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Drones e cães farejadores são a principal ferramentas para recuperar os cadáveres que ameaçam contaminar fontes de água e expor a epidemias os sobreviventes do tsunami que deixou ao menos 429 mortos em Sumatra e Java, na Indonésia, no sábado (22). Há mais de 100 desaparecidos. Surpreendido pelas ondas gigantes que chegaram sem aviso, o país agora convive com alarmes falsos.

Em Sumur, pequena vila de pescadores arrasada pelo avanço da água, moradores, polícia e socorristas correram em pânico para a parte mais alta do lugarejo nesta terça-feira (25). Eles gritavam "a água está vindo, a água está vindo!, enquanto recitavam versos do Corão.

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A boataria atrapalha a busca por cadáveres, prioridade das autoridades. "Nossa maior preocupação agora são os problemas sanitários", afirmou Dino Argianto, chefe das operações humanitárias da Oxfam na Indonésia. "Desaparecidos estão sob as ruínas. Corpos em decomposição podem causar doenças e também poluir as águas."

O presidente indonésio, Joko Widodo, visitou na segunda-feira as zonas devastadas, menos de três meses depois de outro tsunami, provocado por um terremoto, deixar milhares de mortos em Palu e na Ilha Célebes.

O país já enfrenta falta de água potável e medicamentos. "Muitas crianças estão doentes, têm febre, dor de cabeça e não têm água suficiente", explicou o médico Rizal Alimin. Fortes chuvas e bloqueios de estradas dificultavam o trabalho das equipes de resgate nesta terça.

Mais de 1.400 pessoas foram feridas pela onda de 1,8 metro que avançou sobre a costa de Java e Sumatra, 24 minutos após uma grande erupção do vulcão Anak Krakatoa, o "Filho de Krakatoa", no Estreito de Sunda, que separa as duas ilhas do arquipélago. O vulcão continua em atividade. Fumaça branca e nuvens de cinzas pairam no ar centenas de metros acima da cratera.

Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Monitoramento de desastres, disse que a população está orientada a permanecer a pelo menos dois quilômetros da costa. Equipes de resgate civis e militares usam equipamento pesado para remover destroços.

Dionisus Agnuza, de 20 anos, visitava a Ilha Carita numa excursão de formandos em psicologia da Universidade da Indonésia. Na noite de sábado, ele descansava na praia sob a lua cheia e observava o Anak Krakatoa expelir lava. Então, a onda chegou. "Não houve sinais. Foi súbito e fulminante", contou. "Fui varrido pela onda e jogado contra um muro. Quase me afoguei, mas um colega conseguiu me arrancar da águas que refluíam."

Vários colegas de Agnuza foram hospitalizados com cortes causados por estilhaços de vidro das janelas do hotel. Ele sofreu escoriações e torção nas costas ao bater no muro.

O músico Riefian Fajarsyah, vocalista do grupo pop indonésio Seventeen, enterrou nesta terça sua mulher. Três integrantes da banda morreram durante a apresentação na praia. A Indonésia, um arquipélago com 260 milhões de habitantes, é o país de maior população muçulmana do mundo. Suas 17 mil ilhas, entretanto, abrigam núcleos pequenos, mas significativos, de cristãos, hindus e budistas.

Líderes das igrejas cristãs convocaram suas congregações a rezar. Na Igreja Pentecostal Rhamat, em Carita, o pastor Markus Taekz disse que apenas cem pessoas estiveram no serviço religioso da noite de Natal, metade do número usual.

O presidente Joko Widodo havia prometido reparar ou substituir equipamentos de detecção de tsunamis depois de funcionários se queixarem de que um sistema de boias de alerta - criado após o devastador tsunami de 2004 no Oceano Índico - não vinha funcionando.

Especialistas, no entanto, dizem que teria sido difícil detectar a chegada deste tsunami. Os sensores que emitem alertas foram feitos para monitorar terremotos - responsáveis pela maioria dos tsunamis -, e não atividade vulcânica. Mesmo que o sistema de boias estivesse funcionando bem, sua eficácia seria mínima, dada a proximidade do vulcão da praia e a velocidade com que as ondas do tsunami avançam. (Com agências internacionais).

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) expediu recomendação à Prefeitura de Garanhuns, no Agreste, após surto de doenças transmitidas pela água na cidade. Também receberam recomendações para que investiguem e sanem o problema a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), V Gerência Regional de Saúde (Geres) e Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).

São contabilizadas 71 pessoas doentes no município, de acordo com o Informe Epidemiológico de Surtos e Doenças Transmitidas por Água/Alimentos. A investigação laboratorial na água para consumo humano acusou a presença de Escherichia coli, grupo de bactérias que pode causar infecção intestinal.

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O MPPE solicita que haja investigação de campo, visando investigar a magnitude do surto, as formas de abastecimento de água, existência ou não de tratamento e os tipos e condições de higiene no armazenamento da água ou dos reservatórios. Entre os itens da recomendação, o MPPE solicita que a Secretaria Municipal de Saúde adote medidas cautelares, como interdição do sistema de abastecimento ligado ao surto.

“É preciso ainda coletar novas amostras, nos locais onde ocorreram o surto, para identificar a origem e responsabilidade pela contaminação. Hospitais, escolas, creches, postos de saúde, Unidades de Saúde da Família devem ser orientados a realizar uma imediata limpeza e desinfecção dos reservatórios, cisternas e caixas d'água, após as novas coletas”, adverte o promotor de Justiça Domingos Sávio Agra.

A Compesa deve informar os responsáveis por poços, chafarizes e carros-pipa sobre o surto, bem como, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, realizar a análise microbiológica completa para identificar os micro-organismos responsáveis pelo surto. Enquanto a Geres precisa encaminhar aos responsáveis pelo abastecimento de água quaisquer informações referentes à investigação do surto relacionado à qualidade da água, além de executar ações de vigilância da qualidade da água para consumo humano. Já a Apevisa, caso acate a recomendação, terá que fazer um monitoramento sistemático da qualidade da água em escolas, hospitais, creches, asilos, encaminhando ao MPPE um relatório mensal.

Interessados em reconstruir o histórico das concentrações de chumbo e outros metais pesados na poluição atmosférica paulistana, pesquisadores foram procurar os dados que precisavam nos arquivos da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Não encontraram. Então, resolveram perguntar às árvores.

Elas contaram uma boa história: que as concentrações de chumbo no ambiente decaíram rapidamente a partir de 1989, com a proibição do uso dessa substância na gasolina. E também caíram as concentrações de cádmio, cobre, níquel, sódio e zinco, conforme a cidade foi se "desindustrializando" nos últimos 30 anos. Um relato fidedigno com a história, segundo os especialistas.

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Não se trata de nenhuma pesquisa esotérica, mas de um trabalho publicado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) na revista Environmental Pollution. As árvores, de fato, guardam nas células um registro histórico das substâncias químicas que estavam presentes no ambiente ao longo do seu crescimento. Dessa forma, funcionam como "arquivos naturais" da qualidade do ar na cidade.

Para acessar esse arquivo, os cientistas recolheram amostras do tronco de árvores às margens da Avenida Doutor Arnaldo, zona oeste de São Paulo, uma das mais movimentadas da capital. As amostras, chamadas baquetas, são pequenos cilindros de madeira, extraídos com um broca.

"É como se tirássemos uma biópsia da árvore", explica o pesquisador Giuliano Locosselli, pós-doutorando do Instituto de Biociências da USP.

A espécie escolhida como doadora foi a tipuana, uma árvore muito comum na paisagem urbana de São Paulo - apesar de ser originária da Bolívia -, que tem anéis de crescimento muito bem definidos.

Cada anel corresponde a um ano de vida da árvore, e guarda uma amostra dos elementos químicos que ela "respirou e bebeu" naquele período, por meio de suas folhas e raízes.

Análises

As baquetas coletadas na Doutor Arnaldo foram enviadas para o laboratório do pesquisador Marco Aurelio Zezzi Arruda, do Instituto de Química da Unicamp, onde foi possível detectar e quantificar a presença desses seis metais nas células de cada anel.

São substâncias que não são monitoradas regularmente pela Cetesb, porque as análises são caras e não é possível fazê-las de forma automatizada, como ocorre com outros poluentes.

Confirmada a eficácia da técnica, os cientistas vão agora vasculhar os arquivos de outras tipuanas, de diferentes regiões da cidade, para comparar os resultados e entender melhor a história desses poluentes na vida da metrópole, incluindo suas origens, persistência e impacto na saúde pública. "São lições do passado que podemos usar para nos preparar melhor para o futuro", diz o orientador da pesquisa, Marcos Buckeridge, da USP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de um determinado lote do file de peixe congelado "Polaca do Alasca", da marca Qualitá. Segundo a Anvisa, o alimento foi reprovado em testes por conter evidências de matéria estranha indicativa de risco.

A interdição é referente ao lote A170216036J, com validade 16/2/2019. Com a decisão, fica proibida a comercialização em todo território nacional. Segundo a Anvisa, o alimento foi reprovado em testes realizados pelo Instituto Adolfo Lutz. O resultado acusou presença de dois tipos de parasita.

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Além disso, a Anvisa também determinou que a empresa Companhia Brasileira de Distribuição (GPA), responsável pelo produto, promova o recolhimento do estoque existente no mercado do lote citado.

A Qualitá informa que já solicitou o recolhimento do lote proibido pela Anvisa e que os consumidores que quiserem poderão trocar o produto em qualquer loja. A Anvisa recomenda que os clientes que compraram o filé de peixe congelado entrem em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa para obter informações.

Crítico dos defensores de alimentos orgânicos, o jornalista Nicholas Vital lançou na última terça (18) um livro no mínimo polêmico. "Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo", da editora Record, levanta a discussão sobre o potencial de produção de alimentos sem produtos químicos, que segundo o autor, não seria capaz de abastecer nem mesmo a cidade de São Paulo.

O livro dispara contra o que chama de 'indústria dos orgânicos', afirmando que a mesma utiliza o medo para ganhar o mercado. “Se não existisse um vilão, os consumidores não topariam pagar até 300% a mais por esses alimentos, que no fim das contas são idênticos”, diz Vital.

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Segundo o Nicholas Vital, por serem cultivados sem qualquer tipo de tratamento químico, os alimentos orgânicos estão sujeitos à ação de microorganismos que podem causar intoxicações nos humanos. Ele cita o exemplo ocorrido na Alemanha, em 2011, quando um surto da bactéria E. coli em brotos de feijão orgânicos causaram mais de 2 mil casos de intoxicação e pelo menos 30 mortes. No entanto, na época, as pesquisas apontaram que a contaminação foi ocasionada por falhas de higiene na cadeia produtiva alimentar.

Vital diz que esses produtos, por não terem "tratamento químico", estão sujeitos à ação de microorganismos que podem causar intoxicações nos humanos. “Esqueça o noticiário e responda rápido: você conhece, ou ao menos já ouviu falar, de alguém que tenha ido a um hospital por ingestão de resíduos de agrotóxicos em alimentos convencionais? Mesmo que seja um primo do irmão do amigo do vizinho? Aposto que não”, dispara o autor.

Contraponto - A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem sido o orgão governamental que mais critica o uso de agrotóxicos na agricultura. Em 2014, a Fiocruz foi contrária a mudança na legislação que permitiu a introdução de novos produtos, muitos deles, proibidos em outros países. A Fundação divulgou uma carta aberta, na qual alertava para os riscos e reforçava como estudos científicos têm comprovado os danos provocados pelos agrotóxicos à saúde das populações, afetando sobretudo segmentos sociais de grande vulnerabilidade, como moradores e trabalhadores de áreas rurais, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

Uma auditoria da União Europa descobriu mais de cem casos de contaminação da carne brasileira e Bruxelas ameaça impor novas restrições aos produtos. O resultado da auditoria foi apresentado na segunda-feira (12) para os ministros de Agricultura da Europa que, numa reunião em Luxemburgo, deixaram claro que estão preocupados com a situação sanitária das exportações do Brasil. O levantamento, realizado em maio em fazendas e frigoríficos brasileiros, concluiu que o controle é "insatisfatório" e que, mesmo depois da Operação Carne Fraca, o governo não implementou o prometido.

Na segunda-feira, o Estado revelou com exclusividade que a Comissão Europeia enviou uma carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deixando claro sua preocupação após a auditoria. A missão foi enviada depois da eclosão da Operação Carne Fraca, em março, revelando corrupção envolvendo fiscais. "Como o resultado da auditoria não foi considerado satisfatório, a comissão indicou que novas ações eram necessárias por parte das autoridades brasileiras", indicou a UE.

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Na carta a Blairo, obtida pelo Estado, os europeus insistem que o governo não tomou as medidas que havia prometido, ainda em março. Num tom direto e duro, os europeus alertam que a "credibilidade" dos controles no País foi colocada em dúvida e que, mesmo depois do escândalo, as ações não foram implementadas.

Diante da situação, a Europa quer agora que o Brasil interrompa toda a exportação de carne de cavalo para o mercado europeu. Bruxelas também exige que nenhuma nova empresa solicite entrar na lista de exportadores de frango ou carne bovina. Das empresas que ainda têm o direito de vender, a Europa vai exigir testes microbiais em 100% das exportações. Todos os contêineres terão de ser acompanhados por certificados de saúde antes mesmo de deixar o Brasil.

Durante a reunião, delegações expressaram preocupação com a fraude. Alguns, porém, pediram uma atitude ainda mais dura por parte da Comissão Europeia em relação às autoridades brasileiras. Em resposta, a comissão indicou que vai "monitorar de perto a situação". Num relato publicado sobre o encontro, Bruxelas também indicou que "se o Brasil fracassar em cumprir os pedidos da Europa, ações mais decisivas poderiam ser consideradas".

Durante a auditoria, feita no começo de maio, mais de cem casos de Salmonella e E. Coli foram registrados nas carnes brasileiras.

Procurado, o Ministério da Agricultura não se pronunciou. Blairo estava na China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autoridades da Flórida identificaram nesta quinta-feira uma nova área em Miami, onde o vírus da zika é transmitido localmente, além do local anteriormente detectado em Miami Beach.

A nova área se espalha por 2,6 quilômetros quadrados, no setor noroeste da cidade, informou o governador Rick Scott em um comunicado. O Departamento de Saúde "identificou cinco pessoas, duas mulheres e três homens, na nova área", disse Scott.

"Os três vivem nesta área de 2,6 km². Os outros dois ou trabalham ou visitaram esta área", acrescentou. Ele afirmou que a confirmação do quinto caso ocorreu nesta quinta-feira, o que significa que o local atingiu o "critério de uma nova zona" dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças americano.

As cinco pessoas infectadas são classificadas como tendo "casos não relacionados a viagens", o que poderia significar que foram picadas por mosquitos infectados pelo zika vírus ou contaminadas por contato sexual. "Aconselhamos as mulheres grávidas a evitarem viagens não essenciais às áreas afetadas no condado de Miami-Dade", informou o Departamento de Saúde.

A Flórida reportou 1.021 casos de zika, incluindo 155 infeções não relacionadas a viagens e 106 infecções em grávidas este ano. Neste verão, a Flórida se tornou o primeiro estado no continente dos EUA a reportar a disseminação local de zika, quando um foco de casos foi descoberto no distrito artístico de Wynwood, ao norte do centro.

Desde então, a área foi declarada livre de mosquitos que pudessem disseminar o zika, e as autoridades sanitárias usaram sprays com inseticidas para eliminar os mosquitos infectados. O zika vírus é particularmente perigoso para as grávidas porque pode provocar más-formações, como a microcefalia, que leva bebês a nascerem com cabeças anormalmente pequenas e cérebros deformados.

A infecção por zika também foi relacionada com um distúrbio neurológico denominado síndrome de Guillain-Barre. Em quatro de cinco casos, o zika não provoca qualquer sintoma. Aqueles que apresentam sintomas costumam ter erupções e dores no corpo.

Ir para a academia só pode fazer bem para a saúde, correto? Depende. Um estudo afirma que a garrafinha de água que você leva para a academia tem, em média, 313 mil colônias de bactéria por cm², das quais cerca de 60 % pode causar infecções de pele ou generalizadas e pneumonia. É mais do que está presente em uma vasilha de água para cachorro.

A pesquisa foi encomendada pela Treadmill, uma empresa norte-americana que vende esteiras e acessórios para academias. O estudo contratou um laboratório independente para testar a presença de bactérias em garrafinhas de água reutilizáveis usadas sem lavar, durante uma semana, por 12 atletas

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Os pesquisadores verificaram uma presença assustadora de germes, dos quais 60% podem causar doenças. Quatro tipos foram analisados: com canudo embutido, com tampa que sai para fora, squeeze e slide top (com tampa que desliza).

Em média, cada garrafinha tinha 313.499 mil colônias de bactéria/cm², cerca de seis vezes mais do que o número presente em um pote de água para cachorro (47,3 mil colônias de bactéria/cm²).

A pior de todas é o modelo com tampa que desliza, cuja superfície teve até 933,3 mil colônias de bactéria/cm², quase 20 vezes mais do que o pote para o pet. Esse modelo também continha a maior porcentagem (17%) de bactérias gram-positivas cocos, responsáveis por infecções cutânea e generalizadas e pneumonia.

Em outras palavras, nas condições da pesquisa, seria melhor beber água da vasilha do seu cão enquanto você faz exercícios.

O modelo mais limpo é o com canudo embutido. Conforme o estudo, as gotas de água costumam ficar depositadas no fundo do canudo, o que torna mais difícil às bactérias chegar à umidade.

Os responsáveis por essa festa bacteriana são a boca e as mãos, explica o médico professor de Infectologia da PUC-SP, Fernando Ruiz. "O contato com a boca humana municia constantemente o acúmulo de bactérias nesses recipientes. Estudos históricos mostram que passam de 700 as espécies já descritas", afirma.

No entanto, Ruiz ressalta que só a presença de germes não é decisiva para um indivíduo adoecer. Feridas na boca (cárie, diabete, placas bacterianas, gengivite e aftas), por exemplo, facilitam que a bactéria caia na corrente sanguínea e cause pneumonia ou infecções graves. Imunidade baixa também facilita que uma enfermidade se manifeste.

Higienização

A limpeza das garrafinhas deve ser feita com detergente comum e de forma frequente, aconselha o médico. "Principalmente onde pode se acumular umidade ou formar placas de biofilme (conglomerado de bactérias), como os canudos", diz o infectologista.

Além disso, o médico ressalta que o melhor é usar água de fonte confiável e manter o recipiente longe do sol - uma vez que altas temperaturas favorecem a proliferação de germes.

Após a suspeita de ter contraído Zika no Brasil, a atleta olímpica indiana Sudha Singh foi diagnosticada com o vírus H1N1, informou a agência de notícias do país Ani nesta terça-feira (23). As informações são da agência Ansa.

Sudha Singh, que competiu nas eliminatórias dos três mil metros dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, foi internada no sábado (20) em um hospital de Nova Deli, na Índia, logo após ter deixado a Cidade Olímpica.

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O hospital informou ainda que, por causa da seriedade da doença, a jovem "permanecerá em isolamento por ao menos sete dias".

A contaminação por metais pesados em amostras colhidas em 13 pontos do Rio Doce e do mar, detectada em análises preliminares de pesquisadores das Universidades Federais de Rio Grande (Furg) e do Espírito Santo (Ufes), está acima do limite considerado aceitável pela legislação. Índices preocupantes de substâncias como arsênio, cádmio e chumbo levaram os órgãos ambientais a manter, por tempo indeterminado, a recomendação da suspensão da pesca ao longo da costa.

Um peixe roncador coletado das águas do rio, por exemplo, apresentava 140 vezes mais arsênio do que o máximo estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Os cientistas afirmam, porém, que o número representa apenas uma das mais de mil amostras coletadas no início do ano da foz, no Espírito Santo, até o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no sul da Bahia. "Nem todas as amostras foram analisadas ainda, mas temos números expressivos que já auxiliam os órgãos públicos na tomada de decisões", disse o pesquisador Adalto Bianchini, especialista em toxicologia.

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Os dados parciais foram apresentados ontem ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo o presidente do ICMBio, Cláudio Maretti, existe uma "preocupação mais aprofundada" em relação às Unidades de Conservação, que também foram atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), quase cinco meses atrás. Em abril, deve haver uma nova expedição para coletar amostras.

Em 30 dias, novas recomendações sobre a pesca devem ser expedidas e a Samarco ainda pode sofrer novas autuações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de 800 casos suspeitos em Ribeirão Preto, o zika avança para outras cidades e espalha o medo no interior de São Paulo. Pelo menos 15 municípios, incluindo importantes polos regionais, já registraram casos suspeitos ou confirmados da doença. O vírus também alcança cidades do Vale do Paraíba e do oeste do Estado e pequenas localidades passaram a reportar suspeitas.

Em Piracicaba, gestantes correm às unidades de saúde para fazer exames que detectam a microcefalia em bebês. A cidade já teve confirmado um caso de zika vírus em um grávida de 20 anos, mas o bebê está bem. Na quinta-feira, foi notificado o nascimento de uma criança com perímetro da cabeça inferior a 32 centímetros - indicativo da má-formação -, mas ainda sem associação com o vírus.

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Ao todo, 2.500 gestantes estão sendo monitoradas na rede pública em busca ativa de casos de gestantes infectadas - 12 apresentaram manchas vermelhas na pele e outras 8, sintomas menos suspeitos. "Sabíamos que o zika estava para chegar e, por isso, nos preparamos", disse o coordenador do Programa Municipal de Saúde da Criança, Rogério Antonio Tuon. O caso da gestante com o vírus, contraído na própria cidade, foi diagnosticado por meio desse controle das grávidas, um trabalho iniciado em 2009 para reduzir a mortalidade neonatal e que, em dezembro do ano passado, foi estendido ao zika vírus.

De acordo com Tuon, mesmo as gestantes não inscritas na rede pública são contatadas pela equipe, por uma central telefônica. "Os funcionários são treinados para essa abordagem e fazem perguntas sobre os sintomas. Em caso positivo, iniciamos a investigação." A Secretaria Municipal de Saúde preparou um fluxograma para as gestantes que tiveram sintomas, como exantema - vermelhidão na pele -, em qualquer fase da gestação. Amostras são colhidas e, se algum exame der positivo, a mulher é encaminhada para o pré-natal de alto risco. Os recém-nascidos e crianças nascidas desde julho de 2015 também são monitorados.

Transgênico

Na quinta (11), gestantes eram examinadas na unidade de saúde do bairro Cecap/Eldorado, onde a prefeitura e a empresa Oxitec desenvolvem o projeto do Aedes transgênico. Desde que o experimento foi iniciado, em abril de 2015, são soltos semanalmente 800 mil machos geneticamente modificados nas ruas. Os machos não picam as pessoas, mas ao copular com as fêmeas tornam sua prole inviável. De acordo com a prefeitura, a população de mosquitos foi reduzida em 82% no bairro. "Com a chegada do zika vírus, quem se incomodava com o Aedes transgênico agora já quer que solte mais", contou a agente de saúde Maria do Carmo Tonussi. O projeto será estendido a outras regiões da cidade.

Piracicaba tem outros 25 casos suspeitos de zika em não gestantes, na maioria autóctones - as pessoas teriam se infectado ali mesmo. Cidade vizinha, Limeira também entrou na rota do vírus. Quatro mulheres com idade entre 30 e 60 anos apresentaram sintomas. De acordo com a prefeitura, três pacientes viajaram para outras localidades e, após o retorno, apresentaram sintomas como febre e dores no corpo. Todos os exames deram negativo para dengue, o que motivou a investigação de zika.

Em Americana, os primeiros exames de amostras colhidas de uma gestante de 31 anos, com sintomas da doença, deram positivo para o vírus. Ela procurou o serviço de saúde com manchas vermelhas no corpo. É o primeiro caso confirmado na cidade. Campinas descartou 19 casos suspeitos este ano, mas um continua em investigação, segundo a prefeitura.

Em Sorocaba, dois casos de zika vírus foram confirmados na última semana. Outros oito estão em investigação. São José do Rio Preto confirmou um caso - de um paciente de 67 anos, que já está recuperado. Sumaré entrou na lista ao confirmar, em 2015, o primeiro caso de zika do Estado. A prefeitura de Salto confirmou esta semana o primeiro caso na cidade, mas informou que o paciente foi infectado em Brasnorte (MT).

No Vale do Paraíba, São José dos Campos registra seis casos confirmados este ano, todos importados. Taubaté teve esta semana o primeiro registro, de uma mulher de 35 anos, não gestante, que viajou ao Rio. Em Botucatu, uma paciente de 56 anos pode ter sido infectada numa viagem a Cáceres (MT).

Oeste

A doença também chegou ao oeste paulista. O primeiro caso, numa paciente de 46 anos, foi detectado em Dracena, em um laboratório particular. E o vírus já assusta moradores de cidades pequenas. Uma gestante de Cravinhos, de 33,8 mil habitantes, na região de Ribeirão Preto, apresentou sintomas, porém os exames deram negativo para zika. Em Cesário Lange, de 15,5 mil habitantes, uma grávida foi atendida com manchas e causou alvoroço, mas não estava com o vírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma mulher da província de Buenos Aires recém-chegada de suas férias no Brasil foi diagnosticada com o vírus do zika, o quinto caso registrado na Argentina, informaram fones sanitárias neste domingo.

Trata-se de uma mulher de 42 anos que vive na cidade de Pergamino (200 km a nordeste da capital argentina) e que apresentou sintomas da doença logo após seu retorno do Rio de Janeiro, informou o Ministério da Saúde da província.

A Argentina contabilizava até este domingo cinco casos de zika em seu território, todos importados e sem risco de vida.

Na sexta-feira, foi registrado o caso de uma jovem de 21 anos que viajou como turista para a Colômbia e que, em seu regresso à Mendoza (oeste), foi diagnosticada com o vírus. A paciente já recebeu alta.

O Ministério da Saúde considera "provável que a Argentina registre mais casos importados" em breve, devido aos regresso de turistas de suas férias de verão em países da América Latina, onde há vários pacientes afetados.

As prevenções sanitárias e as campanhas se concentram na Argentina no surto de dengue, com 2.500 casos, a grande maioria deles na província de Misiones (nordeste), na fronteira com o Paraguai e com o Brasil, onde é endêmica.

O vírus do zika apareceu na América Latina em 2015 e se propagou transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a chikungunya.

Os sintomas do zika são similares aos de uma gripe leve, apesar de as autoridades médicas do Brasil estudarem sua relação com um anormal aumento dos casos de microcefalia em bebês nascidos de mulheres que contraíram a doença durante a gravidez.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) investiga a possibilidade de que o zika vírus esteja sendo transmitido em relações sexuais. Em uma declaração emitida ontem em Genebra, a entidade ressaltou que novas pesquisas estão sendo feitas para determinar a dimensão do risco. "Zika foi isolado no sêmen humano e há um caso de possível transmissão sexual pessoa a pessoa descrito", indicou a OMS. "Entretanto, mais evidências são necessárias para confirmar se o contato sexual é um meio de transmissão do vírus", afirmou a entidade.

Outra opção que é estudada pela OMS é a transmissão por sangue. "Zika pode ser transmitido por sangue, mas esse é um mecanismo pouco frequente."

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Microcefalia

O principal temor da OMS ainda reside na possível ligação entre a infecção e a microcefalia, disse a diretora-geral, Margaret Chan. "Os indícios são preocupantes", apontou, alertando ainda que sintomas neurológicos também têm sido registrados. "Pesquisas estão sendo feitas neste momento para tirar mais evidências sobre essa transmissão e entender melhor como o vírus afeta os bebês."

Apesar disso, a OMS insiste que não há indícios de transmissão pelo leite materno e apela para que as mães continuem amamentando. No que se refere às grávidas, a entidade em Genebra pede que as mulheres sejam "cuidadosas" e visitem os médicos antes de viajar para regiões afetadas. Mas não faz nenhum tipo de recomendação sobre adiar gravidez. A recomendação oficial é combater o mosquito e usar repelente e roupas longas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de um 1,6 milhão de casos suspeitos de dengue foram notificados no ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde. Um crescimento de 178% em comparação a 2014. Do total de casos de 2015, mais de 840 pessoas morreram – 80% mais óbitos que no ano anterior. Vivemos a maior epidemia de dengue desde os anos 1990.

Entretanto, não só de dengue vive o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Ele é, também, responsável pela transmissão da febre Chikungunya e o vírus Zika, que ao infectar gestantes pode causar aos bebês a má formação conhecida como microcefalia.

Os dados são alarmantes e, mais do que a dengue e a Chikungunya, a maior preocupação tem sido com o alto índice de crianças nascidas com microcefalia, principalmente em Pernambuco. O Zika vírus infectou ao menos meio milhão de brasileiros neste ano, de acordo com a estimativa mínima do Ministério da Saúde. Considerando expectativas de casos não informados, o número sobe para 1,4 milhão de pessoas contaminadas, segundo o Protocolo de Vigilância e Resposta à Microcefalia e ao Zika.

Infelizmente, em meio à crise política e econômica, os problemas na saúde pública se agravam com a epidemia dos vírus, lotando ainda mais os hospitais e levando a espera por atendimento a se arrastar por muitas horas. E no meio do caos, talvez a assertiva mais correta seja dizer que a população é vítima do seu próprio descaso.

Hoje, o exército está nas ruas para ajudar a combater o mosquito. 80% dos focos de reprodução estão nas casas, que, infelizmente, não conseguem ser vistoriadas pelos agentes de saúde ou pelos soldados porque os donos não liberam a entrada ou porque os imóveis estão fechados.

No final de 2015, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro da vacina contra a dengue. A vacina é considerada eficaz na prevenção dos quatro tipos de dengue, no entanto, não protege contra Chikungunya e Zika. Claro que algumas perguntas surgem diante da notícia: por que demorou-se tantos anos para buscar uma vacina para a dengue? A medicação será disponibilizada pelo SUS? E partir de quando será possível encontrá-la no mercado?

Ainda sobre a eficácia da vacina, um estudo que envolveu quase 21 mil crianças e adolescentes da América Latina e Caribe demonstrou que a vacina foi capaz de reduzir em 60,8% o número de casos de dengue.  Em outro estudo, feito com mais de 10 mil voluntários da Ásia, a vacina conseguiu reduzir em 56% o número de casos da doença. Ou seja, não é uma solução definitiva.

O fato é que a epidemia de Dengue, Chikungunya e Zika só irá diminuir caso a população mude de atitude, que envolve uma meta fácil: não permitir que haja água parada em pneus velhos, vasos de plantas, ralos e caixa d’água destampada. É em meio ao caos que a população tem que mostrar sua força. É preciso denunciar criadouros, entrar em imóveis fechados ou abandonados e acabar, de uma vez, com o que causa as três doenças: o mosquito.

Líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa admitiu, nesta quarta-feira (25), que o Governo Federal está preocupado com o impacto da prisão do líder da bancada governista, Delcídio do Amaral (PT-MS), no andamento das pautas previstas para a análise no Congresso Nacional. Em entrevista a imprensa na manhã de hoje, Humberto disse que todos os senadores estavam impactados com a prisão do correligionário, mas “por mais que o fato seja grave” não deveria “contaminar” a atividade legislativa.

“O governo está preocupado com isso, nós temos aí assuntos muito importantes que estão pautados e não queremos que essa pauta seja interrompida por esse fato, como eu disse, por mais grave que ele seja”, observou. “É importante registrar, em nada do que foi dito até agora, há qualquer tipo de envolvimento ou participação do governo”, acrescentou.

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Indagado se já havia um novo nome para liderar a bancada do governo, o petista negou. “Não. É uma coisa do governo”, resumiu. Na avaliação de Costa, a prisão não deve prejudicar o governo. “De tudo o que foi dito até agora, são questões que correm totalmente ao largo do governo”, pontuou.

Assim como os outros líderes da Casa, Humberto participa, neste momento, de uma reunião convocada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para deliberarem sobre o assunto. Colega de liderança de Delcídio, o pernambucano afirmou que vai avaliar as informações oficiais que devem chegar do Supremo Tribunal Federal a Casa. 

“Após a reunião dos líderes com o presidente da Casa nós vamos nos manifestar. Sem dúvida é um momento muito difícil até para a gente se expressar, mas vamos nos posicionar de forma clara e transparente”, informou.

Suspeito de envolvimento na Lava Jato, Delcídio do Amaral foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta. Delcídio foi citado na delação do lobista Fernando Baiano. Ele disso que o senador teria recebido US$ 1,5 milhão em espécie na operação de compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

O Ministério Público do Estado (MPE) entrou com ação na Justiça solicitando a indisponibilidade dos bens da Companhia Docas do Pará (CDP) das empresas Minerva S/A e Global Agência Marítima Ltda. A ação com pedido de liminar foi proposta pelo 2º promotor de Justiça de Barcarena, Antônio Lopes Maurício. A CDP e as empresas são apontadas como responsáveis pelos impactos do naufrágio de navio com cerca de 5 mil bois vivos.

Com o pedido de indisponibilidade, a promotoria pretende resguardar recursos para a mitigação dos impactos na área atingida por vazamento de óleo e pelo apodrecimento de carcaças de gado.

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Após protesto feito pelos moradores de Vila do Conde na manhã de segunda-feira (19), em frente à CDP, a assessoria de comunicação da companhia declarou que irá oferecer um subsídio no valor de um salário mínimo às famílias afetadas pelo desastre ambiental.

Para receber a indenização, as famílias precisam estar cadastradas pela Defesa Civil e listadas pelo Ministério Público Federal (MPF) na ação ajuizada sexta-feira (16) contra as empresas responsáveis pelas atividades portuárias e transporte de gado. 

A CDP é ré na ação junto com a empresa Global Norte Trade, responsável pela operação portuária, e com a distribuidora de alimentos Minerva Foods. Além da assistência aos moradores afetados, a Defensoria Pública, o MPF e o MPE solicitaram também, por meio da ação cautelar, a paralisação total das atividades no Porto da Vila do Conde até que o problema seja totalmente resolvido. Porém, a Justiça Federal ainda não tomou uma decisão sobre a questão.

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Histórico - No último dia 6, o navio Haidar, de bandeira libanesa, naufragou no porto da Vila do Conde com uma carga de 5 mil bois vivos e 700 mil litros de óleo diesel. Uma parte dos cadáveres dos animais foi levada pela maré a praias próximas, mas cerca de 4 mil cabeças de gado ainda permanecem submersas com a embarcação.

Duas semanas já se passaram e o navio continua naufragado no cais do porto da CDP. Moradores da área usam máscaras cirúrgicas para suportar o mau cheiro. Várias famílias tiveram suas rendas afetadas, pois dependiam da pesca no rio Pará ou de atividades nas praias de Vila do Conde. A contaminação também afetou o abastecimento de água potável da região e causou doenças e alergias.

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão do governo da Bahia responsável pela gestão de águas no Estado, confirmou a presença de alto teor de urânio em um poço da zona rural de Lagoa Real, no sudoeste do Estado.

O órgão analisou a amostra de água de uma cisterna aberta em fevereiro de 2013 pela Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (Cerb), em uma propriedade privada, a cerca de 20 km de distância do local onde ocorre exploração de urânio, no município vizinho de Caetité.

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Os resultados colhidos pelo Inema confirmaram os altos índices de contaminação que foram apontados em dois testes anteriores, realizados neste mesmo poço pela estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela exploração de urânio na região. O volume de metal encontrado na inspeção do Inema é quatro vezes superior ao limite estabelecido pelos órgãos de saúde para consumo humano.

O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso aos novos laudos, que foram realizados pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Ceped), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, a pedido do Inema.

Os resultados apontaram presença de 60 microgramas de urânio por litro de água, quando o limite para consumo humano estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de, no máximo, 15 microgramas por litro. Trata-se da mesma quantidade aferida no laudo da INB, em outubro do ano passado. A única situação em que seria permitido o consumo dessa água seria para matar a sede de animais, conforme estabelecem as regras do setor.

Os técnicos fizeram coleta em outro poço da região. Neste caso, a amostra apresentou 12,7 microgramas de urânio por litro, índice muito próximo ao limite para consumo humano, mas já superior à taxa de 10 microgramas por litro estabelecida para a irrigação em áreas que usem até 3.500 metros cúbicos de água por hectare.

A decisão de checar a qualidade da água em Lagoa Real foi tomada a partir da reportagem publicada pelo jornal no dia 22 de agosto. A matéria revelou que a INB já havia realizado duas inspeções no poço que se revelaria contaminado com alto índice de urânio - uma em outubro do ano passado e outro em março deste ano -, mas não comunicou a ocorrência aos órgãos de controle do Estado da Bahia ou da União, como Ibama, Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde ou Ministério do Meio Ambiente. Cada um desses órgãos só viria a saber do caso a partir da reportagem.

Somente em maio, sete meses depois de ter confirmado a alta presença de urânio no poço de Lagoa Real, a INB entregou os dois relatórios à prefeitura do município, que lacrou o poço imediatamente.

A INB declara que não comunicou o fato aos órgãos de controle porque a análise da água foi feita como um tipo de favor, para atender a uma solicitação do proprietário do sítio. A empresa alega que não há nenhuma influência de sua mineração na contaminação e que o poço está localizado a 20 km de distância da mina. A empresa sustenta ainda que há muito urânio naquela região e que, por isso, a presença do metal radioativo é algo natural, e não decorrente de suas operações na região.

Ao Estado, o coordenador de monitoramento dos recursos ambientais e hídricos do Inema, Eduardo Topázio, afirmou que era preciso confirmar a qualidade da água do referido poço, porque se tratava de uma denúncia específica atrelada àquele reservatório e que esta tinha de ser confirmada.

"Estamos, conjuntamente com o setor de Saúde do Estado e autoridades locais, fazendo uma atualização de poços não outorgados para verificarmos os usos e a qualidade da água na região, cruzando a sua localização com a ocorrência de minério de urânio na região", declarou Topázio.

Perguntado sobre uma terceira amostra que estava prevista, o especialista afirmou que houve dificuldades operacionais durante as inspeções e que o trabalho acabou se limitando a dois poços.

Lideranças sociais e ambientais que atuam na região cobram, há anos, um monitoramento da água consumida pela população. O governo baiano promete agora tomar medidas práticas para atender a esse pedido. Um projeto de fiscalização de águas subterrâneas está previsto para ser instalado em todo o Estado. Segundo Eduardo Topázio, esse projeto vai começar por Caetité.

O secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, disse que novas amostras de poços em toda região do urânio serão coletadas neste mês, para novas análises, e que a região terá o aguardado monitoramento constante da água.

O governador da Bahia, Rui Costa, anunciou a construção de uma unidade de tratamentos de câncer em Caetité, a qual tem previsão de ser entregue até o fim do ano que vem. A Secretaria de Saúde da Bahia reconheceu que, independentemente das causas, há uma incidência maior de casos de câncer na região que envolve Caetité e Lagoa Real, em relação à media de todo o Estado.

Um bebedouro de animais no distrito de Maniaçu, em Caetité (BA), apresentava já em 2013 indícios de urânio natural (U-nat) acima das medições históricas feitas havia anos no local pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A descoberta aconteceu antes dos testes que, no fim de 2014, encontraram sinais de U-nat na água de um poço no município vizinho de Lagoa Real, como revelou o jornal O Estado de S.Paulo com exclusividade no dia 22. A INB, porém, alega que os valores dos dois casos não são associados à atividade que comanda.

A empresa explora ali, há 15 anos, a única jazida do mineral em atividade na América Latina, e alimenta as Usinas de Angra 1 e Angra 2, no Rio. A medição acima da média foi obtida em um dos pontos do sistema de monitoramento nuclear mantido pela estatal, o LR001. Foi feita no terceiro trimestre de 2013. As informações sobre as medições acima do normal ali constam de relatório elaborado em resposta a pedido da reportagem de 2015, com base na Lei de Acesso à Informação.

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O episódio de Lagoa Real foi diferente do de Maniaçu. Sua investigação começou a pedido de moradores em uma propriedade privada, fora da área monitorada pela INB. Já o sistema de monitoramento da estatal faz medições periódicas em pontos determinados. É mantido por causa dos riscos ao meio ambiente e aos seres humanos representado pela radiação. Mede a presença de elementos radioativos como urânio natural (U-nat), rádio 226 (Ra 226), radônio, chumbo 210 (Pb 210) nas águas subterrâneas e pluviais, no ar, em sedimentos, nos alimentos. A contaminação radioativa pode causar mutações genéticas e doenças graves.

"A concentração de U-nat, na fração solúvel da amostra coletada no terceiro quadrimestre de 2013 (5,4E-01 Bq/L) está acima dos valores históricos", afirma o documento fornecido pela INB. "O máximo encontrado até então, nessa fração, tinha sido de 5,OE-01 Bq/L no segundo quadrimestre de 2012."

O texto aponta ainda que o ponto LR001, onde foi constatada a contaminação, "representa, atualmente, um pequeno tanque que foi feito dentro da antiga lagoa". Ali, durante os períodos de grande estiagem, a água chega quase a secar, afirma o documento. "Esse tanque recebe água somente de chuva e drenagens pluviais e é usado somente para dessedentação de animais (ou seja, é destinado a dar de beber a criações da região). Esse ponto pertence a uma bacia hidrográfica que não está relacionada a possíveis contribuições da URA", diz o texto.

Resultados normais

A INB afirma que outras medições envolvendo elementos radioativos tiveram resultados normais ali. "As concentrações de atividade de U-nat e Pb-210 (chumbo 210) obtidas nas amostras coletadas em 2013 no ponto LR001, sedimento, estão dentro da faixa dos valores históricos para as amostras de sedimento."

Também em 2013 o mesmo ponto LR001, segundo a INB, registrou medições de rádio em aerossol (Ra-226 no ar) acima dos valores históricos do local, mas dentro da variação em outros pontos. Por isso, não haveria anormalidade, nem perigo. "As concentrações de atividade dos radionuclídeos U-nat e Pb-210 encontradas no ponto LR001 em 2013 estão de acordo com os valores históricos. A concentração de Ra-226 encontrada na amostra de 2013 está acima dos valores históricos do ponto, mas dentro da faixa das concentrações encontradas em outros pontos", diz o texto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A suspeita de contaminação de atletas norte-americanos pela poluição das águas da Lagoa Rodrigo de Freitas foi debatida no segundo dia de reuniões da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (Cocom) nesta terça-feira, no Rio. Segundo informações da agência de notícias Associated Press (AP), médicos da delegação dos Estados Unidos suspeitam que 13 atletas do país que participaram do evento-teste de remo, na última semana, sentiram problemas estomacais depois do contato com a água.

Ao deixar a reunião, que conta com membros de todas as esferas de governo envolvidas na organização dos Jogos de 2016, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu que foi cobrado pelo assunto - a limpeza da Lagoa, que será palco das provas olímpicas, é responsabilidade do Estado. Mas afirmou que ainda não é possível comprovar que os atletas foram contaminados em consequência do contato com as águas da Lagoa.

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"Eles (o COI) não têm certeza se foi problema de água. Falam também (de problemas) na alimentação", contou o governador. "Os testes da água mostraram que estava apta para a prova. A condição de limpeza está muito abaixo da resolução do Conama (o Conselho Nacional do Meio Ambiente) para o uso para banho."

O governador considerou ainda que o evento-teste do remo, assim como o de triatlo, realizado há duas semanas, foi um sucesso, e motivou elogios dos membros do COI. "A gente passou bem no triatlo e no remo. Vamos fazer alguns ajustes, é natural, os eventos-teste servem para isso mesmo."

O incêndio que começou na quinta-feira no pátio da Ultracargo, em Santos, provocou a contaminação da água do canal do estuário e pode ser a causa da morte de milhares peixes. É o que indica relatório preliminar da empresa enviado à Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e divulgado na noite de domingo, 5. O documento também aponta alteração na qualidade do ar. Nesta segunda-feira, 6, equipamento do Exército deve monitorar o ar na região.

Segundo o gerente da Agência Ambiental da Cetesb em Santos, Cesar Eduardo Padovan Valente, "a água usada para conter as chamas foi despejada no estuário pelo sistema de escoamento da Ultracargo contaminada com combustível, provocando alteração da temperatura e saturação do oxigênio, provavelmente causando a morte dos peixes". Entre os animais mortos estão bagres, garoupas e espécies com até 70 centímetros de comprimento. Uma empresa recolhe os peixes mortos.

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Ainda no domingo, dos seis tonéis que armazenam combustíveis atingidos pelo fogo, dois permaneciam em chamas.

"Na página da Cetesb na internet, a qualidade do ar na região do incêndio está classificada como N3-Ruim", diz o meteorologista Ivan Gregório Hetem. Segundo ele, a fumaça é mais preocupante do que uma possível chuva ácida. "A fumaça que está sendo inalada na área do incêndio tem concentrações de SO2 (dióxido de enxofre) muito acima das recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. O limite é 40 e o verificado lá é maior do que cem. A melhor providência é se afastar do local."

O dióxido de enxofre - mesmo gás expelido por veículos - é formado a partir da queima da gasolina. Ao reagir com a umidade do ar, ele se transforma em ácido sulfúrico.

A secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, esteve no local anteontem e falou sobre possíveis penalidades à Ultracargo. "Existe uma legislação estadual. E também é possível aplicar o Decreto Federal nº 6.514. A multa chegaria a R$ 50 milhões, mas aplicação depende de análise mais detalhada."

Medo

O temor dos moradores é fortalecido por especulações, principalmente nas redes sociais. Em nota, a prefeitura de Santos informou que o secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, determinou uma investigação "para apurar a autoria de diversos boatos criminosos". Os responsáveis pelas mensagens falsas "serão responsabilizados criminalmente", segundo a prefeitura.

O maior receio da população é sobre uma possível chuva ácida. "Ela faz mal à saúde. Por isso, deve-se evitar a exposição. Em uma chuva forte, a nuvem carregada vem de outro lugar e desaba. Como as gotas são grandes, dão uma espécie de 'abraço' no ácido, que é diluído e empurrado para o solo. E o ar fica limpo", diz Hetem. Segundo o meteorologista, porém, a concentração de ácido é maior em uma chuva fraca.

Em Santos, por enquanto, está descartada a possibilidade de retirada dos moradores das imediações do terminal da Ultracargo. "Os produtos químicos que poderiam causar dano à população já foram retirados dos tanques próximos do incêndio", diz o coordenador da Defesa Civil estadual e chefe da Casa Militar do Estado, José Roberto Rodrigues Oliveira. "Todos os órgãos envolvidos estavam totalmente preparados, caso houvesse risco de vazamento de fumaça tóxica na atmosfera, para remover aproximadamente 400 pessoas da Alemoa."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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