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O presidente Jair Bolsonaro manteve o tom hostil adotado no discurso feito, pela manhã, na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas e retomou as críticas à imprensa em encontro com apoiadores no final da tarde desta terça-feira, 22. "Se a mídia está criticando é porque o discurso foi bom", disse aos simpatizantes antes de entrar no Palácio da Alvorada, sua residência oficial.

No pronunciamento, sem citar os quase 140 mil mortos pela pandemia de covid-19 no País, o presidente afirmou que parcela da imprensa brasileira politizou o vírus e disseminou o pânico. "Sob o lema 'fique em casa' e 'a economia a gente vê depois', quase trouxeram o caos social ao País", afirmou, em vídeo divulgado no evento.

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Bolsonaro ouviu de um apoiador que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "depois do seu discurso, matou a pau" no pronunciamento também feito na Assembleia-Geral das Nações Unidas. "Confirmou", emendou Bolsonaro.

Apesar de afirmar várias vezes que não apoiará candidatos a prefeito nas eleições municipais deste ano, Bolsonaro elogiou, a uma apoiadora que citou o pleito em Manaus, o candidato Coronel Menezes (Patriota). "Tem candidato a prefeito bom em Manaus, ou não? Tem um careca lá que eu acho que é bom, não é não? Tem o Alfredo Menezes, coronel do exército."

Menezes é coronel de reserva do Exército e assumiu, durante o governo Bolsonaro, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Deixou o cargo em junho para se candidatar. Ele é um dos 11 postulantes à prefeitura de Manaus que ainda deverão passar pelo crivo da Justiça Eleitoral antes de serem oficializados como candidatos.

O presidente Jair Bolsonaro fez um aceno a governadores e parlamentares, nesta segunda-feira (17), prometendo viajar o Brasil para inaugurar obras durante seu governo.

O movimento faz parte da estratégia do chefe do Planalto para aumentar a popularidade no Nordeste e em outras regiões do País.

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Em Sergipe, o presidente viajou para inaugurar uma usina termoelétrica. Bolsonaro foi recebido por apoiadores no aeroporto de Aracaju. Os simpatizantes também realizaram uma carreata pela cidade.

"Isso que está acontecendo comigo em Sergipe desde o aeroporto até aqui, graças a Deus vem acontecendo em todos os locais do Brasil", afirmou Bolsonaro no discurso de inauguração. Ele confirmou viagens ainda nesta semana para Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.

Na mesma cerimônia, Bolsonaro fez um agradecimento a eleitores e também agradeceu a quem não votou nele nas eleições de 2018.

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), quer ouvir o Congresso Nacional em até cinco dias em uma ação apresentada pelo governo contra a decisão do colega Alexandre de Moraes, que decretou o bloqueio internacional de 12 perfis de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais.

Fachin, que é relator do processo, também pediu manifestações da Procuradoria-Geral da República e da Advocacia-Geral da União. "Solicitem-se informações do Congresso Nacional no prazo de cinco dias. Colham-se as manifestações da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República, no prazo comum de três dias, devendo especificamente manifestarem-se acerca do cabimento da presente ação direta", escreveu o ministro em despacho nesta segunda-feira, 3.

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Em ação apresentada em 25 de julho, o governo sustenta que as ordens de Alexandre, classificadas como 'inadmissíveis', não encontram 'respaldo legislativo específico que preconize a possibilidade de bloqueio ou suspensão de funcionamento, por ordem judicial, de plataformas virtuais de comunicação' e, por isso, pede que sejam derrubadas.

O bloqueio temporário foi determinado pelo ministro no âmbito do inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ofensas e ameaças contra autoridades, e incluiu Twitter e Facebook. A medida foi justificada pela necessidade de 'interromper discursos criminosos de ódio' e solicitada ainda em maio, quando apoiadores do governo foram alvo de buscas em operação da Polícia Federal.

As plataformas, no entanto, demoraram dois meses para cumprir a ordem e o fizeram somente após intimação no final de julho. Como os bloqueios ficaram restritos a território nacional, o ministro voltou a cobrar as empresas pedindo a suspensão total, sob pena de multa diária de R$20 mil. Isso porque alguns influenciadores mudaram as configurações de localização e continuaram a publicar mensagens sem embargos. Através da estratégia, os perfis se mantiveram acessíveis a usuários mesmo após as ordens de suspensão.

Inicialmente, o Facebook se recusou a cumprir a nova determinação e veio a público informar que iria recorrer da decisão para estender o bloqueio a nível mundial. No mesmo dia, Alexandre intimou o presidente da empresa e ampliou para R$ 100 mil a multa diária. Após a terceira ordem, a empresa informou que 'não teve escolha' e suspendeu as contas internacionalmente.

Embora tenham cedido, Facebook e Twitter seguem no Supremo tentando recorrer dos bloqueios. As plataformas insistem que a medida fere o princípio da liberdade de expressão e é 'exagerada' e 'desproporcional'.

Entre os perfis suspensos estão o do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), dos empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury, da extremista Sara Giromini, dos blogueiros Allan dos Santos, Bernardo Kuster e Winston Lima, do humorista Reynaldo Bianchi, do militante Marcelo Stachin, do assessor do deputado estadual de São Paulo Douglas Garcia (sem partido) e pré-candidato a vereador pela capital Edson Pires Salomão e de outros aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Mais de duas toneladas de materiais de combate ao coronavírus foram doadas pelo embaixador chinês Yang Wanming ao Brasil, na última quinta-feira. A cerimônia online contou com a presença de parlamentares e assessores do governo. A ausência do chanceler Ernesto Araújo, porém, provocou incômodo, especialmente por se tratar de um parceiro comercial importante para o País. Essa postura do chanceler tem desagradado a políticos aliados e a integrantes do próprio governo, que buscam convencer Jair Bolsonaro a desmontar um dos últimos bunkers ideológicos da sua gestão como saída para melhorar a péssima imagem que o mundo tem hoje do seu governo.

O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP-SP), não perdoou a falta de Araújo no encontro organizado há dois meses. O chanceler foi representado pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação, embaixador Ruy Pereira. "Apareceram três diplomatas. Um representando o Itamaraty; outro, o Ministério da Saúde e um terceiro, a Vice-Presidência. O senhor Ernesto Araújo não foi", contou Pinato, que participou da videoconferência. "Esse cara vai quebrar o País. A Europa e até Israel já o criticaram. Estamos sendo mal vistos na questão do meio ambiente e ele não tenta ajudar. Tem que buscar investimentos fora, botar esses embaixadores para trabalhar, mas ele só fica preso na parte ideológica."

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Em março, o chanceler já havia se envolvido em uma polêmica diplomática com o próprio Wanming, ao exigir retratação do embaixador, que publicou texto rebatendo declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O imbróglio ocorreu porque o filho do presidente acusou a China de ter omitido informações sobre a Covid-19. Wanming reagiu dizendo que Eduardo tinha contraído "vírus mental" ao voltar de Miami, nos Estados Unidos.

A falta de interlocução do Itamaraty com o parceiro chinês também ocorre com outro país asiático. Desde que recebeu as credenciais do presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, em 6 de abril, o embaixador do Irã no Brasil, Hossein Gharibi, já teve videoconferências com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o vice-presidente, Hamilton Mourão. Ainda não pediu encontro com Ernesto Araújo, devido à sintonia do chanceler com o olavismo-trumpismo.

Não faltou oportunidade. No dia 7 de junho, por exemplo, ele organizou uma festa para comemorar 60 anos de abertura da embaixada, a primeira representação estrangeira a se instalar em Brasília. O evento foi prestigiado apenas por políticos locais.

Nos bastidores, Mourão e Tereza Cristina são vistos como chanceleres paralelos. Tanto é assim que a ministra da Agricultura procurou o embaixador chinês na quarta-feira, assumindo uma interlocução direta para resolver o problema de frigoríficos que tiveram a venda suspensa para a China.

A pressão para a substituição do chanceler não é de hoje, mas se intensificou com a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação. A avaliação de parlamentares e da ala mais moderada do governo, que vê seu trabalho prejudicado pelas ações do Itamaraty, é que seria o momento oportuno para Bolsonaro se livrar dos representantes do olavismo.

Prestação de contas

Após o Estadão revelar o movimento na última semana, o deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) respondeu assim a um internauta que o censurou por compartilhar a notícia. "Se eu estou dando crédito é porque estou em Brasília e sei que a história é verdadeira. Simples assim." Ciente da ameaça ao seu cargo, o chanceler solicitou a todas as chefias do Itamaraty, em caráter de urgência, a prestação de contas de sua gestão.

O embaixador Paulo Roberto de Almeida publicou em um site na internet que a urgência em preparar o relatório mostra a preocupação do ministro em não ser defenestrado. Almeida afirmou que, entre as "realizações" do chanceler, está a promoção de uma "revolução hierárquica e gerencial" no Itamaraty, que afastou dos postos de chefia experientes embaixadores, colocados sob as ordens de ministros de segunda classe. Procurado pela reportagem, o Itamaraty não se pronunciou.

Por enquanto, Bolsonaro ainda resiste em trocar o auxiliar. A empresa AP Exata, que analisa as redes sociais, identificou que parte dos eleitores do presidente o acusa de abandonar a pauta ideológica. Os que o escolheram apenas por rejeitar o PT, porém, acham que Ernesto prejudica as exportações do País e deve ser substituído.

Palestras

O ministro tem aberto as portas do Itamaraty para blogueiros que hoje são investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news. Allan dos Santos e Bernardo Küster, além de outros 16 ícones do olavismo, passaram a ocupar as mesas de debate da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), vinculada ao Itamaraty. Antes, o espaço só recebia diplomatas, acadêmicos e observadores com larga experiência em relações internacionais.

Nas palestras, os blogueiros apresentam visões positivas sobre o conservadorismo, o nacionalismo e os Estados Unidos.

Um dos investigados pelo STF, o youtuber Bernardo Küster chegou a prever em sua palestra que, em breve, os brasileiros passariam a comer morcegos, cachorros, pombos, gatos e até ratazanas, segundo ele, por falta do que comer, uma consequência do "comunismo".

Nos bastidores do Itamaraty, diplomatas demonstram constrangimento com o nível das discussões, consideradas "medíocres". A palestra de Allan dos Santos fez corar funcionários experientes. Santos chamou a atenção para uma "contradição" entre medidas de combate à pandemia do novo coronavírus e a política de imigração. E comparou o grupo de blogueiros bolsonaristas aos jornais alternativos de resistência ao regime militar.

Os blogueiros não receberam cachê da Funag. Os eventos fazem parte de um ciclo de seminários e conferências intitulado "A conjuntura internacional no pós-coronavírus". Na prática, quase não há debate, mas, sim, concordância entre os participantes, sem pluralidade. Um seminário sobre "globalismo", com participação do chanceler, será transformado em livro, editado também em inglês.

3 perguntas para...

Bernardo Küster, jornalista e youtuber

1.O que o senhor acha sobre o espaço aberto na Funag para conservadores?

Finalmente a diplomacia brasileira está dando voz à maioria da população brasileira, que é conservadora.

2.O sr. tem formação ou desempenha atividade de relações internacionais?

Estudei política internacional na Universidade de Ferrara (Unife), na Itália, e, como jornalista, produzo análises para colegas no exterior, para meu canal no YouTube e para o jornal Brasil Sem Medo (site de notícias criado por Olavo de Carvalho).

3.O senhor é citado no inquérito do STF sobre fake news. Tem alguma consideração a fazer?

Não tive acesso à íntegra do processo, o que cria uma série de embaraços na defesa e não me permite concluir do que sou supostamente acusado. Minha assessoria jurídica reputa ilegal e inconstitucional o inquérito. 

Após fracassar sua ofensiva para deter as ações do Supremo Tribunal Federal (STF), o bolsonarismo propõe agora uma détente entre as instituições e procura isolar os grupos radicais que pregam "intervenção militar", com o fechamento do Congresso e da Corte. Nos círculos mais próximos do presidente, o movimento é justificado em razão da avaliação de que extremistas, como Sara Geromini, estariam "contaminando" os movimentos pró-governo.

A decisão de se descolar desses grupos veio após ações do STF que levaram extremistas à prisão e à quebra de sigilos de apoiadores e parlamentares bolsonaristas, além da prisão de Fabrício Queiroz, apontado pelo Ministério Público como operador financeiro de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no esquema das rachadinhas. Os grupos intervencionistas sempre foram tolerados e até dividiram carros de som com expoentes do bolsonarismo. Organizadores de atos pró-governo e aliados do presidente pregam agora que eles sejam isolados e rotulados como indesejados, como se fossem black blocs da direita.

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"Desde as Diretas-Já sempre tem um maluco com uma placa que diz bobagem. Esse pessoal com bandeiras inadequadas não representa o pensamento do grupo que apoia Bolsonaro", disse ao Estadão Luís Felipe Belmonte, terceiro na hierarquia do Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. Belmonte foi um dos alvos da ação da PF no caso das fake news. "Essa história de fechar Congresso e STF é uma conversa estúpida e sem nenhum fundamento. Não tem apoio no grupo do Bolsonaro."

Um dos fundadores do Avança Brasil, Newton Caccaos disse que os grupos radicais "atrapalham" com atitudes impensadas, como os fogos contra o STF. "Não sei qual é a da Sara Geromini, que já foi de esquerda, mas virou de lado. Não podemos ser confundidos com os mais radicais e intervencionistas."

A operação de retirada do bolsonarismo das pautas extremistas ocorre dois meses após o presidente ter ido a ato que defendia o golpe em frente ao quartel do Exército, em Brasília. A mudança pode ser vista nas redes sociais. Na quinta-feira, o youtuber Alberto Silva, do canal O Giro de Notícia, publicou vídeo no qual aparece vociferando contra "eles", sem especificar o alvo. "Eles fazem esse tipo de notícia como se nós fôssemos bandidos", disse, citando escândalos do noticiário nos últimos anos. "Aqui o dinheiro é lícito."

Dias antes, o canal de Silva apagou 148 vídeos, segundo levantamento de Guilherme Felitti, da empresa de análise de dados Novelo. Os títulos e descrições das obras removidas dão uma ideia de quem seriam "eles": a sigla STF aparece 251 vezes, sempre como alvo. Outros canais também moderaram o discurso. "Sou contra fechar o Supremo", disse em vídeo Adilson Dini, do Ravox Brasil, um dos investigados pela Justiça.

Os bolsonaristas apagaram 3,1 mil vídeos desde que o STF agiu contra o esquema que buscava emparedar a Corte, segundo os dados de Felitti. "É claro que o STF está agindo com base em uma demanda, porque a democracia vem sendo atacada. O problema é que a gente está concentrando o poder no Supremo. Qual a garantia de que isso não vai ensejar abusos?", indagou o cientista social Caio Machado, da Universidade de Oxford, que pesquisa desinformação e discursos de ódio no YouTube.

Colisão

Para o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, Bolsonaro se elegeu como representante da antipolítica e com as redes sociais. "Mas não se governa com a antipolítica ou com as redes." Ao se recusar a criar uma coalizão, Bolsonaro escolheu o que Jungmann chama de "presidencialismo de colisão", uma fórmula que está esgotada.

"Desarticulada pelo STF, a base digital dele perde capacidade de operar. Também ficou evidente que as Forças Armadas nunca estiveram à disposição de Bolsonaro (para aventuras)." Símbolo disso seria a passagem à reserva do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, após pressão do Alto Comando do Exército.

Com a pandemia, as ações do STF e a falta de apoio à ideia de um golpe, o presidente se veria, na análise do cientista político José Álvaro Moisés, em uma encruzilhada. "Ele não cria uma resposta coordenada e eficaz contra a crise da covid-19. Isso afeta todas as classes sociais."

É por isso que Bolsonaro lançou a détente, afastando-se de manifestações e demitindo Abraham Weintraub da Educação. Na Guerra Fria, a détente foi a política entre as superpotências - EUA e URSS - que visava a diminuir as tensões e o risco de uma guerra catastrófica. A détente bolsonarista serve para estancar a crise com o STF e o Congresso. Em encontro com Dias Toffoli, presidente da Corte, Bolsonaro disse: "O nosso entendimento pode sinalizar que teremos dias melhores para o nosso país".

Para Manoel Fernandes, sócio da consultoria Bites, Bolsonaro precisa manter a base mobilizada com confrontos. "Em breve vai arrumar outro inimigo." O alvo, então, pode ser um governador ou o resgate da pauta de costumes. Na guerra fria entre os Poderes, o STF e o Congresso têm suas armas - o primeiro, inquéritos criminais e o segundo, o impeachment. Bolsonaro sabe. E, por isso, adota o estilo Jair paz e amor. "O que ninguém sabe é até quando", disse Moisés.

Redes sociais

Jair Bolsonaro mantém a força nas principais redes sociais. Levantamento da consultoria Bites mostra, por exemplo, que em uma delas, o Facebook, ele obteve neste ano mais compartilhamentos do que o presidente americano, Donald Trump. Bolsonaro tem 10,5 milhões de seguidores, fez 990 publicações e conseguiu 20 milhões de compartilhamentos. Trump, com 28 milhões de seguidores, publicou 2.680 posts e teve 17 milhões de compartilhamentos.

Desde a posse, Bolsonaro somou 14 milhões de seguidores nas suas redes - hoje tem 37,4 milhões. Fez 8,7 mil posts e obteve 1 bilhão de interações. Ao mesmo tempo, segundo Manoel Fernandes, sócio da Bites, criou um sistema de comunicação em torno dele - só os cinco principais sites de propaganda em forma de notícia do bolsonarismo contaram 24 milhões de visitas em maio, enquanto seus influenciadores mantêm de 400 mil a 2 milhões de seguidores no YouTube.

Mas nem tudo são rosas para o bolsonarismo. A radicalização dele criou um movimento - ainda difuso - de oposição. De 15 de março a 25 de junho, Bolsonaro teve 38,7 milhões de menções no Twitter associadas a hashtags positivas e 17,2 milhões negativas. "Um dado importante é a quantidade de perfis únicos que produziram as hashtags, incluindo as repetições. São 7,1 milhões de bolsonaristas e 8,2 milhões de perfis de oposição. Tem mais gente de oposição falando do que bolsonarista. Os bolsonaristas falam mais vezes", disse Fernandes. Para ele, os números mostram que só uma oposição unida e com um líder claro pode derrotar Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, negou que tenha participado, neste domingo (7), de um ato pró-Bolsonaro, em Brasília. Heleno estava presente entre os poucos manifestantes que estiveram na Esplanada do Ministério na manhã de hoje, em apoio ao presidente da República.

No Twitter, o general disse que foi até a via central de Brasília para agradecer pelo trabalho das Forças Armadas. O ministro fez referência ao canal de TV CNN, dizendo que não teria ido ao local para se manifestar. "POR FAVOR,CNN. NÃO FUI PARTICIPAR DE MANIFESTAÇÃO. As imagens mostram. Fui à Esplanada dos Ministérios agradecer aos integrantes das F Seg, pelo trabalho abnegado e competente que realizam, em prol de manifestações pacificas. É atitude de camaradagem, comum entre nós, militares".

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Durante a semana, o presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir a manifestantes pró-governo que não fossem à Esplanada neste domingo, como forma de evitar atritos com os manifestantes contra o governo, que estiveram presentes em maior volume na Esplanada. Os atos em Brasília se encerraram por volta do meio-dia e ocorreram de forma pacífica.

As forças de segurança do Estado de São Paulo preparam um esquema reforçado de policiamento para as manifestações deste domingo (7), informou a Secretaria de Segurança Pública. Mais de quatro mil policiais estarão a postos para garantir a segurança da população, a preservação do patrimônio e o direito de livre manifestação.

Após a decisão do juiz Rodrigo Galvão Medina, que concedeu ontem liminar proibindo a realização de atos de grupos antagônicos na Avenida Paulista, os organizadores, em diálogo com o Ministério Público Estadual, comunicaram a mudança de local para que os eventos ocorram separadamente. Com isso, os grupos contrários ao governo Bolsonaro se reunirão na região do Largo da Batata e os favoráveis na Avenida Paulista.

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Para garantir a segurança de todos, a polícia reforçou o esquema de segurança em São Paulo, com destaque para os pontos de concentração dos manifestantes. Policiais de batalhões territoriais e especializados, como trânsito e choque, atuarão nas regiões dos atos. Além deles, serão utilizados também três helicópteros, seis drones, 150 viaturas, quatro veículos guardiões e um veículo lançador de água. Outras unidades da Polícia Militar permanecerão de prontidão e, se necessário, serão deslocadas para prestar apoio às equipes.

Câmeras filmarão manifestantes

Todas as ações serão monitoradas por meio de câmeras do sistema Olho de Águia, com câmeras fixas, móveis, motolink e bodycams. A Polícia Civil também reforçou a atuação e terá um sistema especial de plantão para dar rapidez ao registro de ocorrências, caso seja necessário no 4º, 5º, 14º e 78º distritos policiais.

Aos que foram para a manifestação, a Secretaria de Segurança Pública alerta que não será permitido portar:

Bandeiras e faixas com mastro ou hastes; guarda-chuvas; bastão para tirar fotos; materiais, objetos cortantes ou pontiagudos; bebidas alcoólicas; arma de fogo ou branca de qualquer espécie; fogos de artifício; taco de baseibol, golfe e similares; e outros objetos que possam causar riscos, dano ou importunação as pessoas. Revistas pessoais serão realizadas.

 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a demonstrar preocupação, nesta quarta-feira (3), com os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus no País e disse que "parece que não tem noção quando vai acabar isso daí". "O pobre está virando miserável e a classe média, pobre". Ele afirmou, no entanto, que "não pode resolver tudo" e indicou que os apoiadores devem cobrar prefeitos e governadores.

Na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã, o presidente ficou incomodado ao ouvir, de um apoiador, que a mãe dele morreu de covid-19, no dia 16 de maio. Diante da informação, Bolsonaro pediu que o homem falasse o que queria "o mais rápido possível". Ele não prestou solidariedade por esse ou pelos mais de 30 mil óbitos decorrentes do coronavírus.

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O homem disse que poderia ter uma solução para o novo coronavírus e reclamou do fato de, ao sentir falta de ar, a mãe dele ter ido a um hospital para fazer o teste da covid-19 mesmo tendo características do grupo de risco. "Esqueceram que ela tinha problema no pulmão, esqueceram de tudo", disse o apoiador.

Bolsonaro, então, afirmou que agora "qualquer negócio é covid". "Isso está acontecendo geral, então, qualquer negócio é covid", respondeu o presidente. "Mas, se não levarem para a emergência resolve tudo, se mudar o protocolo...", continuou o homem, que foi interrompido.

Em seguida, o presidente recomendou que os apoiadores também cobrem de prefeitos e governadores. "Pelo amor de Deus, tem governador, tem prefeito, vocês botaram esses caras também, pô", disse.

Bolsonaro também afirmou que "não pode resolver tudo" e voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para combate ao coronavírus, cuja eficácia não é comprovada. Para ele, o uso do medicamento, que pode ter efeitos colaterais cardíacos, tem sido politizado.

O ex-ministro Sérgio Moro classificou como ‘loucos’ os participantes de ato bolsonarista realizado na noite deste sábado, 30, em Brasília. Liderados pela ativista Sara Winter, investigada pela Polícia Federal, o grupo empunhou tochas e usou máscaras em ação vista por autoridades como semelhante aos protestos da Ku Klu Klan (seita supremacista branca) nos Estados Unidos, em 2017.

"Tão loucos mas, ainda bem, tão poucos. O único inverno chegando é o das quatro estações", provocou Moro, fazendo um ‘trocadilho’ com o sobrenome artístico da ativista, Winter (inverno, em inglês).

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Reportagem do Estadão ouviu reservadamente ministros do Supremo Tribunal Federal, que apontaram semelhança do ato com a manifestação da KKK na cidade de Charlottesville, nos Estados Unidos, em 2017. A seita foi responsável por inúmeros atos de violência contra negros na história americana.

A Polícia Federal não se pronunciou sobre o ato. O Palácio do Planalto não quis comentar o caso.

Ameaça

Sara Winter foi alvo na semana passada de buscas e apreensões pela Polícia Federal no âmbito do inquérito das ‘fake news’ do Supremo, que apura também ameaças e ofensas contra a Corte. Alinhada com os interesses bolsonaristas, a ativista mirou ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações, gravando um vídeo no qual o chama para ‘trocar socos’ e ameaça ele e sua família.

"Eles não vão me calar, de maneira nenhuma. Pelo contrário, eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pois agora, meu… e não é que ele mora em São Paulo? Porque se estivesse aqui eu já estaria na porta da casa dele convidando ele para ‘trocar soco’ comigo. Juro por Deus, essa é a minha vontade. Eu queria trocar soco com esse ‘filha da puta’ desse ‘arrombado’! Infelizmente não posso, mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Pois você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor!", esbravejou a ativista.

A gravação foi enviada pelo gabinete do ministro para a Procuradoria-Geral da República, que enviou o vídeo para o Ministério Público do Distrito Federal. O caso está agora com o procurador Frederick Lustosa de Melo, que vem sendo pressionado por colegas para pedir logo à Justiça Federal a imposição de medidas cautelares contra a ativista.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fazem nova manifestação na manhã deste domingo, 31, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Em meio ao acirramento das relações entre o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF), manifestantes carregam faixas com os dizeres "abaixo à ditadura do STF" e "intervenção militar". Há ainda uma bandeira que pede "intervenção no STF".

Bolsonaro sobrevoou a Esplanada dos Ministérios a bordo de um helicóptero, de onde acenou para os manifestantes. Ele chegou a fazer uma transmissão ao vivo do sobrevoo em sua página no Facebook. Concentrados na Praça dos Três Poderes, os participantes da manifestação também acenam e empunham celulares na tentativa de registrar a presença do presidente.

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O trajeto entre o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, e o Palácio do Planalto é curto e pode ser feito em aproximadamente seis minutos por via terrestre.

O STF tem sido alvo de novos ataques por parte de Bolsonaro e seus apoiadores. Na última quarta-feira, 27, a Polícia Federal cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão contra bolsonaristas por divulgação de "fake news". A ordem foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito que investiga ameaças, ofensas e notícias falsas disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares.

Um dos investigados, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), participa do ato na capital federal. Ele e um grupo de apoiadores, vestindo camiseta do "movimento conservador" entoaram um grito de ordem contra o STF. "Supremo é o povo", bradaram.

Os manifestantes chegam à Esplanada à pé e de carro. Há pessoas aglomeradas na grade que fica em frente ao Palácio do Planalto, contrariando orientações de autoridades sanitárias para manter distanciamento social como medida de contenção ao avanço do novo coronavírus.

As pessoas estão sendo revistadas por seguranças, munidos com detectores de metal. Há a expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro compareça, como ocorreu em outras manifestações.

Parte dos manifestantes usa máscara no rosto, como orientado por autoridades sanitárias, mas há também pessoas sem a proteção. O uso da máscara é obrigatório em espaços públicos no Distrito Federal desde 30 de abril.

Avaliação

O protesto a favor do presidente ocorre após a última pesquisa Datafolha indicar uma piora na avaliação de Bolsonaro em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus. Levantamento realizado nos dias 25 e 26 de maio mostra que, dos 2.069 entrevistados, 50% consideram a avaliação do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da covid-19 "ruim" ou "péssima"

No sábado, 30, no mesmo local, o grupo bolsonarista "300 pelo Brasil", liderado pela ativista Sara Winter, fez um protesto com gritos de ordem contra o STF. Eles seguravam tochas acesas e alguns vestiam máscaras de personagens de filmes de terror. Cerca de 40 pessoas participaram do protesto ontem.

O grupo bolsonarista "300 pelo Brasil", liderado pela ativista Sara Winter, fez um protesto no sábado à noite em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O grupo carregava tochas acesas, e algumas pessoas usavam máscaras de personagens de filmes de terror cobrindo todo o rosto.

Os manifestantes carregavam uma faixa onde se lia "300" e também tochas acesas e marcharam em frente ao STF gritando palavras de ordem contra o Supremo e o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.

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O ato ocorre depois de Sara e empresários bolsonaristas terem sido alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura ameaças, ofensas e fake news contra ministros da Corte e seus familiares.

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"Viemos cobrar, viemos cobrar, o STF não vai nos calar", "careca, togado, Alexandre descarado", "ministro covarde, queremos liberdade" e "inconstitucional, Alexandre imoral" foram alguns dos gritos de ordem entoados pelo grupo, segundo vídeos divulgados nas redes sociais dos próprios integrantes da manifestação.

Integrantes do STF ouvidos reservadamente pelo Estadão/Broadcast apontaram semelhanças entre o protesto de Sara Winter e a manifestação de neonazistas e membros da Ku Klux Klan que ocorreu em 2017 na cidade de Charlottesville, nos Estados Unidos. A "KKK" é organização racista dos Estados Unidos que prega a supremacia branca e já praticou inúmeros atos violentos contra negros.

A reportagem procurou a Polícia Federal e o STF para comentar o protesto em Brasília, mas eles não se pronunciaram até a publicação deste texto. O Planalto informou que não vai comentar.

"Sobre nosso protesto de ontem: a ideia foi de um apoiador que é judeu e quem comprou as tochas e máscaras foi um organizador dos 300 que é negro. Pra esquerda, tocha: símbolo nazista. Sempre tentarão emplacar essa narrativa. Aqui não cola mais", escreveu Sara no Twitter na manhã deste domingo (31).

Vídeo

Após a operação da última quarta-feira (27), Sara divulgou nas redes sociais um vídeo com ofensas a Moraes e aos demais ministros da Corte. Ela chegou a desafiar Moraes a "trocar socos".

"Eles não vão me calar, de maneira nenhuma. Pelo contrário, eu sou uma pessoa extremamente resiliente. Pois agora, meu e não é que ele mora em São Paulo? Porque se estivesse aqui eu já estaria na porta da casa dele convidando ele para 'trocar soco' comigo. Juro por Deus, essa é a minha vontade. Eu queria trocar soco com esse 'filha da puta' desse 'arrombado'! Infelizmente não posso, mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Pois você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor!", esbravejou a ativista.

O vídeo foi encaminhado por Moraes ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que o enviou ao Ministério Público Federal do DF. O caso está agora com o procurador Frederick Lustosa de Melo, que vem sendo pressionado por colegas para pedir logo à Justiça Federal a imposição de medidas cautelares contra a ativista.

O Grupo Globo e o Grupo Folha anunciaram que vão retirar seus repórteres da cobertura da entrada do Palácio da Alvorada. A decisão foi tomada após apoiadores do presidente Jair Bolsonaro hostilizarem os jornalistas no local, prática que estaria ficando recorrente e subindo o tom em frente à residência presidencial.

 O Grupo Globo comunicou sua decisão por carta ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. "São muitos os insultos e os apupos que os nossos profissionais vêm sofrendo dia a dia por parte dos militantes que ali se encontram, sem qualquer segurança para o trabalho jornalístico", diz a nota. A Folha informou que a cobertura no local está suspensa até que o Palácio do Planalto garanta a segurança dos profissionais de imprensa.

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 A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) emitiu nota apoiando a decisão dos dois grupos. "Esses ataques ganharam corpo e se tornaram mais graves, havendo, inclusive, agressões físicas a repórteres por parte da claque bolsonarista", diz trecho.

 Na segunda-feira (25), as agressões verbais ocorreram após Bolsonaro criticar os jornalistas. "O dia em que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês", disse o presidente. A claque chamou os jornalistas de comunistas, escória, lixos, ratos, entre outros termos. 

O jornal Correio Braziliense já havia deixado a cobertura. Segundo o veículo, além da exaltação dos apoiadores do presidente, a medida também foi tomada por causa das aglomerações e o contato com pessoas sem máscara de proteção.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro hostilizaram profissionais da imprensa na manhã desta segunda-feira, 25, em frente ao Palácio da Alvorada, com diversos insultos. As agressões verbais ocorreram pouco após o próprio presidente criticar jornalistas. "O dia que vocês tiverem compromisso com a verdade eu falo com vocês", disse, indicando que não daria entrevista.

Os xingamentos contra profissionais da imprensa pela claque bolsonarista se tornaram rotina no Palácio da Alvorada, mas nesta segunda-feira foi um tom acima, principalmente pela presença de um número maior de apoiadores.

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"Mídia lixo", "comunistas", "safados" foram alguns dos insultos ditos nesta segunda, logo após Bolsonaro deixar o local. "Mídia golpista, comprada, cambada de safados. Não sei como vocês colocam a cabeça no travesseiro. Seus lixos", disse um apoiador, chegando bem próximo ao local reservado aos profissionais da imprensa. O espaço é cercado por grades.

Diariamente, grupos de apoiadores aguardam para falar com o presidente pela manhã, quando Bolsonaro deixa a residência oficial, e no fim da tarde, quando ele retorna. Nesta segunda-feira, o movimento foi maior, já que muitos viajaram a Brasília para participar de ato pró-governo realizado no domingo, 24, na Esplanada dos Ministérios. Por causa da lotação, alguns apoiadores ficaram em uma área do lado oposto, em frente ao espelho d’água do Palácio.

Ao descer do carro nesta manhã, o presidente retirou a máscara para falar com os apoiadores que estavam próximo ao espelho d’água. Ao se dirigir para cumprimentar as pessoas que o esperavam, do outro lado, colocou o equipamento de segurança - que é obrigatório no Distrito Federal. O presidente falou com apoiadores por cerca de quinze minutos.

A segurança no Palácio da Alvorada é responsabilidade do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), mas nessa manhã os seguranças levaram alguns minutos para retirarem o grupo do local. Com o aumento das agressões verbais, duas grades foram instaladas na tentativa separar jornalistas e apoiadores. O reforço, no entanto, foi retirado e apenas uma grande e uma fita de contenção são usadas para segurança. Procurado nesta segunda-feira, o GSI não se manifestou.

Além de xingamentos, apoiadores já chegaram a revirar o lixo em frente à sala em que ficam jornalistas na tentativa de expor repórteres, cinegrafistas e fotógrafos. A equipe de segurança abordou os homens e pediram para que apagassem o vídeo. As imagens, no entanto, foram compartilhadas nas redes sociais.

Mais tarde, ainda nesta segunda-feira, jornalistas voltaram a ser hostilizados por apoiadores do presidente em frente ao Ministério da Defesa, na Esplanada dos Ministérios. Bolsonaro participou de almoço com o chefe da pasta, Fernando Azevedo e Silva, e com os comandantes das Forças Armadas. A Polícia Militar do Distrito Federal precisou intervir para afastar o grupo.

Incentivo

Bolsonaro já incentivou apoiadores a intimidar os profissionais de imprensa no local em outras ocasiões. Em março, jornalistas que fazem a cobertura diária no Alvorada se retiraram de entrevista concedida pelo presidente após ele mandar repórteres ficarem quietos e estimular apoiadores a hostilizar os profissionais que estavam no local.

"É ele que vai falar, não é vocês não", disse, mandando os repórteres ficarem quietos. Em outra ocasião, Bolsonaro mandou jornalistas calarem a boca ao ser questionado sobre interferência política na Polícia Federal. O presidente também já chamou jornalistas de "idiotas" pelas redes sociais ao afirmar que era falsa a informação de que faria um churrasco, anunciado por ele mesmo.

Os registros de agressões físicas de apoiadores também aumentaram. No início de maio, profissionais do Estadão foram agredidos com chutes, murros e empurrões por apoiadores de Bolsonaro durante manifestação pró-governo na Esplanada dos Ministérios. Em outro ato, uma apoiadora bateu com o mastro de uma bandeira do Brasil na cabeça de uma jornalista da Band News.

O presidente Jair Bolsonaro chegou à Esplanada dos Ministérios para acompanhar mais um ato de apoio ao governo.

Ele chegou de helicóptero, que pousou na área da vice-presidência, e está seguindo à pé, cumprimentando apoiadores em frente ao Palácio do Planalto. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), acompanham o presidente.

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Nas manifestações anteriores que ocorreram na Esplanada, os apoiadores puderam ficar nessa pista por onde o presidente passa neste momento.

Mas hoje, o esquema de segurança deixou os manifestantes na grade em frente à Praça dos Três Poderes. Sem máscara de proteção, que agora tem uso obrigatório em Brasília, Bolsonaro acena para os participantes do ato, cercado por seguranças, e em alguns momentos fica bem próximo das pessoas.

O presidente Jair Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada por volta das 11h30 de helicóptero e fez um sobrevoo pela Esplanada dos Ministérios, onde ocorre neste domingo mais uma manifestação pró-governo.

Ainda não há confirmação se ele vai pousar próximo ao local para acompanhar o ato, mas Bolsonaro postou um vídeo de dentro do helicóptero, mostrando a movimentação no local. "Brasília agora. Ordem e progresso", postou o presidente.

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Muitos carros ocupam as seis faixas da Esplanada em direção à Praça dos Três Poderes, onde há manifestantes de verde e amarelo em frente ao Palácio do Planalto. Desta vez, no entanto, eles estão na grade de proteção na Praça, mais distantes do Planalto.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro reviraram o lixo em frente à sala em que ficam jornalistas no Palácio da Alvorada neste domingo (10). O ato tinha como objetivo expor repórteres, cinegrafistas e fotógrafos que permanecem diariamente na residência oficial da Presidência da República, local onde Bolsonaro costuma cumprimentar apoiadores e conceder entrevistas coletivas.

Dois homens mexeram nas lixeiras para encontrar as notas fiscais das refeições pedidas pelos jornalistas por meio de serviços de entrega durante o fim de semana. Vestidos com camisetas com os dizeres "direita raiz", eles procuraram os nomes dos profissionais e gravaram um vídeo para atacar a imprensa, comparando o trabalho dos jornalistas com o lixo produzido pelos repórteres.

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A equipe de segurança do Palácio da Alvorada consultou os jornalistas para saber o que havia ocorrido. Em seguida, abordou os homens e pediu a eles que apagassem o vídeo. Depois disso, eles deixaram a residência oficial.

Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência da República afirmou que deve se manifestar por nota oficial, mas a resposta não foi enviada até a publicação da reportagem.

Bolsonaro já incentivou apoiadores a intimidarem os profissionais da imprensa no local. Na terça-feira (5) o presidente mandou os jornalistas calarem a boca ao negar interferência política na Polícia Federal (PF). Nesse sábado (9) Bolsonaro chamou os jornalistas de "idiotas" pelas redes sociais quando disse que o churrasco que ele mesmo convocou por dois dias seguidos era "fake".

No último domingo (3) profissionais do Estadão foram agredidos com chutes, murros e empurrões por apoiadores de Bolsonaro durante manifestação na Esplanada dos Ministérios. O presidente disse que não viu as agressões e responsabilizou "possíveis infiltrados" pelos ataques.

O presidente Jair Bolsonaro manteve o comportamento dos últimos dias e deixou o Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (15) sem falar com a imprensa. Na saída da residência oficial, Bolsonaro parou para falar com apoiadores e ouviu pedidos das pessoas que o esperavam. Impaciente, Bolsonaro disse a eles: "pessoal, se eu parar aqui para ouvir cada um com problema, eu não paro mais".

O mandatário tem o costume de descer do carro e falar com populares sempre que chega e sai da residência oficial. "Senhora, tem que procurar o ministério da Tereza Cristina (ministra da Agricultura)", aconselhou o presidente a uma mulher que se queixava de invasões em suas propriedades. Bolsonaro disse para a senhora: "Sei da sua dor". Ele destacou, entretanto, que não faria nada a respeito de invasões antigas. "Muita terra invadida, de 10 anos, 20 anos, e não sou eu que vou recuperar isso aí", afirmou. Ele acrescentou que em seu governo houve cinco ocorrências de invasões de terras que foram "resolvidas imediatamente".

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"Pessoal, estou fazendo a minha parte, tá ok?", afirmou, e, sem deixar um apoiador concluir uma reclamação sobre a falta de asfalto em sua cidade, Bolsonaro se despediu e seguiu para o Palácio do Planalto.

Depois do pronunciamento na noite de terça-feira (24) em que pediu o fim do "confinamento em massa" mesmo diante da escalada dos casos de coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a mobilizar os apoiadores tanto nas redes sociais quanto na portaria do Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Desde a semana passada, o número de pessoas que ficava esperando Bolsonaro entrar e sair da residência oficial havia diminuído. Houve dias com apenas duas pessoas. Nesta quinta-feira (26), mesmo com chuva, a claque voltou ao local. Eram 11 pessoas.

Foi diante deste grupo que Bolsonaro questionou a presença da imprensa no local. "Imprensa, vocês estão aqui trabalhando. Tem que ficar em casa, pô. Quarentena, pô. Fica em casa", disse o presidente, pedindo que a fala dele fosse gravado por um auxiliar. No domingo, Bolsonaro publicou um decreto que incluiu a imprensa na lista de serviços essenciais. Os apoiadores aplaudiram e gritaram: "É isso aí, Bolsonaro" e "Mito".

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O vídeo foi divulgado em grupos de WhatsApp e nas redes sociais a partir de perfis dos filhos do presidente.

No último sábado, as orientações do próprio Ministério da Saúde para o isolamento social deixaram Bolsonaro, que completou 65 anos, sem o bolo de aniversário que estava sendo preparado para ele por apoiadores. A ideia era cantar o "Parabéns pra Você" em frente ao Palácio da Alvorada, mas a pandemia do novo coronavírus espantou os bolsonaristas.

Na segunda-feira passada, por exemplo, apenas um casal esperava o chefe do Executivo pela manhã. Mesmo assim, Bolsonaro desceu para cumprimentá-los e falou com a imprensa. Na terça-feira de manhã, somente duas pessoas o aguardavam, mas ele passou direto.

O pronunciamento em que Bolsonaro voltou a chamar a covid-19 de "gripezinha" e pediu para as pessoas voltarem à normalidade foi feito na noite de terça-feira. Bastou para que no dia seguinte um grupo de nove pessoas fosse até à residência oficial. Ao presidente, os apoiadores afirmaram que estavam lá motivados justamente pelo seu discurso em cadeia de rádio e televisão. 

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a manhã deste sábado (22) para circular pelo Guarujá (SP), onde passa o carnaval. Acompanhado do deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), o Hélio Negão, e de seguranças, Bolsonaro cumprimentou policiais e apoiadores e posou para fotos.

O presidente subiu em um ônibus municipal e cumprimentou o motorista e o cobrador. Depois, entrou em uma padaria, onde tomou um café no balcão e conversou com funcionários e clientes.

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Bolsonaro embarcou ontem à tarde (21) para o litoral de São Paulo. A primeira-dama, Michele Bolsonaro, não integra a comitiva. Ela já havia ficado em Brasília no fim do ano, quando o marido foi passar o réveillon na Bahia, e também não o acompanhou na cidade litorânea no fim de semana dos dias 11 e 12 de janeiro.

O presidente, porém, tem a companhia da filha caçula, Laura, de 9 anos, e do filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), que também leva a mulher e as duas filhas.

No último dia de 2019, esta terça-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro teve o nome bastante repercutido e chegou a atingir os assuntos mais comentados do Twitter. Entre apoiadores e opositores, as hashtags reacenderam o debate político às vésperas da passagem para 2020.

As mensagens em apoio ao presidente eram reverberadas com a campanha #BolsonaromaisFORTEem2020. Com vídeos e montagens de Jair, os aliados exaltaram seu primeiro ano de mandato e atacaram representantes da ala contrária como o ex-presidente Lula (PT) e a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), além de representantes e eleitores da esquerda.

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Até o momento da publicação, cerca de 36,4 mil tweets foram feitos exaltando a gestão do Governo Federal. Já opositores utilizaram hashtag #BolsonaroVaiCairEm2020 para fazer chacota e ‘contra-atacar’ as ofensas com memes e críticas.

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