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O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse nesta sexta-feira, 5, que a expectativa dos credores da Americanas é de um acordo até junho, conforme antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em abril. Segundo ele, o acordo não será "ótimo", mas deve atingir um ponto "razoável" a todas as partes envolvidas.

"Entre a última divulgação e esta, tivemos evoluções nas tratativas com a empresa", disse ele, sem citar a Americanas nominalmente, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no primeiro trimestre, divulgados na quinta-feira.

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Lazari afirmou que os bancos e os demais agentes envolvidos, tanto na ponta dos credores quanto na da empresa, estão discutindo os termos de um acordo. Esse desfecho deve ser "razoável" e não "ótimo", segundo o presidente do Bradesco.

"Não sabemos o quanto podemos recuperar, gostaríamos de recuperar 100% do que provisionamos", disse ele.

A Coluna do Broadcast mostrou que os bancos gostariam que o trio de acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, aportasse R$ 12 bilhões na companhia já de cara. A proposta atual contempla R$ 10 bilhões e uma tranche de R$ 2 bilhões que só seria aportada no futuro, a depender do desempenho da varejista.

Maior credor financeiro da Americanas, o Bradesco provisionou toda a exposição à companhia, de cerca de R$ 4,9 bilhões, no balanço do quarto trimestre do ano passado.

A Americanas anunciou que se reuniu com os credores financeiros nesta segunda-feira (6) e terça-feira (7) em busca de um entendimento para quitar as dívidas. A proposta foi de aumento de capital em dinheiro no valor de R$ 10 bilhões. As partes, porém, não chegaram a um acordo.

A empresa disse que “espera continuar mantendo discussões construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”. A tentativa de negociação foi apresentada aos credores financeiros pela Rothschild & Co, assessoria contratada pela Americanas.

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No dia 12 de fevereiro, os acionistas da Americanas haviam proposto um aporte de capital em dinheiro de R$ 7 bilhões. A negociação era liderada por Jorge Paulo Lemann, Alberto Sicupira e Marcel Telles. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou na época que não houve acordo.

O trio de bilionários aumentaria seu capital na companhia com o aporte, que considerava um financiamento de R$ 2 bilhões já captado, e também seria convertido em capital. A proposta incluía ainda a recompra de dívida por parte da companhia na ordem de R$12 bilhões e a conversão de dívidas financeiras por cerca de R$ 18 bilhões de reais, parte em capital e parte em dívida subordinada.

Em janeiro, a 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial do Grupo Americanas. Foram alegadas inconsistências contábeis que geraram mais de R$ 40 bilhões em dívidas. O Grupo Americanas é composto pelas empresas Americanas S.A., B2W Digital Lux e JSM Global. Elas são responsáveis por marcas como as Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime, Hortifruti, entre outras.

A Americanas entregou a lista de credores de seu processo de recuperação judicial nesta quarta-feira (25). A varejista informou um montante de R$ 41,056 bilhões em dívidas com os credores de classe III, que representam as dívidas com terceiros, e que somam 6.438 partes. A lista toda conta com 7.967 nomes. Os maiores credores da companhia são os bancos, com os mais altos saldos.

O maior credor da companhia é o Deustche Bank, com um saldo de US$ 1 bilhão, equivalente a R$ 5,2 bilhões. O banco alemão, porém, informou que não tem exposição direta de crédito à varejista brasileira - de acordo com uma fonte, o Deutsche atua como agente fiduciário (trustee) de dois títulos de dívida (bonds) que a Americanas emitiu no exterior no segundo semestre.

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Logo depois vem o Bradesco, com R$ 4,8 bilhões a receber da companhia.

Com o Santander Brasil, os débitos ultrapassam os R$ 3,6 bilhões. Já o BTG Pactual é credor de R$ 3,5 bilhões, e o BV, de R$ 3,3 bilhões.

Em nota, o BV informou que os valores que a Americanas disse dever a ele estão inflados, e que vai reiterar a informação à varejista. Segundo o BV, no último dia 11, quando a Americanas informou um rombo contábil de R$ 20 bilhões, a exposição do BV era de cerca de R$ 206 milhões.

A companhia deve ainda R$ 2,9 bilhões ao Itaú Unibanco, R$ 1,3 bilhão ao Banco do Brasil, R$ 509 milhões ao Daycoval e R$ 501 milhões à Caixa Econômica Federal (CEF).

O débito da Americanas com o Banco ABC Brasil é de R$ 415,6 milhões, e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é de R$ 276 milhões, de acordo com a lista. Outro banco credor é o Banco da Amazônia, com R$ 103 milhões a receber.

Entende-se que a lista apresentada ainda não deve ser definitiva. Como a empresa não estava preparada para uma Recuperação Judicial, ainda há informações sendo levantadas. Uma fonte ouvida pela reportagem acredita que pode haver alterações ao longo dos dias de algo em torno de 20% das informações. "Nem o tamanho do rombo é possível ter certeza ainda", disse.

A crise nas Americanas se tornou pública depois que o ex-CEO Sergio Rial - que estava no cargo havia pouco menos de 10 dias no cargo - divulgou que foram identificadas "inconsistências" nos balanços dos últimos anos. A Americanas tem uma dívida declarada de R$ 43 bilhões.

Samsung, Google, Apple e Facebook; Nestlé e Ferrero Rocher

A lista de credores da Americanas apresenta, além de bancos e instituições financeiras, fornecedores de serviços e produtos. Dentre os destaques dessa categoria está a Samsung, com R$ 1,2 bilhões devidos pela Americanas. Mas outras gigantes de tecnologia estão na lista com montantes menores.

Para o Google, a varejista deve R$ 94 milhões, para a Apple, são R$ 98,6 milhões e para o Facebook, R$ 11,4 milhões.

Com fabricantes de chocolates, a dívida também é alta. São R$ 259 milhões em dívidas com a Nestlé e R$ 14,8 milhões com Ferrero Rocher.

Para a Ambev, que tem entre seus principais acionistas o trio de investidores de referência da Americanas (Jorge Paulo Lemann, Carlos Sicupira e Marcel Telles), a Americanas deve R$ 4 milhões.

No domingo, Lemann, Sicupira e Telles emitiram uma nota pública em que se posicionaram pela primeira vez desde o começo da crise. Um trecho em particular incomodou os bancos: o que sugere que as instituições não teriam se atentando ao rombo contábil, ou seja, teriam parte da culpa.

"Ela (auditoria PwC), por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade", afirmou o trio da nota do fim de semana.

A manifestação do trio causou indignação nos maiores bancos privados do País, ao tentar responsabilizar os próprios credores pelos problemas contábeis da empresa.

Segundo executivos que acompanham o caso, o posicionamento até aqui dos acionistas de referência da Americanas enfureceu os bancos credores da varejista, que começam a falar nos bastidores em possíveis retaliações. Algumas instituições já teriam começado a reduzir o crédito a outras empresas sob controle do trio, como a Ambev.

Americanas deve até à Ame

A Americanas deve R$ 974,8 milhões à fintech do grupo, a Ame Digital, de acordo com dados da lista de credores da recuperação judicial da varejista. O montante é superior ao devido a alguns bancos, como o Daycoval, a quem a empresa deve R$ 509 milhões, e à Caixa, com quem tem dívidas de R$ 501 milhões.

A lista não detalha a que tipo de operação se refere o débito com a Ame. A empresa é a fintech do grupo e, além de atuar no chamado "mar aberto", também é meio de pagamento de operações nos canais da Americanas.

Entre os credores da recuperação judicial, o documento coloca a Ame na classe III, de credores sem garantias reais. É a mesma classe em que estão os bancos, que são os maiores credores da companhia.

Ex-trabalhadores da Organização Arnon de Mello (OAM), da família Collor, do senador Fernando Collor de Mello, em Alagoas, entraram com uma ação judicial para anular a assembleia geral de credores que aprovou o plano de recuperação judicial e livrou a empresa da falência, segundo a coluna de Carlos Madeiro do UOL. Na ação, a organização diz que houve compra de votos na assembleia. 

O plano votado no dia 13 de julho limitou o pagamento aos ex-trabalhadores ao máximo de 10 salários mínimos a cada um (ou R$12.120 mil). Como há casos de débitos superiores a R$ 1,1 milhão, haverá credores com redução de até 99% do valor devido pela empresa. 

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A ação judicial diz que um advogado da empresa foi responsável por 188 dos 122 votos favoráveis ao plano apresentado aos trabalhistas, e votou por meio de procurações de trabalhadores que receberam parte dos valores devidos antes da assembleia. Sem os votos, o plano teria sido rejeitado. 

O Ministério Público de Alagoas vai analisar o caso antes de ir a julgamento, o que ainda não tem data para acontecer. Caso a Justiça entenda que houve irregularidade, a votação pode ser anulada ou os votos dados pelo advogado, desconsiderados. Os credores pedem um plano alternativo de recuperação fiscal caso isso ocorra. 

Os maiores credores da mineradora Samarco, em recuperação judicial desde abril, entraram com nova petição na Justiça contra a companhia. O grupo, que engloba vários fundos estrangeiros, de gestoras como BlackRock, HSBC e Citi, e que têm R$ 24 bilhões da dívida da empresa, solicitou que a Samarco não assine nenhum novo acordo com órgãos governamentais para reparação socioambiental da tragédia do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), sem prévia aprovação dos credores.

O pagamento médio mensal da Samarco à Fundação Renova, entidade responsável por pagar indenizações relativas à tragédia de 2015, é da ordem de R$ 500 milhões e vem sendo feito com a geração de caixa da própria Samarco, que opera hoje com 26% da capacidade.

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O grupo pede que a Samarco informe os termos dessas negociações com os órgãos responsáveis e solicita que o administrador judicial seja incluído nas conversas. Reforça também o pedido para que a Samarco seja proibida de fazer pagamentos à Renova. Os fundos alegam que as sócias da Samarco, Vale e BHP Billiton, têm capacidade financeira para bancar esses custos.

Nos últimos meses, a Samarco, ao lado de suas sócias, tem negociado com o Ministério Público de Minas Gerais, a Advocacia Geral da União (AGU) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e Defensoria Pública, novos termos de acordo de reparação, tendo em vista o acordo de R$ 37,5 bilhões para indenizações do acidente em Brumadinho (MG), que ocorreu em janeiro de 2019.

A nova petição dos credores ocorre no momento em que a Samarco busca a assinatura de um acordo de confidencialidade para dar aos fundos acesso a todos os dados da companhia. Apesar da nova petição, dizem fontes, a expectativa é de que a assinatura do acordo ocorra ainda nesta semana.

A petição feita nesta terça-feira, 29, diz que a repactuação dos termos da reparação é de interesse dos credores, por causa dos "impactantes" valores envolvidos, mas também porque "essas obrigações são sujeitas ao concurso de credores (execução dos bens do devedor) e, portanto, deverão ser pagas nos termos do plano de recuperação judicial a ser aprovado em assembleia geral de credores".

O documento diz ainda que a Samarco estaria "compactuando com a Vale e BHP" ao "transferir à empresa a parcela de responsabilidade solidária de suas acionistas pelas obrigações socioambientais e socioeconômicas decorrentes do rompimento da barragem de Fundão". O documento foi ajuizado pelos escritórios Padis Mattar, FCDG e Resende Ribeiro Reis.

Os credores já tinham questionado judicialmente a dívida de R$ 23,75 bilhões da Samarco com suas sócias. Esse valor corresponde a cerca de metade dos passivos da Samarco na recuperação judicial. Para o grupo, esse valor não deveria constar no passivo do pedido, pois, em sua visão, o pagamento é uma obrigação de Vale e BHP.

Segundo fontes próximas às empresas, nem todo o valor se refere aos aportes feitos na Renova; parte da cifra se refere aos custos operacionais da Samarco, que passou anos sem operar após a tragédia.

Procurada, a Samarco diz que tem discutido no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a repactuação no âmbito de termo de ajuste de conduta (TTAC) e de ações de reparação da Fundação Renova. "A empresa reafirma que o objetivo de seguir na repactuação permanece inalterado, e reforça que a Carta Conjunta de Princípios (...) vai nortear a construção de um acordo que venha se somar à atuação da Fundação Renova, de forma a trazer mais celeridade à reparação integral dos danos decorrentes do rompimento da barragem de Fundão."

A BHP Brasil diz que "permanece comprometida" com ações de reparação relacionadas ao rompimento da barragem de Fundão. A Vale não respondeu até o fechamento desta edição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de credores do Cirque du Soleil anunciou que assumirá o controle da endividada empresa canadense.

Possíveis interessados tinham até terça-feira à tarde para melhorar a proposta feita por um grupo de credores, com o fundo canadense Catalyst Capital Group à frente.

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O circo mais famoso do mundo anunciou após o fim do prazo que a proposta - avaliada em mais de 1,2 bilhão dólares - não foi igualada.

A oferta dos credores ainda precisa ser validada pela justiça de Quebec nas próximas semanas.

De acordo com o jornal Globe and Mail, os credores devem injetar entre 300 e 375 milhões de dólares no circo. Também se comprometeram a reduzir a dívida da empresa de 1,1 bilhão de dólares para US$ 300 milhões.

Gabriel de Alba, diretor do fundo Catalyst, elogiou os "maravilhosos resultados para o Cirque, seus funcionários, artistas e sócios, em um e-mail enviado à AFP.

Fundado em Quebec em 1984, o circo teve que cancelar 44 produções em todo o mundo em março pela pandemia de coronavírus. O grupo demitiu 4.679 acrobatas e técnicos, 95% de seus funcionários.

O atual convênio, anunciado em julho, substitui a oferta de compra que a empresa com sede em Montreal havia concluído no fim de junho com os atuais acionistas, os fundos americanos TPG e Chinese Fosun, assim como a 'Caisse de depot et place' de Quebec.

A companhia canadense Cirque du Soleil anunciou nesta quinta-feira (16) ter aceito uma oferta de compra de seus credores, que servirá de base para seu leilão em agosto. O acordo prevê que os credores vão adquirir "quase todos os ativos", disse em um comunicado de imprensa a companhia de entretenimento.

O convênio substitui a oferta de compra que a companhia sediada em Motreal concluiu no fim de junho com seus atuais acionistas, os fundos americanos TPG e Chinese Fosun, assim como com a Caisse de depot et place de Quebec.

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Fundada em Quebec em 1984, a companhia de acrobatas teve que cancelar 44 produções nos quatro pontos cardeais em março e demitir 4.679 acrobatas e técnicos, 95% de seus funcionários.

A maioria deles foi demitida no fim de junho, quando o grupo pediu proteção judicial. O Tribunal Superior de Quebec, que supervisiona a reestruturação do navio que é marca cultural da província canadense franco-parlante, celebrará na sexta-feira uma audiência para aprovar a nova oferta.

Segundo o jornal Globe and Mail, o acordo estabelece que os credores vão injetar entre 300 e 375 milhões de dólares e vão acordar reduzir a dívida garantida do circo de 1,1 bilhão de dólares para US$ 300 milhões.

Finalmente, garante a manutenção da sede central do grupo em Montreal por pelo menos os próximos cinco anos. A oferta anterior de compra de acionistas foi cancelada.

"Estamos muito contentes de ter chegado a este acordo com o Cirque du Soleil", disse Gabriel de Alba, diretor-gerente do fundo canadense Catalyst Capital Group, o maior credor da companhia artística.

"A cooperação do grupo de credores foi extraordinária para alcançar nosso objetivo de recapitalizar e revitalizar o circo", disse.

Outros investidores planejam oferecer mais para adquirir o circo antes de 18 de agosto, data-limite para apresentar uma oferta. Entre eles se destacam seu fundador, o ex-engolidor de chamas Guy Laliberté, que o vendeu em 2015, assim como o império midiático Quebec Quebecor.

A assembleia de credores do grupo Odebrecht foi adiada para o dia 18 de março. O plano de recuperação judicial está previsto para ser entregue uma semana antes, no dia 13 de março. A companhia tem uma dívida declarada de R$ 98,5 bilhões.

A decisão foi tomada nessa quarta-feira (29) em reunião que durou pouco mais de 20 minutos e teve apenas um voto contrário ao adiamento de uma entidade que detém participação inferior a 1% na companhia.

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Eduardo Munhoz, advogado da Odebrecht, disse que as negociações com os credores estão avançando. "Existem pontos de divergência, mas não um impasse entre a companhia e os credores. Não é normal tantos adiamentos, mas sentimos que a negociação está avançando, ficando mais madura."

A proteção à Justiça foi pedida em junho do ano passado. Entre os credores estão Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander e BNDES, detentores de créditos de R$ 13 bilhões garantidos por ações da petroquímica Braskem.

A Caixa, que não tem essa mesma garantia, tem sido um ponto discordante na estratégia de recuperação. Há ainda um impasse com o BNDES, maior credor entre as instituições públicas, com R$ 8,7 bilhões. O banco de fomento quer tirar a Odebrecht do controle da Atvos, empresa de açúcar e álcool do grupo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foi por meio de um e-mail do novo diretor presidente da Odebrecht, Ruy Sampaio, que o empresário Marcelo Odebrecht soube, nessa sexta-feira (20), de sua demissão da própria empresa - por justa causa e sem direito a indenização.

A ordem partiu do pai de Marcelo, Emílio Odebrecht. O ex-presidente do conglomerado e um dos pivôs da Operação Lava Jato recebia algo em torno de R$ 115 mil por mês e tinha uma estrutura bancada pelo grupo. A partir de agora, ele terá de arcar com os benefícios perdidos, como secretária, motorista, advogados e assessoria de imprensa.

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O Estado apurou que a justificativa para a demissão por justa causa está relacionada ao entendimento de que Marcelo cometeu crimes de extorsão e ameaça contra a empresa, como pedir contrapartida financeira do grupo para fechar acordo de delação com o Ministério Público Federal. Executivos considerados próximos ao herdeiro devem ser desligados nos próximos dias.

Embora estivesse afastado de funções executivas desde sua prisão, em 2015, Marcelo ainda constava como funcionário licenciado da empresa. A demissão do executivo foi uma das recomendações dos monitores externos independentes do Ministério Público Federal e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Em nota, a Odebrecht afirmou que a recomendação foi acatada e aprovada em 24 de outubro pelo Conselho de Administração da holding, que era presidida por Sampaio, desafeto de Marcelo e homem de confiança de Emílio Odebrecht.

A decisão final, no entanto, só foi efetivada ontem, após Sampaio assumir a presidência do grupo no lugar de Luciano Guidolin, no início da semana - um dos motivos da troca de comando teria sido a demora de Guidolin executar o pedido de demissão de Marcelo, dizem fontes ligadas à empresa.

Em nota, o empresário afirmou que sua demissão "é apenas a demonstração inequívoca de mais um ato de abuso de poder do atual presidente da Odebrecht, que, na tentativa de paralisar a apuração pelo compliance de fatos que lhe atingem e que deveriam estar protegidos por sigilo, retalia o denunciante como forma de intimidá-lo". Marcelo é acionista minoritário, com participação de 2,69%, da Kieppe, holding por meio da qual a família controla a Odebrecht.

Nos últimos dias, ele vinha fazendo uma série de acusações, via imprensa, contra o pai, o cunhado Maurício Ferro e Sampaio. O Estado apurou que Emílio vinha amadurecendo a ideia da demissão há algum tempo para dar um basta aos ataques de Marcelo. Amigos próximos afirmam que o patriarca tentou falar com o filho no fim de semana para uma possível trégua, sem sucesso.

Briga familiar pública

A relação entre Emílio e Marcelo nunca foi muito amistosa, segundo fontes próximas à família. Marcelo competia com o pai pelo controle da empresa, disse um executivo que trabalhou com ambos. Nas reuniões, discordava do estilo de gestão do pai e, por vezes, causava constrangimento entre os executivos.

A situação piorou depois do início da Operação Lava Jato. Marcelo se sentiu traído ao ser condenado sozinho enquanto outros executivos ficaram livres, entre eles seu cunhado Maurício Ferro, casado com Mônica Odebrecht. Desde que saiu da prisão, em dezembro de 2017, Marcelo vem trabalhando para reunir provas contra o cunhado e outros executivos. Em setembro, o empresário obteve a progressão da pena para o regime semiaberto e passou a frequentar a sede da empresa, em São Paulo.

Nas últimas semanas, ele voltou ao ataque com uma série de críticas em relação à condução dos negócios da empresa e acusou o pai de ter levado à companhia à recuperação judicial. A sequência de acusações gerou preocupação em relação às negociações com credores, que poderiam voltar atrás nas conversas.

A troca na presidência da Odebrecht chegou a ser considerada positiva para o plano de recuperação do grupo, que tenta negociar uma dívida de R$ 100 bilhões e manter a empresa de pé. Na próxima semana, os responsáveis pela recuperação vão ter nova rodada de conversas com bancos credores para explicar as mudanças.

Maurício Odebrecht ganha força

A disputa de poder entre Marcelo e Emílio Odebrecht no grupo Odebrecht traz aos holofotes outro integrante da família: Maurício Odebrecht. Aos 47 anos, o herdeiro nunca exerceu funções executivas no conglomerado baiano, mas, desde dezembro de 2017, faz parte do conselho de administração do grupo.

Maurício está sendo preparado para assumir um papel mais importante na Kieppe, holding da família que controla Odebrecht e que tem Emílio no comando. Ele conta com o apoio de suas duas irmãs - Mônica e Márcia -, que estão alinhadas ao pai nesse litígio em família.

Até então, Maurício era responsável pela gestão de outros negócios da família, como propriedades agrícolas. O irmão mais novo de Marcelo não deverá atuar como executivo do grupo, mas deve permanecer como braço direito do pai na holding Kieppe. O herdeiro tem participado como ouvinte de reuniões que discutem a reestruturação da companhia.

No último dia 13, a Odebrecht reuniu seus principais colaboradores no auditório da sede para discutir as perspectivas do grupo. Maurício fez uma apresentação, mas não empolgou a plateia, preocupada com questões imediatas da companhia.

Reestruturação ameaçada

Os credores da Odebrecht estão preocupados com a briga pública entre Emílio e Marcelo Odebrecht e como esse litígio poderá afetar os planos de reestruturação da companhia, que entrou com pedido de recuperação judicial em junho, com dívidas declaradas de R$ 55 bilhões.

A troca de comando do conglomerado, anunciado na segunda-feira passada, 16, foi bem recebida pelos credores. Ruy Sampaio, que ocupava a presidência do conselho de administração do conglomerado, substituiu Luciano Guidolin, com a clara missão de frear a influência que Marcelo Odebrecht ainda tem no grupo.

O plano de reestruturação da companhia está sendo conduzido pela RK Partners, de Ricardo Knoepfelmacher, e pelo escritório de advocacia E. Munhoz, de Eduardo Munhoz.

Na quinta-feira, 19, a Odebrecht obteve aval dos credores para adiar para 29 de janeiro a assembleia de credores, quando pretende apresentar - e, eventualmente, votar - um plano de recuperação com maiores detalhes do que tem hoje sobre as condições de pagamento de suas dívidas.

O grupo vem adiando a votação para ganhar tempo e finalizar as negociações com os cinco maiores bancos do País, detentores de créditos de R$ 13 bilhões garantidos por sua fatia de participação na Braskem. São eles: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.

A negociação é fundamental para o fluxo de caixa do grupo. A Odebrecht pleiteia acesso a 80% dos dividendos equivalentes a sua fatia na Braskem e a não execução dessa garantia por até três anos, período após o qual venderia a companhia. A expectativa da empresa é obter um acordo até o fim do ano, para que os bancos possam avaliar internamente em seus respectivos comitês.

Artilharia

Mas a artilharia entre pai e filho ainda preocupa as instituições. Reuniões estão marcadas para os próximos dias entre os responsáveis pela reestruturação do conglomerado com os principais bancos credores para discutir o assunto.

Uma fonte a par das negociações do conglomerado, que falou com o Estado sob reserva, afirmou que os bancos privados e públicos temem que o litígio entre pai e filho afete o processo de recuperação judicial da empresa.

Apesar de ficarem aliviados com a demissão de Marcelo ontem, os bancos sabem que a medida sofrerá retaliação por parte do empresário. Uma fonte afirmou que os credores ficaram irritados com a notícia de que Marcelo teria recebido R$ 240 milhões para fechar o acordo com o Ministério Público Federal e vão endurecer nas negociações para barrar qualquer tipo de pagamento para o executivo.

Uma das saídas seria criar uma subclasse de credores da Odebrecht dentro da recuperação judicial para isolar os valores a serem recebidos por Marcelo. O empresário tem uma fortuna (mais de R$ 70 milhões) para receber dentro do processo judicial. Mas os credores não vão querer que ele receba. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein fechou acordos totalizando 44 milhões de dólares com supostas vítimas e credores, revelou nesta quinta-feira o Wall Street Journal.

Os acordos, ainda não assinados, buscam deter todas as ações civis iniciadas contra Weinstein, incluindo no Canadá e na Grã-Bretanha.

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Weinstein será julgado criminalmente em setembro por duas acusações de agressão sexual.

O ex-produtor - catalizador do movimento #MeToo - foi acusado por duas mulheres e corre o risco de pegar até prisão perpétua.

Os acordos informados nesta quinta-feira também envolveriam as ações promovidas pelo então procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman, para garantir a indenização das vítimas.

O valor acertado será pago por companhias de seguro, incluindo empresas que atendem a The Weinstein Company, fundada pelo produtor caído em desgraça.

A partir de outubro de 2017, Weinstein - até então um dos homens mais poderosos de Hollywood - foi alvo de uma enxurrada de acusações de assédio sexual, que incluiu atrizes como Ashley Judd, Angelina Jolie e Salma Hayek.

A construtora Odebrecht tem dois meses para garantir que haverá dinheiro suficiente em caixa para pagar seus credores internacionais. Em abril, a Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) terá de honrar o pagamento de cerca de R$ 500 milhões referentes a títulos emitidos no exterior em 2013. A intenção da empresa é cumprir o compromisso, mas a conta está apertada, segundo relataram ao Estado duas fontes a par dos números.

O comando da companhia fia-se no recebimento de faturas de clientes importantes, esperadas para os próximos meses, para quitar a fatura. E segue tentando convencer o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a liberar dinheiro de obras executadas em Angola. Mas executivos do alto escalão do grupo admitem sob reserva que há preocupação e outras soluções estão sendo pensadas para garantir o pagamento caso o dinheiro dos clientes não entre no caixa até lá.

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O temor é compartilhado pelas agências de risco. As três principais - Fitch, Standard & Poor's e Moody's - rebaixaram as notas da Odebrecht Engenharia e Construção em 2017, deixando-as mais próximas da classificação de calote. A Fitch vê riscos para a empresa nos próximos vencimentos. "O desafio para o pagamento é grande e preocupa", diz o analista da agência Alexandre Garcia.

Segundo ele, a empresa precisa adequar a dívida à sua nova realidade - e tamanho. "A construtora não tem conseguido repor o backlog e a qualidade da carteira é ruim. Parte dos projetos não está sendo executada e não gera caixa." Hoje, a Odebrecht tem em carteira contratos que valem cerca R$ 45 bilhões (US$ 14 bilhões pelo câmbio atual). A dívida total - incluindo os títulos emitidos no exterior - é de R$ 11 bilhões (US$ 3,3 bilhões). Em tese, a conta fecha. O problema, conforme o analista da Fitch, é o casamento entre a execução dessas obras e os vencimentos das dívidas.

Além dos R$ 500 milhões em bonds, há mais cerca de R$ 650 milhões em juros e dívidas corporativas que terão de ser quitados ao longo de 2018. Em setembro de 2017, a empresa tinha R$ 2,2 bilhões em caixa (US$ 700 milhões), valor considerado apertado pela companhia frente às dívidas a pagar e o dinheiro para tocar a operação.

Nos últimos anos a carteira de obras só encolheu e a empresa ainda teve de ajudar a controladora. O estoque de projetos caiu quase R$ 9 bilhões (US$ 2,7 bilhões) em 2018. No mesmo período, foram remetidos para a holding Odebrecht, que passa por apuros, quase R$ 1,5 bilhão (US$ 450 milhões) - dinheiro que as agências não acreditam que retornará.

Os dois movimentos são reflexo da crise enfrentada pelo grupo baiano desde que a Lava Jato descobriu sua participação em crimes, como pagamento de propina. A companhia se viu forçada a confessar que havia montado um dos maiores esquemas de corrupção empresarial já vistos. Como consequência, clientes cancelaram obras. Novos contratos rarearam.

A holding, cuja dívida total é de R$ 75 bilhões, colocou uma série de negócios à venda, mas o caixa segue apertado - algumas negociações travaram e, em outros casos, o dinheiro de transações ainda não entrou. Por isso, não há planos por ora de injetar dinheiro na construtora.

Movimentação

Fontes ligadas à empresa avaliam que o grupo Odebrecht passa agora por um novo momento de estresse financeiro. Após renegociar empréstimos de R$ 7 bilhões da Agroindustrial em 2016 e refinanciar outros R$ 15 bilhões da Odebrecht Óleo e Gás em 2017, ela agora terá de passar pelo teste com os credores internacionais da construtora - os chamados bondholders.

Se honrar o pagamento, terá mais tempo para focar no reerguimento do negócio. Há outros vencimentos nos próximos anos, mas apenas em 2025 haverá um grande, de US$ 500 milhões, segundo a empresa.

Mesmo assim, alguns grupos de credores internacionais já se movimentam. Segundo apurou o Estado, escritórios no Brasil já receberam contato nas últimas semanas de representantes desses investidores, antecipando-se a uma eventual necessidade de negociação.

A queda no valor de títulos da Odebrecht é indicativo da preocupação, destaca a agência S&P em seu último relatório. "O fraco posicionamento nos mercados de capitais, como observado em seus bonds negociados a 30-35% (valor de face) afetaram a capacidade da OEC de resistir a um evento de liquidez imprevisto sem que necessite refinanciar sua estrutura de capital".

A determinação da construtora é pagar o que deve agora e focar no plano de engordar a carteira de projetos, a despeito do ceticismo do mercado. Estimativa da companhia feita a investidores é que, em 2018, serão adicionados mais de R$ 10 bilhões ao estoque (US$ 3,2 bilhões).

Procurada, a Odebrecht não quis conceder entrevista. Em nota, reafirmou que, em setembro de 2017, tinha US$ 700 milhões em caixa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Divergências sobre o tratamento das dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e pendências nas negociações com grupos detentores de títulos internacionais ("bondholders") levaram a Oi a pedir à Justiça do Rio o adiamento de sua assembleia geral de credores do dia 9 para 23 de outubro.

Protagonista da maior recuperação judicial do País, em que está em jogo uma dívida de cerca de R$ 65 bilhões, a operadora de telefonia não consegue chegar a um acordo com os credores. Diante do impasse, o governo afirma que cresce a hipótese de uma intervenção na tele.

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"O governo não quer a intervenção (na Oi), mas se prepara para isso. À medida que o tempo passa, aumenta a expectativa de uma intervenção, infelizmente", disse ontem o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Gilberto Kassab. "A dívida continua e os compromissos precisam ser cumpridos. Se não colocar dinheiro, não tem solução", completou.

A decisão de adiar a assembleia foi tomada por unanimidade em reunião do conselho de administração da companhia, no início da tarde de ontem. A segunda convocação iria para 27 de novembro. No fim do dia, o pedido foi protocolado na 7ª Vara Empresarial do Rio e agora depende de uma aprovação do juiz Fernando Viana, que acompanha o caso.

Tempo

A ideia é ganhar tempo. Caso a prorrogação seja aceita, a Oi poderá apresentar um novo plano de recuperação até 6 de outubro (dez dias úteis antes da assembleia).

Caso o magistrado negue o pedido, a assembleia de 9 de outubro continuará de pé e restará aos credores apreciar a primeira versão do plano, apresentada em setembro de 2016. Em outras palavras, as negociações voltarão quase à estaca zero, já que a proposta foi criticada por credores.

A expectativa era que na reunião de ontem o conselho aprovasse um novo plano, que previa um aumento de capital de R$ 9 bilhões. A Oi chegou a detalhar a proposta, que incluiria um aporte de R$ 3,5 bilhões vindos de "bondholders" apoiadores, conversão de R$ 3 bilhões em dívidas desse mesmo grupo em ações e a injeção de outros R$ 2,5 bilhões pelos atuais acionistas.

A preocupação em relação ao embate com a Anatel, entretanto, forçou uma mudança de estratégia. Como antecipou o Estadão/Broadcast, a agência recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que as dívidas públicas da tele, caso das multas aplicadas pelo órgão, sejam excluídas da recuperação. A Anatel é o maior credor individual da Oi, com uma dívida de R$ 11 bilhões.

A avaliação de fontes ouvidas pela reportagem é que essa situação de insegurança pode dificultar o salvamento da empresa. Ainda há pendências nas negociações com os detentores de títulos que assumiu o compromisso de aportar recursos novos na empresa, como o prazo de pagamento das dívidas.

"Quem vai colocar dinheiro na companhia sem saber qual será a solução para a questão da Anatel? A agência criou uma insegurança muito grande", ponderou uma fonte.

Linha dura

O presidente da Anatel, Juarez Quadros, declarou ontem que a agência não vai recuar e que seria prudente, inclusive, não participar da assembleia de credores.

Ele classificou de "não factível" a proposta apresentada pela tele em agosto, condicionando sua recuperação a fatores externos, como a aprovação da Nova da Lei Geral das Telecomunicações e a alteração da Medida Provisória sobre o Programa de Regularização de Débitos não Tributários.

Ao longo das próximas duas semanas, a Oi enviará oficialmente à Anatel um plano mostrando as formas de pagamento da dívida viáveis para a companhia. Não há a hipótese de a direção da tele retirar a dívida pública do processo.

Hoje o conselho diretor da Anatel decide se abre ou não um processo para cassar as concessões e as licenças da Oi para os serviços de telefonia fixa, celular, internet e TV por assinatura. A discussão foi um pedido do conselheiro Igor de Freitas, que aponta lentidão nas negociações entre a Oi e os credores. A empresa está em recuperação judicial desde junho do ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Procon-SP irá promover uma série de palestras gratuitas para orientação de famílias e consumidores que enfrentam problemas financeiros e precisam renegociar dívidas com credores.

As inscrições para o mês de setembro estão abertas e podem ser feitas através do site instituição (http://www.procon.sp.gov.br/cursos.asp).

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Confira abaixo os temas e horários das atividades: 

Palestra "Orientação Financeira".

14 de setembro (quinta-feira).

Das 9h às 11h. 

 

Palestra “Dívidas e Dúvidas”.

26 de setembro (terça-feira).

Das 9h às 12h.

 

Palestra “Dívidas e Dúvidas”.

26 de setembro (terça-feira).

Das 14h às 17h.

 

Palestra – Direitos Básicos do Consumidor.

27 de setembro (quarta-feira).

Das 9h às 11h.

 

Endereço: Rua Barra Funda, 930 – 1º andar – sala 111– Barra Funda – São Paulo.

Inscrições também pelo telefone (11) 3824-7069, das 9h às 17h.

A operadora de telefonia Oi, que está em recuperação judicial desde junho, começou a conversar com os bancos credores, apurou o Broadcast, sistema de informação em tempo real do Grupo Estado. Já as negociações com os bondholders (detentores de títulos da dívida), no entanto, seguem paralisadas, disse uma fonte com conhecimento no assunto.

Ontem, a diretoria da tele se reuniu com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), único credor com garantia real e acionista da companhia. O presidente da Oi, Marco Schroeder, e o presidente do Conselho de Administração da companhia, José Mauro Mettrau Carneiro da Cunha, participaram da reunião. Procurada, a Oi não comentou.

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Na pauta, estava o processo de recuperação judicial, o maior da história do País, que soma dívida total de R$ 65,4 bilhões. "Os executivos foram ouvir a visão do BNDES sobre a proposta de plano de reestruturação da companhia (apresentada há quase um mês)", disse uma fonte. A companhia deve R$ 3,3 bilhões para o banco de fomento, que possui uma fatia de 4,63% da tele. O banco busca uma melhora da governança da tele. "Todas as discussões sobre a reestruturação de dívida serão feitas pelo conselho da empresa, que é quem deve falar pela empresa."

Do lado dos bondholders, não foram feitos novos contatos. A visão deles é que não há interesse de negociação por parte de dois dos principais acionistas da tele - a Pharol (antiga Portugal Telecom, dona de 22,24%) e o Société Mondiale, ligado a Nelson Tanure (com 6,32%). "A avaliação é que esses acionistas acreditam que os credores terão de aceitar o plano do jeito que foi apresentado", segundo outra fonte.

Solução de mercado

A recuperação judicial da Oi está no radar do governo. Na última quarta-feira, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) fez uma reunião com o ministro Gilberto Kassab; o presidente da Anatel, Juarez Quadros; representantes da Advocacia Geral da União. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, credores da Oi, também participaram. A conclusão foi de que a Oi precisa de uma solução de mercado para o seu processo de recuperação judicial.

De acordo com fontes, os bancos credores da Oi estariam insatisfeitos com a falta de negociações por parte da Oi.

Os credores da OAS, grupo de engenharia em recuperação judicial e investigado pela Lava Jato, irão assumir a participação de 24,48% da empresa na Invepar, informou hoje a OAS.

A companhia disse que o prazo de 30 dias para os demais acionistas exercerem o direito de preferência para aquisição das ações da Invepar se encerrou ontem. São sócios ao lado da OAS na Invepar os fundos de pensão Petros, Previ e Funcef. Dessa forma, a companhia informou que prosseguirá "ao que está previsto no Plano de Recuperação Judicial".

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"As ações da OAS serão transferidas para a SPE Credores, organização societária a ser criada para assumir o controle da participação da fatia detida na Invepar. O prazo para essa transferência, conforme prevê o plano de recuperação, se encerra no próximo 31 de maio", segundo nota enviada pela OAS.

Os contratos futuros de ouro encerraram o pregão desta segunda-feira (13), em queda, pressionados pelo acordo entre a Grécia e seus credores internacionais. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto cedeu US$ 2,50 (0,22%), para US$ 1.155,40 a onça-troy. Essa foi a terceira queda consecutiva.

Como o ouro é fundamentalmente considerado um ativo de segurança para tempos de incerteza, os preços subiam à medida que um acordo com a Grécia parecia estar fora da mesa, no início do mês. No entanto, desde quinta-feira, o metal era pressionado pela possibilidade de um acerto de Atenas com os credores.

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Após uma maratona de reuniões durante o fim de semana, os líderes da zona do euro acertaram um terceiro resgate à Grécia. O acordo apenas prevê a abertura de novas negociações para liberação de até 86 bilhões de euros ao governo da Grécia depois que o primeiro-ministro Alexis Tsipras começar a implementar duras medidas de austeridade.

"Para o ouro, sentimos que a Grécia se tornou um problema para os preços", disse Julian Phillips, fundador e colaborador da newsletter GoldForecaster.com. Fonte: Dow Jones Newswires.

A Grécia e seus credores avaliam um acordo de curto prazo para a situação financeira grega que pode ser fechado até domingo, de acordo com uma graduada fonte do governo da França. Em troca pela ajuda, Atenas aprovaria pelo menos algumas das medidas econômicas rejeitadas pelos eleitores gregos no plebiscito do último domingo.

A França, que tem sido a principal aliada da Grécia na zona do euro, pressiona por um acordo no qual Atenas aceita e aprova medidas orçamentárias, com mudanças limitadas em comparação às que estavam no plano rejeitado pelos eleitores gregos. A Grécia então receberia financiamento imediato e a perspectiva de uma futura reestruturação de sua dívida, afirmou a fonte francesa.

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"Na prática, nada mudou" após o plebiscito, disse a autoridade da França, acrescentando que os líderes da zona do euro podem se reunir novamente no domingo para tentar fechar os detalhes do acordo. A fonte francesa afirmou que, assim que a Grécia conseguir financiamento imediato, os dois lados negociariam um acordo de dois a três anos, que envolveria um corte nos juros e a ampliação nos vencimentos da dívida grega. Atenas então aprovaria mais medidas de longo prazo exigidas pelos credores, como a liberalização do setor de serviços. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os bancos credores vão injetar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões na Sete Brasil, empresa criada para construir e administrar as sondas da Petrobras no pré-sal. Os recursos serão desembolsados em financiamentos de longo prazo, em substituição ao que seria liberado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação de que haveria um aporte foi noticiada pelo jornal Folha de S. Paulo.

A parte que ficará para cada banco ainda está em negociação e deve ser definida até o fim do mês. Nesse valor, porém, não estão incluídas as operações que serão fechadas com organismos internacionais e investidores estrangeiros.

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Trata-se da única solução para evitar a elevação das perdas para os cinco maiores bancos que concederam financiamento e estão se vendo obrigados a rolar os empréstimo-ponte (financiamento de curto prazo), de R$ 12 bilhões, uma vez que metade do valor emprestado não tem nenhum garantia.

Mesmo assim, o BNDES segue firme na posição de não desembolsar nada à Sete Brasil, assegurou ao jornal O Estado de S. Paulo fontes a par da negociação. Os bancos credores vão assumir o financiamento de longo prazo, que será usado também para abater uma parte dos empréstimos-ponte. Nada impede que as instituições busquem no BNDES os recursos necessários, mas todo o risco da operação será delas.

A garantia do financiamento do projeto, segundo fontes ligadas à operação, serão as 19 sondas que deverão ser construídas - dez a menos que o lote de 29 do modelo inicial, das quais 28 seriam alugadas à Petrobrás.

De acordo com a Sete, 17 sondas estão em fase de construção, com corte de chapa de aço, dez estão com mais de 30% de avanço nas obras e apenas duas têm mais de 80%.

Estaleiro

O Estaleiro Enseada, um dos fornecedores da Sete Brasil, decidiu conceder férias coletivas a metade de seu efetivo em Inhaúma, no Rio de Janeiro. Ao todo, duas mil pessoas estão licenciadas das funções.O estaleiro tinha contratos para conversão de quatro plataformas da Petrobras para o pré-sal e é controlado pelo consórcio formado pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC. Colaborou Antonio Pita. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um acordo entre a Grécia e seus credores internacionais está próximo de ser fechado, disse nesta quinta-feira o ministro de Finanças do país, Yannis Varoufakis. Segundo ele afirmou em uma conferência em Bruxelas, na Bélgica, o acerto deve ocorrer "em alguns dias ou semanas".

As negociações, que parecem estar travadas segundo relatos de diversas autoridades europeias, giram em torno de cortes no sistema previdenciário do país e mudanças no mercado de trabalho, que podem tornar mais fácil para as empresas realizar demissões.

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As alterações são exigidas pelos credores (o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a União Europeia) para que o governo grego tenha condições de pagar sua dívida de 245 bilhões de euros, referente ao acordo de resgate à economia do país.

Ontem, a Grécia pagou mais uma parcela da dívida, de 200 milhões de euros. O próximo compromisso deverá ser pago na próxima terça-feira (12), no valor de 750 milhões de euros.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Os bondholders (detentores de títulos de dívidas) do grupo Cosan aprovaram na quarta-feira passada a cisão da companhia em duas - Cosan Energia e Cosan Logística. Essa aprovação foi considerada a última etapa antes de a proposta ser levada aos acionistas da companhia, que deverão aprovar a transação em assembleia no segundo semestre, segundo fontes familiarizadas com a operação.

A aprovação por parte dos bondholders ocorreu dentro do prazo original estipulado pela companhia, que foi assessorada pelos bancos Bank of America Merrill Lynch, Morgan Stanley, Itaú, Bradesco e BTG.

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O anúncio de proposta de cisão foi feito dia 24 de fevereiro, mesmo dia que o grupo fundado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello oficializou a proposta de incorporação da América Latina Logística por sua empresa controlada, a Rumo Logística.

Na estrutura atual da companhia a Cosan SA detém todos os ativos do grupo. A proposta é fazer uma cisão dos negócios com a formação de uma segunda empresa, a Cosan Logística. Se aprovada, a Cosan SA ficará responsável pelos ativos de energia, que incluem a Raízen Energia e Combustíveis (joint venture entre o grupo de Rubens Ometto e Shell), Cosan Lubrificantes e Radar (territórios agrícolas).

A segunda empresa, a Cosan Logística, terá a Rumo, que é o ativo de logística do grupo. Quando a Rumo se fundir com a ALL - o processo está em análise pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) -, a nova companhia terá abaixo a Rumo-ALL.

Cada acionista da Cosan SA terá depois dessa cisão uma ação da Cosan Energia e uma ação da Cosan Logística.

Bolsa

A Rumo Logística terá seu capital aberto, mas a companhia não será uma empresa listada. Esse processo vai ocorrer para que a Rumo possa incorporar a ALL, caso o Cade e a ANTT aprovem a transação. Hoje, a ALL tem suas ações negociadas em bolsa. No futuro, a nova companhia criada a partir da fusão entre as duas empresas terá seus papéis na Bolsa.

Criada em 2008, a Rumo foi concebida para fazer o transporte de cargas agrícolas. Junto com a operação da ALL, a nova companhia aumentará o escopo dos negócios, com ampliação da prestação de serviço. A ALL, com cerca de 12 mil quilômetros de malha ferroviária, é responsável por mais de 50% do escoamento de soja do País.

À época do anúncio da cisão, executivos da Cosan informaram que a divisão do grupo em empresas com ativos separados daria melhor clareza aos investidores sobre qual companhia apostar na Bolsa, uma vez que os negócios são diferentes.

Simplificação

O grupo não pretende fazer a cisão da Cosan Limited. Essa companhia passará a ter ações de duas empresas.

A simplificação de reestruturação de capital da Ltd, que tem sido cogitada há alguns meses pelo controlador da Cosan, ainda é uma possibilidade, mas não tem prazo para ocorrer. Quando e se acontecer, os acionistas da holding terão a opção de converter seus papéis das duas empresas abaixo dela. Procurada, a Cosan não comenta o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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