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O barbeiro Wander Coelho, de 65 anos, retirava nesta quarta-feira (15) garrafas da cerveja Belorizontina do freezer que mantém em seu local de trabalho. Ele tem uma "barbejaria" em Belo Horizonte, barbearia que oferece cerveja aos clientes, e revendia exclusivamente produtos da Backer, investigada por suspeita de contaminação. "Um cliente chegou, viu e perguntou: 'Ainda está vendendo dessas?' Via que as pessoas chegavam na barbearia e levavam um susto."

A contaminação de lotes da Belorizontina com a substância tóxica dietilenoglicol causou medo entre frequentadores de bares e moradores de Belo Horizonte e fez com que comerciantes se antecipassem ao recall de garrafas, determinado pelo governo. A Polícia Civil de Minas investiga o elo entre a substância e casos de morte e intoxicação - até esta quarta, eram 17 notificações, com dois óbitos confirmados.

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Coelho já não vendia os produtos Backer desde segunda-feira, quando o Ministério da Agricultura determinou que a empresa recolhesse bebidas de todas os rótulos fabricados a partir de outubro. Iniciou a retirada na quarta porque telefonou ao representante da Backer e pediu que recolhessem as garrafas. São cerca de 300, que deram lugar a unidades de outra empresa. Após a determinação do ministério, a Backer pediu na Justiça mais tempo para fazer o recall dos produtos.

Um bar do tradicional Mercado Central que também revendia produtos Backer fechou. Uma lona preta foi colocada em toda a fachada, escondendo o letreiro em que se lia o nome da marca. Em um dos bares do Mercado Central, o aposentado Carlos Alberto Carrusca, de 62 anos, disse que é consumidor da Belorizontina e bebeu uma garrafa da marca em novembro. "O povo fica com medo. Agora não dá para beber mais dessa."

O jornal O Estado de S. Paulo percorreu lojas de três grandes redes de supermercados de Belo Horizonte, incluindo o que, segundo as investigações da Polícia Civil, vendeu unidades da Belorizontina que pertenciam a pelo menos um dos seis lotes contaminados com dietilenoglicol. Em nenhum deles havia rótulo da Backer nas prateleiras ou geladeiras. Nos três locais, funcionários informaram que a retirada ocorreu no fim de semana.

Um consumidor, que pediu para não se identificar, relatou receio por ter consumido a Belorizontina. Enquanto procurava outras marcas de cerveja artesanal nas prateleiras, afirmou que pode até voltar a beber Backer. "Mas só se ficar comprovado que foi sabotagem", emendou. Desde o início das apurações, a polícia afirma não descartar nenhuma linha de investigação.

Direitos

O coordenador do Procon de Minas, Amauri Artimos da Matta, afirmou na quarta que todas os consumidores que adquiriram a cerveja Belorizontina dos lotes que tiveram contaminação comprovada podem acionar a Justiça contra a fabricante. O Procon de São Paulo notificou a empresa para que preste esclarecimentos sobre a comercialização no Estado. E o Ministério Público de Minas estuda entrar com ação civil pública contra a empresa.

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou nesta quarta-feira (15) a segunda morte por suspeita de intoxicação por dietilenoglicol encontrado na cerveja Belorizontina, da fábrica mineira Backer. A vítima, do sexo masculino, estava internada em um hospital particular de Belo Horizonte. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para necropsia.

A primeira morte confirmada foi a de um morador de Ubá, na Zona da Mata, no dia 7 de janeiro. A vítima tinha 55 anos e morreu em Juiz de Fora, também na Zona da Mata.

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Uma terceira morte por causa da intoxicação ainda não foi confirmada, é a de uma senhora de 60 anos de Pompéu, na Região Central de Minas Gerais. Todos foram diagnosticados com problemas neurológicos e insuficiência renal grave.

O balanço mais recente da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado nesta terça-feira, 14, apontava 17 casos suspeitos de intoxicação, sendo 16 homens e uma mulher. Os diagnósticos são para 12 moradores de Belo Horizonte; os restantes são de Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.

As investigações da Polícia Civil sobre a contaminação da cerveja Belorizontina, da fábrica mineira Backer, se concentram nesse momento em um tanque da empresa com capacidade de 18 mil litros. A fábrica tem outros 69. As informações são da diretora de marketing e sócia-proprietária da Backer, Paula Lebbos. A representante da empresa afirmou nesta terça-feira (14) que ninguém deve consumir a cerveja suspeita de contaminação. "Não bebam a Belorizontina. Seja de que lote for", disse. Paula Lebbos também afirma que não se deve consumir a cerveja Capixaba, que é a Belorizontina vendida no Espírito Santo.

Nesta terça-feira foi divulgado que uma mulher de 60 anos pode ser a segunda pessoa morta em Minas Gerais contaminada pela substância dietilenoglicol que, conforme investigação da Polícia Civil, foi encontrada em lotes da cerveja Belorizontina, produzida pela empresa Backer. A morte ocorreu em 28 de dezembro e a vítima é moradora de Pompéu, na Região Central do Estado, e esteve em dezembro no bairro Buritis, na capital mineira, onde foram identificadas as primeiras contaminações. A família da mulher informou às autoridades de saúde que ela tomou a cerveja Belorizontina.

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A Polícia Civil voltou na manhã desta terça-feira à fábrica da Backer, no bairro Olhos D'Água, Região Oeste da capital. Na segunda-feira (13), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que já havia interditado a planta, proibiu a Backer de comercializar seus produtos e mandou a empresa recolher toda sua produção no mercado. A fábrica deverá se posicionar ainda nesta terça sobre como será esse procedimento.

A representante da Backer afirmou não saber o que pode ter provocado a contaminação da cerveja. Laudos da Polícia Civil apontaram a presença da substância dietilenoglicol em três lotes da Belorizontina. Houve a confirmação ainda da presença de monoetilenoglicol na fábrica. Ambas substâncias são utilizadas no processo de refrigeração da produção. Segundo a Polícia Civil, ambas são altamente tóxicas. "Não sabemos o que pode ter acontecido.", disse Lebbos.

Atualização mais recente da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, divulgada nesta terça-feira afirma terem ocorrido até o momento 17 casos de intoxicação pelo dietilenoglicol. Do total, uma é mulher e 16, homens. Quatros casos já foram confirmados, com uma morte. Os 13 casos restantes, segundo a secretaria, continuam sob investigação.

"Estou sem dormir. Muito triste, assustada com tudo isso. É preciso saber a verdade o mais rápido possível. Peço que não julguem outras cervejarias pelo que está acontecendo com a Backer", disse. Conforme a empresária, o mercado de cerveja artesanal é muito importante para Minas Gerais. O jornal O Estado de S. Paulo acionou a Polícia Civil e aguarda resposta sobre a informação da representante da empresa de que, por enquanto, apenas um dos tanques está sob investigação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cervejaria Backer apostou alto exatamente no rótulo que é responsável pelo seu maior revés. A marca Belorizontina, que conforme a Polícia Civil de Minas teve pelo menos três lotes contaminados, é o carro-chefe da Backer. A cerveja suspeita responde por pelo menos 60% da capacidade de produção da empresa, estimada em 1 milhão de litros por mês. A polícia apura o elo entre a contaminação da bebida e 17 casos de intoxicação no Estado.

A Belorizontina é a grande responsável pelo salto da Backer nos últimos anos. A fábrica é hoje líder de vendas no setor artesanal no Estado. O rótulo foi criado no fim de 2017 em comemoração pelos 120 anos da fundação de Belo Horizonte. A produção inicial foi de 10 mil litros. Após pouco mais de dois anos, o meteoro Belorizontina, antes dos casos de contaminação pelo dietilenoglicol, atingia o volume aproximado de 600 mil litros, segundo estimativa do setor.

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A empresa não revela dados de fabricação da Belorizontina. O preço da garrafa da cerveja nos supermercados da capital chega a R$ 5,28. Em meio às artesanais, não há nada parecido na rede varejista da cidade. O Reserva do Proprietário, outro rótulo da Backer, mais elaborado, por exemplo, custa R$ 80.

Mal começou 2020 e o cenário mudou radicalmente. O governo de Minas já registra 17 pessoas com suspeita de contaminação, incluindo um óbito. Outra morte suspeita, ainda fora do balanço da pasta, foi notificada no interior. O governo federal já fechou a fábrica e mandou recolher toda a produção desde outubro - a Backer pediu na Justiça prazo maior para essa coleta.

Nesta terça-feira, 14, a improvável mensagem veio da própria diretora de Marketing da empresa. "Não bebam a Belorizontina. Seja de que lote for", disse Paula Lebbos, também sócia-proprietária. "Estou sem dormir. Muito triste, assustada com tudo isso. É preciso saber a verdade o mais rápido possível", acrescentou ela, visivelmente abatida.

Dos 70 tanques da Backer, 20 foram comprados em 2019. A polícia concentra investigações em um deles, de 18 mil litros, usado exclusivamente para a Belorizontina. O equipamento tem capacidade de brassagem - a mistura colocada no tanque que, após a maturação, vira cerveja - equivalente a 33 mil garrafas.

A Backer afirma não usar o dietilenoglicol em seus processos. Estimativas do setor apontam que a Backer concentrava de 50% a 60% do mercado mineiro de cervejas artesanais, o que também não poupava a empresa de críticas pela velocidade de produção. "A pressa neste setor é inversamente proporcional à qualidade da cerveja", diz um concorrente. A avaliação dele é que a Backer, com sua escala, já não pode mais ser chamada de artesanal.

A empresa tem 600 funcionários. Em dezembro, um deles foi demitido, ameaçou o supervisor e o caso parou até na delegacia. A polícia diz não descartar a possibilidade de sabotagem nas linhas de investigação.

O tamanho atual da equipe é bem diferente de quando o negócio, familiar, começou. Antes de se transformar em Backer, o estabelecimento fornecia chope de mesmo nome para uma casa de shows chamada Três Lobos, no início dos anos 2000. O local não existe mais.

Em 2005, os atuais donos da empresa iniciaram a produção da cerveja Backer, uma das primeiras artesanais de Minas. Hoje Três Lobos é o nome de um dos 21 rótulos da fábrica - que devem rarear em bares e supermercados, ao menos enquanto durar a investigação.

Um boletim de ocorrência por ameaça de morte foi registrado na Polícia Militar de Minas Gerais, em 19 de dezembro, por um supervisor da cervejaria Backer contra um funcionário demitido da empresa na manhã daquele dia. Os envolvidos são citados no relato de ameaça como "cervejeiros". A Polícia Civil não confirmou que o atrito possa estar ligado à suposta contaminação da marca de cerveja Belorizontina pela substância dietilenoglicol, mas informou não descartar nenhuma linha de investigação.

Uma pessoa morreu e nove seguem internadas em hospitais da capital e região metropolitana com suspeita de terem bebido a cerveja. Todas apresentaram quadro de insuficiência renal e problemas neurológicos. Segundo as autoridades de saúde, os registros dos casos na rede de saúde do Estado também começaram em 19 de dezembro.

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O boletim de ocorrência indica que havia histórico de divergências entre os dois funcionários da cervejaria. À polícia, o cervejeiro apontado como vítima afirmou que ao ser informado da demissão, o outro cervejeiro "ficou muito nervoso e agressivo, sendo necessário ser contido por demais funcionários". Disse, ainda, que o funcionário o ameaçou de morte e "acusou o solicitante (o cervejeiro que acionou a polícia) de ser o responsável pelo desligamento".

Embora o boletim de ocorrência tenha sido registrado, a polícia informou que o cervejeiro não fez representação contra o colega demitido - o que é exigido em determinados tipos de crime, como o de ameaça, para que a investigação prossiga. A representação por ameaça pode ser feita até seis meses após a ocorrência.

O delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, afirma apenas que a PC não descarta nenhuma linha de investigação.

Na quinta-feira, 10, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fechou a fábrica da Backer, que fica no bairro Olhos D'Água, Região Oeste de Belo Horizonte. A alegação foi de "risco iminente à saúde pública". A pasta informou que a medida tem caráter "cautelar" e que "foram determinadas ações de fiscalização para a apreensão dos produtos que ainda se encontram no mercado".

Backer nega que substância faça parte do processo de produção

A reportagem entrou em contato com a Backer para posicionamento sobre o boletim de ocorrência e aguarda retorno. A empresa nega que o dietilenoglicol faça parte do seu processo de produção de cerveja. A substância, no caso de cervejarias, pode ser usada no resfriamento de serpentinas e tanques. No sábado, 11, a empresa contestou o laudo da Polícia Civil que indica a presença da substância em garrafas.

Segundo o advogado da Backer, Estevão Nejm, não há um laudo pericial conclusivo sobre a existência do dietilenoglicol na bebida consumida pelas vítimas. O representante da empresa afirma ter sido feito até o momento uma análise preliminar. A Polícia Civil afirma que o laudo é conclusivo.

Neste domingo, 12, A corporação informou que peritos do Instituto de Criminalística seguem realizando amostras de cerveja produzida pela Backer, inclusive de material que foi recolhido na fábrica. Até o momento foi confirmada a presença do dietilenoglicol no sangue de três pessoas que passaram mal supostamente após ingerir a Belorizontina. Nesses casos, as amostras foram coletadas nas garrafas da cerveja que as vítimas teriam bebido em casa.

A Polícia Civil disse ainda que desde o momento em que foi tomado conhecimento dos problemas de saúde das supostas vítimas, "foram instauradas diligências preliminares (que subsidiam a decisão da autoridade instaurar ou não um inquérito)".

Uma ameaçadora espuma branca cobria nesta segunda-feira uma das praias mais famosas da Índia, em Chennai, sudeste do país, pelo quarto dia consecutivo e provoca um novo risco de contaminação para o país.

As crianças brincavam e faziam selfies nas bolhas brancas de Marina Beach, apesar do que aroma azedo e das advertências para que os pescadores não entrem no mar nesta região.

Os médicos advertiram que a espuma, que se forma a cada temporada de monções e que este ano é particularmente prejudicial, pode provocar problemas na pele.

Mas as palavras não abalaram as centenas de famílias que vivem nas imediações da maior praia urbana da Índia e que permitiram a seus filhos brincar na espuma tóxica.

O Conselho de Luta contra a Poluição de Tamil Nadu informou que está analisando mostras da espuma, que ocupa vários quilômetros ao longo da costa.

"Definitivamente não é bom que as pessoas entrem, mas não entendem os riscos", afirmou Pravakar Mishra, cientista do Centro Nacional de Pesquisas Costeiras de Chennai, que registrou o aumento da espuma nos últimos anos.

As autoridades estavam em alerta após o incidente de 2017, quando milhares de peixes morreram em consequência da contaminação que afetou as praias no mesmo período do ano.

Um pescador que se identificou apenas como Jeyaseelan, de 30 anos, afirmou que os fregueses não querem comprar nem a pouca quantidade de pescado que conseguiu capturar nos últimos dias. "Todos pensam que está contaminado. Meu salário caiu a nada", disse.

Marina Beach é uma local fundamental para a vida de Chennai durante mais de um século. Durante os fins de semana, milhares de pessoas visitam o que já foram praias de água cristalina, onde hoje a poluição representa mais um indício da luta da Índia para seguir o ritmo de uma economia em expansão.

Os especialistas culpam as chuvas torrenciais dos últimos dias, que teriam levado resíduos sem tratamento e fosfatos ao mar. Mishra afirmou que grande parte da espuma procede de resíduos de detergentes que se misturam a outros dejetos.

Apenas 40% das águas residuais de Chennai e de outras grandes cidades são tratadas de maneira apropriada, informou o cientista. "O restante é vertido no mar e isto é o que acontece", disse.

"Atualmente a contaminação representa uma ameaça maior para as praias indianas que o aumento do nível do mar", completou Mishra, que ressaltou as águas residuais, microplásticos que acabam com a vida de peixes e as bolsas e resíduos que cobrem a areia da praia.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão da comercialização e da distribuição de dois lotes de lenços umedecidos de duas diferentes marcas. Os produtos devem ser recolhidos voluntariamente após verificação de contaminação pela bactéria Enterobacter gergoviae. A medida atinge o lote 219/2019 da marca Huggies Max Clean e o lote 024/2019 da marca Baby Wipes.

Segundo a Anvisa, os produtos são de fabricação da Kimberly Clark Brasil Indústria e Comércio de Produtos de Higiene Ltda. Em nota, a agência disse que o problema foi identificado pelo controle de qualidade da própria empresa, que o comunicou à Anvisa. Segundo a empresa, a bactéria identificada não oferece riscos para pessoas saudáveis, mas pode causar infecções mais graves em pessoas que estejam com o sistema imunológico debilitado.

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Em nota publicada em seu site, a Kimberly Clark informou que, em casos extremos em pessoas hospitalizadas, a infecção pode se tornar severa e requerer assistência médica adicional para se evitar risco de vida.

"A Kimberly-Clark afirma que este chamamento não representa qualquer custo ao consumidor e reforça seu comprometimento com a qualidade de seus produtos e responsabilidade com a satisfação de seus consumidores".

A empresa ofereceu o telefone 0800 709 5599 para informações aos consumidores e o site kimberly-clark.com.br/contato.

O incêndio do armazém da Jim Beam, maior companhia vendedora de whisky do mundo, causou a destruição de cerca de 45 mil barris de licores na região central do estado de Kentucky nos Estados Unidos. O fogo, que começou na última terça-feira (2) foi extinguido no fim de semana.

Segundo as autoridades, a explosão causou um derrame do álcool no rio Kentucky. A Agencia Ambiental de Kentucky comunicou através das suas redes sociais que são 37 km de comprimento de licor que emanam desde o armazém. As autoridades ambientais afirmaram que mortes de peixes já foram relatadas.

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Apesar da perda de dinheiro com o whisky derramado, os oficiais pretendem deixar o máximo de álcool possível queimar, para diminuir o impacto nos rios ali perto. "Quanto mais for permitido queimar do destilado, menos será a quantidade de whisky quando eles controlarem o fogo, minimizando, assim, o escoamento contaminado, que iria para o riacho, desaguar no rio", afirmou o diretor de gerenciamento de emergência do Condado de Woodford Drew Chandler. As imediações do armazém da companhia Jim Beam serão examinadas por especialistas, a fim de avaliar o impacto sobre a fauna e flora local.

A porta-voz Emily Bryson York, afirmou que não haverá interrupções até suprir o resultado desta perda. "Continuamos a construir armazéns adicionais em Kentucky como parte dos planos de expansão de capacidade em curso", apontou.

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O resultado da perícia sobre os lençóis supostamente contaminados, encontrados na unidade de Prazeres da Narciso Enxovais, no dia 21 de março, foi divulgado. Em coletiva, realizada nesta quinta-feira (4), a Polícia Civil (PC) apontou que as manchas encontradas não eram de sangue ou produto químico que pudesse causar danos à saúde dos clientes. Ainda assim, a empresa pode ser multada.

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A delegada Beatriz Gibson esclareceu que as manchas advêm dos próprios procedimentos da indústria têxtil. Ela apontou que questões de limpeza são responsáveis por seu surgimento.

Sobre as etiquetas de contaminação encontradas nos tecidos, a delegada explicou que trata-se de uma indicação sobre as falhas nas fibras. Tanto a indústria, quanto a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), utilizam o termo 'contaminado' para produtos de segunda linha, com excesso ou diminuição das fibras, e mais de 35 pontos de falha por m².

Mesmo assim, a Narciso Enxovais não deixou as avarias explícitas aos consumidores, por isso, pode ser multada entre R$ 40 mil e R$ 50 mil pelo Procon. Além disso, um de seus representantes pode ser detido de três meses a um ano.

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A carne de frango brasileira que é rejeitada no Reino Unido por contaminação pela bactéria salmonela volta ao Brasil e é revendida no mercado nacional. A prática foi descoberta por meio de uma investigação conduzida pela Repórter Brasil em parceria com o jornal britânico The Guardian e o Bureau of Investigative Journalism, que comprovou que, entre abril de 2017 e novembro de 2018, mais de 1 milhão de aves congeladas (ou 1.400 toneladas) foram vetadas nos portos do Reino Unido por não atenderem aos padrões sanitários europeus – mais rigorosos do que os verificados por aqui. 

Mesmo após Operação Carne Fraca, que apontou problemas no controle de qualidade da carne brasileira em 2017, portos europeus continuam rejeitando entrada de contêineres brasileiros com produtos contaminados. Carne volta ao Brasil, é processada e chega às prateleiras dos supermercados.

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O retorno ao Brasil dos contêineres com produtos contaminados foi comprovado por documentos internos obtidos junto à agência britânica de padrões alimentares (Food Standards Agency). Além de confirmarem a volta desse frango contaminado ao Brasil, o Ministério da Agricultura e a a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) esclareceram o que acontece com essa carne quando volta ao país.

No mercado brasileiro, o produto vetado pode seguir dois caminhos, a depender do tipo de salmonela presente. Se forem bactérias com risco potencial à saúde humana – o que acontece em menos de 1% dos casos, segundo o ministério –, o frango contaminado é cozido, e a carne é processada em subprodutos, como nuggets, salsichas, linguiças e mortadelas de frango. Já se a contaminação for por bactérias que, de acordo com os padrões brasileiros, não apresentam riscos à saúde, o produto “in natura” é colocado no mercado interno e chega aos açougues e supermercados. 

O cozimento ou a fritura da carne contaminada elimina o risco à saúde, já que mata os micro-organismos, de acordo com a diretora do Departamento de Inspeção dos Produtos de Origem Animal (DIPOA), do Ministério da Agricultura, Ana Lucia Viana. Existem cerca de 2.600 tipos de salmonela, mas não são todos que causam infecções alimentares em humanos – há dois tipos, porém, que podem levar à morte. 

‘Desrespeito aos brasileiros’

A ABPA, que representa os grandes fabricantes de proteína animal do Brasil, afirma que “as cargas que não atendem aos critérios estabelecidos pela União Europeia são devolvidas e submetidas a tratamento que garante a segurança da carne para processamento”. 

Associações de consumidores, no entanto, criticam o retorno dos lotes contaminados ao Brasil. “Esse tipo de prática é um grande desrespeito aos consumidores brasileiros, que são expostos no mercado a produtos de pior qualidade por conta do menor nível de exigência sanitária no país. Isso pode trazer consequências negativas à saúde da população”, afirma a nutricionista Ana Paula Bortoletto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

No Brasil, testes realizados pelo Ministério da Agricultura mostram que cerca de 18% da carne de frango apresentam algum tipo de contaminação por salmonela – o que está dentro dos limites legais, já que a regulamentação brasileira tolera até 20% de contaminação. Na Europa, o percentual de aves contaminadas é de apenas 3,3% , segundo o órgão europeu responsável por segurança alimentar, o EFSA (European Food Safety Authority).

“A Europa está um passo à nossa frente nesse controle. Então quem quiser acessar esse mercado, tem que atender às regras dele”, diz a diretora do Departamento de Inspeção dos Produtos de Origem Animal (DIPOA) do Ministério da Agricultura, Ana Lucia Viana.

Em 2017, o controle sanitário da carne no Brasil foi colocado em xeque por revelações feitas pela Operação Carne Fraca, que em 2017 apontou falhas na fiscalização federal de frigoríficos. A ação identificou um esquema de pagamento de propinas a servidores do Ministério da Agricultura para autorizar a venda de produtos fora do padrão de qualidade. No ano seguinte, a terceira fase da operação mostrou que testes em laboratório eram fraudados para omitir justamente a presença de salmonela nos produtos destinados à Europa. 

Como resposta, os europeus embargaram a compra de 20 frigoríficos de frango, afetando principalmente plantas da BRF. Porém, mesmo após o escândalo, a investigação conjunta revela que a fiscalização nos portos britânicos continua flagrando carne de frango produzida no Brasil contaminada por salmonela. Os documentos recebidos pela reportagem mostram que o frango brasileiro contaminado também foi exportado para outros países da Europa, como Holanda, França, Alemanha, Espanha, Itália e Bélgica.

Até 2017, não existiam normas brasileiras regulamentando o que fazer com a carne rejeitada na Europa e despachada de volta ao Brasil – a decisão do que fazer com esses contêineres cabia então às empresas donas das cargas. Após o escândalo provocado pela Carne Fraca, o Ministério da Agricultura editou uma norma dando aos fiscais agropecuários a palavra final sobre o processamento da carne quando ela é vetada no exterior e volta ao Brasil. 

Antes da Carne Fraca, em 2016, o governo estabeleceu normas para controlar a salmonela nas granjas – ampliando assim a fiscalização, que antes estava concentrada somente nos frigoríficos. Apesar dessas novas regras, os índices de contaminação no Brasil continuam nos mesmos patamares, já que o percentual de contaminação de 18% continuou estável entre 2014 e 2017 – último ano com resultados disponíveis.

Recalls de carne contaminada também continuam ocorrendo no mercado interno, como aconteceu em fevereiro deste ano, quando a BRF recolheu 460 toneladas de carne de frango de uma de suas marcas, a Perdigão, por risco de estarem contaminadas por salmonela, produzida por uma unidade sua no Mato Grosso do Sul.

Um dos problemas no controle de qualidade feito no Brasil é o baixo número de fiscais, de acordo com Rudmar Pereira dos Santos, presidente da Associação de Fiscais Agropecuários do Paraná (Afisa).”Não há servidores suficientes para a fiscalização e, por isso, não há garantias de que as recomendações sanitárias sejam adotadas”, afirma. Segundo ele, as granjas paranaenses continuam “cheias de salmonela”. O Paraná foi o Estado mais afetado pelo embargo europeu aos frigoríficos brasileiros. 

Os documentos obtidos pela reportagem mostram que uma parte do frango brasileiro vetado nos portos britânicos foi exportada pelas duas maiores empresas brasileiras do setor: a JBS, dona da Friboi e da Seara, e a BRF, proprietária das marcas Sadia e Perdigão. 

As empresas negam falhas nos procedimentos sanitários e em seus padrões de qualidade. Em relação aos produtos enviados para a Europa, a JBS informou, em nota, que segue todos os procedimentos determinados pela legislação e pelos órgãos reguladores. “Não há registro de ocorrências reportadas por consumidores em seus diferentes mercados, nacional ou internacional, o que reitera a conformidade dos processos adotados pela empresa e a segurança dos seus produtos.”, afirma a maior produtora de proteína animal do mundo. 

Já a BRF afirmou, por meio de um comunicado, que “cumpre as normas e exigências de qualidade estabelecidas na legislação brasileira e as determinações do MAPA, e baseia sua atuação nos compromissos de segurança, qualidade e integridade”.

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Guerra comercial?

As exportações de carne de frango para a União Europeia caíram 18% entre 2016 e 2018, justamente por conta das revelações feitas pela Operação Carne Fraca. A comercialização de carne de frango movimenta anualmente R$ 50 bilhões no Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),  e emprega 3,5 milhões de trabalhadores direta e indiretamente.

O embargo europeu foi interpretado pelas empresas e autoridades brasileiras como uma “guerra comercial” contra o frango nacional. O caso, no entanto, revela profundas diferenças sanitárias nas políticas de controle da salmonela na Europa e no Brasil. 

A União Europeia deu início há 15 anos a um programa de controle de salmonela em aves de criação e nas destinadas para o abate. Com um rigoroso padrão de monitoramento da granja aos supermercados, as taxas de infecção no continente caíram de 23%, em 2006, para os  atuais 3,3%. O número de pessoas infectadas pela salmonela caiu de quase 200 mil para 91 mil no mesmo período na Europa. No ano passado, 156 pessoas morreram no continente após serem infectadas por salmonela.

Já no Brasil, é impossível de saber precisamente quantas pessoas morreram ou foram infectadas. Isso porque a notificação de casos de salmonela por parte das unidades de saúde pública não é obrigatória.    

Por esse motivo, o número do Ministério da Saúde sobre internações em decorrência de intoxicação por salmonela – 2.569 casos em 2018, o equivalente a sete por dia – pode ser muito maior. “A salmonela é sempre uma preocupação. Se é maior ou menor agora, não sabemos, porque não temos dados confiáveis”, diz a especialista em segurança alimentar Bernadette de Melo Franco, da Universidade de São Paulo (USP).

Por Diego Junqueira e André Campos, da Repórter Brasil, e Andrew Wasley e Alexandra Heal, do Bureau of Investigative Journalism

As autoridades sanitárias da França encontraram traços de chumbo no sangue de um menino residente nos arredores da Catedral de Notre-Dame, em Paris, parcialmente destruída por um incêndio em 15 de abril.

Em função disso, a Agência Regional de Saúde da Île-de-France solicitou que crianças com idade inferior a sete anos e mulheres grávidas residentes na Île de la Cité, onde fica Notre-Dame, sejam submetidas a exames para analisar a presença do metal em seu organismo.

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As autoridades sanitárias abriram um inquérito ambiental para determinar possíveis causas da contaminação que não sejam o incêndio. O objetivo é verificar se ainda há risco de exposição ao metal na região da catedral.

Uma das suspeitas é que a criança tenha inalado chumbo por meio da fumaça da tragédia de 15 de abril, que, como já ficou provado, causou contaminação na Île de la Cité. Embora análises não tenham constatado riscos para a qualidade do ar, especialistas detectaram valores anômalos do metal no solo e em escritórios.

Essas zonas foram interditadas e passarão por um processo de descontaminação nos próximos dias.

Da Ansa

O avanço da peste suína africana na China, com perdas estimadas neste ano de 35% na produção do país, deve ampliar a exportação dos produtores brasileiros de proteína animal (suínos, aves e bovinos). A crise no país asiático, maior consumidor e produtor de carne de porco no mundo, também acende o sinal de alerta entre os economistas quanto a possíveis aumentos de preços e reflexos na inflação no Brasil.

"Nos novos negócios de exportação de carne suína fechados já existe um aumento de preço de US$ 1 mil por tonelada na comparação com três meses atrás", contou Ricardo Santin, diretor executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Para o executivo, que representa os produtores de suínos e frangos, os efeitos da doença significam uma "quebra de paradigma" no mercado de proteína animal, já que a China responde por metade da produção de carne de porco do mundo. Com isso, tanto o Brasil quanto outros países devem ter suas vendas para o mercado asiático impulsionadas.

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José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, observou um avanço nas vendas externas de suínos em abril. As exportações brasileiras de suínos totais cresceram 51,4% em valor em comparação com abril de 2018 e atingiram US$ 110 milhões. "A tendência é subir mais." O cenário, na sua opinião, é favorável, pois o Brasil vai reduzir vendas de soja e farelo para China e ampliar as carnes, que são produtos de maior valor agregado.

A peste suína, que é fatal para o animal, mas não prejudica os seres humanos, começou a afetar a China em meados de 2018. Estima-se que entre 150 milhões a 200 milhões de suínos já morreram no país asiático. Com uma produção de 54 milhões de toneladas no ano passado, segundo dados do Departamento de Agricultura do EUA elaborados pela ABPA, a China é o maior produtor de carne de porco do mundo. Cada chinês consome cerca de 40 quilos do produto por ano, volume equivalente ao consumo per capita do brasileiro de carne de frango.

Inflação. Ontem, a Tyson Foods, um dos maiores frigoríficos do mundo, disse que já está pagando preços mais altos por suínos e outras carnes nos EUA, depois que importadores chineses aumentaram suas compras. Nos próximos meses, ele prevê custos mais elevados para os consumidores, bem como lucros maiores nas suas operações de processamento de carne suína, bovina e de frango.

No Brasil, na última semana, o Banco Safra e o Santander elevaram suas estimativas para a inflação (IPCA), baseados nos desdobramentos negativos da peste suína na China. O Safra elevou a projeção de 3,60% para 4,00%. Já o Santander revisou a expectativa para 2019, de 3,50% para 4,00%.

"A oferta interna deve ficar em xeque. O preço desses itens tende a aumentar, conforme as exportações acelerarem e a oferta doméstica diminuir", explica o economista João Fernandes, da Quantitas Asset.

Procurada, a BRF, um dos maiores frigoríficos brasileiros, não se manifestou porque está no período que antecede a publicação dos balanços. Mas, três semanas atrás, Pedro Parente, presidente da companhia, chegou a afirmar em evento que a perda da produção na China poderia ampliar entre 200 a 300 mil toneladas as exportações brasileiras nos próximos três anos. Em 2018, o Brasil exportou 646 mil toneladas de carne de porco e foi o quarto maior exportador mundial, atrás da União Europeia, EUA e Canadá.

Prejuízos. O comércio mundial de carne de porco no ano passado movimentou 8 milhões de toneladas. As perdas por conta da peste suína giram em torno de 16 milhões de toneladas. "Não tem produto para atender essa demanda", observou o diretor da ABPA. Santin embarcaria na madrugada de hoje numa comitiva de empresários que acompanham a ministra da Agricultura Tereza Cristina rumo ao Japão e depois a China. O objetivo da viagem é credenciar novos frigoríficos a exportar carne suína para os países asiáticos. "Hoje temos nove plantas habilitadas para exportação", disse Santin. Ele explicou que há possibilidade de credenciar mais 31 frigoríficos. Em evento do setor de pecuária, o economista do Rabobank, Adolfo Fontes, disse que o principal efeito da peste suína africana nas exportações para a China ainda está por vir. Isso porque a China tem um grande estoque do produto. Nas suas previsões, um avanço maior deve ocorre no segundo semestre.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 90 pessoas, incluindo 65 crianças, foram inoculadas com HIV no sul do Paquistão depois que um médico usou uma seringa contaminada, disseram autoridades na sexta-feira.

Segundo as autoridades, o médico usava a mesma seringa para injetar medicamentos nos pacientes, informou a polícia local. Segundo a fonte, o próprio médico era soropositivo.

As autoridades foram alertadas pela primeira vez na semana passada, depois que 18 crianças que moravam na periferia de Larkana obtiveram resultados positivos para o vírus da aids.

Un segundo encargado del sistema de salud confirmó esta contaminación, pero mencionó cifras ligeramente diferentes.

"O sangue dos pais das crianças infectadas também foi analisado, mas seus resultados deram negativo", indicou Azra Pechuho, ministra de Saúde da província de Sindh, onde Larkana se localiza.

O Paquistão é considerado um país com baixa prevalência de HIV. Mas a aids está aumentando, especialmente entre usuários de drogas, profissionais do sexo e imigrantes de países do Golfo.

Tradicionalmente servido nos almoços do feriado de Sexta-Feira Santa, o peixe é uma ótima opção na troca da carne vermelha ou de frango por ser rico em proteínas e demais nutrientes, mas o consumidor deve estar atento para não ser contaminado por doenças transmitidas por bactérias, vírus, parasitas, biotoxinas e resíduos de metais pesados, que residem no alimento.

A diretora do Grupo de Alimentos do Centro de Vigilância do Estado de São Paulo, Claudia Maria Ruggiero Amaral, alerta que no momento da compra o consumidor deve escolher peixes frescos e conservados no gelo.

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"A higiene e o armazenamento são itens importantes. No supermercado devem estar em balcão frigorífico, e na feira, é necessário ter gelo picado por cima, estar exposto em balcão de aço inox inclinado e protegido do sol e de insetos, além de ser obrigatório que o feirante use luvas descartáveis", explica. "No caso dos peixes congelados que são vendidos em embalagens, o balcão onde estiver armazenado não pode estar superlotado. Isso impede a circulação do ar frio e compromete a qualidade", acrescenta.

Já quanto ao bacalhau, que é o peixe mais servido na data, Claudia recomenda o conhecimento da procedência do alimento. "Uma boa pesquisa de preços e tipos de qualidades pode levar a uma compra mais acertada. Não adquira se ele estiver com manchas avermelhadas ou pintas pretas no dorso, sinais que indicam a presença de bolor ou deterioração", ensina

A especialista afirma ainda que o armazenamento em casa também requer cuidados. "Os alimentos devem ser refrigerados e congelados na geladeira ou freezer e consumidos até a data de validade indicada no rótulo dos produtos. Na ausência dessas informações, os pescados podem ser mantidos na geladeira durante três dias na temperatura de 2º C, e no freezer durante três meses na temperatura de -18ºC", orienta.

Entre 2007 e 2017, o Brasil registrou 40 mil casos de intoxicação aguda por agrotóxicos, conforme revelam dados do Ministério da Saúde. Mas devido à alta produção de grãos no país, o número de casos não deve diminuir na próxima década.

Somente em 2017, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Brasil produziu aproximadamente 228 milhões de toneladas de grãos e consumiu quase 500 mil toneladas de agrotóxicos, o que explica o fato de o país ser considerado um dos maiores consumidores desses produtos no mundo.

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O engenheiro agrônomo Akihiko Manabe, professor da Unisuam, afirma que esse título é dado ao país devido à força do agronegócio, que traz consequências negativas. “No Brasil, o agronegócio cria áreas de monocultivo que destroem toda a biodiversidade, tornando o ambiente propício para elevadas populações de insetos e doenças, sendo essencial o uso dos defensivos agrícolas”, explica.

Manabe acrescenta, no entanto, que apesar de o país ser acusado de usar quantidades exageradas de produtos químicos em seus processos produtivos agrícolas, deve ser levada em consideração a quantidade usada em cada área agrícola. “O grande problema são os tipos de agrotóxicos utilizados, que são proibidos em diversos países do mundo, e o uso em culturas que não estão registradas”, avalia.

Segundo o engenheiro agrônomo, os mais atingidos pelos agrotóxicos não são apenas os trabalhadores rurais que manipulam os produtos químicos, mas também a população das regiões em que os venenos são usados em grande escala.

“Dependendo do tipo de aplicação, como por meio de aviões, por exemplo, pessoas que não têm contato direto com os produtos também são contaminadas. Além disso, a contaminação também pode ocorrer por meio de produtos que são usados de forma inadequada. Portanto, podemos notar que hoje todos são atingidos, até mesmo um produto orgânico pode estar contaminado por agrotóxicos devido à deriva”, fala.

Para que haja redução no número de contaminações, Manabe acredita que o governo deve intervir de forma mais ativa.

“É necessário aplicar de forma eficaz o que dizem as leis e cobrar ações mais duras de órgãos governamentais. Melhorar os processos de fiscalização, monitoramento e retirada de agrotóxicos altamente poluentes e danosos do mercado. Além disso, incentivar e adotar práticas agroecológicas, principalmente na agricultura familiar”, aponta.

Equipes do Procon e da Vigilância Sanitária apreenderam, nesta quinta-feira (21), lençóis de solteiro suspeitos de contaminação, em loja Narciso Enxovais, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. As peças serão encaminhadas ao Instituto de Criminalística para avaliação, enquanto o caso também será levado à Delegacia do Consumidor para abertura de inquérito policial. A ação aconteceu depois de denúncia de uma consumidora que se deparou com uma etiqueta suspeita em peça que comprou.

"Fiz a compra no sábado. Ontem, quando fui lavar, encontrei um esparadrapo escrito 'contaminado'. Meu filho me mandou soltar o lençol na mesma hora, dizendo que não sabíamos que tipo de contaminação poderia ser essa e me alertando para um caso similar, que aconteceu em Santa Cruz do Capibaribe. Na época, suspeitavam que a mercadoria tratava-se de lixo hospitalar", disse Maria de Fátima Cândido.

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Na hora, eu só pensava no dinheiro que tinha perdido. Meu filho foi quem me instruiu e me fez entender a gravidade da situação. Graças a Deus, eu lavo as roupas antes de usá-la, mas e as pessoas que não fazem isso? E os tantos analfabetos que podem ter comprado um lençol desse e nem souberam o que estavam adquirindo? Estou satisfeita com a resposta rápida e eficiente do Procon municipal", ressaltou.

De acordo com o coordenador de Fiscalização do Procon de Jaboatão, Erik Gondim, em caso de comprovação da suspeita de contaminação, o estabelecimento pode pagar multa de mais de R$3 milhões. Ainda segundo Gondim, as peças apreendidas apontam à existência de resíduos, já que contêm marcas suspeitas e até etiqueta de contaminação.

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"O material apreendido aponta a existência de resíduos. Nós não podemos afirmar que resíduos são estes e nem a origem deles, mas tudo será encaminhado para o Instituto de Criminalística, para que lá seja avaliado se essas substâncias apresentam risco ao consumidor e, caso a resposta seja afirmativa, que riscos são esses”, disse Erik Gondim.

“Por cautela, apreendemos o produto e encaminharemos para a Delegacia do Consumidor. A partir daí, deve ser instaurado um inquérito para que esse material seja encaminhado para a perícia. O papel do Procon nesse trâmite é fiscalizar”, finalizou.

Denúncias

Para registrar uma reclamação ou denúncia, o consumidor do Jaboatão deve procurar o Procon municipal por meio do telefone 973237953.

Por Miguel Inácio

A contaminação do Rio Paraopeba pela onda de rejeitos de minério de ferro da Vale, causada pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas, há um mês, elevou a concentração de metais pesados a níveis muito acima dos limites fixados pela legislação e do tolerável à saúde. É o que revelam os resultados das análises feitas em expedição da Fundação SOS Mata Atlântica. O relatório será apresentado nesta quarta-feira, 27, na Câmara dos Deputados.

Nos 22 pontos analisados em 305 km do rio, desde o Córrego do Feijão, em Brumadinho, até Felixlândia, no Reservatório de Retiro Baixo, todos apresentaram níveis elevados de ferro, manganês, cobre e cromo. Em altas concentrações, o cobre, por exemplo, pode causar náuseas e vômitos. O manganês está associado a rigidez muscular e tremores nas mãos.

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"São elementos que não fazem mal à saúde em pequenas quantidades, tanto que os vemos em suplementos, mas em altas concentrações podem trazem problemas à saúde humana e dos animais", afirmou a bióloga Marta Marcondes, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (SP), que fez as análises laboratoriais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três bombeiros que trabalham em resgate na área atingida pela barragem da Vale em Brumadinho foram diagnosticados com excesso de alumínio no sangue, conforme comunicado do governo de Minas Gerais na noite de hoje, 19. Um quarto agente teve cobre detectado no exame.

"Considerando a atividade de busca e salvamento vem sendo aplicado o protocolo de monitoramento da saúde em todos os profissionais, por meio da dosagem de metais no sangue e urina. Até o momento foram detectados três exames alterados para o parâmetro alumínio no sangue", diz o texto.

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Segundo o governo, "cabe esclarecer que a alteração nesse parâmetro não significa intoxicação aguda por esse metal e essas pessoas permanecem assintomáticas. E seguindo o protocolo de monitoramento de sua saúde. É esperado que após a interrupção da exposição, os níveis de metal no organismo sejam normalizados".

O excesso de alumínio no organismo, segundo estudos recentes, mostra correlação com doenças com Alzheimer e alguns tipos de câncer. Pode haver ainda alterações crônicas de problemas intestinais e inchaço abdominal. As operações de hoje contaram com 181 bombeiros, de Minas e outros Estados.

A Fundação SOS Mata Atlântica, organização não governamental (ONG) que atua em defesa do meio ambiente desde 1986, divulgou hoje (14) dados de análises realizadas no Rio Paraopeba. De acordo com a entidade, uma análise de 22 pontos permitiu concluir que a água está contaminada, com qualidade péssima ou ruim, ao longo de pelos menos 305 quilômetros.

Os resultados foram obtidos após uma expedição que durou 10 dias e terminou no último sábado (9). Na semana seguinte ao rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), eles começaram a percorrer rodovias federais e estaduais e estradas rurais, sempre perseguindo o leito do rio. A cada 40 quilômetros, uma amostra foi coletada.

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No último ponto analisado, no reservatório de Retiro Baixo, a situação da água foi considerada ruim com índices de turbidez de 329,6 NTU. "Isso equivale a três vezes mais do que o permitido pela legislação. Desde a região de Córrego do Feijão, onde os rejeitos encontraram o Rio Paraopeba, até o reservatório de Retiro Baixo, em Felixlândia (MG), a equipe não encontrou água em condições de uso", informa a Fundação SOS Mata Atlântica.

Relatório

A entidade planeja apresentar no dia 27 de fevereiro um relatório completo com todos os indicadores obtidos. "A ideia é entregá-lo a autoridades, contribuindo para que as melhores decisões sejam tomadas, e também para a sociedade, principalmente para quem ainda precisa viver daquele e naquele rio, para que tenham informações concretas sobre a situação local".

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também tem avaliado a turbidez no Rio Paraopeba e divulgado boletins diariamente desde o rompimento da barragem. O último deles mostra que ontem (13) os índices aferidos foram 371 NTU na altura do município de Mário Campo (MG), 244 NTU em São João de Bicas (MG) e 165 NTU em Juatuba (MG). Segundo a Federação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), o limite legal para curso d’água de classe 2, como é o Rio Paraopeba, é de 100 NTU.

No dia 31 de janeiro, resultados preliminares de análises realizadas por técnicos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) levaram a pasta a recomendar que não se utilize a água bruta do Rio Paraopeba para qualquer finalidade e que se mantenha distância de 100 metros de suas margens.

Vale

Em nota divulgada hoje (14) em sua página virtual, a Vale informa que também está monitorando a qualidade da água em 48 pontos e diz que tomará todas as medidas cabíveis para garantir o abastecimento humano e para as atividades agropecuárias. De acordo com a mineradora, produtores rurais de nove municípios estão recebendo água para consumo humano, dessedentação animal e irrigação.

Até a última terça-feira (12), teriam sido disponibilizados cerca de 5,1 milhões de litros de água. "O atendimento é voltado para as cidades de Brumadinho, Florestal, Mario Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé, São José da Varginha, Pará de Minas e Esmeraldas", diz o comunicado da Vale.

Mata Atlântica

Outro levantamento realizado pela Mata Atlântica diz respeito a abrangência da devastação florestal. A entidade aponta que houve perda 112 hectares de mata nativa, das quais 55 hectares eram áreas bem preservadas. Informa ainda que, antes do rompimento da barragem, Brumadinho tinha 15,4 mil hectares remanescentes de Mata Atlântica. Essa área representa 24% do que havia originalmente no município, de acordo com o Atlas da Mata Atlântica, publicado pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Um mapeamento preliminar divulgado há duas semanas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apresenta números similares. De acordo com o órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, foram desvatados 133,27 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica e 70,65 hectares de áreas de proteção permanente ao longo de cursos d'água. O cálculo foi feito a partir de imagens de satélite.

A cerca de 40 km abaixo do ponto em que a onda de rejeitos da barragem da Vale encontrou o Rio Paraopeba, uma pequena nascente, limpa, tenta se misturar ao rio e seguir seu curso. Em vão. O rio virou um tijolo líquido. Parece chocolate derretido.

A comparação é de Malu Ribeiro, da SOS Mata Atlântica, que lidera expedição iniciada ontem para monitorar a qualidade da água do rio após o acidente na barragem e trazer pistas sobre impactos ambientais.

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Ali, porém, não há indicador de qualidade a ser medido. A turbidez é tão alta e densa que tirou todo o oxigênio - principal indicador de vida. Não é possível checar quantidades de nitrato, fosfato ou quaisquer outros parâmetros porque a água virou uma lama só. "A única coisa que podemos dizer aqui é que esse rio está morto", diz Malu.

O plano da expedição, acompanhada pela reportagem, é coletar água em vários locais a partir do marco zero, onde o rio foi contaminado, e checar as condições ao longo de seu curso em direção ao São Francisco, por 356 quilômetros. A previsão é de seguir até a hidrelétrica de Três Marias, já no São Francisco.

Há três anos, Malu e a equipe encararam cenário semelhante no Rio Doce, no maior desastre ambiental do País. "Lá o rejeito era mais fino e ficava sobre a água, não decantava, aqui tomou tudo. É lama mesmo. A corredeira vai movimentando como se fosse uma batedeira de bolo", explica. Outra diferença importante, diz, é o local atingido primeiramente, que é de cabeceira. "Aqui a lama ficou depositada em várias nascentes que abastecem o Paraopeba. Vai continuar descendo constantemente com a água."

O primeiro dia de expedição teve coleta em três pontos. Análises anteriores feitas pelo Estado apontavam que o local tinha qualidade de água em nível regular. Nesta quinta-feira (31) já era ruim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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