagem, enquanto organizava a fila do banho. Eleitor declarado do deputado Jair Bolsonaro, Maciel não se furta de falar de política com os militantes petistas que chegam em busca de algum alívio - ou higiene.

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"Voto no Bolsonaro. Vi os vídeos dele e gostei. Se o Lula está preso, não é por acaso", afirmou o jovem, enquanto os integrantes da fila olhavam com reprovação.

Na esquina de cima, o aposentado Atahyde Carlos da Silveira, 59, morador do bairro há 25 anos e eleitor de Lula e Dilma, reclama da "vigília". "Minha vida virou de pernas para o ar. Nossa liberdade de ir e vir está comprometida. Nem o carteiro consegue chegar mais aqui. Tenho que andar com comprovante de residência e não posso mais chamar convidados", disse ele. Do dia para a noite (literalmente), cerca de 500 manifestante segundo a Polícia Militar (os organizadores falam em mil pessoas) se espalharam pelas ruas no entorno da Polícia Federal.

A estrutura de funcionamento é a mesma dos acampamentos recém-criados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): há uma organização rigorosa, com divisão de trabalho, provisões de alimentação e água, estrutura provisória de moradia (barracas de lona improvisada e de camping).

'Disciplina'

Mas em vez de ocupar uma área rural verde ou de pastagem, está montada em pleno bairro residencial, de ruas planejadas com asfalto, calçadas de grama e ladeiras íngremes. No local também funcionam uma subsede do PT nacional. "Eu sei que não é confortável abrir a porta de casa e ver isso. Mas estamos fazendo tudo com muita disciplina e respeito. Enquanto Lula estiver aqui, ficaremos. Esse é o nosso local de resistência", disse a professora Vanda Santana, 49, integrante da executiva do PT-PR e uma das coordenadoras do acampamento.

Ela conta que alguns moradores inicialmente avessos à vigília acabaram se envolvendo e abrindo suas casas para os militantes usarem o banheiro e tomar água. Um morador fez um pacto: liberou a água, mas depois que a coordenação aceitou pagar sua conta.

Transferência

O cerco ao prédio da PF fez o Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná pedir a remoção de Lula da unidade, alegando prejuízo aos serviços oferecidos à população e pelos riscos de segurança causados aos moradores e aos policiais.

"Pessoas filiadas ao nosso sindicato trouxeram essa dificuldade. Ou seja, estão até sendo intimidadas ao saírem de suas casas. As ruas estão com problema de acesso, de saúde pública. Essa região da sede da PF não tem a mínima condição de receber esse condenado", afirmou o presidente do sindicato, delegado Algacir Mikalowski.

O pedido foi apresentado ao superintendente regional da PF em Curitiba, delegado Maurício Valeixo. Em nota, a direção da PF informou que Lula está recebendo o mesmo tratamento aplicado aos "demais custodiados" no prédio.

Pela primeira vez desde que foi preso em uma cela no último andar da sede da PF, o ex-presidente vai receber nesta quinta-feira, 12, a visita dos filhos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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