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Candidato à reeleição, o prefeito Bruno Covas (PSDB-SP) propôs, no plano de governo entregue à Justiça Eleitoral, transformar o Hospital Bela Vista, no centro, em unidade de atendimento exclusiva para moradores de rua - modelo inexistente na rede e considerado ilegal por especialistas ouvidos pelo Estadão.

A campanha de Covas informou que o Hospital Bela Vista não terá atendimento exclusivo a moradores de rua, como está escrito no plano de governo, mas, sim, atendimento preferencial. Após ser questionada pela reportagem, a campanha informou que vai alterar o texto do plano de governo.

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Reinaugurado em abril para atender pacientes com covid-19, o equipamento já conta com 20 leitos dedicados à população sem-teto desde o mês passado. No total, são 118 vagas que, segundo o plano, ficariam reservadas ao tratamento apenas de pessoas em situação de rua.

Na avaliação do promotor de Justiça Arthur Pinto Filho, especializado em saúde pública, a proposta é discriminatória e, portanto, ilegal. "Agora a discriminação não se dá pela doença, mas pela questão social", afirmou. A ilegalidade está, segundo Arthur Pinto Filho, no artigo 196 da Constituição Federal, que classifica a saúde como direito de todos e dever do Estado, responsável por promover "acesso universal e igualitário às ações e serviços".

O promotor também citou o inciso IV do artigo 7.º da Lei Orgânica da Saúde, que determina ao Sistema Único de Saúde (SUS) atender mediante "igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie".

Símbolo da atenção à população de rua, o padre Júlio Lancellotti, vigário episcopal da Pastoral do Povo da Rua, defendeu a proposta. "Não é um hospital único para atender 'diferenciados'. É um hospital para atender a área central e também aprofundar questões (ligadas às condições de vida na rua)", afirmou Lancellotti. "Achamos que é uma coisa boa porque pode, inclusive, aprofundar estudos sobre patologias específicas da população de rua."

Higienista

Secretário nacional de Assistência Social durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Marcelo Reis Garcia disse que a proposta é um equívoco sob todos os pontos de vista. "Isso seria puro segregacionismo. As políticas desenvolvidas para a população de rua devem ser baseadas na inclusão."

Para o assistente social, um hospital exclusivo para moradores de rua representaria ainda uma prática higienista. "O que faremos em seguida? Criar um hospital para prostitutas? Vamos segregar tudo o que a sociedade não gosta?", questionou.

Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Mário Scheffer disse que hospitais podem ser referência em determinados tratamentos ou mesmo populações, como mulheres, mas não podem escolher quem atender de acordo com a condição social. Scheffer ressaltou que toda unidade do SUS deve estar aberta para receber um morador de rua. "Isso é reforçado pela Lei 13.714, de 2018, que assegura o direito dessa população à saúde integral, de ser atendida sem necessidade de comprovar domicílio", disse.

Os problemas de saúde relacionados à população de rua, ainda de acordo com o professor, podem ser tratados, em sua maioria, nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou nos consultórios de rua ligados à atenção primária. "Um hospital exclusivo não tem justificativa técnica nem ética. Parece uma proteção adicional, mas não é. Com ele, cria-se uma espécie de 'apartheid hospitalar'." Segundo o censo mais recente da Prefeitura, realizado ano passado, a capital tem 24 mil moradores de rua. A contagem, porém, não levou em consideração pessoas que vivem debaixo de viadutos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em uma articulação pública, via Twitter, o prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, decidiu avalizar o projeto de lei do vereador Eduardo Suplicy (PT) que garante um auxílio emergencial de R$ 100 por três meses para cada integrante de família beneficiada pelo Bolsa Família, vendedores ambulantes, trabalhadores informais e outros prejudicados pela pandemia do novo coronavírus durante três meses. A medida poderia beneficiar até 1,7 milhão de pessoas.

O presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), garantiu que o projeto será votado até o dia 22. Outros candidatos à Prefeitura criticaram a medida de Covas. Ao todo, seis concorrentes apresentaram propostas de programas de transferência de renda para amenizar o efeito das. Atual líder das pesquisas, Celso Russomanno (Republicanos) tem levado o tema para seu programa de TV, tentando mostrar afinidade com o governo federal na matéria.

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O marqueteiro de Russomanno, Elsinho Mouco, apontou interesses eleitorais na medida e manteve o discurso segundo o qual a viabilização do projeto depende da renegociação da dívida do município com a União. Russomanno conseguiu um fato inédito, unir o Suplicy do PT com o 'BrunoDoria' do PSDB. O que não faz um líder de campanha", disse Mouco.

O projeto que será votado na Câmara, no entanto, não depende de recursos federais. Segundo a nota técnica feita pelo gabinete de Suplicy, estarão aptos a receber o auxílio os 1,65 milhão de beneficiários do Bolsa Família além de outros 50 mil inscritos no programa Tô Legal, da Prefeitura, totalizando 1,7 milhão de pessoas. O custo por três meses de auxílio é de R$ 510 milhões e o projeto prevê a prorrogação do auxílio.

O dinheiro sairia dos 16 fundos municipais que tiveram as receitas desvinculadas para serem usadas em caráter emergencial durante a pandemia. O saldo destes fundos no dia 31 de maio era de R$ 2,3 bilhões.

"Covas quer compensar quatro anos de descaso com a periferia com um tuíte às vésperas das eleições. Nós sempre defendemos a proposta de uma renda solidária e propusemos que ela fosse implementada desde o início da pandemia", disse Josué Rocha, coordenador da campanha de Boulos, outro que propôs um programa do tipo.

O projeto de Suplicy já foi colocado na pauta da Câmara Municipal para votação por duas vezes, mas em nenhuma delas houve votos suficientes para a aprovação. O vereador afirmou que, depois disso, passou a apelar diretamente para Covas.

"Fiz um apelo, até mandei um vídeo para o Bruno Covas, e fui ter um encontro com o secretário da Fazenda, da Casa Civil, e mostrei a eles que é viável, são só três meses, R$ 100 por mês". disse Suplicy.

Segundo o presidente da Câmara, o projeto de Suplicy será votado em primeiro turno no dia 20 e em segundo turno no dia 22. Ao Estadão, ele se mostrou confiante quanto à aprovação. "Vamos sim conseguir aprovar o projeto porque haverá uma união de esforços na Câmara Municipal tanto da situação quanto da oposição para que a votação seja bem sucedida", disse Tuma.

Candidato à reeleição, o prefeito Bruno Covas (PSDB), quer comprar quase meio milhão de tablets para colégios da periferia, destaca o Estadão. Ao menos 108.940 seriam entregues até dois dias antes do primeiro turno.

A proposta foi barrada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) anteontem. Uma reunião entre técnicos da Prefeitura e do tribunal vai ocorrer hoje para discutir o processo. A compra seria por meio de um pregão eletrônico, em que fornecedores fazem um leilão às avessas para oferecer os 465,5 mil equipamentos. Vence quem oferecer o menor preço. O acesso à internet dos tablets depende de outra de licitação, para aquisição de chips das operadoras de telefonia.

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A proposta original previa que, feita a licitação, 46 mil tablets fossem entregues em até 30 dias e outros 63 mil em até 45 dias, ou seja, até 13 de novembro, 48 horas antes do primeiro turno. O restante ficaria para depois do segundo turno, até o mês de janeiro.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que "repudia veementemente a tentativa de politização de uma medida administrativa". Segundo o governo, havia uma proposta para comprar tablets para alunos a partir de 2021, que foi antecipada devido à pandemia do novo coronavírus.

Os alunos da rede municipal estão sem aulas presenciais há seis meses devido à covid-19. A falta de estrutura para acompanhar as atividades online oferecidas pela Prefeitura é uma das justificativas para aquisição dos equipamentos.

A rede municipal tem cerca de 1,3 milhão de alunos. Cerca de um terço deles receberiam o equipamento. A compra é para escolas de Campo Limpo, Capela do Socorro, Santo Amaro e Ipiranga (zona sul); Penha, Itaquera, Guaianases, São Miguel Paulista e São Mateus (zona leste) e Freguesia do Ó, Jaçanã, Tremembé, e Pirituba (zona norte).

A oposição a Covas na Câmara Municipal chama a medida de "eleitoreira". "Chegamos a fazer requerimentos para a compra desses equipamentos para os alunos no começo da pandemia porque muitos deles não estão conseguindo estudar. Mas deixar para fazer isso na véspera da eleição é uma medida claramente eleitoreira", disse o vereador Alfredinho, líder da bancada do PT. Covas figurou em segundo lugar na pesquisa de intenção de votos do Ibope publicada há duas semanas pelo Estadão.

Relatório

O TCM barrou o edital após apontar 19 irregularidades. Entre elas, a falta de critérios sobre como os fornecedores devem agir caso tablets tenham defeito de fabricação ou precisarem de manutenção. A mesa técnica que reunirá os representantes do órgão e da Secretaria Municipal de Educação hoje será transmitida pela internet, fato inédito - encontros do tipo, antes da pandemia, eram feitos a portas fechadas. O objetivo da reunião é esclarecer os apontamentos, feitos pelo conselheiro Maurício Faria. 

A Prefeitura de São Paulo pretende testar todos os alunos e professores da rede municipal de ensino antes da volta efetiva das aulas, prevista para 3 de novembro na capital. A primeira fase de exames sorológicos começa em 1º de outubro com alunos de 9º ano do fundamental e da 3ª série do ensino médio, além dos docentes. Eles serão testados nas próprias escolas. O anúncio do censo sorológico foi feito ontem pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).

Segundo o Estadão apurou, a secretaria municipal de Educação quer dar prioridade a volta em novembro para professores e estudantes que já tenham anticorpos para o coronavírus. Mesmo assim, quem tiver resultado negativo não será impedido de retornar às atividades presenciais. "A intenção é voltar com segurança", disse Covas.

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A medida pode ajudar a acalmar os ânimos principalmente de sindicatos de docentes que defendem a volta às aulas apenas depois da vacina e ameaçam fazer greve. Pais de alunos também estão reticentes em autorizar o retorno presencial com medo da contaminação pelo novo coronavírus.

A expectativa da Prefeitura é de que 20% dos alunos já tenham anticorpos, seguindo o que foi identificado no inquérito sorológico das crianças feito na cidade. O estudo mostrou que 18,4% do estudantes da rede municipal já teriam sido infectados com a covid. A estimativa é de que 244.242 alunos já desenvolveram anticorpos.

Assim, seriam esses 20% os escolhidos para iniciar a volta às aulas, justamente autorizada com 20% dos estudantes de cada escola na cidade. A Prefeitura já tem à disposição 180 mil testes para a primeira etapa, que deve durar 15 dias. Serão testados cerca de 90 mil estudantes e 90 mil professores. Depois disso, segundo Covas, novos acordos com laboratórios vão ser fechados para examinar um total de 102 mil professores e 670 mil alunos da rede. O procedimento todo vai durar cerca de 40 dias. Os bebês e crianças de 0 a 3 anos são os únicos que farão os testes em unidades de saúde, onde também terão a carteira de vacinação atualizada.

Dúvida

O professor de infectologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Edimilson Migowski considerou a iniciativa da Prefeitura importante, mas explicou que se a pessoa se infectou pelo coronavírus há muito tempo pode não ter mais anticorpos detectáveis. "Acho legal fazer (a testagem), porque é um dado adicional. Quem testar positivo, ótimo, provavelmente está protegido. Quem testar negativo, pode ou não estar suscetível", explicou.

Para Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e epidemiologista, qualquer retomada de atividades deve vir acompanhada de um protocolo de testagens. "A iniciativa de testar todos os estudantes e professores antes de retomar às aulas é uma ótima ideia e tem de ser elogiada", disse. O especialista também explicou que a testagem deve ser usada de forma contínua e que cada vez que ocorra uma contaminação na escola deve haver um protocolo de ação previamente pensado. Além disso, Hallal ressaltou a importância das medidas de distanciamento, uso de máscaras e lavagem frequente das mãos.

Já Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), considerou a testagem de professores e alunos "paliativa". "Se der positivo, indica que a pessoa teve em algum momento atrás, mas não que a pessoa está com a doença. Ela tem uma resposta imune ao vírus, mas não detecta a presença do vírus. Ou seja, se a pessoa estiver transmitindo, esse teste não é suficiente para saber isso." Para ele, os testes de PCR são mais efetivos.

Além da volta às aulas, prevista para novembro, a Prefeitura já autorizou o retorno presencial de escolas públicas e particulares da capital em 7 de outubro. As unidades de ensino devem promover atividades extracurriculares neste momento. 

O prefeito Bruno Covas (PSDB) afirmou nesta sexta-feira (11) que as escolas municipais de São Paulo estão preparadas para retomar atividades presenciais, com medidas contra a covid-19 como distribuição de kits de higiene, merenda em formato de "prato feito" e promessa de transmissão ao vivo de aulas em 100% das unidades até dezembro. A decisão sobre o retorno, no entanto, só deve ser anunciada na próxima semana, após resultado do último inquérito sorológico na cidade.

Municípios paulistas há mais de 28 dias na fase amarela (nível 3 de 5 etapas do plano de reabertura do governo estadual) receberam autorização do governador João Doria (PSDB) para reabrir as escolas para atividades de reforço escolar nesta semana. Já a volta às aulas ficou para 7 de outubro, pela regra, na primeira etapa, o limite deve ser de 35% dos estudantes. Os prefeitos poderiam ser mais restritivos e vetar esse retorno - Covas, porém, não autorizou o retorno na capital, mas diz ter equipado as unidades.

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Segundo a Prefeitura, as escolas terão 6,2 mil termômetros para medir a temperatura dos estudantes. Cada aluno da rede também vai receber um kit de higiene, com três máscaras de tecido, álcool em gel e sabonete, além de caneca para usar os bebedouros. Ao todo, 760 mil kits foram adquiridos, segundo administração municipal. Por sua vez, os professores receberão 75 face shields - os protetores faciais. O investimento previsto seria de R$ 32,1 milhões, de acordo com a gestão Covas.

"Caso tenhamos autorização para retornar às aulas, as escolas municipais estão tão preparadas quanto qualquer unidade da rede privada, sem deixar a desejar em proteção", afirmou Covas durante agenda em uma escola da Vila Curuçá, região de São Miguel Paulista, no extremo da zona leste, nesta manhã.

No local, a Prefeitura expôs uma sala de aula com basculantes abertos e parte das carteiras interditada por fita zebrada. Segundo o modelo, os alunos devem ser distribuídos em uma fileira sim e outra não. Na vertical, também há distância de uma cadeira vazia a cada dois estudantes.

O secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, afirma que as unidades vão, ainda, suspender o modelo de "self service" na hora da merenda para reduzir riscos de contaminação por coronavírus. "Vai ser só PF", diz.

De acordo com Caetano, mais de 530 unidades da rede passaram por reformas neste ano para melhorar aspectos como ventilação, sistema elétrico e hidráulico. Cada escola também teria recebido, por repasse direto, entre R$ 15 mil e R$ 20 mil para adquirir equipamentos de segurança, como, por exemplo, tapetes sanitizantes. "A gente entende que é importante dar autonomia para as escolas."

Para realizar transmissão ao vivo das aulas, a Prefeitura diz ter instalado cabos de rede nas 13 mil salas municipais de ensino infantil, fundamental e médio. Em outubro, 1/3 das salas devem ser equipadas com computador do professor, tela, projetor, caixa de som e internet banda larga. Em novembro, mais 1/3. Assim, em dezembro, 100% dos espaços estariam preparados para classes à distância, segundo o cronograma da gestão Covas.

"A instalação precisa ser escalonada, porque a gente não consegue fazer tudo de uma vez", diz Caetano. Segundo a Prefeitura, o investimento previsto é de R$ 160 milhões.

Ainda de acordo com o secretário, assim que as aulas forem retomadas, os alunos da rede serão submetidos à exame de diagnóstico para medir quais conteúdos ficaram prejudicados com a paralisação das atividades presenciais. "A ideia é saber o que ele aprendeu e o que ele não aprendeu, e fazer um grande esforço de recuperação escolar", afirma.

Covas diz que só irá confirmar o retorno após autorização da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Sanitária. A expectativa é que a decisão seja informada na semana que vem, quando se encerra a terceira etapa do inquérito sorológico com alunos das redes privada e pública.

Questionado, o prefeito evitou dizer quais critérios da investigação serão adotados para fundamentar a decisão sobre as escolas. "Não há um dado específico, o inquérito é analisado como um todo", diz. "Todos os dados serão usados para chegar à conclusão se deve ou não retornar às aulas.

"A vontade nossa é voltar o quanto antes possível, mas não se trata da vontade do prefeito ou do secretário de educação. Ninguém aqui está discutindo a importância da educação para o País ou o quanto ela é transformadora e geradora de oportunidades para todos. A gente está discutindo vidas."

Por vaga em creche, Covas amplia transporte escolar

Na ocasião, Covas também anunciou que vai incluir crianças de zero e três anos, que estão na fila da creche, no transporte escolar gratuito. Segundo explica, trata-se de estratégia da Prefeitura para ocupar 6 mil vagas na rede que não estão preenchidas porque a criança mora a mais de 1,5 quilômetros de distância.

O deslocamento, no entanto, será de no máximo cinco quilômetros, de acordo com a gestão. "Assim, a gente vai ampliando até que chegue a 85 mil vagas preenchidas no fim do ano, que é a nossa meta para estes quatro anos", afirma.

O inquérito sorológico realizado pela Prefeitura de São Paulo com 6 mil estudantes entre 4 e 14 anos da rede municipal apontou que 16,1% têm anticorpos para o novo coronavírus. Do total, 64,4% são assintomáticos para a Covid-19, dado que preocupa a gestão pela possibilidade de disseminação.

O levantamento motivou o prefeito Bruno Covas (PSDB) a descartar um retorno em setembro em todas as redes de ensino, mesmo com liberação do governo estadual, por identificar as crianças e adolescentes sem sintomas como potenciais disseminadores da doença. A volta às aulas em outubro ainda será avaliada a partir de dados de outros três inquéritos, que incluirão também alunos de instituições privadas e estaduais e informações de contaminação dentro das mesmas famílias.

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"O retorno às aulas dessas crianças seria temerário em uma momento desses, que estamos controlando a doença em São Paulo", disse Covas durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 18. "Nesse momento, a volta às aulas representaria, pelo o que pensa a Secretaria da Saúde, a Vigilância Sanitária, um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença na cidade."

Para o prefeito, medidas para evitar a contaminação são mais difíceis de terem sucesso no ambiente escolar. "É muito mais complicado manter o distanciamento dentro da sala de aula, da escola, do que em bares, restaurantes, supermercados, lojas, estabelecimentos já autorizados para o retorno."

Outro dado que preocupa a Prefeitura é a estimativa que 25,9% dos alunos da rede municipal moram com pessoas acima dos 60 anos, grupo de risco da covid-19. "Estamos falando de 250 mil crianças que moram muito provavelmente com avôs, avós, tios e tias com mais de 60 anos e, portanto, podem agravar disseminação da doença nessa faixa etária da população, que é a que tem o risco de maior vulnerabilidade", ressaltou Covas. "Retomar as aulas nesse momento, para a Prefeitura de São Paulo, significaria a ampliação do número de casos, a ampliação - em consequência - do número de internações e do número de óbitos."

O prefeito exemplificou que seria pouco eficaz fazer medição de temperatura na porta das escolas, pois a maioria dos casos são assintomáticos. "Não vai apresentar que está febril, não vai mostrar que está com febre, mas vai estar contaminada, às vezes com a mesma carga viral de um adulto", afirmou. "Portanto, algumas medidas de restrição não serão aplicáveis, já que dois terços é de assintomáticos, um número maior do que mostra o inquérito sorológico da população como um todo (de 42,5% em pessoas com 18 anos ou mais)."

O inquérito colheu amostras de sangue venoso (com extração de soro) de 2 mil alunos do ensino infantil, 2 mil do ensino fundamental I e outros 2 mil do ensino fundamental II, todos escolhidos de forma aleatória. O procedimento ocorreu entre 6 e 10 de agosto. Ao todo, a rede municipal tem 675.922 matriculados entre 4 e 14 anos.

Pela margem de erro, a prevalência varia entre 14,7% e 17,5%. Na divisão por etapas de ensino, houve pequena variação: 16,5% entre alunos de 4 e 5 anos, 16,2% entre aqueles de 6 a 10 anos e 15,4% para os de 11 a 14 anos. "Os pais saíram para trabalhar, voltam do trabalho, passam a contaminação para as crianças, que são assintomáticas e colocam em risco os idosos com quem convivem nas casas", apontou o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.

Como apontado nos inquéritos com adultos, a doença atingiu mais alunos pretos e pardos (17,8%) do que brancos (13,7%). Do total de crianças e adolescentes ouvidos, 74,1% fizeram distanciamento total, enquanto 24,1% praticaram parcialmente e 1,8% não realizou. Além disso, 76,7% utilizam "sempre" máscaras em local público, 14,1% usam "a maioria das vezes", 5,7% usam "de vez em quando", 1,5% não utiliza e 2,1% não frequenta espaço público.

"Esses dois dados são muito importantes porque mostram que, mesmo com a adesão ao distanciamento e a adesão ao uso das máscaras, nós tivemos um contingente bastante expressivo de crianças que tiveram o vírus e se mostraram assintomáticas", destacou o secretário.

Esse foi o quinto inquérito sorológico divulgado pela gestão municipal. Os demais foram focados na população adulta. O último, divulgado em 13 de agosto, apontou que 10,9% da população maior de 18 anos tinha anticorpos para o novo coronavírus.

Governo de SP permite reabertura em setembro, mas decisão é das prefeituras

A reabertura de escolas está permitida pelo governo estadual para a partir de 8 de setembro nas regiões que estão em fase amarela há mais de 28 dias, caso da cidade de São Paulo. Durante o anúncio da medida, o governador João Doria (PSDB) chegou a ressaltar que o retorno é opcional e decidido pelas prefeituras.

A retomada em setembro é focada em atividades de acolhimento, recuperação, atividades físicas, tutoria e aulas em laboratório, enquanto a data oficial de retorno é 7 de outubro. O funcionamento está condicionado ao cumprimento de protocolos sanitários.

Segundo Covas, a Secretaria Municipal de Educação anunciará novas medidas nesta semana para atender as crianças da rede municipal com atividades à distância nas próximas semanas.

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nessa quarta-feira (12), em primeiro turno, o projeto de lei do prefeito Bruno Covas (PSDB) que reajusta em até 39,8% pagamentos a policiais militares que atuam no combate a camelôs por meio da Operação Delegada (o chamado "bico oficial"), além de tornar anuais as correções do valor pago aos PMs.

Com a medida, Covas, pré-candidato à reeleição, atende a uma reivindicação dos PMs, eleitorado identificado com o bolsonarismo e crítico ao governador do Estado, João Doria (PSDB), de quem Covas é aliado.

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O apoio do grupo é disputado pelo ex-governador Márcio França (PSB), pré-candidato à Prefeitura. Na campanha de 2018, França já havia adotado medidas para agradar a policiais, como ampliação do porte de fuzil para a PM e uma série de homenagens a agentes de segurança.

A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que governantes não podem conceder reajustes para aumentar os gastos com pessoal quando falta menos de seis meses para o fim do mandato. Como os PMs são funcionários do governo do Estado, o pagamento da Prefeitura não é tido como salário e, por isso, fica fora do alcance deste dispositivo legal.

A aprovação se deu por votação simbólica, quando os votos dos vereadores não são computados individualmente. O texto era um projeto substitutivo, da Comissão de Finanças, a um projeto de lei que Covas havia enviado ao Legislativo em 2018, mas que estava na gaveta. Antes da sanção de Covas, o projeto terá de passar por segunda votação.

O texto original previa reajuste de 12,9% na gratificação dos praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) e de 9,8% para os oficiais. Já o substitutivo aumentou o reajuste para 35,8% no caso dos praças e para 39,8% no caso dos oficiais. Desta forma, o pagamento dos praças passa de R$ 21,25 para R$ 28,87 por hora, enquanto o dos oficiais vai de R$ 25,50 para R$ 35,66 por hora. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado desde o último aumento, em outubro de 2015, quando Fernando Haddad (PT) era prefeito, foi de 22,29%.

Outra mudança é que o reajuste passa a ser calculado a partir da Unidade Fiscal do Município (UFM), um índice reajustado a cada ano. Assim, Covas garantiu que o aumento aos PMs ocorra anualmente.

Por meio de nota, a Prefeitura negou a vinculação política da medida. "A Prefeitura repudia qualquer tentativa de vinculação e exploração política em um ato legítimo e necessário para manutenção de um importante programa na área da segurança pública", afirma o texto, que ressalta ainda que "a remuneração estava defasada".

Na Câmara, as bancadas de oposição decidiram não se opor. "A gente não vota contra aumento de servidor. Mas esse é um projeto claramente eleitoreiro", disse o vereador Alfredinho (PT), líder da bancada. O vereador Celso Giannazi (PSOL) afirmou que protocolaria um projeto para que o aumento também seja dado aos guardas-civis municipais, que também combatem comércio irregular.

Líder do governo, o vereador Fabio Riva (PSDB) argumentou que "a Prefeitura vinha tendo dificuldade de preencher todas as vagas" para a função, daí a necessidade do reajuste. "A gente tem uma dotação (no orçamento) para isso, e não usaria todo o valor", disse o vereador. O presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), afirmou que a iniciativa de pautar o projeto nesta semana foi dele, e não do prefeito. "É uma reivindicação justa dos lojistas do centro da cidade com a intenção de combater os camelôs ilegais."

Eleições

A aprovação do aumento provocou reação de alguns pré-candidatos à Prefeitura. "Creio que a PM sabe bem que, embora a medida os beneficie, soa como se a corporação estivesse sendo usada por uma ação que parece ser meramente eleitoreira", disse Filipe Sabará (Novo), que afirmou também que "os policiais militares precisam ser valorizados". Procuradas, as equipes de Márcio França (PSB) e de Guilherme Boulos (PSOL) não se manifestaram.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse nesta quinta-feira (30), que será a área da saúde, "não é pressão política do grupo A, B ou C", quem definirá a volta às aulas dos cerca de 960 mil alunos da rede municipal de educação. Nessa quarta-feira (29), a Câmara Municipal aprovou em primeira votação um projeto do Executivo que prevê uma série de medidas para o retorno dos estudantes às escolas.

O programa de reabertura econômica do Estado, o Plano São Paulo, prevê que as aulas presenciais retornem no dia 8 de setembro, caso todo o Estado esteja na fase "amarela" do plano por quatro semanas até a chegada dessa data.

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"Quem vai definir a data de retorno às aulas não é pressão política do grupo A B ou C. Quem vai definir a data é a área da saúde. Foi a área da saúde que solicitou que a gente suspendesse as aulas e somente quando a área da saúde entender que é possível a volta às aulas é que nós voltaremos às aulas de São Paulo", disse Covas, durante entrevista coletiva transmitida da sede da Prefeitura, no centro, quando foi perguntado sobre a decisão da prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, a somente retomar as aulas em 2021.

"Eu sou responsável por 960 mil crianças que estudam na nossa rede municipal, fora as outras crianças que estudam na rede do Estado e na rede privada, e somente quando a Prefeitura tiver tranquilidade que é o momento adequado e o momento certo é que nós vamos retomar as aulas", complementou o prefeito.

Na última terça-feira, 28, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o Conselho Municipal de Educação prepara uma resolução para deixar claro que os pais poderão ou não autorizar o retorno de seus filhos às escolas, mesmo com o retorno previsto pelo Estado.

Covas convocou a coletiva para fazer um balanço das ações da Prefeitura até o momento, olhando principalmente para a área social. No evento, citou que o cartão-alimentação, de R$ 55, que passou a ser entregue às famílias dos estudantes para substituir as merendas escolares, será entregue a partir de agosto para todos os alunos - atualmente só dois terços dos alunos recebem.

Para obter o cartão, a família deve fazer um cadastro no site da Secretaria Municipal da Educação.

O projeto de lei aprovado na quarta-feira, 452/2020, ainda precisa passar por uma segunda votação antes de ser levado à sanção do prefeito.

O texto altera regras do orçamento para permitir à Prefeitura que aumente a contratação de entidades privadas para oferecer mais vagas em creches e profissionais em caráter emergencial.

Segundo nota da Câmara, o texto também amplia o atendimento do ensino integral e permite que a Prefeitura dê dinheiro às famílias dos alunos para a compra de material escolar e uniformes.

Na próxima terça-feira, 4, haverá uma audiência pública virtual para debater o projeto, que teve 32 votos favoráveis e 16 contrários, na votação de quarta-feira.

"É um projeto que cria as possibilidades para que quando a saúde autorizar a gente esteja preparado para o retorno às aulas", comentou Covas, sobre o texto.

O indiciamento do ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin pela Polícia Federal por corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro ocorreu no momento em que a cúpula do PSDB paulista se preparava para anunciar que o tucano seria o coordenador do plano de governo da candidatura do prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), à reeleição.

Nos bastidores, o grupo ligado ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), já resistia ao nome de Alckmin antes do indiciamento nessa quinta-feira (16). Agora, a expectativa até entre interlocutores e auxiliares do prefeito é de que o ex-governador tome a iniciativa de desistir do posto.

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Procurado, Alckmin não respondeu até o fechamento desta reportagem. Na quinta-feira, a defesa do ex-governador classificou o indiciamento de "injustificável" e "precipitado".

Os desdobramentos das investigações no âmbito da Operação Lava Jato sobre Alckmin e o senador José Serra (PSDB), denunciado pelo Ministério Público Federal no começo de julho, juntamente com a filha, Verônica, por lavagem de dinheiro transnacional, deixaram tucanos apreensivos. O temor é de que as acusações tenham impacto nas campanhas do PSDB para prefeituras em todo o Estado.

Diferentemente do que ocorreu com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de um pedido de expulsão do partido pelos diretórios municipal e estadual após ser flagrado em um áudio pedindo dinheiro emprestado aos empresários da JBS, Serra e Alckmin têm sido poupados pela burocracia da legenda.

"Isso é a tentativa permanente de criminalizar a política feita por órgãos do Estado. É o mesmo padrão lavajatista, mas agora feito pelo aparelho do Estado. Nunca vão incriminar o Geraldo", disse José Aníbal, ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB, ao jornal O Estado de S. Paulo.

Em nota, o Diretório Estadual do PSDB disse que tem "absoluta confiança" na idoneidade do ex-governador. "A história do governador Geraldo Alckmin não deixa dúvidas sobre a sua postura de retidão, coerência e compromisso com o rigor da lei."

Sobre Serra, o partido afirmou: "O PSDB acredita no sistema judicial do País e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do senador José Serra e nos devidos esclarecimentos dos fatos."

Nas trincheiras de Doria, no entanto, a estratégia é isolar Alckmin e Serra e classificá-los como a "velha guarda" da sigla.

O discurso de um "novo" PSDB virou a palavra de ordem do governador e símbolo do partido estampado em banners e bandeiras na sede da legenda na Rua Estados Unidos, nos Jardins.

Doria chegou a defender até a mudança do nome do partido, mas a ideia não prosperou.

O governo de São Paulo anunciou ontem o maior afrouxamento da quarentena no Estado desde maio, quando o programa de retomada econômica em meio à pandemia do coronavírus, o Plano São Paulo, foi anunciado. Apenas as regiões de Araçatuba, Campinas, Franca e Ribeirão Preto permanecem com o grau de restrição máxima, em que só o comércio essencial é autorizado a funcionar. Todo o restante poderá liberar o funcionamento de lojas de rua e shoppings, além de imobiliárias, concessionárias e escritórios, a partir de segunda-feira (13).

Barretos, Presidente Prudente, Bauru, Sorocaba e Marília estavam com liberação apenas dos serviços essenciais, a fase vermelha, e agora foram reclassificadas para a fase laranja, que permite atividades comerciais não essenciais.

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Já as regiões de Registro, Baixada Santista e parte da Grande São Paulo, que estavam na fase laranja, entraram na amarela, a mesma em que está a capital, em que bares, restaurantes e academias de ginástica podem voltar a funcionar.

"Todos devem se lembrar de que, podendo ficar em casa, devem fazê-lo", disse o governador João Doria (PSDB), ao anunciar as mudanças, lembrando que a quarentena ainda permanece e, agora, foi renovada até o dia 30 de julho. O uso de máscara continua obrigatório e sem ela pode haver multa.

Segundo Doria, essa nova fase "marca gradualmente, de forma segura, o retorno à normalidade" e "resgata a esperança". Ainda de acordo com o governador, "depois de um longo período enfrentando o pico, estamos entrando em um platô" da evolução da doença. "Isso significa atenção redobrada para mantermos esse platô." O Estado registrou mais 9.395 casos de covid-19 em 24 horas, chegando a 359.110 registros. Já o número de mortes alcançou ontem 17.442, com 324 óbitos a mais desde a última quinta-feira.

Ao lado de Doria, o epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, avaliou as mudanças no mapa do Estado como uma evolução "satisfatória". "Um progresso que é gradual e mostra a direção para a qual estamos caminhando."

'Segunda onda'

Menezes destacou também a atenção necessária para se evitar um novo crescimento abrupto de casos, uma segunda onda - preocupação observada em outros países que tiveram seus processos de reabertura e retomada de atividades. Segundo ele, a leitura no Estado "é que sempre há um risco, mas tudo indica que estamos andando de forma muito segura em relação a isso".

Esta é a sexta revisão do Plano São Paulo, que começou a categorizar as regiões do Estado por cores a partir de junho. Na primeira avaliação, só as regiões de Registro, Baixada Santista e a Grande São Paulo receberam a cor vermelha: o restante se dividiu entre amarela e laranja. Após isso, porém, a pandemia se acelerou no interior e o Estado foi sucessivamente fechando mais regiões. No último dia 3, Sorocaba, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba, Franca, Ribeirão Preto e Campinas entraram na zona vermelha.

Segundo Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, 83% dos cerca de 40 milhões de habitantes do Estado estão em regiões classificadas como laranja ou amarela.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, o resultado agora anunciado "é um dos nossos melhores cenários". Ela ressaltou que "98% dos municípios estão fazendo trabalho de triagem, monitoramento e isolamento de contatos (com infectados), o que ajudou, em duas semanas, a isolar mais de meio milhão de pessoas".

Academias abrirão na capital

As academias poderão reabrir em São Paulo a partir de segunda-feira, 13, com um limite de 30% da capacidade e restrição de entrada, mediante agendamento prévio dos alunos e com limite de abertura de seis horas por dia. O prefeito Bruno Covas (PSDB) assinou ontem protocolo de entendimentos em que entidades que representam o setor se comprometem a seguir regras de segurança para evitar a propagação do coronavírus.

"Segunda-feira (13), vamos perder esse pneuzinho aí, heim", disse Covas, em uma fala rápida durante a cerimônia de assinatura dos protocolo de segurança do setor, se dirigindo ao presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma (PSDB), que participou da cerimônia.

Aulas em grupo continuam suspensas e haverá restrição para o uso de bebedouros e vestiários, que devem ter banheiros abertos, mas os chuveiros fechados. Os alunos terão de levar as próprias garrafas de água e demais materiais de higiene, como toalhas. Os equipamentos, como pesos e aparelhos de musculação, terão de ser higienizados no mínimo a cada duas horas mas, preferencialmente, a cada troca de aluno. Mesmo atividades ao ar livre, como corridas, terão de ser feitas de forma individual.

As regras devem ser publicadas no Diário Oficial do Município de hoje. "A recepção deverá ser isolada com área de proteção demarcada com fita zebrada em 1,5 metro", informou a Prefeitura, por nota. "As salas de treino de peso livre e as salas de atividades coletivas deverão ser delimitadas de maneira que cada cliente fique a 2 metros de distância um do outro. Só poderão ser utilizados apenas 50% dos aparelhos de cardio." Lutas estão proibidas.

As piscinas deverão ser divididas por turmas, com separação por raias, de acordo com o nível dos alunos. A duração das aulas deverá ser reduzida. Nas quadras de esportes, não serão permitidos acompanhantes. Uma das justificativas para a reabertura das academias foi o papel que têm na promoção da saúde pública.

Parques e ciclovias

Os parques estaduais da capital - Água Branca, Villa-Lobos, Candido Portinari, Parque Estadual do Tietê, Jardim Botânico, Zoológico e o ZooSafari - serão reabertos a partir de segunda-feira, segundo o secretário estadual de Infraestrutura, Marcos Penido. Na quinta, o prefeito Bruno Covas (PSDB) já havia anunciado a abertura dos parques municipais no dia 13.

As áreas de lazer estaduais vão funcionar das 10 horas às 16 horas, de segunda à sexta-feira. Segundo Penido, o acesso a bibliotecas, brinquedotecas e espaços para leitura ficará fechado.

Bloqueada desde o dia 21 de março por causa da pandemia, a ciclovia da Marginal do Pinheiros, que fica entre o rio e a Linha 9-Esmeralda da Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos, vai continuar fechada. A companhia concedeu a via para uma empresa privada em fevereiro, que terá de fazer melhorias e em troca poderá explorar publicidade na pista.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou que os casos apresentados pelo Ministério Público contra o deputado federal e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG), e o senador e ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), são "completamente distintos".

"Não há nenhum áudio do senador José Serra pedindo dinheiro pra ninguém. Eu pelo menos não escutei. Então, são casos completamente distintos", disse Covas durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. "O caso do deputado Aécio Neves é bem diferente, porque há um áudio dele que até agora não foi explicado pedindo dinheiro ao dono da JBS", afirmou.

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"Para os dois casos, há o rigor da lei se houver qualquer tipo de problema constatado. Não é porque são companheiros de partido que vou passar a mão na cabeça de quem erra", disse o prefeito de São Paulo.

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador e ex-governador de São Paulo, José Serra.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), obteve diagnóstico positivo para Covid-19. A informação foi confirmada pela Prefeitura de São Paulo em nota oficial no começo da noite deste sábado (13).

De acordo com o poder municipal, o prefeito está bem, não apresenta sintomas da doença causada pelo novo coronavírus, mas vai ficar trabalhando em casa nos próximos dias.

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Abaixo, a nota da prefeitura de São Paulo:

"A Prefeitura de São Paulo informa que neste sábado (13/06), após teste preventivo de rotina, o prefeito Bruno Covas obteve diagnóstico positivo para coronavírus. Ele passa bem, não apresenta sintomas e recebeu recomendação de seu médico, Dr. Davi Uip, para permanecer trabalhando em casa e em observação pelos próximos dias."

A Prefeitura de Camaragibe, cidade localizada na Região Metropolitana do Recife (RMR), fez uma postagem no Instagram, neste domingo (5), para alertar seus moradores sobre a pandemia do coronavírus. Com uma foto de um cemitério, a gestão municipal usou um questionamento forte: “Você quer ver as pessoas que ama enterradas em covas como essas”?

Na postagem, a Prefeitura usa uma foto atribuída ao Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo. “Foi (a foto) destaque no mundo porque abriu dezenas de covas para receber as vítimas do novo coronavírus. Você quer que em Camaragibe seja assim também? Temos certeza que não! Portanto, #FicaEmCasaCamaragibe”, escreveu a Prefeitura de Camaragibe.

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Recentemente, o prefeito de Jussari, no Sul da Bahia, usou cemitério municipal para fortalecer a campanha contra a pandemia. "FICA EM CASA: NÃO QUEREMOS VOCÊ AQUI", foi a mensagem escrita na entrada do cemitério.

Em entrevista à Rádio Eldorado, nesta quinta-feira (19), o prefeito Bruno Covas (PSDB) não descartou novas medidas no combate ao novo coronavírus e estimou que São Paulo tenha prejuízo de R$ 1,5 bilhão por causa da doença. A Prefeitura determinou em decreto o fechamento do comércio de toda a cidade. Lojistas estão proibidos de atender presencialmente o público por 15 dias, a partir desta sexta-feira, (20).

"As medidas do governo federal ajudam, mas se os Estados puderem complementar essas ações, podemos minimizar o impacto (do coronavírus). São Paulo deve perder receita de R$ 1,5 bilhão em 2020. Ainda assim, estamos dispostos a ampliar o atendimento na área da Saúde", afirmou Covas.

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O decreto do prefeito, assinado nesta quinta-feira (18), autoriza apenas a manutenção dos serviços administrativos e a realização de vendas por meio de aplicativos, internet ou instrumentos similares. Na relação completa de exceções para a medida estão farmácias, hipermercados, supermercados, mercados e feiras livres, lojas de conveniência e de venda de alimentação para animais, padarias, restaurantes, lanchonetes e postos de combustível, desde que intensifiquem ações de limpeza, disponibilizem álcool em gel aos clientes, divulguem informações de prevenção ao coronavírus e mantenham espaçamento mínimo de 1 metro entre mesas (para restaurantes e lanchonetes).

De acordo com o prefeito, todos os casos suspeitos de infecção pelo covid-19 que chegam ao Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo testados e a Prefeitura planeja implementar mais 490 leitos na UTI da rede pública, que já conta com 505 vagas disponíveis. A ação será feita a partir da verba disponibilizada pelo Ministério da Saúde, dividida entre 300 leitos novos e a adaptação de outros já existentes.

Covas afirmou que após os quatro óbitos registrados em São Paulo pelo Hospital Sancta Maggiori, um agente da Prefeitura compareceu nesta quinta ao local para investigar por que a instituição não avisou de imediato às autoridades públicas sobre os casos. Ele, entretanto, disse que não tem informações sobre onde se encontram os corpos dessas vítimas e aguarda instruções do governo federal. "A Prefeitura está em conversa com o Ministério da Saúde, que ficou de elaborar uma normativa para o País. Caso (essa orientação) não venha, a vigilância sanitária está pronta para São Paulo fazer a sua própria normativa."

Outra ação anunciada por Covas foi a construção de locais de acolhimento à população de rua da capital, onde hoje funcionam centros esportivos. A Prefeitura também estuda a redução na frota do transporte público, mas não há uma medida restritiva até o momento.

Já em relação ao seu tratamento contra o câncer, o prefeito informou que não apresenta mais um quadro imunodepressivo e está fora do grupo de alta vulnerabilidade ao covid-19. Covas se mudou para a sede da Prefeitura. "Os médicos estavam preocupados, mas mandei fotos mostrando que aqui na Prefeitura tem chuveiro e lugar para fazer comida", disse.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), prometeu investimento de R$ 800 milhões em prevenção de enchentes na cidade, em um vídeo divulgado nesta terça-feira, 11. Dentro do comitê de crise, instaurado por conta dos estragos provocados pelas forte chuva desta segunda-feira, 10, Covas afirmou que a gestão utilizou 85% dos recursos disponíveis para controle de cheias, e chamou de "fake news" a informação de que a Prefeitura deixou de investir a totalidade da verba destinada para tal fim.

"Infelizmente, neste momento, a gente vê uma série de pessoas espalhando fake news, que a Prefeitura não gastou o que devia ter gasto. Mentira. Só no ano passado, passamos de 85% do gasto de prevenção de enchente e só não gastamos ainda mais pelo problema do atraso nas obras que não ficaram prontas, se não a gente teria gasto os 100% do recurso", disse o prefeito. "Para este ano, a gente prevê gastar R$ 800 milhões", compromete-se.

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Nesta terça, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que nos últimos cinco anos, a Prefeitura de São Paulo deixou de gastar R$ 2,7 bilhões em obras para o controle de cheias. Em números atualizados, entre 2015 e 2019, as administrações de Fernando Haddad (PT), João Doria (PSDB) e a atual, de Covas, planejaram desembolsar R$ 3,8 bilhões em intervenções nos córregos, mas apenas R$ 1,1 bilhão foi investido em projetos que saíram do papel.

No anúncio, divulgado nas redes sociais, o prefeito diz que mais de 20 mil funcionários da Prefeitura trabalham, em "ritmo de 24 horas", para que a cidade volte à normalidade. "Dos mais de 100 pontos de alagamento que nós tínhamos ontem (segunda), hoje (terça) de manhã eram apenas quatro. A gente quer acabar com isso o mais rápido possível", contabilizou.

Além da verba para prevenção, o prefeito destacou a limpeza e entrega de novos piscinões na capital. "Já entregamos oito piscinões, vamos entregar mais cinco, total de 13. A cidade tinha apenas 24. Ou seja, vai ser recorde na história da cidade de São Paulo", enumera. "A limpeza dos piscinões deu tão certo, que nenhum deles transbordou por conta dessas chuvas do dia 10 de fevereiro. Imaginem se os piscinões estivessem sujos e transbordando, o caos que teria sido, além daquele que já aconteceu", acrescentou.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), lançou nesta terça-feira, 21, o Programa Corujão do Câncer, que prevê atendimento a pacientes com câncer de estômago, colorretal, tireoide e próstata. Atualmente, 100 mil pessoas aguardam pela realização de exames na capital.

Em entrevista, Covas (PSDB) afirma que os pacientes precisam ter acesso mais rápido ao tratamento e realização de exames oncológicos, assim como ele teve.

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"Todo mundo acompanhou a história no fim do ano passado. Em uma quarta-feira eu me internei para tratar uma erisipela. Na quinta-feira, descobri que tinha virado uma trombose. Na sexta-feira, que havia uma embolia por conta desse quatro. No sábado, descobri que havia um tumor. No domingo, eu já sabia qual era o tumor e a extensão dele. Na terça-feira, eu comecei a quimioterapia. É inaceitável que o prefeito, que tem condições de pagar plano de saúde, tenha esse tipo de agilidade, e a população, que não tem condição de pagar plano de saúde, tenha que esperar dias para ter acesso ao tratamento", disse Covas.

Na primeira fase, que começa na quinta-feira, 23, serão ofertadas 2,3 mil vagas para exames de colonoscopia voltados a pacientes com idade acima de 65 anos, para detecção de câncer do intestino. A fila de espera do exame, para esse público, chega a 5 mil pessoas. Na capital paulista, somente não há fila de espera para oncologia infantil, segundo a Prefeitura.

"Nossa meta é zerar a fila de espera em três meses. A colonoscopia será feita em cinco hospitais: Tatuapé, Ermelino Matarazzo, Campo Limpo, Jabaquara e Mooca", afirmou Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde. "Vamos acrescentar 390 vagas às 11.040 vagas que temos anualmente para o tratamento dessas especialidades nos hospitais particulares parceiros", afirmou Aparecido. Hoje, 482 pessoas aguardam na fila de espera para a realização de novos exames para iniciar o tratamento.

A segunda fase do Programa Corujão do Câncer, que começará em março, dará prioridade para pacientes com câncer de pele, ginecológico, hematológico, neurológico, pneumológico, oftalmológico e pediátrico. Serão ofertadas 279 vagas para tratamentos nos hospitais parceiros.

Também será maior a oferta de outros exames, como ecocardiograma, densitometria óssea, ultrassonografia mamária, endoscopia e colonoscopia. Com o programa, o número de exames passará de 41.764 para 70.953. O tempo de espera é de 43 dias para a realização desses exames, que juntos tem fila de espera de 100 mil pessoas. "Em três meses, a gente zera a fila com relação a esses exames", disse o secretário.

O Hospital A.C. Camargo, Instituto de Câncer Dr. Arnaldo (CAVC), Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho - Vila Santa Catarina - administrado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e o Hospital Sírio Libanês participarão do programa por um período estimado entre dois e cinco anos. O custo mensal para o Município com cada paciente é de R$ 26 mil. O investimento total do programa é de R$ 15 milhões.

Em 2019, o Município de São Paulo atendeu 10.839 pessoas com câncer.

Tratamento

O prefeito Bruno Covas será internado na noite desta terça-feira, 21, no Hospital Sírio Libanês, no centro da capital paulista, para a realização da sétima sessão de quimioterapia. Ele luta contra um câncer desde outubro de 2019 quando foi diagnosticado com a doença.

Após ser expulso do Podemos, o deputado federal Marco Feliciano usou o Twitter para se posicionar sobre a decisão unanime do partido. O pastor também atacou o presidente de São Paulo da sigla, Mario Covas Neto - responsável pelo comunicado - e o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).

O apoio ao presidente Jair Bolsonaro na Câmara, acusações de assédio e o gasto de R$ 157 mil em um tratamento dental pago com dinheiro público motivaram os oito votos que confirmaram sua exclusão do partido. Com a expulsão de Marco Feliciano, o Podemos mantém a estratégia de distanciar-se do bolsonarismo e exaltar a Operação Lava Jato para atrair a centro-direita.

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"Ser expulso de um partido por apoiar o presidente Bolsonaro é para mim motivo de orgulho. @mariocovasneto ficou com medo de eu ser candidato à prefeito de São Paulo e me expulsou, pois colocou o Podemos a reboque dos interesses de seu parente @brunocovas", tuítou Feliciano ao reorçar o apoio ao presidente.

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Embora mais comum entre idosos, o câncer de estômago, tipo de tumor que acomete o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), tem sido observado com cada vez mais frequência em pacientes jovens, segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Uma das hipóteses é de que a piora na alimentação e em outros hábitos de vida colabore para o crescimento, mesmo entre jovens, dos tumores que acometem a região de transição entre esôfago e estômago. No caso do prefeito, o câncer foi detectado na cárdia, espécie de válvula entre os dois órgãos. Embora não seja considerado um câncer raro, ele historicamente costuma ser diagnosticado em maiores de 55 anos e não na faixa etária do prefeito, que tem 39 anos.

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Cirurgião oncológico e diretor do centro de referência de tumores gastrointestinais do A.C. Camargo Cancer Center, Felipe Coimbra diz que casos de pessoas mais jovens têm aparecido com mais frequência no dia a dia de profissionais da oncologia. "A gente observa um aumento. Tem a ver com os maus hábitos adotados em grandes cidades. Os fatores mais relacionados são tabagismo, refluxo gastroesofágico, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e obesidade. Também tem fatores hereditários, mas é possível ocorrer sem nenhum fator de risco, de forma aleatória", explica o especialista.

Coordenadora dos tumores gastrointestinais e neuroendócrinos do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Renata D'Alpino também relata aumento no número de pacientes jovens com esse tipo de câncer. "Estamos vendo um aumento de tumores de estômago na cárdia provavelmente por causa das questões de comportamento, enquanto outros tumores de estômago, os mais localizados na parte inferior do órgão, estão menos frequentes", diz.

Renata destaca como principal fator de risco o refluxo crônico. "Quando o alimento não fica no estômago e fica retornando para o esôfago, vai causando uma inflamação que pode gerar mutações e o aparecimento do câncer", diz ela. O excesso de gordura corporal também aumenta os processos inflamatórios no sistema digestivo.

Segundo Coimbra, o refluxo pode causar uma condição específica que favorece o aparecimento de células cancerígenas. "O esôfago de Barrett, que é uma consequência da doença do refluxo crônica e causa modificações de células, aumenta em mais de 20 vezes a chance de câncer", destaca o especialista.

O câncer de estômago afeta mais os homens do que as mulheres. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é de que 21 mil brasileiros tenham o diagnóstico da doença todos os anos, dos quais 14 mil sejam do sexo masculino.

Diagnóstico

O motorista de aplicativo Gustavo D'Angelo Messias Fernandes foi um dos que recebeu o diagnóstico neste ano. Assim como o prefeito Bruno Covas, ele não está na faixa etária mais comum para a doença: tem 37 anos.

A mulher de Fernandes, a autônoma Juliana Luz dos Santos, de 34 anos, conta que a descoberta da doença foi por acaso. "Ele não sentia nada grave: era só uma azia, às vezes um incômodo. São sintomas pelos quais quase ninguém procura um médico. Geralmente as pessoas vão a uma farmácia e compram um antiácido só", conta.

Ela e o marido, porém, decidiram procurar um especialista depois de três meses desses sintomas e, após uma endoscopia, receberam o diagnóstico do câncer de Gustavo, o mesmo tipo que o de Covas: adenocarcinoma na cárdia.

Agora, o paciente enfrenta outro desafio: o de conseguir tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde setembro, quando recebeu o diagnóstico de um médico particular, tenta iniciar o tratamento em um hospital público do Rio de Janeiro, onde mora, já que não tem plano de saúde e não teria condições de arcar com os custos de todo o tratamento na rede privada. "Provavelmente ele vai ter de fazer cirurgia e quimioterapia. Talvez radioterapia. Ficaria pelo menos R$ 150 mil", conta Juliana.

Segundo ela, o marido só conseguiu, por enquanto, passar em uma consulta com o médico do SUS, mas agora aguarda na fila de espera para refazer exames como tomografia e endoscopia, uma vez que a unidade pública não aceita os laudos da rede privada. Só depois de vencer a espera pelos exames é que entrará em outra fila: a do tratamento. "É uma aflição. Quanto mais o tempo passa, maior a chance de o câncer se espalhar", relata a autônoma.

Opções

O tratamento do câncer de estômago depende do tanto que a doença está avançada. "A cirurgia é um tratamento localizado, que limpa o que está ao redor (do tumor) com margem de segurança, mas ela não trata se houver células circulantes. Quem trata isso é o tratamento sistêmico, como a quimioterapia. Em uma situação com metástase, a opção é começar com quimioterapia", explica Coimbra.

Nos casos mais avançados, quando a quimioterapia não tem bom resultado, outra opção que vem ganhando força é a imunoterapia, técnica em que o organismo é estimulado a ativar o sistema de defesa para combater o tumor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Exames médicos realizados pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas, apontaram neste sábado (26) o surgimento de tumor no trato digestivo do tucano, de acordo com boletim médico publicado na noite deste domingo pelo Hospital Sírio-Libanês. Outros exames também diagnosticaram tromboembolismo pulmonar, ou seja, de bloqueio de artéria no pulmão.

Por conta do tumor, o prefeito será submetido ainda esta noite de domingo a uma laparoscopia, técnica de cirurgia menos invasiva, com a finalidade de se aprofundar o diagnóstico. De acordo com o hospital, os próximos resultados vão demorar alguns dias.

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Na sexta (25), Covas havia sido diagnosticado com trombose venosa das veias fibulares (de membro inferior). Ele está internado desde quarta-feira, 23, para tratar de uma erisipela, uma doença infecciosa da pele.

Covas recebeu o diagnóstico de trombose após realizar exames complementares, ainda durante a avaliação médica acerca da erisipela. Exames subsequentes diagnosticaram tromboembolismo pulmonar. Por isso, foi realizado um pet scan, que revelou o tumor.

O prefeito já havia sido atendido no pronto-atendimento do Hospital Albert Einstein na tarde de sábado passado. O motivo era também infecção de pele em um "membro inferior", segundo nota divulgada pela Prefeitura. A erisipela costuma atingir as pernas com maior frequência.

Na ocasião, Covas havia recebido alta na mesma tarde, após ser submetido a exames e ter antibióticos prescritos para o tratamento. O prefeito havia cancelado sua agenda durante o fim de semana passado para ficar em repouso.

No Sírio-Libanês, Covas está sendo acompanhado por equipes médicas coordenadas por David Uip, Roberto Kalil Filho, Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Artur Katz e Raul Cutait. David Uip foi secretário estadual de Saúde durante a gestão do ex-governador tucano Geraldo Alckmin.

Pressionada pela bancada evangélica, a Câmara Municipal de São Paulo deve votar em segundo turno na próxima semana um projeto de lei de autoria do prefeito Bruno Covas (PSDB) que permite a regularização de imóveis em desacordo com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da cidade. Na prática, se aprovada, a proposta do Executivo autoriza uma anistia que deve atingir cerca de 150 mil imóveis no município.

Para aliados, o projeto dá a Covas munição para a reeleição ao tirar da ilegalidade milhares de proprietários de imóveis, alguns há décadas tentando se regularizar, além de dificultar ação de fiscais que lucravam com achaque a esses contribuintes. Além disso, as taxas de regularização devem começar a reforçar o caixa da Prefeitura já neste semestre.

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A ideia é que imóveis de até 150 metros quadrados com pendências sejam regularizados automaticamente, sem necessidade de o proprietário procurar a Prefeitura. Para imóveis entre 150 e 500 metros quadrados, e para condomínios (verticais e horizontais), a anistia deve ser solicitada em um formulário eletrônico. Imóveis acima de 500 metros, prédios comerciais e de serviços, shoppings e templos religiosos precisarão de análise da Prefeitura antes de obter a regularização.

A anistia foca o cadastro do IPTU. Imóveis de todos os tipos de uso (residencial, comercial e industrial) onde foram feitas reformas sem autorização da Prefeitura, e tinham metragem diferente daquela informada nos registros, poderão se regularizar, sem multas. Haverá, no entanto, correção dos boletos de IPTU, taxa e, se for o caso, pagamento de outorga.

"Uma das coisas que pode ser regularizada é a varanda gourmet. Há alguns anos, esse espaço era computado como sacada, o apartamento tinha 50 metros e a varanda. Mas, se fecha a varanda com vidros, ele fica com 90 metros", diz o vereador José Police Neto (PSD). "Mas, se vai vender o apartamento financiado, não consegue porque, na vistoria, a metragem se mostra diferente da do cadastro", disse o vereador.

Police afirma que, embora haja vantagens, outros pontos precisavam ser debatidos, como alguma forma de inclusão na anistia a construções em favelas. O texto não faz nenhuma previsão de regularização fundiária.

Tramitação

Havia expectativa em parte da base governista de que a proposta fosse aprovada em segunda votação ainda na tarde desta quarta-feira, 11, mas uma série de questões colocadas pelos vereadores resultou num acordo que inclui a apresentação de um substitutivo na semana que vem.

Uma das questões foi o fato de que a anistia não valeria para áreas de operações urbanas - locais da cidade em que a Prefeitura autoriza a construção de grandes empreendimentos, acima dos limites comuns, em troca de taxas especiais. A proibição nessas áreas serviria para evitar que quem construiu acima dos limites burlando o recolhimento de taxas fosse beneficiado. Por outro lado, todo o centro velho da cidade, que precisa de regularização, também fica em uma área de operação urbana - a operação Centro - e a saída dessa área poderia enfraquecer a lei.

"Teremos ainda mais uma hora de discussão na semana que vem antes de levar o texto para votação", disse o líder do governo, Fabio Riva (PSDB). "A última anistia foi votada em 2003 e, até hoje, há pessoas que não conseguiram se regularizar. A discussão serve para evitar isso."

Vereador da oposição mais empenhado na discussão, Alfredinho (PT) disse que a proposta tem trechos justos e injustos. "Há justiça quando facilita a regularização da pequena casa, da periferia, que fez o puxadinho. Mas facilita a vida de quem agiu de forma irregular sabendo que todo governo vota alguma anistia", afirmou. "Vamos tentar incluir anistia para quem fez um comércio na garagem de casa."

O texto foi enviado por Covas em março e aprovado em primeira votação em maio. Falta a segunda votação. A criação de uma anistia imobiliária era determinada pelo Plano Diretor, de 2014. O projeto é bandeira do presidente da Câmara, Eduardo Tuma (PSDB), desde que assumiu o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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