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Milhares de civis permanecem bloqueados neste sábado (27) em condições humanitárias desastrosas, sob chuva e frio, na Faixa de Gaza, onde os combates entre as forças israelenses e os milicianos do Hamas continuam devastando o sul do território palestino.

No território cercado, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) está no alvo das autoridades israelenses, que acusaram alguns funcionários da organização de envolvimento no ataque violento do Hamas de 7 de outubro que desencadeou a guerra.

Israel pretende garantir que a UNRWA não tenha nenhum papel em Gaza após o conflito, afirmou neste sábado o chefe da diplomacia do país, Israel Katz. O movimento islamista palestino Hamas denunciou "ameaças" israelenses contra a agência.

Na sexta-feira, o governo dos Estados Unidos anunciou a suspensão temporária do financiamento à UNRWA, medida que também foi adotada neste sábado por Austrália, Canadá e Itália.

O ponto de preocupação está concentrado atualmente em Khan Yunis, a maior cidade do sul de Gaza e onde os dois principais hospitais, que abrigam milhares de deslocados, mal funcionam em um cenário de ofensiva implacável.

Testemunhas afirmaram que a cidade voltou a registrar confrontos violentos neste sábado. O Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas, anunciou que 135 pessoas morreram durante a noite.

Mais ao sul, dezenas de milhares de civis estão aglomerados em Rafah, confinados em uma pequena área na fronteira com o Egito. Quase 1,7 milhão de civis abandonaram suas casas desde o início da guerra, segundo a ONU.

- Hospitais em colapso -

Durante a noite, as chuvas intensas inundaram os campos de deslocados, que tentavam salvar seus poucos pertences no meio da lama, segundo imagens da AFP.

"As fortes chuvas inundam milhares de deslocados em Rafah, Khan Yunis, Nuseirat, Deir al Bala, assim como na cidade de Gaza, mais ao norte", declarou o presidente da Proteção Civil, Mahmud Basal.

A guerra começou em 7 de outubro com o ataque de combatentes islamistas, que mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP elaborado com base em dados oficiais israelenses.

As ações de represália, com bombardeios incessantes e ações terrestres em Gaza, deixaram até o momento 26.257 mortos, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

"Disparos de tanques apontam desde a manhã para os setores do oeste da cidade, para o campo de refugiados de Khan Yunis e os arredores do hospital Nasser", onde provocaram "um corte de energia elétrica", anunciou o Hamas.

A organização Médicos Sem Fronteiras afirmou que a capacidade cirúrgica do hospital Nasser, o maior da cidade, é "quase inexistente" e que os poucos profissionais da saúde que permanecem no centro médico "devem trabalhar com cada vez menos material".

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na rede social X que 350 pacientes e quase 5.000 deslocados pelos combates estão no hospital.

O Exército israelense acusa o Hamas de ter construído túneis sob os hospitais de Gaza e de utilizar estes edifícios como centros de comando.

- Nenhum anúncio "iminente" -

Na sexta-feira, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, determinou que Israel deve prevenir possíveis atos de "genocídio" em sua guerra contra o Hamas, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Israel considerou que o recurso, apresentado pela África do Sul, era "escandaloso". O governo dos Estados Unidos - principal aliado de Israel - afirmou que a decisão carece de "fundamento".

O tribunal, que não tem meios para exigir o cumprimento de suas decisões, também pediu a Israel que facilite a entrada de assistência humanitária, "necessária com urgência", em Gaza.

A guerra prossegue sem trégua, mas Catar, Egito e Estados Unidos tentam atuar como mediados para obter uma nova trégua, que incluiria a libertação de reféns e prisioneiros palestinos, como aconteceu no final de novembro.

Quase 100 reféns foram libertados na ocasião em troca de presos palestinos. Segundo as autoridades israelenses, 132 reféns continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, dos quais 28 estariam mortos.

Uma fonte dos serviços de segurança afirmou à AFP que o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) americana se reunirá com autoridades de Israel, Egito e Catar "nos próximos dias em Paris" para tentar obter um acordo de trégua com o Hamas.

O presidente Joe Biden conversou com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, sobre os "últimos acontecimentos em Israel e Gaza, incluindo os esforços para libertar os reféns sequestrados pelo Hamas", anunciou a Casa Branca na sexta-feira, que, no entanto, deu a entender que nenhum anúncio iminente está previsto.

O Exército israelense travou batalhas ferozes neste domingo (10) com milicianos do Hamas na Faixa de Gaza e intensificou os seus ataques aéreos no estreito território, forçando centenas de milhares de pessoas a se aglomerarem em áreas cada vez menores.

Os Estados Unidos, que vetaram uma resolução da ONU a favor de um cessar-fogo em Gaza, aprovaram "urgentemente" a venda a Israel de cerca de 14 mil obuses para os tanques Merkava, utilizados na ofensiva contra o Hamas.

O movimento islamista, que governa Gaza, disse neste domingo que Israel lançou uma série de "ataques muito violentos" contra a cidade de Khan Yunis, no sul, e a estrada que liga essa cidade a Rafah, perto da fronteira com o Egito.

Segundo ambos os lados, os combates entre soldados e milicianos palestinos concentram-se principalmente na região de Khan Yunis, em Jabaliya (norte) e na cidade de Gaza (norte).

O Hamas continuou disparando foguetes contra Israel, mas o Exército afirma que a grande maioria foi interceptada pelo seu sistema antimíssil.

Pelo menos 17.700 pessoas, a maioria mulheres e menores de 18 anos, foram mortas por ataques israelenses em dois meses de combates no pequeno território, de acordo com os últimos números do Ministério da Saúde governado pelo Hamas.

Israel prometeu erradicar o Hamas após os ataques sem precedentes de 7 de outubro, quando os milicianos do grupo cruzaram a fronteira e mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 240, segundo as autoridades israelenses.

Cerca de 137 reféns permanecem em Gaza, disse Israel no sábado.

Grupos de ajuda alertaram sobre a situação humanitária em Gaza, devido às doenças e à fome. "Não é apenas uma catástrofe, é apocalíptico", disse Bushra Khalidi, da Oxfam.

- Consequências "irreversíveis" -

O chefe militar de Israel, Herzi Halevi, apelou às suas forças para "pressionarem com mais força".

Imagens publicadas nas redes sociais no sábado mostram a bandeira israelense hasteada na "Praça Palestina", no centro da cidade de Gaza.

O assessor de segurança nacional, Tzachi Hanegbi, disse à televisão israelense que 7.000 "terroristas" morreram, sem especificar a origem do número.

O Exército israelense afirmou que 93 de seus soldados morreram na campanha.

Diante dessa situação, o secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou a "paralisia" das Nações Unidas diante da guerra e alertou que "a situação evolui rapidamente para uma catástrofe" que poderia ter consequências "irreversíveis para os palestinos" e para a região.

O Catar, principal mediador do conflito, afirmou que os esforços "continuam" para obter uma nova trégua e libertar mais reféns detidos em Gaza.

No final de novembro, um acordo de pausa de uma semana permitiu a libertação de 105 pessoas sequestradas em 7 de outubro em troca de 240 prisioneiros palestinos.

"Prefiro que os meus filhos sejam libertados através de negociações e não através de ações militares, porque temo que o exército os mate", disse Yechi Yehud à AFP durante uma manifestação em Tel Aviv para exigir a libertação dos reféns.

- Impacto "catastrófico" -

A intensificação dos combates terrestres e dos ataques aéreos em Gaza suscita receios crescentes na população civil, que tenta desesperadamente se proteger.

Quase 1,9 milhão dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados, quase um milhão deles crianças, segundo a agência da ONU para a infância.

"Agora eles estão sendo empurrados cada vez mais para o sul, para lugares minúsculos e superlotados, sem água, comida ou proteção, com risco crescente de infecções respiratórias", alertou Adele Khodr, da Unicef.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que "o impacto do conflito na saúde é catastrófico".

Grande parte dos deslocados, impedidos de sair do território, transformaram Rafah em um grande acampamento.

Mais ao norte, na cidade de Gaza, um jornalista da AFP disse que milhares de pessoas se abrigavam em tendas improvisadas entre as paredes desabadas do hospital Al Shifa, que parou de funcionar e foi parcialmente destruído após um ataque israelense em novembro.

"Não importa para onde vamos, a morte nos persegue", disse à AFP Suheil Abu Dalfa, de 56 anos, cuja casa foi atingida por um projétil, que feriu seu filho.

- Deslocamento para o Egito -

O diretor da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, denunciou em um artigo publicado no sábado no Los Angeles Times o deslocamento forçado de moradores de Gaza para o Egito.

"Se continuarmos neste caminho (…), Gaza deixará de ser uma terra para os palestinos", escreveu ele. Israel rejeitou a acusação, afirmando que "simplesmente não é verdade" que exista um plano para deslocar a população.

O conflito em Gaza também agravou os receios de uma conflagração regional.

Na Cisjordânia ocupada, mais de 260 palestinos foram mortos em confrontos com soldados ou colonos israelenses, segundo a Autoridade Palestina.

O Exército israelense afirmou que dois soldados foram feridos por foguetes disparados do sul do Líbano em direção ao norte de Israel. A aviação respondeu com ataques contra "alvos terroristas do Hezbollah", um movimento libanês.

No Mar Vermelho, uma fragata francesa derrubou dois drones procedentes de regiões do Iêmen controladas pelos rebeldes houthis, aliados do Hamas, que ameaçam interromper o tráfego nesta rota marítima estratégica.

Os combates foram retomados nesta sexta-feira (1) na Faixa de Gaza após o fim da trégua de uma semana entre Israel e Hamas, com quase 30 mortos palestinos até o momento, segundo as autoridades do movimento islamista no território.

"O Hamas violou a pausa operacional e disparou contra o território israelense", afirmou o Exército do país em um comunicado.

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"As FDI (Forças de Defesa Israelenses) retomaram os combates contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza", acrescenta nota.

O anúncio aconteceu depois que as FDI interceptaram um foguete lançado a partir de Gaza, o primeiro desde 24 de novembro, quando começou a trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou à AFP que o braço armado da organização recebeu "a ordem de retomar o combate e defender a Faixa de Gaza".

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que 29 pessoas morreram na Faixa desde a retomada dos combates.

A pasta citou sete mortes no norte do território - Jabaliya e Cidade de Gaza -, 12 em Khan Yunes e Rafah, no sul, e 10 em Al Maghazi, no centro da Faixa.

O reinício dos combates acabou com a esperança de uma prorrogação da trégua de sete dias que permitiu a libertação de dezenas de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de ter facilitado a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.

Ao mesmo tempo, as negociações entre os dois lados, com mediadores do Catar e Egito, prosseguiam nesta sexta-feira, segundo uma fonte informada sobre as conversações.

Na quinta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu com autoridades palestinas e israelenses. Ele fez um apelo a favor da extensão da trégua e alertou que, em caso de retomada dos combates, os civis palestinos devem ser protegidos.

A trégua representou uma pausa nos combates iniciados em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram o território de Israel. O ataque surpresa deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15.000 mortos, a maioria civis.

Durante a trégua mediada pelo Catar, 80 reféns israelenses foram liberados em troca de 240 prisioneiros palestinos.

Mais de 20 estrangeiros, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo de troca.

Na quinta-feira à noite, seis israelenses foram liberadas, horas depois da saída de duas reféns.

O número de reféns libertados na quinta-feira chegou a oito, menos dos 10 por dia que o Hamas deveria liberar segundo o acordo de trégua. Uma fonte do grupo islamista indicou que foram incluídas na contagem duas mulheres com dupla cidadania, russa e israelense, liberadas na quarta-feira.

A libertação foi um alívio para Keren Shem, cuja filha Mia foi uma das reféns que deixou o cativeiro. A família divulgou imagens de Keren chorando de alegria ao ser informada sobre a liberdade iminente da jovem.

- Prorrogação frustrada -

Pouco depois da chegada dos reféns a Israel, o serviço penitenciário do país anunciou a libertação de mais 30 detentos palestinos, 23 menores de idade e sete mulheres.

Blinken afirmou que Washington desejava o "avanço" do processo e outro dia de trégua.

Uma fonte próxima ao Hamas declarou que o grupo apoiava mais uma prorrogação e os mediadores tentaram estender a pausa, mas o processo parece ter fracassado.

Israel sempre insistiu que a trégua era uma pausa temporária para garantir a libertação de reféns.

"Juramos (...) eliminar o Hamas e nada vai nos impedir", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um vídeo divulgado por seu gabinete após a reunião com Blinken.

O governo israelense enfrenta uma pressão cada vez maior para explicar como protegerá os civis do território palestino, que enfrentam um bloqueio e não tem como sair da região.

Blinken alertou que a retomada das ações militares israelenses "deve colocar em prática planos que minimizem as mortes de palestinos inocentes" e "delimitar de forma clara e precisa áreas e locais no sul e centro de Gaza onde possam estar seguros e longe da linha de fogo".

Organizações internacionais pediram mais tempo para transportar suprimentos médicos, alimentos e combustível para Gaza, onde 1,7 milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.

A trégua permitiu que as pessoas retornassem para observar as casas destruídas e tentar recuperar alguns pertences entre os escombros.

"Tememos que a trégua acabe e que os problemas e bombardeios retornem", declarou na quinta-feira à AFP Mohamad Naasan, morador de Gaza. "Espero que a trégua seja retomada para que a paz prevaleça e possamos voltar para casa".

- Violência em Jerusalém e na Cisjordânia -

A trégua não impediu a violência em outras regiões.

Na manhã de quinta-feira, dois homens armados abriram fogo contra um ponto de ônibus em Jerusalém e mataram três pessoas, um ataque reivindicado pelo Hamas. Os dois agressores foram mortos.

Dois soldados israelenses ficaram feridos quando um veículo avançou contra um posto de controle na Cisjordânia ocupada, informou o Exército.

A violência em Gaza também elevou a tensão na Cisjordânia, onde quase 240 palestinos morreram em ações de soldados ou colonos israelenses desde 7 de outubro, segundo a Autoridade Palestina, que tem sede em Ramallah.

O jornal The New York Times publicou na quinta-feira que Israel recebeu informações de que o Hamas estava preparando um grande ataque, antes da incursão de 7 de outubro que desencadeou a guerra, mas ignorou o alerta.

burs-sah/mas/avl/fp

Cerca de mil pessoas – 700 em Israel e mais de 400 em Gaza – morreram em dois dias de guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que capturou uma centena de israelenses em uma ofensiva que pegou o país de surpresa.

“O inimigo ainda está no terreno”, disse o Exército de Israel no domingo à noite.

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pediu aos israelenses que se preparassem para uma guerra “longa e difícil” e o exército anunciou que removeria todos os habitantes das áreas próximas da Faixa de Gaza.

A ofensiva lançada no sábado por terra, mar e ar pelo Hamas, que governa Gaza, deixou até agora mais de 700 mortos e 2.150 feridos em Israel, 200 deles em “estado crítico”, segundo o balanço atualizado pelas Forças de Defesa de Israel.

Os bombardeios lançados em resposta por Israel contra Gaza causaram 413 mortos - incluindo 78 crianças - e 2.300 feridos, indicou o Ministério da Saúde do enclave palestino.

O governo israelense também indicou que o Hamas capturou “mais de 100” pessoas no seu ataque, tomando-as como “prisioneiras”.

- "Matar cada terrorista" -

Israel enviou dezenas de milhares de soldados com a missão de "libertar reféns" e "matar cada terrorista presente" em seu território, disse o porta-voz do exército, Daniel Hagari.

Muitos israelenses em busca de familiares desaparecidos disseram tê-los visto em vídeos que circulavam nas redes sociais.

Yifat Zailer, de 37 anos, contou que reconheceu dessa forma sua prima e os filhos dela, de nove meses e três anos, supostamente capturados pelo Hamas. “É a única confirmação que temos” sobre eles, disse ela por telefone à AFP, angustiada.

Entre as pessoas capturadas, há vários cidadãos americanos e alemães, muitos com dupla nacionalidade israelense.

Na noite de domingo, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos afirmou que "vários" cidadãos americanos morreram no ataque do Hamas, sem fornecer mais detalhes.

Também há "três brasileiros desaparecidos" e um "hospitalizado", todos com dupla nacionalidade, que estavam participando de um festival de música "a menos de 20 km da Faixa de Gaza", informou o Ministério das Relações Exteriores à AFP.

Na ofensiva do Hamas, dez nepaleses perderam a vida e quatro ficaram feridos em uma comunidade localizada também a poucos quilômetros de Gaza, relatou a embaixada em Tel Aviv do país do Hamalaia.

Jornalistas da AFP viram corpos de civis baleados nas ruas em Sederot, no kibutz de Gevim e na praia de Zikim, ao norte de Gaza.

As companhias aéreas internacionais cancelaram desde sábado dezenas de conexões aéreas com Tel Aviv.

- Tensão internacional -

O Conselho de Segurança da ONU, atualmente presidido pelo Brasil, discutiu a crise neste domingo, e vários membros denunciaram o ataque do Hamas, enquanto os Estados Unidos lamentaram a falta de unanimidade.

Diplomatas relataram que o Conselho não considerou emitir uma declaração conjunta, muito menos uma resolução vinculante. Outros membros, liderados pela Rússia, esperavam uma abordagem mais ampla que incluísse a condenação ao Hamas.

O ataque do Hamas foi condenado pelo Brasil, Estados Unidos e diversos países europeus e latino-americanos.

Washington começou neste domingo a enviar ajuda militar adicional a Israel e a aproximar sua força naval do Mediterrâneo oriental, indicou o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em um comunicado.

Após o anúncio, o Hamas equiparou a ajuda militar americana a uma "agressão" contra os palestinos.

"O anúncio dos EUA de que fornecerá um porta-aviões para apoiar a ocupação [de Israel] implica uma participação real na agressão contra nosso povo", disse em um comunicado.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, declarou que “o Irã apoia a defesa legítima da nação palestina”.

O papa Francisco pediu “que os ataques parem”, porque “o terrorismo e a guerra não levam a nenhuma solução.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan ofereceu seus bons ofícios para encerrar um conflito que está causando numerosas vítimas civis.

- "Sem precedentes em Israel" -

O braço armado do Hamas denominou a sua ofensiva como "Dilúvio Al Aqsa", que visava "pôr fim a todos os crimes da ocupação [israelense]".

Israel ocupa a Cisjordânia, território palestino, e Jerusalém Oriental desde 1967.

Os combatentes palestinos dispararam “mais de 5.000 foguetes” a partir da Faixa de Gaza e conseguiram infiltrar-se utilizando veículos, barcos e até parapentes motorizados.

Os milicianos chegaram a áreas urbanas como Ashkelon, Sderot e Ofakim, a 22 quilômetros de Gaza, e atacaram posições militares e civis no meio da rua.

Um ex-soldado israelense declarou que a guerra árabe-israelense de 1973, que ainda é um trauma nacional no Estado hebreu, foi "uma coisa pequena" comparada com a atual ofensiva do Hamas.

“O que aconteceu não tem precedentes em Israel”, reconheceu Netanyahu, naquele que é o maior ataque em décadas, 50 anos depois da guerra do Yom Kippur, que deixou mais de 2.600 israelenses mortos em três semanas de combates.

“Tememos a destruição e o fim da sociedade civil na Faixa de Gaza”, disse Shadi al Asi, um habitante de Gaza de 29 anos, temendo a contraofensiva israelense. “Estamos entrando em uma fase de destruição”, acrescentou.

As forças israelenses bombardearam vários alvos em Gaza, incluindo vários edifícios que apresentavam como “centros de comando” do Hamas.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) afirmou estar “profundamente preocupado” com essas medidas no enclave muito pobre de 2,3 milhões de habitantes, sujeito a um rígido bloqueio israelense há mais de 15 anos.

No norte, a partir do Líbano, o movimento xiita pró-Irã Hezbollah atacou com projéteis três posições israelenses em uma zona fronteiriça disputada, em “solidariedade” com a ofensiva do Hamas.

O exército israelense respondeu com bombardeios no sul do Líbano.

Ao menos 27 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas nos combates registrados desde segunda-feira em Trípoli entre dois grupos armados influentes, informou o Centro de Medicina de Emergência.

Em um balanço "provisório" publicado no Facebook, a agência responsável pelos serviços de emergência no oeste da Líbia registra 27 mortos e 106 feridos nos confrontos no sudeste de Trípoli.

Os combates começaram na segunda-feira (14) após a detenção do coronel Mahmoud Hamza, comandante da Brigada 444, por membros da Força Rada.

Na terça-feira à noite, o "conselho social", formado por notáveis de Soug al Joumaa, setor ao sudeste de Trípoli e reduto da Força Rada, anunciou que Hamza seria transferido para uma zona neutra.

A medida acalmou a situação na madrugada de terça-feira para quarta-feira.

Doze civis morreram neste domingo em bombardeios entre militares e paramilitares, que se enfrentam, agora, em outra cidade da região de Darfur, oeste do Sudão.

"O primeiro balanço provisório é de 12 civis mortos em Nyala", informou à AFP um médico local, que não quis ser identificado. "Mas sabemos que pessoas morreram ou ficaram feridas antes de que pudessem chegar ao hospital, porque a violência dos combates impede os deslocamentos", ressaltou.

A guerra entre o Exército, comandado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FSR), do general Mohamed Hamdan Daglo, deixou mais de 2.800 mortos desde abril, segundo a ONG Acled, além de mais de 2,5 milhões de deslocados e refugiados, segundo a ONU.

O Exército aumentou seus ataques aéreos contra Cartum. Já as FSR intensificaram o fogo de artilharia contra bases militares e da polícia.

Uma fonte paramilitar informou hoje que "tomaram o controle do quartel-general da polícia no sul de Cartum e de todo o equipamento que ali estava".

O exército e os paramilitares continuam lutando no Sudão, com explosões e confrontos nas ruas de Cartum nesta sexta-feira (21), apesar dos pedidos de trégua devido ao fim do Ramadã.

Antes do nascer do sol, como acontece desde 15 de abril, a capital sudanesa foi abalada por disparos e ataques aéreos entre as forças dos dois generais que disputam o poder no país.

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"Durante a noite (...), vários bairros de Cartum foram e ainda estão sendo bombardeados entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares", disse o sindicato dos médicos nesta sexta-feira.

Soldados e paramilitares lutavam ferozmente nas ruas nesta sexta-feira em áreas residenciais densamente povoadas no centro e norte de Cartum, disseram testemunhas à AFP.

No dia anterior, a ONU e os Estados Unidos solicitaram uma trégua de "pelo menos" três dias para permitir que civis celebrassem o Eid al Fitr, que marca o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadã.

No entanto, o chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan descartou na quinta-feira negociar com seu ex-número dois, Mohamed Hamdan Daglo, chefe das Forças de Apoio Rápido (FAR) paramilitares.

As FAR anunciaram às 4h00 GMT (01h00 em Brasília) de sexta-feira "seu acordo de trégua de 72 horas" para dar uma pausa aos sudaneses presos neste fogo cruzado, que segundo a Organização Mundial da Saúde deixou mais de 400 mortos e 3.500 feridos.

Ao mesmo tempo, o general Burhan apareceu na televisão estatal pela primeira vez desde o início dos confrontos para um discurso por ocasião do Eid, no qual não mencionou nenhuma trégua.

- "Nosso país sangra" -

“No Eid deste ano, nosso país sangra: a destruição, a desolação e o barulho das balas prevalecem sobre a alegria”, disse.

"Esperamos sair desta prova mais unidos (...), um só exército, um só povo", disse, vestindo uniforme militar, entre duas bandeiras sudanesas.

"Gostaríamos que os combates parassem devido ao Eid, mas sabemos que isso não acontecerá", disse Abdallah, morador da capital, à AFP na quinta-feira.

Em entrevista por telefone à Al Jazeera, Burhan disse na quinta-feira que não havia espaço "para negociações políticas" com seu rival.

Se o general Daglo, apelidado de "Hemedti", não desistir de sua tentativa de "querer controlar o país", será "esmagado militarmente", alertou.

Durante o dia, Burhan recebeu ligações do secretário-geral da ONU, dos presidentes do Sudão do Sul e da Turquia, do primeiro-ministro etíope e dos chefes da diplomacia dos Estados Unidos, Arábia Saudita e Catar.

Washington anunciou o envio de militares para a região caso tenha que evacuar sua embaixada. O aeroporto de Cartum está fechado desde sábado e as embaixadas pedem aos cidadãos que fiquem seguros.

Na capital, muitas famílias estão sem seus últimos suprimentos e não têm eletricidade ou água encanada. As linhas telefônicas funcionam apenas de forma intermitente. Muitos tentam fugir entre postos de controle de ambos os lados e corpos espalhados pelas ruas.

Muitos civis também fugiram para o exterior para escapar da violência, concentrada principalmente em Cartum e na região oeste de Darfur.

Entre 10.000 e 20.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, cruzaram a fronteira para o Chade, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).

Ambos os lados continuam anunciando vitórias e fazendo acusações mútuas que são impossíveis de verificar no terreno.

Forças russas e ucranianas travam combates intensos nesta terça-feira (30) na região de Kherson, sul da Ucrânia, após o anúncio de uma contraofensiva de Kiev para tentar recuperar zonas ocupadas por Moscou.

"Durante todo o dia (segunda-feira) e toda a noite foram registradas explosões potentes na região de Kherson. Combates intensos acontecem em quase todo o território da região", afirmou a presidência ucraniana em um comunicado.

"As Forças Armadas ucranianas iniciaram ações ofensivas em várias direções", acrescenta a nota, que cita a destruição de alguns "depósitos de munições e de todas as grandes pontes" que permitiam aos veículos atravessar o rio Dniepr.

Localizada às margens do Mar Negro, a maior parte da região de Kherson e sua capital de mesmo nome foram capturadas no início da guerra pelas tropas russas, que avançaram a partir da península vizinha da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Com a guerra estagnada na região leste do Donbass estancada, os analistas anteciparam durante semanas que os combates poderiam ser deslocados para o sul, em uma tentativa de romper a paralisia antes da chegada do inverno (hemisfério norte, verão no Brasil).

As autoridades ucranianas anunciaram na segunda-feira o início da contraofensiva, em particular com o objetivo de retomar a cidade de Kherson, que tinha 280.000 habitantes antes da guerra.

Em seu discurso noturno, o presidente Volodymyr Zelensky não revelou detalhes sobre a manobra, mas exibiu um tom de desafio ante Moscou.

"Os ocupantes deveriam saber que vamos empurrá-los até sua fronteira (...) Se querem sobreviver, este é o momento para a fuga do exército russo. Vá para casa", afirmou.

- Bombardeios em Kharkiv -

Durante a madrugada, o comando "sul" do exército ucraniano afirmou que situação era "tensa" em sua zona de ação. "O inimigo atacou nossas posições em cinco momentos, mas todas foram um fracasso", afirmou em uma nota.

Também citou um "grande bombardeio" na cidade de Mykolaiv, a 60 km de Kherson e controlada por Kiev, que deixou dois mortos, 24 feridos e danos "importantes".

O ministério da Defesa da Rússia afirmou que a contraofensiva da Ucrânia "fracassou" e provocou "muitas baixas" para as tropas de Kiev.

Os bombardeios russos continuaram no restante da linha de frente, que vai do norte ao sul.

Em Kharkiv (noroeste), segunda maior cidade ucraniana, o prefeito Igor Terekhov denuncio um bombardeio que matou cinco pessoas e feriu sete nesta terça-feira.

"Os ocupantes russos bombardearam os bairros do centro de Kharkiv", confirmou o governador da região, Oleg Synegubov, no Telegram. Ele fez um apelo para que os moradores procurem proteção.

O governador da região de Zaporizhzhia (sul), Oleksandr Starukh, informou que a Rússia executou um ataque com mísseis contra a cidade de mesmo nome que não deixou vítimas.

- Missão em Zaporizhzhia -

Esta região é um foco de tensões há várias semanas, com os bombardeios contra central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, ataques que provocam uma troca de acusações entre russos e ucranianos.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou na segunda-feira que uma missão de apoio e assistência está a caminho e deve chegar a Zaporizhzhia esta semana.

A agência de controle nuclear da ONU advertiu nas últimas semanas para um "risco muito real de catástrofe nuclear".

Acusada por Kiev de posicionar unidades de artilharia dentro da central, a Rússia considerou a inspeção "necessária".

Após mais de seis meses, o conflito tem consequências em todo o planeta, em particular nos mercados de energia e de alimentos.

No setor energético, a empresa francesa Engie informou nesta terça-feira que o grupo russo Gazprom reduziu ainda mais o fornecimento de gás ao país por uma divergência sobre os contratos.

Na área humanitária, a guerra entre dois grandes produtores de grãos provocou a disparada dos preços dos alimentos e o temor de aumento da fome.

Para evitar o agravamento da situação, a ONU e a Turquia conseguiram mediar um acordo entre Kiev e Moscou para permitir a exportação de grãos pelo Mar Negro.

Graças ao pacto, um navio fretado pelo Programa Mundial de Alimentos chegou a Djibuti nesta terça-feira com 23.000 toneladas de trigo da Ucrânia para mitigar a seca histórica que assola a região do Chifre da África.

Explosões e tiros foram registrados nesta sexta-feira (25) em um bairro do norte da capital ucraniana, Kiev, comprovou um correspondente da AFP.

Os moradores do bairro de Obolonsky correram para buscar proteção quando ouviram as explosões.

As tropas russas intensificaram nas últimas horas a ofensiva contra a capital, onde, segundo as autoridades, caíram vários mísseis durante a madrugada.

O ministério ucraniano da Defesa informou em sua página no Facebook que esta é uma operação de sabotagem das forças russas, executada por um comando de soldados de reconhecimento.

O ministério pediu aos civis da região que peguem em armas.

"Pedimos aos cidadãos que nos informem sobre a movimentações inimigas, que preparem coquetéis molotov e neutralizem o ocupante", afirma uma nota.

No segundo dia da invasão russa, os combates são cada vez mais intensos nas proximidades da capital.

As tropas ucranianas informaram que enfrentam unidades de blindados russos nas localidades de Dymer e Ivankiv, situadas a 45 e 80 quilômetros ao norte de Kiev, respectivamente.

O avanço das "forças do inimigo foi detido às margens do rio Teterov. A ponte sobre o rio foi destruída", afirma uma mensagem do exército.

O Estado-Maior do exército afirmou que controla o aeroporto militar de Gostomel, na entrada de Kiev, onde as tropas russas entraram na quinta-feira. A AFP não conseguiu confirmar esta informação.

Pelo quarto dia consecutivo, os combates entre extremistas islâmicos e as forças curdas apoiadas pela coalizão internacional continuam, neste domingo (23), na Síria, com o número de mortos ultrapassando 120.

Desencadeados na noite de quinta-feira por um grande ataque do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) contra a prisão de Ghwayran (nordeste), onde estão presos muitos extremistas, os combates levaram à fuga de milhares de civis.

O ataque foi lançado por cerca de 100 combatentes do EI para libertar seus companheiros da prisão localizada em Hassaké, região que faz parte do território controlado pelos curdos na Síria, país em guerra desde 2011.

Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), "77 jihadistas e 39 combatentes curdos morreram" em quatro dias, assim como "sete civis".

Este ataque é o maior reivindicado pelo EI desde sua derrota na Síria em 2019 contra as Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas por forças curdas e apoiadas pela coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos.

"Combates ferozes começaram antes do amanhecer deste domingo. As forças curdas estão tentando recuperar o controle da prisão e neutralizar os jihadistas nas áreas circundantes" do centro de detenção que abriga cerca de 3.500 terroristas, informou o OSDH.

As FDS são apoiadas pela força aérea da coalizão internacional.

- "Milagre" -

Os combates podiam ser ouvido nos arredores, segundo um correspondente da AFP.

Membros das FDS foram mobilizados dentro e ao redor da prisão, caçando os extremistas e chamando por alto-falantes para que os civis deixassem a área.

Os terroristas "entram nas casas e matam as pessoas", disse à AFP um civil que fugia a pé. "É um milagre termos saído vivos", afirmou, carregando uma criança em um cobertor de lã.

Segundo as autoridades curdas, milhares de pessoas deixaram suas casas perto da prisão.

As FDS encontraram cintos explosivos, armas e munições.

Já os atacantes disseram que roubaram armas e libertaram "centenas" de jihadistas. Mais de 100 dos fugitivos foram recapturados pelas forças curdas, mas dezenas ainda estão foragidos, segundo o OSDH.

Em um vídeo divulgado no sábado, o EI mostra cerca de 20 homens, alguns deles em uniforme militar, dizendo que são curdos capturados durante o ataque.

Comentando o vídeo, as FDS disseram que os prisioneiros eram funcionários que trabalhavam na cozinha da prisão.

De acordo com Nicholas Heras, do Newlines Institute em Washington, "as fugas das prisões representam a melhor oportunidade para o EI recuperar forças e a prisão de Ghwayran é um bom alvo porque está superlotada".

Milhares de jihadistas estão detidos em centros de detenção nos vastos territórios do norte e nordeste da Síria sob o controle das autoridades curdas. Muitas prisões eram originalmente escolas e, portanto, são inadequadas para manter os presos por um longo período.

Segundo as autoridades curdas, cerca de 12.000 jihadistas de mais de 50 nacionalidades - europeias e outras - estão detidos em suas prisões. Há anos que pedem, em vão, a sua repatriação.

Apesar de sua derrota, o EI ainda consegue realizar ataques mortais usando células adormecidas.

Desencadeada em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências regionais e internacionais e a ascensão de jihadistas.

O conflito matou cerca de 500.000 pessoas de acordo com o OSDH, devastou a infraestrutura do país e deslocou milhões de pessoas.

Ao menos 65 combatentes morreram em confrontos violentos nas últimas 48 horas entre as forças do governo e rebeldes na província de Marib, norte do Iêmen, informou uma fonte militar nesta quinta-feira (1°).

Na semana passada, mais de 100 combatentes morreram em Marib, último reduto do governo na região norte do país devastada pela guerra.

Marib é cenário de confrontos violentos desde fevereiro, quando os rebeldes iniciaram uma ofensiva nesta região rica em petróleo.

"Registramos 22 mortos e 50 feridos entre as forças governamentais e 43 mortos entre os huthis", afirmou a fonte.

Desde a tomada da capital Sanaa, em 2014, que desencadeou a guerra no Iêmen, os rebeldes assumiram o controle de grande parte do norte do país.

Nos últimos meses, eles executaram uma campanha implacável para conquistar Marib, apesar dos apelos de cessar-fogo da ONU e dos Estados Unidos.

Os combates recomeçaram, neste domingo (16), entre as forças do governo afegão e o Talibã no sul do Afeganistão, ao final de três dias de trégua decretada pelo feriado muçulmano do Eid al-Fitr e em um contexto de retirada das últimas tropas americanas.

Os confrontos eclodiram na periferia de Lashkar Gah, capital da província de Helmand, disse um porta-voz do Exército e uma autoridade local.

Essa área tem sido palco de intensos combates desde 1º de maio, quando os Estados Unidos deveriam ter retirado seus 2.500 soldados do país.

"O Talibã e as forças do governo entraram em confronto quando o cessar-fogo terminou", declarou à AFP Ataullah Afghan, presidente do conselho provincial de Helmand.

Ele acrescentou que os "combates começaram de manhã cedo e ainda continuam". Os insurgentes atacaram vários postos de controle ao redor da capital provincial e em outros distritos.

Um porta-voz do Exército afegão também confirmou a retomada dos combates. Já o porta-voz dos insurgentes, Zabihullah Mujahis, ressaltou que as forças afegãs "iniciaram as operações". "Não nos responsabilize".

O Talibã, e depois o governo afegão, anunciaram na segunda-feira passada um cessar-fogo de três dias por ocasião do Eid al-Fitr, o feriado muçulmano que marca o fim do Ramadã.

Essa trégua foi respeitada globalmente por ambas as partes. Mas a frágil calma foi interrompida na sexta-feira pela explosão de uma bomba em uma mesquita nos arredores de Cabul, na qual 12 fiéis, incluindo o imã, morreram.

O Talibã negou responsabilidade pelo ataque, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), de acordo com a agência americana SITE, especializada no monitoramento da atividade online de grupos extremistas islâmicos.

O EI afirmou que o explosivo foi colocado na mesquita e detonado quando os fiéis entraram no prédio. A trégua, que terminou na noite de sábado, foi a quarta entre os talibãs e as forças do governo em duas décadas de conflito.

Na sexta, negociadores do governo afegão e membros da liderança do movimento talibã se reuniram no Catar para discutir como acelerar as negociações de paz, após meses de bloqueio.

"Ambas as partes concordaram em continuar as negociações após" o Eid al-Fitr, disseram os insurgentes no Twitter.

Antes da trégua, e desde 1º de maio, quando Washington deveria ter concluído a retirada de seus 2.500 soldados ainda presentes em virtude de um acordo assinado sob a presidência de Donald Trump, o Afeganistão é palco de um ressurgimento da violência.

As tropas americanas retiraram-se na quarta-feira da base aérea de Kandahar, uma das mais importantes do território afegão, no sul.

Os Estados Unidos e os outros países da Otan se comprometeram a retirar todos os seus contingentes do Afeganistão antes de 11 de setembro, aniversário de 20 anos dos ataques de 2001.

Os combatentes talibãs estão se aproximando dos grandes centros urbanos, como se esperassem a retirada das tropas americanas para lançar grandes ofensivas contra as cidades.

Em 8 de maio, mais de 50 pessoas foram mortas e cerca de 100 ficaram feridas em um bairro xiita do oeste da capital, em uma série de explosões em frente a uma escola de meninas.

Foi o ataque mais mortal em um ano. As autoridades atribuíram ao Talibã, que negou.

"Será muito difícil para nós realizar as operações", declarou na semana passada à AFP um oficial afegão, após a retirada das forças americanas da base aérea de Kandahar. "Nossos aviões não podem voar à noite, então as operações noturnas serão difíceis", acrescentou.

O presidente Jair Bolsonaro comentou, pelo Twitter, o conflito entre israelenses e palestinos. Aliado do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, Bolsonaro afirmou que "é absolutamente injustificável o lançamento indiscriminado de foguetes contra o território israelense".

Segundo o presidente, "a ofensiva provocada por militantes que controlam a Faixa de Gaza e a reação israelense já deixaram mortos e feridos de ambos os lados". "Expresso minhas condolências às famílias das vítimas e conclamo pelo fim imediato de todos os ataques contra Israel, manifestando meu apoio aos esforços em andamento para reduzir a tensão em Gaza", disse.

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No início de março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, fez parte de uma comitiva até Israel, para conhecer um "spray" para tratamento contra a covid-19, quando os israelenses estavam empenhados em vacinar ao máximo a sua população.

Uma nova rodada de bombardeios aumentou o número de mortos no confronto entre israelenses e palestinos. Nesta quarta-feira, 12, autoridades de saúde palestinas confirmaram que 65 pessoas morreram em decorrência dos bombardeios de Israel ao território de maioria árabe, enquanto 7 morreram após o lançamento de foguetes por grupos militantes palestinos contra alvos israelenses.

As autoridades rivais na Líbia anunciaram, nesta sexta-feira (21), o fim dos combates em todo o território e a organização de eleições num futuro breve, um "entendimento" saudado pela ONU.

Fayez al-Sarraj, chefe do Governo de União Nacional (GNA) com sede em Trípoli e reconhecido pela ONU, pediu a realização "de eleições presidenciais e parlamentares em março do próximo ano, tendo uma base constitucional resultante do consenso de todos os líbios", segundo um comunicado publicado no Facebook.

Por sua vez, Aguila Saleh, presidente do Parlamento com sede no leste do país, anunciou, em um comunicado distinto, eleições, sem citar uma data, e pediu que todas as partes respeitem "um cessar-fogo imediato e acabem com todos os combates em território líbio".

Imediatamente após a divulgação das declarações, o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi, cujo país considerou enviar tropas para a vizinha Líbia, saudou o anúncio das autoridades rivais.

"Saúdo as declarações do Conselho Presidencial da Líbia e da Câmara dos Representantes pedindo um cessar-fogo e o fim das operações militares em todo o território líbio", disse Sissi no Twitter.

Desde a queda do regime de Muammar Khadafi em 2011, a Líbia está mergulhada em vários conflitos e numa disputa por influência entre duas autoridades rivais: o GNA, e um poder personificado pelo marechal Khalifa Haftar, um homem forte do leste do país que conta com o apoio de parte do Parlamento eleito e em particular do seu presidente, Aguila Saleh.

O GNA, apoiado pela Turquia, conseguiu repelir uma ofensiva do marechal Haftar lançada em abril de 2019 contra Trípoli, retomando o controle de todo o noroeste do país em junho.

Depois de mais de um ano de combates mortais, Sarraj "ordenou a todas as forças armadas um cessar-fogo imediato e o fim de todas as operações de combate em todo o território líbio", a fim de criar zonas desmilitarizadas em Sirte (norte) e na região de Joufra, mais ao sul, atualmente sob o controle de combatentes pró-Haftar.

No comunicado de Aguila Saleh, divulgado nesta sexta-feira pela Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (Manul), Saleh não menciona, porém, a desmilitarização de Sirte e Joufra, mas propõe a instalação de um novo governo em Sirte, local de nascimento do ex-ditador Muammar Khaddafi, então reduto do grupo Estado Islâmico (EI).

Por seu lado, a Manul acolheu "calorosamente o entendimento nas declarações de hoje do primeiro-ministro (Fayez) al-Sarraj e do presidente Aguila (Saleh), apelando a um cessar-fogo e a retomada do processo político".

O GNA, apoiado por Ancara, conseguiu repelir uma ofensiva do marechal Haftar lançada em abril de 2019 contra Trípoli, retomando o controle de todo o noroeste do país em junho passado.

Após 14 meses de combates mortais, os pró-Haftar retiraram-se para Sirte, uma cidade costeira 450 km a leste de Trípoli.

Tropas da Armênia e do Azerbaijão voltaram a entrar em confronto nesta quinta-feira (16), após um cessar-fogo de um dia - anunciaram os Ministérios da Defesa dos dois países, que se acusam mutuamente pela retomada da violência.

Os combates acontecem na fronteira norte, de acordo com os Ministérios. O confronto começou no domingo (12) e prosseguiu por dois dias, registrando uma pausa ontem. Estes são os combates mais graves desde 2016 e ameaçam a estabilidade daquela região.

O Azerbaijão anunciou hoje a morte de um de seus soldados. Segundo o balanço oficial, 17 pessoas morreram desde domingo: 12 militares e um civil do Azerbaijão e quatro soldados da Armênia. Baku perdeu um general.

Em comunicados separados, os beligerantes disseram que há "combates em curso" nesta quinta. Os dois lados alegam terem respondido a um ataque.

Em conflito há duas décadas, Armênia e Azerbaijão respeitaram uma trégua entre a meia-noite de quarta-feira (17h no horário de Brasília) e a manhã de hoje, após três dias de confrontos.

O Ministério armênio da Defesa afirmou que impediu uma "tentativa de infiltração do inimigo" e que, "após uma batalha intensa, o inimigo foi rejeitado". A Armênia indicou ainda que o confronto provocou perdas do lado do Azerbaijão.

Depois, acrescentou a Armênia, as forças do Azerbaijão começaram, por volta das 5h locais (23h no horário de Brasília), a "bombardear os povoados de Aygepar e Movses com morteiros e um obus D30".

O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de ter iniciado os combates. "Uma unidade das Forças Armadas da Armênia tentou novamente atacar nossas posições no distrito de Tovouz, na fronteira", afirma um comunicado.

Segundo o Ministério, as localidades de Аgdam, Donar Guchtchu e Vakhidli foram alvo de disparos de armas pesadas e de morteiros.

O Azerbaijão ameaçou hoje bombardear a única central nuclear da Armênia. Além disso, o presidente do país, Elma Mammadyarov, afastou seu chanceler, Elmar Mammadyarov, após criticar suas ações durante a crise atual.

- Janelas quebradas -

Jornalistas da AFP conseguiram acessar ontem algumas destas localidades em ambos os lados do front de combate.

Várias casas tinham suas janelas quebradas, ou os telhados deformados. Chain Abiiev, morador de Donar Guchtchu, no Azerbaijão, explicou que um obus caiu em seu jardim.

"Danificou as janelas, o telhado, o jardim e a porta de entrada. Por sorte, minha família não estava, ou teria sido uma tragédia", desabafa.

As duas ex-repúblicas soviéticas estão em conflito há décadas por Nagorno-Karabaj. Esta região separatista, que tem o apoio da Armênia, foi palco de uma guerra no início do anos 1990 que deixou 30.000 mortos.

Os confrontos recentes acontecem longe deste território, na fronteira norte entre os dois países do Cáucaso. Essa escalada faz temer um conflito aberto.

Rússia, uma potência regional, Estados Unidos e União Europeia (UE) pediram à Armênia e ao Azerbaijão que ponham fim ao conflito, enquanto a Turquia deu seu apoio ao Azerbaijão.

Grupos rivais líbios se enfrentaram, nesta quinta-feira (13), no sul de Trípoli, apesar da resolução do Conselho de Segurança da ONU por um "cessar-fogo duradouro" - relataram testemunhas e forças leais ao Governo de União Nacional (GNA).

No aeroporto de Mitiga, o único em funcionamento na capital, os voos foram suspensos, após a queda de um foguete. No sul de Trípoli, houve novos combates entre as tropas do GNA, com sede na capital, e as do marechal Khalifa Haftar.

As testemunhas ouviram uma explosão de foguetes na região de Machru al-Hadhba, uma zona agrícola situada cerca de 30 quilômetros ao sul do centro da cidade.

Outros foguetes alcançaram os bairros residenciais e deixaram vários feridos, acrescentaram as mesmas fontes ouvidas pela AFP.

Mustafa al-Mejii, porta-voz das forças do GNA, reconhecido pela ONU, confirmou para a AFP os combates em curso nessa região.

O porta-voz acusou as forças leais ao marechal Haftar de violar, novamente, a frágil trégua decretada em 12 de janeiro passado.

"As milícias de Haftar tentaram avançar na região de Machru al-Hadhba, mas nossas forças reprimiram o ataque", afirmou.

Apesar da trégua, há combates esporádicos perto de Trípoli, e as armas continuam entrando no país.

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, pela primeira vez desde abril, quando começou a ofensiva de Haftar contra Trípoli, uma resolução pedindo um "cessar-fogo duradouro", após a trégua declarada em janeiro.

A resolução pede para que continuem as negociações da comissão militar conjunta criada em janeiro. Este painel reúne os dois lados, com o objetivo de chegar a um "cessar-fogo permanente" que inclua um mecanismo de controle, uma separação de forças e medidas de confiança.

Redigido por representantes do Reino Unido, o texto foi aprovado por 14 votos de 15, com a abstenção da Rússia.

O debate se prolongou por mais de três semanas e mostra as persistentes divisões da comunidade internacional quanto ao conflito líbio, apesar da unidade exposta durante a conferência em Berlim, em 19 de janeiro.

Participaram da reunião os presidentes da Rússia e da Turquia, cujos países apoiam os dois partidos da oposição na Líbia.

Reunida em Genebra, a comissão se separou no último sábado (8) sem chegar a um acordo. A ONU propôs retomar as discussões a partir desta semana, em 18 de fevereiro.

Os confrontos ao redor de Trípoli deixaram mais de mil mortos até o momento, e pelo menos 140 mil pessoas foram forçadas a se deslocar, segundo números da ONU.

Intensos combates entre as forças do regime sírio e combatentes jihadistas e rebeldes na província de Idlib, no noroeste do país, deixaram 39 mortos entre a noite de quarta e a madrugada desta quinta-feira (16), de acordo com uma ONG, o que parece encerrar uma trégua anunciada por Moscou.

Marcados por ataques aéreos, tiros de artilharia e combates terrestres, esses confrontos acontecem no dia seguinte à morte de 18 civis em bombardeios lançados pela aviação do regime na cidade de Idlib.

Eles violam a trégua anunciada em 9 de janeiro por Moscou, grande aliado do governo Bashar al-Assad, uma iniciativa confirmada pela Turquia - patrocinadora de certos grupos rebeldes - e que deveria ter começado no domingo.

"Os combates começaram por volta da meia-noite de quarta-feira ao sul da cidade de Maaret al-Nooman, junto com bombardeios, apesar da trégua russo-turca", disse à AFP o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

O governo e seus aliados assumiram o controle de dois vilarejos no caminho de Maaret al-Nooman e agora estão a sete quilômetros desta cidade estratégica, completou o OSDH.

Dos 39 mortos, 22 combatiam nas fileiras de grupos jihadistas e rebeldes que se opõem ao regime sírio. A maioria deles fazia parte do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, antiga facção síria da Al-Qaeda), de acordo com o OSDH.

Os outros 17 combatentes eram membros do Exército do regime e de milícias aliadas, disse Rahman.

- "Sem lugar para ir" -

Os ataques aéreos do regime mataram 18 civis na quarta-feira na cidade de Idlib, cuja província ainda foge ao controle de Damasco, segundo balanço do OSDH.

Jornalistas da AFP no local viram cenas de caos após os ataques, que destruíram vários edifícios em uma área industrial. Em meio aos escombros, sírios tentavam encontrar possíveis vítimas.

Os bombardeios pulverizaram várias oficinas, incluindo mecânicas, e entre as vítimas havia motoristas, presos em seus veículos.

À frente de uma dessas oficinas, Mustapha sobreviveu, mas seu negócio foi reduzido a pó. Quatro de seus funcionários morreram. "Este não é o bairro que deixei há apenas dois minutos", lamentou, com o rosto banhado em lágrimas.

Os ataques e os combates à noite parecem enterrar o cessar-fogo.

"Vivemos aqui sem saber se a trégua é real, ou se existe apenas na mídia. No terreno, não há trégua. As pessoas têm medo, os mercados estão desertos", resumiu, em conversa com a AFP, Sari Bitar, um engenheiro de 32 anos que vive em Idlib.

"Como todo o mundo aqui, não posso ficar em uma área onde o regime, as forças russas e as milícias iranianas vão avançar", confidenciou. "A única preocupação é que não temos para onde ir", completou.

Composta em grande parte pela província de mesmo nome e de segmentos das províncias vizinhas de Aleppo e Latakia, a região de Idlib já foi palco de uma grande ofensiva entre abril e agosto. Nela, milhares de pessoas morreram, e mais de 400.000 tiveram de fugir.

O regime, que agora controla mais de 70% do território, afirma que está determinado a reconquistar essa província, dominada pelos extremistas do HTS.

Outros grupos jihadistas e rebeldes estão presentes na região, que abriga cerca de três milhões de pessoas. Metade foi deslocada de outras regiões recuperadas por Damasco.

Deflagrado pela repressão a protestos pró-democracia por Damasco, o conflito na Síria deixou mais de 380.000 mortos, incluindo mais de 115.000 civis e milhões de deslocados e refugiados.

O Crescente Vermelho Curdo disse na terça-feira que mais de 500 pessoas, principalmente crianças, morreram na Síria em 2019 no campo de Al-Hol. Nesse local, vivem milhares de pessoas deslocadas.

Cerca de 70 combatentes morreram nas últimas 24 horas em combates entre as forças do governo e os grupos extremistas na província de Idleb, noroeste da Síria - anunciou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Nos combates, morreram 36 soldados do governo e 33 combatentes das forças "jihadistas" e rebeldes, relatou o OSDH.

"Trata-se dos combates mais violentos em Idleb desde a entrada em vigor do cessar-fogo", anunciado pelo governo de Bashar al-Assad e por seu aliado russo, disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Na região de Maarat al-Nooman, bombardeada por aviões do governo, viam-se colunas de fumaça, observou um correspondente da AFP.

"As forças do regime desenvolvem" um "contra-ataque em um setor do sudeste de Idleb, onde os grupos rebeldes e jihadistas assumiram o controle no sábado de quatro localidades", disse Rahman.

"Conseguiram reconquistá-las totalmente", mas os "combates continuam", acrescentou.

Os bombardeios aéreos em Idlib, província do noroeste da Síria sob controle rebelde e jihadista, foram interrompidos neste sábado após o cessar-fogo anunciado pela Rússia, país aliado do presidente sírio Bashar al-Assad.

"Não há aviões de guerra no céu e os ataques aéreos cessaram", afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Após o início do cessar-fogo unilateral declarado às 6H00 locais também foram interrompidos os confrontos terrestres entre o exército sírio e os insurgentes na parte sul de Idlib, afirmou Rahman, que no entanto citou disparos de artilharia.

Na sexta-feira, o Centro Russo para a Reconciliação na Síria anunciou um cessar-fogo unilateral das tropas sírias a partir da madrugada de sábado.

O Centro Russo pediu em um comunicado "aos comandantes dos grupos armados que renunciem às provocações e se unam ao processo de solução pacífica nas zonas que controlam".

"A trégua tem por objetivo estabilizar a situação", completa a nota.

A agência oficial síria SANA anunciou neste sábado que Damasco aceita o acordo, mas o exército sírio destacou que se "reserva o direito de reagir às violações" da trégua por parte dos jihadistas e dos grupos rebeldes.

Após vários meses de intensos bombardeios das aviações russa e síria, as forças de Bashar al-Assad iniciaram em 8 de agosto uma ofensiva terrestre em Idlib, controlada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir Al Sham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda).

Este é o esforço mais recente da Rússia para evitar o que a ONU descreve como um dos "maiores pesadelos humanitários" do conflito.

Poucas horas antes do início da trégua, um bombardeio russo atingiu um centro médico em Aleppo e deixou diversos feridos, segundo o OSDH.

"O número de ataques contra instalações médicas, de ensino e pontos de abastecimento de água é o maior no mundo", declarou na sexta-feira Panos Moumtzis, diretor humanitário da ONU na Síria. "Isto é inaceitável", completou.

Durante a semana, o exército sírio conquistou novos territórios na região, ao assumir o controle da cidade estratégica de Khan Sheikhun, ao sul de Idlib.

No momento, o regime de Bashar al-Assad controla quase 60% do país.

Desde o início, em 2011, a guerra na Síria provocou mais de 370.000 mortes.

Jihadistas atacaram nesta terça-feira forças do regime no noroeste da Síria, e os combates mataram 26 soldados e 18 membros do grupo agressor, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O ataque ocorreu em Hama, vizinha à Idlib, província dominada pelos jihadistas do Hayat Tahrir al-Cham (HTS, aliado à Al-Qaeda) e último bastião jihadista fora do controle do regime sírio, objeto de um acordo entre Rússia e Turquia para uma "zona desmilitarizada".

No final de abril, forças ligadas ao regime e a Rússia intensificaram seus ataques contra alguns setores em poder do HTS em Idlib e em Hama.

O contra-ataque desta terça ocorreu no norte de Hama, em Kafr Nabuda, tendo como alvo as forças do regime que recuperaram a cidade no dia 8 de maio, segundo o OSDH.

Os confrontos mataram 18 jihadistas, entre eles o motorista de um carro-bomba que explodiu liquidando cinco soldados sírios.

A ação provocou a morte de 26 membros das forças do regime, precisou o OSDH.

Ao menos 180 civis morreram desde o dia 30 de abril por causa dos confrontos na região, e os bombardeios no sul de Idlib e no norte de Hama já causaram a fuga de 150 mil pessoas, segundo a ONU.

A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, já deixou mais de 370 mil mortos e milhões de deslocados.

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