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A epidemia do novo coronavírus, que contaminou mais de 100.000 pessoas em todo mundo, espalha-se e obriga as autoridades a multiplicarem as medidas de segurança: assim, o papa Francisco oficiará sua oração do Ângelus, amanhã, por vídeo, e não em público.

"A oração do Ângelus do Santo Padre (...) será transmitida por vídeo ao vivo para os telões na praça de São Pedro", informou o Vaticano, em um comunicado divulgado neste sábado (7).

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a propagação do vírus como "profundamente preocupante". No total, 94 países estão afetados pela Covid-19, que deixou mais de 3.500 mortos e quase 102.000 casos em todo planeta.

Hoje, a China anunciou 28 novos vítimas fatais, o que eleva para 3.070 o número de óbitos no país. O governo informou ainda que houve um aumento nos casos fora da província de Hubei, onde o vírus apareceu em dezembro.

O número de contaminações na Coreia do Sul passou, neste sábado, de 7.000 (com 44 mortos), fazendo deste país o mais afetado depois da China. Em seguida, vêm Irã (5.823 casos e 145 mortos) e Itália (4.636 casos, 197 falecimentos).

O governo italiano disse que vai reforçar seus hospitais com 20.000 pessoas, entre médicos e enfermeiros, para enfrentar a epidemia.

Preocupação nos EUA

Nos Estados Unidos, a expansão da epidemia preocupa cada vez mais, depois que 21 pessoas a bordo do cruzeiro "Grand Princess", estacionado na costa de San Francisco, deram positivo para a presença do coronavírus. Estão contaminados 19 membros da tripulação e dois passageiros. Há 3.533 pessoas a bordo.

O "Grand Princess" pertence à mesma companhia que operava o navio afetado pelo coronavírus no Japão no mês passado, no qual mais de 700 pessoas a bordo deram positivo.

Além disso, duas pessoas morreram pelo coronavírus na Flórida, as primeiras vítimas americanas fora da Costa Oeste, anunciaram as autoridades deste estado do sudeste dos EUA.

Também cresce a preocupação com o impacto econômico da epidemia no mundo, em especial na China, cuja atividade segue em grande parte paralisada. Nos dois primeiros meses do ano, as exportações chinesas despencaram 17,2%.

A preocupação global com a epidemia também se reflete na quantidade de eventos esportivos e outros acontecimentos multitudinários cancelados.

Prevista para 15 de março e com 17 mil corredores inscritos, a Maratona de Barcelona foi adiada para 25 de outubro. Ontem, a Federação Mundial de Atletismo, a World Athletics, anunciou que os Mundiais de meia maratona, programados para 29 de março em Gdynia, na Polônia, serão realizados em 17 de outubro.

A World Athletics já havia adiado o Mundial de pista coberta. Inicialmente previsto para acontecer de 13 a 15 de março em Nanquim, na China, agora será em 2021.

Nos Estados Unidos, a NBA pediu às suas equipes que preparem estratégias de contingência, caso seja necessário disputar partidas sem público, informou ontem a emissora ESPN.

Já na Arábia Saudita, o reino decidiu reabrir a esplanada que cerca a Kaaba, o lugar mais santo do Islã, situado no coração da Grande Mesquita de Meca. A pequena peregrinação (Umra) continua, no entanto, suspensa.

As autoridades da Espanha confirmaram nesta terça-feira (3) que o país registrou sua primeira morte em decorrência do novo coronavírus.

De acordo com o balanço, pelo menos 151 pessoas estão contaminadas, sendo que 71 foram colocadas em terapia intensiva.

A vítima é um homem, cuja identidade não foi revelada, residente na região de Valência, que morreu no último dia 13 de fevereiro, no hospital municipal.

Segundo o chefe regional de saúde da Espanha, Barcelô Chico, a infecção por coronavírus foi constatada somente após o corpo ser submetido a uma autópsia.

Da Ansa

O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), divulgou um vídeo, nesta sexta-feira (28), em que ele aparece alfinetando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na gravação, o pedetista, que concorreu em 2018 à Presidência, chama Bolsonaro de “canalha mor” e “mentiroso”. Além disso, ele alerta o chefe do Executivo nacional, pontuando que vai defender as instituições brasileiras. 

“Bolsonaro está mentindo para a sociedade brasileira e está atacando as instituições democráticas porque ele é um camarada que simplesmente não sabe o que fazer com o problema que ele herdou do Brasil”, pondera Ciro.

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Ao seguir falando no vídeo que tem menos de dois minutos de duração, o pedetista destaca como resultado da falta de preparo de Jair Bolsonaro a ampliação da violência praticada por milicianos e o fato da população estar sendo incitada contra as instituições democráticas.  

“Atenção senhor Jair Messias Bolsonaro, canalha mor, as instituições brasileiras serão defendidas, nem todo mundo tem compromisso com o lulopetismo corrompido. Eu sou limpo, tenho vida limpa, coerência e vou te enfrentar presidente canalha e a sua família de canalhas e aqueles que vão atacar ou tentar atacar a Constituição brasileira”, finaliza, com um tom elevado. 

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O vídeo foi divulgado pelo pedetista nas redes sociais dias depois de o Estadão revelar que Jair Bolsonaro divulgou, via WhatsApp, um vídeo convocando a população para um protesto contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A atitude do presidente gerou reação de diversos parlamentares e ministros; alguns, inclusive, mencionaram que a atitude configurava crime de responsabilidade e poderia resultar em um pedido de impeachment. O ato convocado por apoiadores do presidente será no dia 15 de março. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou neste sábado que os sistemas de saúde do continente africano estão mal preparados para enfrentar a epidemia do novo coronavírus, caso os casos da doença aumentem em seus países.

Até o momento, o Egito é o único país da África em que há a confirmação de um caso de contaminação.

Em uma reunião de ministros da Saúde dos países da União Africana (UA), em Adis Abeba, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu que os países que compõem o continente "façam uma frente comum para ser mais combativos" na luta contra o novo coronavírus.

"Nossa principal preocupação continua sendo a possível propagação do COVID-19 nos países cujos sistemas de saúde são mais precários", disse o diretor-geral da OMS durante uma videoconferência em Genebra.

Até o momento foram detectados 200 casos suspeitos na África, sendo que quase todos tiveram testes com resultados negativos para a doença, informou no sábado a diretora do escritório regional da OMS no continente, Matshidiso Rebecca Moetei.

Porém, caso o coronavírus se alastre, os sistemas de saúde terão que atender uma série de pacientes com sintomas como insuficiências respiratórias, ressaltou Adhanom Ghebreyesus.

No continente, muitos países não possuem o material necessário e isso "é um motivo para preocupação", alertou.

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, pediu às autoridades africanas que "tomassem medidas drásticas de prevenção e de controle" em relação ao novo coronavírus.

Há o desafio de que os países africanos tenham como realizar testes para a detecção do vírus. Em três semanas, o número de países capazes de fazer esses testes passou de dois a 26, acrescentou Moetei.

Várias companhias aéreas africanas, como a Kenya Airways, suspenderam os voos que tinham a China como destino. No entanto, a Ethiopian Airlines, a maior empresa do setor no continente, manteve suas conexões.

A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio (Cedae) anunciou no início da manhã que irá retomar ainda nesta terça-feira (4) a produção de água potável na Estação de Tratamento de Guandu, que havia sido interrompida no fim da tarde de segunda-feira (3). Nas redes sociais, moradores de alguns bairros das zonas norte e oeste do Rio já reclamavam que estavam sem água nas torneiras.

A suspensão da produção ocorreu após a Cedae ter identificado, por meio de análise laboratorial, a presença de detergentes na água bruta que chega à Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu. A diretoria de Saneamento e Grande Produção da Cedae decidiu, então, fechar as comportas da entrada do canal principal da estação. Segundo a Cedae, o detergente fora arrastado para o sistema pelas fortes chuvas registradas na região metropolitana do Rio desde a noite de domingo, 2.

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Nesta terça, a Cedae anunciou a retomada e ressaltou que "a interrupção foi necessária para assegurar a qualidade da água". Segundo a companhia, o abastecimento será retomado de forma gradual.

Algas

O Estado do Rio de Janeiro enfrenta problemas com a água desde o início de janeiro devido à presença de geosmina, um composto orgânico formado pela proliferação de algas, que deixa a água com cheiro e gosto de terra.

Morreu, na madrugada desta segunda-feira (3), um homem de 74 anos que estava internado com suspeita de contaminação por dietilenoglicol no Hospital Madre Tereza, na região oeste de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, o homem está entre as 29 pessoas que constam no inquérito que apura mortes provocadas pelo consumo da cerveja Belorizontina, da Backer. Exames comprovaram a presença da substância em pelo menos parte da produção da cervejaria.

A Secretaria de Estado de Saúde não confirmou, pelo menos por enquanto, que seria a quinta morte de vítimas da cerveja. O boletim mais recente, divulgado na sexta-feira (31), aponta quatro óbitos. Um novo relatório está previsto para ser liberado nesta tarde. A secretaria trabalha com 30 caso suspeitos de contaminação pelo dietilenoglicol.

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Do total de casos relatados pela secretaria, 22 são residentes em Belo Horizonte, e os demais em Capelinha, Nova Lima, Pompéu, Ribeirão das Neves, São João Del Rei, São Lourenço, Ubá e Viçosa. O nome do idoso não foi divulgado pela polícia.

Lista dos países que anunciaram casos de contágio de um novo coronavírus, da mesma família da Sars, desde o seu surgimento, em dezembro, em Wuhan, centro da China.

Fora da China, Macau e Hong Kong foram confirmados quase 100 casos de contaminação.

- China

São 213 mortos e mais de 10 mil casos confirmados em todo o país, segundo o balanço oficial desta sexta (31 de janeiro).

Quase todas as vítimas se encontram na província de Hubei (centro), cuja capital é Wuhan.

Macau, um popular centro de apostas entre turistas do continente, confirmou sete casos.

Em Hong Kong, dez pessoas são portadoras da doença. Sabe-se que várias delas estiveram em Wuhan.

Foi reportado um caso na região do Tibete.

- Japão

As autoridades sanitárias do Japão confirmaram 14 casos, incluindo os dois primeiros no país de transmissão de humano para humano.

- Malásia

Oito casos confirmados, todos chineses, que estão hospitalizados. O quadro do pacientes é estável.

- Singapura

Dez casos confirmados. Todos os pacientes chegaram de Wuhan.

- Coreia do Sul

Onze casos confirmados.

- Taiwan

Taiwan confirmou oito casos.

- Tailândia

A Tailândia anunciou 14 infecções. Todos são chineses, exceto por uma tailandesa de 73 anos que passou por Wuhan.

- Vietnã

Cinco casos confirmados.

- Nepal

Um homem contaminado, que já se recuperou e recebeu alta.

- Camboja

O ministério da Saúde do Camboja informou na segunda-feira o primeiro caso.

- Sri Lanka

O primeiro caso na ilha foi confirmado em 27 de janeiro: uma turista chinesa de 43 anos que chegou da província de Hubei.

- Austrália

Nove casos confirmados.

- Filipinas

As Filipinas reportaram seu primeiro caso do vírus na quinta-feira, uma mulher de 38 anos que chegou de Wuhan e não apresenta mais sintomas.

- Estados Unidos

Seis casos confirmados.

- Canadá

O Canadá confirmou dois casos, dois homens que viajaram para Wuhan. Haveria um terceiro caso a confirmar.

- França

A França tem seis casos confirmados.

- Alemanha

Cinco casos, todos na Baviera e funcionários da mesma empresa.

- Finlândia

Primeiro caso confirmado na quarta-feira, um turista chinês procedente de Wuhan.

- Itália

O primeiro-ministro anunciou na noite de quinta os dois primeiros casos: dois turistas chineses que chegaram há alguns dias.

- Emirados Árabes Unidos

Quatro casos confirmados na quarta-feira, todos membros de uma família chinesa de Wuhan.

Para evitar o risco de contaminação pelo coronavírus, as ruas de Wuhan e das províncias vizinhas, na China, foram tomadas por uma população mascarada. Devido à crise de saúde pública, até os cães são vistos com máscaras hospitalares.

Ainda não está confirmado que a doença é transmitida para os pets, como cachorros e gatos. Entretanto, os donos já se previnem do contágio. O comerciante Zhou Tianxiao informou ao Daily Mail que, antes do surto, vendia cerca de 150 máscaras caninas por mês. Atualmente, ele calcula a venda diária de 50 equipamentos.

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"Essas máscaras não são profissionais como as dos humanos, mas são funcionais", apontou Zhou, antes de relatar que o pacote com três exemplares é negociado pelo equivalente a R$ 30.

Os casos não param de subir no país. O número já se aproxima dos 10 mil na China, enquanto as mortes giram em torno de 213. Ainda assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) descartou a restrição do comércio e viagens, inclusive ao país de origem da patologia.

O surto de coronavírus já provocou 132 mortes na China, onde o número de infectados chega a 5.974, com mais de mil pessoas em estado grave. A província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan, é considerada o epicentro da contaminação. Ao menos 15 países em quatro continentes já confirmaram casos importados da doença.

No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou dois novos casos suspeitos do coronavírus, sendo um em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, e outro em Curitiba, no Paraná. Sem uma medicação específica, o médico infectologista do Hapvida em João Pessoa, Paraíba, Fernando Chagas, faz um alerta para evitar a contaminação pelo vírus que pode ter chegado ao país.

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Segundo o médico, o melhor caminho para evitar a contaminação pelo vírus é lavar as mãos sempre. “O grande segredo é ensinar a população a se prevenir, para se a doença chegar aqui a gente possa reduzir ao máximo a quantidade de casos e mortes causados pelo coronavírus. E a lavagem das mãos tem um impacto muito grande na diminuição do risco de transmitir essa doença”, destaca.

Fernando Chagas explica que a transmissão do vírus se dá por vias aéreas, por meio de gotículas. “Como essas gotículas são pesadas, ao tossir ou espirrar elas podem atingir até um metro e meio de distância. Mesmo assim, o vírus fica sobre as superfícies e pode gerar a contaminação de quem tocar nesses lugares”, diz.

O médico alerta ainda para o fato de não se saber sobre a capacidade de contágio do coronavírus. “O Sarampo, por exemplo, tem uma capacidade de contágio muito alta, mais que o H1N1, chegando até 20 vezes mais. O que nos tranquiliza é que temos vacinas contra esse vírus. No caso do coronavírus, ainda não temos essa informação. E ainda em relação à letalidade, que é a capacidade de gerar a morte, não sabemos o seu alcance”, observa.

O infectologista destaca que os sintomas do coronavírus se parecem muito com os de uma gripe comum - febre, tosse, falta de ar e, em casos mais graves, pode evoluir para pneumonia, síndrome respiratória aguda grave ou insuficiência renal. O infectologista também destacou para o período de incubação da doença que também pode contagiar.

“O primeiro período a gente chama de incubação que é longo e pode demorar até 15 dias. Nesse estágio, a pessoa pode transmitir o vírus mesmo sem saber que está com ele. Depois disso, começam alguns sintomas que parece com uma gripe comum como tosse, espirro, coriza, dor no corpo, dor muscular, febre intensa”, afirma o infectologista.

O Tratamento

Não existe um remédio disponível para combater o coronavírus de Wuhan. O tratamento recomendado é o de suporte dos sintomas da doença. O médico diz ainda que os médicos e cientistas já conheciam o coronavírus por ser presente em animais como morcegos e algumas aves, revelando já tinham sido registrados algumas epidemias pequenas em 2002, inclusive no Brasil.

Da assessoria

O Ministério da Agricultura identificou mais dez lotes de cerveja da marca Backer com presença dos contaminantes etilenoglicol ou dietilenoglicol, informou a pasta nesta terça-feira (28) em nota.

Assim, até o momento, as análises realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária constataram o total de 41 lotes contaminados de dez rótulos da cervejaria Backer: Belorizontina, Backer Pilsen, Backer Trigo, Brown, Backer D2, Capixaba, Capitão Senra, Corleone, Fargo 46 e Pele Vermelha. 

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Ainda de acordo com o ministério, as análises continuam, com amostras coletadas da própria fábrica e no comércio.

A Backer é alvo de apuração por um suposto elo entre a cerveja contaminada e casos de intoxicação em pessoas que ingeriram a bebida. Segundo balanço do governo de Minas Gerais - onde as intoxicações aconteceram -, já foram registrados 19 pacientes com essa suspeita, incluindo quatro mortes.

Diante disso, o Ministério da Agricultura informa que a empresa permanece fechada e os produtos somente serão liberados para comercialização após análise e aprovação da pasta.

A Estação de Tratamento de Guandu, na Baixada Fluminense, começou a ser submetida nesta quinta-feira (23) a uma etapa extra de filtragem de água, com a pulverização de carvão ativado no reservatório. O objetivo é reduzir a presença de geosmina - formada pela proliferação de algas, que deixa a água com cheiro e gosto de terra. Para Márcia Dezotti, especialista da Universidade Federal do Rio (UFRJ), o carvão deve melhorar momentaneamente a qualidade da água, mas é preciso investir em tratamento do esgoto.

Desde o início do ano, a população reclama que a água fornecida pela Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), estatal que cuida do saneamento no Rio, está com gosto e cheiro de terra. Em alguns bairros, o produto sai turvo da torneira. Para resolver o problema, a Cedae começou essa etapa extra de filtragem. O governador Wilson Witzel (PSC) disse que em, uma semana, a diferença já deve ser sentida pelos consumidores.

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O carvão ativado já é usado regularmente em outros Estados, de forma permanente, como São Paulo. Segundo Márcia, isso já deveria ter sido adotado no Rio há mais tempo. "O carvão não faz milagre, mas melhora a qualidade da água. Momentaneamente resolve, mas vai acontecer de novo", diz Márcia. "A Baixada não trata esgoto. O esgoto é lançado diretamente nos afluentes do Rio Guandu. A qualidade da água que chega à estação é muito ruim. A estação está sobrecarregada."

A Cedae informou que investirá R$ 750 milhões até 2022 para modernizar a estação. A companhia lembrou também que a água que deixa o reservatório atende aos padrões de qualidade do Ministério da Saúde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Resultados divulgados nesta terça-feira (21) pela cervejaria Backer apontam que, ao contrário de parecer do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não foi encontrado dietilenoglicol na água usada na produção de cervejas da marca. A análise, contratada pela empresa, foi feita pelo departamento de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

As amostras de água analisadas pela UFMG são as mesmas usadas pelo Mapa. Os testes foram realizados com a permissão do ministério. 

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A perícia contratada pela Backer também aponta que a presença de dietilenoglicol nas cervejas foi “eventual”. As amostras analisadas mostram um declínio na contaminação dos lotes, em vez de um quadro de contaminação constante, o que sugeriria uma falha no processo de produção da cerveja.

Segundo o parecer da universidade, o lote L2 1348 da cerveja Belorizontina, produzido em 11 de novembro, é o que apresenta a maior quantidade da substância tóxica, 0,83 gramas (g) por 100 mililitros (ml). Nos lotes subsequentes o índice de contaminação é menor. O lote de 24 de dezembro tem 0,41g por 100ml e o lote de 3 de janeiro, 0,21ml. Os resultados foram apresentados hoje em entrevista coletiva.

“São dados que apontam um pico de contaminação em novembro, mas que não persistiu ao longo das semanas. No caso de um problema no processo, o mais provável é que a concentração inicial fosse mais constante, e não decrescente”, afirmou o professor do departamento da UFMG, mestre em ciências dos alimentos e doutor em química, Bruno Botelho, contratado pela Backer para realizar uma análise independente da já realizada pela Polícia Civil e pelo Mapa.

Toxicidade

Botelho também trouxe dados sobre o poder de toxicidade do dietilenoglicol. Segundo ele, a literatura médica sobre o assunto traz um consenso de que a intoxicação pela substância ocorre quando a ingestão dela se dá em uma proporção de 1,1g para cada quilo corpóreo.

Os dados trazidos pelo professor trazem questionamentos sobre o poder de toxicidade das cervejas contaminadas. “Pela proporção, um adulto de 70 kg teria que consumir por volta de 80g dessa substância. Se eu falei que uma garrafa de 600 ml tem 4,8g, a pessoa precisaria beber 16 delas, cujo volume final seria em torno de 9,6 litros de cerveja”.

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou nesta segunda-feira (20) que foram notificados 21 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol. Segundo a secrearia, quatro casos tiveram a intoxicação confirmada e 17 estão sob investigação. Até agora, quatro pessoas morreram. Três dessas mortes estão entre os 17 casos sob investigação.

A ingestão de dietilenoglicol pode provocar a síndrome nefroneural, que pode provocar insuficiência renal aguda e alterações neurológicas, como paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, entre outros sintomas.

A venda de água mineral dobrou no Rio desde o início do ano por causa da crise da contaminação da Estação de Tratamento de Guandu com geosmina, substância orgânica formada por algas. Esse material dá gosto e cheiro de terra ao produto que sai das torneiras. Com isso, houve uma repentina corrida aos mercados e o produto já some das prateleiras.

Ontem, nos principais supermercados de Copacabana, zona sul, só havia água mineral importada. Havia versões francesa, italiana ou dinamarquesa do produto, a preços altos, a partir de R$ 21 a garrafa de 750 ml. "As pessoas saem até no tapa dentro dos mercados para conseguir uma garrafa de água mineral que não seja importada", diz o jornaleiro Julio Bruno, que vende água e refrigerante em sua banca. A Polícia vai apurar denúncias de cobrança de preços abusivos.

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Conforme a Associação Brasileira de Indústria de Água Mineral (Abinam), foram vendidos 240 milhões de litros em garrafões retornáveis de 20 litros, o dobro do que é normalmente vendido no verão. Na venda em embalagem descartável, foram 180 milhões de litros, 50% acima do normal. "Não há falta de água mineral", diz o presidente da Abinam, Carlos Alberto Lancia. "O que enfrentamos é um problema de logística."

Presidente da Associação de Supermercados do Rio, Fábio Queiroz afirmou que a rotina de distribuição do produto já foi alterada para tentar evitar desabastecimento. "Aplicando logística acelerada, as produtoras de água mineral trabalham a todo vapor, além de terem aumentado a circulação dos caminhões" diz. "Novos fornecedores de água já estão sendo cadastrados nas lojas, inclusive de Estados vizinhos, para ajudar."

Lancia informou ainda que a capacidade instalada de produção é equivalente ao triplo da quantidade vendida em 2019 (1,6 bilhão de litros). Algumas empresas já estão convocando um 2.º turno de trabalhadores para aumentar a produção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cervejaria Backer, investigada após casos de intoxicação, levou esta semana à Justiça Federal vídeo com supostos indícios de sabotagem em barris de composto químico comprados de um fornecedor, de nome não revelado. O material ainda vai passar por análise. Ontem a Vigilância Sanitária de Contagem, na Grande Belo Horizonte, fechou uma fornecedora da Backer. A Imperquímica foi lacrada por falta de alvará sanitário e por fracionar produtos químicos sem aval.

A Backer é alvo de apuração por um suposto elo entre a cerveja contaminada - pelo composto químico dietilenoglicol, segundo análises da Polícia Civil de Minas e do Ministério da Agricultura - e casos de intoxicação em pessoas que ingeriram a bebida. Segundo balanço do governo mineiro, já foram registrados 19 pacientes com essa suspeita, incluindo quatro mortes.

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Por decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todos os rótulos da cervejaria, com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020, foram interditados ontem. A Backer disse que vai respeitar a determinação.

O envio pela Backer de gravação que levanta suspeitas sobre um fornecedor é citado em decisão da magistrada Anna Cristina Gonçalves, da 14.ª Vara da Justiça Federal de BH. A fábrica, escreveu ela, apresentou "vídeo supostamente contendo indícios de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol por ela adquiridos junto ao seu fornecedor. Todavia, não cabe a análise dessa questão na via estreita do mandado de segurança, mormente porque a presente impetração dirige-se contra ato coator específico, atribuído aos representantes do Ministério da Agricultura".

Nessa liminar, a juíza permitiu o retorno parcial do funcionamento da Backer, com o envase de tanques não lacrados e relativos a marcas que não sejam a Belorizontina e a Capixaba, primeiras a terem a contaminação detectada por análise.

Em nota, a Backer disse que "teve acesso a um vídeo cujo conteúdo poderia estar relacionado com as investigações em curso". A empresa diz, porém, que ainda "não está em posse do material, uma vez que ele foi repassado imediatamente à Polícia Civil. A Backer reforça que é a principal interessada na apuração dos fatos e que o objetivo é auxiliar e contribuir sem restrições com as autoridades".

Interdição

Segundo a prefeitura de Contagem, a Imperquímica, fornecedora da Backer, fracionava produtos para venda, o que "não está contemplado pelo alvará" da empresa. Para isso, diz a Vigilância Sanitária, seriam necessárias obras onde a Imperquímica funciona. A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão anteontem na empresa. Foram recolhidas amostras da produção e documentos. O Estado não localizou a Imperquímica ontem.

A Backer tem dito que compra só o monoetilenoglicol, usado na refrigeração da produção, e não o dietilenoglicol, primeiro composto a ser identificado em lotes da Belorizontina. Uma das hipóteses de técnicos do ministério é que a segunda substância pode ter sido formada por reação química a partir do monoetilenoglicol. Nenhum dos produtos pode ser consumido ou misturado à bebida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comerciantes que se aproveitaram da crise na qualidade da água distribuída no Estado do Rio de Janeiro, nos últimos dias, para reajustar de forma abusiva o preço da água mineral que vendem poderão ter que se explicar à Justiça. É que a Polícia Civil do Rio começou a investigar denúncias de casos desse tipo. O Procon-RJ (órgão estadual de defesa do consumidor) registrou casos de comerciantes que aumentaram em até 42% o preço do galão de água mineral de 20 litros.

Nesta sexta-feira (17), a Delegacia do Consumidor (Decon) instaurou inquérito para investigar comerciantes e empresários que estão cobrando preços abusivos pela água mineral. Segundo nota divulgada pela Polícia Civil, a delegacia especializada solicitou ao Procon-RJ os inquéritos e as autuações feitas em locais que estão vendendo água por preços abusivos.

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Na quarta (15) e na quinta-feira (16), o Procon-RJ realizou uma operação de fiscalização para verificar denúncias sobre o aumento desproporcional do valor da água mineral em decorrência da crise da água. Foram visitados 14 estabelecimentos comerciais localizados nas zonas norte, sul e oeste do Rio e na Baixada Fluminense.

O aumento mais expressivo encontrado foi de 42,85%, em um estabelecimento localizado em Jacarepaguá (zona oeste). Os fiscais constataram aumento de preço em sete das lojas vistoriadas, e a variação foi de 7% a 42,85%, em relação ao preço praticado antes da crise.

Quatro estabelecimentos não mudaram o preço. Outros três não conseguiram comprovar os valores praticados antes do aumento da procura por água e tiveram prazo de 48 horas para fazer isso. As empresas que aumentaram os preços serão investigadas em processos administrativos e poderão ser multadas por infringir o Código de Defesa do Consumidor.

O Procon-RJ ressaltou que o vendedor tem liberdade para praticar preços de acordo com seus custos e com a oferta e a procura, mas não pode aumentar o preço de forma desproporcional e injustificável, aproveitando momentos de crise.

O consumidor que identificar aumentos desproporcionais do preço da água no Estado do Rio de Janeiro pode denunciá-los através do telefone 151, pelo aplicativo Procon RJ ou pelo site www.procononline.rj.gov.br.

Especialistas afirmam que pessoas mais velhas estão mais suscetíveis a complicações causadas pela intoxicação por dietilenoglicol, composto químico achado na cervejaria investigada em Belo Horizonte. Dos óbitos investigados, havia dois homens, de 55 e 89 anos, e uma mulher de 60 anos - existe um quarto morto de idade não divulgada. Além desses, estão sob apuração mais 14 casos de intoxicação. Os pacientes têm apresentado sintomas de insuficiência renal e lesões neurológicas.

Geriatras ouvidos pela reportagem dizem que o organismo do idoso tem mais dificuldade para tolerar efeitos da toxicidade do que um jovem. "Jovem e adulto conseguem ter mecanismos de defesa que podem ser recrutados rapidamente pelo organismo para se adaptar a um estresse físico. O idoso tem menos desses mecanismos, por isso fica em desvantagem ao enfrentar a mesma situação de risco", explica Thaisa Segura da Motta Rosa, especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria.

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Conforme Milton Luiz Gorzoni, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com o passar da idade, o corpo perde sua reserva funcional, ou seja, a capacidade de enfrentar nova situação de estresse. "Uma substância que o organismo jovem consegue processar e expelir sem muita dificuldade, no organismo do idoso a chance de produzir um risco adverso é bem maior."

Segundo Gorzoni, o dietilenoglicol é um produto químico tóxico. "Qualquer uma dessas substâncias químicas pode gerar acidose e isso altera a função do coração, que pode desenvolver arritmia, produzir até parada cardíaca, além de também afetar outros órgãos e o cérebro."

O médico explica que a função do fígado e do rim é de metabolizar essas substâncias e retirá-las do corpo. "Numa pessoa de mais idade, o rim e o fígado trabalham mais devagar, e a substância fica circulando por mais tempo, podendo lesar outros órgãos, como o coração e o pulmão. Sabemos que também o coração, depois de uma idade mais avançada, passa a ter menos músculo e fica mais sujeito a lesões que podem resultar em parada cardíaca."

Diálise

Como não há antídoto para a substância, afirma Gorzoni, uma intervenção possível seria um tratamento de diálise para evitar o comprometimento do rim. "O problema é que, quando as pessoas apresentaram a intoxicação, ainda não se sabia a causa", diz.

Paulo Villas Boas, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), diz que cada caso deve ser analisado com cautela. "Mesmo entre idosos há diferenças, em virtude dos diferentes graus de capacidade funcional. Se uma pessoa tem um rim a menos, via de regra, tem a capacidade funcional diminuída. Se, além disso, é idosa, o risco é ainda maior."

Os 14 pacientes internados com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol depois de beberem a cerveja Belorizontina, da Backer, estão em estado grave e correm risco de morte, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Todos estão internados na rede privada hospitalar de Belo Horizonte. Até o momento, são 18 notificações de possível intoxicação pela substância, com quatro mortes, sendo três suspeitas e uma confirmada.

O número de notificações pode aumentar, segundo o superintendente de Vigilância e Saúde do Estado, Felipe Laguardia. A Vigilância Sanitária de Belo Horizonte colocou em monitoramento outras 16 pessoas que procuraram a rede municipal de saúde e afirmaram terem bebido a Belorizontina.

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A diretora de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura, Lúcia Paixão, afirmou que, com o início dos casos de intoxicação, foi registrado aumento na procura por unidades básicas de saúde e também de pronto-atendimento. Não há, porém, um porcentual que dê dimensão a esse aumento.

"O Sistema Único de Saúde (SUS) passou a ser procurado agora, com a divulgação. Muito pelo temor", justificou a diretora.

Os 14 pacientes estão sendo tratados com o antídoto para o dietilenoglicol, o etanol. As investigações apontaram também a presença de monoetilenoglicol na produção da Backer e na fábrica da cervejaria. Porém, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, todas as intoxicações foram pelo dietilenoglicol. As duas substâncias são altamente tóxicas - ambas provocam danos graves aos rins. Em relação a problemas neurológicos, o dietilenoglicol é um pouco mais brando.

Sintomas

Os pacientes apresentaram ainda cegueira, perda de movimentos de cima para baixo e paralisia facial. Os sintomas iniciais, dores abdominais e vômitos, começam a ocorrer em até 72 horas depois da ingestão da substância tóxica.

O superintendente de Vigilância Sanitária do Estado afirmou que todos os casos suspeitos que chegam são colocados para análise e só depois de confirmado que pode se tratar de contaminação pelo dietilenoglicol é que são acrescentados ao rol de notificações.

As autoridades de saúde pedem que, em relação a pessoas que tenham a cerveja em casa, não a joguem no lixo. A entrega deve ser feita, no caso de Belo Horizonte, nas administrações regionais da capital. Quanto aos bares e restaurantes, a recomendação é para que os proprietários dos estabelecimentos entrem em contato com a empresa.

A Prefeitura identificou descarte irregular de garrafas da cerveja, conforme a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), responsável pela coleta de lixo na cidade. "Com isso, passa a existir o risco de consumo da bebida por pessoas em situação mais vulnerável", explicou Lúcia Paixão.

A Secretaria de Estado da Saúde negocia com a Polícia Civil transferência de tecnologia para exames de identificação da presença do dietilenoglicol, hoje exclusivo no Estado, na rede pública, à corporação.

A Justiça Federal em Minas Gerais autorizou nesta quinta-feira (16) o retorno parcial do funcionamento da fábrica da cervejaria Backer em Belo Horizonte. A decisão permite que a empresa faça o envase de tanques não lacrados e relativos a marcas que não sejam a Belorizontina e a Capixaba, rótulos que, conforme as investigações da Polícia Civil, estão sob suspeita de contaminação pelas substâncias tóxicas dietilenoglicol e monoetilenoglicol. A Backer segue proibida de comercializar seus produtos.

A decisão, da juíza federal substituta Anna Cristina Rocha Gonçalves, da 14ª Vara na capital, foi tomada a partir de pedido da Backer para suspensão da interdição de sua fábrica.

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"Quanto à liberação total do parque industrial, tão logo a impetrante apresente comprovação de que toda e qualquer irregularidade apontada nas inspeções foi sanada, caberá ao Ministério da Agricultura suspender a ordem", pontuou.

A juíza relata na sentença que a Backer anexou ao pedido de retorno de atividades um vídeo com supostos indícios de sabotagem. Negou, no entanto, a análise do texto, por se tratar de decisão em liminar.

"O impetrante juntou aos autos vídeo supostamente contendo indícios de sabotagem nos barris de monoetilenoglicol por ele adquiridos junto ao seu fornecedor. Todavia, não cabe a análise dessa questão na via estreita do mandado de segurança, mormente porque a presente impetração dirige-se contra ato coator específico, atribuído aos representantes do Ministério da Agricultura."

Na tarde desta quinta, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão em uma fábrica em Contagem, na Grande Belo Horizonte, fornecedora de insumos para a Backer. Um ex-funcionário desta empresa foi apresentado ao policiais para prestar depoimento. Um ex-funcionário da Backer também foi ouvido.

O Ministério da Agricultura identificou, nessa quinta-feira (16), contaminação em outros seis produtos da cervejaria Backer, em Belo Horizonte, investigada por suposta relação com 18 casos de intoxicação - entre eles, 4 mortes. Ainda na quinta, foram realizadas buscas em uma empresa que seria a fornecedora de pelo menos uma das substâncias encontradas nas cervejas.

A pasta identificou monoetilenoglicol e dietilenoglicol, substâncias tóxicas, em lotes das cervejas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2. A contaminação das cervejas Belorizontina e Capixaba, vendida no Espírito Santo, já havia sido identificada anteriormente.

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Segundo o ministério, as análises identificaram contaminação em 21 lotes. O governo diz que todos os produtos da Backer estão sendo retirados do mercado. Na semana passada, a fábrica teve a interdição determinada pelo ministério.

A Polícia Civil cumpriu nesta quinta mandados de busca e apreensão em uma empresa de Contagem, na Grande BH, fornecedora de uma das substâncias que contaminaram as cervejas. "Recolhemos amostras, alguns documentos", afirmou o delegado Flávio Grossi.

Segundo ele, a empresa fornece produtos que "envolvem toda a cadeia de investigação, da contaminação inclusive". A Backer teria usado água contaminada na produção de bebidas, diz o ministério. E essa contaminação foi dentro da cervejaria - ainda não se sabe como. Um ex-funcionário da Backer e um ex-empregado da fornecedora deram depoimento.

Os registros de mortes e intoxicações investigadas aumentaram. Segundo a Secretaria de Saúde de Minas, são quatro mortes suspeitas de intoxicação por dietilenoglicol.

Insuficiência renal

Dono de um bar na região centro-sul de BH, o empresário Milton Pires, de 89 anos, está entre as vítimas. Ele morreu na madrugada desta quinta na capital mineira, após ter tomado uma garrafa da cerveja Belorizontina no próprio bar com a mulher, na semana passada. Pires teve insuficiência renal grave e problemas neurológicos - já a mulher não apresentou nenhum sintoma.

Além de ser idoso, Pires tinha só um rim, o que pode ter agravado o quadro, segundo clientes do seu bar, o Baiúca. "Está todo mundo consternado. Era uma pessoa extraordinária. Tinha boa saúde. Era magro e caminhava todo dia pela manhã", relatou uma amiga da família.

Thaisa Rosa, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, diz que idosos podem ser mais afetados por contaminações. "Jovens e adultos conseguem ter mecanismos de defesa que podem ser recrutados rapidamente pelo organismo para se adaptar a um estresse."

Dos 18 registros de intoxicação, 16 são homens. Quatro casos - uma morte e três internações - foram confirmados com teste laboratorial. Nos 14 restantes, houve relato de exposição à substância e sintomas. As mortes foram em BH, além de Juiz de Fora e Pompéu, no interior.

A Backer vem afirmando que usa só o monoetilenoglicol em seu processo produtivo e colabora com a investigação. 

Morreu na madrugada desta quinta-feira (16), em Belo Horizonte, a terceira pessoa suspeita de ter sido contaminada com a substância dietilenoglicol depois de ter consumido a cerveja Belorizontina, da fábrica mineira Backer. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) da capital para necropsia. A vítima, moradora da cidade, é um idoso de 89 anos, conforme a Polícia Civil.

As duas primeiras mortes foram de um morador de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (15); e, no dia 7 de janeiro, de uma vítima residente em Ubá, na Zona da Mata. Todos deram entrada na rede de saúde com quadro de insuficiência renal e problemas de ordem neurológica.

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A morte de uma mulher em Pompéu, na região central de Minas Gerais, também foi anunciada como suspeita pela Polícia Civil, mas ainda não foi confirmada e somada às outras três.

A polícia explicou que "trata todos os casos como suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol até que o laudo fique concluído". "O prazo regular para finalização do laudo é 30 dias", informou, em nota.

Os investigadores trabalham com 18 notificações de pacientes com quadro típico de contaminação pela substância. Já a Secretaria de Estado de Saúde considera 17 notificações: 12 em Belo Horizonte e as outras cinco em Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.

Água contaminada

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou nesta quarta-feira que a fábrica mineira Backer usou água contaminada na produção de suas cervejas. A análise do ministério detectou que a contaminação ocorreu dentro da cervejaria, mas ainda não há conclusão sobre de que forma. A pasta considera como hipóteses, por exemplo, o uso indevido ou vazamento de substâncias que refrigeram a produção, além da sabotagem.

A pasta anunciou já ter encontrado seis lotes contaminados da cerveja Belorizontina e uma da Capixaba. Em quatro deles, foram identificadas as substâncias dietilenoglicol e monoetilenoglicol. Outros lotes estão sendo avaliados.

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