Sim, ‘se puede’. A seleção que começou a Copa do Mundo no grupo da morte e candidata a saco de pancadas virou zebra e agora sensação da competição. Venceu a Itália com determinação e qualidade, é líder, se classificou antecipadamente para as oitavas de final e de quebra eliminou a Inglaterra.
O jogo foi morno e a alegria da torcida das arquibancadas foi mais empolgante que os ataques das duas equipes. Pirlo ainda tentou armar jogadas para a seleção italiana, mas Bolanos e Ruiz foram mais decisivos e levaram a sua seleção à vitória, igualando a melhor campanha da Costa Rica em copas. Em 1990, no ano em que estreou em mundiais, a seleção centro-americana também conseguiu duas vitórias na primeira fase.
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Poucas chances claras, pênalti não marcado e gol do camisa 10
A empolgada “Ola” nas arquibancadas indicou que o primeiro tempo não teve tantas emoções assim. Pelo menos até os 42 minutos, quando Campbell avançou em velocidade para cima dos dois zagueiros italianos e foi derrubado por Chiellini. Pênalti não marcado pelo árbitro Enrique Osses. Mas o castigo veio dois minutos depois, quando Ruiz aproveitou cruzamento de Diaz e fez o primeiro gol do jogo.
O jogo começou com muitos estudos e poucas chances no ataque. A Costa Rica foi melhor nos primeiros minutos e teve duas oportunidades de gol em bola parada, aos 6 e 15, em cobranças de escanteio. O segundo originado por um recuo esdrúxulo de Marchisio para Buffon.
A Itália esboçou uma reação a partir dos 26. Pirlo, jogador mais lúcido do meio-campo Azurri, lançou para Balotelli, que ajeitou para o brasileiro Thiago Motta finalizar à esquerda de Navas.
Pirlo ainda armou outras duas jogadas perigosas dos italianos. Aos 30, quando fez um lançamento magistral para Balotelli, que ganhou na corrida e tentou encobrir o goleiro, mas a bola saiu fraca e nem chegou a sair pela linha de fundo. Aos 33, lançou para Thiago Motta, que raspou de cabeça e deixou Balotelli livre para finalizar. Ele bateu eo goleiro deu rebote, mas Marchisio não conseguiu chegar e o próprio Navas segurou.
Só Pirlo criava, enquanto seus companheiros não conseguiam acertar. E foi nos erros da Itália que a Costa Rica apostou para criar suas jogadas ofensivas. Aos 35 e 38, em saídas erradas, dois lances de perigo para os costarriquenhos. Nenhum tão importante quanto aos 42, quando De Rossi recuou errado e Campbell saiu na cara no gol. Marchisio o derrubou com falta e o juiz não marcou o pênalti, para revolta de Jorge Luis Pinto.
O castigo veio logo depois. Diaz apareceu pela esquerda e cruzou para Ruiz na segunda trave. Ele cabeceou forte, sem chance para Buffon. A bola ainda quicou dentro e saiu, mas o árbitro nem deve ter precisado da tecnologia da linha do gol para confirmar.
Ataque sem inspiração. Defesa sólida
Atrás do placar, a Itália tinha que ir com tudo para o ataque. E foi. Mas, sem nenhuma inspiração e com o cerebral Pirlo cansado, o ataque produziu quase nada. Nos primeiros minutos, Darmian e Pirlo, em falta inexistente, obrigaram Navas a fazer defesas, porém, sem maiores dificuldades.
A Itália até dominou o jogo, com posse de bola, mas os erros de passe no ataque fizeram do segundo tempo um jogo de ataque que não acertava nada contra defesa que não deixava nada passar. Ainda houve tempo para “olés” de Ruiz e Bolanos, os dois jogadores mais habilidosos do time. Campbell até prendeu bem a bola, mas não mostrou a mesma desenvoltura do primeiro jogo.
O lance que representa os erros da Itália na etapa complementar pode ser o voleio bisonho de Insigne aos 36, quando recebeu lançamento, matou bonito no peito, mas terminou a jogada envergonhando a camisa da Azurra.
A única chance clara de alterar o placar foi para a Costa Rica. Aos 37, Urena aproveitou uma rebatida de Diaz na defesa e partiu com apenas Chiellini pela frente. Mas o zagueiro italiano conseguiu cortar quando o atacante limpava para bater.
Ficha do Jogo:
Itália: Buffon, Darmian, Barzagli, Chiellini e Abate; De Rossi, Pirlo, Thiago Motta (Cassano), Candreva (Insigne) e Marchisio (Cerci); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli
Costa Rica: Navas, Gamboa, González, Duarte, Umana e Diaz; Tejeda, Borges, Bolanos e Ruiz (Brenes); Campbell (Urena). Técnico: Jorge Luis Pinto
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Assistentes: Carlos Astroza (Chile) e Sérgio Roman (Chile)
Gols: Ruiz, aos 44 do primeiro tempo
Cartões amarelos: Balotelli
Público: 40.285